O documento descreve a segunda vaga de descolonizações na África após a Segunda Guerra Mundial, influenciada pelo enfraquecimento das potências europeias e pelo princípio da autodeterminação. A descolonização levou a conflitos e instabilidade em alguns países, como Angola e África do Sul, devido à Guerra Fria e questões étnicas. Muitos países enfrentaram também fragilidades econômicas e neocolonialismo.
1. História A | Cidadania | ESTP
O novo quadro geopolítico no
segundo pós-guerra e a
problemática da interculturalidade:
A Segunda Vaga de
Descolonizações
12.º F1
2. O MUNDO AFRICANO (SÉCS. XV-XIX)
Fig. 1: Conferência de
Berlim, 1884-1885
Fig. 2: Caricatura alusiva ao
colonialismo
3. O PÓS-SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
O final da Segunda Guerra Mundial fez mudar fortemente as relações
metrópole-colónia pelas seguintes condições:
● alianças metrópole-colónias contra as forças do Eixo;
● enfraquecimento das potências europeias;
● despertar de movimentos independentistas;
● consagração do princípio da autodeterminação dos povos na Carta
das Nações Unidas e na DUDH.
4. A PRIMEIRA VAGA DE DESCOLONIZAÇÕES (1945-1960)
Fig. 3: Soldados da Frente
Nacional da Argélia (1962)
Fig. 4: «A Marcha do Sal» (1930),
movimento pacífico de desobediência
civil liderado por Gandhi
5. A GEOGRAFIA DA SEGUNDA VAGA INDEPENDENTISTA (Fig. 5)
Os povos dominados
associaram-se em torno de
solidariedades étnicas,
culturais, religiosas e
linguísticas.
Constantes
reivindicações
independentistas
6. A GEOGRAFIA DA SEGUNDA VAGA INDEPENDENTISTA
Fig. 6: Soldado português em
África, durante a Guerra
Colonial
7. O caso do Botsuana
● Reconhecimento
independentista cordial
(1966)
● Nunca sofreu golpes de
Estado
● Relações mutualistas com
a Commonwealth
A GEOGRAFIA DA SEGUNDA VAGA INDEPENDENTISTA
8. O PAPEL MEDIADOR DA ONU
É preciso relembrar o papel da ONU na mobilização dos processos
independentistas e da sua estabilização:
● Os princípios contidos na Carta das Nações Unidas e na DUDH;
● Condenação direta do colonialismo (Resolução 637, Resolução 1514 e
Resolução 2107);
● Mediação nas relações metrópole-colónia;
● Projetos de reestruturação política e económica (ex: Timor-Leste).
9. O PAPEL MEDIADOR DA ONU
«Notando, com grande preocupação, que, em vez de aplicar as resoluções
anteriores, o Governo de Portugal está a intensificar as medidas de repressão e
as operações militares contra os povos africanos (…).
1. Reafirma aos povos africanos sob administração portuguesa o direito
à liberdade e à independência e reconhece a legitimidade à sua luta
(…).
2. Condena a política colonial de Portugal (…).
3. Solicita a todos os Estados, e, em particular, aos aliados militares de
Portugal, no quadro do Tratado do Atlântico Norte, a tomar as
seguintes medidas:
a. a cessar imediatamente a ajuda ao governo português (…).»
Resolução 2107 da Assembleia Geral da ONU, 21/12/1965.
10. EUA E URSS: A GUERRA-FRIA NA ÁFRICA NEGRA
EUA e Bloco Ocidental URSS e Bloco Soviético
Exploração económica;
Alinhamento anti-soviético;
Alianças militares;
Imperialismo
Expansão ideológica;
«Estados-satélite»;
Imposição do PCUS.
Pactos com guerrilhas;
Intervenção nos conflitos;
Caso de Angola: apoio à
UNITA;
Militarismo
Pactos com guerrilhas;
Intervenção nos conflitos;
Caso de Angola: apoio ao
MPLA;
Proliferação de
multinacionais; Exploração
desenfreada.
Neocolonialismo
Interesses económicos;
Internacionalização da
Revolução Proletária.
11. O MOVIMENTO DOS PAÍSES NÃO ALINHADOS: A
GUERRA-FRIA NA ÁFRICA NEGRA
Em 1955, realizou-se a Conferência de Bandung, que reuniu vários países
subdesenvolvidos no sentido de condenar o colonialismo e apelar à
intervenção da ONU.
Terceiro Mundo: Designa a maioria
dos países pobres e
subdesenvolvidos africanos,
asiáticos e latino-americanos.
Associa-se ao Movimento dos
Países Não Alinhados.
Fig. 7: Alguns chefes de Estado
reunidos na Conferência de Bandung.
12. O MOVIMENTO DOS PAÍSES NÃO ALINHADOS: A
GUERRA-FRIA NA ÁFRICA NEGRA
Em 1961, assistiu-se à conferência de Belgrado, que estabeleceu regras de
funcionamento favoráveis à participação de um mundo subdesenvolvido.
Movimento dos Países Não
Alinhados: Organização de países
geopoliticamente neutros, que
defende a afirmação das economias
subdesenvolvidas, numa
cooperação multilateral.
Fig. 8: Almoço entre chefes de Estado
na Conferência de Belgrado.
13. UMA POLÍTICA MARCADA PELO TERROR E PELA INSTABILIDADE
O caso de Angola:
● Guerra Civil de 27 anos (1975-2002);
● Conflito inserido na Guerra Fria;
● MPLA, esquerda marxista, apoiado pela URSS e por Cuba;
● UNITA, nacionalista de centro, apoiada por EUA, África do Sul e China;
● FNLA une-se à UNITA, centro-direita;
● Disputas étnicas a despoletar;
● Clima de anarquia;
● Teia de corrupção paralela (negócio de diamantes já em curso)
● Violência, destruição e desorganização total de Angola.
14. Fig. 10: Mapa étnico de Angola (1970)
Fig. 9: Crianças angolanas durante a
Guerra Civil (1976)
15. UMA POLÍTICA MARCADA PELO TERROR E PELA INSTABILIDADE
O caso da África do Sul:
● Independência do Reino Unido oficializada em 1948;
● Ascendência do Partido Nacional, de extrema-direita e racialista;
● Divisão racista: brancos, indianos, mestiços e negros;
● Institucionalização de princípios racistas e segregacionistas (Apartheid);
● Governo autoritário, apoiado internacionalmente pelos EUA;
● Criação de regiões geográficas para cada grupo racial;
● Apropriação por brancos dos meios económicos sul-africanos;
● Aproveitamento da situação por Moscovo;
● Nelson Mandela e o processo de desracialização (1994).
16. Fig. 12: Propaganda da era
Apartheid (1980)
Fig. 11: Massacre de Sharpeville (1960)
17. AS FRAGILIDADES ECONÓMICAS E O NEOCOLONIALISMO
Fig. 13: PIB per
capita de alguns
países africanos
em comparação
com a média
mundial (1960-
2012)
18. O NEOCOLONIALISMO E O RECURSO AOS APOIOS DA ONU
Neocolonialismo: Designa o domínio, sobretudo económico, dos países
industrializados sobre os países subdesenvolvidos. Impede o desenvolvimento
político, económico, técnico e social. Mutila-se a liberdade e a autonomia
destes países.
● Produção interna desestruturada
● Endividamento externo alto
● Recurso ao FMI e ao Banco Mundial
● Criação da UNECA (1958)
19. O SÉCULO XXI NA ÁFRICA SUBSARIANA
«O futuro de África não está
com atores externos, mas
dentro da própria África.»
Paul Boateng
Fig. 14: Teste de Força, caricatura alusiva ao
imobilismo do antigo presidente do Zimbabué
20. BIBLIOGRAFIA/WEBGRAFIA
Informações baseadas e/ou retiradas de:
● Horizonte da História 11.º ano, Alice Costa, Marília Gago e Paula
Marinho, Texto;
● Linhas da História 12.º ano, Alexandra Fontes, Fátima Freitas Lopes,
José Fortes, Areal Editores;
● Neil Parsons, "Botswana", in Encyclopedia Britannica;
● https://central.edu/writing-anthology/2019/07/02/the-cold-war-in-
independent-africa/;
● https://www.natgeo.pt/historia/2019/08/guerra-civil-de-angola-de-
1975-aos-dias-de-hoje;
● https://www.dw.com/pt-002/h%C3%A1-30-anos-o-apartheid-era-
formalmente-abolido-na-%C3%A1frica-do-sul/a-58104467;