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REVOLUÇÃO INGLÊSA
FAÇO IMPACTO - A CERTEZA DE VENCER!!!
PROFº: PANTOJA
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VESTIBULAR–2009
CONTEÚDO
A Certeza de Vencer
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s revoluções inglesas do século XVII representaram
um marco na vida europeia. Pela primeira vez na
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1640, e conduziu à execução do rei Carlos I e ao governo
republicano de Cromwell.O segundo, em 1689, conhecido como
Revolução Gloriosa, completou o processo político liderado pela
burguesia.
A morte de Elizabeth l, em 1603, criou blema
sucessório, pois a rainha não deixou herdeiros diretos. O trono
inglês passou a seu primo, Jaime Stuart, que já era rei da
Escócia. O sucessor de Elizabeth não recebeu dos ingleses
muito apoio político e social. Ele era defensor da teoria do direito
divino dos reis e das concepções anglicanas do poder repartido
entre o soberano e os bispos. Para os puritanos, isso era quase
tão grave quanto ser católico.
A relação do monarca com seus súditos agravou-se por
volta de 1610, quando Jaime l tentou fugir ao controle financeiro
do Parlamento e impôs medidas como o monopólio real sobre as
indústrias de tecidos. No mesmo período ocorreram, na
Inglaterra, fortes movimentos migratórios em direção à América
do Norte: muitos partiam para escapar da tirania da Coroa.
Com a morte de Jaime l em 1625, seu filho Carlos
Stuart tornou-se rei da Inglaterra e da Escócia. Ele foi obrigado a
assinar a Petição de Direitos, que proibia a Coroa de convocar
o exército ou adotar medidas econômicas sem a prévia
aprovação dos parlamentares. Mas Carlos l acabou
determinando políticas semelhantes às do pai, de caráter
autoritário, principalmente nas esferas econômica e religiosa.
Um exemplo foi a tentativa de imposição do anglicanismoao aos
escoceses, em sua maioria seguidores do presbiterianismo. A
medida quase provocou uma guerra entre escoceses e ingleses.
Em 1634, o rei resolveu retomar uma antiga lei inglesa.
Tratava-se da cobrança de um imposto, já em desuso, antes
arrecadado nas cidades portuárias e zonas litorâneas em caso
de guerra: o Ship Money. Carlos l não só restabeleceu o tributo
como também o estendeu a todo o reino.
A insatisfação popular diante dos conflitos religiosos e
econômicos acabou gerando uma crise política. O rei viu-se
pressionado, pela própria situação que criara, a convocar o
Parlamento. A assembléia permaneceria em funcionamento
entre os anos de 1640 a 1653, tornando-se conhecida como
Longo Parlamento.
Os representantes do povo passaram a defender
reformas e a fazer oposição sistemática às iniciativas reais. A
crise chegou ao ponto de ruptura quando eles exigiram o
cumprimento da lei que proibia ao rei dissolver o Legislativo e
que, ao mesmo tempo, previa reuniões da assembleia pelo
menos uma vez a cada três anos. A resposta de Carlos l foi a
invasão do Parlamento e a prisão de alguns dos líderes que lhe
faziam oposição.
A demonstração de força precipitou uma longa guerra
civil, que se estenderia de 1642 a 1651. De um lado estava
Carlos l,apoiado pêlos lordes e pela dissidência da pequena
nobreza. Do outro, a Câmara dos Comuns, falando em nome do
conjunto da população inglesa.
Quem eram esses atores políticos e que segmentos
sociais eles representavam nessa história?
O Parlamento inglês compunha-se de duas câmaras: a
Câmara dos Lordes e a Câmara dos Comuns. As cadeiras da
Câmara dos Lordes eram ocupadas pelos Lordes Espirituais, isto
é, pela cúpula do clero anglicano, e pêlos Lordes Temporais.
Esses nobres titulados (duques, barões, condes e outros)
pertenciam às grandes famílias aristocráticas e herdavam seus
lugares na assembleia, juntamente com enormes extensões de
terras. Constituíam o grupo mais rico e poderoso da Inglaterra,
uma vez que tinham nas mãos boa parte das propriedades rurais
e, com elas, uma parcela essencial do poder: o monopólio da
administração, funções de policia e de justiça.
A Câmara dos Comuns era composta de grandes
burgueses e pelos gentfemen, ou seja, elementos pertencentes
à gentry, à pequena nobreza rural. Os gentiemen (fidalgos,
cavalheiros ou gentis-homens) caracterizavam-se pela vida
gentil, isenta do trabalho manual e de suas penas. Os
parlamentares representavam o conjunto da população, embora
fossem eleitos apenas pelas pessoas de posses.
As diferenças de classe, de origem social,
expressavam-se nas diferenças políticas e religiosas e as
reforçavam continuamente. Os lordes praticavam a religião
anglicana. Os partidários dos Comuns eram em geral
presbiterianos (da alta burguesia e da gentry) e puritanos
(pequeno-burgueses, burgueses médios, pequenos proprietários
rurais, arrendatários ou yeomen, camponeses, artesãos,
proletários em formação, desempregados e marginalizados).
Eles deram ao Parlamento uma arma poderosa: o Exército de
Novo Tipo.
Essa nova formação militar mostrou-se decisiva para a
derrota das tropas reais. As fileiras do Exército de Novo Tipo
forneciam uma amostra representativa da parcela da população
que apoiava a Câmara dos Comuns: os soldados eram em sua
maioria pequeno-burgueses.artesãos, proprietários rurais ou
filhos de proprietários, seguidores das seitas puritanas e de
outros grupos hostis à Igreja Anglicana.Tornaram-se conhecidos
como roundheads (cabeças redondas) devido ao austero corte
de cabelo que usavam, característico dos puritanos.
Outro traço distintivo do Exército de Novo Tipo residia
na liberdade de organização e discussão, o que fez desse
grupamento armado uma sementeira de ideias políticas.
Nessas discussões, manifestavam-se grupos mais
radicais que os puritanos, a exemplo dos Diggers e dos
Levellers,que associavam diretamente a reforma religiosa e a
luta política à revolução social.
Os Levellers receberam esse nome porque, segundo
seus adversários, pretendiam nivelar (do verbo to level) as
condições sociais. Defendiam a população pobre das cidades e
do campo e exigiam completa liberdade religiosa e a igualdade
de todos perante a lei.
Os Diggers (do verbo inglês to dig, cavar) opunham-se
à propriedade particular do solo e exigiam que as terras da
Coroa, os terrenos comunais e ociosos fossem cultivados pelos
pobres, que deles teriam a posse comunitária. Ficaram assim
conhecidos quando se instalaram num terreno não-aproveitado e
se puseram a preparar a terra para semeadura, numa espécie
de reforma agrária feita espontaneamente, em direta oposição
aos poderes da sociedade e do Estado.
Em meio à guerra civil, os presbiterianos assumiram a
hegemonia no Parlamento, enquanto o exército, mais
radicalizado e comandado por Oliver Cromwell, vencia as
batalhas de Marston Moor (1644) e Naseby (1645), conquistando
A
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o pais para os Comuns. Em 1646, estava terminada a primeira e
mais importante fase do conflito, com a derrota de Carlos l.
Entretanto, os presbiterianos, a ala parlamentar mais moderada,
tentaram estabelecer um acordo com a realeza, uma vez que
não viam com bons olhos a maré de democracia popular
defendida sobretudo pelo Exército de Novo Tipo. Isso acabou
provocando a radicalização do processo político.
Em 1647, quando a maioria presbiteriana tentava
desmobilizar o exército, o rei foi preso pêlos soldados. Meses
depois, Carlos l fugiu para a Ilha deWight. Embora a ilha
estivesse sob controle parlamentar, a fuga do monarca agravou
a crise. Os realistas recobraram o ânimo e, em 1648,
mobilizaram-se na Escócia e em outros pontos da Grã-Bretanha,
iniciando uma nova fase da guerra civil. No entanto, foram
derrotados por Cromwell e outros chefes das tropas
parlamentares.
A hegemonia na Câmara dos Comuns passou então ao
setor mais próximo das concepções dos soldados puritanos. A
nova maioria excluiu, em 1648, os parlamentares moderados,
ainda dispostos a negociar com o rei; e em 1649 ordenou a
decapitação de Carlos l por traição e proclamou a República ou
Commonwealth. Um Conselho de Estado deveria exercer as
funções governamentais, respondendo a um Parlamento
unicameral;a Câmara dos Lordes foi extinta. Oliver Cromwell,
presidente do Conselho de Estado, dividia-se entre as ações
administrativas e militares.Assim, ele esmagou em 1649-1650
uma rebelião de católicos e realistas na Irlanda e derrotou em
1651 tropas escocesas que apoiavam o filho de Carlos l, pondo
fim à guerra civil. Na esfera político-administrativa, o governo
extinguiu as taxações arbitrárias e expediu o primeiro Ato de
Navegação, beneficiando os setores mercantis e a construção
naval.
Mas os problemas se acumulavam.A destruição
causada pela guerra civil foi seguida por desastrosas colheitas,
alta do custo de vida, baixos salários e pesadas taxações.
Embora Cromwell distribuísse terras na Irlanda aos veteranos,
como pagamento de soldos atrasados, a Inglaterra vivia uma
situação política e económica explosiva.
A oposição não provinha apenas dos presbiterianos
moderados e dos realistas. Os Levellers e os Diggers sentiram-
se enganados pelo governo republicano que, segundo eles, não
havia implementado medidas de conteúdo democrático que
tirassem a maioria da população da situação penosa em que se
encontrava.
Liderada pêlos Levellers, a
chamada Revolta de Burford ocorreu
em maio de 1649. Esse grupo exigia
grandes modificações políticas,
económicas e sociais na Inglaterra,
tais como livre câmbio para os
pequenos produtores, libertação das
grandes companhias mercantis dos
monopólios corruptos, separação da
Igreja e do Estado, abolição das
dízimas, proteção da pequena
propriedade, reforma da lei dos
devedores e direito de voto para
todos os homens; considerando que
as medidas implantadas pelo regime
republicano não tinham caráter
democrático e popular, os Levellers
voltaram-se contra o governo de
Cromwell. O movimento foi
dominado pelas tropas do governo e
teve seus principais líderes
executados.
Os diggers também se mobilizaram contra o governo de
Cromwell. Na primavera de 1649, um grupo de Diggers tomou
posse de um terreno abandonado em St. George's Hill, no
Surrey. Os fidalgos locais convocaram as tropas do governo, que
desarticularam o movimento. Posteriormente, houve outras
tentativas de controle de propriedades pêlos Diggers, mas todas
falharam.
Todas essas manifestações de oposição foram
luquidadas pelo governo de Cromwell. O primeiro cidadão da
Commonweathh passou a ser visto como tirano, principalmente
aos olhos dos grupos populares.
Em 1653, diante da oposição dos conservadores e dos
grupos radicais, Cromwell dissolveu ao Longo Parlamento. No
mesmo ano, assumiu o título de Lorde Protetor da Inglaterra,
Escócia e Irlanda. Nesse período Cromwell obteve êxitos
importantes, como o término da guerra anglo-holandesa (1652-
1654) e a conquista da Jamaica (1655). Mas sua morte, em
1658, representou o golpe de misericórdia para a efêmera
República inglesa. Seu filho, Richard Cromwell, que não tinha a
mesma influência do Lorde Protetor, foi deposto no ano seguinte.
A história da República Puritana terminou com a
tomada do poder pelos contra-revolucionários, nobres realistas
aliados à dissidência presbiteriana, e com a proclamação de
Carlos II, filho do rei decapitado, como soberano da Inglaterra e
da Escócia. Iniciou-se então o período conhecido como
Restauração Monárquica.
Carlos II foi coroado graças à aristocracia e à alta
burguesia. Em seu governo, o comércio e a indústria
expandiram-se com rapidez e a ciência foi estimulada a partir do
livre pensamento, da experimentação e de uma reforma
educacional. Mas os atritos continuaram a existir entre o rei e o
Parlamento.
A Restauração seguiu seu curso com a ascensão ao
trono inglês, em 1685, de Jaime II, irmão de Carlos II, que
morreu sem deixar herdeiros diretos. O novo monarca, partidário
da religião católica, logo se tornou impopular. Quando tentou
isentar os católicos do pagamento de algumas taxas impostas a
eles por motivos religiosos e indicou alguns dos seus líderes
para cargos importantes do governo, foi afastado por um golpe
de Estado conhecido como Revolução Gloriosa (1688).
Sem derramamento de sangue ou desordens sociais
que pudessem possibilitar o ressurgimento de exigências
revolucionárias democráticas, o Parlamento estabeleceu um
acordo com o protestante Guilherme de Orange,chefe do
governo da Holanda e casado com Maria Stuart II, filha mais
velha de Jaime II. Guilherme assumiu o governo inglês numa
nova roupagem política, a monarquia parlamentar de caráter
liberal, dentro da qual o capitalismo poderia se desenvolver
livremente.A Inglaterra estava a um passo da consolidação da
ordem liberal burguesa.
Dentre as leis estabelecidas destacaram-se o Toleration
Act e o Kill of Rights. O Toleration Act concedeu liberdade
religiosa aos cidadãos que praticavam as religiões cristãs,
exceto o catolicismo. Por sua vez, o Kill of Rights foi um conjunto
de leis que, entre outras medidas, instituiu o julgamento dos
indivíduos através de um júri. Além disso, as punições cruéis e
as multas exorbitantes foram condenadas e o rei perdeu a
prerrogativa de suspender execuções de leis e implementar
impostos sem a permissão do Parlamento.

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Mas Carlos l acabou determinando políticas semelhantes às do pai, de caráter autoritário, principalmente nas esferas econômica e religiosa. Um exemplo foi a tentativa de imposição do anglicanismoao aos escoceses, em sua maioria seguidores do presbiterianismo. A medida quase provocou uma guerra entre escoceses e ingleses. Em 1634, o rei resolveu retomar uma antiga lei inglesa. Tratava-se da cobrança de um imposto, já em desuso, antes arrecadado nas cidades portuárias e zonas litorâneas em caso de guerra: o Ship Money. Carlos l não só restabeleceu o tributo como também o estendeu a todo o reino. A insatisfação popular diante dos conflitos religiosos e econômicos acabou gerando uma crise política. O rei viu-se pressionado, pela própria situação que criara, a convocar o Parlamento. A assembléia permaneceria em funcionamento entre os anos de 1640 a 1653, tornando-se conhecida como Longo Parlamento. Os representantes do povo passaram a defender reformas e a fazer oposição sistemática às iniciativas reais. A crise chegou ao ponto de ruptura quando eles exigiram o cumprimento da lei que proibia ao rei dissolver o Legislativo e que, ao mesmo tempo, previa reuniões da assembleia pelo menos uma vez a cada três anos. A resposta de Carlos l foi a invasão do Parlamento e a prisão de alguns dos líderes que lhe faziam oposição. A demonstração de força precipitou uma longa guerra civil, que se estenderia de 1642 a 1651. De um lado estava Carlos l,apoiado pêlos lordes e pela dissidência da pequena nobreza. Do outro, a Câmara dos Comuns, falando em nome do conjunto da população inglesa. Quem eram esses atores políticos e que segmentos sociais eles representavam nessa história? O Parlamento inglês compunha-se de duas câmaras: a Câmara dos Lordes e a Câmara dos Comuns. As cadeiras da Câmara dos Lordes eram ocupadas pelos Lordes Espirituais, isto é, pela cúpula do clero anglicano, e pêlos Lordes Temporais. Esses nobres titulados (duques, barões, condes e outros) pertenciam às grandes famílias aristocráticas e herdavam seus lugares na assembleia, juntamente com enormes extensões de terras. Constituíam o grupo mais rico e poderoso da Inglaterra, uma vez que tinham nas mãos boa parte das propriedades rurais e, com elas, uma parcela essencial do poder: o monopólio da administração, funções de policia e de justiça. A Câmara dos Comuns era composta de grandes burgueses e pelos gentfemen, ou seja, elementos pertencentes à gentry, à pequena nobreza rural. Os gentiemen (fidalgos, cavalheiros ou gentis-homens) caracterizavam-se pela vida gentil, isenta do trabalho manual e de suas penas. Os parlamentares representavam o conjunto da população, embora fossem eleitos apenas pelas pessoas de posses. As diferenças de classe, de origem social, expressavam-se nas diferenças políticas e religiosas e as reforçavam continuamente. Os lordes praticavam a religião anglicana. Os partidários dos Comuns eram em geral presbiterianos (da alta burguesia e da gentry) e puritanos (pequeno-burgueses, burgueses médios, pequenos proprietários rurais, arrendatários ou yeomen, camponeses, artesãos, proletários em formação, desempregados e marginalizados). Eles deram ao Parlamento uma arma poderosa: o Exército de Novo Tipo. Essa nova formação militar mostrou-se decisiva para a derrota das tropas reais. As fileiras do Exército de Novo Tipo forneciam uma amostra representativa da parcela da população que apoiava a Câmara dos Comuns: os soldados eram em sua maioria pequeno-burgueses.artesãos, proprietários rurais ou filhos de proprietários, seguidores das seitas puritanas e de outros grupos hostis à Igreja Anglicana.Tornaram-se conhecidos como roundheads (cabeças redondas) devido ao austero corte de cabelo que usavam, característico dos puritanos. Outro traço distintivo do Exército de Novo Tipo residia na liberdade de organização e discussão, o que fez desse grupamento armado uma sementeira de ideias políticas. Nessas discussões, manifestavam-se grupos mais radicais que os puritanos, a exemplo dos Diggers e dos Levellers,que associavam diretamente a reforma religiosa e a luta política à revolução social. Os Levellers receberam esse nome porque, segundo seus adversários, pretendiam nivelar (do verbo to level) as condições sociais. Defendiam a população pobre das cidades e do campo e exigiam completa liberdade religiosa e a igualdade de todos perante a lei. Os Diggers (do verbo inglês to dig, cavar) opunham-se à propriedade particular do solo e exigiam que as terras da Coroa, os terrenos comunais e ociosos fossem cultivados pelos pobres, que deles teriam a posse comunitária. Ficaram assim conhecidos quando se instalaram num terreno não-aproveitado e se puseram a preparar a terra para semeadura, numa espécie de reforma agrária feita espontaneamente, em direta oposição aos poderes da sociedade e do Estado. Em meio à guerra civil, os presbiterianos assumiram a hegemonia no Parlamento, enquanto o exército, mais radicalizado e comandado por Oliver Cromwell, vencia as batalhas de Marston Moor (1644) e Naseby (1645), conquistando A
  • 2. FAÇO IMPACTO – A CERTEZA DE VENCER!!! Faleconoscowww.portalimpacto.com.br VESTIBULAR–2009 o pais para os Comuns. Em 1646, estava terminada a primeira e mais importante fase do conflito, com a derrota de Carlos l. Entretanto, os presbiterianos, a ala parlamentar mais moderada, tentaram estabelecer um acordo com a realeza, uma vez que não viam com bons olhos a maré de democracia popular defendida sobretudo pelo Exército de Novo Tipo. Isso acabou provocando a radicalização do processo político. Em 1647, quando a maioria presbiteriana tentava desmobilizar o exército, o rei foi preso pêlos soldados. Meses depois, Carlos l fugiu para a Ilha deWight. Embora a ilha estivesse sob controle parlamentar, a fuga do monarca agravou a crise. Os realistas recobraram o ânimo e, em 1648, mobilizaram-se na Escócia e em outros pontos da Grã-Bretanha, iniciando uma nova fase da guerra civil. No entanto, foram derrotados por Cromwell e outros chefes das tropas parlamentares. A hegemonia na Câmara dos Comuns passou então ao setor mais próximo das concepções dos soldados puritanos. A nova maioria excluiu, em 1648, os parlamentares moderados, ainda dispostos a negociar com o rei; e em 1649 ordenou a decapitação de Carlos l por traição e proclamou a República ou Commonwealth. Um Conselho de Estado deveria exercer as funções governamentais, respondendo a um Parlamento unicameral;a Câmara dos Lordes foi extinta. Oliver Cromwell, presidente do Conselho de Estado, dividia-se entre as ações administrativas e militares.Assim, ele esmagou em 1649-1650 uma rebelião de católicos e realistas na Irlanda e derrotou em 1651 tropas escocesas que apoiavam o filho de Carlos l, pondo fim à guerra civil. Na esfera político-administrativa, o governo extinguiu as taxações arbitrárias e expediu o primeiro Ato de Navegação, beneficiando os setores mercantis e a construção naval. Mas os problemas se acumulavam.A destruição causada pela guerra civil foi seguida por desastrosas colheitas, alta do custo de vida, baixos salários e pesadas taxações. Embora Cromwell distribuísse terras na Irlanda aos veteranos, como pagamento de soldos atrasados, a Inglaterra vivia uma situação política e económica explosiva. A oposição não provinha apenas dos presbiterianos moderados e dos realistas. Os Levellers e os Diggers sentiram- se enganados pelo governo republicano que, segundo eles, não havia implementado medidas de conteúdo democrático que tirassem a maioria da população da situação penosa em que se encontrava. Liderada pêlos Levellers, a chamada Revolta de Burford ocorreu em maio de 1649. Esse grupo exigia grandes modificações políticas, económicas e sociais na Inglaterra, tais como livre câmbio para os pequenos produtores, libertação das grandes companhias mercantis dos monopólios corruptos, separação da Igreja e do Estado, abolição das dízimas, proteção da pequena propriedade, reforma da lei dos devedores e direito de voto para todos os homens; considerando que as medidas implantadas pelo regime republicano não tinham caráter democrático e popular, os Levellers voltaram-se contra o governo de Cromwell. O movimento foi dominado pelas tropas do governo e teve seus principais líderes executados. Os diggers também se mobilizaram contra o governo de Cromwell. Na primavera de 1649, um grupo de Diggers tomou posse de um terreno abandonado em St. George's Hill, no Surrey. Os fidalgos locais convocaram as tropas do governo, que desarticularam o movimento. Posteriormente, houve outras tentativas de controle de propriedades pêlos Diggers, mas todas falharam. Todas essas manifestações de oposição foram luquidadas pelo governo de Cromwell. O primeiro cidadão da Commonweathh passou a ser visto como tirano, principalmente aos olhos dos grupos populares. Em 1653, diante da oposição dos conservadores e dos grupos radicais, Cromwell dissolveu ao Longo Parlamento. No mesmo ano, assumiu o título de Lorde Protetor da Inglaterra, Escócia e Irlanda. Nesse período Cromwell obteve êxitos importantes, como o término da guerra anglo-holandesa (1652- 1654) e a conquista da Jamaica (1655). Mas sua morte, em 1658, representou o golpe de misericórdia para a efêmera República inglesa. Seu filho, Richard Cromwell, que não tinha a mesma influência do Lorde Protetor, foi deposto no ano seguinte. A história da República Puritana terminou com a tomada do poder pelos contra-revolucionários, nobres realistas aliados à dissidência presbiteriana, e com a proclamação de Carlos II, filho do rei decapitado, como soberano da Inglaterra e da Escócia. Iniciou-se então o período conhecido como Restauração Monárquica. Carlos II foi coroado graças à aristocracia e à alta burguesia. Em seu governo, o comércio e a indústria expandiram-se com rapidez e a ciência foi estimulada a partir do livre pensamento, da experimentação e de uma reforma educacional. Mas os atritos continuaram a existir entre o rei e o Parlamento. A Restauração seguiu seu curso com a ascensão ao trono inglês, em 1685, de Jaime II, irmão de Carlos II, que morreu sem deixar herdeiros diretos. O novo monarca, partidário da religião católica, logo se tornou impopular. Quando tentou isentar os católicos do pagamento de algumas taxas impostas a eles por motivos religiosos e indicou alguns dos seus líderes para cargos importantes do governo, foi afastado por um golpe de Estado conhecido como Revolução Gloriosa (1688). Sem derramamento de sangue ou desordens sociais que pudessem possibilitar o ressurgimento de exigências revolucionárias democráticas, o Parlamento estabeleceu um acordo com o protestante Guilherme de Orange,chefe do governo da Holanda e casado com Maria Stuart II, filha mais velha de Jaime II. Guilherme assumiu o governo inglês numa nova roupagem política, a monarquia parlamentar de caráter liberal, dentro da qual o capitalismo poderia se desenvolver livremente.A Inglaterra estava a um passo da consolidação da ordem liberal burguesa. Dentre as leis estabelecidas destacaram-se o Toleration Act e o Kill of Rights. O Toleration Act concedeu liberdade religiosa aos cidadãos que praticavam as religiões cristãs, exceto o catolicismo. Por sua vez, o Kill of Rights foi um conjunto de leis que, entre outras medidas, instituiu o julgamento dos indivíduos através de um júri. Além disso, as punições cruéis e as multas exorbitantes foram condenadas e o rei perdeu a prerrogativa de suspender execuções de leis e implementar impostos sem a permissão do Parlamento.