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Origens da Cultura de Consumo A Revolução Industrial Teoria e Técnica II Fernando Fontanella 2009.1
Avenida Strand Londres Século XIX
Thomas Carlyle Cronista escocês Século XIX
“O chapeleiro daavenidaStrand, aoinvés de fazerchapéus de feltromelhores do queosoutroschapeleiros, construiu um enormechapéufeito de madeira e gesso, com setepés de altura, colocadosobrerodas; e colocou um homemparaconduzí-lo pelasruas, esperandoassimchamar a atenção.”
Ele nãotentoufazerchapéusmelhores, comoseria o seupapelnessemundo, e o que com essasuaengenhosidadeelepoderiaprovavelmenteterfeito; mastoda a suaindústriavoltou-se paranospersuadir de queelefazosmelhoreschapéus! Elesabeque a enganação é o novo Deus.” Tomas Carlyle - 1846
Carlyle não entendeu bem  a mudança que estava ocorrendo O chapeleiro não estava no negócio para fabricar melhores chapéus Ele fabricava chapéus para ganhar dinheiro E descobriu que para isso precisava chamar a atenção dos londrinos
Com a Revolução Industrial aumentou a competição pelos consumidores Os esforços para atraí-los ficaram cada vez mais sofisticados Não importava mais o que a empresa produzia Mas sim o que ela conseguia vender
Máquinas a vapor Maior capacidade produtiva Divisão do trabalho Maior eficiência produtiva Peças substituíveis Produção mais adaptável
Resultados: Redução dos custos de produção Redução dos custos de transporte Redução dos custos de matéria prima
Quantidade maior de produtos Mais baratos Acessíveis a uma parcela cada vez maior da população Qualidade uniforme Competição entre produtos semelhantes
Prudução massiva Distribuída massivamente Para o consumo massivo
Perspectivas Para as empresas
Necessidade de buscar novos mercados Tornou-se viável enviar produtos a pontos cada vez mais distantes A venda não mais acontecia em um ambiente provinciano onde todos conheciam a origem do produto
Ao ser introduzido em uma nova praça o produto da empresa precisa de atrativos para os novos consumidores
Perspectivas Para os consumidores
Para um número cada vez maior de produtos custava menos comprá-los prontos do que produzí-los por conta própria A demanda cresceu e se diversificou Impacto direto no estilo de vida
Aumentou a demanda por ferramentas de diferenciação competitiva Surgiram gradualmente experiências para a promoção de produtos e serviços
Os próprios empresários empreendedores desenvolveram técnicas mais ou menos toscas para destacar seu seus produtos
Thomas J. Barratt 1841-1914
Na passagem do século XVIII para o XIX o barbeiro londrino Andrew Pears desenvolveu um processo de purificação para a fabricação de sabão Ele concebeu o primeiro sabão de glicerina
Até então a maioria dos sabões era produzida com o uso de gordura animal, arsênico e chumbo Eram agressivos para a pele O sabonete de Pears tinha aroma agradável e uma atuação mais suave
Depois de 1860 a empresa foi assumida por Tomas Barrat enteado do neto de Pears Barrat buscou o crescimento através da exploração novos mercados Ele transformou a empresa de sua família em uma das primeiras marcas globais
Barratt entendeu muito cedo a nova lógica: Tão importante quanto criar oferta era criar consumo Ele foi pioneiro no uso massivo de publicidade para promover a exclusividade do sabonete Pears
A marca Pears foi uma referência em sua categoria até a empresa ser comprada pela Lever Brothers na década de 1910
Qualquer idiota pode fabricar sabão. Mas é necessário um homem esperto para vendê-lo. Thomas Barratt
Técnicas de Thomas Barratt: Idealização de relações familiares Apelo ao cuidado das mães com os filhos Uso de imagens de crianças saudáveis Campanhas para classe média e classes populares Uso de testimoniais
TTPP01
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  • 1. Origens da Cultura de Consumo A Revolução Industrial Teoria e Técnica II Fernando Fontanella 2009.1
  • 3. Thomas Carlyle Cronista escocês Século XIX
  • 4. “O chapeleiro daavenidaStrand, aoinvés de fazerchapéus de feltromelhores do queosoutroschapeleiros, construiu um enormechapéufeito de madeira e gesso, com setepés de altura, colocadosobrerodas; e colocou um homemparaconduzí-lo pelasruas, esperandoassimchamar a atenção.”
  • 5. Ele nãotentoufazerchapéusmelhores, comoseria o seupapelnessemundo, e o que com essasuaengenhosidadeelepoderiaprovavelmenteterfeito; mastoda a suaindústriavoltou-se paranospersuadir de queelefazosmelhoreschapéus! Elesabeque a enganação é o novo Deus.” Tomas Carlyle - 1846
  • 6. Carlyle não entendeu bem a mudança que estava ocorrendo O chapeleiro não estava no negócio para fabricar melhores chapéus Ele fabricava chapéus para ganhar dinheiro E descobriu que para isso precisava chamar a atenção dos londrinos
  • 7. Com a Revolução Industrial aumentou a competição pelos consumidores Os esforços para atraí-los ficaram cada vez mais sofisticados Não importava mais o que a empresa produzia Mas sim o que ela conseguia vender
  • 8. Máquinas a vapor Maior capacidade produtiva Divisão do trabalho Maior eficiência produtiva Peças substituíveis Produção mais adaptável
  • 9. Resultados: Redução dos custos de produção Redução dos custos de transporte Redução dos custos de matéria prima
  • 10. Quantidade maior de produtos Mais baratos Acessíveis a uma parcela cada vez maior da população Qualidade uniforme Competição entre produtos semelhantes
  • 11. Prudução massiva Distribuída massivamente Para o consumo massivo
  • 13. Necessidade de buscar novos mercados Tornou-se viável enviar produtos a pontos cada vez mais distantes A venda não mais acontecia em um ambiente provinciano onde todos conheciam a origem do produto
  • 14. Ao ser introduzido em uma nova praça o produto da empresa precisa de atrativos para os novos consumidores
  • 15. Perspectivas Para os consumidores
  • 16. Para um número cada vez maior de produtos custava menos comprá-los prontos do que produzí-los por conta própria A demanda cresceu e se diversificou Impacto direto no estilo de vida
  • 17. Aumentou a demanda por ferramentas de diferenciação competitiva Surgiram gradualmente experiências para a promoção de produtos e serviços
  • 18. Os próprios empresários empreendedores desenvolveram técnicas mais ou menos toscas para destacar seu seus produtos
  • 19. Thomas J. Barratt 1841-1914
  • 20. Na passagem do século XVIII para o XIX o barbeiro londrino Andrew Pears desenvolveu um processo de purificação para a fabricação de sabão Ele concebeu o primeiro sabão de glicerina
  • 21. Até então a maioria dos sabões era produzida com o uso de gordura animal, arsênico e chumbo Eram agressivos para a pele O sabonete de Pears tinha aroma agradável e uma atuação mais suave
  • 22. Depois de 1860 a empresa foi assumida por Tomas Barrat enteado do neto de Pears Barrat buscou o crescimento através da exploração novos mercados Ele transformou a empresa de sua família em uma das primeiras marcas globais
  • 23.
  • 24. Barratt entendeu muito cedo a nova lógica: Tão importante quanto criar oferta era criar consumo Ele foi pioneiro no uso massivo de publicidade para promover a exclusividade do sabonete Pears
  • 25. A marca Pears foi uma referência em sua categoria até a empresa ser comprada pela Lever Brothers na década de 1910
  • 26. Qualquer idiota pode fabricar sabão. Mas é necessário um homem esperto para vendê-lo. Thomas Barratt
  • 27. Técnicas de Thomas Barratt: Idealização de relações familiares Apelo ao cuidado das mães com os filhos Uso de imagens de crianças saudáveis Campanhas para classe média e classes populares Uso de testimoniais