Esta é uma apresentação da obra de Fligstein, cuja referência a ser utilizada é: Fligstein, N. “Habilidade social e a teoria dos campos”. In: Martes, Ana Cristina Braga (org.) Redes e Sociologia Econômica. São Carlos: Ed. UFSCar, 2009 (p.69-103)
1. HABILIDADE SOCIAL E A TEORIA DOS CAMPOS Neil Fligstein Fligstein, N. “Habilidade social e a teoria dos campos”. In: Martes, Ana Cristina Braga (org.) Redes e Sociologia Econômica. São Carlos: Ed. UFSCar, 2009 (p.69-103) Um debate sobre a estrutura e os atores.
4. Principais idéias do autor “ Na teoria sociológica clássica, a reprodução e a mudança social são explicadas pela estrutura social ”. A partir de 1980, há uma “tentativa teórica de estabelecer um papel independente para os atores sociais na mudança e reprodução sociais. O debate gira em torno de questões que relacionam estrutura e atores ” (p.71). “ Parece haver pouco consenso quanto à maneira de pensar essas questões e, certamente, não existe um programa positivo para a pesquisa social” (p.71) O autor afirma que se pode encontrar nas várias teorias “neo-institucionalistas ” das C.Sociais um importante conjunto de ferramentas conceituais úteis para repensar estruturas e ação. Flingstein desenvolve uma visão sociológica da ação , a partir da literatura empírica e teórica. O conceito de ação proposto pelo autor: tem raízes no interacionismo simbólico e pode ser denominado HABILIDADE SOCIAL , cuja idéia consiste nos atores que precisam induzir a cooperação dos outros . Interacionismo Simbólico : Segundo a filosofia, o mundo simbólico se constrói por meio da interação entre duas ou mais pessoas, que agem em relação às coisas baseando-se no significado que estas coisas tenham para elas. Os significados são resultantes da sua interação social e modificados por sua interpretação.
5.
6.
7. A contribuição do autor para as teorias neo-institucionalistas (p.74) As T.N.I. enfatizam que as regras e os recursos existentes são os elementos constitutivos da vida social. Fligstein acrescenta que a capacidade dos atores de utilizar habilmente as regras e os recursos também faz parte do cenário . Assim, na presença de mais incertezas ou de turbulência social, a habilidade social pode ter uma função crucial para manter as ordens locais unidas . Não é por acaso que falamos de empreendedores na vida econômica, social e política, como atores, são pessoas de visão que criam novas coisas. Ao referenciar Giddens (“os desempenhos hábeis dos atores sociais estão no ãmago da produção e reprodução da vida social”), o autor defende que em algumas condições sociais, os desempenhos hábeis de certos atores podem ser mais cruciais do que em outras condições.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16. Escopo das Teorias Institucionais (p.92) Neste tópico, o autor sai da abstração e considera o escopo empírico das idéias propostas no artigo , com 4 cases que ilustram algumas idéias, com o intuito de facilitar a geração de uma teoria institucional geral. Os cases demonstram como empreendedores institucionais são fundamentais para a formação de um campo ou para a transformação de um campo existente. Case Explicação Estímulos fiscais Keynesianos durante o New Deal (Weir, 1992) Roosevelt era um empreendedor político e, para sair da Depressão, oxigenou a equipe para pensar novas soluções e mudanças, que encontrariam resistências entre republicanos e democratas conservadores. Como consequencia do trabalho de Eccles, que fhefiou o Federal Reserve Borad, foi possível trazer o keynesianismo das margens para o centro da política federal, usando a intervenção governamental para sair da Depressão. Relações inter-raciais nos EUA de 1950 Uma das questões centrais do Movimento de Direitos Civis era descobrir como mobilizar as pessoas. A que se destacou foi a filosofia do protesto não violento. Foram os líderes específicos de redes preexistentes de grupos religiosos e a abordagem das identidades que desenvolveram essa idéia e a divugaram aos outros. Alfred Chandler´s Case - os mercados economicos como campos Em 1920, as grandes corporações viviam a crise da dificuldade de controle (massa + diversificação de produtos). A partir da análise de Sloan no comando da GM, que tinha dificuldade de gerar cooperação dos diretores, Sloan adotou o MDF, que dividia as unidades em divisões de produto, no qual o controle poderia ser descentralizado, permitindo monitoramento das divisões. ( Era uma forma de integrar o PE com as políticas das unidades de negócio, através do redesenho organizacional para alinhar estratégia e estrutura. Advém dessa noção, as mudanças de liderança regional, fusões, aquisições, alianças, etc) . Case de um setor sem fins lucrativos no séc. XIX A fundação em Boston n final do séc. XIX da Orquestra Sinfônica e do Museu de Arte ilustra a qustão da alta cultura vs baixa cultura. As classes altas buscavam distinçao, mas a visão dominante foi a dos estetas, acadêmicos que acreditavam que o museu deveria adquirir e exibir apenas arte original da mais alta qualidade. A identidade conferia aos que estavam pagando pelo museu, o status de ser de "alta cultura", refoçando a visão de si mesmas como especiais e privilegiadas.