SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 4
Baixar para ler offline
1
TURQUIA RUMO À GUERRA CIVIL?
Fernando Alcoforado*
A atual Turquia foi parte integrante do Império Otomano que durou de 1299 a 1922, e
que compreendia territórios no norte da África, sudeste da Europa e Oriente Médio. O
Império Otomano é considerado a última potência global do mundo islâmico até os dias
atuais. Seu nome é derivado de um de seus mais importantes líderes, Osman I ou Otman
I, o fundador da Dinastia Otomana, que governaria este complexo e poderoso império a
partir de várias capitais, sendo a primeira Söğüt, depois Bursa, Edime e finalmente a
histórica Constantinopla (atual Istambul) tomada ao Império Bizantino em 1453 cuja
conquista marca o fim da Idade Média e início da Idade Moderna. O Império Otomano
foi a única potência muçulmana a desafiar o poderio da Europa Ocidental entre os
séculos XV e XIX.
A conquista otomana de Constantinopla consolidou o status do império como uma força
no sudeste da Europa e no Mediterrâneo oriental. Durante este tempo, o Império
Otomano entrou em um período de conquistas e expansão ampliando suas fronteiras na
Europa e no norte da África. As conquistas em terra foram orientadas pela disciplina e
inovação do exército otomano, e sobre o mar, a marinha otomana ajudou nesta expansão
significativamente. A marinha também bloqueou as principais rotas comerciais
marítimas, em concorrência com as cidades-estado italianas no mar Negro, mar
Egeu e mar Vermelho e com possessões portuguesas no mar Vermelho e Oceano Índico.
O Império Otomano também prosperou economicamente, graças ao seu controle das
rotas de maior tráfego entre a Europa e a Ásia. Este bloqueio sobre o comércio entre a
Europa Ocidental e a Ásia é frequentemente citado como um dos fatores determinantes
para que os reis da Espanha financiassem a viagem de Cristóvão Colombo para
encontrar outra rota de navegação para a Ásia.
A característica marcante do Império Otomano era a tolerância dos otomanos com as
tradições e as religiões dos povos conquistados. Sob a administração do sultão em
Constantinopla, estavam albaneses, sérvios, búlgaros, gregos, romenos, croatas,
árabes, curdos, turcos, berberes, e muitos outros. Tal era a extensão de seu território,
que este se dividia em 29 províncias e numerosos estados vassalos (pertencentes ao
império, mas que haviam chegado a um acordo com o soberano otomano para manter a
estrutura administrativa vigente). Com Solimão, o Magnífico, governante de 1520 a
1566, o Império Otomano tornou-se efetivamente o centro de comunicação entre
Oriente e Ocidente nos próximos quatro séculos.
Nos séculos XVI e XVII, o Império Otomano entra em um lento processo de
decadência. Ao passar o século XIX inteiro perdendo territórios, a instabilidade política
aumenta cada vez mais até que, em 1909, o sultão Abdul Hamid II é deposto por uma
rebelião. A desagregação do Império Otomano continua, com duas guerras balcânicas
entre 1912 e 1913, e as investidas colonialistas da Itália e da França, que acabam com a
presença otomana na Europa e na África. Ao participar da 1ª Guerra Mundial, ao lado
da aliada Alemanha, o Império Otomano é vencido e extinto em 1922, para dar lugar a
uma república, a atual Turquia, fundada por um destacado militar otomano, Mustafá
Kemal, "Atatürk" (seu apelido, que significa "pai dos turcos").
2
Com a derrota sofrida pelo Império Otomano na 1ª Guerra Mundial e a subsequente
partilha de seu território, Atatürk liderou a Guerra de Independência Turca. Após
estabelecer um governo provisório em Ancara, derrotou as forças enviadas pela Tríplice
Entente (aliança militar entre o Reino Unido, a França e o Império Russo). Suas
campanhas militares bem-sucedidas asseguraram a libertação do país e a proclamação
da república que substituiu o antigo governo imperial otomano. Como primeiro
presidente da Turquia, Atatürk adotou um ambicioso programa de reformas políticas,
econômicas e culturais. Como admirador do Iluminismo (movimento intelectual do
século XVIII, caracterizado pela centralidade da ciência e da racionalidade crítica no
questionamento filosófico, que implica recusa a todas as formas de dogmatismo,
especialmente o das doutrinas políticas e religiosas tradicionais), Atatürk procurou
transformar as ruínas do Império Otomano em um Estado democrático e secular. As
reformas de Atatürk costumam ser chamadas de "kemalismo", e continuam a formar a
fundação política do Estado turco moderno, hoje ameaçadas pela ditadura de Recep
Erdogan.
A localização da Turquia, entre a Europa e a Ásia, torna o país geoestrategicamente
importante. A Turquia tem relações estreitas com o Ocidente com sua presença em
organizações como o Conselho da Europa, OTAN, OCDE, OSCE e G20. A Turquia
iniciou as negociações de adesão plena à União Europeia em 2005, da qual é membro
associado desde 1963 e com a qual tem um acordo de união aduaneira desde 1995. A
Turquia aderiu à OTAN em 1952 assegurando suas estreitas relações bilaterais com os
Estados Unidos durante a Guerra Fria. No ambiente pós- Guerra Fria, a importância
geoestratégica da Turquia manteve-se devido à sua proximidade com o Oriente Médio,
Cáucaso e Balcãs.
A tentativa de golpe militar visando a deposição do presidente Erdogan tinha por
objetivo assegurar a manutenção do legado de Atatürk que transformou a Turquia em
um Estado democrático e secular. O conflito aberto entre as Forças Armadas, que
garantem o Estado laico na Turquia, e o governo islâmico do AKP, partido de Erdogan,
já vinha de antes. A islamização da Turquia sob a liderança de Erdogan já estava em
curso. Desde os protestos em massa em 2013 na Praça Taksin em Istambul, a sociedade
turca estava dividida. Em política externa, Erdoğan conseguiu deteriorar as relações
com os parceiros globais e regionais como a crise na Síria ao apoiar os opositores ao
regime de Assad, agudizou as lutas no Curdistão turco, colocando o país em estado de
guerra civil. Com o Egito, Erdogamn, apoiou o general islamita Mohamed Morsi que
foi deposto por tentar islamizar o país.
Com a tentativa de golpe militar e o contragolpe de Erdogan, a Turquia está perdendo,
também, a oportunidade de aderir à União Europeia num futuro previsível, as tensões
com os Estados Unidos cresceram com a questão curda e o abate do bombardeiro russo
na Síria provocou uma crise com o governo russo. Na Turquia, a tese de que o golpe
militar seria contra o totalitarismo do presidente Erdogan, está funcionando ao
contrário, porque ele próprio, agora no contragolpe, reuniu mais forças devido à vitória
rápida, à prisão e execução sumária de opositores, que inclui centenas de soldados,
dezenas de comandantes do exército turco e até mesmo promotores e juízes, e a
censura de dezenas de veículos de mídia considerados “contra o governo”.
O presidente Erdogan utilizou a tentativa de golpe militar de 15 de Julho para lançar um
contragolpe que está encaminhando a Turquia a um estado ditatorial. A mal sucedida
3
tentativa de golpe militar está sendo utilizada para Erdogan como pretexto para eliminar
da cena política inimigos, adversários e hipotéticos futuros oponentes. O expurgo posto
em marcha pelo governo e as consequências políticas internas e externas ainda precisam
ser determinadas com precisão. Erdogan irá reavaliar as dimensões de suas alianças com
os Estados Unidos e com a Arábia Saudita. Ganha força a tese de que a diplomacia turca
mudará a abordagem estratégica em relação à Rússia, ao Irã e ao fronte sírio.
O golpe de estado mal executado colocou o futuro da Turquia exatamente onde Erdogan
mais queria: em suas próprias mãos. O que está se instalando na Turquia é de fato um
regime de exceção. O presidente Recep Tayyip Erdogan aplicou um contragolpe
dizimando o Judiciário, imobilizando o sistema educacional e expurgando as forças de
segurança pública. O governo Erdogan abandonou, de fato, as regras democráticas. De
forma geral, os partidos políticos islamistas, como o de Erdogan, ainda não conseguiram
provar que é possível conviver com o contraditório, até porque a essência da política
serve para construir pontes entre os diferentes e não para impor uma visão autocrática
sobre os demais. Na Turquia, o partido AKP de Erdogan implodiu todo seu capital
político, ético e moral. Nisso tudo, a democracia turca, no leito de morte, será,
convenientemente, sacrificada.
Na Turquia, estão mobilizados os adeptos de Erdogan e seu partido AKP e de todos
partidos de oposição que também se opuseram ao golpe militar. Os partidos de
oposição, por sua vez, combatem o autoritarismo de Erdogan com o lema “nem
autoritarismo, nem ditadura: democracia”. Depois de uma semana de ampla mobilização
dos partidários de Erdogan que celebravam a derrota dos golpistas, a praça Taskim foi
ocupada também pelos partidários do partido CHP, principal partido de oposição e
herdeiro proclamado de Ataturk, fundador da República Turca inspirado no modelo
jacobino sobre os escombros do Império Otomano.
Tudo leva a crer que a Erdogan dará continuidade à perseguição dos partidários do PKK
curdo que lutam pela independência do Curdistão turco, são anti-Erdogan e anti- Estado
Islâmico. Com o contragolpe de Erdogan, os partidários do Estado Islâmico na Turquia
proclamaram vitória contra a coalizão liderada pelos Estados Unidos que deixaram de
dar suporte aos curdos em sua luta contra o Estado Islâmico. Erdogan está contribuindo
com as prisões de militares e policiais a enfraquecer o combate ao terrorismo. Com a
ditadura Erdogan, a Turquia se encaminhará inevitavelmente para o confronto entre, de
um lado, os partidários do legado de Ataturk de defesa do Estado laico e os curdos e, de
outro, os partidários da islamização da Turquia e defensores do Estado Islâmico. Deste
confronto, pode surgir a guerra civil na Turquia que abalará toda a região de
consequências geopolíticas imprevisíveis.
*Fernando Alcoforado, 76, membro da Academia Baiana de Educação, engenheiro e doutor em
Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor
universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento
regional e planejamento de sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São
Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo,
1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do
desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de
Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento
(Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos
Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic
and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft &
Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (P&A Gráfica e
4
Editora, Salvador, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento
global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes
do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012) e Energia no Mundo e no Brasil-
Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015). Possui blog

Mais conteúdo relacionado

Destaque

Destaque (8)

Antiscientific paradigm of economics
Antiscientific paradigm of economicsAntiscientific paradigm of economics
Antiscientific paradigm of economics
 
Science and sustainable development
Science and sustainable developmentScience and sustainable development
Science and sustainable development
 
Cenários da produção e consumo de energia no mundo, no brasil e na bahiua no ...
Cenários da produção e consumo de energia no mundo, no brasil e na bahiua no ...Cenários da produção e consumo de energia no mundo, no brasil e na bahiua no ...
Cenários da produção e consumo de energia no mundo, no brasil e na bahiua no ...
 
Science and advances in information systems
Science and advances in information systemsScience and advances in information systems
Science and advances in information systems
 
A ciência e o desenvolvimento sustentável
A ciência e o desenvolvimento sustentávelA ciência e o desenvolvimento sustentável
A ciência e o desenvolvimento sustentável
 
Science and advancements in psychology
Science and advancements in psychologyScience and advancements in psychology
Science and advancements in psychology
 
Os vários tipos de terrorismo no mundo e como derrotá los
Os vários tipos de terrorismo no mundo e como derrotá losOs vários tipos de terrorismo no mundo e como derrotá los
Os vários tipos de terrorismo no mundo e como derrotá los
 
Turkey toward civil war
Turkey toward civil warTurkey toward civil war
Turkey toward civil war
 

Semelhante a Turquia rumo à guerra civil

Material de apoio1
Material de apoio1Material de apoio1
Material de apoio1
Lucas Grima
 
Ucrânia em ebulição e suas consequências
Ucrânia em ebulição e suas consequênciasUcrânia em ebulição e suas consequências
Ucrânia em ebulição e suas consequências
Roberto Rabat Chame
 
Ucrânia em ebulição e suas consequências
Ucrânia em ebulição e suas consequênciasUcrânia em ebulição e suas consequências
Ucrânia em ebulição e suas consequências
Fernando Alcoforado
 
Uem historia geral (1)
Uem   historia geral (1)Uem   historia geral (1)
Uem historia geral (1)
Ligia Amaral
 
Cap10 1º ano 2013 - política e economia na idade moderna
Cap10   1º ano 2013 - política e economia na idade modernaCap10   1º ano 2013 - política e economia na idade moderna
Cap10 1º ano 2013 - política e economia na idade moderna
Gustavo Cuin
 

Semelhante a Turquia rumo à guerra civil (17)

Grupo 1 Carolina 8º B
Grupo 1 Carolina   8º BGrupo 1 Carolina   8º B
Grupo 1 Carolina 8º B
 
Império Turco-Otomano
Império Turco-OtomanoImpério Turco-Otomano
Império Turco-Otomano
 
A ameaça otomana à europa
A ameaça otomana à europaA ameaça otomana à europa
A ameaça otomana à europa
 
Material de apoio1
Material de apoio1Material de apoio1
Material de apoio1
 
Estado Moderno
Estado ModernoEstado Moderno
Estado Moderno
 
Ucrânia em ebulição e suas consequências
Ucrânia em ebulição e suas consequênciasUcrânia em ebulição e suas consequências
Ucrânia em ebulição e suas consequências
 
Ucrânia em ebulição e suas consequências
Ucrânia em ebulição e suas consequênciasUcrânia em ebulição e suas consequências
Ucrânia em ebulição e suas consequências
 
A Guerra dos 30 anos, a paz de Vestfália e o início das Relações Internaciona...
A Guerra dos 30 anos, a paz de Vestfália e o início das Relações Internaciona...A Guerra dos 30 anos, a paz de Vestfália e o início das Relações Internaciona...
A Guerra dos 30 anos, a paz de Vestfália e o início das Relações Internaciona...
 
Feudalismo
FeudalismoFeudalismo
Feudalismo
 
As Principais Revoluções Liberais
As Principais Revoluções Liberais As Principais Revoluções Liberais
As Principais Revoluções Liberais
 
Uem historia geral (1)
Uem   historia geral (1)Uem   historia geral (1)
Uem historia geral (1)
 
Imperio bizantino
Imperio bizantinoImperio bizantino
Imperio bizantino
 
Revolução Inglesa
Revolução InglesaRevolução Inglesa
Revolução Inglesa
 
Revolução inglesa ii
Revolução inglesa iiRevolução inglesa ii
Revolução inglesa ii
 
O mundo rumo a nova idade das trevas
O mundo rumo a nova idade das trevasO mundo rumo a nova idade das trevas
O mundo rumo a nova idade das trevas
 
01_03_espaço_civliziçacional_a_beira_mudança.pdf
01_03_espaço_civliziçacional_a_beira_mudança.pdf01_03_espaço_civliziçacional_a_beira_mudança.pdf
01_03_espaço_civliziçacional_a_beira_mudança.pdf
 
Cap10 1º ano 2013 - política e economia na idade moderna
Cap10   1º ano 2013 - política e economia na idade modernaCap10   1º ano 2013 - política e economia na idade moderna
Cap10 1º ano 2013 - política e economia na idade moderna
 

Mais de Fernando Alcoforado

O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO
O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO   O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO
O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO
Fernando Alcoforado
 
L'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIEN
L'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIENL'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIEN
L'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIEN
Fernando Alcoforado
 
LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?
LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?
LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?
Fernando Alcoforado
 
INONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL
INONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIALINONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL
INONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL
Fernando Alcoforado
 

Mais de Fernando Alcoforado (20)

O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO
O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO   O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO
O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO
 
L'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIEN
L'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIENL'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIEN
L'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIEN
 
LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?
LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?
LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?
 
AQUECIMENTO GLOBAL, MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HU...
AQUECIMENTO GLOBAL, MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HU...AQUECIMENTO GLOBAL, MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HU...
AQUECIMENTO GLOBAL, MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HU...
 
GLOBAL WARMING, GLOBAL CLIMATE CHANGE AND ITS IMPACTS ON HUMAN HEALTH
GLOBAL WARMING, GLOBAL CLIMATE CHANGE AND ITS IMPACTS ON HUMAN HEALTHGLOBAL WARMING, GLOBAL CLIMATE CHANGE AND ITS IMPACTS ON HUMAN HEALTH
GLOBAL WARMING, GLOBAL CLIMATE CHANGE AND ITS IMPACTS ON HUMAN HEALTH
 
LE RÉCHAUFFEMENT CLIMATIQUE, LE CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL ET SES IMPACTS ...
LE RÉCHAUFFEMENT CLIMATIQUE, LE CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL ET SES IMPACTS ...LE RÉCHAUFFEMENT CLIMATIQUE, LE CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL ET SES IMPACTS ...
LE RÉCHAUFFEMENT CLIMATIQUE, LE CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL ET SES IMPACTS ...
 
INONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL
INONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIALINONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL
INONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL
 
CITY FLOODS AND GLOBAL CLIMATE CHANGE
CITY FLOODS AND GLOBAL CLIMATE CHANGECITY FLOODS AND GLOBAL CLIMATE CHANGE
CITY FLOODS AND GLOBAL CLIMATE CHANGE
 
INUNDAÇÕES DAS CIDADES E MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL
INUNDAÇÕES DAS CIDADES E MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBALINUNDAÇÕES DAS CIDADES E MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL
INUNDAÇÕES DAS CIDADES E MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL
 
CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE SÃO AS ESCOLHAS DO POVO BRASILEIRO NAS ELEIÇÕES DE 2022
CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE SÃO AS ESCOLHAS DO POVO BRASILEIRO NAS ELEIÇÕES DE 2022 CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE SÃO AS ESCOLHAS DO POVO BRASILEIRO NAS ELEIÇÕES DE 2022
CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE SÃO AS ESCOLHAS DO POVO BRASILEIRO NAS ELEIÇÕES DE 2022
 
CIVILISATION OU BARBARIE SONT LES CHOIX DU PEUPLE BRÉSILIEN AUX ÉLECTIONS DE ...
CIVILISATION OU BARBARIE SONT LES CHOIX DU PEUPLE BRÉSILIEN AUX ÉLECTIONS DE ...CIVILISATION OU BARBARIE SONT LES CHOIX DU PEUPLE BRÉSILIEN AUX ÉLECTIONS DE ...
CIVILISATION OU BARBARIE SONT LES CHOIX DU PEUPLE BRÉSILIEN AUX ÉLECTIONS DE ...
 
CIVILIZATION OR BARBARISM ARE THE CHOICES OF THE BRAZILIAN PEOPLE IN THE 2022...
CIVILIZATION OR BARBARISM ARE THE CHOICES OF THE BRAZILIAN PEOPLE IN THE 2022...CIVILIZATION OR BARBARISM ARE THE CHOICES OF THE BRAZILIAN PEOPLE IN THE 2022...
CIVILIZATION OR BARBARISM ARE THE CHOICES OF THE BRAZILIAN PEOPLE IN THE 2022...
 
COMO EVITAR A PREVISÃO DE STEPHEN HAWKING DE QUE A HUMANIDADE SÓ TEM MAIS 100...
COMO EVITAR A PREVISÃO DE STEPHEN HAWKING DE QUE A HUMANIDADE SÓ TEM MAIS 100...COMO EVITAR A PREVISÃO DE STEPHEN HAWKING DE QUE A HUMANIDADE SÓ TEM MAIS 100...
COMO EVITAR A PREVISÃO DE STEPHEN HAWKING DE QUE A HUMANIDADE SÓ TEM MAIS 100...
 
COMMENT ÉVITER LA PRÉVISION DE STEPHEN HAWKING QUE L'HUMANITÉ N'A QUE 100 ANS...
COMMENT ÉVITER LA PRÉVISION DE STEPHEN HAWKING QUE L'HUMANITÉ N'A QUE 100 ANS...COMMENT ÉVITER LA PRÉVISION DE STEPHEN HAWKING QUE L'HUMANITÉ N'A QUE 100 ANS...
COMMENT ÉVITER LA PRÉVISION DE STEPHEN HAWKING QUE L'HUMANITÉ N'A QUE 100 ANS...
 
THE GREAT FRENCH REVOLUTION THAT CHANGED THE WORLD
THE GREAT FRENCH REVOLUTION THAT CHANGED THE WORLDTHE GREAT FRENCH REVOLUTION THAT CHANGED THE WORLD
THE GREAT FRENCH REVOLUTION THAT CHANGED THE WORLD
 
LA GRANDE RÉVOLUTION FRANÇAISE QUI A CHANGÉ LE MONDE
LA GRANDE RÉVOLUTION FRANÇAISE QUI A CHANGÉ LE MONDE LA GRANDE RÉVOLUTION FRANÇAISE QUI A CHANGÉ LE MONDE
LA GRANDE RÉVOLUTION FRANÇAISE QUI A CHANGÉ LE MONDE
 
A GRANDE REVOLUÇÃO FRANCESA QUE MUDOU O MUNDO
A GRANDE REVOLUÇÃO FRANCESA QUE MUDOU O MUNDOA GRANDE REVOLUÇÃO FRANCESA QUE MUDOU O MUNDO
A GRANDE REVOLUÇÃO FRANCESA QUE MUDOU O MUNDO
 
O TARIFAÇO DE ENERGIA É SINAL DE INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL NO PLANEJAM...
O TARIFAÇO DE ENERGIA É SINAL DE INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL NO PLANEJAM...O TARIFAÇO DE ENERGIA É SINAL DE INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL NO PLANEJAM...
O TARIFAÇO DE ENERGIA É SINAL DE INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL NO PLANEJAM...
 
LES RÉVOLUTIONS SOCIALES, LEURS FACTEURS DÉCLENCHEURS ET LE BRÉSIL ACTUEL
LES RÉVOLUTIONS SOCIALES, LEURS FACTEURS DÉCLENCHEURS ET LE BRÉSIL ACTUELLES RÉVOLUTIONS SOCIALES, LEURS FACTEURS DÉCLENCHEURS ET LE BRÉSIL ACTUEL
LES RÉVOLUTIONS SOCIALES, LEURS FACTEURS DÉCLENCHEURS ET LE BRÉSIL ACTUEL
 
SOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZIL
SOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZILSOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZIL
SOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZIL
 

Turquia rumo à guerra civil

  • 1. 1 TURQUIA RUMO À GUERRA CIVIL? Fernando Alcoforado* A atual Turquia foi parte integrante do Império Otomano que durou de 1299 a 1922, e que compreendia territórios no norte da África, sudeste da Europa e Oriente Médio. O Império Otomano é considerado a última potência global do mundo islâmico até os dias atuais. Seu nome é derivado de um de seus mais importantes líderes, Osman I ou Otman I, o fundador da Dinastia Otomana, que governaria este complexo e poderoso império a partir de várias capitais, sendo a primeira Söğüt, depois Bursa, Edime e finalmente a histórica Constantinopla (atual Istambul) tomada ao Império Bizantino em 1453 cuja conquista marca o fim da Idade Média e início da Idade Moderna. O Império Otomano foi a única potência muçulmana a desafiar o poderio da Europa Ocidental entre os séculos XV e XIX. A conquista otomana de Constantinopla consolidou o status do império como uma força no sudeste da Europa e no Mediterrâneo oriental. Durante este tempo, o Império Otomano entrou em um período de conquistas e expansão ampliando suas fronteiras na Europa e no norte da África. As conquistas em terra foram orientadas pela disciplina e inovação do exército otomano, e sobre o mar, a marinha otomana ajudou nesta expansão significativamente. A marinha também bloqueou as principais rotas comerciais marítimas, em concorrência com as cidades-estado italianas no mar Negro, mar Egeu e mar Vermelho e com possessões portuguesas no mar Vermelho e Oceano Índico. O Império Otomano também prosperou economicamente, graças ao seu controle das rotas de maior tráfego entre a Europa e a Ásia. Este bloqueio sobre o comércio entre a Europa Ocidental e a Ásia é frequentemente citado como um dos fatores determinantes para que os reis da Espanha financiassem a viagem de Cristóvão Colombo para encontrar outra rota de navegação para a Ásia. A característica marcante do Império Otomano era a tolerância dos otomanos com as tradições e as religiões dos povos conquistados. Sob a administração do sultão em Constantinopla, estavam albaneses, sérvios, búlgaros, gregos, romenos, croatas, árabes, curdos, turcos, berberes, e muitos outros. Tal era a extensão de seu território, que este se dividia em 29 províncias e numerosos estados vassalos (pertencentes ao império, mas que haviam chegado a um acordo com o soberano otomano para manter a estrutura administrativa vigente). Com Solimão, o Magnífico, governante de 1520 a 1566, o Império Otomano tornou-se efetivamente o centro de comunicação entre Oriente e Ocidente nos próximos quatro séculos. Nos séculos XVI e XVII, o Império Otomano entra em um lento processo de decadência. Ao passar o século XIX inteiro perdendo territórios, a instabilidade política aumenta cada vez mais até que, em 1909, o sultão Abdul Hamid II é deposto por uma rebelião. A desagregação do Império Otomano continua, com duas guerras balcânicas entre 1912 e 1913, e as investidas colonialistas da Itália e da França, que acabam com a presença otomana na Europa e na África. Ao participar da 1ª Guerra Mundial, ao lado da aliada Alemanha, o Império Otomano é vencido e extinto em 1922, para dar lugar a uma república, a atual Turquia, fundada por um destacado militar otomano, Mustafá Kemal, "Atatürk" (seu apelido, que significa "pai dos turcos").
  • 2. 2 Com a derrota sofrida pelo Império Otomano na 1ª Guerra Mundial e a subsequente partilha de seu território, Atatürk liderou a Guerra de Independência Turca. Após estabelecer um governo provisório em Ancara, derrotou as forças enviadas pela Tríplice Entente (aliança militar entre o Reino Unido, a França e o Império Russo). Suas campanhas militares bem-sucedidas asseguraram a libertação do país e a proclamação da república que substituiu o antigo governo imperial otomano. Como primeiro presidente da Turquia, Atatürk adotou um ambicioso programa de reformas políticas, econômicas e culturais. Como admirador do Iluminismo (movimento intelectual do século XVIII, caracterizado pela centralidade da ciência e da racionalidade crítica no questionamento filosófico, que implica recusa a todas as formas de dogmatismo, especialmente o das doutrinas políticas e religiosas tradicionais), Atatürk procurou transformar as ruínas do Império Otomano em um Estado democrático e secular. As reformas de Atatürk costumam ser chamadas de "kemalismo", e continuam a formar a fundação política do Estado turco moderno, hoje ameaçadas pela ditadura de Recep Erdogan. A localização da Turquia, entre a Europa e a Ásia, torna o país geoestrategicamente importante. A Turquia tem relações estreitas com o Ocidente com sua presença em organizações como o Conselho da Europa, OTAN, OCDE, OSCE e G20. A Turquia iniciou as negociações de adesão plena à União Europeia em 2005, da qual é membro associado desde 1963 e com a qual tem um acordo de união aduaneira desde 1995. A Turquia aderiu à OTAN em 1952 assegurando suas estreitas relações bilaterais com os Estados Unidos durante a Guerra Fria. No ambiente pós- Guerra Fria, a importância geoestratégica da Turquia manteve-se devido à sua proximidade com o Oriente Médio, Cáucaso e Balcãs. A tentativa de golpe militar visando a deposição do presidente Erdogan tinha por objetivo assegurar a manutenção do legado de Atatürk que transformou a Turquia em um Estado democrático e secular. O conflito aberto entre as Forças Armadas, que garantem o Estado laico na Turquia, e o governo islâmico do AKP, partido de Erdogan, já vinha de antes. A islamização da Turquia sob a liderança de Erdogan já estava em curso. Desde os protestos em massa em 2013 na Praça Taksin em Istambul, a sociedade turca estava dividida. Em política externa, Erdoğan conseguiu deteriorar as relações com os parceiros globais e regionais como a crise na Síria ao apoiar os opositores ao regime de Assad, agudizou as lutas no Curdistão turco, colocando o país em estado de guerra civil. Com o Egito, Erdogamn, apoiou o general islamita Mohamed Morsi que foi deposto por tentar islamizar o país. Com a tentativa de golpe militar e o contragolpe de Erdogan, a Turquia está perdendo, também, a oportunidade de aderir à União Europeia num futuro previsível, as tensões com os Estados Unidos cresceram com a questão curda e o abate do bombardeiro russo na Síria provocou uma crise com o governo russo. Na Turquia, a tese de que o golpe militar seria contra o totalitarismo do presidente Erdogan, está funcionando ao contrário, porque ele próprio, agora no contragolpe, reuniu mais forças devido à vitória rápida, à prisão e execução sumária de opositores, que inclui centenas de soldados, dezenas de comandantes do exército turco e até mesmo promotores e juízes, e a censura de dezenas de veículos de mídia considerados “contra o governo”. O presidente Erdogan utilizou a tentativa de golpe militar de 15 de Julho para lançar um contragolpe que está encaminhando a Turquia a um estado ditatorial. A mal sucedida
  • 3. 3 tentativa de golpe militar está sendo utilizada para Erdogan como pretexto para eliminar da cena política inimigos, adversários e hipotéticos futuros oponentes. O expurgo posto em marcha pelo governo e as consequências políticas internas e externas ainda precisam ser determinadas com precisão. Erdogan irá reavaliar as dimensões de suas alianças com os Estados Unidos e com a Arábia Saudita. Ganha força a tese de que a diplomacia turca mudará a abordagem estratégica em relação à Rússia, ao Irã e ao fronte sírio. O golpe de estado mal executado colocou o futuro da Turquia exatamente onde Erdogan mais queria: em suas próprias mãos. O que está se instalando na Turquia é de fato um regime de exceção. O presidente Recep Tayyip Erdogan aplicou um contragolpe dizimando o Judiciário, imobilizando o sistema educacional e expurgando as forças de segurança pública. O governo Erdogan abandonou, de fato, as regras democráticas. De forma geral, os partidos políticos islamistas, como o de Erdogan, ainda não conseguiram provar que é possível conviver com o contraditório, até porque a essência da política serve para construir pontes entre os diferentes e não para impor uma visão autocrática sobre os demais. Na Turquia, o partido AKP de Erdogan implodiu todo seu capital político, ético e moral. Nisso tudo, a democracia turca, no leito de morte, será, convenientemente, sacrificada. Na Turquia, estão mobilizados os adeptos de Erdogan e seu partido AKP e de todos partidos de oposição que também se opuseram ao golpe militar. Os partidos de oposição, por sua vez, combatem o autoritarismo de Erdogan com o lema “nem autoritarismo, nem ditadura: democracia”. Depois de uma semana de ampla mobilização dos partidários de Erdogan que celebravam a derrota dos golpistas, a praça Taskim foi ocupada também pelos partidários do partido CHP, principal partido de oposição e herdeiro proclamado de Ataturk, fundador da República Turca inspirado no modelo jacobino sobre os escombros do Império Otomano. Tudo leva a crer que a Erdogan dará continuidade à perseguição dos partidários do PKK curdo que lutam pela independência do Curdistão turco, são anti-Erdogan e anti- Estado Islâmico. Com o contragolpe de Erdogan, os partidários do Estado Islâmico na Turquia proclamaram vitória contra a coalizão liderada pelos Estados Unidos que deixaram de dar suporte aos curdos em sua luta contra o Estado Islâmico. Erdogan está contribuindo com as prisões de militares e policiais a enfraquecer o combate ao terrorismo. Com a ditadura Erdogan, a Turquia se encaminhará inevitavelmente para o confronto entre, de um lado, os partidários do legado de Ataturk de defesa do Estado laico e os curdos e, de outro, os partidários da islamização da Turquia e defensores do Estado Islâmico. Deste confronto, pode surgir a guerra civil na Turquia que abalará toda a região de consequências geopolíticas imprevisíveis. *Fernando Alcoforado, 76, membro da Academia Baiana de Educação, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (P&A Gráfica e
  • 4. 4 Editora, Salvador, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012) e Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015). Possui blog