O documento discute os desafios econômicos de Salvador, incluindo seu baixo PIB per capita e taxa de desemprego elevada. A economia de Salvador depende fortemente do setor de serviços, especialmente turismo e imobiliário. Diversas iniciativas são propostas para promover o desenvolvimento econômico, como incentivar exportações, pequena indústria, turismo, serviços e expansão imobiliária.
SOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZIL
Os desafios da economia de salvador
1. 1
OS DESAFIOS DA ECONOMIA DE SALVADOR
Fernando Alcoforado*
Salvador é uma metrópole regional de baixa renda com indicadores econômicos bem
abaixo das metrópoles e regiões metropolitanas do Sul e Sudeste do Brasil. Salvador é a
capital brasileira de maior desemprego e menor renda. Dados da FIPE (Estudos
Econômicos - Caracterização Atual. Audiência Pública. 2015) informam que Salvador
é, entre as capitais do Brasil, a que apresenta o mais baixo PIB per capita e a mais baixa
taxa de crescimento do PIB. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
revela que, em março de 2015, a quantidade de pessoas desempregadas sobre a
população economicamente ativa subiu de 9,2% para 12% em Salvador e Região
Metropolitana (RMS).
Na formação do PIB de Salvador, a agropecuária contribui com 0,06%, a indústria com
20,99% e os serviços com 78,94%. Percebe-se, portanto que Salvador é uma cidade
predominantemente de serviços. A economia de Salvador é, indiscutivelmente, uma
economia de serviços fortemente apoiada no turismo, no setor imobiliário e serviços das
mais diversas naturezas. Diferentemente da visão de alguns estudiosos da economia de
Salvador que advogam a tese de que é possível pensar o desenvolvimento da cidade de
forma relativamente autônoma em relação ao parque industrial da RMS, trata-se de uma
visão equivocada haja vista a possibilidade de estruturar uma matriz de serviços em
Salvador para atender as necessidades dos municípios da RMS.
Para desenvolver a economia de Salvador, deve-se incrementar a atividade econômica
do município incentivando a exportação de bens e serviços para os municípios da Bahia
e para outras regiões do Brasil e a produção em Salvador de bens e serviços importados
de outras partes do Brasil e do exterior para elevar o PIB, reduzir a taxa de desemprego
e elevar o nível de renda da população de Salvador. Além disso, deve-se incentivar o
desenvolvimento da pequena indústria urbana de alimentos, materiais de construção,
construção residencial, mobiliário, gráficas e a expansão de serviços pessoais, dos
serviços imobiliários, do varejo de bairro, bem como do comércio de materiais de
construção.
É preciso, também, incrementar o turismo envidando esforços para atrair grupos
internacionais interessados, sobretudo, na realização de investimentos na área de
hospedagem/equipamentos de lazer, construção de hotéis, resorts e pousadas em
Salvador, divulgar amplamente no Brasil e no exterior o Carnaval de Salvador para
atrair o máximo de turistas e envidar esforços para tornar os empreendimentos turísticos
localizados em Salvador mais atrativos do que os existentes no Litoral Norte. É preciso,
também, incentivar a expansão imobiliária em Salvador com a concessão de incentivos
fiscais para quem constrói e para o comprador dos imóveis, promover a aglutinação em
Salvador de serviços das mais diversas naturezas para atender a Região Metropolitana
de Salvador onde se concentra um robusto parque produtivo e incrementar em Salvador
os serviços empresariais – business services ou, mais precisamente, business-to-
business services (B2B) – para se constituírem na coluna vertebral da economia
soteropolitana no século XXI.
2. 2
Estas são as iniciativas que deveriam ser levadas avante para promover o
desenvolvimento da economia de Salvador no momento atual. Urge que os setores de
turismo, imobiliário e de serviços se mobilizem para traçar em conjunto com os
governos do Estado e do Município de Salvador e a Sociedade Civil estratégias
conjuntas para fazerem frente às ameaças que pairam sobre o desenvolvimento de
Salvador e aproveitar as potencialidades econômicas existentes.
* Fernando Alcoforado, 75, membro da Academia Baiana de Educação, engenheiro e doutor em
Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor
universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento
regional e planejamento de sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São
Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo,
1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do
desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,
http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel,
São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era
Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social
Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG,
Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (P&A Gráfica e Editora,
Salvador, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global
(Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do
Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012) e Energia no Mundo e no Brasil-
Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015).