O documento celebra 105 anos da Umbanda e discute seu crescimento e evolução ao longo do tempo, apesar da perseguição inicial. Também destaca a fundação de terreiros importantes como a Tenda Espírita Mirim e a presença crescente de jovens na religião.
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
105 anos da Umbanda
1. Rio de Janeiro, Novembro de 2013. Ano VI - Número 71. Site: http://www.falangeirosdaaruanda.org.br
105 anos para celebrar
Parece que foi ontem que vivíamos a grande expectativa pelos 100 anos
da Umbanda. Foi em 2008 e irmãos umbandistas de todo o país (e até mesmo do
mundo), independentemente de suas vertentes ou influências, se uniram para as comemorações do centenário do dia em que o
Caboclo das Sete Encruzilhadas anunciou
a criação de uma nova religião, em Niterói
(agora São Gonçalo), no dia 15 de novembro. Talvez tenha sido o mais importante
movimento de comunhão na recente história da Umbanda.
Embora seja uma senhora de 105
anos, a Umbanda é muito nova se comparada a outras milenares religiões, como o
Islamismo, o Budismo, o Catolicismo, o
Judaísmo, entre outras. Até mesmo frente
ao Espiritismo kardequiano, estamos mais
de um século atrás.
Nesse pouco mais de cem anos, a
Umbanda foi de tudo um pouco. Primeiramente perseguida, sendo os terreiros fechados violentamente, com imagens quebradas e muitos dirigentes e médiuns presos.
Mesmo assim, a Umbanda cresceu em sua
simplicidade, e muitos terreiros se tornaram referência para a nossa religião, como
é o caso da Tenda Espírita Mirim, fundada em 1924 por ordem do Caboclo Mirim,
que criou a Escola Doutrinária seguida pela
SEFA.
E nossa Umbanda chega à celebração de mais um ano de fundação no plano
terrestre com o frescor de um adolescente:
hoje, é comum vermos jovens nos terreiros,
grande renovação do quadro mediúnico e
novas Casas sendo fundadas Brasil afora.
Linha do tempo
Umbandista
1888 - Primeiras
manifestações de
espíritos anunciam
1908 - Fundação a Umbanda.
da Umbanda pelo
Caboclo das Sete
Encruzilhadas.
1920 - Primeira
incorporação do
1924 - Fundada Caboclo Mirim.
a Tenda Espírita
Mirim, em 13 de
1939 - Criação da
Outubro.
Federação Espírita
1941 - Realizado de Umbanda.
o 1º Congresso
de Umbanda.
1947 - Fundada a
União Espiritista
1952 - Terreiros de Umbanda do
se unem para Brasil - UEUB.
criar o Primado
de Umbanda.
1961 - O Hino da
Umbanda é apresentado, durante o
1975 - Morre Zé2º Congresso.
lio Fernandino,
médium do Caboclo das Sete 1980 - Surgem as
Igrejas Neo-petenEncruzilhadas.
costais com forte
2009 - Dia 15 oposição ao culto
de Novembro é de Umbanda
declarado
ofi- 2013 - Depende de
cialmente o Dia cada um de nós a
Nacional da Um- continuação dessa
banda.
linha.
Realizamos as nossas sessões à Rua Manuel Vitorino, 420, Piedade. Veja o nosso calendário na pág. 04.
2. 2
Editorial
Saudade é uma palavra que só
existe na Língua Portuguesa. E é difícil de
se explicar. Apenas quem a sente pode dizer da sensação de ter saudade de alguma
coisa, de uma época, ou de alguém.
Existe a saudade que podemos
curar, mas a saudade daqueles que partiram
jamais cala nosso coração.
Tem dias que a vontade é de
apenas ouvir a voz. Sim, aquela voz que
sempre nos chamava atenção, aquela voz
que por várias vezes nos deu palavras de
conforto e carinho. O tempo passa mas o
amor intenso, a vontade de estar perto, de
abraçar, de apertar e dizer o quanto ama e o
quanto daria tudo para ter só mais um instante.
Por isso é importante amar os nossos irmãos enquanto eles estão entre nós.
Porque ao final da jornada de cada um aqui
na Terra, carregaremos conosco o dever
cumprido, porque amamos verdadeiramente e intensamente.
Caboclo Sete Estrelas nos orienta
a lembrarmos dos nossos irmãos que partiram com saudade, mas não alimentemos
a tristeza. Ao contrário, é necessário que
vibremos para os espíritos daqueles que
retornam ao Plano Espiritual. Assim, transmitimos a eles a energia que precisam para
seguirem o seu caminho com tranquilidade
e equilíbrio.
Por isso, por mais que tenhamos
saudade, nunca vamos deixar que esta saudade escravize os nossos pensamentos porque não estaremos ajudando nossos entes
queridos a evoluir.
A morte não existe, pois o espírito
não morre. Mas o que existe na verdade é a
morte do corpo fisíco, para que a vida possa continuar em outro Plano.
CCT Cristiano Queiroz
Dirigente da SEFA
Nossa Seara
Novembro de 2013
PONTO DE VISTA
Templo
informal X
Por Alexandre Cumino
Instituição
Religiosa
A maioria dos Templos de Umbanda tem início em um trabalho doméstico
e familiar. Isto quer dizer que os Terreiros,
Centros e Tendas de Umbanda começam
como um trabalho mediúnico particular,
o médium começa a incorporar seus guias
em casa e assim surge uma relação viva e
duradoura deste médium com as entidades
que lhe assistem e o acompanham em sua
encarnação. Nasce um caso de amor, não
é mais possível viver sem a presença de
mestres e mentores
tão amados como
nossos guias.
Enquanto
existe ainda um pequeno grupo familiar atendendo parentes e amigos, o
que temos é apenas
a expressão de sua
espiritualidade e de
sua
religiosidade
familiar. A constituição garante a liberdade religiosa, todos
são livres para expressar sua religiosidade.
No entanto, quando se começa a estruturar
um Templo Religioso, este trabalho deixa
de ser algo familiar e passa a ser uma organização religiosa.
Todos que começam um trabalho religioso, com o tempo, começam a se
preocupar com regularização e legalidade.
É comum procurar uma federação ou um
contador para fazer um estatuto e se registrar em cartório, o que caracteriza sua
personalidade jurídica. Pronto, agora existe
um Templo de Umbanda, isto é uma personalidade jurídica, quer dizer que agora
possui um CNPJ e deve passar a fazer sua
contabilidade. Mesmo que não tenha fins
lucrativos, que não haja movimentação financeira, é obrigatório prestar conta como
fazem todas as instituições.
Caso ainda esteja fazendo um
trabalho familiar, é fundamental respeitar
os vizinhos, evitando fazer muito barulho,
evitando confusão e algazarra na rua e respeitando o horário. Procure ter um comportamento ético e de bom senso, não adianta
reclamar de preconceito, dizer que somos
discriminados, se ainda não fazemos a lição
de casa. É possível permanecer
com um trabalho
de Umbanda em
casa
enquanto
este trabalho é
apenas um grupo
ou núcleo familiar atendendo
parentes e amigos. A partir do
momento em que
se torna um Templo, uma organização, com atendimentos
públicos, abertos e frequentes, é preciso
começar a se organizar também de forma
social e não apenas de forma espiritual ou
religiosa.
Pense nisso: Um Templo é uma
personalidade jurídica. Temos direitos e
deveres, e quem só pensa em seus direitos
fatalmente esbarrará com seus deveres não
cumpridos. Vivemos em uma sociedade
que possui regras, informe-se destas regras
para um bom convívio e para evitar problemas futuros.
Alexandre Cumino é sacerdote umbandista, e publicou este artigo no site do Colégio de Umbanda Sagrada Pena Branca, do
qual é diretor.
Expediente
Equipe Nossa Seara
Regras para publicação
Seara Espiritualista
Falangeiros da Aruanda
Editor-chefe
Paulo Henrique Brazão
Editor Assistente
Cristiano Queiroz
Textos
Paulo Henrique Brazão, Cristiano
Queiroz
Diagramação
Paulo Henrique Brazão
Os artigos da seção “Ponto de Vista” são
de responsabilidade de seus respectivos
autores e não necessariamente refletem,
na íntegra, a opinião do jornal ou da
Seara Espiritualista Falangeiros da
Aruanda. Para enviar textos ou
sugestões, basta escrever para
falangeirosdaaruanda@yahoo.com.br.
Organização Religiosa
Fundada em 14 de abril de 2007
CNPJ 13.181.237/0001-68
Presidente
CCT Cristiano Queiroz
Não adianta reclamar
de preconceito, se não
fazemos a lição de
casa
3. Novembro de 2013
Nossa Seara
3
União sob a Luz de Aruanda
Terreiro de Barra Mansa celebra oito anos de fundação e reúne tendas co-irmãs
Pelo segundo ano
consecutivo, a Seara Espiritualista Falangeiros da
Aruanda (SEFA) marcou
presença no aniversário da
Fraternidade Umbandista
Luz de Aruanda (FULA),
terreiro cuja sede fica em
Barra Mansa, no interior do
Estado do Rio. Completando oito anos de fundação,
sob o comando do Caboclo
Jaguari e do Vovô Pedro,
através do CCT Sérgio Navarro, a FULA recebeu diversos terreiros co-irmãos
para a celebração, inclusive a cúpula do Primado
de Umbanda, federação da
qual faz parte.
“Nunca vi a Luz
de Aruanda tão cheia como
hoje, Muito obrigado, meus irmãos, por me
proporcionarem isso nessa data tão bonita”,
declarou o CCT Sérgio.
Contando com o apoio do SCCT
Luis Henrique Costa, da Tenda de Umbanda Lírio de Aruanda (TULA) no cerimonial
e dos MGs da SEFA,
Paulo Henrique e Júlio
Henrique, na curimba,
a gira seguiu firme até
o fim. Pela SEFA, ainda participaram da gira
as SCTs Cristiana Oliveira e Thaís Soares.
O ponto alto da
festa foi a bênção do
bolo, com a chegada
das ibejadas em meio
aos pretos velhos. Ao
fim, o bolo foi partido
e servido a médiuns,
assistentes e visitantes. Antes de pegar a
estrada para voltar ao
Rio de Janeiro ou rumar para São Paulo, de
onde vieram a maior
parte dos participantes, todos ainda participaram de um lanche
coletivo, com direito a parabéns à MG da
FULA, a também aniversariante Grace.
Notas
Solenidade
No dia 19 de novembro será realizada na Assembleia Legislativa do Estado
do Rio de Janeiro uma solenidade oficial
comemorativa do Dia Nacional da Umbanda (15/11). O evento terá início às 18 horas,
no plenário da Alerj, Palácio Tiradentes,
que fica na Praça Quinze, no Centro do Rio
de Janeiro.
Aniversário
No dia 15 de Novembro quem
também comemora são os irmãos do Templo de Umbanda Olhos de Lince. Localizado em Magé/RJ, o terreiro completa seis
anos de fundação.
Soprando velinhas
07 Rejane Santos
15 Michel Silvestre
21 Júlia Gonçalves
A gira em homenagem a Crisprim e Crispiniano, no fim de outubro, contou também
com um momento muito especial: a médium da SEFA Cláudia Hortega e seu marido,
Cláudio Rocha, receberam bênçãos pela celebração de suas Bodas de Prata. O casal
lembrou um pouco da sua trajetória nesses 25 anos de união e refez os seus votos de
companheirismo para os tempos que estão por vir. Participaram da celebração os
também médiuns da SEFA e filhos do casal, Caio e Júlia Gonçalves. Ao fim da corrente, o casal recebeu um abraço de todos os caboclos que estavam incorporados.
4. 4
Nossa Seara
Novembro de 2013
Vida, carreira e religiosidade
Biografia mostra a trajetória de Chica Xavier na arte, na família e na Umbanda
Calendário
Bá, Inácia, Setembrina,
Nhá Rita... São mais de 50 personagens em novelas, a maioria
deles trazendo a feição maternal
e uma religiosidade estampada
nos olhos dessa atriz baiana, que
se consagrou na TV, no cinema e
também no teatro, onde começou
a sua carreira. Estamos falando
de Chica Xavier, que tem agora
a sua biografia publicada no livro
“Chica Xavier - Mãe do Brasil”,
da escritora Teresa Montero.
Tudo começou em
1956, na peça “Orfeu da Conceição”, onde Chica interpretou
a Dama Negra. Para realizar o
sonho de ser atriz, Chica deixou
sua família e veio para o Rio para
estudar “a arte de fazer arte”,
como expressa a atriz. Antes
da viagem, ainda em Salvador,
Chica conheceu um outro amor:
o marido Clementino Kelé, que
também é ator, e com quem Chica tem uma relação de casamento e companheirismo.
A religiosidade sempre
esteve muito presente na vida
dessa filha de Iansã. Seguidora da Umbanda, Chica é fundadora e dirigente espiritual
da Irmandade do Cercado do Boiadeiro há
aproximadamente 34 anos.
Para acolher todos os filhos de
santo, Chica precisava de uma casa. O apar-
tamento no Humaitá, onde a atriz morava,
não dava conta. E foi Exú, o mensageiro,
quem levou Chica para Sepetiba, onde o
terreiro está localizado, bem ao lado de sua
casa, um aconchegante sítio onde a energia
dos Orixás está presente em cada elemento
Novembro
da natureza distribuídos por todos
os espaços.
Os encontros espirituais costumam acontecer uma vez por mês e
são sempre restritos a amigos e familiares. Mas, atualmente, também
são comandados por Luana Xavier,
neta de Chica, já escolhida como
sua sucessora pelo caboclo Boiadeiro, mentor da casa.
“Em algumas cenas que fiz, ligadas à religião, as pessoas ficaram
arrepiadas no estúdio”, lembra.
Foi o caso do teste para viver a
mãe de santo Magé Bassã, na minissérie “Tenda dos Milagres” (1985).
“Cantei a cantiga de Exú durante o teste. Consegui o papel”, festeja
ela, até então vista como muito nova
para a personagem.
“A partir de ‘Tenda dos Milagres’, ela começou a ser chamada
para papéis ligados às religiões de
matrizes africanas”, observa Bela
D’Oxóssi, uma das filhas de Chica.
A SEFA esteve presente em
algumas reuniões do Cercado de
Boiadeiro, e mantem uma relação
próxima com os irmãos do terreiro.
“Me sinto privilegiado, como dirigente de Umbanda e também como artista
de conhecer Mãe Chica, que com sua simplicidade e sua doçura, nos ensina muito
tanto na arte como na religião”, declara o
CCT Cristiano Queiroz.
Dezembro
02 (Sáb) - 16h - Desenvolvimento (Fechado)
06 (4ª feira) - 20h - Passe e Irradiação*
04 (4ª feira) - 20h - Passe e Irradiação
09 (Sáb) - 16h - Ciganos e Povo do Oriente
07 (Sáb) - 16h - Louvação a Oxum e Iansã
13 (4ª feira) - 20h - Consulta com Pretos Velhos
11 (4ª feira) - 20h - Povo Trabalhador (Exu)
17 (Dom) - 15h - Gira Mensal
15 (Dom) - 15h - Gira de Encerramento
20 (4ª feira) - 20h - Consulta com Caboclos
23 (Sáb) - 16h - Gira de Caboclos e Boiadeiros
27 (4ª feira) - 20h - Mesa de Umbanda
30 (Sáb) - 16h - Povo Trabalhador (Exu)
Entramos em Recesso em 16/12/2013.
Voltaremos às nossas atividades em 04/01/2014.