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FUNDAÇÃO ESCOLA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA DE SÃO PAULO
FACULDADE DE BIBLIOTECONOMIA E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
Fabiana ANDRADE-PEREIRA
Ana Luiza Araez Requena SANCHES
Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD:
produtos e serviços on-line para usuários remotos
São Paulo
2009
Fabiana ANDRADE-PEREIRA
Ana Luiza Araez Requena SANCHES
Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD:
produtos e serviços on-line para usuários remotos
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Faculdade de
Biblioteconomia da Fundação Escola de
Sociologia e Política de São Paulo,
como requisito para obtenção do título
de bacharel.
Orientadora: Prof.ª Dra. Valéria Martin
Valls
Coordenadora: Prof.ª Dra. Maria Ignês
Carlos Magno
São Paulo
2009
Autorizamos a reprodução total ou parcial do conteúdo deste trabalho, desde que
citada a fonte.
A553
Andrade-Pereira, Fabiana
Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços
on-line para usuários remotos / Fabiana Andrade-Pereira, Ana Luiza Araez
Requena Sanches. - São Paulo, 2009.
228 f.: il.; 30 cm.
Orientadora: Valéria Martin Valls
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Faculdade de
Biblioteconomia e Ciência da Informação da Fundação Escola de
Sociologia e Política de São Paulo, 2009.
Inclui DVD.
1. Biblioteca digital. 2. Biblioteca virtual. 3. Serviço de referência
virtual. 4. Educação a distância. 5. Tecnologias da informação e
comunicação. 6. Web. I. Sanches, Ana Luiza Araez Requena. II. Valls,
Valéria Martin. III. Título: Produtos e serviços on-line para usuários
remotos.
CDD 025.06 371 334
Folha de Aprovação
Fabiana Andrade-Pereira
Ana Luiza Araez Requena Sanches
Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD:
produtos e serviços on-line para usuários remotos.
Conceito:
Banca examinadora
Prof.(a) Cibele Araújo Camargo Marques dos Santos
Assinatura: ........................................................................................
Prof.(a) Dorlivete Moreira Shitsuka
Assinatura: ........................................................................................
Prof.(a) .............................................................................................
Assinatura: ........................................................................................
Data de aprovação: _____/_____/2009.
DEDICATÓRIA
Dedicamos este trabalho ao presente,
ao universo quântico que nos mantém, aos nossos
familiares e amigos pelo apoio e compreensão durante esta
etapa de nossas vidas.
Dedicamos este trabalho ao nosso futuro,
sobretudo, ao êxito como grandes profissionais.
Também dedicamos a quem
fizer questão de estar lá pra ver.
Ana Luiza & Fabiana
AGRADECIMENTOS
Agradecimentos da dupla:
Aos muitos professores, que durante o curso, nos ensinaram coisas que levaremos para
sempre! Aos amigos-colegas de turma que nos acompanharam durante essa longa
jornada, neste caminho sinuoso cheio de AACR2, MARC 21, CDD e CDU. Foram 4 anos
difíceis! Esperamos encontrá-los em breve, pois sabemos que desta turma saíram
grandes profissionais.
Agradecemos à Profa. Dra. Maria Ignês Carlos Magno, coordenadora da disciplina de
Orientação de Trabalho de Conclusão de Curso pelo carinho, incentivo, dedicação e
orientação durante a realização da pesquisa.
Agradecemos à Profa. Andréia Corrêa Silva pelas dicas e pelo referencial teórico tão
importante na área de EaD.
Agradecemos à Profa. Dra. Valéria Valls pela orientação prestada durante a elaboração
do trabalho, pela dedicação, compreensão e carinho, direcionando-nos nas etapas de
pesquisa e desenvolvimento do trabalho.
Agradecemos ao professor Marcelo Silveira pelas dicas nos momentos finais de nosso
trabalho.
Agradecemos às professoras Cibele Araújo Camargo Marques dos Santos e Dorlivete
Moreira Shitsuka por suas orientações e por participarem de nossa Banca Examinadora.
Agradecemos pelas dicas e pelo apoio prestado por Rosaly Favero Krzyzanowski, Inês
Maria de Morais Imperatriz, Diego Ucha, Thaís Fernandes Morais, Carla Ayres e Milena
Yumi Ramos.
Agradecimentos da Ana Lu:
Agradeço às forças invisíveis, à vida, aos familiares e amigos que estiveram presentes
nos momentos tensos e nos tranquilos durante essa etapa de minha vida.
Agradeço à Conceição Cabrini pela oportunidade concedida e que me abriu as portas para
me encontrar como profissional.
Agradeço a todos aqueles que me deram a oportunidade de aprender e evoluir
profissionalmente durante os estágios.
Agradeço à amiga querida e parceira deste trabalho (e de outros, dentro e fora da
faculdade) Fabiana, pela existência, amizade e carinho! Valeu chuchuza!
Agradecimentos da Fabiana:
Primeiramente agradeço a Deus e à minha família, pois sem ambos eu não estaria aqui.
Agradeço também:
A todas as pessoas que me incentivaram a chegar até aqui, principalmente aos amigos
que confiaram e sentiram falta de mim durante o tempo de me dediquei ao curso; e
àqueles que se foram porque não tiveram tempo de esperar; (e à cervejinha gelada num
fim de dia estressante).
Aos estágios que fiz, pois foram fontes riquíssimas de aprendizado e, aos bibliotecários
no qual tive a oportunidade de trabalhar - agradeço imensamente a demonstração de
profissionalismo.
Ao busão e metrô lotado todas as manhãs! Isso me demonstrou na prática o que é ter
força de vontade!
À Issa-Issa e Nicoleta-Boleta-Roleta por proporcionarem momentos de relaxamento e
divertimento total!
Agradeço, especialmente, à Milena que me aturou esses anos todos reclamando da vida
e, ainda assim, não me negou assistência mediante o Windows Office; e também ao Luiz
Paulo, pela compreensão e por me emprestar seu computador supersônico!
E pra finalizar, agradeço a Analú por tudo e mais um pouco! Valeu Nêga! Adoro-te!
"O que é aprender? É abandonar velhos reflexos, abandonar
os preconceitos e penetrar em um conhecimento diferente.
Para mim, não somente há uma identificação entre
conhecimento e amor, mas, também, a identificação entre o
conhecimento, o amor e a existência, a mais intensa e viva."
Pierre Lévy
"Para ser grande, sê inteiro. Nada teu exagera ou exclui. Sê
todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes.
Assim, em cada lago a lua toda brilha, pois alta vive".
Fernando Pessoa
RESUMO
A pesquisa aborda os principais pontos em que as tecnologias de informação e
comunicação (TICs) influenciaram no âmbito da educação e nas bibliotecas,
ressaltando, sobretudo, a Educação a Distância (EaD) e a emergência das
bibliotecas digitais e virtuais. Por meio de levantamentos bibliográficos, aponta
as bibliotecas digitais e virtuais como contribuintes à EaD on-line, especialmente
na oferta de serviços e produtos aos utilizadores dessa modalidade educacional,
suprindo remotamente suas necessidades informacionais. Diferencia essas
bibliotecas dos repositórios de objetos de aprendizagem, estudando seus
serviços e produtos, disponibilizados via Web e internet, e destaca o serviço de
referência virtual (SRV) como principal meio de proporcionar subsídio às
atividades didático-pedagógicas, ensino e pesquisa, além de oferecer suporte
para as questões de disseminação da informação em meio virtual.
Palavras-chave: Bibliotecas digitais. Bibliotecas virtuais. Serviço de referência
virtual. Educação a Distância. Tecnologias da Informação e Comunicação. Web.
ABSTRACT
This study covers the key points where the information and communication
technologies have an impact on education and libraries, with an emphasis on the
Distance Education and the emergence of Digital and Virtual Libraries. Through
literature research, the digital and virtual libraries are identified as contributors
to the Distance Education online, especially in the provision of services and
products to this type of education, meeting remotely their information needs.
This study also differentiates these libraries from the repositories of learning
objects through the analysis of their services and products offered via the Web
and the internet. Finally, it highlights the virtual reference service as the primary
means of providing subsidies to educational pedagogical, teaching and research
activities, and support for the dissemination of information in virtual
environment.
Keywords: Digital libraries. Virtual libraries. Virtual Reference Service. Distance
Education. Information and Communication Technologies. Web.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Estrutura geral do trabalho ........................................................17
Figura 2 – Mapa conceitual da estrutura deste trabalho com base no objeto de
pesquisa ................................................................................................18
Figura 3 – Eniac: computador com 17.468 válvulas, construído em 1945:
possuía uma memória compatível à de uma calculadora atual........................38
Figura 4 – EaD clássica x EaD on-line .........................................................89
Figura 5 – Exemplo de abordagem broadcast com uso da internet ................ 101
Figura 6 – Ciclo de ações que se estabelece na interação aluno-professor, no
“estar junto” via rede de computadores. ................................................... 102
Figura 7 – Composição básica de um AVA ................................................. 106
Figura 8 – Evolução das bibliotecas .......................................................... 112
Figura 9 – Evolução tecnológica da biblioteca ............................................ 114
Figura 10 – Arquitetura do ambiente de aprendizagem ............................... 145
Figura 11 – Arquitetura do ambiente de bibliotecas digitais ......................... 146
Figura 12 – Arquitetura de integração de ambientes: bibliotecas digitais e
sistemas de aprendizagem...................................................................... 151
Figura 13 – Biblioteca no Second Life ....................................................... 189
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Mídias na educação .................................................................53
Quadro 2 – Evolução da EaD no Brasil: desenvolvimento e cronologia (1ª
Geração de EaD) .....................................................................................84
Quadro 3 – Evolução da EaD no Brasil: desenvolvimento e cronologia (2ª
Geração)................................................................................................85
Quadro 4 – Evolução da EaD no Brasil: desenvolvimento e cronologia (2ª
Geração - Continuação)............................................................................86
Quadro 5 – Evolução da EaD no Brasil: desenvolvimento e cronologia (3ª
Geração)................................................................................................87
Quadro 6 – Os Diferentes Sentidos do Virtual: do mais fraco ao mais forte .... 120
Quadro 7 – Compilação das definições dos termos biblioteca digital, digital,
biblioteca virtual e virtual ....................................................................... 123
Quadro 8 – Atividades desempenhadas por bibliotecas para atender a demanda
da EaD................................................................................................. 135
Quadro 9 – Diferença entre BDs/BVs e ROAs ............................................. 148
Quadro 10 – Etapas do serviço de referência ............................................. 161
Quadro 11 – Serviços a serem ofertados pelo SRV ..................................... 164
Quadro 12 – Serviços a serem ofertados pelo SRV - II................................ 166
Quadro 13 – Compilação de serviços e ferramentas utilizadas em web sites de
bibliotecas............................................................................................ 174
Quadro 14 – Habilidades de informação em bibliotecas tradicionais e
virtuais/digitais ..................................................................................... 176
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Panorama temático da literatura utilizada ................................33
Gráfico 2 – Atividades desenvolvidas na internet: dados comparativos de 2005
a 2008. ...............................................................................................51
Gráfico 3 – Atividades desenvolvidas na internet – treinamento e educação:
dados comparativos de 2005 a 2008. ......................................................51
Gráfico 4 – Número de cursos de EaD on-line ofertados por ano no Brasil.....88
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ABED Associação Brasileira de Educação a Distância
ABT Associação Brasileira de Tecnologia Educacional
ADA Ambientes digitais de aprendizagem
AHA Ambientes hipermidiáticos de aprendizagem
ARIADNE Alliance of Remote Instructional Authoring and Distribution
Networks for Europe
AVAs Ambientes virtuais de aprendizagem
BBS Bulletin board system
BD Biblioteca digital
BDTD Biblioteca Digital de Teses e Dissertações
BV Biblioteca virtual
BIREME Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em
Ciências da Saúde
BITNET Because It's Time Network
BVS Biblioteca Virtual em Saúde
CAPES Coordenação e Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior
CEDERJ Fundação do Centro de Educação Superior a Distância do
Estado do Rio de Janeiro
CEMA Centro Educativo do Maranhão
CENAFOR Fundação Centro Nacional de Aperfeiçoamento de Pessoal para
a Formação Profissional
CETEB Centro de Ensino Técnico de Brasília
CIER Centro Internacional de Estudos Regulares do colégio Anglo-
Americano
CMC Comunicação mediada por computador
CNBB Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
CNE Conselho Nacional de Educação
CFE Conselho Federal de Educação
CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
CRUESP Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas
DEDALUS Banco de Dados Bibliográficos da USP
DSI Disseminação seletiva da informação
EAD Educação a Distância
EUA Estados Unidos da América
ERL Eletronic Reference Library (Biblioteca de Referência Eletrônica)
FAPESP Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
FAQs Frequently asked questions (Perguntas freqüentes)
FCBTVE Fundação Centro Brasileiro de Televisão Educativa
FESPSP Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo
FUNDAP Fundação do Desenvolvimento Administrativo
IA Inteligência artificial
IBAM Instituto Brasileiro de Administração Municipal
IBICT Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
ICDE Conferência Mundial de Educação Aberta e a Distância
IES Instituições de ensino superior
IMS Information Management Systems
INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
ITA Instituto Tecnológico da Aeronáutica
LISA Library and Information Science Abstract
LPCD Linha Privativa de Comunicação de Dados
LOM Learning Object Metadata
MARC Machine Readable Cataloging
MEB Movimento de Educação de Base
MEC Ministério da Educação
METS Metadata Encoding and Transmission Standard
OAI Open Archives Iniciative
OMS Organização Mundial da Saúde
OPAC Catálogos de acesso público online
OPAS Organização Pan-Americana da Saúde
PAR Plano de Ações Articuladas
PC’s Computador Pessoal
PMH Protocol for Metadata Harvesting
POSGRAD Pós-Graduação Tutorial a Distância
ProBE Programa Biblioteca Eletrônica
PRONTEL Programa Nacional de Tele-Educação
PUC Pontifícia Universidade Católica
RN Rio Grande do Norte
RNP Rede Nacional de Ensino e Pesquisa
ROAs Repositórios de objetos de aprendizagem
RSS Really Simple Syndication
SCORM Sharable Content Object Reference Model
SEED Secretaria de Educação a Distância
SEER Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas
SENAC Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
SES Secretaria de Ensino Superior do Estado de São Paulo
SESC Serviço Social do Comércio
SciELO Scientific Electronic Library Online
SIBi Sistema de Bibliotecas Integradas da USP
SIBiNet Rede de Serviços do SIBi/USP
SINRED Sistema Nacional de Radiodifusão Educativa
SRV Serviço de referência virtual
SUS Sistema Único de Saúde
TICs Tecnologias de informação e comunicação
TVE Televisão educativa
UAB Universidade Aberta do Brasil
UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul
UFSC Universidade Federal de Santa Catarina
UFSCAR Universidade Federal de São Carlos
UNB Universidade de Brasília
UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura
UNESP Universidade Estadual de São Paulo
UNICAMP Universidade Estadual de Campinas
UNIFESP Universidade Federal de São Paulo
UNIREDE Universidade Virtual Pública
UNISINOS Universidade do Vale do Rio dos Sinos
UNIVESP Universidade Virtual do Estado de São Paulo
USP Universidade de São Paulo
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................17
2 JUSTIFICATIVA .................................................................................24
3 OBJETIVOS ........................................................................................28
3.1 Objetivo Geral ................................................................................28
3.2 Objetivos específicos ......................................................................28
4 METODOLOGIA ..................................................................................30
5 AS TECNOLOGIAS: TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
(TICS) NA EDUCAÇÃO E NAS BIBLIOTECAS...........................................35
5.1 Conceitos de tecnologias ................................................................35
5.1.1 As gerações tecnológicas..................................................................38
5.2 Conceitos de Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) .....43
5.2.1 A comunicação mediada por computador ............................................46
5.3 TICs na educação ...........................................................................48
5.3.1 TICs: novos meios de aprendizagem ..................................................49
5.3.1.1Tecnologia educacional...................................................................52
5.4 TICs em Bibliotecas ........................................................................55
6 FUNDAMENTOS E CONCEITOS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ...............62
6.1 Fundamentos de Educação..............................................................63
6.1.1 Relação entre informação x conhecimento no contexto do ensino e
aprendizagem .........................................................................................66
6.1.2 A Infoeducação ...............................................................................69
6.1.3 Educação on-line.............................................................................72
6.2 A Educação a Distância (EaD) .........................................................74
6.2.1 Definições de EaD ...........................................................................76
6.2.2 Panorama histórico da EaD ...............................................................80
6.2.2.1 Evolução da EaD no Brasil..............................................................82
6.2.3 A EaD na atualidade ........................................................................88
6.2.3.1 EaD on-line..................................................................................90
6.2.3.2 Características da EaD na atualidade ...............................................95
6.2.3.3 Abordagens pedagógicas em EaD on-line ....................................... 101
6.2.3.4 Ambientes virtuais de aprendizagem: conceitos e funções ................ 105
7 BIBLIOTECAS PARA EaD .................................................................. 112
7.1 A evolução das Bibliotecas............................................................ 113
7.2 A importância das bibliotecas digitais e virtuais para a EaD: o usuário
remoto ............................................................................................... 127
7.3 Bibliotecas digitais e virtuais X Repositórios de objetos de
aprendizagem..................................................................................... 138
7.3.1 Bibliotecas digitais e virtuais integradas aos ambientes de aprendizagem
.......................................................................................................... 148
7.4 Necessidades informacionais dos usuários de EaD diante do uso de
bibliotecas digitais e virtuais .............................................................. 152
7.5 Produtos e serviços de bibliotecas digitais e virtuais para suporte à
EaD on-line......................................................................................... 158
7.5.1 Serviços de referência virtual .......................................................... 159
7.5.1.1 Serviços cooperativos entre bibliotecas.......................................... 167
7.5.2 Outros produtos e serviços de bibliotecas digitais e virtuais para EaD ... 171
7.5.3 Ferramentas da Web 2.0 aplicadas em bibliotecas digitais e virtuais e na
EaD..................................................................................................... 179
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................. 184
REFERÊNCIAS..................................................................................... 193
GLOSSÁRIO ........................................................................................ 213
ANEXO A - Decreto n.º 2.494, de 10 de fevereiro de 1998 ......................... 222
CURRÍCULOS ...................................................................................... 226
Capítulo 1
17
1. INTRODUÇÃO
A pesquisa que orientou a elaboração deste trabalho pode ser dividida nos
itens que compõem a estrutura apresentada na ilustração a seguir:
Cap.1 -
INTRODUÇÃO
Cap.2 -
JUSTIFICATIVA
Cap.3 -
OBJETIVOS
DESENVOLVIMENTO
DA PESQUISA
Cap. 4 -
METODOLOGIA
REVISÃO DE
LITERATURA
CONCLUSÃO
Cap. 7 - BIBLIOTECAS
DIGITAIS E VIRTUAIS
Cap.6 - EaD
Cap.5 - TICs
Figura 1 – Estrutura geral do trabalho
Neste capítulo, é apresentada a estrutura geral do trabalho, conforme se
verifica na Figura 1, como forma de contextualizar os demais capítulos à
proposta da pesquisa.
No Capítulo 2 (Justificativa), é explicada a relevância do tema para a área
da Biblioteconomia e Ciência da Informação. É, também, apresentado o estado
da arte, ou seja, o ponto no qual se encontram as pesquisas sobre o tema
escolhido.
No Capítulo 3 (Objetivos), são apresentados os elementos que nortearam
esta pesquisa, que pode-se visualizar na figura a seguir:
18
TICs
EDUCAÇÃO BIBLIOTECAS
EaD
ROAs
Recursos de
aprendizagem
Web2.0
AVAs
Produtos e serviços
on-line
Web 2.0
Repositórios
S.R. V.
CMC
Web
Internet
Evolução
Bibliotecas híbridas
Bibliotecas digitais
Bibliotecas virtuais
Bibliotecas 2.0
Evolução
Autonomia
Interação
Acesso remoto
Autonomia
Interação
Acesso remoto
Objeto
EaD on-line
EaD com uso de
computador
Aluno/Usuário
remoto
Informação
Mediação
Mediação
Figura 2 – Mapa conceitual da estrutura deste trabalho com base no objeto de pesquisa
18
19
Na Figura 2 são apontados os elementos que foram discutidos na
pesquisa. Entretanto, os blocos coloridos exprimem os pontos onde houve mais
aprofundamentos. A linha pontilhada em azul na parte superior da figura
demonstra a evolução das tecnologias de informação e comunicação (TICs) e
seus reflexos na educação e nas bibliotecas (enfatizado no capítulo 5); a linha
vermelha delimita bem o objeto. O conector azul, na parte inferior, identifica o
processo de mediação, fator importante tanto para o processo de aprendizagem
on-line, quanto para os produtos e serviços on-line oferecidos por bibliotecas
digitais e virtuais. É importante observar que os recursos de aprendizagem da
EaD on-line e os produtos e serviços das bibliotecas digitais e virtuais visam a
assuntos em comum: acesso remoto, interação e a autonomia dos seus
utilizadores.
No Capítulo 4 (Metodologia), é explicada detalhadamente toda ação
desenvolvida, instrumentos e métodos utilizados para a realização desta
pesquisa.
O Capítulo 5 trata da descrição dos conceitos de tecnologia, tais como
gerações tecnológicas, linguagens, hibridização tecnológica e convergências
tecnológicas. Esses fundamentos são importantes para entender o processo de
disseminação das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), que
também é conceituado, dando maior ênfase para comunicação mediada por
computador, internet e web, nos seguintes âmbitos:
TICs na educação, em que é apontada a tecnologia educacional de forma
a sustentar a aplicação de tecnologias no processo de ensino e
aprendizagem, além de promover experiências relacionadas ao uso de
multimídias, hipermídias e hipertextos;
TICs em bibliotecas, em que é enfatizado o modo como seus serviços e
produtos, de modo geral, ganharam impulsos, promovendo um processo
de disseminação da informação de modo mais efetivo, uma vez que
contam com as soluções tecnológicas baseado em rede, que lhes
permitem disponibilizar seu acervo, bem como coletar, armazenar e
monitorar informações remotamente.
20
Portanto, são demonstradas as maneiras como as TICs oferecem novas
condições de atender às novas demandas da sociedade, especialmente diante da
denominada Educação a Distância (EaD), destacadamente os modelos que fazem
uso da comunicação mediada por computador, ou on-line (baseados em redes de
computadores), em que os envolvidos nos processos educativos estão distantes
no tempo e geograficamente. Estes, por sua vez, necessitam ter acesso a
bibliotecas on-line, cujas informações se apresentem em conteúdos
diversificados, com diferentes linguagens e com qualidade.
No Capítulo 6, são descritos alguns fundamentos e conceitos de
educação. Foi necessário descrever a distinção entre informação e conhecimento,
pois essa observação atribui diferentes significados aos conceitos de ensino e
aprendizagem; com isso, reforça a necessidade de as bibliotecas serem
essenciais para o processo educacional. Destaca-se, ainda, o conceito de
infoeducação, que abrange estudos de ação educativo-cultural e reúne os
campos teóricos e práticos da Ciência da Informação e da Educação.
Também ressaltamos a educação on-line, que se concretiza em diferentes
modelos: presencial, semipresencial e a distância, que variam conforme a
disponibilidade de estar presente em sala de aula. Esse contexto é importante
para inserção da Educação a Distância (EaD) no trabalho, pois se destaca como
uma importante área de atuação para os profissionais da informação, uma vez
que as instituições que oferecem cursos nessa modalidade devem oferecer
condições para que as pessoas tenham acesso a conteúdos informacionais. A
partir dos fundamentos e conceitos apresentados, enfatizam-se as características
atuais dessa modalidade educativa. Adotamos como necessário conhecer seus
principais aspectos, visto que se trata de um dos objetivos deste trabalho, no
qual defendemos, e muitos autores reforçam, que, ao ofertar serviços e produtos
de bibliotecas para EaD, é imprescindível conhecer seus fluxos comunicacionais e
informacionais. Por isso, são descritos os mais variados tipos de interações
existentes nessa modalidade educacional. Além disso, também é apresentado um
histórico da EaD, focando as suas principais gerações e o seu desenvolvimento
em âmbito nacional.
21
É revista a EaD on-line, especialmente pelo fato do uso de computadores,
internet e web como suporte às abordagens pedagógicas (seja broadcast, “estar
junto virtual” ou virtualização da escola tradicional), tais como e-learning, b-
learning, e-learning 2.0 e open learning. Outro aspecto que se considera é a
função dos ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs), uma vez que eles são
destinados ao apoio às atividades educacionais mediadas pelas atuais TICs.
No Capítulo 7 é focada a importância das bibliotecas no processo de
ensino e aprendizagem, sobretudo a distância. São verificados os diferentes
conceitos de bibliotecas encontrados na literatura e os reflexos da evolução das
TICs para as bibliotecas, tais como: biblioteca tradicional, biblioteca híbrida,
biblioteca digital e biblioteca virtual.
Com isso, este trabalho confere a importância das bibliotecas digitais e
virtuais inseridas no âmbito da EaD on-line, como forma de suprir as
necessidades informacionais dos usuários, com produtos e serviços de acesso à
informação que podem ser proporcionados em rede de computadores, por sua
velocidade de acesso e reprodução exponencial de informação requerida para as
atividades didático-pedagógicas, ensino e pesquisa aos alunos e outros
envolvidos neste processo.
Salienta-se o papel das bibliotecas digitais e virtuais como uma importante
tendência para EaD on-line, sobretudo por elas serem consideradas as âncoras
das instituições de ensino e por possuírem condições de formar acervos de
qualidade e viabilizarem um rápido e fácil acesso aos mais variados conteúdos.
É feita uma breve comparação entre bibliotecas digitais e virtuais X
repositórios de objetos de aprendizagem (ROAs), pois, muitas vezes, repositórios
são considerados sinônimos de bibliotecas digitais. Por isso, são apontadas as
diferenças que existem entre esses objetos. Também, é demonstrada que a
integração de bibliotecas digitais e virtuais em AVAs é tecnicamente possível.
Descreve-se a importância de identificar as necessidades informacionais
dos usuários de EaD diante do uso de bibliotecas digitais e virtuais, uma vez que
esse fato será preponente para o estabelecimento de serviço e produtos viáveis e
satisfatórios. Para isso, ressaltamos os testes de usabilidade para web sites,
22
visto que os recursos informacionais das bibliotecas digitais e virtuais devem
estar organizados e disponibilizados de maneira que ofereçam produtos e
serviços com capacidade de satisfazer as necessidades e expectativas dos
usuários remotos.
Diante dos serviços e produtos que as bibliotecas digitais e virtuais têm a
oferecer como suporte à EaD on-line, é maiormente explicitada a importância
dos serviços de referência virtual (SRV) oferecidos por bibliotecas digitais e
virtuais no atendimento aos usuários remotos. São apontados os serviços
cooperativos de referência virtual como uma via para o estabelecimento de
serviços mais ágeis, tendo como vantagem o poder de compartilhar informações
com outras bibliotecas, fazendo com que o usuário possa ter acesso aos mais
diversos documentos digitais, desde a forma mais simples, como a referência de
uma publicação, até a mais complexa, como acesso ao documento com texto
completo.
Para finalizar este trabalho, são levantados outros produtos e serviços de
bibliotecas digitais e virtuais para EaD, sobretudo baseados em plataformas da
web.
Como proposta para continuação desta pesquisa, deixam-se
recomendações importantes, que foram observadas durante a realização deste
trabalho, como:
uso de web 2.0 por bibliotecas e EaD;
a inserção de bibliotecas no Second Life;
serviços personalizados, como o clipping eletrônico; e
aplicações de inteligência artificial (IA).
Capítulo 2
24
2 JUSTIFICATIVA
A maioria dos ambientes de Educação a Distância (EaD) serve apenas
como repositórios de informação e elo de comunicação entre instrutores e
alunos. O maior desafio desse cenário são as limitações de pesquisas que os
ambientes EaD podem proporcionar aos seus utilizadores.
Blattmann (2001, p. 6) afirma que pensar em gestão da informação no
contexto do ensino e da aprendizagem constitui-se em estímulo à busca de
soluções que possam ser incorporadas às instituições que oferecem programas
de Educação a Distância (EaD) e enfatiza que “o papel das bibliotecas no ensino
a distância deve ser considerado elemento essencial de suporte informacional
dos cursos oferecidos”. A exigência de bibliotecas para a EaD é um ponto
reforçado pelos referenciais de qualidade apresentados pelo Ministério da
Educação (MEC) e pela Secretaria de Ensino a Distância (SEED). (BRASIL, 2003;
2007).
Devido ao crescente número de cursos oferecidos por EaD, capazes de
oferecer um ensino e aprendizado remotamente, percebemos a necessidade de
transformação das bibliotecas para atender essa nova demanda necessitada de
informações. Para isso, é imprescindível entender a utilização de tecnologias de
informação e comunicação (TICs) no âmbito da EaD e das bibliotecas. Conhecer
as características da EaD na atualidade e suas formas de interação é importante
para verificar a possibilidade de inserção de bibliotecas digitais e virtuais, e
agregação de serviços e/ou produtos com características peculiares.
Crescentemente, as bibliotecas, principalmente as universitárias, vêm
utilizando os recursos da web e internet, para alcançar amplamente seus
objetivos, aplicando o ciberespaço como um canal para automatizar e divulgar
serviços e produtos, informações institucionais, referenciais e gerais, além de
estabelecer comunicação com seu público, servir de Portal para diversas fontes
de informação, alcançar um maior número de usuários e diminuir custos.
25
As bibliotecas que possuem sua “versão” digital/virtual têm como
finalidade disponibilizar e ampliar a visibilidade de suas coleções, serviços e/ou
produtos. Segundo Monteiro et al. (2006), isso demonstra que as bibliotecas
estão se ajustando aos padrões modernos, aprimorando suas condições de
acesso à informação com o uso de tecnologias, proporcionando o acesso cada
vez maior à informação digital e virtual, especialmente para aumentar a precisão
e redução de tempo no acesso à informação.
No que refere à aplicação de produtos e serviços de bibliotecas para
alunos, professores e outros utilizadores da EaD on-line, esse assunto ainda se
encontra pouco explorado nas principais áreas que abordam estudos sobre o
tema, como a Biblioteconomia e Ciência da Informação, Educação e a Ciência da
Computação.
Tratando isoladamente a área de Biblioteconomia e Ciência da Informação,
a maioria dos estudos que reportam à EaD aponta as bibliotecas universitárias e
híbridas como as principais fornecedoras de produtos e serviços de informação,
para suprir as necessidades informacionais dos indivíduos envolvidos no processo
de ensino e aprendizagem a distância. Porém, ante o atual modelo de EaD,
viabilizado em meio virtual, via internet, com uso recursos e ferramentas da
web, encontramos as motivações necessárias para inserir as bibliotecas digitais e
virtuais nesse contexto, uma vez que elas ofertam produtos e serviços on-line,
por meio de eficientes instrumentos de pesquisa, que possibilitam o acesso à
informação de modo rápido e imediato.
A área de Ciências da Computação cita o uso de repositórios de objetos de
aprendizagem (ROAs), que são considerados sinônimos de biblioteca
digital/virtual. Contudo, consideramos que as bibliotecas digitais e virtuais
possuem um grande diferencial por estar amparadas na mediação e expertise
profissional, algo que os repositórios não agregam. Devido a esse fato, propõe-se
uma comparação entre bibliotecas digitais e virtuais e ROAs.
Com isso, identifica-se um elo entre os objetos de estudo, pois os
utilizadores da EaD on-line usufruem das mesmas características dos usuários
das bibliotecas digitais e virtuais, quais sejam: a necessidade de acesso remoto,
26
mediação profissional, interação proporcionada por meios tecnológicos e a
autonomia, que vai além da liberdade de estudo e pesquisa e se configura,
sobretudo, no rompimento da barreira temporal e espacial.
Pretende-se apresentar as bibliotecas digitais e virtuais como forma de
expansão na disponibilização de informações de diversas maneiras, e, para isso,
levantamos bibliografia que compreenda a reflexão de diversos profissionais
sobre o engajamento dessas bibliotecas perante esse contexto. Verificam-se os
produtos e serviços que poderão ser disponibilizados aos utilizadores da EaD e as
formas de abordagem que estão sendo feitas pelas bibliotecas digitais e virtuais
a esses usuários remotos, como o serviço de referência virtual (SRV).
Com esta pesquisa, pretende-se contribuir concomitantemente para áreas
de:
Biblioteconomia e Ciências da Informação, revelando uma nova forma
de atuação profissional, uma vez que os utilizadores da EaD não podem
ficar alheios aos conteúdos informacionais, pois são imprescindíveis
para a efetivação do processo de ensino e aprendizagem;
EaD, verificando como as bibliotecas digitais e virtuais oferecem
suporte às demandas informacionais dos usuários que se encontram a
distância.
Capítulo 3
28
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral
Apresentar as bibliotecas digitais e virtuais como potenciais auxiliadoras na
pesquisa de fontes de informação para alunos dos cursos por Educação a
Distância (EaD).
3.2 Objetivos específicos
expor os conceitos de Educação a Distância (EaD), suas características
e aplicabilidades no processo de ensino e aprendizagem on-line para
obter a percepção das necessidades informacionais de seu público
remoto;
identificar os conceitos de biblioteca virtual e biblioteca digital, levantar
sua importância no contexto da EaD e diferenciá-las dos repositórios de
objetos de aprendizagem por meio de seus serviços e produtos;
indicar os produtos e/ou serviços prestados por bibliotecas digitais e
virtuais ao usuário remoto.
Capítulo 4
30
4 METODOLOGIA
Para a elaboração deste estudo, fundamentamo-nos inicialmente na
pesquisa qualitativa, buscando compreender e trabalhar com as descrições,
comparações e interpretações sobre o tema escolhido, sem uso de estatísticas,
regras ou outras generalizações.
O método de pesquisa utilizado foi a análise documental em base
bibliográfica, selecionando da literatura especializada registros de experiências,
sites, projetos e iniciativas, artigos impressos e eletrônicos, relatórios, manuais,
blogs, conferências, listas de discussão, revistas, livros e outras fontes que
tratavam do assunto. Geralmente, essas fontes relacionavam-se às áreas de
Biblioteconomia, Ciência da Informação, Documentação, Educação,
Comunicação, Tecnologia da Informação, Ciência da Computação, Filosofia,
Ciências Sociais, entre outros.
A seleção desses documentos foi baseada em critérios, tais como:
a) a forma de acesso, dando preferência a documentos digitais;
b) a abordagem temática das fontes de informação: busca por
documentos que fossem sobre Educação a distância, tecnologias da
informação e comunicação, Bibliotecas Virtuais, Bibliotecas Digitais,
web e seu uso em bibliotecas, redes de aprendizagem, e-learning,
serviços de referência virtual, ambiente virtual, virtualidade, auxílio ao
ensino e pesquisa, repositórios, e outros;
c) a propriedade intelectual da publicação para garantir idoneidade à
pesquisa.
Quanto à forma de acesso que utilizamos na pesquisa documental, dando
sequência aos objetivos da pesquisa e angariando informações atualizadas sobre
o tema, priorizamos fontes disponíveis na internet, cujos autores e documentos
estivessem ligados às universidades e instituições reconhecidamente atuantes.
Esse processo imputou credibilidade às informações. No entanto, a consulta a
livros foi utilizada, embora de forma singular, uma vez que o acesso à internet
31
nos possibilitou um maior alcance a documentos recentes sobre as questões do
objeto de pesquisa.
No que se refere à propriedade intelectual das publicações consultadas, a
maior parte dos autores pesquisados advém de universidades, instituições e
iniciativas cujas experiências com a EaD, bibliotecas virtuais e bibliotecas digitais
os fizeram responsáveis pela divulgação dos casos de êxito. Procurou-se, na
medida do possível, enfatizar trabalho de autores brasileiros, contextualizando a
evolução dos serviços e produtos oferecidos pelas bibliotecas em meio virtual, da
Educação a Distância no Brasil e o impacto da internet na questão do ensino e da
aprendizagem.
As fontes de informação mais utilizadas para adquirir a literatura
pertinente e que influenciaram a construção teórica da pesquisa foram:
Consultas as bases de teses e dissertações da USP, UNICAMP, UNESP,
IBICT, PUC, UFSC, CAPES, UFRGS e UFSCAR. Consultamos seus catálogos
e bases de dados disponíveis na internet, principalmente oDEDALUS da
Universidade de São Paulo, o Acervus1
da Universidade Estadual de
Campinas, o Athenas2
da Universidade Estadual Paulista, o BDTD3
(Base
de dados brasileira de teses e dissertações) do IBICT, Banco de teses da
CAPES4
, entre outras na busca de teses e dissertações com textos
completos disponíveis on-line. Em algumas instituições, o conteúdo é
centralizado, como a UNICAMP, que oferece em sua biblioteca digital5
um
tópico com todos os estudos da instituição sobre EaD.
Bases de dados referenciais e sites de coleções de revistas e artigos
científicos de textos completos como o LISA, Scopus, Portal CAPES,
SciELO, entre outros.
Buscas efetuadas por meio da ferramenta Google sobre informações
gerais, artigos sobre os temas EaD, e-learning, bibliotecas virtuais e
1
http://acervus.bc.unicamp.br
2
http://www.athena.biblioteca.unesp.br
3
http://bdtd.ibict.br
4
http://servicos.capes.gov.br/capesdw
5
http://www.rau-tu.unicamp.br/ead
32
digitais, web aplicada à EaD ou a bibliotecas, repositórios de objetos de
aprendizagem, repositórios digitais e ambientes de aprendizagem on-line,
serviço de referência virtual (ou digital, eletrônico, on-line), usuários
remotos e outros termos. Para isso, investigamos as publicações
eletrônicas de livre acesso na área da Biblioteconomia, Educação,
Comunicação e Tecnologia da Informação, Ciências da Computação, entre
outros, em busca de artigos que abordavam os assuntos da pesquisa, tais
como “Ciência da Informação”, “Perspectivas em Ciência da Informação”,
“Comunicação & Sociedade”, “Informação & Informação”, “Conecta –
Revista on-line de Educação a Distância”, “Revista Brasileira de Educação
a Distância”, “Revista Eletrônica de Educação a Distância”, “TE@D -
Revista Digital de Tecnologia Educacional e Educação a Distância”, entre
outras.
Pesquisamos páginas que continham trabalhos apresentados em eventos
nas mesmas áreas designadas anteriormente, nos quais se buscou
perceber a discussão referente ao nosso tema de pesquisa.
Acessamos espaços colaborativos onde também se obtiveram muitas
informações e referências de trabalhos referentes ao tema, tais como
listas de sites, listas de discussões, blogs6
importantes, redes sociais,
associações, conferências, fóruns, e outros.
Nas pesquisas realizadas nas fontes de informação acima, recuperamos
um enorme fluxo documental sobre o eixo temático e, com base nos objetivos,
filtramos as informações mais atuais e de maior relevância para o
desenvolvimento do trabalho. Realizou-se um resgate histórico sobre o assunto,
levantando os principais conceitos e abordagens referentes ao objeto de
pesquisa.
O gráfico a seguir ilustra o total de documentos por tema na literatura
adotada para o desenvolvimento deste estudo:
6
Blog Educação a Distância: http://www.educacaoadistancia.blog.br; Blog do João Mattar:
http://blog.joaomattar.com/2009.
33
Gráfico 1 - Panorama temático da literatura utilizada
Vemos, no gráfico, que os documentos sobre EaD têm se sobressaído ao
das bibliotecas, principalmente ao juntar EaD e e-learning, aplicados muitas
vezes como sinônimos. Durante a pesquisa, sentimos a necessidade de obter um
embasamento mais conciso sobre o conceito da prática da EaD, para que
pudéssemos agregar os valores da biblioteconomia e das TICs ao contexto
proposto. Nota-se, também, um elevado número de documentos sobre as TICs
na educação e na biblioteconomia. Esses documentos estão interconectados à
fatia dos serviços de referência e produtos oferecidos pelas bibliotecas digitais e
virtuais, pelo fato de ambos fazerem parte da natureza que engloba tecnologia,
comunicação e informação.
Esse levantamento esclareceu dúvidas e norteou o trabalho, permitindo
sistematizar e descrever as principais peculiaridades dos serviços e/ou produtos
que as bibliotecas digitais e virtuais podem oferecer em meio virtual,
principalmente aos usuários – alunos e professores – da EaD.
Capítulo 5
35
5 AS TECNOLOGIAS: TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
(TICs) NA EDUCAÇÃO E NAS BIBLIOTECAS
Este Capítulo 5 trata da introdução aos conceitos de tecnologia,
linguagens, convergência tecnológica, hibridização tecnológica e gerações
tecnológicas. Esses fundamentos são importantes para entender o processo de
disseminação das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), dando
maior ênfase para a massificação e uso do computador.
Em um primeiro momento, serão abordadas as TICs na educação e, em
seguida, será mostrado seu uso em Bibliotecas.
Define-se o termo tecnologia educacional de forma a sustentar a aplicação
de tecnologias no processo de ensino e aprendizagem, além de promover
experiências relacionadas ao uso de multimídias, hipermídias e hipertextos.
Portanto, são demonstradas como as TICs oferecem novas condições de
atender às novas demandas da sociedade, especialmente diante da denominada
Educação a Distância (EaD), destacadamente os modelos que fazem uso da
comunicação mediada por computador, ou on-line (baseados em redes de
computadores), em que os atores dos processos educativos estão distantes
geograficamente. Como consequência dos esforços do processo de ensino e
aprendizagem, diversos usuários necessitam ter acesso às bibliotecas que, por
sua vez, necessitam ser acessíveis pela internet ou outras redes, apresentar
bons acervos, cujas informações se apresentem em conteúdos diversificados,
com diferentes linguagens e com qualidade.
5.1 Conceitos de tecnologias
A tecnologia é fruto da sociedade, de suas relações sociais, de sua cultura,
de sua formação econômica e política; consequentemente, os avanços
tecnológicos significam uma série de mudanças com grandes proporções em
36
todas estas esferas. O sentimento em relação aos avanços da tecnologia é
paradoxal: ela altera a vida das coletividades, assim como suas influências, pois
sua finalidade é o aprimoramento de nossas condições de vida. Sua principal
característica é servir de ferramenta para estender nossas habilidades, ampliar
as nossas opções de escolha, reestruturar atividades do trabalho, no cotidiano,
entre inúmeras outras possibilidades.
Bastos (1998, p. 13) define tecnologia como um modo de produção, no
qual se utilizam todos os instrumentos, invenções e artifícios e, por isso, é
também uma maneira de organizar e perpetuar as vinculações sociais no campo
das forças produtivas. Assim sendo, a tecnologia é tempo, é espaço, custo e
venda, pois não é apenas fabricada no recinto dos laboratórios e usinas, mas
recriada pela maneira como for aplicada e, metodologicamente, organizada.
Já Goodman et al. (apud ROSINI, 2007, p. 1) definem tecnologia como
conhecimento de relações de causa-efeito contidas nas máquinas e
equipamentos utilizados para realizar um serviço ou fabricar um produto.
Fleury (1990, p. 24) difere, em sua abordagem, ao designar tecnologia
como
[...] um pacote de informações organizadas, de diversos tipos (científicas,
empíricas...), provenientes de diversas fontes (descobertas científicas,
patentes, livros, manuais, desenhos...), obtidas por diferentes métodos
(pesquisa, desenvolvimento, cópia, espionagem...) e utilizadas na produção
de bens e serviços.
De modo simples e direto, também se pode definir por tecnologia o
conjunto complexo de técnicas, artes e ofícios capazes de modificar/transformar
o ambiente natural, social e humano (cognitivo), em novas realidades
construídas artificialmente. (JOSGRILBERG, 2006, p. 37).
Conforme a interpretação destes autores, devemos entender que a
tecnologia é o “estado da arte” da técnica – e assim não está limitada somente
ao lado estritamente capitalista. Como tem a terminação logos (tecno+logia)
será a técnica para o conhecimento, interpretação, aplicação e/ou estudo da
37
técnica e das suas variáveis, enquanto aplicação e aplicativo, ao longo da história
e em determinada sociedade.
A técnica é descrita por Santos (2002, p. 29) como "conjunto de meios
instrumentais e sociais com os quais o homem realiza sua vida, produz e, ao
mesmo tempo, cria espaço". No caso particular das TICs, as técnicas envolvem
objetos técnicos específicos, como o computador ou as redes de
telecomunicação, e uma série de instrumentos sociais que ajudam os seres
humanos a criar espaços. Todas as causas de mudanças na sociedade estão
diretamente relacionadas ao desenvolvimento tecnológico, como no caso das
TICs, que se desenvolveram principalmente nas áreas de comunicação e da
informática (aceleradas, sobretudo, após a Segunda Guerra Mundial). Desse
ponto de vista, a sociedade é a protagonista da mudança, uma vez que toda
opção tecnológica é social.
Nos anos quarenta, surgiram os primeiros computadores na Inglaterra e
nos Estados Unidos da América (também denominada 1ª Geração de
computadores); eles eram fisicamente muito grandes. Utilizados para funções
específicas, possuíam somente dois níveis de linguagem de programação: o nível
da linguagem de máquina, no qual toda a programação era feita, e o nível da
lógica digital, em que os programas eram efetivamente executados.
38
Figura 3 - Eniac: computador com 17.468 válvulas, construído em 1945: possuía
uma memória compatível à de uma calculadora atual.
Fonte: Almanaque da Comunicação
Entretanto, como efeito da constante evolução, esse tipo de equipamento
passou a significar potencialidade para o processo de digitalização de
informações por meio dos seus bits (0 e 1) e, desta maneira, transformou dados,
informações, imagens, sons, etc., numa codificação digital passível de
armazenamento, acesso, disponibilização, recuperação e preservação.
Aos poucos, as máquinas passaram a se comunicar, mesmo estando em
lugares distantes geograficamente. Tais máquinas deixaram de simplesmente
automatizar tarefas e passaram a lidar com informação; com isso, ficou difícil
não encontrar qualquer forma de organização ou processos que não fosse
alterada pela presença das “novas tecnologias”.
5.1.1 As gerações tecnológicas
Ao utilizamos as tecnologias para potencializar nossos processos
cognitivos, também usufruímos os seus diversos meios e canais de comunicação.
Dessa maneira, também ocorrem transmutações na nossa concepção do tempo,
do espaço, dos modos de viver, aprender, agir, sentir, relacionar, etc., pois,
39
como exposto anteriormente, as tecnologias com meios e canais reorganizam o
cenário da interação social no qual as pessoas atuam.
Essa relação homem-tecnologia, ou a forma como nos tornamos íntimos e
conectados às tecnologias, trouxe a necessidade de reavaliação de valores,
princípios e teorias diante do seu potencial multiverso. Essas mesmas tecnologias
quebram continuamente fronteiras para reconstruir as noções de nacional,
natural, material, tecnológico e psicológico, no que se reconhece como
hibridização – que, nesta primeira abordagem, se trata da interface entre corpo e
tecnologia na sociedade contemporânea e suas expressões culturais, através da
arte, por exemplo, como defende Santaella (2004a, p. 11).
Segundo Masella (2006, p. 123) a autora expõe:
que as hibridizações entre o corpo e as “intersecções da cultura com as
tecnologias”, mesmo não sendo restritas aos meios técnicos de
comunicação, deles não se podem afastar. Ressalta, também, que o
principal sintoma da contemporaneidade parece ser a ubiquidade da
técnica no cotidiano, onde as tecnologias tecem uma estrutura social
rizomática.
Santaella também descreve, como sendo outra interface para as relações
entre corpo e tecnologia, o advento de uma dimensão corporal biocibernética, ou
seja, “essa hibridização indiscernível entre orgânico-biológico e o maquínico-
cibernético” (2004a, p. 55). Num desdobramento do conceito de McLuhan7
,
Santaella trata do processo de virtualização do corpo a partir da inovação
tecnológica, como ocorre com os meios de comunicação, ao estender nosso
aparelho sensório para além dos limites do orgânico e da materialidade do
espaço.
Sobre esse aspecto, Lévy (1996, p. 75) indica:
[...] a dinâmica da técnica se alimenta de seus próprios produtos, opera
combinações transversais, rizomáticas, e conduz finalmente a máquinas, a
arranjos complexos muito afastados de funções simples. [...] uma nova
ferramenta virtualiza uma combinação de gestos que só aparece, então,
como uma solução especial [...]. Ao conceber uma ferramenta, mais do
que nos concentrarmos sobre determinada ação em curso, içamo-nos à
escala bem mais elevada de um conjunto indeterminado de situações. [...]
A ferramenta que seguramos na mão é uma coisa real, mas essa coisa dá
7
MCLUHAN, H. M. Os meios de comunicação como extensões do homem. São Paulo: Cultrix, 1974.
40
acesso a um conjunto indefinido de usos possíveis. [...] Mais que uma
extensão do corpo, uma ferramenta é uma virtualização da ação.
Embora esses conceitos sejam de extremo interesse e importância, mesmo
que possam contribuir para uma melhor compreensão das transformações em
curso da sociedade contemporânea e devido à complexidade apresentada, o que
é de interesse para este trabalho é a hibridização das tecnologias, que é o
fenômeno pelo qual as tecnologias convergem e coexistem.
Sáenz e Souza-Paula (2008, p. 2) descrevem que convergência
tecnológica é o processo de integração sinérgica de conhecimentos e tecnologias
já disponíveis em várias áreas e setores, possibilitando a geração de novos
conhecimentos e a produção de bens e serviços que não seriam possíveis por
cada área ou setor isoladamente. Conhecimentos e instrumentos diversos
“habilitam” outras áreas a realizar de forma mais rápida, ou mais precisa, ou
mais ampla, potencialidades e expectativas no campo científico e tecnológico,
com impactos cada vez mais significativos para as sociedades em geral e para o
ser humano em particular.
Para Miranda (2000, p. 79), a convergência tecnológica possibilita que os
meios se tornem solidários em termos operacionais e, dessa forma, modifica as
relações estabelecidas com seus usuários através de métodos inovadores,
buscando propiciar mais interatividade, seja perante os recursos disponibilizados
por esses meios ou conectando as pessoas. E assim, o autor declara:
Na verdade, com a tecnologia digital, torna-se possível o uso de uma
linguagem comum: um filme, uma chamada telefônica, uma carta, uma
artigo de revista, qualquer deles pode ser transformado em dígitos e
distribuído por fios telefônicos, microondas, satélites ou ainda por via de
um meio físico de gravação, como uma fita magnética ou um disco. Além
disso, com a digitalização, o conteúdo torna-se totalmente plástico, isto é,
qualquer mensagem, som, ou imagem pode ser editada, mudando de
qualquer coisa para qualquer coisa. (MIRANDA, 2000, p. 80).
Segundo Santaella (2007, p. 15), todas as tecnologias proporcionam
diferentes tipos de linguagens, que interferem na subjetividade humana. A
grande variedade e a multiplicidade crescente de todas as formas de linguagens
41
(literatura, música, teatro, desenho, gravura, escultura, arquitetura, etc.) estão
consolidadas em três principais matrizes: texto, som e imagem. Independente da
variedade de suportes, meios, canais (tais como foto, cinema, televisão, vídeo,
jornal, rádio, etc.) em que as linguagens se materializam e são veiculadas,
embora seja possível adquirir diferenças específicas em cada um dos diferentes
meios, a estrutura das linguagens será baseada nas três principais matrizes.
O contínuo processo de hibridização tecnológica incide em agregação – de
forma que uma geração tecnológica não substitui a anterior, mas tecnologias
podem incorporar a linguagem de outras tecnologias. Como exemplo singelo,
podemos pensar o computador, que não fez o cinema desaparecer, pelo
contrário, um incorporou a linguagem do outro, uma vez que, atualmente, filmes
podem ser feitos e vistos em computadores. Da mesma maneira que o
surgimento do computador não fez e nem fará o livro desaparecer, mas
atualmente é possível criá-los e até mesmo ler um e-book em tela.
Para a autora, as linguagens que as tecnologias podem proporcionar são
muitas, e salienta:
Desde a revolução industrial e, mais recentemente, a revolução eletrônica,
seguida da revolução informática e digital, o poder multiplicador e o efeito
proliferativo das linguagens estão se ampliando enormemente. Como o
exemplo das imagens: a era das imagens de registro físico de fragmentos
do mundo, iniciada com a fotografia e seguida pelo cinema, TV, Vídeo e
holografia, por exemplo, tem apenas um século e meio de existência e já
estamos instalados agora em plena efervescência da era pós-fotografia, de
geração sintética das imagens e da realidade virtual. (SANTAELLA, 2004a,
p. 28).
Para evidenciar o contexto digital, percebemos que texto, imagem e som,
ou seja, as linguagens, não são mais o que costumavam ser: deslizam uns para
os outros, sobrepõem-se, complementam-se, confraternizam, unem-se e
separam-se, entrecruzam-se.
Dessa forma, Santaella (2007, p. 53) menciona as cinco gerações
tecnológicas que aumentaram a capacidade para a reprodução dessas
linguagens, a saber:
42
Tecnologias do reprodutível (eletromecânicas), com máquinas capazes de
produzir e reproduzir linguagens, cuja transmissão está condicionada aos
meios de comunicação ou da comunicação de massa, tais como as
revistas, jornais, livros, fotografia, cinema, etc.
Tecnologias da difusão (eletroeletrônicas), que possuem máquinas
eletromecânicas responsáveis pela revolução eletrônica, como o rádio e
TV, capazes de uma potência de difusão que as anteriores não podiam
alcançar. Deram origem à chamada cultura de massa, em que há um polo
emissor com uma penetração imensa entre os receptores.
Tecnologias do disponível e descartável, que são tecnologias que
personalizaram os processos de produção, distribuição e consumo; por
exemplo, videogames, CD, TV a cabo, videocassetes, copiadoras, controle
remoto, entre outras.
Tecnologias do acesso, que são tecnologias e dispositivos, tais como
modem, mouse, software, principalmente a internet, que permite o acesso
a uma infinidade de informações.
Tecnologias da conexão contínua, representadas por telefones celulares,
aparelhos wireless e outras tecnologias que independem de cabos e outros
recursos para obter acesso à informação.
É importante salientar que uma nova geração tecnológica pode até
diminuir o uso de tecnologias anteriores, mas, certamente não extingue a
anterior. A Sociedade Industrial não desapareceu com a Sociedade da
Informação, ambas fazem parte da atualidade, são importantes e convergem
entre si. Assim, cada cultura de determinada época conviverá com a mistura do
antigo com o mais recente, capazes de produzir simultaneamente diversas
linguagens que, segundo Lévy (1996, p. 74), “se enriquecem e se estendem de
forma a ampliar as possibilidades de simulação, imaginação, fazer imaginar um
alhures ou uma alteridade”.
É evidente que todas as gerações e evoluções tecnológicas trazem consigo
impactos sociais, econômicos, culturais e cognitivos, que dependem da natureza
43
e do grau de adesão em cada cultura. Porém, Santaella (2004a, p. 37) explica
que, “com o computador, o pensamento é registrado no ritmo da mente e, por
isto, transforma a mente”.
Com base nesse aspecto, a evolução tecnológica não se restringe aos
novos usos de equipamentos e/ou produtos, mas aos comportamentos dos
indivíduos que interferem/repercutem nas sociedades, intermediados, ou não,
pelos equipamentos. Portanto, entendemos como tecnologias os produtos das
relações estabelecidas entre sujeitos com as ferramentas tecnológicas que têm
como resultado a produção e disseminação de informações e conhecimentos.
5.2 Conceitos de Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs)
Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) é o termo coletivo para
as diferentes tecnologias envolvidas no processamento e na transmissão de
informação. Inclui a computação, as telecomunicações e a microeletrônica. As
TICs estiveram no centro da mudança de paradigma científico e tecnológico do
século XX e continuam a provocar ou possibilitar transformações radicais em
escala global.
As TICs diminuem a distância entre o ser humano e algo que lhe pode ser
extremamente valioso: a informação. Atualmente, os horizontes do
desenvolvimento humano estão condicionados pela capacidade de produzir,
trocar e gerenciar informação e conhecimento por meios das TICs. (CARVALHO,
2006, p. 2).
Rosini (2007, p. 3) descreve que as TICs são a integração de métodos,
processos de produção, hardware e software, com o objetivo de proporcionar a
coleta, o processamento, a disseminação, a visualização e a utilização de
informação, conforme o interesse dos seus utilizadores. Também podem ser
entendidas como a reunião de meios audiovisuais, informáticos e
comunicacionais que permitem criar, armazenar, recuperar e transmitir
informação em grande quantidade e velocidade.
44
Há atividades em determinadas áreas do conhecimento cujos avanços,
proporcionados pela inserção das TICs, são notáveis, uma vez que elas alteraram
significativamente os níveis de difusão de recursos para a transmissão de
conteúdo e, conseguintemente alteraram as práticas tradicionais e os padrões de
interação social e de trabalho. Como exemplo, podemos citar a área de
educação, com o fortalecimento da Educação a Distância, e a área da saúde, com
o surgimento da telemedicina, e outros. Entre outros fatores, as TICs
possibilitam a disseminação da informação, que pode ter como efeito a acelerada
internalização de conteúdos, transformando-os em conhecimentos que são os
insumos responsáveis para o desenvolvimento de uma dada sociedade.
Isso ocorre devido às TICs promoverem novas formas de sociabilidade, e,
de acordo com Lévy (1999, p. 26), “não são meros equipamentos ou apoio
utilitário, mas são meios potenciais de transformação de práticas”.
A massificação do uso da informática, particularmente do computador e
dos sistemas de informação, foi o fator propulsor da necessidade de as pessoas
evoluírem suas formas de agir e pensar, e quanto à utilização de novos recursos
e métodos. (ROSINI, 2007, p. 3).
Para Carvalho (2006, p. 48), o computador conectado à internet é um dos
mais importantes elementos que constitui as chamadas “novas tecnologias” –
que aqui são compreendidas como elementos mediadores para a construção de
uma nova representação da sociedade. Esses elementos em conjunto prontificam
a acessibilidade, algo que mudou nossa forma de lidar com a informação,
principalmente pela possibilidade de novos padrões de velocidade e
armazenamento. Dessa forma, o computador, como principal representante das
“novas tecnologias”, é caracterizado:
em primeiro âmbito, como veículo tecnológico ganhando novas dimensões,
uma vez que pode fornecer acesso a ambientes adequados para o
desenvolvimento de novos conhecimentos e competências, de
aprendizado, criação, interação e de cooperação entre as pessoas.
em segundo âmbito, como potencial TIC, rompe com os princípios de
outras tecnologias, modificando a relação homem-máquina, ao permitir
45
potencializar os processos cognitivos do ser humano, fazendo com que
este adquira novas significações.
De acordo com Sáenz e Souza-Paula (2008, p. 24), as rápidas mudanças
nas telecomunicações e na computação, unidas aos avanços na inteligência
artificial, influíram e continuarão a influenciar fortemente: na otimização dos
sistemas e métodos de educação e treinamento; na aprendizagem, que tende a
ser cada vez mais rápida e efetiva; na computação e nos métodos associados à
formação de imagens, que serão dinâmicos, tridimensionais e multimídia. Isso
contribuirá para mudar formas de pensamento, cultivando processos mentais
que são pictóricos, multidimensionais e dinâmicos.
Das inúmeras possibilidades e expectativas relacionadas à melhoria do
desempenho humano e social em decorrência dos avanços das TICs, podemos
destacar como fundamentais:
a criação de estímulos para resultados grupais e sociais;
o aperfeiçoamento de interfaces homem-máquina;
a criação e desenvolvimento de robôs e softwares mais úteis para as
pessoas;
o acesso instantâneo a informações necessárias em qualquer parte do
mundo;
a possibilidade de pessoas poderem aprender, com rapidez cada vez
maior, novos e confiáveis conhecimentos e habilidades.
Um enfoque principal das TICs, como tecnologias convergentes, está nas
atividades humanas, tais como melhorar a eficiência no trabalho, melhorar a
aprendizagem, aumentar a capacidade cognitiva do homem, assim como
propiciar a interação social, a simulação, a experimentação, a visualização e a
criatividade.
46
5.2.1 A comunicação mediada por computador
A comunicação mediada por computador (CMC) trata-se da comunicação
interpessoal que utiliza tecnologia computacional para transmitir, armazenar ou
apresentar informações. Warschauer (2006, p. 46) considera quatro maneiras
essenciais como a CMC modificou qualitativamente as formas existentes de
representação, organização e compartilhamento de informações, sendo:
a interação por escrito – a CMC supera a diferença entre a linguagem oral
e a escrita, ou seja, as pessoas podem interagir rapidamente e a distância
utilizando-se da escrita;
a comunicação de longa distância entre muitas pessoas – a CMC permite
que as pessoas se comuniquem on-line, independentemente da localização
geográfica, fato este que repercute um impacto potencial e significativo
sobre todos os aspectos da vida humana;
a formação de um hipertexto global – a organização hipertextual da
internet possibilita uma conexão horizontal e associativa entre as fontes
de informação;
a experiência multimídia – nela se empregam os programas e sistemas em
que a comunicação se dá através de múltiplos meios de representação da
informação (como som, imagem, entre outros); como exemplo, temos a
World Wide Web (www), onde elementos textuais e audiovisuais estão
mais avançados;
a experiência hipermídia – é uma convergência dos meios, do suporte
multimídia, mas, essencialmente, da relação entre a obra e o
leitor/usuário; um sistema hipermídia se trata de um sistema multimídia
capaz de tratar eventos causados pela interação com o usuário e reagir a
esses eventos.
Conforme a diversidade e intensidade de linguagens transportadas por
determinada tecnologia, é possível determinar o grau de interação com o ser
47
humano e, principalmente, a capacidade de proporcionar interação entre as
pessoas. Segundo Santaella (2001, p. 24), por volta de 1994, uma novidade no
mundo das linguagens começou a fervilhar no Brasil: a multimídia, o hipertexto e
a hipermídia. Com isso, a autora também aponta:
De todo modo, o que vale aqui acentuar é o fato de que toda a mistura de
linguagens da multi ou hipermídia está inegavelmente fundada sobre três
grandes fontes primeiras: a verbal, a visual e a sonora. Tanto é assim que
os programas multimídia (softwares) literalmente programam as misturas
de linguagem a partir dessas três fontes primordiais: os signos audíveis
(sons, músicas, ruídos), os signos imagéticos (todas as espécies de
imagens fixas e animadas) e os signos verbais (orais e escritos).
(SANTAELLA, 2001, p. 25).
Com as TICs, além das escolas, as organizações e os espaços domiciliares
também se tornam educativos: as pessoas estudam em casa, na empresa, ou
em qualquer outro lugar, desde que possam buscar e contar com serviços que
respondam às suas demandas de informações.
Os recursos oferecidos pelas TICs, principalmente com o uso de
computadores conectados à internet, podem levar a educação a uma concepção
totalmente nova, uma vez que ressalta a interação entre todos os atores do
processo educativo e estabelece bases para a construção colaborativa de
conhecimento. Tal cenário acarreta novas demandas para o campo da educação.
Para enfrentamento dessas demandas, repercute o interesse por
diferentes modalidades educacionais que ultrapassem os limites dos meios
tradicionais de ensino, como algo que aponte para a possibilidade de uma
educação adequada para suprir as necessidades específicas da sociedade atual. A
Educação a Distância (EaD) ressurge com novas disposições e, com as TICs,
trouxe novas perspectivas para os cursos desta modalidade. Destacadamente, os
modelos baseados na comunicação mediada por computador, ou on-line, surgem
como modalidades educativas alternativas, flexíveis e interessantes.
48
5.3 TICs na educação
Para viver, aprender e trabalhar bem em uma sociedade cada vez mais
complexa, rica em informação e baseada em conhecimento, os alunos e
professores podem usar as tecnologias de forma eficaz para se tornarem
comunicadores, colaboradores, editores, produtores, cidadãos informados,
responsáveis, que oferecem contribuições, além de pessoas que buscam,
analisam e avaliam a informação, criativos e efetivos no uso de ferramentas de
produtividade.
Nesse contexto, as TICs podem decididamente ser utilizadas como apoio
nas atividades escolares, visto que ampliam e criam novos espaços para o
conhecimento. No ambiente escolar, os objetos tecnológicos se instalam de
maneira que, de uma forma ou de outra, visam principalmente a ideias de uma
escola que consiga dar conta das várias dimensões da sociedade atual,
preparando os alunos para a realidade complexa e global. (JOSGRILBERG, 2006,
p. 159).
A educação defronta-se com o desafio de trazer para seu contexto as
ferramentas tecnológicas, articulando-as com os conteúdos e conhecimentos
escolares, propiciando a interlocução entre os indivíduos. O desafiante é recriar,
a partir de uma conexão do potencial das tecnologias, as formas de ensinar e os
princípios e concepções de aprendizagem, que podem servir tanto para inovar
como para reforçar comportamentos e modelos comunicativos de ensino.
Como consequência desse processo, Porto (2006, p. 44) diz ser necessário
o uso das TICs para disponibilizar aos sujeitos escolares um amplo leque de
saberes que, se trabalhados em perspectiva comunicacional, garantem
transformações nas relações vivenciadas no cotidiano escolar.
Do ensino básico ao superior, as TICs podem auxiliar de diversas
maneiras:
na captura de novos conteúdos a serem estudados ou na agregação aos
conteúdos educativos;
49
na aptidão de novas ferramentas que apoiam o processo de busca e
processamento das informações;
na criação de novos métodos de organização e comunicação de
informações que apoiam o processo de aprendizagem pelo uso de recursos
multimídia e interatividade;
como capacitação para o mercado de trabalho atual, em que a
manipulação de tecnologias é essencial, entre outros subsídios.
Os fatores externos à sala de aula também podem ser aprimorados pelas
TICs (principalmente o computador conectado à internet), pois criam situações
de estímulo ao processo de assimilação do conhecimento por parte das pessoas.
5.3.1 TICs: novos meios de aprendizagem
A diversidade de linguagens (texto, som e imagem) materializadas pelos
diferentes suportes a disposição do professor e dos alunos tem proporcionado
novas possibilidades de práticas pedagógicas que facilitam os processos de
mediação e, com isso, de ensino para aprendizagem.
Soares (2006, p. 91) descreve alguns motivos essenciais que tornaram as
TICs importantes no contexto da educação:
por suas características inovadoras, as TICs oportunizam, facilitam,
ensejam e estimulam mudanças no paradigma do ensino (centrado no
professor e na transmissão de conteúdos), transformando o paradigma da
aprendizagem (centrada no aluno), exigindo novas posturas dos atores
nesse processo de aprendizagem, como a abertura para adoção de novos
procedimentos pautados no uso da internet;
os objetos tecnológicos são instrumentos com potencial para agregar valor
à educação, e que não devem ser encarados como um fim, mas como
meios, veículos, recursos didáticos, que poderão ou não ser úteis,
50
dependendo de quem os use e as finalidades que lhes deem. Entretanto, a
simples utilização de um ou outro equipamento não pressupõe um
trabalho educativo ou pedagógico.
No entender de Porto (2006, p. 45), o “tecnicismo por si só não garante
uma melhor educação”. Para a autora, cada meio e cada tecnologia exercem
uma mediação particular nas pessoas e contextos com os quais interatuam,
pressupondo transformações na organização do trabalho, nos seus componentes
e, consequentemente, na instituição educativa que realiza o trabalho. Assim
sendo, o trabalho com as TICs na educação não pode se resumir à transmissão
de conteúdos, pois, para se construir o aprendizado, é preciso estabelecer uma
proposta pedagógica articulada com as TICs.
A inserção das TICs na educação, com ênfase no computador, torna-se
importante para implementar estratégias e planos de ação que conduzam um
aprendizado cada vez mais em sintonia com as realidades tecnológicas do nosso
tempo. Neste sentido, acredita-se que as novas propostas de desenvolvimento
com metodologias através da TICs possam beneficiar, inclusive, o processo de
alfabetização, uma vez que estas se dinamizam por meio de intervenções visuais
e multimidiáticas, favorecendo o ensino e a aprendizagem. Juntar todas as
linguagens (texto, imagens, sons), permitindo interatividade, trabalhando a
aprendizagem de forma dinâmica e criativa é algo que é possibilitado pelo uso
das TICs no campo da educação. As TICs, hoje, não podem estar ausentes do
processo educativo, seja este presencial ou não.
Os Gráficos 2 e 3 apontam os fatores determinantes que abarcam o uso do
computador e internet para as atividades educacionais. O primeiro gráfico
abrange as atividades com uso de computadores em rede de modo geral, sendo
destacado o seu uso para fins de comunicação, lazer, treinamento e educação e
banking. Já o segundo gráfico abrange somente as atividades desenvolvidas na
internet para treinamento e educação; nele se enfatiza o crescimento do uso do
computador e internet no desempenho de determinadas tarefas.
51
Gráfico 2 - Atividades desenvolvidas na internet: dados comparativos de 2005 a 20088
Fonte: Comitê Gestor da Internet no Brasil (2009, p. 149).
Dentre as atividades realizadas pelos indivíduos com uso do computador e
internet, os destaques ficam para o crescimento das atividades de lazer e para as
atividades relacionadas a treinamento e educação. O crescimento das atividades
de lazer foi de 15% em 3 anos e, para as atividades de treinamento e educação,
houve um aumento considerável: 16%. É importante salientar que o grupo de
atividades de comunicação também apresentou tendências de crescimento (8%
de 2005 a 2008).
Gráfico 3 - Atividades desenvolvidas na internet – treinamento e educação: dados
comparativos de 2005 a 20089
Fonte: Comitê Gestor da Internet no Brasil (2009, p. 151).
8
Percentual sobre o total de usuários da internet em área urbana.
9
Percentual sobre o total de usuários da internet em área urbana.
52
Diante das atividades de treinamento e educação apresentadas na
pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil (2009, p. 151), destaca-se o
desempenho sobre as atividades de “realizar pesquisas escolares”, que passou
de 47% em 2005, para 65% em 2008. A atividade “buscar informações sobre
cursos de graduação, pós-graduação e extensão” também cresceu
significativamente (17%). Contudo, ambas as atividades apresentaram certa
estabilidade entre os anos de 2007 e 2008. A atividade “buscar informações
sobre a disponibilidade de livros e fazer download de material de cursos”
permaneceu estável nos últimos anos. E a atividade “fazer cursos on-line”, se
comparado com 2005 (que era 0%), obteve um bom crescimento em 2006
(7%), teve um aumento no ano seguinte, porém se manteve estável nos últimos
dois anos.
5.3.1.1 Tecnologia educacional
O campo de estudo relativo à tecnologia educacional está presente nos
meios acadêmicos nos Estados Unidos desde a década de 40.
De acordo com Martins (2000), esse termo é fundamentado em duas
vertentes principais:
aplicação de tecnologias (quer dizer, máquinas) no processo de ensino –
as concepções próprias das décadas dos anos 50 e 60, nas quais
correspondia à tecnologia educacional o estudo dos meios como geradores
de aprendizagem;
aplicação de ciências de ensino e aprendizagem (psicologia, ciências da
computação, sociologia, etc.) no processo de planejamento, execução e
avaliação de ensino – concepções que definem a tecnologia educacional
por seu estudo no ensino como processo tecnológico, fundamentadas a
partir da década de 70.
53
As duas vertentes são interessantes e, de certa forma, estão estritamente
relacionadas. Porém, a proliferação de vários conceitos para o que é tecnologia
educacional e sua utilização leva a Comissão sobre a Tecnologia Educacional dos
Estados Unidos (apud MARTINS, 2000) a propor, em 1970, a seguinte
declaração:
É uma maneira sistemática de elaborar, levar a cabo e avaliar o processo
de aprendizagem em termos de objetivos específicos, baseados na
investigação da aprendizagem e da comunicação humana, empregando
uma combinação de recursos humanos e materiais para conseguir uma
aprendizagem mais efetiva.
López (apud MARTINS, 2000) afirma que tecnologia educacional é aquela
que reflete sobre a aplicação da técnica à resolução de problemas educativos.
Enfatiza o controle do sistema de ensino e aprendizagem como aspecto central e
de garantia de qualidade, ao mesmo tempo em que entende que as opções mais
importantes estão relacionadas com o tipo de técnica que convém e como
incorporá-la adequadamente.
Quadro 1 – Mídias na educação
TIPO DE MÍDIA
APLICAÇÕES
Rádio e audiocassete
Programas de difusão para as escolas
Educação geral informal
Programação de ação social
Educação básica para adultos
Alfabetização
Ensino interativo pelo
rádio
Baixo nível de professores treinados
Treinamentos de alunos com baixo aproveitamento
escolar
Recursos limitados
Radio digital via satélite
Sinais enviados diretamente para os receptores
Satélites geoestacionários com cobertura mundial
Televisão e videocassete
Largamente empregada em educação a distância
Desenvolvimento profissional de professores
Curso instrucional pela
TV
Distribuição direta para escolas, telessalas,
residências
Programas pré-produzidos e pré-gravados em vídeos
Produção centralizada e pesada
Unidirecional
Professor-instrutor local
Perguntas por correio, telefone ou e-mail
Cursos reaplicáveis
Altos custos amortizados ao longo de anos
Desafio: manter alunos motivados
54
Curso interativo pela TV
Programas ao vivo e interativos
Em geral usa vídeo unidirecional e áudio bidirecional
Produção local e modesta
Apresentações utilizando material audiovisual
Interatividade bidirecional
Professor-instrutor local
Perguntas por TV-SAT, telefone ou e-mail
Cursos em geral não reaplicáveis
Baixo custo de produção
Desafio: beneficiar-se da interatividade
Computador
Usado para programas de educação a distância ao
vivo
Conferência por computador como meio de
comunicação
Permite interatividade assíncrona entre alunos
Desenvolvimento profissional em tecnologias
educacionais
Atualização em conteúdos disciplinares
Criação de comunidades de alunos
Formação de redes de aprendizagem entre alunos
Distribuição de material multimídia
Redes de computadores
Integração de sinais: voz, dados, imagens e áudio
Globalização da educação a distância
Empresas oferecem cursos a distância para
empregados
Satélites em banda Ku para educação (DirectTV)
Entrega de vídeos diretamente para PCs (DirectPC)
Surgimento das Universidades Virtuais
Fonte: Raj (1999).
O Quadro 1 apresenta as principais mídias usadas na educação e suas
potenciais aplicações como suporte à aprendizagem. Além disso, demonstra as
principais características e apresenta alguns desafios perante o uso de
determinada mídia para educação. A apresentação desse quadro é importante
para expor os recursos computacionais como agentes potencializadores da EaD,
contribuindo para a globalização dos cursos a distância e agregação de recursos
multimídias.
Neste trabalho, o propósito da Tecnologia Educacional estará voltado para
aplicação de tecnologias, especialmente o uso do computador, Web e internet
como máquinas-ferramentas auxiliares do processo de ensino e aprendizagem –
que aqui deve ser entendido como TICs realmente aplicadas no âmbito da
educação, principalmente as modalidades que usufruem diretamente da
comunicação mediada por computadores (CMC), como a Educação a Distância
(EaD).
55
São várias as aplicações das Tecnologias Educacionais em sistemas de
ensino na atualidade, aplicando, inclusive, o uso da Web 2.0, em algumas
experiências relacionadas principalmente no uso da multimídia e da hipermídia
como um recurso de apoio pedagógico. Nesse contexto, consideramos que a
Tecnologia Educacional aplicada à educação dependerá da utilização da internet e
da Web, principalmente para:
promover a colaboração e aprendizagem experiencial;
incentivar alunos a publicar os seus projetos e realizar pesquisas sobre
assuntos específicos, baseados no objeto de aprendizagem;
motivar e promover a aprendizagem em um contexto educacional mais
dinâmico, para uso principalmente dos docentes, tutores, mediadores,
entre outros.
Desse modo, os conceitos e aplicações das tecnologias educacionais serão
importantes para este trabalho, uma vez que são meios para as abordagens que:
utilizam-se de recursos tecnológicos, tais como: tutoriais, simulações,
multimídias, hipermídias e outros, para motivar os alunos, principalmente
para alunos dos cursos de treinamento pela Web (Web-based training);
utilizam-se ferramentas de forma estratégica para promoção, transmissão,
armazenamento ou apresentação de informações sobre objetos de estudo
ou como forma de complementação bibliográfica.
5.4 TICs em Bibliotecas
As necessidades informacionais da atual "Sociedade da Informação"
destaca o conhecimento como um recurso essencial para a resolução de
problemas, desenvolvimento científico, tecnológico, econômico, entre outros, e,
para se chegar ao conhecimento, é necessário o acesso à informação. Grandes
56
acervos de informação, dos mais variados assuntos, circulam hoje numa escala
mundial devido à internet e às novas mídias eletrônicas.
Para Santos (2002, p. 1), diante desse cenário, as bibliotecas – cuja razão
de ser é atender as necessidades de seus usuários – passaram a fazer uso de
TICs para contribuir com a melhora no atendimento e na otimização do
tratamento de múltiplas e crescentes informações, possibilitando que seu público
acompanhe o ritmo dos avanços tecnológicos e dos fluxos informacionais.
Para que tal eficiência de serviços rápidos e eficientes fosse atingida,
foram adotados processos de modernização, adoções de novas técnicas de
produtividade, capacitações da equipe e estabelecimento de uma nova cultura
voltada para a prestação de serviços de alto nível qualitativo no ambiente de
trabalho. Essa realidade exigiu dos bibliotecários a adoção de uma nova postura
no ambiente de trabalho, mais flexível e mais voltada para a apresentação de
serviços com alto nível de qualidade, evitando-se o retrabalho e o desperdício e
indo ao encontro de interesses, desejos e necessidades dos usuários. (SANTOS,
2002, p. 2; BRASIL, 2000, p. 8).
O processo de modernização nas bibliotecas inicia-se com a aquisição de
novas tecnologias, softwares e aplicativos, que chegam para automatizar alguns
processos manuais, como: cadastramento, recuperação e busca, e controle de
circulação de materiais bibliográficos. A partir de então, os serviços também
passaram por uma evolução significativa no tratamento com o usuário: aquisição
de computadores para consulta local dos usuários, banda larga para acesso à
internet e investimento na capacitação e modernização dos recursos humanos,
para que a equipe pudesse acompanhar a evolução dos serviços, interagindo
com as novas fontes de informação para pesquisa, tanto de maneira presencial,
quanto remota.
Para Sousa (2007, p. 4), as bibliotecas, particularmente universitárias,
passaram a funcionar na sociedade como uma organização aberta para a
captação, organização, disponibilização e acessibilidade de informações, porém a
qualidade dos serviços oferecidos passou a ser uma preocupação. O autor
também menciona algumas diretrizes que podem ser tomadas como base do
57
controle de qualidade informacional no processo de informatização das
bibliotecas, como:
serviços referenciais por computador;
acesso seguro e rápido a redes intranet e internet;
treinamento e capacitação para usuários, habilitando-os na busca de
informações no acervo e em fontes idôneas na internet;
estabelecimento de políticas de empréstimos entre bibliotecas por
comunicação eletrônica;
serviços de reservas, renovações e consultas por meio eletrônico.
Sousa (2007, p. 4) e Muller (2000) em trabalhos isolados, porém
abordando a mesma temática, apresentam algumas vantagens que o uso das
TICs trouxe para as bibliotecas, sobretudo o uso do computador em rede, dos
quais podemos destacar:
otimização dos serviços;
aumento da velocidade no acesso e na quantidade de informações;
aumento da relevância nos resultados de busca;
aumento na consulta das bibliotecas remotamente com o uso da internet;
difusão da informação e de serviços da biblioteca em meio eletrônico;
uso do correio eletrônico para serviços de renovações e reservas;
expansão do espaço e tempo de alguns serviços prestados remotamente
em meio eletrônico;
acesso a bases de dados informacionais científicas como CAPES, Web of
Science, entre outras;
facilidade no acesso de informações e serviços para usuários que se
encontram impossibilitados de comparecer fisicamente na biblioteca.
58
Outro aspecto importante referente às TICs para as Bibliotecas está diante
da sua reorganização e reestruturação, o que as leva a desempenhar com mais
eficiência seu objetivo, especialmente por meio da melhoria de prestação de
serviços informacionais de qualidade ao usuário, em face da disseminação de
novos métodos e processos de trabalho. Com isso, foram redimensionadas as
maneiras de gestão em Unidade de Informação, sobretudo de armazenamento e
processamento das informações.
Dessa forma, consideramos que as TICs nas bibliotecas tornaram
prioritárias as questões de:
inovação, pois facilita a criação e aperfeiçoamento dos modelos de
produtos e serviços, e subsídio na gestão de processos;
modernização dos serviços, para conformidade com a realidade no
desempenho das funções e procedimentos que levam os cidadãos aos
serviços de se deslocar ou ficar, dependente de horário de funcionamento
dos serviços.
apoio às cooperações informacionais entre bibliotecas – esforço coletivo
para o compartilhamento de produtos e serviços de acesso à informação.
Gomes e Barbosa (2003) abordam de outra maneira os efeitos positivos
que a evolução das TICs (principalmente o uso da comunicação mediada por
computador, web e internet) trouxe para as bibliotecas:
a redução do tempo gasto pelo usuário em suas consultas às pesquisas
bibliográficas e ao acervo;
maior número de consultas e pesquisas simultâneas efetuadas pelos
usuários aos catálogos da biblioteca;
possibilidade de disponibilização de documentos em formato digital;
facilitação e criação de novos serviços bibliotecários;
maior facilidade de estabelecer empréstimos entre bibliotecas;
comutação bibliográfica;
59
buscas bibliográficas em diversas bases de dados;
otimização da qualidade do acervo;
análise de dados por computador, entre outros aspectos.
Os autores (GOMES; BARBOSA, 2003) também ressaltam outros aspectos,
dentre os reflexos oriundos do uso intensivo das TICs pelas bibliotecas, no
sentido de consolidar sua missão e participar de forma ativa na educação,
sobretudo colaborando para a construção e difusão do saber, que são
representativas para as seguintes ações:
minimização de esforços e de tempo no que se refere ao processo de
registro de dados, facilitando e agilizando o acesso da informação pelos
usuários (professores, alunos e outros);
reciclagem e atualização do profissional bibliotecário no desenvolvimento
de suas atividades em função das inovações tecnológicas, oferecendo,
dessa forma, um atendimento mais qualificado aos usuários;
autonomia do usuário, no que tange ao automonitoramento de suas
pesquisas bibliográficas e de consulta ao acervo;
ampliação do universo de busca da informação para o usuário;
incentivo ao compartilhamento de recursos e conteúdos.
Diante dos aspectos expostos anteriormente, os serviços e produtos das
bibliotecas, de modo geral, ganharam impulso com o uso das TICs. Os modernos
recursos de informação gerados pelas TICs possibilitam de forma ilimitada a
acessibilidade da informação, promovendo um processo de disseminação da
informação de modo mais efetivo. A prova disso é a comparação que se pode
fazer entre os antigos catálogos pouco interativos e limitados na estrutura e no
acesso, inadequados e inoperantes no atendimento das necessidades do usuário
com os atuais bancos e bases de dados on-line.
As bibliotecas hoje contam com as soluções tecnológicas baseadas em
rede, que lhes permitem disponibilizar seu acervo, bem como disseminar e
60
captar informações remotamente. As TICs permitem o acesso, a criação e o
compartilhamento de conteúdos por meio de bibliotecas digitais e virtuais, em
que apresentam um conjunto de mecanismos eletrônicos voltados à facilidade e
agilidade na localização da demanda da informação, interligando recursos e
usuários. Com isso, essas bibliotecas modernas assumem a preocupação com o
acesso e padronização dos fluxos que visam qualidade e fidedignidade das
informações, diante da massa de conteúdos disponíveis na internet e em outras
redes.
Capítulo 6
62
6 FUNDAMENTOS E CONCEITOS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Neste capítulo, serão descritos alguns fundamentos e conceitos de
educação no contexto brasileiro e, principalmente, da inserção da Educação a
Distância (EaD). Conhecer esses aspectos se faz necessário, visto que se trata de
um dos objetivos deste trabalho. A partir dos fundamentos e conceitos
apresentados, serão enfatizadas as características atuais dessa modalidade
educativa.
Será necessário descrever a distinção entre informação e conhecimento,
pois essa observação atribui diferentes significados aos conceitos de ensino e
aprendizagem. Também será destacado o conceito de infoeducação, que abrange
estudos de ação educativo-cultural e reúne os campos teóricos e práticos da
Ciência da Informação e da Educação. Além disso, também será apresentado um
histórico da EaD focando, principalmente, as gerações e o desenvolvimento desta
modalidade educacional em âmbito nacional.
Será verificada a situação atual da modalidade, principalmente dos
modelos que fazem uso de computadores e internet para apoio às abordagens
pedagógicas, tais como e-learning, b-learning, e-learning 2.0 e open learning.
Outro aspecto considerado será a função dos ambientes virtuais de
aprendizagem (AVAs), uma vez que são destinados ao suporte às atividades
educacionais mediadas por TICs, através de sistemas computacionais disponíveis
para internet.
63
6.1 Fundamentos de Educação
A questão fundamental não é educação velha versus nova, nem educação
progressiva versus tradicional, mas alguma coisa – seja qual for – que
mereça o nome de educação. Não sou a favor de qualquer fim ou qualquer
método simplesmente porque se lhes deu o nome de progressivo. A
questão básica prende-se à natureza da educação sem qualquer adjetivo
qualificativo. Faremos progresso mais seguro e mais rápido se nos
devotarmos a buscar o que seja educação e quais as condições a
satisfazer para que ela seja uma realidade e não um nome ou uma
etiqueta. (DEWEY apud MOGILKA, 2003).
É conhecido que a educação é imbricada às vertentes ensino e
aprendizagem. Contudo, é muito frequente que tais elementos sejam
apresentados como sinônimos, ou contrapostos, como ocorre em algumas
teorias. É preciso entender que ensino e aprendizagem são distintos, mas ambos
se complementam e são os aspectos fundamentais no processo de educação.
A educação só se realiza quando um projeto de ensino gera aprendizagem.
Além disso, é necessário mencionar que a prática educativa possui como
característica principal a necessidade de aquisição, atualização e utilização dos
conhecimentos, ou seja, essas três funções relevantes no processo educativo e
são fatores efetivos do ensino e da aprendizagem. (MAIA; MATTAR, 2007, p. 4).
Contextualizando a educação, Brandão (1995, p. 7) diz que existem
inúmeras abordagens educacionais e cada uma atende a sociedade em que
ocorre, pois é a forma de reprodução dos saberes que compõe uma cultura,
portanto a educação de uma sociedade tem identidade própria. De modo mais
geral, o autor afirma:
Não há uma forma única nem um único modelo de educação; a escola não
é o único lugar onde ela acontece e talvez nem seja o melhor; o ensino
escolar não é a sua única pratica e o professor profissional não é o seu
único praticante. (1995, p. 9).
Para Mogilka (2003, p. 7), a educação é vista com caráter emancipador e
democratizante, em que os sujeitos que a realizam possuem potencial para
entender e para participar das mudanças sociais. Nessa perspectiva, a educação
64
é influenciada pelas dimensões econômica, política e cultural da sociedade, mas
também influencia essas dimensões. O autor ressalta que “não existe educação
sem pessoas: em parte, são elas que fazem a educação ser desta ou daquela
forma, ao aceitar, resistir ou modificar as diretrizes e políticas definidas para esta
prática social”.
Além desses aspectos, o autor explica que a educação, se trabalhada sob a
perspectiva crítica e reflexiva, faz com que as capacidades intelectuais do
educando reflitam também na sua inserção social crítica, criando consciência dos
problemas que se levantam cotidianamente contra a sua cidadania e
oportunizando constantes atitudes de questionamentos e reflexões diante de
situações. Assim, são desenvolvidas, em equivalente, a capacidade de produzir e
a capacidade de perceber, impedindo que as habilidades intelectuais se reduzam
à mera manobra instrumental. (MOGILKA, 2003, p. 9).
Como interpretação a esse conceito de educação, também constam as
questões do desenvolvimento humano, ou seja, a educação como forma de dotar
a humanidade da capacidade de conduzir o seu desenvolvimento. Ela deve
provocar a percepção de cada ser para as questões individuais, como também
gerar percepções que abarquem a coletividade, para que esses fatores
contribuam para o progresso da sociedade. O desenvolvimento ocorrerá
conforme a participação responsável dos indivíduos e das comunidades na
sociedade.
O Relatório da UNESCO, com diretrizes para a educação (1999, p. 88-
102), menciona os quatro os pilares básicos da educação, como podemos
observar a seguir:
aprender a conhecer – aprender a aprender e a beneficiar-se das
oportunidades oferecidas pela educação ao longo de toda a vida;
aprender a fazer – adquirir, não somente uma qualificação profissional,
mas também as competências que tornem a pessoa apta a enfrentar
numerosas situações, a trabalhar em equipe e também aprender a fazer,
no âmbito das experiências sociais ou de trabalho;
65
aprender a viver juntos – realizar projetos e se preparar para administrar
conflitos, ter respeito pelos valores do pluralismo, da compreensão mútua
e da paz a partir do desenvolvimento da compreensão do outro e da
percepção das interdependências;
aprender a ser – agir cada vez com maior capacidade de discernimento, de
autonomia e de responsabilidade pessoal para melhor desenvolver a sua
personalidade; a educação não deve negligenciar nenhuma das
potencialidades de cada indivíduo: memória, raciocínio, sentido estético,
capacidades físicas e aptidão para comunicar-se.
Reforçando essa noção, o mesmo documento menciona:
A educação deve [no atual mundo globalizado] se situar no coração do
desenvolvimento, tanto da pessoa humana, como das comunidades.
Cabe-lhe a missão de fazer com que todos, sem exceção, façam frutificar
os seus talentos e potencialidades criativas, o que implica, por parte de
cada um, a capacidade de se responsabilizar pela realização do seu
projeto pessoal. (UNESCO, 1999, p. 16)
Já motivado sobre questões atuais, o Livro Verde – Sociedade da
Informação no Brasil (2000, p. 45) descreve que a educação é o elemento-chave
na construção de uma sociedade baseada em informação e no conhecimento,
para que obtenha efetivo aprendizado. Com o advento da globalização no
contexto da atual sociedade, a educação é tida como o maior recurso para
enfrentar as constantes transformações que ocorrem no mundo.
Com as TICs na educação, descritas no capítulo anterior, a sala de aula
não é mais o principal meio de se obterem ensinamentos e nem os professores
os principais mediadores de informações e conhecimentos. Hoje em dia,
televisão, internet e outros meios de comunicação, em geral, dão suporte
adequado para transmissão do conhecimento, uma vez que promovem acesso às
informações diferentes, interação e colaboração entre as pessoas, além de
possuírem ferramentas dinâmicas que podem ser incorporadas, apresentando
outras significações às práticas pedagógicas.
A educação tem, sem dúvida, um papel importante a desempenhar, pois o
saber pode, evidentemente, ser adquirido de diversas maneiras e, com isso, a
Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos
Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos
Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos
Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos
Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos
Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos
Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos
Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos
Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos
Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos
Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos
Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos
Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos
Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos
Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos
Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos
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  • 1. FUNDAÇÃO ESCOLA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA DE SÃO PAULO FACULDADE DE BIBLIOTECONOMIA E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO Fabiana ANDRADE-PEREIRA Ana Luiza Araez Requena SANCHES Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos São Paulo 2009
  • 2. Fabiana ANDRADE-PEREIRA Ana Luiza Araez Requena SANCHES Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Biblioteconomia da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, como requisito para obtenção do título de bacharel. Orientadora: Prof.ª Dra. Valéria Martin Valls Coordenadora: Prof.ª Dra. Maria Ignês Carlos Magno São Paulo 2009
  • 3. Autorizamos a reprodução total ou parcial do conteúdo deste trabalho, desde que citada a fonte. A553 Andrade-Pereira, Fabiana Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos / Fabiana Andrade-Pereira, Ana Luiza Araez Requena Sanches. - São Paulo, 2009. 228 f.: il.; 30 cm. Orientadora: Valéria Martin Valls Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Faculdade de Biblioteconomia e Ciência da Informação da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, 2009. Inclui DVD. 1. Biblioteca digital. 2. Biblioteca virtual. 3. Serviço de referência virtual. 4. Educação a distância. 5. Tecnologias da informação e comunicação. 6. Web. I. Sanches, Ana Luiza Araez Requena. II. Valls, Valéria Martin. III. Título: Produtos e serviços on-line para usuários remotos. CDD 025.06 371 334
  • 4. Folha de Aprovação Fabiana Andrade-Pereira Ana Luiza Araez Requena Sanches Bibliotecas digitais e virtuais no contexto da EaD: produtos e serviços on-line para usuários remotos. Conceito: Banca examinadora Prof.(a) Cibele Araújo Camargo Marques dos Santos Assinatura: ........................................................................................ Prof.(a) Dorlivete Moreira Shitsuka Assinatura: ........................................................................................ Prof.(a) ............................................................................................. Assinatura: ........................................................................................ Data de aprovação: _____/_____/2009.
  • 5. DEDICATÓRIA Dedicamos este trabalho ao presente, ao universo quântico que nos mantém, aos nossos familiares e amigos pelo apoio e compreensão durante esta etapa de nossas vidas. Dedicamos este trabalho ao nosso futuro, sobretudo, ao êxito como grandes profissionais. Também dedicamos a quem fizer questão de estar lá pra ver. Ana Luiza & Fabiana
  • 6. AGRADECIMENTOS Agradecimentos da dupla: Aos muitos professores, que durante o curso, nos ensinaram coisas que levaremos para sempre! Aos amigos-colegas de turma que nos acompanharam durante essa longa jornada, neste caminho sinuoso cheio de AACR2, MARC 21, CDD e CDU. Foram 4 anos difíceis! Esperamos encontrá-los em breve, pois sabemos que desta turma saíram grandes profissionais. Agradecemos à Profa. Dra. Maria Ignês Carlos Magno, coordenadora da disciplina de Orientação de Trabalho de Conclusão de Curso pelo carinho, incentivo, dedicação e orientação durante a realização da pesquisa. Agradecemos à Profa. Andréia Corrêa Silva pelas dicas e pelo referencial teórico tão importante na área de EaD. Agradecemos à Profa. Dra. Valéria Valls pela orientação prestada durante a elaboração do trabalho, pela dedicação, compreensão e carinho, direcionando-nos nas etapas de pesquisa e desenvolvimento do trabalho. Agradecemos ao professor Marcelo Silveira pelas dicas nos momentos finais de nosso trabalho. Agradecemos às professoras Cibele Araújo Camargo Marques dos Santos e Dorlivete Moreira Shitsuka por suas orientações e por participarem de nossa Banca Examinadora. Agradecemos pelas dicas e pelo apoio prestado por Rosaly Favero Krzyzanowski, Inês Maria de Morais Imperatriz, Diego Ucha, Thaís Fernandes Morais, Carla Ayres e Milena Yumi Ramos. Agradecimentos da Ana Lu: Agradeço às forças invisíveis, à vida, aos familiares e amigos que estiveram presentes nos momentos tensos e nos tranquilos durante essa etapa de minha vida. Agradeço à Conceição Cabrini pela oportunidade concedida e que me abriu as portas para me encontrar como profissional.
  • 7. Agradeço a todos aqueles que me deram a oportunidade de aprender e evoluir profissionalmente durante os estágios. Agradeço à amiga querida e parceira deste trabalho (e de outros, dentro e fora da faculdade) Fabiana, pela existência, amizade e carinho! Valeu chuchuza! Agradecimentos da Fabiana: Primeiramente agradeço a Deus e à minha família, pois sem ambos eu não estaria aqui. Agradeço também: A todas as pessoas que me incentivaram a chegar até aqui, principalmente aos amigos que confiaram e sentiram falta de mim durante o tempo de me dediquei ao curso; e àqueles que se foram porque não tiveram tempo de esperar; (e à cervejinha gelada num fim de dia estressante). Aos estágios que fiz, pois foram fontes riquíssimas de aprendizado e, aos bibliotecários no qual tive a oportunidade de trabalhar - agradeço imensamente a demonstração de profissionalismo. Ao busão e metrô lotado todas as manhãs! Isso me demonstrou na prática o que é ter força de vontade! À Issa-Issa e Nicoleta-Boleta-Roleta por proporcionarem momentos de relaxamento e divertimento total! Agradeço, especialmente, à Milena que me aturou esses anos todos reclamando da vida e, ainda assim, não me negou assistência mediante o Windows Office; e também ao Luiz Paulo, pela compreensão e por me emprestar seu computador supersônico! E pra finalizar, agradeço a Analú por tudo e mais um pouco! Valeu Nêga! Adoro-te!
  • 8. "O que é aprender? É abandonar velhos reflexos, abandonar os preconceitos e penetrar em um conhecimento diferente. Para mim, não somente há uma identificação entre conhecimento e amor, mas, também, a identificação entre o conhecimento, o amor e a existência, a mais intensa e viva." Pierre Lévy "Para ser grande, sê inteiro. Nada teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes. Assim, em cada lago a lua toda brilha, pois alta vive". Fernando Pessoa
  • 9. RESUMO A pesquisa aborda os principais pontos em que as tecnologias de informação e comunicação (TICs) influenciaram no âmbito da educação e nas bibliotecas, ressaltando, sobretudo, a Educação a Distância (EaD) e a emergência das bibliotecas digitais e virtuais. Por meio de levantamentos bibliográficos, aponta as bibliotecas digitais e virtuais como contribuintes à EaD on-line, especialmente na oferta de serviços e produtos aos utilizadores dessa modalidade educacional, suprindo remotamente suas necessidades informacionais. Diferencia essas bibliotecas dos repositórios de objetos de aprendizagem, estudando seus serviços e produtos, disponibilizados via Web e internet, e destaca o serviço de referência virtual (SRV) como principal meio de proporcionar subsídio às atividades didático-pedagógicas, ensino e pesquisa, além de oferecer suporte para as questões de disseminação da informação em meio virtual. Palavras-chave: Bibliotecas digitais. Bibliotecas virtuais. Serviço de referência virtual. Educação a Distância. Tecnologias da Informação e Comunicação. Web.
  • 10. ABSTRACT This study covers the key points where the information and communication technologies have an impact on education and libraries, with an emphasis on the Distance Education and the emergence of Digital and Virtual Libraries. Through literature research, the digital and virtual libraries are identified as contributors to the Distance Education online, especially in the provision of services and products to this type of education, meeting remotely their information needs. This study also differentiates these libraries from the repositories of learning objects through the analysis of their services and products offered via the Web and the internet. Finally, it highlights the virtual reference service as the primary means of providing subsidies to educational pedagogical, teaching and research activities, and support for the dissemination of information in virtual environment. Keywords: Digital libraries. Virtual libraries. Virtual Reference Service. Distance Education. Information and Communication Technologies. Web.
  • 11. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Estrutura geral do trabalho ........................................................17 Figura 2 – Mapa conceitual da estrutura deste trabalho com base no objeto de pesquisa ................................................................................................18 Figura 3 – Eniac: computador com 17.468 válvulas, construído em 1945: possuía uma memória compatível à de uma calculadora atual........................38 Figura 4 – EaD clássica x EaD on-line .........................................................89 Figura 5 – Exemplo de abordagem broadcast com uso da internet ................ 101 Figura 6 – Ciclo de ações que se estabelece na interação aluno-professor, no “estar junto” via rede de computadores. ................................................... 102 Figura 7 – Composição básica de um AVA ................................................. 106 Figura 8 – Evolução das bibliotecas .......................................................... 112 Figura 9 – Evolução tecnológica da biblioteca ............................................ 114 Figura 10 – Arquitetura do ambiente de aprendizagem ............................... 145 Figura 11 – Arquitetura do ambiente de bibliotecas digitais ......................... 146 Figura 12 – Arquitetura de integração de ambientes: bibliotecas digitais e sistemas de aprendizagem...................................................................... 151 Figura 13 – Biblioteca no Second Life ....................................................... 189
  • 12. LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Mídias na educação .................................................................53 Quadro 2 – Evolução da EaD no Brasil: desenvolvimento e cronologia (1ª Geração de EaD) .....................................................................................84 Quadro 3 – Evolução da EaD no Brasil: desenvolvimento e cronologia (2ª Geração)................................................................................................85 Quadro 4 – Evolução da EaD no Brasil: desenvolvimento e cronologia (2ª Geração - Continuação)............................................................................86 Quadro 5 – Evolução da EaD no Brasil: desenvolvimento e cronologia (3ª Geração)................................................................................................87 Quadro 6 – Os Diferentes Sentidos do Virtual: do mais fraco ao mais forte .... 120 Quadro 7 – Compilação das definições dos termos biblioteca digital, digital, biblioteca virtual e virtual ....................................................................... 123 Quadro 8 – Atividades desempenhadas por bibliotecas para atender a demanda da EaD................................................................................................. 135 Quadro 9 – Diferença entre BDs/BVs e ROAs ............................................. 148 Quadro 10 – Etapas do serviço de referência ............................................. 161 Quadro 11 – Serviços a serem ofertados pelo SRV ..................................... 164 Quadro 12 – Serviços a serem ofertados pelo SRV - II................................ 166 Quadro 13 – Compilação de serviços e ferramentas utilizadas em web sites de bibliotecas............................................................................................ 174 Quadro 14 – Habilidades de informação em bibliotecas tradicionais e virtuais/digitais ..................................................................................... 176
  • 13. LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Panorama temático da literatura utilizada ................................33 Gráfico 2 – Atividades desenvolvidas na internet: dados comparativos de 2005 a 2008. ...............................................................................................51 Gráfico 3 – Atividades desenvolvidas na internet – treinamento e educação: dados comparativos de 2005 a 2008. ......................................................51 Gráfico 4 – Número de cursos de EaD on-line ofertados por ano no Brasil.....88
  • 14. LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ABED Associação Brasileira de Educação a Distância ABT Associação Brasileira de Tecnologia Educacional ADA Ambientes digitais de aprendizagem AHA Ambientes hipermidiáticos de aprendizagem ARIADNE Alliance of Remote Instructional Authoring and Distribution Networks for Europe AVAs Ambientes virtuais de aprendizagem BBS Bulletin board system BD Biblioteca digital BDTD Biblioteca Digital de Teses e Dissertações BV Biblioteca virtual BIREME Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde BITNET Because It's Time Network BVS Biblioteca Virtual em Saúde CAPES Coordenação e Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior CEDERJ Fundação do Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro CEMA Centro Educativo do Maranhão CENAFOR Fundação Centro Nacional de Aperfeiçoamento de Pessoal para a Formação Profissional CETEB Centro de Ensino Técnico de Brasília CIER Centro Internacional de Estudos Regulares do colégio Anglo- Americano CMC Comunicação mediada por computador CNBB Conferência Nacional dos Bispos do Brasil CNE Conselho Nacional de Educação CFE Conselho Federal de Educação CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CRUESP Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas DEDALUS Banco de Dados Bibliográficos da USP
  • 15. DSI Disseminação seletiva da informação EAD Educação a Distância EUA Estados Unidos da América ERL Eletronic Reference Library (Biblioteca de Referência Eletrônica) FAPESP Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo FAQs Frequently asked questions (Perguntas freqüentes) FCBTVE Fundação Centro Brasileiro de Televisão Educativa FESPSP Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo FUNDAP Fundação do Desenvolvimento Administrativo IA Inteligência artificial IBAM Instituto Brasileiro de Administração Municipal IBICT Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia ICDE Conferência Mundial de Educação Aberta e a Distância IES Instituições de ensino superior IMS Information Management Systems INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais ITA Instituto Tecnológico da Aeronáutica LISA Library and Information Science Abstract LPCD Linha Privativa de Comunicação de Dados LOM Learning Object Metadata MARC Machine Readable Cataloging MEB Movimento de Educação de Base MEC Ministério da Educação METS Metadata Encoding and Transmission Standard OAI Open Archives Iniciative OMS Organização Mundial da Saúde OPAC Catálogos de acesso público online OPAS Organização Pan-Americana da Saúde PAR Plano de Ações Articuladas PC’s Computador Pessoal PMH Protocol for Metadata Harvesting POSGRAD Pós-Graduação Tutorial a Distância ProBE Programa Biblioteca Eletrônica PRONTEL Programa Nacional de Tele-Educação
  • 16. PUC Pontifícia Universidade Católica RN Rio Grande do Norte RNP Rede Nacional de Ensino e Pesquisa ROAs Repositórios de objetos de aprendizagem RSS Really Simple Syndication SCORM Sharable Content Object Reference Model SEED Secretaria de Educação a Distância SEER Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas SENAC Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial SES Secretaria de Ensino Superior do Estado de São Paulo SESC Serviço Social do Comércio SciELO Scientific Electronic Library Online SIBi Sistema de Bibliotecas Integradas da USP SIBiNet Rede de Serviços do SIBi/USP SINRED Sistema Nacional de Radiodifusão Educativa SRV Serviço de referência virtual SUS Sistema Único de Saúde TICs Tecnologias de informação e comunicação TVE Televisão educativa UAB Universidade Aberta do Brasil UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFSC Universidade Federal de Santa Catarina UFSCAR Universidade Federal de São Carlos UNB Universidade de Brasília UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura UNESP Universidade Estadual de São Paulo UNICAMP Universidade Estadual de Campinas UNIFESP Universidade Federal de São Paulo UNIREDE Universidade Virtual Pública UNISINOS Universidade do Vale do Rio dos Sinos UNIVESP Universidade Virtual do Estado de São Paulo USP Universidade de São Paulo
  • 17. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................17 2 JUSTIFICATIVA .................................................................................24 3 OBJETIVOS ........................................................................................28 3.1 Objetivo Geral ................................................................................28 3.2 Objetivos específicos ......................................................................28 4 METODOLOGIA ..................................................................................30 5 AS TECNOLOGIAS: TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TICS) NA EDUCAÇÃO E NAS BIBLIOTECAS...........................................35 5.1 Conceitos de tecnologias ................................................................35 5.1.1 As gerações tecnológicas..................................................................38 5.2 Conceitos de Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) .....43 5.2.1 A comunicação mediada por computador ............................................46 5.3 TICs na educação ...........................................................................48 5.3.1 TICs: novos meios de aprendizagem ..................................................49 5.3.1.1Tecnologia educacional...................................................................52 5.4 TICs em Bibliotecas ........................................................................55 6 FUNDAMENTOS E CONCEITOS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ...............62 6.1 Fundamentos de Educação..............................................................63 6.1.1 Relação entre informação x conhecimento no contexto do ensino e aprendizagem .........................................................................................66 6.1.2 A Infoeducação ...............................................................................69 6.1.3 Educação on-line.............................................................................72 6.2 A Educação a Distância (EaD) .........................................................74 6.2.1 Definições de EaD ...........................................................................76 6.2.2 Panorama histórico da EaD ...............................................................80 6.2.2.1 Evolução da EaD no Brasil..............................................................82 6.2.3 A EaD na atualidade ........................................................................88 6.2.3.1 EaD on-line..................................................................................90 6.2.3.2 Características da EaD na atualidade ...............................................95 6.2.3.3 Abordagens pedagógicas em EaD on-line ....................................... 101 6.2.3.4 Ambientes virtuais de aprendizagem: conceitos e funções ................ 105 7 BIBLIOTECAS PARA EaD .................................................................. 112 7.1 A evolução das Bibliotecas............................................................ 113
  • 18. 7.2 A importância das bibliotecas digitais e virtuais para a EaD: o usuário remoto ............................................................................................... 127 7.3 Bibliotecas digitais e virtuais X Repositórios de objetos de aprendizagem..................................................................................... 138 7.3.1 Bibliotecas digitais e virtuais integradas aos ambientes de aprendizagem .......................................................................................................... 148 7.4 Necessidades informacionais dos usuários de EaD diante do uso de bibliotecas digitais e virtuais .............................................................. 152 7.5 Produtos e serviços de bibliotecas digitais e virtuais para suporte à EaD on-line......................................................................................... 158 7.5.1 Serviços de referência virtual .......................................................... 159 7.5.1.1 Serviços cooperativos entre bibliotecas.......................................... 167 7.5.2 Outros produtos e serviços de bibliotecas digitais e virtuais para EaD ... 171 7.5.3 Ferramentas da Web 2.0 aplicadas em bibliotecas digitais e virtuais e na EaD..................................................................................................... 179 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................. 184 REFERÊNCIAS..................................................................................... 193 GLOSSÁRIO ........................................................................................ 213 ANEXO A - Decreto n.º 2.494, de 10 de fevereiro de 1998 ......................... 222 CURRÍCULOS ...................................................................................... 226
  • 20. 17 1. INTRODUÇÃO A pesquisa que orientou a elaboração deste trabalho pode ser dividida nos itens que compõem a estrutura apresentada na ilustração a seguir: Cap.1 - INTRODUÇÃO Cap.2 - JUSTIFICATIVA Cap.3 - OBJETIVOS DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA Cap. 4 - METODOLOGIA REVISÃO DE LITERATURA CONCLUSÃO Cap. 7 - BIBLIOTECAS DIGITAIS E VIRTUAIS Cap.6 - EaD Cap.5 - TICs Figura 1 – Estrutura geral do trabalho Neste capítulo, é apresentada a estrutura geral do trabalho, conforme se verifica na Figura 1, como forma de contextualizar os demais capítulos à proposta da pesquisa. No Capítulo 2 (Justificativa), é explicada a relevância do tema para a área da Biblioteconomia e Ciência da Informação. É, também, apresentado o estado da arte, ou seja, o ponto no qual se encontram as pesquisas sobre o tema escolhido. No Capítulo 3 (Objetivos), são apresentados os elementos que nortearam esta pesquisa, que pode-se visualizar na figura a seguir:
  • 21. 18 TICs EDUCAÇÃO BIBLIOTECAS EaD ROAs Recursos de aprendizagem Web2.0 AVAs Produtos e serviços on-line Web 2.0 Repositórios S.R. V. CMC Web Internet Evolução Bibliotecas híbridas Bibliotecas digitais Bibliotecas virtuais Bibliotecas 2.0 Evolução Autonomia Interação Acesso remoto Autonomia Interação Acesso remoto Objeto EaD on-line EaD com uso de computador Aluno/Usuário remoto Informação Mediação Mediação Figura 2 – Mapa conceitual da estrutura deste trabalho com base no objeto de pesquisa 18
  • 22. 19 Na Figura 2 são apontados os elementos que foram discutidos na pesquisa. Entretanto, os blocos coloridos exprimem os pontos onde houve mais aprofundamentos. A linha pontilhada em azul na parte superior da figura demonstra a evolução das tecnologias de informação e comunicação (TICs) e seus reflexos na educação e nas bibliotecas (enfatizado no capítulo 5); a linha vermelha delimita bem o objeto. O conector azul, na parte inferior, identifica o processo de mediação, fator importante tanto para o processo de aprendizagem on-line, quanto para os produtos e serviços on-line oferecidos por bibliotecas digitais e virtuais. É importante observar que os recursos de aprendizagem da EaD on-line e os produtos e serviços das bibliotecas digitais e virtuais visam a assuntos em comum: acesso remoto, interação e a autonomia dos seus utilizadores. No Capítulo 4 (Metodologia), é explicada detalhadamente toda ação desenvolvida, instrumentos e métodos utilizados para a realização desta pesquisa. O Capítulo 5 trata da descrição dos conceitos de tecnologia, tais como gerações tecnológicas, linguagens, hibridização tecnológica e convergências tecnológicas. Esses fundamentos são importantes para entender o processo de disseminação das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), que também é conceituado, dando maior ênfase para comunicação mediada por computador, internet e web, nos seguintes âmbitos: TICs na educação, em que é apontada a tecnologia educacional de forma a sustentar a aplicação de tecnologias no processo de ensino e aprendizagem, além de promover experiências relacionadas ao uso de multimídias, hipermídias e hipertextos; TICs em bibliotecas, em que é enfatizado o modo como seus serviços e produtos, de modo geral, ganharam impulsos, promovendo um processo de disseminação da informação de modo mais efetivo, uma vez que contam com as soluções tecnológicas baseado em rede, que lhes permitem disponibilizar seu acervo, bem como coletar, armazenar e monitorar informações remotamente.
  • 23. 20 Portanto, são demonstradas as maneiras como as TICs oferecem novas condições de atender às novas demandas da sociedade, especialmente diante da denominada Educação a Distância (EaD), destacadamente os modelos que fazem uso da comunicação mediada por computador, ou on-line (baseados em redes de computadores), em que os envolvidos nos processos educativos estão distantes no tempo e geograficamente. Estes, por sua vez, necessitam ter acesso a bibliotecas on-line, cujas informações se apresentem em conteúdos diversificados, com diferentes linguagens e com qualidade. No Capítulo 6, são descritos alguns fundamentos e conceitos de educação. Foi necessário descrever a distinção entre informação e conhecimento, pois essa observação atribui diferentes significados aos conceitos de ensino e aprendizagem; com isso, reforça a necessidade de as bibliotecas serem essenciais para o processo educacional. Destaca-se, ainda, o conceito de infoeducação, que abrange estudos de ação educativo-cultural e reúne os campos teóricos e práticos da Ciência da Informação e da Educação. Também ressaltamos a educação on-line, que se concretiza em diferentes modelos: presencial, semipresencial e a distância, que variam conforme a disponibilidade de estar presente em sala de aula. Esse contexto é importante para inserção da Educação a Distância (EaD) no trabalho, pois se destaca como uma importante área de atuação para os profissionais da informação, uma vez que as instituições que oferecem cursos nessa modalidade devem oferecer condições para que as pessoas tenham acesso a conteúdos informacionais. A partir dos fundamentos e conceitos apresentados, enfatizam-se as características atuais dessa modalidade educativa. Adotamos como necessário conhecer seus principais aspectos, visto que se trata de um dos objetivos deste trabalho, no qual defendemos, e muitos autores reforçam, que, ao ofertar serviços e produtos de bibliotecas para EaD, é imprescindível conhecer seus fluxos comunicacionais e informacionais. Por isso, são descritos os mais variados tipos de interações existentes nessa modalidade educacional. Além disso, também é apresentado um histórico da EaD, focando as suas principais gerações e o seu desenvolvimento em âmbito nacional.
  • 24. 21 É revista a EaD on-line, especialmente pelo fato do uso de computadores, internet e web como suporte às abordagens pedagógicas (seja broadcast, “estar junto virtual” ou virtualização da escola tradicional), tais como e-learning, b- learning, e-learning 2.0 e open learning. Outro aspecto que se considera é a função dos ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs), uma vez que eles são destinados ao apoio às atividades educacionais mediadas pelas atuais TICs. No Capítulo 7 é focada a importância das bibliotecas no processo de ensino e aprendizagem, sobretudo a distância. São verificados os diferentes conceitos de bibliotecas encontrados na literatura e os reflexos da evolução das TICs para as bibliotecas, tais como: biblioteca tradicional, biblioteca híbrida, biblioteca digital e biblioteca virtual. Com isso, este trabalho confere a importância das bibliotecas digitais e virtuais inseridas no âmbito da EaD on-line, como forma de suprir as necessidades informacionais dos usuários, com produtos e serviços de acesso à informação que podem ser proporcionados em rede de computadores, por sua velocidade de acesso e reprodução exponencial de informação requerida para as atividades didático-pedagógicas, ensino e pesquisa aos alunos e outros envolvidos neste processo. Salienta-se o papel das bibliotecas digitais e virtuais como uma importante tendência para EaD on-line, sobretudo por elas serem consideradas as âncoras das instituições de ensino e por possuírem condições de formar acervos de qualidade e viabilizarem um rápido e fácil acesso aos mais variados conteúdos. É feita uma breve comparação entre bibliotecas digitais e virtuais X repositórios de objetos de aprendizagem (ROAs), pois, muitas vezes, repositórios são considerados sinônimos de bibliotecas digitais. Por isso, são apontadas as diferenças que existem entre esses objetos. Também, é demonstrada que a integração de bibliotecas digitais e virtuais em AVAs é tecnicamente possível. Descreve-se a importância de identificar as necessidades informacionais dos usuários de EaD diante do uso de bibliotecas digitais e virtuais, uma vez que esse fato será preponente para o estabelecimento de serviço e produtos viáveis e satisfatórios. Para isso, ressaltamos os testes de usabilidade para web sites,
  • 25. 22 visto que os recursos informacionais das bibliotecas digitais e virtuais devem estar organizados e disponibilizados de maneira que ofereçam produtos e serviços com capacidade de satisfazer as necessidades e expectativas dos usuários remotos. Diante dos serviços e produtos que as bibliotecas digitais e virtuais têm a oferecer como suporte à EaD on-line, é maiormente explicitada a importância dos serviços de referência virtual (SRV) oferecidos por bibliotecas digitais e virtuais no atendimento aos usuários remotos. São apontados os serviços cooperativos de referência virtual como uma via para o estabelecimento de serviços mais ágeis, tendo como vantagem o poder de compartilhar informações com outras bibliotecas, fazendo com que o usuário possa ter acesso aos mais diversos documentos digitais, desde a forma mais simples, como a referência de uma publicação, até a mais complexa, como acesso ao documento com texto completo. Para finalizar este trabalho, são levantados outros produtos e serviços de bibliotecas digitais e virtuais para EaD, sobretudo baseados em plataformas da web. Como proposta para continuação desta pesquisa, deixam-se recomendações importantes, que foram observadas durante a realização deste trabalho, como: uso de web 2.0 por bibliotecas e EaD; a inserção de bibliotecas no Second Life; serviços personalizados, como o clipping eletrônico; e aplicações de inteligência artificial (IA).
  • 27. 24 2 JUSTIFICATIVA A maioria dos ambientes de Educação a Distância (EaD) serve apenas como repositórios de informação e elo de comunicação entre instrutores e alunos. O maior desafio desse cenário são as limitações de pesquisas que os ambientes EaD podem proporcionar aos seus utilizadores. Blattmann (2001, p. 6) afirma que pensar em gestão da informação no contexto do ensino e da aprendizagem constitui-se em estímulo à busca de soluções que possam ser incorporadas às instituições que oferecem programas de Educação a Distância (EaD) e enfatiza que “o papel das bibliotecas no ensino a distância deve ser considerado elemento essencial de suporte informacional dos cursos oferecidos”. A exigência de bibliotecas para a EaD é um ponto reforçado pelos referenciais de qualidade apresentados pelo Ministério da Educação (MEC) e pela Secretaria de Ensino a Distância (SEED). (BRASIL, 2003; 2007). Devido ao crescente número de cursos oferecidos por EaD, capazes de oferecer um ensino e aprendizado remotamente, percebemos a necessidade de transformação das bibliotecas para atender essa nova demanda necessitada de informações. Para isso, é imprescindível entender a utilização de tecnologias de informação e comunicação (TICs) no âmbito da EaD e das bibliotecas. Conhecer as características da EaD na atualidade e suas formas de interação é importante para verificar a possibilidade de inserção de bibliotecas digitais e virtuais, e agregação de serviços e/ou produtos com características peculiares. Crescentemente, as bibliotecas, principalmente as universitárias, vêm utilizando os recursos da web e internet, para alcançar amplamente seus objetivos, aplicando o ciberespaço como um canal para automatizar e divulgar serviços e produtos, informações institucionais, referenciais e gerais, além de estabelecer comunicação com seu público, servir de Portal para diversas fontes de informação, alcançar um maior número de usuários e diminuir custos.
  • 28. 25 As bibliotecas que possuem sua “versão” digital/virtual têm como finalidade disponibilizar e ampliar a visibilidade de suas coleções, serviços e/ou produtos. Segundo Monteiro et al. (2006), isso demonstra que as bibliotecas estão se ajustando aos padrões modernos, aprimorando suas condições de acesso à informação com o uso de tecnologias, proporcionando o acesso cada vez maior à informação digital e virtual, especialmente para aumentar a precisão e redução de tempo no acesso à informação. No que refere à aplicação de produtos e serviços de bibliotecas para alunos, professores e outros utilizadores da EaD on-line, esse assunto ainda se encontra pouco explorado nas principais áreas que abordam estudos sobre o tema, como a Biblioteconomia e Ciência da Informação, Educação e a Ciência da Computação. Tratando isoladamente a área de Biblioteconomia e Ciência da Informação, a maioria dos estudos que reportam à EaD aponta as bibliotecas universitárias e híbridas como as principais fornecedoras de produtos e serviços de informação, para suprir as necessidades informacionais dos indivíduos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem a distância. Porém, ante o atual modelo de EaD, viabilizado em meio virtual, via internet, com uso recursos e ferramentas da web, encontramos as motivações necessárias para inserir as bibliotecas digitais e virtuais nesse contexto, uma vez que elas ofertam produtos e serviços on-line, por meio de eficientes instrumentos de pesquisa, que possibilitam o acesso à informação de modo rápido e imediato. A área de Ciências da Computação cita o uso de repositórios de objetos de aprendizagem (ROAs), que são considerados sinônimos de biblioteca digital/virtual. Contudo, consideramos que as bibliotecas digitais e virtuais possuem um grande diferencial por estar amparadas na mediação e expertise profissional, algo que os repositórios não agregam. Devido a esse fato, propõe-se uma comparação entre bibliotecas digitais e virtuais e ROAs. Com isso, identifica-se um elo entre os objetos de estudo, pois os utilizadores da EaD on-line usufruem das mesmas características dos usuários das bibliotecas digitais e virtuais, quais sejam: a necessidade de acesso remoto,
  • 29. 26 mediação profissional, interação proporcionada por meios tecnológicos e a autonomia, que vai além da liberdade de estudo e pesquisa e se configura, sobretudo, no rompimento da barreira temporal e espacial. Pretende-se apresentar as bibliotecas digitais e virtuais como forma de expansão na disponibilização de informações de diversas maneiras, e, para isso, levantamos bibliografia que compreenda a reflexão de diversos profissionais sobre o engajamento dessas bibliotecas perante esse contexto. Verificam-se os produtos e serviços que poderão ser disponibilizados aos utilizadores da EaD e as formas de abordagem que estão sendo feitas pelas bibliotecas digitais e virtuais a esses usuários remotos, como o serviço de referência virtual (SRV). Com esta pesquisa, pretende-se contribuir concomitantemente para áreas de: Biblioteconomia e Ciências da Informação, revelando uma nova forma de atuação profissional, uma vez que os utilizadores da EaD não podem ficar alheios aos conteúdos informacionais, pois são imprescindíveis para a efetivação do processo de ensino e aprendizagem; EaD, verificando como as bibliotecas digitais e virtuais oferecem suporte às demandas informacionais dos usuários que se encontram a distância.
  • 31. 28 3 OBJETIVOS 3.1 Objetivo Geral Apresentar as bibliotecas digitais e virtuais como potenciais auxiliadoras na pesquisa de fontes de informação para alunos dos cursos por Educação a Distância (EaD). 3.2 Objetivos específicos expor os conceitos de Educação a Distância (EaD), suas características e aplicabilidades no processo de ensino e aprendizagem on-line para obter a percepção das necessidades informacionais de seu público remoto; identificar os conceitos de biblioteca virtual e biblioteca digital, levantar sua importância no contexto da EaD e diferenciá-las dos repositórios de objetos de aprendizagem por meio de seus serviços e produtos; indicar os produtos e/ou serviços prestados por bibliotecas digitais e virtuais ao usuário remoto.
  • 33. 30 4 METODOLOGIA Para a elaboração deste estudo, fundamentamo-nos inicialmente na pesquisa qualitativa, buscando compreender e trabalhar com as descrições, comparações e interpretações sobre o tema escolhido, sem uso de estatísticas, regras ou outras generalizações. O método de pesquisa utilizado foi a análise documental em base bibliográfica, selecionando da literatura especializada registros de experiências, sites, projetos e iniciativas, artigos impressos e eletrônicos, relatórios, manuais, blogs, conferências, listas de discussão, revistas, livros e outras fontes que tratavam do assunto. Geralmente, essas fontes relacionavam-se às áreas de Biblioteconomia, Ciência da Informação, Documentação, Educação, Comunicação, Tecnologia da Informação, Ciência da Computação, Filosofia, Ciências Sociais, entre outros. A seleção desses documentos foi baseada em critérios, tais como: a) a forma de acesso, dando preferência a documentos digitais; b) a abordagem temática das fontes de informação: busca por documentos que fossem sobre Educação a distância, tecnologias da informação e comunicação, Bibliotecas Virtuais, Bibliotecas Digitais, web e seu uso em bibliotecas, redes de aprendizagem, e-learning, serviços de referência virtual, ambiente virtual, virtualidade, auxílio ao ensino e pesquisa, repositórios, e outros; c) a propriedade intelectual da publicação para garantir idoneidade à pesquisa. Quanto à forma de acesso que utilizamos na pesquisa documental, dando sequência aos objetivos da pesquisa e angariando informações atualizadas sobre o tema, priorizamos fontes disponíveis na internet, cujos autores e documentos estivessem ligados às universidades e instituições reconhecidamente atuantes. Esse processo imputou credibilidade às informações. No entanto, a consulta a livros foi utilizada, embora de forma singular, uma vez que o acesso à internet
  • 34. 31 nos possibilitou um maior alcance a documentos recentes sobre as questões do objeto de pesquisa. No que se refere à propriedade intelectual das publicações consultadas, a maior parte dos autores pesquisados advém de universidades, instituições e iniciativas cujas experiências com a EaD, bibliotecas virtuais e bibliotecas digitais os fizeram responsáveis pela divulgação dos casos de êxito. Procurou-se, na medida do possível, enfatizar trabalho de autores brasileiros, contextualizando a evolução dos serviços e produtos oferecidos pelas bibliotecas em meio virtual, da Educação a Distância no Brasil e o impacto da internet na questão do ensino e da aprendizagem. As fontes de informação mais utilizadas para adquirir a literatura pertinente e que influenciaram a construção teórica da pesquisa foram: Consultas as bases de teses e dissertações da USP, UNICAMP, UNESP, IBICT, PUC, UFSC, CAPES, UFRGS e UFSCAR. Consultamos seus catálogos e bases de dados disponíveis na internet, principalmente oDEDALUS da Universidade de São Paulo, o Acervus1 da Universidade Estadual de Campinas, o Athenas2 da Universidade Estadual Paulista, o BDTD3 (Base de dados brasileira de teses e dissertações) do IBICT, Banco de teses da CAPES4 , entre outras na busca de teses e dissertações com textos completos disponíveis on-line. Em algumas instituições, o conteúdo é centralizado, como a UNICAMP, que oferece em sua biblioteca digital5 um tópico com todos os estudos da instituição sobre EaD. Bases de dados referenciais e sites de coleções de revistas e artigos científicos de textos completos como o LISA, Scopus, Portal CAPES, SciELO, entre outros. Buscas efetuadas por meio da ferramenta Google sobre informações gerais, artigos sobre os temas EaD, e-learning, bibliotecas virtuais e 1 http://acervus.bc.unicamp.br 2 http://www.athena.biblioteca.unesp.br 3 http://bdtd.ibict.br 4 http://servicos.capes.gov.br/capesdw 5 http://www.rau-tu.unicamp.br/ead
  • 35. 32 digitais, web aplicada à EaD ou a bibliotecas, repositórios de objetos de aprendizagem, repositórios digitais e ambientes de aprendizagem on-line, serviço de referência virtual (ou digital, eletrônico, on-line), usuários remotos e outros termos. Para isso, investigamos as publicações eletrônicas de livre acesso na área da Biblioteconomia, Educação, Comunicação e Tecnologia da Informação, Ciências da Computação, entre outros, em busca de artigos que abordavam os assuntos da pesquisa, tais como “Ciência da Informação”, “Perspectivas em Ciência da Informação”, “Comunicação & Sociedade”, “Informação & Informação”, “Conecta – Revista on-line de Educação a Distância”, “Revista Brasileira de Educação a Distância”, “Revista Eletrônica de Educação a Distância”, “TE@D - Revista Digital de Tecnologia Educacional e Educação a Distância”, entre outras. Pesquisamos páginas que continham trabalhos apresentados em eventos nas mesmas áreas designadas anteriormente, nos quais se buscou perceber a discussão referente ao nosso tema de pesquisa. Acessamos espaços colaborativos onde também se obtiveram muitas informações e referências de trabalhos referentes ao tema, tais como listas de sites, listas de discussões, blogs6 importantes, redes sociais, associações, conferências, fóruns, e outros. Nas pesquisas realizadas nas fontes de informação acima, recuperamos um enorme fluxo documental sobre o eixo temático e, com base nos objetivos, filtramos as informações mais atuais e de maior relevância para o desenvolvimento do trabalho. Realizou-se um resgate histórico sobre o assunto, levantando os principais conceitos e abordagens referentes ao objeto de pesquisa. O gráfico a seguir ilustra o total de documentos por tema na literatura adotada para o desenvolvimento deste estudo: 6 Blog Educação a Distância: http://www.educacaoadistancia.blog.br; Blog do João Mattar: http://blog.joaomattar.com/2009.
  • 36. 33 Gráfico 1 - Panorama temático da literatura utilizada Vemos, no gráfico, que os documentos sobre EaD têm se sobressaído ao das bibliotecas, principalmente ao juntar EaD e e-learning, aplicados muitas vezes como sinônimos. Durante a pesquisa, sentimos a necessidade de obter um embasamento mais conciso sobre o conceito da prática da EaD, para que pudéssemos agregar os valores da biblioteconomia e das TICs ao contexto proposto. Nota-se, também, um elevado número de documentos sobre as TICs na educação e na biblioteconomia. Esses documentos estão interconectados à fatia dos serviços de referência e produtos oferecidos pelas bibliotecas digitais e virtuais, pelo fato de ambos fazerem parte da natureza que engloba tecnologia, comunicação e informação. Esse levantamento esclareceu dúvidas e norteou o trabalho, permitindo sistematizar e descrever as principais peculiaridades dos serviços e/ou produtos que as bibliotecas digitais e virtuais podem oferecer em meio virtual, principalmente aos usuários – alunos e professores – da EaD.
  • 38. 35 5 AS TECNOLOGIAS: TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TICs) NA EDUCAÇÃO E NAS BIBLIOTECAS Este Capítulo 5 trata da introdução aos conceitos de tecnologia, linguagens, convergência tecnológica, hibridização tecnológica e gerações tecnológicas. Esses fundamentos são importantes para entender o processo de disseminação das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), dando maior ênfase para a massificação e uso do computador. Em um primeiro momento, serão abordadas as TICs na educação e, em seguida, será mostrado seu uso em Bibliotecas. Define-se o termo tecnologia educacional de forma a sustentar a aplicação de tecnologias no processo de ensino e aprendizagem, além de promover experiências relacionadas ao uso de multimídias, hipermídias e hipertextos. Portanto, são demonstradas como as TICs oferecem novas condições de atender às novas demandas da sociedade, especialmente diante da denominada Educação a Distância (EaD), destacadamente os modelos que fazem uso da comunicação mediada por computador, ou on-line (baseados em redes de computadores), em que os atores dos processos educativos estão distantes geograficamente. Como consequência dos esforços do processo de ensino e aprendizagem, diversos usuários necessitam ter acesso às bibliotecas que, por sua vez, necessitam ser acessíveis pela internet ou outras redes, apresentar bons acervos, cujas informações se apresentem em conteúdos diversificados, com diferentes linguagens e com qualidade. 5.1 Conceitos de tecnologias A tecnologia é fruto da sociedade, de suas relações sociais, de sua cultura, de sua formação econômica e política; consequentemente, os avanços tecnológicos significam uma série de mudanças com grandes proporções em
  • 39. 36 todas estas esferas. O sentimento em relação aos avanços da tecnologia é paradoxal: ela altera a vida das coletividades, assim como suas influências, pois sua finalidade é o aprimoramento de nossas condições de vida. Sua principal característica é servir de ferramenta para estender nossas habilidades, ampliar as nossas opções de escolha, reestruturar atividades do trabalho, no cotidiano, entre inúmeras outras possibilidades. Bastos (1998, p. 13) define tecnologia como um modo de produção, no qual se utilizam todos os instrumentos, invenções e artifícios e, por isso, é também uma maneira de organizar e perpetuar as vinculações sociais no campo das forças produtivas. Assim sendo, a tecnologia é tempo, é espaço, custo e venda, pois não é apenas fabricada no recinto dos laboratórios e usinas, mas recriada pela maneira como for aplicada e, metodologicamente, organizada. Já Goodman et al. (apud ROSINI, 2007, p. 1) definem tecnologia como conhecimento de relações de causa-efeito contidas nas máquinas e equipamentos utilizados para realizar um serviço ou fabricar um produto. Fleury (1990, p. 24) difere, em sua abordagem, ao designar tecnologia como [...] um pacote de informações organizadas, de diversos tipos (científicas, empíricas...), provenientes de diversas fontes (descobertas científicas, patentes, livros, manuais, desenhos...), obtidas por diferentes métodos (pesquisa, desenvolvimento, cópia, espionagem...) e utilizadas na produção de bens e serviços. De modo simples e direto, também se pode definir por tecnologia o conjunto complexo de técnicas, artes e ofícios capazes de modificar/transformar o ambiente natural, social e humano (cognitivo), em novas realidades construídas artificialmente. (JOSGRILBERG, 2006, p. 37). Conforme a interpretação destes autores, devemos entender que a tecnologia é o “estado da arte” da técnica – e assim não está limitada somente ao lado estritamente capitalista. Como tem a terminação logos (tecno+logia) será a técnica para o conhecimento, interpretação, aplicação e/ou estudo da
  • 40. 37 técnica e das suas variáveis, enquanto aplicação e aplicativo, ao longo da história e em determinada sociedade. A técnica é descrita por Santos (2002, p. 29) como "conjunto de meios instrumentais e sociais com os quais o homem realiza sua vida, produz e, ao mesmo tempo, cria espaço". No caso particular das TICs, as técnicas envolvem objetos técnicos específicos, como o computador ou as redes de telecomunicação, e uma série de instrumentos sociais que ajudam os seres humanos a criar espaços. Todas as causas de mudanças na sociedade estão diretamente relacionadas ao desenvolvimento tecnológico, como no caso das TICs, que se desenvolveram principalmente nas áreas de comunicação e da informática (aceleradas, sobretudo, após a Segunda Guerra Mundial). Desse ponto de vista, a sociedade é a protagonista da mudança, uma vez que toda opção tecnológica é social. Nos anos quarenta, surgiram os primeiros computadores na Inglaterra e nos Estados Unidos da América (também denominada 1ª Geração de computadores); eles eram fisicamente muito grandes. Utilizados para funções específicas, possuíam somente dois níveis de linguagem de programação: o nível da linguagem de máquina, no qual toda a programação era feita, e o nível da lógica digital, em que os programas eram efetivamente executados.
  • 41. 38 Figura 3 - Eniac: computador com 17.468 válvulas, construído em 1945: possuía uma memória compatível à de uma calculadora atual. Fonte: Almanaque da Comunicação Entretanto, como efeito da constante evolução, esse tipo de equipamento passou a significar potencialidade para o processo de digitalização de informações por meio dos seus bits (0 e 1) e, desta maneira, transformou dados, informações, imagens, sons, etc., numa codificação digital passível de armazenamento, acesso, disponibilização, recuperação e preservação. Aos poucos, as máquinas passaram a se comunicar, mesmo estando em lugares distantes geograficamente. Tais máquinas deixaram de simplesmente automatizar tarefas e passaram a lidar com informação; com isso, ficou difícil não encontrar qualquer forma de organização ou processos que não fosse alterada pela presença das “novas tecnologias”. 5.1.1 As gerações tecnológicas Ao utilizamos as tecnologias para potencializar nossos processos cognitivos, também usufruímos os seus diversos meios e canais de comunicação. Dessa maneira, também ocorrem transmutações na nossa concepção do tempo, do espaço, dos modos de viver, aprender, agir, sentir, relacionar, etc., pois,
  • 42. 39 como exposto anteriormente, as tecnologias com meios e canais reorganizam o cenário da interação social no qual as pessoas atuam. Essa relação homem-tecnologia, ou a forma como nos tornamos íntimos e conectados às tecnologias, trouxe a necessidade de reavaliação de valores, princípios e teorias diante do seu potencial multiverso. Essas mesmas tecnologias quebram continuamente fronteiras para reconstruir as noções de nacional, natural, material, tecnológico e psicológico, no que se reconhece como hibridização – que, nesta primeira abordagem, se trata da interface entre corpo e tecnologia na sociedade contemporânea e suas expressões culturais, através da arte, por exemplo, como defende Santaella (2004a, p. 11). Segundo Masella (2006, p. 123) a autora expõe: que as hibridizações entre o corpo e as “intersecções da cultura com as tecnologias”, mesmo não sendo restritas aos meios técnicos de comunicação, deles não se podem afastar. Ressalta, também, que o principal sintoma da contemporaneidade parece ser a ubiquidade da técnica no cotidiano, onde as tecnologias tecem uma estrutura social rizomática. Santaella também descreve, como sendo outra interface para as relações entre corpo e tecnologia, o advento de uma dimensão corporal biocibernética, ou seja, “essa hibridização indiscernível entre orgânico-biológico e o maquínico- cibernético” (2004a, p. 55). Num desdobramento do conceito de McLuhan7 , Santaella trata do processo de virtualização do corpo a partir da inovação tecnológica, como ocorre com os meios de comunicação, ao estender nosso aparelho sensório para além dos limites do orgânico e da materialidade do espaço. Sobre esse aspecto, Lévy (1996, p. 75) indica: [...] a dinâmica da técnica se alimenta de seus próprios produtos, opera combinações transversais, rizomáticas, e conduz finalmente a máquinas, a arranjos complexos muito afastados de funções simples. [...] uma nova ferramenta virtualiza uma combinação de gestos que só aparece, então, como uma solução especial [...]. Ao conceber uma ferramenta, mais do que nos concentrarmos sobre determinada ação em curso, içamo-nos à escala bem mais elevada de um conjunto indeterminado de situações. [...] A ferramenta que seguramos na mão é uma coisa real, mas essa coisa dá 7 MCLUHAN, H. M. Os meios de comunicação como extensões do homem. São Paulo: Cultrix, 1974.
  • 43. 40 acesso a um conjunto indefinido de usos possíveis. [...] Mais que uma extensão do corpo, uma ferramenta é uma virtualização da ação. Embora esses conceitos sejam de extremo interesse e importância, mesmo que possam contribuir para uma melhor compreensão das transformações em curso da sociedade contemporânea e devido à complexidade apresentada, o que é de interesse para este trabalho é a hibridização das tecnologias, que é o fenômeno pelo qual as tecnologias convergem e coexistem. Sáenz e Souza-Paula (2008, p. 2) descrevem que convergência tecnológica é o processo de integração sinérgica de conhecimentos e tecnologias já disponíveis em várias áreas e setores, possibilitando a geração de novos conhecimentos e a produção de bens e serviços que não seriam possíveis por cada área ou setor isoladamente. Conhecimentos e instrumentos diversos “habilitam” outras áreas a realizar de forma mais rápida, ou mais precisa, ou mais ampla, potencialidades e expectativas no campo científico e tecnológico, com impactos cada vez mais significativos para as sociedades em geral e para o ser humano em particular. Para Miranda (2000, p. 79), a convergência tecnológica possibilita que os meios se tornem solidários em termos operacionais e, dessa forma, modifica as relações estabelecidas com seus usuários através de métodos inovadores, buscando propiciar mais interatividade, seja perante os recursos disponibilizados por esses meios ou conectando as pessoas. E assim, o autor declara: Na verdade, com a tecnologia digital, torna-se possível o uso de uma linguagem comum: um filme, uma chamada telefônica, uma carta, uma artigo de revista, qualquer deles pode ser transformado em dígitos e distribuído por fios telefônicos, microondas, satélites ou ainda por via de um meio físico de gravação, como uma fita magnética ou um disco. Além disso, com a digitalização, o conteúdo torna-se totalmente plástico, isto é, qualquer mensagem, som, ou imagem pode ser editada, mudando de qualquer coisa para qualquer coisa. (MIRANDA, 2000, p. 80). Segundo Santaella (2007, p. 15), todas as tecnologias proporcionam diferentes tipos de linguagens, que interferem na subjetividade humana. A grande variedade e a multiplicidade crescente de todas as formas de linguagens
  • 44. 41 (literatura, música, teatro, desenho, gravura, escultura, arquitetura, etc.) estão consolidadas em três principais matrizes: texto, som e imagem. Independente da variedade de suportes, meios, canais (tais como foto, cinema, televisão, vídeo, jornal, rádio, etc.) em que as linguagens se materializam e são veiculadas, embora seja possível adquirir diferenças específicas em cada um dos diferentes meios, a estrutura das linguagens será baseada nas três principais matrizes. O contínuo processo de hibridização tecnológica incide em agregação – de forma que uma geração tecnológica não substitui a anterior, mas tecnologias podem incorporar a linguagem de outras tecnologias. Como exemplo singelo, podemos pensar o computador, que não fez o cinema desaparecer, pelo contrário, um incorporou a linguagem do outro, uma vez que, atualmente, filmes podem ser feitos e vistos em computadores. Da mesma maneira que o surgimento do computador não fez e nem fará o livro desaparecer, mas atualmente é possível criá-los e até mesmo ler um e-book em tela. Para a autora, as linguagens que as tecnologias podem proporcionar são muitas, e salienta: Desde a revolução industrial e, mais recentemente, a revolução eletrônica, seguida da revolução informática e digital, o poder multiplicador e o efeito proliferativo das linguagens estão se ampliando enormemente. Como o exemplo das imagens: a era das imagens de registro físico de fragmentos do mundo, iniciada com a fotografia e seguida pelo cinema, TV, Vídeo e holografia, por exemplo, tem apenas um século e meio de existência e já estamos instalados agora em plena efervescência da era pós-fotografia, de geração sintética das imagens e da realidade virtual. (SANTAELLA, 2004a, p. 28). Para evidenciar o contexto digital, percebemos que texto, imagem e som, ou seja, as linguagens, não são mais o que costumavam ser: deslizam uns para os outros, sobrepõem-se, complementam-se, confraternizam, unem-se e separam-se, entrecruzam-se. Dessa forma, Santaella (2007, p. 53) menciona as cinco gerações tecnológicas que aumentaram a capacidade para a reprodução dessas linguagens, a saber:
  • 45. 42 Tecnologias do reprodutível (eletromecânicas), com máquinas capazes de produzir e reproduzir linguagens, cuja transmissão está condicionada aos meios de comunicação ou da comunicação de massa, tais como as revistas, jornais, livros, fotografia, cinema, etc. Tecnologias da difusão (eletroeletrônicas), que possuem máquinas eletromecânicas responsáveis pela revolução eletrônica, como o rádio e TV, capazes de uma potência de difusão que as anteriores não podiam alcançar. Deram origem à chamada cultura de massa, em que há um polo emissor com uma penetração imensa entre os receptores. Tecnologias do disponível e descartável, que são tecnologias que personalizaram os processos de produção, distribuição e consumo; por exemplo, videogames, CD, TV a cabo, videocassetes, copiadoras, controle remoto, entre outras. Tecnologias do acesso, que são tecnologias e dispositivos, tais como modem, mouse, software, principalmente a internet, que permite o acesso a uma infinidade de informações. Tecnologias da conexão contínua, representadas por telefones celulares, aparelhos wireless e outras tecnologias que independem de cabos e outros recursos para obter acesso à informação. É importante salientar que uma nova geração tecnológica pode até diminuir o uso de tecnologias anteriores, mas, certamente não extingue a anterior. A Sociedade Industrial não desapareceu com a Sociedade da Informação, ambas fazem parte da atualidade, são importantes e convergem entre si. Assim, cada cultura de determinada época conviverá com a mistura do antigo com o mais recente, capazes de produzir simultaneamente diversas linguagens que, segundo Lévy (1996, p. 74), “se enriquecem e se estendem de forma a ampliar as possibilidades de simulação, imaginação, fazer imaginar um alhures ou uma alteridade”. É evidente que todas as gerações e evoluções tecnológicas trazem consigo impactos sociais, econômicos, culturais e cognitivos, que dependem da natureza
  • 46. 43 e do grau de adesão em cada cultura. Porém, Santaella (2004a, p. 37) explica que, “com o computador, o pensamento é registrado no ritmo da mente e, por isto, transforma a mente”. Com base nesse aspecto, a evolução tecnológica não se restringe aos novos usos de equipamentos e/ou produtos, mas aos comportamentos dos indivíduos que interferem/repercutem nas sociedades, intermediados, ou não, pelos equipamentos. Portanto, entendemos como tecnologias os produtos das relações estabelecidas entre sujeitos com as ferramentas tecnológicas que têm como resultado a produção e disseminação de informações e conhecimentos. 5.2 Conceitos de Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) é o termo coletivo para as diferentes tecnologias envolvidas no processamento e na transmissão de informação. Inclui a computação, as telecomunicações e a microeletrônica. As TICs estiveram no centro da mudança de paradigma científico e tecnológico do século XX e continuam a provocar ou possibilitar transformações radicais em escala global. As TICs diminuem a distância entre o ser humano e algo que lhe pode ser extremamente valioso: a informação. Atualmente, os horizontes do desenvolvimento humano estão condicionados pela capacidade de produzir, trocar e gerenciar informação e conhecimento por meios das TICs. (CARVALHO, 2006, p. 2). Rosini (2007, p. 3) descreve que as TICs são a integração de métodos, processos de produção, hardware e software, com o objetivo de proporcionar a coleta, o processamento, a disseminação, a visualização e a utilização de informação, conforme o interesse dos seus utilizadores. Também podem ser entendidas como a reunião de meios audiovisuais, informáticos e comunicacionais que permitem criar, armazenar, recuperar e transmitir informação em grande quantidade e velocidade.
  • 47. 44 Há atividades em determinadas áreas do conhecimento cujos avanços, proporcionados pela inserção das TICs, são notáveis, uma vez que elas alteraram significativamente os níveis de difusão de recursos para a transmissão de conteúdo e, conseguintemente alteraram as práticas tradicionais e os padrões de interação social e de trabalho. Como exemplo, podemos citar a área de educação, com o fortalecimento da Educação a Distância, e a área da saúde, com o surgimento da telemedicina, e outros. Entre outros fatores, as TICs possibilitam a disseminação da informação, que pode ter como efeito a acelerada internalização de conteúdos, transformando-os em conhecimentos que são os insumos responsáveis para o desenvolvimento de uma dada sociedade. Isso ocorre devido às TICs promoverem novas formas de sociabilidade, e, de acordo com Lévy (1999, p. 26), “não são meros equipamentos ou apoio utilitário, mas são meios potenciais de transformação de práticas”. A massificação do uso da informática, particularmente do computador e dos sistemas de informação, foi o fator propulsor da necessidade de as pessoas evoluírem suas formas de agir e pensar, e quanto à utilização de novos recursos e métodos. (ROSINI, 2007, p. 3). Para Carvalho (2006, p. 48), o computador conectado à internet é um dos mais importantes elementos que constitui as chamadas “novas tecnologias” – que aqui são compreendidas como elementos mediadores para a construção de uma nova representação da sociedade. Esses elementos em conjunto prontificam a acessibilidade, algo que mudou nossa forma de lidar com a informação, principalmente pela possibilidade de novos padrões de velocidade e armazenamento. Dessa forma, o computador, como principal representante das “novas tecnologias”, é caracterizado: em primeiro âmbito, como veículo tecnológico ganhando novas dimensões, uma vez que pode fornecer acesso a ambientes adequados para o desenvolvimento de novos conhecimentos e competências, de aprendizado, criação, interação e de cooperação entre as pessoas. em segundo âmbito, como potencial TIC, rompe com os princípios de outras tecnologias, modificando a relação homem-máquina, ao permitir
  • 48. 45 potencializar os processos cognitivos do ser humano, fazendo com que este adquira novas significações. De acordo com Sáenz e Souza-Paula (2008, p. 24), as rápidas mudanças nas telecomunicações e na computação, unidas aos avanços na inteligência artificial, influíram e continuarão a influenciar fortemente: na otimização dos sistemas e métodos de educação e treinamento; na aprendizagem, que tende a ser cada vez mais rápida e efetiva; na computação e nos métodos associados à formação de imagens, que serão dinâmicos, tridimensionais e multimídia. Isso contribuirá para mudar formas de pensamento, cultivando processos mentais que são pictóricos, multidimensionais e dinâmicos. Das inúmeras possibilidades e expectativas relacionadas à melhoria do desempenho humano e social em decorrência dos avanços das TICs, podemos destacar como fundamentais: a criação de estímulos para resultados grupais e sociais; o aperfeiçoamento de interfaces homem-máquina; a criação e desenvolvimento de robôs e softwares mais úteis para as pessoas; o acesso instantâneo a informações necessárias em qualquer parte do mundo; a possibilidade de pessoas poderem aprender, com rapidez cada vez maior, novos e confiáveis conhecimentos e habilidades. Um enfoque principal das TICs, como tecnologias convergentes, está nas atividades humanas, tais como melhorar a eficiência no trabalho, melhorar a aprendizagem, aumentar a capacidade cognitiva do homem, assim como propiciar a interação social, a simulação, a experimentação, a visualização e a criatividade.
  • 49. 46 5.2.1 A comunicação mediada por computador A comunicação mediada por computador (CMC) trata-se da comunicação interpessoal que utiliza tecnologia computacional para transmitir, armazenar ou apresentar informações. Warschauer (2006, p. 46) considera quatro maneiras essenciais como a CMC modificou qualitativamente as formas existentes de representação, organização e compartilhamento de informações, sendo: a interação por escrito – a CMC supera a diferença entre a linguagem oral e a escrita, ou seja, as pessoas podem interagir rapidamente e a distância utilizando-se da escrita; a comunicação de longa distância entre muitas pessoas – a CMC permite que as pessoas se comuniquem on-line, independentemente da localização geográfica, fato este que repercute um impacto potencial e significativo sobre todos os aspectos da vida humana; a formação de um hipertexto global – a organização hipertextual da internet possibilita uma conexão horizontal e associativa entre as fontes de informação; a experiência multimídia – nela se empregam os programas e sistemas em que a comunicação se dá através de múltiplos meios de representação da informação (como som, imagem, entre outros); como exemplo, temos a World Wide Web (www), onde elementos textuais e audiovisuais estão mais avançados; a experiência hipermídia – é uma convergência dos meios, do suporte multimídia, mas, essencialmente, da relação entre a obra e o leitor/usuário; um sistema hipermídia se trata de um sistema multimídia capaz de tratar eventos causados pela interação com o usuário e reagir a esses eventos. Conforme a diversidade e intensidade de linguagens transportadas por determinada tecnologia, é possível determinar o grau de interação com o ser
  • 50. 47 humano e, principalmente, a capacidade de proporcionar interação entre as pessoas. Segundo Santaella (2001, p. 24), por volta de 1994, uma novidade no mundo das linguagens começou a fervilhar no Brasil: a multimídia, o hipertexto e a hipermídia. Com isso, a autora também aponta: De todo modo, o que vale aqui acentuar é o fato de que toda a mistura de linguagens da multi ou hipermídia está inegavelmente fundada sobre três grandes fontes primeiras: a verbal, a visual e a sonora. Tanto é assim que os programas multimídia (softwares) literalmente programam as misturas de linguagem a partir dessas três fontes primordiais: os signos audíveis (sons, músicas, ruídos), os signos imagéticos (todas as espécies de imagens fixas e animadas) e os signos verbais (orais e escritos). (SANTAELLA, 2001, p. 25). Com as TICs, além das escolas, as organizações e os espaços domiciliares também se tornam educativos: as pessoas estudam em casa, na empresa, ou em qualquer outro lugar, desde que possam buscar e contar com serviços que respondam às suas demandas de informações. Os recursos oferecidos pelas TICs, principalmente com o uso de computadores conectados à internet, podem levar a educação a uma concepção totalmente nova, uma vez que ressalta a interação entre todos os atores do processo educativo e estabelece bases para a construção colaborativa de conhecimento. Tal cenário acarreta novas demandas para o campo da educação. Para enfrentamento dessas demandas, repercute o interesse por diferentes modalidades educacionais que ultrapassem os limites dos meios tradicionais de ensino, como algo que aponte para a possibilidade de uma educação adequada para suprir as necessidades específicas da sociedade atual. A Educação a Distância (EaD) ressurge com novas disposições e, com as TICs, trouxe novas perspectivas para os cursos desta modalidade. Destacadamente, os modelos baseados na comunicação mediada por computador, ou on-line, surgem como modalidades educativas alternativas, flexíveis e interessantes.
  • 51. 48 5.3 TICs na educação Para viver, aprender e trabalhar bem em uma sociedade cada vez mais complexa, rica em informação e baseada em conhecimento, os alunos e professores podem usar as tecnologias de forma eficaz para se tornarem comunicadores, colaboradores, editores, produtores, cidadãos informados, responsáveis, que oferecem contribuições, além de pessoas que buscam, analisam e avaliam a informação, criativos e efetivos no uso de ferramentas de produtividade. Nesse contexto, as TICs podem decididamente ser utilizadas como apoio nas atividades escolares, visto que ampliam e criam novos espaços para o conhecimento. No ambiente escolar, os objetos tecnológicos se instalam de maneira que, de uma forma ou de outra, visam principalmente a ideias de uma escola que consiga dar conta das várias dimensões da sociedade atual, preparando os alunos para a realidade complexa e global. (JOSGRILBERG, 2006, p. 159). A educação defronta-se com o desafio de trazer para seu contexto as ferramentas tecnológicas, articulando-as com os conteúdos e conhecimentos escolares, propiciando a interlocução entre os indivíduos. O desafiante é recriar, a partir de uma conexão do potencial das tecnologias, as formas de ensinar e os princípios e concepções de aprendizagem, que podem servir tanto para inovar como para reforçar comportamentos e modelos comunicativos de ensino. Como consequência desse processo, Porto (2006, p. 44) diz ser necessário o uso das TICs para disponibilizar aos sujeitos escolares um amplo leque de saberes que, se trabalhados em perspectiva comunicacional, garantem transformações nas relações vivenciadas no cotidiano escolar. Do ensino básico ao superior, as TICs podem auxiliar de diversas maneiras: na captura de novos conteúdos a serem estudados ou na agregação aos conteúdos educativos;
  • 52. 49 na aptidão de novas ferramentas que apoiam o processo de busca e processamento das informações; na criação de novos métodos de organização e comunicação de informações que apoiam o processo de aprendizagem pelo uso de recursos multimídia e interatividade; como capacitação para o mercado de trabalho atual, em que a manipulação de tecnologias é essencial, entre outros subsídios. Os fatores externos à sala de aula também podem ser aprimorados pelas TICs (principalmente o computador conectado à internet), pois criam situações de estímulo ao processo de assimilação do conhecimento por parte das pessoas. 5.3.1 TICs: novos meios de aprendizagem A diversidade de linguagens (texto, som e imagem) materializadas pelos diferentes suportes a disposição do professor e dos alunos tem proporcionado novas possibilidades de práticas pedagógicas que facilitam os processos de mediação e, com isso, de ensino para aprendizagem. Soares (2006, p. 91) descreve alguns motivos essenciais que tornaram as TICs importantes no contexto da educação: por suas características inovadoras, as TICs oportunizam, facilitam, ensejam e estimulam mudanças no paradigma do ensino (centrado no professor e na transmissão de conteúdos), transformando o paradigma da aprendizagem (centrada no aluno), exigindo novas posturas dos atores nesse processo de aprendizagem, como a abertura para adoção de novos procedimentos pautados no uso da internet; os objetos tecnológicos são instrumentos com potencial para agregar valor à educação, e que não devem ser encarados como um fim, mas como meios, veículos, recursos didáticos, que poderão ou não ser úteis,
  • 53. 50 dependendo de quem os use e as finalidades que lhes deem. Entretanto, a simples utilização de um ou outro equipamento não pressupõe um trabalho educativo ou pedagógico. No entender de Porto (2006, p. 45), o “tecnicismo por si só não garante uma melhor educação”. Para a autora, cada meio e cada tecnologia exercem uma mediação particular nas pessoas e contextos com os quais interatuam, pressupondo transformações na organização do trabalho, nos seus componentes e, consequentemente, na instituição educativa que realiza o trabalho. Assim sendo, o trabalho com as TICs na educação não pode se resumir à transmissão de conteúdos, pois, para se construir o aprendizado, é preciso estabelecer uma proposta pedagógica articulada com as TICs. A inserção das TICs na educação, com ênfase no computador, torna-se importante para implementar estratégias e planos de ação que conduzam um aprendizado cada vez mais em sintonia com as realidades tecnológicas do nosso tempo. Neste sentido, acredita-se que as novas propostas de desenvolvimento com metodologias através da TICs possam beneficiar, inclusive, o processo de alfabetização, uma vez que estas se dinamizam por meio de intervenções visuais e multimidiáticas, favorecendo o ensino e a aprendizagem. Juntar todas as linguagens (texto, imagens, sons), permitindo interatividade, trabalhando a aprendizagem de forma dinâmica e criativa é algo que é possibilitado pelo uso das TICs no campo da educação. As TICs, hoje, não podem estar ausentes do processo educativo, seja este presencial ou não. Os Gráficos 2 e 3 apontam os fatores determinantes que abarcam o uso do computador e internet para as atividades educacionais. O primeiro gráfico abrange as atividades com uso de computadores em rede de modo geral, sendo destacado o seu uso para fins de comunicação, lazer, treinamento e educação e banking. Já o segundo gráfico abrange somente as atividades desenvolvidas na internet para treinamento e educação; nele se enfatiza o crescimento do uso do computador e internet no desempenho de determinadas tarefas.
  • 54. 51 Gráfico 2 - Atividades desenvolvidas na internet: dados comparativos de 2005 a 20088 Fonte: Comitê Gestor da Internet no Brasil (2009, p. 149). Dentre as atividades realizadas pelos indivíduos com uso do computador e internet, os destaques ficam para o crescimento das atividades de lazer e para as atividades relacionadas a treinamento e educação. O crescimento das atividades de lazer foi de 15% em 3 anos e, para as atividades de treinamento e educação, houve um aumento considerável: 16%. É importante salientar que o grupo de atividades de comunicação também apresentou tendências de crescimento (8% de 2005 a 2008). Gráfico 3 - Atividades desenvolvidas na internet – treinamento e educação: dados comparativos de 2005 a 20089 Fonte: Comitê Gestor da Internet no Brasil (2009, p. 151). 8 Percentual sobre o total de usuários da internet em área urbana. 9 Percentual sobre o total de usuários da internet em área urbana.
  • 55. 52 Diante das atividades de treinamento e educação apresentadas na pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil (2009, p. 151), destaca-se o desempenho sobre as atividades de “realizar pesquisas escolares”, que passou de 47% em 2005, para 65% em 2008. A atividade “buscar informações sobre cursos de graduação, pós-graduação e extensão” também cresceu significativamente (17%). Contudo, ambas as atividades apresentaram certa estabilidade entre os anos de 2007 e 2008. A atividade “buscar informações sobre a disponibilidade de livros e fazer download de material de cursos” permaneceu estável nos últimos anos. E a atividade “fazer cursos on-line”, se comparado com 2005 (que era 0%), obteve um bom crescimento em 2006 (7%), teve um aumento no ano seguinte, porém se manteve estável nos últimos dois anos. 5.3.1.1 Tecnologia educacional O campo de estudo relativo à tecnologia educacional está presente nos meios acadêmicos nos Estados Unidos desde a década de 40. De acordo com Martins (2000), esse termo é fundamentado em duas vertentes principais: aplicação de tecnologias (quer dizer, máquinas) no processo de ensino – as concepções próprias das décadas dos anos 50 e 60, nas quais correspondia à tecnologia educacional o estudo dos meios como geradores de aprendizagem; aplicação de ciências de ensino e aprendizagem (psicologia, ciências da computação, sociologia, etc.) no processo de planejamento, execução e avaliação de ensino – concepções que definem a tecnologia educacional por seu estudo no ensino como processo tecnológico, fundamentadas a partir da década de 70.
  • 56. 53 As duas vertentes são interessantes e, de certa forma, estão estritamente relacionadas. Porém, a proliferação de vários conceitos para o que é tecnologia educacional e sua utilização leva a Comissão sobre a Tecnologia Educacional dos Estados Unidos (apud MARTINS, 2000) a propor, em 1970, a seguinte declaração: É uma maneira sistemática de elaborar, levar a cabo e avaliar o processo de aprendizagem em termos de objetivos específicos, baseados na investigação da aprendizagem e da comunicação humana, empregando uma combinação de recursos humanos e materiais para conseguir uma aprendizagem mais efetiva. López (apud MARTINS, 2000) afirma que tecnologia educacional é aquela que reflete sobre a aplicação da técnica à resolução de problemas educativos. Enfatiza o controle do sistema de ensino e aprendizagem como aspecto central e de garantia de qualidade, ao mesmo tempo em que entende que as opções mais importantes estão relacionadas com o tipo de técnica que convém e como incorporá-la adequadamente. Quadro 1 – Mídias na educação TIPO DE MÍDIA APLICAÇÕES Rádio e audiocassete Programas de difusão para as escolas Educação geral informal Programação de ação social Educação básica para adultos Alfabetização Ensino interativo pelo rádio Baixo nível de professores treinados Treinamentos de alunos com baixo aproveitamento escolar Recursos limitados Radio digital via satélite Sinais enviados diretamente para os receptores Satélites geoestacionários com cobertura mundial Televisão e videocassete Largamente empregada em educação a distância Desenvolvimento profissional de professores Curso instrucional pela TV Distribuição direta para escolas, telessalas, residências Programas pré-produzidos e pré-gravados em vídeos Produção centralizada e pesada Unidirecional Professor-instrutor local Perguntas por correio, telefone ou e-mail Cursos reaplicáveis Altos custos amortizados ao longo de anos Desafio: manter alunos motivados
  • 57. 54 Curso interativo pela TV Programas ao vivo e interativos Em geral usa vídeo unidirecional e áudio bidirecional Produção local e modesta Apresentações utilizando material audiovisual Interatividade bidirecional Professor-instrutor local Perguntas por TV-SAT, telefone ou e-mail Cursos em geral não reaplicáveis Baixo custo de produção Desafio: beneficiar-se da interatividade Computador Usado para programas de educação a distância ao vivo Conferência por computador como meio de comunicação Permite interatividade assíncrona entre alunos Desenvolvimento profissional em tecnologias educacionais Atualização em conteúdos disciplinares Criação de comunidades de alunos Formação de redes de aprendizagem entre alunos Distribuição de material multimídia Redes de computadores Integração de sinais: voz, dados, imagens e áudio Globalização da educação a distância Empresas oferecem cursos a distância para empregados Satélites em banda Ku para educação (DirectTV) Entrega de vídeos diretamente para PCs (DirectPC) Surgimento das Universidades Virtuais Fonte: Raj (1999). O Quadro 1 apresenta as principais mídias usadas na educação e suas potenciais aplicações como suporte à aprendizagem. Além disso, demonstra as principais características e apresenta alguns desafios perante o uso de determinada mídia para educação. A apresentação desse quadro é importante para expor os recursos computacionais como agentes potencializadores da EaD, contribuindo para a globalização dos cursos a distância e agregação de recursos multimídias. Neste trabalho, o propósito da Tecnologia Educacional estará voltado para aplicação de tecnologias, especialmente o uso do computador, Web e internet como máquinas-ferramentas auxiliares do processo de ensino e aprendizagem – que aqui deve ser entendido como TICs realmente aplicadas no âmbito da educação, principalmente as modalidades que usufruem diretamente da comunicação mediada por computadores (CMC), como a Educação a Distância (EaD).
  • 58. 55 São várias as aplicações das Tecnologias Educacionais em sistemas de ensino na atualidade, aplicando, inclusive, o uso da Web 2.0, em algumas experiências relacionadas principalmente no uso da multimídia e da hipermídia como um recurso de apoio pedagógico. Nesse contexto, consideramos que a Tecnologia Educacional aplicada à educação dependerá da utilização da internet e da Web, principalmente para: promover a colaboração e aprendizagem experiencial; incentivar alunos a publicar os seus projetos e realizar pesquisas sobre assuntos específicos, baseados no objeto de aprendizagem; motivar e promover a aprendizagem em um contexto educacional mais dinâmico, para uso principalmente dos docentes, tutores, mediadores, entre outros. Desse modo, os conceitos e aplicações das tecnologias educacionais serão importantes para este trabalho, uma vez que são meios para as abordagens que: utilizam-se de recursos tecnológicos, tais como: tutoriais, simulações, multimídias, hipermídias e outros, para motivar os alunos, principalmente para alunos dos cursos de treinamento pela Web (Web-based training); utilizam-se ferramentas de forma estratégica para promoção, transmissão, armazenamento ou apresentação de informações sobre objetos de estudo ou como forma de complementação bibliográfica. 5.4 TICs em Bibliotecas As necessidades informacionais da atual "Sociedade da Informação" destaca o conhecimento como um recurso essencial para a resolução de problemas, desenvolvimento científico, tecnológico, econômico, entre outros, e, para se chegar ao conhecimento, é necessário o acesso à informação. Grandes
  • 59. 56 acervos de informação, dos mais variados assuntos, circulam hoje numa escala mundial devido à internet e às novas mídias eletrônicas. Para Santos (2002, p. 1), diante desse cenário, as bibliotecas – cuja razão de ser é atender as necessidades de seus usuários – passaram a fazer uso de TICs para contribuir com a melhora no atendimento e na otimização do tratamento de múltiplas e crescentes informações, possibilitando que seu público acompanhe o ritmo dos avanços tecnológicos e dos fluxos informacionais. Para que tal eficiência de serviços rápidos e eficientes fosse atingida, foram adotados processos de modernização, adoções de novas técnicas de produtividade, capacitações da equipe e estabelecimento de uma nova cultura voltada para a prestação de serviços de alto nível qualitativo no ambiente de trabalho. Essa realidade exigiu dos bibliotecários a adoção de uma nova postura no ambiente de trabalho, mais flexível e mais voltada para a apresentação de serviços com alto nível de qualidade, evitando-se o retrabalho e o desperdício e indo ao encontro de interesses, desejos e necessidades dos usuários. (SANTOS, 2002, p. 2; BRASIL, 2000, p. 8). O processo de modernização nas bibliotecas inicia-se com a aquisição de novas tecnologias, softwares e aplicativos, que chegam para automatizar alguns processos manuais, como: cadastramento, recuperação e busca, e controle de circulação de materiais bibliográficos. A partir de então, os serviços também passaram por uma evolução significativa no tratamento com o usuário: aquisição de computadores para consulta local dos usuários, banda larga para acesso à internet e investimento na capacitação e modernização dos recursos humanos, para que a equipe pudesse acompanhar a evolução dos serviços, interagindo com as novas fontes de informação para pesquisa, tanto de maneira presencial, quanto remota. Para Sousa (2007, p. 4), as bibliotecas, particularmente universitárias, passaram a funcionar na sociedade como uma organização aberta para a captação, organização, disponibilização e acessibilidade de informações, porém a qualidade dos serviços oferecidos passou a ser uma preocupação. O autor também menciona algumas diretrizes que podem ser tomadas como base do
  • 60. 57 controle de qualidade informacional no processo de informatização das bibliotecas, como: serviços referenciais por computador; acesso seguro e rápido a redes intranet e internet; treinamento e capacitação para usuários, habilitando-os na busca de informações no acervo e em fontes idôneas na internet; estabelecimento de políticas de empréstimos entre bibliotecas por comunicação eletrônica; serviços de reservas, renovações e consultas por meio eletrônico. Sousa (2007, p. 4) e Muller (2000) em trabalhos isolados, porém abordando a mesma temática, apresentam algumas vantagens que o uso das TICs trouxe para as bibliotecas, sobretudo o uso do computador em rede, dos quais podemos destacar: otimização dos serviços; aumento da velocidade no acesso e na quantidade de informações; aumento da relevância nos resultados de busca; aumento na consulta das bibliotecas remotamente com o uso da internet; difusão da informação e de serviços da biblioteca em meio eletrônico; uso do correio eletrônico para serviços de renovações e reservas; expansão do espaço e tempo de alguns serviços prestados remotamente em meio eletrônico; acesso a bases de dados informacionais científicas como CAPES, Web of Science, entre outras; facilidade no acesso de informações e serviços para usuários que se encontram impossibilitados de comparecer fisicamente na biblioteca.
  • 61. 58 Outro aspecto importante referente às TICs para as Bibliotecas está diante da sua reorganização e reestruturação, o que as leva a desempenhar com mais eficiência seu objetivo, especialmente por meio da melhoria de prestação de serviços informacionais de qualidade ao usuário, em face da disseminação de novos métodos e processos de trabalho. Com isso, foram redimensionadas as maneiras de gestão em Unidade de Informação, sobretudo de armazenamento e processamento das informações. Dessa forma, consideramos que as TICs nas bibliotecas tornaram prioritárias as questões de: inovação, pois facilita a criação e aperfeiçoamento dos modelos de produtos e serviços, e subsídio na gestão de processos; modernização dos serviços, para conformidade com a realidade no desempenho das funções e procedimentos que levam os cidadãos aos serviços de se deslocar ou ficar, dependente de horário de funcionamento dos serviços. apoio às cooperações informacionais entre bibliotecas – esforço coletivo para o compartilhamento de produtos e serviços de acesso à informação. Gomes e Barbosa (2003) abordam de outra maneira os efeitos positivos que a evolução das TICs (principalmente o uso da comunicação mediada por computador, web e internet) trouxe para as bibliotecas: a redução do tempo gasto pelo usuário em suas consultas às pesquisas bibliográficas e ao acervo; maior número de consultas e pesquisas simultâneas efetuadas pelos usuários aos catálogos da biblioteca; possibilidade de disponibilização de documentos em formato digital; facilitação e criação de novos serviços bibliotecários; maior facilidade de estabelecer empréstimos entre bibliotecas; comutação bibliográfica;
  • 62. 59 buscas bibliográficas em diversas bases de dados; otimização da qualidade do acervo; análise de dados por computador, entre outros aspectos. Os autores (GOMES; BARBOSA, 2003) também ressaltam outros aspectos, dentre os reflexos oriundos do uso intensivo das TICs pelas bibliotecas, no sentido de consolidar sua missão e participar de forma ativa na educação, sobretudo colaborando para a construção e difusão do saber, que são representativas para as seguintes ações: minimização de esforços e de tempo no que se refere ao processo de registro de dados, facilitando e agilizando o acesso da informação pelos usuários (professores, alunos e outros); reciclagem e atualização do profissional bibliotecário no desenvolvimento de suas atividades em função das inovações tecnológicas, oferecendo, dessa forma, um atendimento mais qualificado aos usuários; autonomia do usuário, no que tange ao automonitoramento de suas pesquisas bibliográficas e de consulta ao acervo; ampliação do universo de busca da informação para o usuário; incentivo ao compartilhamento de recursos e conteúdos. Diante dos aspectos expostos anteriormente, os serviços e produtos das bibliotecas, de modo geral, ganharam impulso com o uso das TICs. Os modernos recursos de informação gerados pelas TICs possibilitam de forma ilimitada a acessibilidade da informação, promovendo um processo de disseminação da informação de modo mais efetivo. A prova disso é a comparação que se pode fazer entre os antigos catálogos pouco interativos e limitados na estrutura e no acesso, inadequados e inoperantes no atendimento das necessidades do usuário com os atuais bancos e bases de dados on-line. As bibliotecas hoje contam com as soluções tecnológicas baseadas em rede, que lhes permitem disponibilizar seu acervo, bem como disseminar e
  • 63. 60 captar informações remotamente. As TICs permitem o acesso, a criação e o compartilhamento de conteúdos por meio de bibliotecas digitais e virtuais, em que apresentam um conjunto de mecanismos eletrônicos voltados à facilidade e agilidade na localização da demanda da informação, interligando recursos e usuários. Com isso, essas bibliotecas modernas assumem a preocupação com o acesso e padronização dos fluxos que visam qualidade e fidedignidade das informações, diante da massa de conteúdos disponíveis na internet e em outras redes.
  • 65. 62 6 FUNDAMENTOS E CONCEITOS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Neste capítulo, serão descritos alguns fundamentos e conceitos de educação no contexto brasileiro e, principalmente, da inserção da Educação a Distância (EaD). Conhecer esses aspectos se faz necessário, visto que se trata de um dos objetivos deste trabalho. A partir dos fundamentos e conceitos apresentados, serão enfatizadas as características atuais dessa modalidade educativa. Será necessário descrever a distinção entre informação e conhecimento, pois essa observação atribui diferentes significados aos conceitos de ensino e aprendizagem. Também será destacado o conceito de infoeducação, que abrange estudos de ação educativo-cultural e reúne os campos teóricos e práticos da Ciência da Informação e da Educação. Além disso, também será apresentado um histórico da EaD focando, principalmente, as gerações e o desenvolvimento desta modalidade educacional em âmbito nacional. Será verificada a situação atual da modalidade, principalmente dos modelos que fazem uso de computadores e internet para apoio às abordagens pedagógicas, tais como e-learning, b-learning, e-learning 2.0 e open learning. Outro aspecto considerado será a função dos ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs), uma vez que são destinados ao suporte às atividades educacionais mediadas por TICs, através de sistemas computacionais disponíveis para internet.
  • 66. 63 6.1 Fundamentos de Educação A questão fundamental não é educação velha versus nova, nem educação progressiva versus tradicional, mas alguma coisa – seja qual for – que mereça o nome de educação. Não sou a favor de qualquer fim ou qualquer método simplesmente porque se lhes deu o nome de progressivo. A questão básica prende-se à natureza da educação sem qualquer adjetivo qualificativo. Faremos progresso mais seguro e mais rápido se nos devotarmos a buscar o que seja educação e quais as condições a satisfazer para que ela seja uma realidade e não um nome ou uma etiqueta. (DEWEY apud MOGILKA, 2003). É conhecido que a educação é imbricada às vertentes ensino e aprendizagem. Contudo, é muito frequente que tais elementos sejam apresentados como sinônimos, ou contrapostos, como ocorre em algumas teorias. É preciso entender que ensino e aprendizagem são distintos, mas ambos se complementam e são os aspectos fundamentais no processo de educação. A educação só se realiza quando um projeto de ensino gera aprendizagem. Além disso, é necessário mencionar que a prática educativa possui como característica principal a necessidade de aquisição, atualização e utilização dos conhecimentos, ou seja, essas três funções relevantes no processo educativo e são fatores efetivos do ensino e da aprendizagem. (MAIA; MATTAR, 2007, p. 4). Contextualizando a educação, Brandão (1995, p. 7) diz que existem inúmeras abordagens educacionais e cada uma atende a sociedade em que ocorre, pois é a forma de reprodução dos saberes que compõe uma cultura, portanto a educação de uma sociedade tem identidade própria. De modo mais geral, o autor afirma: Não há uma forma única nem um único modelo de educação; a escola não é o único lugar onde ela acontece e talvez nem seja o melhor; o ensino escolar não é a sua única pratica e o professor profissional não é o seu único praticante. (1995, p. 9). Para Mogilka (2003, p. 7), a educação é vista com caráter emancipador e democratizante, em que os sujeitos que a realizam possuem potencial para entender e para participar das mudanças sociais. Nessa perspectiva, a educação
  • 67. 64 é influenciada pelas dimensões econômica, política e cultural da sociedade, mas também influencia essas dimensões. O autor ressalta que “não existe educação sem pessoas: em parte, são elas que fazem a educação ser desta ou daquela forma, ao aceitar, resistir ou modificar as diretrizes e políticas definidas para esta prática social”. Além desses aspectos, o autor explica que a educação, se trabalhada sob a perspectiva crítica e reflexiva, faz com que as capacidades intelectuais do educando reflitam também na sua inserção social crítica, criando consciência dos problemas que se levantam cotidianamente contra a sua cidadania e oportunizando constantes atitudes de questionamentos e reflexões diante de situações. Assim, são desenvolvidas, em equivalente, a capacidade de produzir e a capacidade de perceber, impedindo que as habilidades intelectuais se reduzam à mera manobra instrumental. (MOGILKA, 2003, p. 9). Como interpretação a esse conceito de educação, também constam as questões do desenvolvimento humano, ou seja, a educação como forma de dotar a humanidade da capacidade de conduzir o seu desenvolvimento. Ela deve provocar a percepção de cada ser para as questões individuais, como também gerar percepções que abarquem a coletividade, para que esses fatores contribuam para o progresso da sociedade. O desenvolvimento ocorrerá conforme a participação responsável dos indivíduos e das comunidades na sociedade. O Relatório da UNESCO, com diretrizes para a educação (1999, p. 88- 102), menciona os quatro os pilares básicos da educação, como podemos observar a seguir: aprender a conhecer – aprender a aprender e a beneficiar-se das oportunidades oferecidas pela educação ao longo de toda a vida; aprender a fazer – adquirir, não somente uma qualificação profissional, mas também as competências que tornem a pessoa apta a enfrentar numerosas situações, a trabalhar em equipe e também aprender a fazer, no âmbito das experiências sociais ou de trabalho;
  • 68. 65 aprender a viver juntos – realizar projetos e se preparar para administrar conflitos, ter respeito pelos valores do pluralismo, da compreensão mútua e da paz a partir do desenvolvimento da compreensão do outro e da percepção das interdependências; aprender a ser – agir cada vez com maior capacidade de discernimento, de autonomia e de responsabilidade pessoal para melhor desenvolver a sua personalidade; a educação não deve negligenciar nenhuma das potencialidades de cada indivíduo: memória, raciocínio, sentido estético, capacidades físicas e aptidão para comunicar-se. Reforçando essa noção, o mesmo documento menciona: A educação deve [no atual mundo globalizado] se situar no coração do desenvolvimento, tanto da pessoa humana, como das comunidades. Cabe-lhe a missão de fazer com que todos, sem exceção, façam frutificar os seus talentos e potencialidades criativas, o que implica, por parte de cada um, a capacidade de se responsabilizar pela realização do seu projeto pessoal. (UNESCO, 1999, p. 16) Já motivado sobre questões atuais, o Livro Verde – Sociedade da Informação no Brasil (2000, p. 45) descreve que a educação é o elemento-chave na construção de uma sociedade baseada em informação e no conhecimento, para que obtenha efetivo aprendizado. Com o advento da globalização no contexto da atual sociedade, a educação é tida como o maior recurso para enfrentar as constantes transformações que ocorrem no mundo. Com as TICs na educação, descritas no capítulo anterior, a sala de aula não é mais o principal meio de se obterem ensinamentos e nem os professores os principais mediadores de informações e conhecimentos. Hoje em dia, televisão, internet e outros meios de comunicação, em geral, dão suporte adequado para transmissão do conhecimento, uma vez que promovem acesso às informações diferentes, interação e colaboração entre as pessoas, além de possuírem ferramentas dinâmicas que podem ser incorporadas, apresentando outras significações às práticas pedagógicas. A educação tem, sem dúvida, um papel importante a desempenhar, pois o saber pode, evidentemente, ser adquirido de diversas maneiras e, com isso, a