A ALCA (Área de Livre Comércio das Américas) foi proposta pelos Estados Unidos em 1994 para integrar as economias das Américas, mas enfrentou resistência de países latino-americanos que temiam dependência econômica. Seus objetivos reais incluíam impor a dominação dos EUA e beneficiar empresas americanas, em detrimento dos países em desenvolvimento. Após vários protestos, as negociações pararam em 2005 devido às divergências entre os participantes.
1. ALCA – objetivos e
possibilidades
Emmanuelle Nunes Tavares de Medeiros
CENTRO UNIVERSITARIO DO LESTE DE MINAS GERAIS
2.
3. A ALCA (Área de Livre Comércio das Américas) é um projeto de Bloco Econômico que reúne
países da América, tanto do sul, central e do norte. É considerado um projeto porque, ao longo
das reuniões que foram feitas pelos países participantes, surgiram discordâncias entre eles e no
fim de 2005, as negociações pararam. A criação desse Bloco não agrada a todos no continente,
especialmente os latino-americanos. Os Estados Unidos foram os idealizadores da ALCA que, se
estivesse em vigor, englobaria todos os países da América, com exceção de Cuba.
4. Como se formou?
A ideia de unir as economias das Américas em uma área com livre comércio teve início durante a Cúpula
das Américas que foi realizada em Miami, nos Estados Unidos em Dezembro do ano de 1994. Entre 1994 e
1998, durante a fase preparatória, os ministros dos 34 países estabeleceram doze grupos para
identificação e exames de medidas relacionadas ao comércio e suas respectivas áreas.
Lançadas de forma oficial somente em Abril de 1998 durante a Segunda Cúpula das Américas em
Santiago, no Chile, as negociações da ALCA determinaram que deveriam focar na contribuição para poder
elevar níveis de vida, melhorar condições de trabalho dos povos das Américas, além de manter protegido o
mesmo ambiente. Mas foi somente na Terceira Cúpula das Américas que foram determinados os prazos
que deveriam ser cumpridos para implementação do acordo da ALCA. Esse projeto está congelado desde
a última Cúpula das Américas, que aconteceu em novembro de 2005.
5. Objetivos
O principal objetivo da ALCA foi “representar a integração econômica e comercial das Américas”,
sendo considerada totalmente mentirosa, pois acabou sendo relacionada, na verdade, como um
lobo na pele de um cordeiro, uma vez que seria uma coisa muito ruim anteriormente apresentada
como algo bom. Isso se deve ao fato da impossibilidade de integração entre economias totalmente
desiguais.
O real objetivo por parte dos Estados Unidos seria a imposição da “lei do mais forte” em que
alcançariam a subordinação total e definitiva entregando recursos naturais e monetários à
potência americana.
Além disso, o controle de todo o comércio da América Latina e Caribe, além do reforço de
vantagens das empresas de importação e exportação dos Estados Unidos já possuem, eram
alguns dos principais objetivos.
6. Consequências
Segundo especialistas, a ALCA beneficia poucos e prejudica muitos, consistindo em um pacote de
propostas que iam contra o povo latino-americano. É totalmente previsível a quantidade de
prejuízos que isso traria: dependência econômica, política, tecnológica, além de invasão territorial
e cultural.
Existem ainda muitas controvérsias, mas existem algumas pessoas que acreditam que a formação
de blocos econômicos seria benéfica para a economia e desenvolvimento de países. No Brasil, no
entanto, houveram vários protestos e, ao começar a defender-se, o país tornou as negociações
ameaçadas de forma a prejudicar o andamento de todo o processo da ALCA.
7. Dificuldades de Implementação
Os Estados Unidos estão na liderança da implementação da ALCA, por se tratar da maior economia da
América. Interessados na abertura total dos mercados, encontram resistências de países em
desenvolvimento, temerosos da implantação da ALCA. Este medo vem justamente de fraquezas
econômicas e pouco desenvolvimento em áreas industriais. Uma abertura geral poderia provocar a
ruína de parques industriais nestes países.
O Brasil tem defendido a ideia de uma abertura gradual e de negociações feitas em blocos. Desta
forma, o Brasil ganharia mais força para negociar com os Estados Unidos.
Também existem barreiras internas nos Estados Unidos, pois em 1997 o então presidente Bill Clinton,
não conseguiu aprovar no Congresso o chamado fast track, que seria a via rápida para a
implementação da ALCA. Muitos sindicatos patronais e de trabalhadores, resistem a ideia da ALCA por
temerem a concorrência de produtos estrangeiros. Os trabalhadores, por exemplo, temem o
desemprego com o funcionamento ALCA.
8. Caso entre em funcionamento um dia, a ALCA poderá ter os seguintes países como membros:
Brasil, Chile, Argentina, Equador, Venezuela, Colômbia, Uruguai, Antígua e Barbuda, Trinidad e
Tobago, Bahamas, México, Panamá, Suriname, Guiana, Peru, Bolívia, Honduras, Belize,
Guatemala, Nicarágua, El Salvador, Granada, Barbados, Estados Unidos, Canadá, Jamaica, Haiti,
Costa Rica, Dominica, República Dominicana, São Cristóvão e Nevis, Santa Lúcia, São Vicente e
Granadinas e Paraguai.