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                    Métodos e Técnicas de
                     Valoração Ambiental
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental




                  Método Dose-Resposta
                                (MDR)
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental

  A idéia subjacente ao MDR é bem ilustrada
através do exemplo de uma cultura agrícola.

  Suponha uma área destinada ao cultivo que
apresente erosão do solo.

  Para diferentes níveis de erosão, existirão
diferentes níveis de produção final.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  Isto é, para cada “dose” de erosão do solo,
existirá uma “resposta” em termos de redução na
quantidade produzida da cultura.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  Alternativamente, pode-se utilizar os custos de
reposição dos nutrientes que se perdem com a
erosão de solo.

  Essa perda pode ser aproximada pela aplicação
de fertilizantes químicos que possuem valores de
mercado explícitos [Pearce (1993, p.27)].
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  Os gastos na sua aquisição podem fornecer
uma medida monetária dos prejuízos decorrentes
da “dose” de erosão do solo.

  Por isso o MDR se caracteriza por utilizar preços
de mercado (ou o ajustamento de preço-sombra)
como aproximação [Pearce (1993, p105)].
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  Importante salientar que o MDR não se baseia
na estimativa de curva de demanda para se
chegar às medidas de bem-estar.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  Pearce (1993, p.110) afirma que o método é
teoricamente correto mas ele identifica que a
“incerteza” está principalmente nos possíveis
erros dos relacionamentos da dose-resposta.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  No caso citado, a relação erosão-perda de
produção agrícola.

  Segundo Hanley e Spash (1993, p.103), o MDR
procura estabelecer um relacionamento entre
variáveis que retratam a qualidade ambiental e o
nível do produto de mercado (commodity), quer em
termos de quantidade quer em termos de
qualidade.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  Isso evidencia a forte dependência desse
método às informações oriundas das ciências
naturais para aplicação de modelos econômicos.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental

 Daí a divisão do método em duas partes:

  a) derivação da dose de poluente e a função de
resposta do receptor e

  b) escolha do modelo econômico e sua
aplicação.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  Reforçando essa idéia, Pearce (1993, p.110)
afirma que “o esforço maior reside no exercício
não-econômico de estabelecer os links dose-
resposta.”

 Note que o MDR é um método que trata a
qualidade ambiental como um fator de produção.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  Assim, “[m]udanças na qualidade ambiental
levam a mudanças na produtividade e custos de
produção, os quais levam por sua vez a mudanças
nos preços e níveis de produção, que podem ser
observados e mensurados [HUFSCHMIDT et al.
(1983, p.172)].
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  Isso justifica Hanley e Spash (1993, p.98)
incluírem o MDR no grupo da Função de
Produção.

  A técnica estatística utilizada neste método é a
regressão múltipla.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  De acordo com Hanley e Spash (1993, p.103),
as aplicações mais comuns são relacionadas aos
impactos da qualidade do ar sobre a produção
agrícola e aos impactos da poluição sobre a pesca.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  Além desses, Hufschmidt et al. (1983, p.172)
acrescentam os estudos relativos a florestas e à
qualidade da água de irrigação.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental




              Método Custo de Reposição
                                 (MCR)
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental

  Talvez este método apresente uma das idéias
intuitivas mais básicas quando se pensa em
prejuízo: reparação por um dano provocado.

  Assim, o MCR se baseia no custo de reposição
ou restauração de um bem danificado e entende
esse custo como uma medida do seu benefício
[Pearce (1993, p.105)].
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental

  Por também utilizar preços de mercado (ou
preço-sombra), como o MDR, ele se inclui na
abordagem de mercado e suas medidas não se
baseiam na estimativa de curvas de demanda.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  Pearce (1993, p.107) afirma que o MCR é
freqüentemente utilizado como uma medida do
dano causado.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  Essa abordagem é correta nas situações em que
é possível argumentar que a reparação do dano
deve acontecer por causa de alguma outra
restrição, p. e., de ordem institucional.

  É o caso do padrão de qualidade da água: os
custos para alcançá-lo são uma proxy dos
benefícios que esse padrão proporciona à
sociedade.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  Porém, Pearce também alerta para os riscos
desse procedimento porque ao impor uma
reparação a sociedade está sinalizando que os
benefícios excedem os custos, quaisquer que
sejam estes, e que, portanto, “os custos são ...
uma medida mínima dos benefícios”.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  Outra situação de aplicação válida da
abordagem do custo de reposição é quando se
configura uma restrição total a não permitir um
declínio na qualidade ambiental.

  É o que se chama de “restrição à
sustentabilidade”.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  Sob essas condições, os custos de reposição se
apresentam como uma primeira aproximação dos
benefícios ou dano.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  Restrições desse tipo fundamentam a
abordagem de “projeto-sombra”, que é o nome
dado a qualquer projeto voltado para restaurar o
meio ambiente por causa da restrição à
sustentabilidade e cujo valor é um minimum do
dano provocado [PEARCE (1993, p.107)].
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  A operacionalização desse método é feita pela
agregação dos gastos efetuados na reparação dos
efeitos negativos provocados por algum distúrbio
na qualidade ambiental de um recurso utilizado
numa função de produção.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  Considere um monumento que, devido à
poluição do ar, teve que ser submetido a uma
limpeza com produtos químicos para recuperar as
suas características anteriores.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  Na função de produção desse monumento,
existe o parâmetro qualidade do ar para que ele
se mantenha como um ponto turístico “atraente”.

  Esses gastos com todo o processo de limpeza
servem como uma medida aproximada do
benefício que a sociedade aufere por ter esse
monumento “visitável” e como fonte de recursos.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
 Note a semelhança do MCR com o MDR.

  O MCR considera apenas os gastos com a
reparação dos danos provocados pela redução da
qualidade do recurso ambiental.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  No MDR, enfatiza-se a relação, digamos, mais
“técnica”, entre a aplicação de uma “dose” de
poluição e a “resposta” na redução de quantidade
produzida de um bem ou serviço.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental




               Método de Custos Evitados
                                  (MCE)
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
• A idéia subjacente ao MCE é de que gastos em
produtos substitutos ou complementares à alguma
característica ambiental podem ser utilizados como
aproximações para mensurar monetariamente a
“percepção dos indivíduos” das mudanças nessa
característica ambiental [PEARCE (1993, p.105-6)].
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
• Seria o caso de um indivíduo comprar água
mineral engarrafada e/ou ferver a água encanada
para se proteger de uma contaminação da água
servida à população no local onde reside.

• São esses “gastos defensivos” ou “preventivos”
dos indivíduos que são considerados nesse
método.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
• No exemplo citado, os gastos são adicionados
conjuntamente de maneira a englobar todos os
possíveis gastos efetuados pelo indivíduo para
proteger a sua saúde.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
• Assim, ao tomar a decisão individual de comprar
esses bens substitutos, grosso modo, ele está
“valorando” essa perda na qualidade do recurso
água potável em termos do valor de comprar a
água engarrafada mais o custo de ferver a água
encanada e mais as despesas médicas e o
aborrecimento inerente por contrair uma doença.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
•Modernamente, estuda-se o MCE como uma
técnica descrita na teoria econômica por uma
Função de Produção Doméstica.

  Essa abordagem segue um raciocínio similar ao
adotado por firmas quando do seu processo
produtivo.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  Enquanto que firmas produzem bens ou
serviços, famílias produzem serviços que
proporcionam utilidade positiva.

  Em ambas, o uso de “insumos” obedecem
critérios para sua aplicação no processo produtivo.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  Dentre eles, estão o critério qualitativo do
recurso ou insumo.

  Assim, a característica dessa abordagem é que a
motivação para os gastos é a necessidade de
substituir por outros insumos (ou melhorar os
existentes) devido à mudança na qualidade do
recurso anteriormente utilizado no processo
produtivo [HANLEY e SPASH (1993, p.98-9)].
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  A operacionalização do método é feita através de
modelagem econométrica e daí a necessidade do
manuseio dos dados por técnicos qualificados
[PEARCE (1993, p.112)].
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  As aplicações mais comuns do MCE estão na
avaliação da mortalidade e morbidade humanas e
estudos relacionados com poluição e suas
implicações sobre a saúde humana [PEARCE
(1993, p.112); HANLEY e SPASH (1993, p.99-
103)].
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental




                Limitações e Dificuldades
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  Todos esses métodos apresentam seus
aspectos fortes e suas limitações.

  Nesta parte final de nossa aula vamos
apresentar as análises mais freqüentemente
realizadas sobre esses aspectos e essas
limitações, seguindo a mesma ordem de
apresentação.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  Já na parte final da apresentação, veremos os
resultados de algumas aplicações desses métodos.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
 O MVC (valoração contingente)

  Transformou-se no mais amplamente usado
devido a sua flexibilidade e sua capacidade de
estimar VET como um todo e, em particular, o
valor de existência.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  Críticas existem quanto à consistência teórica
das estimativas empíricas obtidas através deste
método.

  Em particular, ocorrem dúvidas quanto à
consistência e à coerência das preferências dos
usuários potenciais de bens e serviços ambientais.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  Um outro motivo de preocupação quando do uso
do MVC é tendência de superestimar-se
pagamentos hipotéticos.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
   Não obstante, outros argumentam que um
cuidadoso desenho e criteriosa aplicação do MVC
podem resolver muitos desses problemas [CARSON,
FLORES e MEADE (1998)].




  As recomendações do Relatório NOAA são
clássicas.
Sumário das Principais Recomendações do NOAA’s Panel para uma Aplicação MVC


Recomendações de Caráter Geral
1.Cuidados com o Tipo e Tamanho da Amostra
2.Minimização de Respostas Nulas
3.Preferencialmente Optar por Entrevistas Pessoais
4.Pré – Testar os Efeitos causados pela Presença dos Entrevistadores
5.Documentar Todas as Etapas do Estudo
6.Pré – Testar o Questionário
Recomendações para Pesquisas Confiáveis e Úteis
1.Ser conservador (cauteloso)
2.Usar DAP ao invés de DAC como medida de valor
3.Optar pelo Formato “Referendum”
4.Descrições Precisas da Política ou Programa
5.Pré – Testar Fotografias
6.Informar sobre Bens Substitutos que Permanecem Inalterados (Preservados)
7.Fornecer a Opção de “não respostas”
8.Administrar o Tempo da Pesquisa para Evitar Perda de Acuidade da Resposta
9.Dar Continuidade às Questões de Valoração (qualificar as respostas sim e não)
10.Checar se as Informações do Questionário são Aceitas (entendidas) pelos Entrevistados
11.Incluir Outras Variáveis Explicativas Relacionadas com o Uso do Recurso
Metas para Garantir a Confiabilidade das Estimativas
1.Os Entrevistados devem ser Lembrados de suas Restrições Orçamentárias (a sua DAP resulta em menor consumo de
outros bens)
2.Certificar-se que os Entrevistados Possam Distinguir Prejuízos Fixos e Temporários
3.Ter Cuidado no Processo de Agregação para Considerar população Relevante.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  A obtenção das preferências dos consumidores e
o valor que eles atribuem a essas, podem, em um
primeiro instante, parecer tarefa simples de ser
realizada.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  No entanto, as dificuldades encontradas na
captação destes valores levou à proposição de
diversos mecanismos alternativos, no sentido de
facilitar a resposta dos entrevistados, sem que isto
possa influenciar ou conduzir à obtenção de
respostas viesadas.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  Vários estudos foram realizados no sentido de
determinar vantagens e desvantagens de cada um
dos mecanismos mencionados, comparando e
avaliando suas características.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  A maior parte dos resultados desses estudos
indica que as estimativas do valor econômico
atribuído ao bem ambiental, são significativamente
influenciadas pelo mecanismo aplicado.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  Mitchell e Carson (1989, p. 98) apresentam uma
extensa lista de referência desses estudos.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  Os autores concluem que nenhum dos
mecanismos utilizados é neutro com relação às
estimativas finais e cada um possui prós e contras,
além de levarem a diferenças nas estimativas que
são estatisticamente significantes.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  Uma classificação desses mecanismos é dada
por Mitchell e Carson (1989), que os dividem
segundo dois critérios:

  1) Quanto à natureza da informação obtida – se
a informação obtida corresponde ao valor explícito
da disposição a pagar ou é apenas um indicador
discreto desta disposição a pagar;
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  2) Quanto ao número de perguntas formuladas
– uma única pergunta ou uma série de perguntas
interativas.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  Segundo esses autores, os mecanismos já
citados anteriormente, seriam então classificados
da seguinte forma:
Classificação dos Mecanismos para Captação da Disposição a Pagar dos Consumidores.




                                     Valor Explícito da               Indicador Discreto da Disposição a
                                     Disposição a Pagar               Pagar




                                     Formato Aberto
Uma pergunta                                                          Referendum
                                     Cartões de Pagamento




Série     de         Perguntas
                                     Jogos de Leilão                  Referendum com Follow-up
Interativas



               Fonte: [ Mitchell e Carson in Belluzzo, 1995, p. 25]
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
 A literatura especializada insiste em destacar
quatro fontes de viéses no uso do MVC:

  a) uso de cenários que incentivam o
entrevistado a não informar sua verdadeira DAP
(viés estratégico e viés do entrevistador);
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
b) uso de cenários que possuem incentivos para
ajudar indevidamente o indivíduo a responder o
questionário (viés do ponto inicial, viés de
relação e viés de importância);

c) mal especificação do cenário, mediante uma
descrição incorreta e/ou incompleta de alguns
aspectos relevantes (viés de especificação
teórica, viés de especificação da qualidade e
viés de especificação do contexto);
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  d) desenho inadequado da amostra e
agregação incorreta dos benefícios (viés da
escolha da população e o viés da seleção
amostral).
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  Já o MCV (Método Custos de Viagem) tem
nas incertezas na escolha da forma da função
demanda e nas dificuldades estatísticas
decorrentes da seleção da amostra de
entrevistados seus principais problemas.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
 Mas esses não são os únicos.

  Alguns entrevistados em um
determinado local podem estar visitando-o
como parte de uma viagem mais longa,
durante a qual outros locais
ambientalmente relevantes também serão
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
 visitados.

  Qual parcela dos gastos da viagem
desse indivíduo deve ser efetivamente
alocada para a sua DAP pela conservação
do local sob estudo?
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
• Quais as conseqüências para as
estimativas de DAP/DAC se os demais
propósitos da viagem forem simplesmente
desconsiderados?

• Por outro lado, viagens e lazer exigem
gasto de tempo, mercadoria escassa que
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
• possui um preço implícito (sombra).

• Atenção considerável tem sido dedicada
ao tratamento que deve ser dado ao
custo de oportunidade do tempo no MCV.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  Se o indivíduo está usando o horário de
trabalho para visitar um determinado
local, o salário por unidade de tempo é a
estimativa correta do custo de
oportunidade do seu tempo.

 Entretanto, a maior parte das horas de
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  lazer que um indivíduo dedica a um local
é às custas de horas não dedicadas a
outros locais de lazer.

  Assim, o custo de oportunidade das
horas passada em um local de lazer deve
ser relacionado com o valor, na margem,
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
 de outras atividades de lazer que não
puderam ser aproveitadas pelo indivíduo.

  Não é necessário destacar a influência
do valor atribuído ao custo de
oportunidade do tempo nas estimativas do
DAP/DAC obtidas por meio do MCV.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  Resumidamente, temos que os
problemas básicos com o MCV são:

  a) escolha da variável dependente para
“rodar” a regressão;

 b) viagens com múltiplos propósitos;
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  c) identificação se o indivíduo é
residente ou turista eventual;

 d) cálculo dos custos da distância;

 e) valoração do tempo e
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
 f) problemas estatísticos.

  Além desses fatores, Pearce (1993,
p.113) cita a presença de locais
concorrentes.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  De todas as possíveis limitações do
MPH (Método Preços Hedônicos), a
de segmentação do mercado imobiliário
parece ser a que mais desafia a
criatividade dos pesquisadores.

 Residências são negociadas em
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  mercados segmentados por várias
razões: composição étnica/racial, imóveis
para aluguel e para venda, intervalos de
preços, histórico das localidades.

 Desconsiderar essa segmentação
quando ela existe, significará que viéses
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  serão incorporados aos parâmetros
estimados pela função hedônica, uma vez
que parâmetros de demanda variam entre
segmentos.

  A solução seria estimar uma função
hedônica para cada segmento do
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  mercado, tarefa nem sempre simples
devido a dificuldades de identificação de
segmentos e de tamanho mínimo
necessário para a amostra.

  Outros cuidados são os inerentes ao uso
do instrumental econométrico (viés
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  provocado por variáveis omissas,
multicolinearidade, escolha da forma
funcional, heterocedasticidade, etc.) e a
questão da dupla contagem de fatores.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  Central para uma utilização correta do
MDR (dose-resposta) é a maneira de
combinar duas funções bastante distintas:

  (i) a função física que representa a
relação entre a dose de
poluição/degradação e a resposta do ativo
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
 ambiental poluído/degradado;

   e

  (ii) o modelo econômico e suas
aplicações.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  Nesse último caso, vários tipos de
modelo econômico têm sido usados,
podendo ser agrupados em três grupos:
modelo tradicional, modelos dinâmicos e
modelos econométricos.

 O tradicional (também chamado na
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  literatura de “modelo inocente”)
simplesmente multiplica estimativas físicas
(p.e. produtividade da terra, área total)
pelo preço do bem de mercado afetado
(p.e. preços correntes de uma dada
lavoura).
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  Seu uso tem gerado controvérsias
teóricas e empíricas.

   Os modelos dinâmicos (programação
linear e programação quadrática)
demandam uma quantidade extensiva de
dados empíricos, geralmente difícil de ser
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
 obtida em assuntos relacionados com o
meio ambiente.

  Quando utilizados, esse modelos podem
fornecer detalhes sobre a distribuição de
benefícios e refletir complexas inter-
relações econômicas, permitindo que
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  efeitos indiretos da processo de dose-
resposta possam ser considerados.

  Entretanto, divergências
freqüentemente surgem entre as soluções
do modelo e a realidade, provocando
incertezas sobre a confiabilidade dos seus
resultados.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  Os modelos econométricos, apesar de
mais sofisticados, ainda não têm
permitido uma redução no grau de
variabilidade das estimativas obtidas.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  A grande limitação do MCR (Método
Custo de Reposição) é sua
incapacidade de refletir o verdadeiro valor
da disposição a pagar dos indivíduos por
uma melhoria ambiental.

 Além da dificuldade técnica de
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  realmente devolver-se um ativo
ambiental ao seu e estado pré-
degradação, o MCR claramente exclui
qualquer possibilidade de se estimar valor
de opção e valor existência desse ativo.

 Em outras palavras, é óbvio que os
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  incorridos com a recuperação ou a
restauração de um ativo ambiental
subestimam a DAP/DAC dos indivíduos ou
da comunidade pela sua conservação.

  É provável, por exemplo, que os gastos
com a recuperação do Rio Tâmisa, apesar
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  de significativos, não refletiram a
disposição a pagar da população londrina
pela limpeza de um dos símbolos de sua
cidade.

  O mesmo pode ser dito dos cariocas em
relação à despoluição da Baía de
Guanabara.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  O MCE (Método Custos Evitados)
envolve uma questão teórica profunda:

  “gastos defensivos” e qualidade
ambiental devem ser substitutos perfeitos
para que os “gastos defensivos” (ou suas
variações) possam ser considerados uma
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  boa aproximação dos efeitos sobre o
bem-estar humano provocados por
mudanças nos níveis de
poluição/degradação associados com
aqueles gastos.

 Se eles forem substitutos imperfeitos,
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  os “gastos defensivos” não refletirão
todo o desconforto causado pela
poluição/degradação e, assim,
subestimarão os benefícios de reduzir os
seus níveis, subestimando também as
mudanças no bem estar humano.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  Por outro lado, é difícil precisar se todos
os “gastos defensivos” realizados por um
determinado indivíduo foram totalmente
motivados pela mudança ambiental sob
análise e não (parcialmente) por um outro
fator qualquer.
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  Mais ainda, “gastos defensivos” podem
causar outros benefícios que não estejam
direta ou indiretamente relacionados com
a redução do problema ambiental
analisado.

 Essas dificuldades com a aplicação do
Métodos e Técnicas de
Valoração Ambiental
  MCE levam certos estudiosos a
sugerirem que “gastos defensivos”
fornecem simplesmente o limite superior
ou o limite inferior das medidas exatas de
variação de bem-estar. (BARTIK, 1988).

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PES COURSE - RECIFE (Methods and techniques of environmental valorization / JORGE NOGUEIRA)

  • 1. Ferramentas Econômicas Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental
  • 2. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Método Dose-Resposta (MDR)
  • 3. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental A idéia subjacente ao MDR é bem ilustrada através do exemplo de uma cultura agrícola. Suponha uma área destinada ao cultivo que apresente erosão do solo. Para diferentes níveis de erosão, existirão diferentes níveis de produção final.
  • 4. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Isto é, para cada “dose” de erosão do solo, existirá uma “resposta” em termos de redução na quantidade produzida da cultura.
  • 5. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Alternativamente, pode-se utilizar os custos de reposição dos nutrientes que se perdem com a erosão de solo. Essa perda pode ser aproximada pela aplicação de fertilizantes químicos que possuem valores de mercado explícitos [Pearce (1993, p.27)].
  • 6. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Os gastos na sua aquisição podem fornecer uma medida monetária dos prejuízos decorrentes da “dose” de erosão do solo. Por isso o MDR se caracteriza por utilizar preços de mercado (ou o ajustamento de preço-sombra) como aproximação [Pearce (1993, p105)].
  • 7. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Importante salientar que o MDR não se baseia na estimativa de curva de demanda para se chegar às medidas de bem-estar.
  • 8. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Pearce (1993, p.110) afirma que o método é teoricamente correto mas ele identifica que a “incerteza” está principalmente nos possíveis erros dos relacionamentos da dose-resposta.
  • 9. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental No caso citado, a relação erosão-perda de produção agrícola. Segundo Hanley e Spash (1993, p.103), o MDR procura estabelecer um relacionamento entre variáveis que retratam a qualidade ambiental e o nível do produto de mercado (commodity), quer em termos de quantidade quer em termos de qualidade.
  • 10. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Isso evidencia a forte dependência desse método às informações oriundas das ciências naturais para aplicação de modelos econômicos.
  • 11. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Daí a divisão do método em duas partes: a) derivação da dose de poluente e a função de resposta do receptor e b) escolha do modelo econômico e sua aplicação.
  • 12. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Reforçando essa idéia, Pearce (1993, p.110) afirma que “o esforço maior reside no exercício não-econômico de estabelecer os links dose- resposta.” Note que o MDR é um método que trata a qualidade ambiental como um fator de produção.
  • 13. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Assim, “[m]udanças na qualidade ambiental levam a mudanças na produtividade e custos de produção, os quais levam por sua vez a mudanças nos preços e níveis de produção, que podem ser observados e mensurados [HUFSCHMIDT et al. (1983, p.172)].
  • 14. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Isso justifica Hanley e Spash (1993, p.98) incluírem o MDR no grupo da Função de Produção. A técnica estatística utilizada neste método é a regressão múltipla.
  • 15. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental De acordo com Hanley e Spash (1993, p.103), as aplicações mais comuns são relacionadas aos impactos da qualidade do ar sobre a produção agrícola e aos impactos da poluição sobre a pesca.
  • 16. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Além desses, Hufschmidt et al. (1983, p.172) acrescentam os estudos relativos a florestas e à qualidade da água de irrigação.
  • 17. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Método Custo de Reposição (MCR)
  • 18. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Talvez este método apresente uma das idéias intuitivas mais básicas quando se pensa em prejuízo: reparação por um dano provocado. Assim, o MCR se baseia no custo de reposição ou restauração de um bem danificado e entende esse custo como uma medida do seu benefício [Pearce (1993, p.105)].
  • 19. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Por também utilizar preços de mercado (ou preço-sombra), como o MDR, ele se inclui na abordagem de mercado e suas medidas não se baseiam na estimativa de curvas de demanda.
  • 20. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Pearce (1993, p.107) afirma que o MCR é freqüentemente utilizado como uma medida do dano causado.
  • 21. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Essa abordagem é correta nas situações em que é possível argumentar que a reparação do dano deve acontecer por causa de alguma outra restrição, p. e., de ordem institucional. É o caso do padrão de qualidade da água: os custos para alcançá-lo são uma proxy dos benefícios que esse padrão proporciona à sociedade.
  • 22. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Porém, Pearce também alerta para os riscos desse procedimento porque ao impor uma reparação a sociedade está sinalizando que os benefícios excedem os custos, quaisquer que sejam estes, e que, portanto, “os custos são ... uma medida mínima dos benefícios”.
  • 23. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Outra situação de aplicação válida da abordagem do custo de reposição é quando se configura uma restrição total a não permitir um declínio na qualidade ambiental. É o que se chama de “restrição à sustentabilidade”.
  • 24. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Sob essas condições, os custos de reposição se apresentam como uma primeira aproximação dos benefícios ou dano.
  • 25. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Restrições desse tipo fundamentam a abordagem de “projeto-sombra”, que é o nome dado a qualquer projeto voltado para restaurar o meio ambiente por causa da restrição à sustentabilidade e cujo valor é um minimum do dano provocado [PEARCE (1993, p.107)].
  • 26. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental A operacionalização desse método é feita pela agregação dos gastos efetuados na reparação dos efeitos negativos provocados por algum distúrbio na qualidade ambiental de um recurso utilizado numa função de produção.
  • 27. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Considere um monumento que, devido à poluição do ar, teve que ser submetido a uma limpeza com produtos químicos para recuperar as suas características anteriores.
  • 28. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Na função de produção desse monumento, existe o parâmetro qualidade do ar para que ele se mantenha como um ponto turístico “atraente”. Esses gastos com todo o processo de limpeza servem como uma medida aproximada do benefício que a sociedade aufere por ter esse monumento “visitável” e como fonte de recursos.
  • 29. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Note a semelhança do MCR com o MDR. O MCR considera apenas os gastos com a reparação dos danos provocados pela redução da qualidade do recurso ambiental.
  • 30. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental No MDR, enfatiza-se a relação, digamos, mais “técnica”, entre a aplicação de uma “dose” de poluição e a “resposta” na redução de quantidade produzida de um bem ou serviço.
  • 31. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Método de Custos Evitados (MCE)
  • 32. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental • A idéia subjacente ao MCE é de que gastos em produtos substitutos ou complementares à alguma característica ambiental podem ser utilizados como aproximações para mensurar monetariamente a “percepção dos indivíduos” das mudanças nessa característica ambiental [PEARCE (1993, p.105-6)].
  • 33. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental • Seria o caso de um indivíduo comprar água mineral engarrafada e/ou ferver a água encanada para se proteger de uma contaminação da água servida à população no local onde reside. • São esses “gastos defensivos” ou “preventivos” dos indivíduos que são considerados nesse método.
  • 34. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental • No exemplo citado, os gastos são adicionados conjuntamente de maneira a englobar todos os possíveis gastos efetuados pelo indivíduo para proteger a sua saúde.
  • 35. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental • Assim, ao tomar a decisão individual de comprar esses bens substitutos, grosso modo, ele está “valorando” essa perda na qualidade do recurso água potável em termos do valor de comprar a água engarrafada mais o custo de ferver a água encanada e mais as despesas médicas e o aborrecimento inerente por contrair uma doença.
  • 36. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental •Modernamente, estuda-se o MCE como uma técnica descrita na teoria econômica por uma Função de Produção Doméstica. Essa abordagem segue um raciocínio similar ao adotado por firmas quando do seu processo produtivo.
  • 37. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Enquanto que firmas produzem bens ou serviços, famílias produzem serviços que proporcionam utilidade positiva. Em ambas, o uso de “insumos” obedecem critérios para sua aplicação no processo produtivo.
  • 38. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Dentre eles, estão o critério qualitativo do recurso ou insumo. Assim, a característica dessa abordagem é que a motivação para os gastos é a necessidade de substituir por outros insumos (ou melhorar os existentes) devido à mudança na qualidade do recurso anteriormente utilizado no processo produtivo [HANLEY e SPASH (1993, p.98-9)].
  • 39. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental A operacionalização do método é feita através de modelagem econométrica e daí a necessidade do manuseio dos dados por técnicos qualificados [PEARCE (1993, p.112)].
  • 40. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental As aplicações mais comuns do MCE estão na avaliação da mortalidade e morbidade humanas e estudos relacionados com poluição e suas implicações sobre a saúde humana [PEARCE (1993, p.112); HANLEY e SPASH (1993, p.99- 103)].
  • 41. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Limitações e Dificuldades
  • 42. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Todos esses métodos apresentam seus aspectos fortes e suas limitações. Nesta parte final de nossa aula vamos apresentar as análises mais freqüentemente realizadas sobre esses aspectos e essas limitações, seguindo a mesma ordem de apresentação.
  • 43. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Já na parte final da apresentação, veremos os resultados de algumas aplicações desses métodos.
  • 44. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental O MVC (valoração contingente) Transformou-se no mais amplamente usado devido a sua flexibilidade e sua capacidade de estimar VET como um todo e, em particular, o valor de existência.
  • 45. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Críticas existem quanto à consistência teórica das estimativas empíricas obtidas através deste método. Em particular, ocorrem dúvidas quanto à consistência e à coerência das preferências dos usuários potenciais de bens e serviços ambientais.
  • 46. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Um outro motivo de preocupação quando do uso do MVC é tendência de superestimar-se pagamentos hipotéticos.
  • 47. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Não obstante, outros argumentam que um cuidadoso desenho e criteriosa aplicação do MVC podem resolver muitos desses problemas [CARSON, FLORES e MEADE (1998)]. As recomendações do Relatório NOAA são clássicas.
  • 48. Sumário das Principais Recomendações do NOAA’s Panel para uma Aplicação MVC Recomendações de Caráter Geral 1.Cuidados com o Tipo e Tamanho da Amostra 2.Minimização de Respostas Nulas 3.Preferencialmente Optar por Entrevistas Pessoais 4.Pré – Testar os Efeitos causados pela Presença dos Entrevistadores 5.Documentar Todas as Etapas do Estudo 6.Pré – Testar o Questionário Recomendações para Pesquisas Confiáveis e Úteis 1.Ser conservador (cauteloso) 2.Usar DAP ao invés de DAC como medida de valor 3.Optar pelo Formato “Referendum” 4.Descrições Precisas da Política ou Programa 5.Pré – Testar Fotografias 6.Informar sobre Bens Substitutos que Permanecem Inalterados (Preservados) 7.Fornecer a Opção de “não respostas” 8.Administrar o Tempo da Pesquisa para Evitar Perda de Acuidade da Resposta 9.Dar Continuidade às Questões de Valoração (qualificar as respostas sim e não) 10.Checar se as Informações do Questionário são Aceitas (entendidas) pelos Entrevistados 11.Incluir Outras Variáveis Explicativas Relacionadas com o Uso do Recurso Metas para Garantir a Confiabilidade das Estimativas 1.Os Entrevistados devem ser Lembrados de suas Restrições Orçamentárias (a sua DAP resulta em menor consumo de outros bens) 2.Certificar-se que os Entrevistados Possam Distinguir Prejuízos Fixos e Temporários 3.Ter Cuidado no Processo de Agregação para Considerar população Relevante.
  • 49. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental A obtenção das preferências dos consumidores e o valor que eles atribuem a essas, podem, em um primeiro instante, parecer tarefa simples de ser realizada.
  • 50. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental No entanto, as dificuldades encontradas na captação destes valores levou à proposição de diversos mecanismos alternativos, no sentido de facilitar a resposta dos entrevistados, sem que isto possa influenciar ou conduzir à obtenção de respostas viesadas.
  • 51. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Vários estudos foram realizados no sentido de determinar vantagens e desvantagens de cada um dos mecanismos mencionados, comparando e avaliando suas características.
  • 52. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental A maior parte dos resultados desses estudos indica que as estimativas do valor econômico atribuído ao bem ambiental, são significativamente influenciadas pelo mecanismo aplicado.
  • 53. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Mitchell e Carson (1989, p. 98) apresentam uma extensa lista de referência desses estudos.
  • 54. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Os autores concluem que nenhum dos mecanismos utilizados é neutro com relação às estimativas finais e cada um possui prós e contras, além de levarem a diferenças nas estimativas que são estatisticamente significantes.
  • 55. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Uma classificação desses mecanismos é dada por Mitchell e Carson (1989), que os dividem segundo dois critérios: 1) Quanto à natureza da informação obtida – se a informação obtida corresponde ao valor explícito da disposição a pagar ou é apenas um indicador discreto desta disposição a pagar;
  • 56. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental 2) Quanto ao número de perguntas formuladas – uma única pergunta ou uma série de perguntas interativas.
  • 57. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Segundo esses autores, os mecanismos já citados anteriormente, seriam então classificados da seguinte forma:
  • 58. Classificação dos Mecanismos para Captação da Disposição a Pagar dos Consumidores. Valor Explícito da Indicador Discreto da Disposição a Disposição a Pagar Pagar Formato Aberto Uma pergunta Referendum Cartões de Pagamento Série de Perguntas Jogos de Leilão Referendum com Follow-up Interativas Fonte: [ Mitchell e Carson in Belluzzo, 1995, p. 25]
  • 59. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental A literatura especializada insiste em destacar quatro fontes de viéses no uso do MVC: a) uso de cenários que incentivam o entrevistado a não informar sua verdadeira DAP (viés estratégico e viés do entrevistador);
  • 60. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental b) uso de cenários que possuem incentivos para ajudar indevidamente o indivíduo a responder o questionário (viés do ponto inicial, viés de relação e viés de importância); c) mal especificação do cenário, mediante uma descrição incorreta e/ou incompleta de alguns aspectos relevantes (viés de especificação teórica, viés de especificação da qualidade e viés de especificação do contexto);
  • 61. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental d) desenho inadequado da amostra e agregação incorreta dos benefícios (viés da escolha da população e o viés da seleção amostral).
  • 62. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Já o MCV (Método Custos de Viagem) tem nas incertezas na escolha da forma da função demanda e nas dificuldades estatísticas decorrentes da seleção da amostra de entrevistados seus principais problemas.
  • 63. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Mas esses não são os únicos. Alguns entrevistados em um determinado local podem estar visitando-o como parte de uma viagem mais longa, durante a qual outros locais ambientalmente relevantes também serão
  • 64. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental visitados. Qual parcela dos gastos da viagem desse indivíduo deve ser efetivamente alocada para a sua DAP pela conservação do local sob estudo?
  • 65. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental • Quais as conseqüências para as estimativas de DAP/DAC se os demais propósitos da viagem forem simplesmente desconsiderados? • Por outro lado, viagens e lazer exigem gasto de tempo, mercadoria escassa que
  • 66. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental • possui um preço implícito (sombra). • Atenção considerável tem sido dedicada ao tratamento que deve ser dado ao custo de oportunidade do tempo no MCV.
  • 67. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Se o indivíduo está usando o horário de trabalho para visitar um determinado local, o salário por unidade de tempo é a estimativa correta do custo de oportunidade do seu tempo. Entretanto, a maior parte das horas de
  • 68. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental lazer que um indivíduo dedica a um local é às custas de horas não dedicadas a outros locais de lazer. Assim, o custo de oportunidade das horas passada em um local de lazer deve ser relacionado com o valor, na margem,
  • 69. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental de outras atividades de lazer que não puderam ser aproveitadas pelo indivíduo. Não é necessário destacar a influência do valor atribuído ao custo de oportunidade do tempo nas estimativas do DAP/DAC obtidas por meio do MCV.
  • 70. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Resumidamente, temos que os problemas básicos com o MCV são: a) escolha da variável dependente para “rodar” a regressão; b) viagens com múltiplos propósitos;
  • 71. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental c) identificação se o indivíduo é residente ou turista eventual; d) cálculo dos custos da distância; e) valoração do tempo e
  • 72. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental f) problemas estatísticos. Além desses fatores, Pearce (1993, p.113) cita a presença de locais concorrentes.
  • 73. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental De todas as possíveis limitações do MPH (Método Preços Hedônicos), a de segmentação do mercado imobiliário parece ser a que mais desafia a criatividade dos pesquisadores. Residências são negociadas em
  • 74. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental mercados segmentados por várias razões: composição étnica/racial, imóveis para aluguel e para venda, intervalos de preços, histórico das localidades. Desconsiderar essa segmentação quando ela existe, significará que viéses
  • 75. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental serão incorporados aos parâmetros estimados pela função hedônica, uma vez que parâmetros de demanda variam entre segmentos. A solução seria estimar uma função hedônica para cada segmento do
  • 76. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental mercado, tarefa nem sempre simples devido a dificuldades de identificação de segmentos e de tamanho mínimo necessário para a amostra. Outros cuidados são os inerentes ao uso do instrumental econométrico (viés
  • 77. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental provocado por variáveis omissas, multicolinearidade, escolha da forma funcional, heterocedasticidade, etc.) e a questão da dupla contagem de fatores.
  • 78. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Central para uma utilização correta do MDR (dose-resposta) é a maneira de combinar duas funções bastante distintas: (i) a função física que representa a relação entre a dose de poluição/degradação e a resposta do ativo
  • 79. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental ambiental poluído/degradado; e (ii) o modelo econômico e suas aplicações.
  • 80. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Nesse último caso, vários tipos de modelo econômico têm sido usados, podendo ser agrupados em três grupos: modelo tradicional, modelos dinâmicos e modelos econométricos. O tradicional (também chamado na
  • 81. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental literatura de “modelo inocente”) simplesmente multiplica estimativas físicas (p.e. produtividade da terra, área total) pelo preço do bem de mercado afetado (p.e. preços correntes de uma dada lavoura).
  • 82. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Seu uso tem gerado controvérsias teóricas e empíricas. Os modelos dinâmicos (programação linear e programação quadrática) demandam uma quantidade extensiva de dados empíricos, geralmente difícil de ser
  • 83. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental obtida em assuntos relacionados com o meio ambiente. Quando utilizados, esse modelos podem fornecer detalhes sobre a distribuição de benefícios e refletir complexas inter- relações econômicas, permitindo que
  • 84. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental efeitos indiretos da processo de dose- resposta possam ser considerados. Entretanto, divergências freqüentemente surgem entre as soluções do modelo e a realidade, provocando incertezas sobre a confiabilidade dos seus resultados.
  • 85. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Os modelos econométricos, apesar de mais sofisticados, ainda não têm permitido uma redução no grau de variabilidade das estimativas obtidas.
  • 86. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental A grande limitação do MCR (Método Custo de Reposição) é sua incapacidade de refletir o verdadeiro valor da disposição a pagar dos indivíduos por uma melhoria ambiental. Além da dificuldade técnica de
  • 87. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental realmente devolver-se um ativo ambiental ao seu e estado pré- degradação, o MCR claramente exclui qualquer possibilidade de se estimar valor de opção e valor existência desse ativo. Em outras palavras, é óbvio que os
  • 88. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental incorridos com a recuperação ou a restauração de um ativo ambiental subestimam a DAP/DAC dos indivíduos ou da comunidade pela sua conservação. É provável, por exemplo, que os gastos com a recuperação do Rio Tâmisa, apesar
  • 89. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental de significativos, não refletiram a disposição a pagar da população londrina pela limpeza de um dos símbolos de sua cidade. O mesmo pode ser dito dos cariocas em relação à despoluição da Baía de Guanabara.
  • 90. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental O MCE (Método Custos Evitados) envolve uma questão teórica profunda: “gastos defensivos” e qualidade ambiental devem ser substitutos perfeitos para que os “gastos defensivos” (ou suas variações) possam ser considerados uma
  • 91. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental boa aproximação dos efeitos sobre o bem-estar humano provocados por mudanças nos níveis de poluição/degradação associados com aqueles gastos. Se eles forem substitutos imperfeitos,
  • 92. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental os “gastos defensivos” não refletirão todo o desconforto causado pela poluição/degradação e, assim, subestimarão os benefícios de reduzir os seus níveis, subestimando também as mudanças no bem estar humano.
  • 93. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Por outro lado, é difícil precisar se todos os “gastos defensivos” realizados por um determinado indivíduo foram totalmente motivados pela mudança ambiental sob análise e não (parcialmente) por um outro fator qualquer.
  • 94. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental Mais ainda, “gastos defensivos” podem causar outros benefícios que não estejam direta ou indiretamente relacionados com a redução do problema ambiental analisado. Essas dificuldades com a aplicação do
  • 95. Métodos e Técnicas de Valoração Ambiental MCE levam certos estudiosos a sugerirem que “gastos defensivos” fornecem simplesmente o limite superior ou o limite inferior das medidas exatas de variação de bem-estar. (BARTIK, 1988).