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AVALIAÇÃO FÍSICA
EM ACADEMIAS
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AVALIAÇÃO FÍSICA
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EM ACADEMIAS
ROBERTO FERNANDES DA COSTA
Doutorado em Ciências aplicadas à Pediatria -
Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP.
Mestrado em Educação Física -
Universidade de São Paulo - USP.
Professor da Faculdade de Fisioterapia da
Universidade Santa Cecília - UNISANTA - Santos.
Diretor Científico do
Centro de Estudos e Pesquisas Sanny
Avaliação Física emAcademia
MANUALPRÁTICO DEAVALIAÇÃO FÍSICAEMACADEMIAS
1º. Edição - Abril de 2005
Impresso no Brasil
Supervisão Editorial
Wilson Eduardo
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Todos os direitos reservados.
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Fone: 11 4368-6000 Fax: 11 4368-3409
HP: www.sanny.com.br
E-Mail: sanny@sanny.com.br
Catalogado na fonte da Câmara Brasileira do Livro.
Impresso no Brasil.
Faculdade de Fisioterapia da Universidade Santa Cecília
Prefácio
Écomum,nosdiasdehoje,sermosinformados,pelosmaisdiversosmeios
de comunicação, sobre programas que oferecem melhores condições de vida e
bem estar à população. Sabemos que os tempos modernos e o avanço tecnológico,
cada vez mais, contribuem para o sedentarismo, que é tão prejudicial à saúde.
Em nenhuma outra época a busca por programas de treinamento físico
em academias foi tão intensa. É fácil compreender a preocupação da população
com relação ao seu condicionamento físico, seja aplicado às atividades
profissionais, terapêuticas ou ao lazer. Em qualquer situação, estar apto à prática
de atividades físicas, coloca as pessoas em um grupo privilegiado, que colhe
os benefícios desta prática e apresenta melhor qualidade de vida.
O início da prática de exercícios físicos deve ser sempre precedido de
um bom exame médico e uma avaliação abrangente, com o intuito de identificar
possíveis restrições ou adaptações a esta prática.
Além disso, o exercício físico deve ser acompanhado por uma equipe
multiprofissional, onde médico, nutricionista e, em especial, o profissional de
Educação Física, devem supervisionar a evolução da performance do praticante.
Para a obtenção dos melhores resultados com a prática de exercícios o
profissional de Educação Física deverá prescrevê-los com base nas condições
físicas previamente diagnosticadas durante a Avaliação Física. A integridade
física dos praticantes deve ser preservada acima de tudo.
Tão importante quanto a avaliação inicial, é a realização de reavaliações
periódicas, que permitirão identificar a eficiência dos exercícios prescritos e as
necessidadesdemodificaçãonaintensidadeevolumedosmesmos,afimdeatender
integralmenteaopraticante.
Com este manual a Sanny pretende fornecer aos profissionais de
Educação Física uma ferramenta útil para a realização de rotinas de avaliação
física no seu dia-a-dia de trabalho, atendendo seus clientes de forma mais segura
e eficiente. Pois acreditamos que devemos dar o melhor de nosso aprendizado,
colaborando com um mundo mais saudável a partir da promoção do bem estar
e da qualidade de vida para as pessoas.
Wilson Eduardo
Avaliação Física emAcademia
Sumário
1.Introdução..............................................................................................
2. Como deve ser a avaliação física em academia?...............................
3. Montagem do departamento de avaliação...........................................
4. Procedimentos para realização da avaliação........................................
4.1. Orientações pré-avaliação.............................................................
5. Avaliação de aspectos posturais...........................................................
6. Os principais desvios posturais................................................................
7. Avaliação de aspectos da composição corporal....................................
7.1. Medidas antropométrica...............................................................
7.2. Utilização da espessura de dobras cutâneas.................................
7.2.1. Somatória de dobras cutâneas....................................................
7.2.2. Equações preditivas de gordura corporal...................................
7.3. Impedância bioelétrica.................................................................
8. Avaliação de aspectos neuromotores....................................................
9. Avaliação de aspectos metabólicos......................................................
10. Considerações finais.............................................................................
11. Teste seus conhecimentos...................................................................
12. Referências bibliográficas...................................................................
AvaliaçãoFísicaemAcademia
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1. Introdução
A prática de exercícios físicos tem ocupado uma posição de destaque
em nossa sociedade. Vemos surgir novas academias quase que diariamente, e o
número de adeptos da atividade física é cada vez maior. Além do número de
academias, tem crescido, também, a qualidade dos serviços oferecidos nas
mesmas. E foi sob a perspectiva de oferecer melhores serviços aos clientes que
muitas academias passaram a contar com Departamentos de Avaliação Física.
Quando falamos em avaliação física, muitas pessoas logo pensam em uma
quantidade enorme de aparelhos, de difícil acesso e alto custo; mas na verdade
é possível oferecer este serviço aos clientes, com qualidade e sem grandes
gastos.
É muito comum ao professor, ouvir perguntas do tipo:
“A minha condição física está muito ruim?”
“Quanto eu melhorei nestes meses de prática de exercícios?”
E para que o professor possa responder a estas perguntas de uma forma
mais objetiva, respaldada por resultados comprovados por testes, há a
necessidade de o cliente passar por avaliações físicas periódicas.
Conheceracondiçãofísicainicialdoclienteédefundamentalimportância
para a prescrição da atividade mais adequada a atender seus objetivos e
necessidades, além disso é interessante que o professor possa ter um
acompanhamentodasalteraçõesocorridasnessacondiçãofísicainicial,decorrentes
do programa de exercícios físicos do cliente, e é nesse contexto que a avaliação
física mostra-se um instrumento de trabalho indispensável para o professor. Para a
realizaçãodessetrabalhotorna-senecessáriodiferenciaraaptidãofísicarelacionada
àsaúde,queéonossoobjetivodentrodaacademia,darelacionadaaodesempenho
atlético.Pelaóticadaaptidãofísica,aquelescomponentesquecontribuemparaum
melhor rendimento esportivo, levando em consideração que cada especialidade
esportivaapresentaexigênciasdeaptidãobemespecíficas,devemsertratadoscomo
componentes da aptidão física relacionada ao desempenho atlético.Ao passo que
a aptidão física relacionada à saúde envolve apenas aqueles componentes que em
questões motoras podem produzir alguma proteção contra doenças do tipo
degenerativas,comoascardiopatias,aobesidade,ahipertensãoeváriosdistúrbios
musculo-esqueléticos, e que podem ser influenciadas pela atividade física regular
(Guedes, 1994).
Avaliação Física emAcademia 7
Nessecontexto,aresistênciacardiorrespiratória,aforça/resistênciamuscular
eaflexibilidadeseriamoscomponentesquecaracterizamaaptidãofísicarelacionada
àsaúde(Pate,1983).Destaforma,seráabordadonestemanualumtipodeavaliação
simples, que atenda as necessidades da aptidão física relacionada à saúde, com a
utilização de um pequeno número de equipamentos e a partir de um baixo custo
operacional, o que viabiliza a sua utilização em academias de pequeno e médio
porte, que representam a maior parte desses estabelecimentos.
Esta avaliação será dividida em 4 partes: aspectos posturais, composição
corporal, aspectos neuromotores e aspectos metabólicos; sendo estes, suficientes
para identificar o estado inicial do cliente e orientar o trabalho do professor.
Não é nossa pretensão, com esse material, ensinar os profissionais de Educação
Física a fazer avaliação física em academia, pois entendemos que para ingressar
nessa área há a necessidade de muito estudo e, sobretudo, praticar bastante a
dinâmica das medidas e dos testes, porém acreditamos que esta publicação possa
ser um bom guia de referência para quem está iniciando nesses estudos e nessa
prática.
2. Como deve ser a Avaliação Física em Academia?
Há alguns anos, a maioria das academias não contava com departamento
de avaliação física e os clientes precisavam apenas se matricular e,
eventualmente, fazer um exame clínico para iniciar a prática de exercícios.
Este é o modelo antigo de academia, mas que ainda é encontrado em muitos
estabelecimentos, sobretudo em cidades pequenas.
ANTIGO MODELO DE ACADEMIA
DEPARTAMENTO MÉDICO
RECEPÇÃO
MUSCULAÇÃO NATAÇÃOGINÁSTICA
Avaliação Física emAcademia 8
Neste modelo de academia não há o diagnóstico da condição física inicial do
cliente, pois o exame médico realizado nas academias não é capaz de fazer tal
avaliação. Além disso, este exame é feito em repouso, não sendo eficiente,
também, para a detecção de possíveis alterações decorrentes do esforço.
NOVO MODELO DE ACADEMIA
DEPARTAMENTO MÉDICO
RECEPÇÃO
MUSCULAÇÃO NATAÇÃOGINÁSTICA
DEPARTAMENTO DE AVALIAÇÃO FÍSICA
Assim, o modelo ideal de academia de ginástica é aquele onde além do
departamento médico há também o departamento de avaliação física, em
constante comunicação. Pois, além de permitir a identificação adequada do
estado inicial do cliente, muitas vezes a avaliação física será capaz de identificar
possíveis restrições para a prática do exercício físico que o exame médico não
detectou.
Este trabalho conjunto entre o profissional de avaliação física e o médico
poderá oferecer ao professor que prescreverá o programa de treinamento físico
um respaldo maior tanto no conhecimento do cliente, quanto na forma de realizar
um trabalho mais seguro.
3. Montagem do Departamento de Avaliação
Quando pensamos em montar um departamento de avaliação física na
academia devemos levar em consideração o que queremos avaliar e de que
forma, para podermos decidir pelo espaço físico e equipamentos necessários.
É muito comum que os profissionais que iniciam nessa área queiram
realizar uma quantidade enorme de testes, avaliando as mais diversas variáveis,
o que torna a avaliação longa e pouco aplicável na academia.
Avaliação Física emAcademia 9
Para evitar de incorrer nesse erro, o profissional que vai trabalhar com
avaliação na academia deve optar por testes simples, porém de resultados
comprovados cientificamente, que possam ser realizados em um pequeno espaço
e com equipamentos que não exijam um grande dispêndio financeiro.
Neste sentido, quatro itens devem ser observados antes de iniciarmos o
trabalho:
• Definir os objetivos para a avaliação;
• Selecionar os testes adequados;
• Adquirir os equipamentos adequados;
• Utilizar recursos de informática.
Quando o objetivo é a prescrição de exercícios para promoção da saúde,
pelo menos quatro aspectos devem constar da rotina de avaliação física:
• Avaliação de aspectos posturais;
• Avaliação de aspectos da composição corporal;
• Avaliação de aspectos neuromotores;
• Avaliação de aspectos metabólicos.
Com relação aos equipamentos, utilizaremos para a avaliação postural
o simetrógrafo; para a avaliação da composição corporal serão necessários a
balança antropométrica ou digital, compasso de dobras cutâneas e uma trena
metálica. A avaliação dos aspectos neuromotores constará de testes de
flexibilidade, para os quais utilizaremos o banco de Wells ou o flexímetro, e de
força e resistência muscular, onde precisaremos apenas de um colchonete e um
cronômetro. Já para a avaliação de aspectos metabólicos poderemos utilizar
o teste com diferentes ergômetros, como banco, bicicleta ou esteira, para a
predição do consumo máximo de Oxigênio, onde necessitaremos de
esfigmomanômetro, estetoscópio, freqüencímetro e cronômetro.
Além desses equipamentos, um computador e uma impressora são
bastante úteis para agilizar o processo de cálculos e emissão de laudos com os
resultados do avaliado.
4. Procedimentos para a realização da avaliação
Antes de iniciar qualquer programa de exercícios físicos é indispensável
que o cliente passe por um exame médico, além da avaliação física; porém,
nem sempre a academia dispõe de um médico, por isso recomendamos que no
ato da matrícula do cliente seja solicitado um exame de seu médico, identificando
seu estado de saúde atual.
Avaliação Física emAcademia 10
Alémdisso,aavaliaçãofísicadeveráseragendadatambémnomomentoda
matrícula,paraqueoclientepossafazê-laomaisrápidopossívelafimdeiniciarsua
atividade com uma orientação baseada nos seus resultados.
O tipo de avaliação que proporemos aqui durará em torno de 40 minutos
e será realizada na seguinte ordem:
01. Anamnese
02. Avaliação Postural
03. Medidas Antropométricas
04. Teste de Flexibilidade
05. Medida da Pressão Arterial e da Freqüência Cardíaca em repouso
06. Teste ergométrico
07. Teste Abdominal
08. Teste de Flexão e Extensão dos Cotovelos
09. Emissão do laudo com os resultados
10. Explicação e Orientação ao cliente
4.1 Orientações pré-avaliação
a. Vestimenta - para que as medidas e testes sejam realizados de forma
correta é necessário que o avaliado use calção, camiseta, tênis e meia, além de
sunga para os homens e biquíni para as mulheres.
b.Fumo - o avaliado deverá evitar de fumar e beber no dia da avaliação ou
na véspera da avaliação.
c.Alimentação - o avaliado deverá evitar de fazer refeições muito pesadas
nas duas horas que antecedem o teste e, sendo pela manhã a avaliação, não deverá
fazê-laemjejum.
d. Sono - é importante que o avaliado tenha uma boa noite de sono na
véspera da avaliação.
e.Atividadesfísicas-oavaliadonãodeverárealizaratividadesintensasno
dia e na véspera da avaliação.
5. Avaliação de aspectos posturais
A avaliação de aspectos posturais, dentro da nossa rotina de testes na
academia, não deve ter a pretensão de diagnosticar desvios posturais com ointuito
Avaliação Física emAcademia 11
deprescreverexercícioscorretivosouqualquertipodetratamento,poisissoéuma
responsabilidadedoortopedistaedofisioterapeuta.Nossoobjetivoaquiserátentar
identificaraquelesdesviosmaisevidentesafimdeevitaraprescriçãodeexercícios
que possam vir a agravá-los, além de encaminharmos o cliente a um desses
especialistas quando percebermos que estes desvios são importantes.
ComautilizaçãodoSimetrógrafopoderemosidentificarosdesviosposturais
mais evidentes, por meio da observação de pontos anatômicos específicos que
permitirãoidentificarpossíveisassimetriasdecorrentesdestaalteraçãopostural.
Para utilizar esse aparelho basta colocar o avaliado (homens de sunga e
mulheresdebiquini)empé,atrásdele,inicialmentenaposiçãoanterior(figura1),e
observaremos a posição de alguns pontos anatômicos em relação às linhas do
aparelho, como por exemplo: acrômios, cristas ilíacas, trocanteres, côndilos,
maléolos etc; depois comparamos a altura dos pontos do lado esquerdo com os do
lado direito em relação ao quadriculado do equipamento e podermos observar as
diferenças existentes com relação à simetria desses pontos. Na posição anterior
poderemos observar assimetrias nos ombros, quadril, joelhos, tornozelos e pés.
Avaliação Física emAcademia 12
Quando encontramos, por exemplo, uma assimetria entre os acrômios e
entre as cristas ilíacas, isso pode ser indício de uma escoliose, que talvez mereça
algumcuidadoespecial.
Na seqüência colocamos o avaliado na posição lateral (Figura 2) em
relação ao aparelho e poderemos observar, também através de pontos
anatômicos, se o mesmo apresenta uma acentuação das curvaturas anatômicas
da coluna vertebral, alterações posturais dos joelhos, tornozelos e pés.
Os principais desvios posturais, que possivelmente iremos encontrar
em nossos avaliados são os seguintes:
Figura 1.VistaAnterior
Avaliação Física emAcademia 13
Escoliose
Escoliose é um desvio lateral da coluna vertebral que pode ser classificada em:
Escoliose Simples
Quando apresenta uma única curvatura em uma das regiões da coluna vertebral, e
pode ser:
1. EscolioseTorácica destro convexa
2.EscolioseTorácicasinistroconvexa
3. Escoliose Lombar destro convexa
4.EscolioseLombarsinistroconvexa
Escoliose Total
Quandoapresentaumaúnicacurvaturaemmaisdeumaregiãodacolunavertebral,
e pode ser:
1. EscolioseTotal destro convexa
2.EscolioseTotalsinistroconvexa
Escoliose Dupla
Quandoapresentaduascurvaturasopostasemregiõesdiferentesdacolunavertebral,
e pode ser:
1. EscolioseTorácica destro convexa Lombar sinistro convexa
2. EscolioseTorácica sinistro convexa Lombar destro convexa
Escoliose Tripla
Quando apresenta três curvaturas, sendo uma em cada região da coluna vertebral,
e pode ser:
1. Escoliose Cervical destro convexo Torácica sinistra convexa - Lombar destro
convexo.
2. Escoliose Cervical sinistro convexa Torácica destro convexa Lombar sinistro
convexa.
Geno Varo: É um afastamento dos joelhos em relação ao plano sagital.
GenoValgo: É uma aproximação dos joelhos em relação ao plano sagital.
PéAbduto: É a projeção dos pés para fora em relação ao plano sagital.
PéAduto: É a projeção dos pés para dentro em relação ao ao plano sagital.
Pé Plano: É a diminuição ou perda total do arco plantar.
Pé Cavo: É o aumento da curvatura do arco plantar.
Avaliação Física emAcademia 14
Hiperlordose Cervical: É a acentuação da curvatura da coluna cervical.
Hipercifose Torácica: É a acentuação da curvatura da coluna dorsal.
Hiperlordose Lombar: É a acentuação da curvatura da coluna lombar.
Costa Plana: É a diminuição ou inversão de uma ou mais curvaturas da coluna
vertebral.
Geno Recurvato: É uma hiper-extensão dos joelhos, projetando-os para trás em
relação ao plano coronal.
Geno Flexo: É a projeção dos joelhos para frente em relação ao plano coronal.
Pé Eqüino: Estando o indivíduo em posição ortostática os calcanhares não tocam
o solo.
Pé Calcâneo: Estando o indivíduo em posição ortostática a porção anterior dos
pés não toca o solo.
Vista Lateral
Avaliação Física emAcademia 15
Figura 2.Vista Lateral
Pé Varo: É a projeção do tendão calcâneo para fora da linha média do corpo.
Pé Valgo: É a projeção do tendão calcâneo para dentro da linha média do corpo.
6. Avaliação de aspectos da composição corporal
A composição corporal é considerada um componente da aptidão física
relacionada à saúde por diversos autores, devido às relações existentes entre a
quantidade e a distribuição da gordura corporal com alterações no nível de
aptidão física e no estado de saúde das pessoas.
Reduzir a quantidade de gordura e/ou aumentar a quantidade de massa
muscular estão entre os anseios de grande parte dos praticantes de exercícios
físicos. Esta preocupação pode ser notada não somente do ponto de vista
estético, mas também de qualidade de vida dos indivíduos, já que a obesidade
está associada a um grande número de doenças crônico-degenerativas (Costa,
2001).
Observando tal relação entre quantidade de gordura corporal e estado de
saúde, verifica-se a necessidade de utilização de métodos que possam avaliar com
validade a quantidade deste componente em relação à massa corporal total. Nesse
sentido, a importância da avaliação da composição corporal deve-se ao fato de a
massa corporal isoladamente não poder ser considerada um bom parâmetro
para a identificação doexcesso ou da carência dos diferentes
componentescorporais (massa gorda, massa muscular, massa óssea e massa
Avaliação Física emAcademia 16
Figura 3. Vista posterior
residual),ouaindadasalteraçõesnasquantidadesproporcionaisdessescomponentes
em decorrência de um programa de exercícios físicos e/ou dieta alimentar.
Serão abordados, aqui, aspectos teóricos e práticos relativos à avaliação
da composição corporal, sobretudo no que diz respeito às técnicas mais
utilizadas no dia-a-dia dos profissionais de Educação Física e Nutrição: as
medidasantropométricas,principalmenteamedidadaespessuradedobrascutâneas,
e a medida da impedância bio-elétrica.
6.1 Medidas Antropométricas
As medidas antropométricas permitem, em termos absolutos ou por
meio de cálculos matemáticos, a identificação das dimensões, proporções e
quantidades dos difernetes componentes do corpo humano, que apresentam
relação com a aptidão física relacionada à sáude e a aptidão física relacionada
ao desempenho esportivo.
Considerando a importância da antropometria para o estudo das relações
entre forma e função humanas, evidenciadas por avaliações de
proporcionalidade, somatotipo e composição corporal; é possível perceber a
necessidade de um conhecimento aprofundado das técnicas de medidas e da
padronizaçãoindicadaparaatenderaosobjetivosenecessidadesdosprofissionais,
permitindoumaprescriçãomaissegura,apartirdemedidasválidasefidedignas.
Para os objetivos dos profissionais da área de saúde, as medidas
antropométricas mais utilizadas são: massa, estatura, perímetros corporais e
espessura de dobras cutâneas, que serão apresentados em detalhes, a seguir:
Massa Corporal
Instrumento:
BalançaAnalógicaouDigital
Avaliação Física emAcademia 17
Procedimentos:
Popularmente convencionou-se utilizar a palavra peso para definir o valor
da massa, que é obtido na balança, embora sejam duas grandezas diferentes. Para
a realização da medida da massa o avaliado deve estar em pé, com o mínimo
de roupas possível, de costas para a escala da balança, com afastamento lateral
dos pés, estando a plataforma entre os mesmos. Em seguida coloca-se sobre e
no centro da plataforma, na posição anatômica com o peso do corpo igualmente
distribuído entre ambos os pés, ereto e com o olhar num ponto fixo à sua frente.
A medida é registrada com resolução de 100g.
Para garantir maior precisão e fidedignidade de medidas é recomendável
queantesdeumabateriademedidasabalançasejanivelada,utilizando-seumnível
de bolha, e que se verifique sua aferição utilizando um peso padrão.
Estatura
Instrumento:
Estadiômetro
Procedimentos:
Para a medida da estatura, que é a distância entre a planta dos pés e o
vértex (ponto mais alto da cabeça), o avaliado deve estar descalço ou com meias
finas e o mínimo possível de roupas para que a posição do corpo possa ser vista.
O avaliado deve ficar em posição anatômica sobre a base do estadiômetro que
deveformarumânguloretocomabordaverticaldoaparelho.Amassadoavaliado
deve ser distribuída em ambos os pés, e a cabeça posicionada no Plano Horizontal
deFrankfurt.Osbraçoslivrementesoltosaolongodotronco,comaspalmasvoltadas
para as coxas. O avaliado deve manter os calcanhares unidos e tocando a borda
vertical do estadiômetro. As bordas mediais dos pés devem formar um ângulo de
aproximadamente60º.SeoavaliadotemGenuValgo os pés são separados até que
Avaliação Física emAcademia 18
as bordas mediais dos joelhos estejam em contato, mas não sobrepostas. As
escápulas e o glúteo ficam em contato com a borda vertical do aparelho. Os
calcanhares, glúteos, escápulas e a porção posterior do crânio de alguns sujeitos
não podem ser colocados em um plano vertical enquanto mantêm uma razoável
posturanatural.Estesindivíduossãoposicionados,então,deformaquesomenteos
glúteos, os calcanhares e o crânio estejam em contato com a borda vertical do
aparelho.
Ao avaliado é solicitado que realize uma inspiração profunda e que se
mantenha em posição completamente ereta sem que alterne a massa corporal
sobre os calcanhares. O cursor do aparelho é colocado sobre o ponto mais alto
da cabeça com pressão suficiente para comprimir o cabelo.Amedida é registrada
com uma resolução de 0,1 cm.
Perímetros Corporais
Instrumento:
Trenametálica
Procedimentos:
A trena deve ser colocada sobre a pele nua sem pressioná-la
excessivamente, pois como a medida é realizada sobre partes moles isso poderia
alterar o real valor da medida. O ideal é utilizar um elástico preso à argola
localizada no início da fita metálica, mantendo-o em sua distensão normal
durante toda a medida.
As medidas devem ser realizadas mantendo-se a trena sempre transversal
ao segmento que está sendo medido. Segurando-se a trena com a mão esquerda
e o elástico com a mão direita, e trocando-se as mãos com as escalas se cruzando,
para que a leitura da medida seja facilitada.Aleitura é realizada com resolução
de 0,1cm.
Uma característica das medidas de perímetros corporais é que
apresentam diferentes padrões para uma mesma medida. Quando nosso objetivo
Avaliação Física emAcademia 19
é apenas de acompanhamento das medidas devemos escolher o padrão mais
adequado às nossas necessidades e possibilidades, repetindo-os da mesma forma
nas reavaliações. Entretanto, se optarmos pela utilização de métodos de predição
de componentes corporais ou pela utilização de índices corporais, deveremos
seguir a padronização proposta para a técnica escolhida.
Serão apresentadas, a seguir, algumas das medidas de perímetros mais
utilizadas nas áreas de Educação Física, Nutrição, Medicina e Ciências do
Esporte.
Pescoço
A medida é realizada com o avaliado sentado ou em pé, desde que esteja
com a coluna ereta e a cabeça com o olhar orientado pelo Plano Horizontal de
Frankfurt.Atrena deve ser posicionada na menor circunferência do pescoço, logo
acima da proeminência laríngea (pomo de Adão). A medida é realizada com
aproximação de 0,1 cm, com a trena perpendicular ao eixo longo do pescoço, o
que não será necessariamente vertical.
Tórax
Esta medida é realizada no plano horizontal, no final de uma expiração
normal, com o avaliado em pé, colocando-se a trena na altura da quarta
articulação esterno costal. Podem ser encontrados, também na literatura, dois
outros pontos para a execução desta medida, na altura dos mamilos ou na altura
do apêndice xifóide do esterno.
Avaliação Física emAcademia 20
Punho
É a circunferência medida transversalmente sobre os processos estilóides
do rádio e da ulna.
Braço
A medida do perímetro braquial pode ser realizada de três formas diferentes,
na primeira o avaliado fica com o braço relaxado e ao longo do corpo, sendo
realizada no ponto de maior perímetro aparente. Na segunda ,o avaliado deve
ficar com a articulação do cotovelo a 90 graus, no eixo látero-lateral e o braço
no plano transversal. A terceira é realizada na mesma posição que a anterior,
mas em contração máxima do braço, obtida com o auxílio da outra mão. A
exemplo da primeira, nas duas outras, a medida é realizada no ponto de maior
perímetro aparente do braço.
Avaliação Física emAcademia 21
Quadril
Esta medida também é realizada no plano transversal, no ponto de maior
circunferênciaaparentedosglúteos,comoavaliadoempéecomospésunidos.Esta
medidapodeserrealizada,também,naalturadostrocânteresmaioresdosfêmures.
Abdome
Encontraremos diferentes padrões para esta medida também, sempre no
plano transversal.Alguns autores propõe que seja realizada na altura da cicatriz
umbilical, outros no ponto de maior perímetro aparente do tronco, e outros, ainda,
no ponto médio entre o último arco costal e a crista ilíaca, sendo esta a mais
conveniente. Qualquer que seja o padrão, a medida é realizada com o avaliado em
posição ortostática.
Avaliação Física emAcademia 22
Coxa
Estamedidapodeserrealizadadeduasformas,coxaproximalecoxamedial.
Naprimeiraatrenaéposicionadatransversalmente,imediatamenteabaixodaprega
glútea,enasegunda,nametadedadistânciaentrealinhainguinaleabordasuperior
da patela. Em ambas, os pés devem estar levemente afastados e o peso do corpo
igualmentedistribuídoentreeles.
Perna
Com o avaliado em pé, com as pernas levemente afastadas e mantendo
o peso do corpo igualmente distribuído nos dois pés, posiciona-se a trena
transversalmente no ponto de maior circunferência da perna.
Avaliação Física emAcademia 23
Tornozelo
Esta medida é realizada no ponto de menor circunferência do tornozelo,
posicionando-seatrenatransversalmente,imediatamenteacimadosmaléoloslateral
emedialdatíbia.
Espessura de Dobras Cutâneas
Instrumento:
Compasso de dobras cutâneas
Procedimentos:
• Identificar e marcar os locais a serem medidos, sempre no hemicorpo
direito do avaliado.
• Destacar o tecido adiposo do tecido muscular utilizando os dedos
polegar e indicador da mão esquerda, e segurar a dobra cutânea até que a leitura
da medida tenha sido realizada.
• Introduzir as hastes do compasso de dobras cutâneas aproximadamente
um centímetro abaixo dos dedos que estão segurando a dobra, de forma que as
mesmasfiquemperpendicularesàdobracutânea.
Avaliação Física emAcademia 24
• Soltarcompletamenteasmandíbulasdocompasso,paraquetodaapressão
de suas molas possa atuar sobre o tecido medido.
• Executar a leitura da medida no máximo dois a três segundos após a
introdução do compasso.
• Repetir todo esse processo três vezes não consecutivas, ou seja, mede-
se todas as dobras cutâneas escolhidas, depois mede-se todas novamente, e
então mais uma vez.
• Adotar o valor mediano (intermediário) como sendo a medida da dobra
cutânea.
• Quando, entre o maior e o menor valor obtido em uma dobra cutânea,
houver uma diferença superior a 5%, deverá ser realizada uma nova série de
medidas.
Aexecuçãodemedidasdedobrascutâneaspodeserfeitaemvárioslugares
do corpo, entretanto, são dez os mais utilizados, atendendo as necessidades da
maioria das equações preditivas disponíveis na literatura técnica especializada:
Tríceps
Émedidanafaceposteriordobraço,paralelamenteaoeixolongitudinal,no
ponto que compreende a metade da distância entre a borda súpero-lateral do
acrômio e o olecrano.
Avaliação Física emAcademia 25
Subescapular
A medida é executada obliquamente em relação ao eixo longitudinal,
seguindo a orientação dos arcos costais, sendo localizada a dois centímetros
abaixo do ângulo inferior da escápula.
Axilar média
É localizada no ponto de intersecção entre a linha axilar média e uma
linha imaginária transversal na altura do apêndice xifóide do esterno.Amedida
é realizada obliquamente ao eixo longitudinal, segundo Petroski (1995), e
transversalmente segundo Jackson & Pollock (1978), com o braço do avaliado
deslocado para trás, a fim de facilitar a obtenção da medida.
Suprailíaca
É obtida obliquamente em relação ao eixo longitudinal, na metade da
distância entre o último arco costal e a crista ilíaca, sobre a linha axilar média.
É necessário que o avaliado afaste o braço para trás para permitir a execução
da medida.
Avaliação Física emAcademia 26
Bíceps
É medida no sentido do eixo longitudinal do braço, na sua face anterior,
no ponto de maior circunferência aparente do ventre muscular do bíceps.
Torácica
Éumamedidaoblíquaemrelaçãoaoeixolongitudinal,nametadedadistância
entre a linha axilar anterior e o mamilo, para homens; e a um terço da distância da
linhaaxilaranterior,paramulheres.
Abdominal
É medida aproximadamente a dois centímetros à direita da cicatriz
umbilical, paralelamente ao eixo longitudinal; exceto segundo a proposta de
Lohman et al. (1988), que realiza a medida transversalmente.
Avaliação Física emAcademia 27
Supra-espinal
Essa dobra é utilizada no cálculo do somatotipo de Heath-Carter, sendo
medida de cinco a sete centímetros acima da espinha ilíaca anterior, na
intersecção entre uma linha horizontal na altura do ponto íleo-cristal e uma
linha oblíqua proveniente da borda axilar anterior, destacada num ângulo de
45º.
Coxa
Émedidaparalelamenteaoeixolongitudinal,sobreomúsculoretofemoral,
a um terço da distância entre o ligamento inguinal e a borda superior da patela,
segundo proposta por Guedes (1985), e na metade dessa distância, segundo
Jackson & Pollock (1978). Para facilitar o pinçamento dessa dobra, o avaliado
deverá deslocar o membro inferior direito à frente, com uma semiflexão do
joelho, e manter o peso do corpo no membro inferior esquerdo.
Panturrilha Medial
Para a execução dessa medida, o avaliado deve estar sentado com a
articulação do joelho em flexão de 90º, o tornozelo em posição anatômica e o
pé sem apoio. Adobra é pinçada no ponto de maior perímetro da perna, com o
polegar da mão esquerda apoiado na borda medial da tíbia.
Avaliação Física emAcademia 28
6.2 Utilização da espessura de dobras cutâneas:
A medida da espessura de dobras cutâneas pode ser utilizada em valores
absolutos ou por meio de equações de regressão para a predição da densidade
corporal ou da porcentagem de gordura corporal. Estas equações podem ser
generalizadas,quandodesenvolvidasapartirdeestudospopulacionaiscomgrupos
heterogêneos, ou específicas, que são propostas com base em estudos de grupos
homogêneos.
São apresentadas na literatura dezenas de equações de predição de
densidade ou de gordura corporal a partir da medida da espessura de dobras
cutâneas,sendoqueasmaisutilizadasnoBrasilsão:Durnin&Womersley(1974);
Faukner (1968); Guedes (1985); Jackson & Pollock (1978); Jackson, Pollock &
Ward (1980); Petroski (1995).
Teoricamente, as equações generalizadas podem ser usadas para todos os
tiposdeindivíduos,porémseusresultadosnãosãotãoprecisosquantosedesejaria.
Já as equações específicas só devem ser utilizadas em indivíduos ou grupos que
tenham características muito semelhantes às do grupo do qual foram obtidos os
dados para a sua elaboração. Quando isso não é levado em consideração, verifica-
se uma grande variabilidade nos resultados encontrados nas diferentes equações.
Portantoaescolhadeumaequaçãoadequadaparaaanálisedacomposiçãocorporal
em determinado grupo é fundamental para se obter conclusões confiáveis.
Para evitar erros acentuados é muito importante, quando da escolha de
uma equação, verificar com base em que população ela foi elaborada: homens,
mulheres, crianças, jovens, idosos, indivíduos ativos, atletas etc. Com relação
a atletas, cabe ressaltar que existem equações para diversas modalidades
esportivas. É necessário levar-se em consideração que estas equações
normalmente vêm de outros países, o que também pode causar equívocos com
relação aos resultados.
Avaliação Física emAcademia 29
6.2.1 Somatória de dobras cutâneas
Considerando que as equações preditivas são específicas para os grupos
utilizados para sua elaboração, nem sempre é possível encontrar uma equação que
seja válida para o indivíduo ou grupo que se pretende avaliar.Assim,paraevitaros
erros associados à escolha de equações inadequadas, pode-se utilizar os valores
absolutos das dobras cutâneas individuais ou em somatórias de grupos de dobras,
quepodemsercomparadoslongitudinalmenteouapadrõesestabelecidosefornecer
umindicativodaquantidadedegorduracorporal,semanecessidadedeserecorrer
às equações preditivas.
Autilizaçãodosvaloresindividuaisdasdobrascutâneaspermiteverificaro
comportamento da distribuição da gordura corporal, verificando se o indivíduo
acumula mais gordura na região central ou nos membros, por exemplo. Além
disso, com reavaliações periódicas é possível verificar como se comporta a
redução das espessuras das dobras cutâneas em decorrência de programas de
exercícios ou dietas.
Comparaçõeslongitudinaistambémpodemserrealizadascomsomatórias
de dobras cutâneas, pois a redução de uma somatória é um bom indicativo da
redução de gordura corporal.Aprincipal dificuldade na utilização de somatória de
dobrascutâneaséaescassezdevaloresnormativoscomosquaissepossacomparar
os resultados da avaliação para fornecer uma interpretação adequada ao avaliado,
jánaprimeiraavaliação.
No intuito de viabilizar tal interpretação, Costa (2001) realizou estudo
populacional na cidade de Santos – SP; e, com base na avaliação de amostra
aleatória composta por 1092 indivíduos, de 20 a 69,9 anos de idade, considerou
a somatória de cinco dobras cutâneas (tríceps, subescapular, supra-ilíaca,
abdominal e coxa media) um bom indicativo da gordura corporal total.
Assim, o autor estabeleceu como valores desejáveis para a saúde aqueles
que se encontram entre o 10° e o 75° percentis, para a idade e sexo. Acima de
P75 e até P90, considera-se o indivíduo em sobrepeso, e acima do percentil
noventa, pode-se considera-lo como obeso. Os valores obtidos neste estudo
são apresentados nos quadros a seguir:
Avaliação Física emAcademia 30
Quadro 1. Distribuições de percentis para somatória de cinco dobras cutâneas
(∑5), de homens de 20 a 69,9 anos de idade.
Quadro 2. Distribuições de percentis para somatória de cinco dobras cutâneas
(∑5), de mulheres de 20 a 69,9 anos de idade.
É importante deixar claro que esses valores foram obtidos com base na
população da cidade de Santos, o que também torna específica a utilização
dessa somatória (∑5) com esses valores normativos. Entretanto, sugere-se a
realização de novos estudos com o mesmo objetivo, em diferentes regiões do
país, a fim de se obter valores normativos regionais e nacionais.
Avaliação Física emAcademia 31
6.2.2 Equações preditivas de gordura corporal
Existem dezenas de equações para a estimativa da densidade e da
gordura corporal, por meio de medidas de dobras cutâneas, sendo que a maioria
delas utiliza de duas a sete dobras.
Assim, apresentamos aqui algumas das equações mais utilizadas na área
da saúde, em nosso país.
Equações para crianças e adolescentes (8 a 17 anos):
Slaughter et alii (1988)
Meninos brancos com somatória das dobras menor ou igual a 35 mm
Pré-púbere
% G = 1,21 (tríceps + subescapular) – 0,008 (tríceps + subescapular)2
– 1,7
Púbere
% G = 1,21 (tríceps + subescapular) – 0,008 (tríceps + subescapular)2
– 3,4
Pós-púbere
% G = 1,21 (tríceps + subescapular) – 0,008 (tríceps + subescapular)2
– 5,5
Meninos negros com somatória das dobras menor ou igual a 35 mm
Pré-púbere
% G = 1,21 (tríceps + subescapular) – 0,008 (tríceps + subescapular)2
– 3,2
Púbere
% G = 1,21 (tríceps + subescapular) – 0,008 (tríceps + subescapular)2
– 5,2
Pós-púbere
% G = 1,21 (tríceps + subescapular) – 0,008 (tríceps + subescapular)2
– 6,8
Meninos brancos ou negros com somatória das dobras maior que 35 mm
% G = 0,783 (tríceps + subescapular) + 1,6
Meninas brancas ou negras com somatória das dobras menor que 35 mm
% G = 1,33 (tríceps + subescapular) – 0,013 (tríceps + subescapular)2
– 2,5
Meninas brancas ou negras com somatória das dobras maior que 35 mm
% G = 0,546 (tríceps + subescapular) + 9,7
Avaliação Física emAcademia 32
Equações para adultos:
Equações de Guedes (1985)
Estudantes universitários de 17 a 27 anos de idade
D = 1,1714 – 0,0671 Log10
(tríceps + suprailíaca + abdominal)
Estudantes universitárias de 17 a 29 anos de idade
D = 1,1665 – 0,0706 Log10
(coxa proximal + supra-ilíaca + subescapular)
Equações de Petroski (1995)
Homens do sul do Brasil de 18 a 61 anos de idade
D = 1,10726863 – 0,00081201 (subescapular + tríceps + suprailíaca + panturrilha
medial)+0,00000212(subescapular+tríceps+suprailíaca+panturrilhamedial)2
–
0,00041761 (idade em anos)
Mulheres do sul do Brasil de 18 a 61 anos de idade
D = 1,1954713 – 0,07513507 Log10
(axilar média + suprailíaca + coxa +
panturrilha medial) – 0,00041072 (idade em anos)
Equação de Jackson & Pollock (1978)
Homens de 18 a 61 anos de idade
D = 1,10938 – 0,0008267 (torácica + abdominal + coxa medial) + 0,0000016
(torácica + abdominal + coxa medial)2
– 0,0002574 (idade em anos)
Equação de Jackson, Pollock & Ward (1980)
Mulheres de 18 a 55 anos de idade
D = 1,0994921 – 0,0009929 (tríceps + supra-ilíaca + coxa medial) + 0,0000023
(tríceps + supra-ilíaca + coxa medial)2
– 0,0001392 (idade em anos).
Onde:
D = densidade corporal
% G = porcentagem de gordura corporal
Avaliação Física emAcademia 33
Quando são utilizadas equações de estimativa de densidade corporal é
necessário converter o resultado em porcentagem de gordura, o que pode ser feito
utilizando-seafórmulapropostaporSiri(1961),noentanto,Lohman(1986)verificou
que esta fórmula é adequada para homens de 20 a 50 anos, sugerindo diferentes
constantes a serem utilizadas de acordo com idade e sexo, que são apresentadas na
tabela abaixo.
Fórmula de Siri (1961): % = (495/D) - 450
Tabela 1. Correção de constantes para a fórmula de Siri (1961), adaptado de
Lohman(1986)
I d a d e
(
a n o s
)
I d a d e
(
a n o s
)
I d a d e
(
a n o s
)
I d a d e
(
a n o s
)
H o m e n sH o m e n sH o m e n sH o m e n s M u l h e r e sM u l h e r e sM u l h e r e sM u l h e r e s
0 7 - 0 80 7 - 0 80 7 - 0 80 7 - 0 8
(
5 3 8 / D
)
- 4 9 7
(
5 3 8 / D
)
- 4 9 7
(
5 3 8 / D
)
- 4 9 7
(
5 3 8 / D
)
- 4 9 7( 5 4 3 / D
)
- 5 0 3( 5 4 3 / D
)
- 5 0 3( 5 4 3 / D
)
- 5 0 3( 5 4 3 / D
)
- 5 0 3
0 9 - 1 00 9 - 1 00 9 - 1 00 9 - 1 0
(
5 3 0 / D
)
- 4 8 9
(
5 3 0 / D
)
- 4 8 9
(
5 3 0 / D
)
- 4 8 9
(
5 3 0 / D
)
- 4 8 9
(
5 3 5 / D
)
- 4 9 5
(
5 3 5 / D
)
- 4 9 5
(
5 3 5 / D
)
- 4 9 5
(
5 3 5 / D
)
- 4 9 5
1 1 - 1 21 1 - 1 21 1 - 1 21 1 - 1 2
(
5 2 3 / D
)
- 4 8 1
(
5 2 3 / D
)
- 4 8 1
(
5 2 3 / D
)
- 4 8 1
(
5 2 3 / D
)
- 4 8 1
(
5 2 5 / D) - 4 8 4
(
5 2 5 / D) - 4 8 4
(
5 2 5 / D) - 4 8 4
(
5 2 5 / D) - 4 8 4
1 3 - 1 41 3 - 1 41 3 - 1 41 3 - 1 4
(
5 0 7 / D
)
- 4 6 4
(
5 0 7 / D
)
- 4 6 4
(
5 0 7 / D
)
- 4 6 4
(
5 0 7 / D
)
- 4 6 4
(
5 1 2 / D
)
- 4 6 9
(
5 1 2 / D
)
- 4 6 9
(
5 1 2 / D
)
- 4 6 9
(
5 1 2 / D
)
- 4 6 9
1 5 - 1 61 5 - 1 61 5 - 1 61 5 - 1 6
(
5 0 3 / D
)
- 4 5 9
(
5 0 3 / D
)
- 4 5 9
(
5 0 3 / D
)
- 4 5 9
(
5 0 3 / D
)
- 4 5 9
(
5 0 7 / D
)
- 4 6 4
(
5 0 7 / D
)
- 4 6 4
(
5 0 7 / D
)
- 4 6 4
(
5 0 7 / D
)
- 4 6 4
1 7 - 1 91 7 - 1 91 7 - 1 91 7 - 1 9
(
4 9 8 / D
)
- 4 5 3
(
4 9 8 / D
)
- 4 5 3
(
4 9 8 / D
)
- 4 5 3
(
4 9 8 / D
)
- 4 5 3
(
5 0 5 / D
)
- 4 6 2
(
5 0 5 / D
)
- 4 6 2
(
5 0 5 / D
)
- 4 6 2
(
5 0 5 / D
)
- 4 6 2
2 0 - 5 02 0 - 5 02 0 - 5 02 0 - 5 0
(
4 9 5 / D
)
- 4 5 0
(
4 9 5 / D
)
- 4 5 0
(
4 9 5 / D
)
- 4 5 0
(
4 9 5 / D
)
- 4 5 0
(
5 0 3 / D
)
- 4 5 9
(
5 0 3 / D
)
- 4 5 9
(
5 0 3 / D
)
- 4 5 9
(
5 0 3 / D
)
- 4 5 9
6.3 Impedância Bioelétrica
A análise da impedância bioelétrica é um método rápido, não-invasivo
e relativamente barato para avaliar a composição corporal tanto no trabalho de
campo quanto na prática clínica; porém antes de optarmos por qualquer técnica
de avaliação da composição corporal devemos conhecer as vantagens e
limitações da mesma em relação ao grupo ou indivíduo que pretendemos avaliar.
A análise da composição corporal por meio desta técnica tem como
base a medida da resistência total do corpo à passagem de uma corrente elétrica
de 500 a 800 microA, que pode ser mono ou multifreqüencial.
Avaliação Física emAcademia 34
Os componentes corporais oferecem uma resistência diferenciada à
passagem da corrente elétrica; os ossos e a gordura, que contém uma pequena
quantidade de água constituem um meio de baixa condutividade, ou seja, uma
alta resistência à corrente elétrica. Já a massa muscular e outros tecidos ricos em
águaeeletrólitos,sãobonscondutores,permitindomaisfacilmenteapassagemde
correnteelétrica.
Segundo as leis de Ohm, a resistência de uma substância é proporcional à
variação da voltagem de uma corrente elétrica a ela aplicada; desta forma, através
de um sistema tetrapolar, onde dois eletrodos são fixados à região dorsal da mão
direita e dois à região dorsal do pé direito do avaliado, o aparelho irá identificar os
níveis de resistência e reactância do organismo à corrente elétrica, avaliando a
quantidadetotaldeáguanoorganismoepredizendo,pormeiodestaquantidadede
água, a massa livre de gordura e a quantidade de gordura corporal do indivíduo.
Avelocidadeearelativasimplicidadedeexecuçãodométododaimpedância
bioelétrica representam uma grande vantagem de sua utilização na academia, no
clube ou na clínica.Aprincipal limitação deste método surge quando o avaliado
apresentaalteraçõesemseuestadodehidratação;assim,aquantidadedealimentos
e líquidos ingeridos pelo avaliado, bem como a atividade física realizada no dia do
teste, entre outros fatores como nefropatias, hepatopatias e diabetes podem
influenciar o resultado obtido por este método.
Conceitos:
Impedância Bioelétrica
o É a oposição ao fluxo da corrente
elétrica no corpo humano,
conseqüência da soma vetorial da
Resistência e Reactância.
Resistência Elétrica
o É a oposição ao fluxo da corrente
elétrica em qualquer meio (líquido,
sólido e gasoso).
Reactância Elétrica
o É a oposição ao fluxo da corrente
elétrica provocada pelas placas
capacitivas, que no corpo humano
Avaliação Física emAcademia 35
Para a realização da análise da composição corporal por meio da impedância
bioelétrica o avaliado tem uma participação decisiva, devendo obedecer a uma
série de procedimentos prévios ao teste, sem os quais poderá estar
comprometendo seu resultado.
Procedimentos pré-teste:
Manter-se em jejum pelo menos nas 4 horas que antecedem
o teste;
Não realizar atividades físicas extenuantes nas 24 horas
anteriores ao teste;
Urinar pelo menos 30 minutos antes do teste;
Não ingerir bebidas alcoólicas nas 48 horas anteriores ao teste;
Não utilizar medicamentos diuréticos nos 7 dias que
antecedem o teste.
Permanecer, pelo menos, 5 a 10 minutos deitado em decúbito
dorsal, em total repouso, antes da execução do teste.
Tão importante quanto seguir a todos estes procedimentos é verificar se as
equações contidas no equipamento são adequadas ao avaliado; pois a principal
fonte de erro desta técnica é o uso de equações inapropriadas, sem levar em
consideração aspectos como idade, sexo, etnia, nível de atividade física e
quantidadedegorduracorporal.Nestesentido,existemváriasequaçõesdisponíveis
na literatura, para grupos específicos, que devem ser escolhidas cuidadosamente,
com base em estudos de validação para o grupo que se pretende avaliar. Cabe
ressaltar que, em nosso país, Carvalho (1998) e Yonamine (2000) derivaram
equações para impedância bioelétrica baseadas em amostras nacionais, para
estudantes universitários e meninos de 12 a 14 anos, respectivamente.
Estes cuidados valem também para os novos equipamentos que têm surgido e
quevêmatraindoosprofissionaisporseudesignouporapresentaremumautilização
mais simples, como os dos aparelhos bi-polares.
Autilizaçãodaimpedânciabioelétricanãoseresumeàavaliaçãodagorduracorporal
relativaapresentando,também,aplicaçõesclínicasimportantesnoquedizrespeito
à monitoração da quantidade de água corporal.
Avaliação Física emAcademia 36
Um aspecto importante na utilização da impedância bioelétrica para o
acompanhamento de programas de emagrecimento é que entre as técnicas
duplamente indiretas esta é a única que conta com equações específicas para
sujeitos obesos, o que pode significar uma vantagem sobre outras técnicas,
nestes casos.
Assim como outras técnicas de avaliação da composição corporal, a
impedância bioelétrica apresenta vantagens e desvantagens que devem ser
conhecidas por seus usuários, bem como procedimentos protocolares que devem
ser seguidos rigorosamente a fim de minimizar seu erro de predição.
Impedância Bioelétrica –
Vantagens
o Não requer um alto grau de habilidade do avaliador.
o É confortável e não-invasiva.
o Pode ser utilizada na avaliação da composição
corporal de indivíduos obesos.
o Possui equações específicas a diferentes grupos
populacionais.
Desvantagens
o Depende de grande colaboração por parte do
avaliado.
o Apresenta custo mais elevado que as outras técnicas
duplamente indiretas.
o É altamente influenciado pelo estado de hidratação
do avaliado.
o Nem sempre os equipamentos dispõem das
equações adequadas aos indivíduos que
pretendemos avaliar.
Avaliação Física emAcademia 37
Avaliação Física emAcademia 38
8. Avaliação de aspectos neuromotores
Em nossa rotina de avaliação realizada na academia devemos levar em
consideraçãoaspectosneuromotorescomoflexibilidadeeforçamuscular,poissão
capacidades físicas diretamente relacionadas com as atividades da vida diária, que
auxiliam na identificação do estado inicial do cliente, bem como da sua evolução
depois de um período de treinamento.
Flexibilidade:
Aflexibilidadedesempenhaumpapelimportanteemnumerosasmodalidades
desportivas,alémdeexercê-lotambémnavidadiária,Hollmann&Hettinger(1989).
SegundooColégioAmericanodeMedicinaDesportiva(1991),umúnicotestenão
é capaz de avaliar generalizadamente a flexibilidade corporal total; desta forma,
existemváriostestesparamedirosníveisdeflexibilidadeemumaarticulaçãoouem
um grupo de articulações, como o eletrogoniômetro, o flexímetro, o flexiteste, o
teste de “sentar e alcançar”, entre outros.
Descreveremosaquiumtestesimplesqueconstadamaiorpartedasbaterias
de testes de aptidão física relacionada à saúde quando a variável a ser avaliada é a
flexibilidade, o teste de “sentar e alcançar” proposto porWells & Dillon (1954) e
modificadoporCamaione(1978);queapresentaumindicativodaflexibilidadeda
região inferior da coluna lombar e da região posterior da coxa.
Paraarealizaçãodotestenecessitaremosdeumacaixademadeiramedindo
30,5 cm x 30,5 cm x 30,5 cm, sendo que na parte superior, onde se localiza a
escala, haverá um prolongamento de 26,0 cm e o 23º cm da escala coincidirá com
o ponto onde o avaliado toca a planta dos pés. O avaliado sentará com os joelhos
estendidos,tocandoospésdescalçosnacaixasobaescala,emseguidaposicionará
as mãos uma sobre a outra, com os braços estendidos, sobre a escala, e executará
uma flexão do tronco à frente, onde se registra o ponto máximo em centímetros
atingidopelasmãos.
Emborasejaumtestemuitoutilizadoparaavaliaraflexibilidade,otestede
sentar e alcançar não mede esta variável, pois isso só é possível utilizando
equipamentos que descrevam a amplitude articular em graus. Neste sentido, a
melhor forma de avaliar a flexibilidade é utilizando o flexímetro, que mede o
ângulo do movimento articular para flexão, extensão, adução e abdução de
várias articulações.
Como são escassos valores referenciais de amplitude articular, uma
boa forma de utilizar o flexímetro é para comparações longitudinais, antes
durante e após um período de treinamento físico.
AvaliaçãoFísicaemAcademia 39
FlexímetropendularSanny
Interpretação dos Resultados do teste de sentar e alcançar:
Fonte: Canadian Standardzed Test
AvaliaçãoFísicaemAcademia40
Avaliação Física emAcademia 41
Força
Além do significado que o treinamento de força tem para se alcançar o
melhor desempenho pessoal no esporte competitivo, também para a pessoa
que pratica esporte por motivos de saúde, um treinamento de força regular,
com ou sem cargas adicionais, não deve ser menosprezado,Weineck (1991).
Existemquatroboasrazõesquemostramporqueavaliaraforçadosclientes
poderia ser de importância vital para o professor de educação física, para o seu
programa e para os seus clientes: (1) a força é necessária para uma boa aparência;
(2) a força é básica para um bom desempenho nas técnicas; (3) a força é altamente
considerada quando da medida de aptidão física e (4) a manutenção da força pode
servircomoumaprofilaxiacontracertasdeficiênciasortopédicas,Mathews(1994).
Os métodos mais comuns para medir a força muscular são: tensiometria,
dinamometria, teste de 1RM (uma repetição máxima) com pesos e
determinações por computador da produção de força e trabalho, incluindo
medidas isocinéticas de força muscular, McArdle, Katch & Katch (1985). Como
podemos observar, são todos métodos que necessitam de aparelhos que
normalmentenãoestãoàdisposiçãoemnossarealidadedetrabalho,porissooptamos
por administrar dois testes bastante utilizados em nosso meio, o teste abdominal e
o de flexão e extensão dos cotovelos.
Teste Abdominal:
Comestetestemediremosindiretamenteaforçadamusculaturaabdominal,
por meio da realização do maior número possível de flexões abdominais em um
minuto. O avaliado deve posicionar-se em decúbito dorsal sobre um colchonete,
com o quadril e os joelhos flexionados e com as plantas dos pés apoiadas no solo.
Os antebraços deverão estar cruzados sobre o tórax, com a palma das mãos
voltadas para o mesmo, onde deverão permanecer durante toda a execução do
teste.
Oavaliadordeverásegurarospésdoavaliadoafimdemantê-losemcontato
permanente com o solo e a uma distância que não ultrapasse o diâmetro bi-
trocanteriano. Aosinaldoavaliador,quandoestedisparaocronômetro,oavaliado
deverá realizar o maior número possível de flexões abdominais, tocando os
antebraços nas coxas e retornando à posição inicial, e terminando o teste a um
novosinaldoavaliador,quandoocronômetromarcar1minuto.Durantearealização
do teste o avaliado poderá, se sentir necessidade, parar
para descansar, mas o tempo do teste continuará sendo de 1 minuto.
Avaliação Física emAcademia 42
Teste abdominal
Teste de flexão e extensão de cotovelos
O avaliado deverá iniciar o teste em decúbito ventral, apoiado nas pontas
dos pés e nas mãos que deverão estar posicionadas na linha dos ombros, com os
cotovelos em extensão.Ao sinal do avaliador o avaliado deverá realizar flexões e
extensões dos cotovelos no plano transversal até que o tórax toque o solo. Para
mulheres o teste é realizado com o apoio nos joelhos e nas mãos. Neste teste será
levadaemconsideraçãoaexecuçãodosmovimentosemritmoconstanteduranteo
períodomáximode1minuto.
Teste de flexão e extensão dos cotovelos
Interpretação dos resultados do teste abdominal:
Fonte: Canadian StandardzedTest
AvaliaçãoFísicaemAcademia43
Interpretação dos resultados do teste de flexão e extensão dos cotovelos:
Fonte: Canadian StandardzedTest
AvaliaçãoFísicaemAcademia44
9. Avaliação de aspectos metabólicos
Como falamos anteriormente, reduzir a quantidade de gordura é um
dos principais objetivos dos clientes de academia; outro objetivo comumente
relatado pelos clientes é a necessidade de melhorar a sua “condição física”,
reclamando que, por exemplo, uma caminhada num ritmo um pouco mais intenso
é suficiente para deixá-los cansados.
Para ambos os casos será indicado aos clientes a realização de exercícios
de predominância aeróbia, que utiliza a gordura como principal substrato
energético para a sua realização, além de causar adaptações positivas para o
sistema cardiovascular.
Desta forma, avaliar a potência aeróbia dos clientes constituirá
importante subsídio de trabalho para o professor. Este tipo de avaliação pode
ser executado por meio da medida do consumo máximo de Oxigênio (VO2
máx.), que representa a quantidade máxima de Oxigênio captado pelos alvéolos
pulmonares, transportado pelo sistema cardiovascular e utilizado pelas células,
na unidade de tempo.
Dentro da proposta de trabalhar com testes simples, de baixo custo
operacional e viáveis, na maior parte das academias, um método indireto para
a estimativa do VO2
máx. parece ser o mais indicado. Neste sentido, osTestes de
BicicletaErgométricadeÄstrandde8minutosede5minutossãoosmaisutilizados.
Teste de Bicicleta Ergométrica de Ästrand de 8 minutos
Será realizado em 8 minutos, sendo que nos 4 primeiros minutos o
avaliado pedalará na carga 1, correspondente a 50 watts para homens e 25
watts para mulheres, e nos 4 minutos seguintes pedalará na carga 2, que é
calculada na proporção de 3 watts por kg de peso corporal para homens e 2
watts por kg de peso corporal para mulheres. O ritmo em que o avaliado pedalará
será de 50 rpm para bicicleta mecânica ou 60 rpm para bicicleta eletromagnética.
Casosejautilizadaumabicicletamecânica,éimportanteobservarqueelas
normalmente marcam a carga em kp, que deverá ser convertido em watts na
AvaliaçãoFísicaemAcademia 45
seguinte proporção: 1kp = 50 watts.Antes de iniciar o teste deverá ser medida a
freqüência cardíaca e a pressão arterial de repouso do avaliado, e ser calculada a
carga 2.
Durante o teste deverá ser medida a freqüência cardíaca e a pressão
arterial do avaliado a cada minuto. Para a medida da freqüência cardíaca serão
utilizados os 15 últimos segundos de cada minuto e o resultado será multiplicado
por 4 para que se obtenha o número de batimentos por minuto (bpm). Desta
forma, se pudermos contar com um frequencímetro, nosso trabalho será muito
facilitado, já que basta apenas fazer a leitura da freqüência cardíaca no final de
cada minuto.
Iniciada a carga 2 espera-se que o avaliado atinja 120 bpm no segundo
minuto desta carga, caso isso não aconteça a carga deverá ser aumentada em
mais 25 watts e o teste deverá prosseguir por mais 4 minutos.
Entre o 3º. e o 4º. da carga 2, espera-se que a freqüência cardíaca se
estabilize (steady-state) entre 140 e 170 bpm, o que será identificado por uma
diferença igual ou inferior a 4 bpm do 3º. para o 4º. desta carga, caso isso não
aconteça, o avaliado deverá pedalar por mais 1 ou 2 minutos na mesma carga e
a estabilização deverá ocorrer.
Durante o teste é importante verificar se o avaliado não apresenta
sintomas ou sinais que determinem a interrupção do teste:
a) angina
b) dispnéia e fadiga excessiva
c) palidez cutâneo-mucosa
d) cianose
e) aumento exagerado da Pressão Arterial
f) queda da Pressão Arterial Sistólica com aumento do esforço
g) não aumento da Pressão Arterial Sistólica com aumento do esforço
Terminado o teste o avaliador calculará oVO2
máx. utilizando o Nomograma de
Ästranddaseguinteforma:
1. Identifica-se a frequência cardíaca atingida pelo avaliado no último
minuto do teste na linha do nomograma correspondente a freqüência cardíaca
de acordo com o sexo, linha a.
AvaliaçãoFísicaemAcademia 46
2. Identifica-se a carga de trabalho correspondente ao último minuto
do teste na linha do nomograma correspondente a carga de acordo com o sexo
e projeta-se este valor na linha d.
3. Traça-se uma reta entre esses dois pontos, da linha a e da linha d, e na
intersecção desta reta com a linha b identifica-se o VO2
máx. absoluto, em litros
por minuto.
4. Utiliza-se a fórmula de correção por idade.
Uma vez encontrado o VO2
máx. absoluto corrigido pela idade calcula-se
o VO2
máx. relativo, em mililitros de Oxigênio por quilograma de massa corporal
por minuto, multiplicando o valor do VO2
máx. corrigido pela idade por 1000 e
dividindo o resultado pela massa corporal do avaliado.
O gasto calórico pode ser calculado multiplicando-se o VO2
máx.
corrigido pela idade por 5.
AvaliaçãoFísicaemAcademia 47
Teste Cicloergométrico
AvaliaçãoFísicaemAcademia 48
1. Corrigir o VO2
máx. pela idade usando a fórmula:
a. VO2
máx corrigido pela idade = VO2
máx obtido x (- 0,009 x
idade + 1,212)
2. Converter o VO2
máx absoluto (l/min) para VO2
máx relativo (ml/kg/
min) usando a fórmula:
a. VO2
máx relativo = (VO2
máx absoluto x 1000)/massa corporal
3. Calcular o Gasto Calórico multiplicando oVO2
máx corrigido pela idade
por 5.
Teste de Bicicleta Ergométrica de Ästrand de 5 minutos
O avaliado deverá pedalar por 5 minutos a uma carga de trabalho que
varia de acordo com o sexo: 100 a 150 watts para homens e 50 a 100 watts
para mulheres. Registra-se a freqüência cardíaca no 4º e no 5º minuto do teste.
A freqüência cardíaca de carga deverá estar entre 120 e 170 bpm e,
preferencialmente, acima de 140 bpm.
Após a realização dos 5 minutos de teste, utiliza-se as fórmulas abaixo
para a estimativa do VO2
máx. absoluto (l/min.), em seguida os procedimentos
são os mesmos adotados no teste de 8 minutos, para correção pela idade, cálculo
do VO2
máx. relativo (ml/kg/min.) e cálculo do gasto calórico.
Homens
VO2
máx. = {134/[(FC no 5º min. + FC no 4º min.)/2] – 61} x (0,014 x carga
+ 0,129)
Mulheres
VO2
máx. = {126/[(FC no 5º min. + FC no 4º min.) /2] – 72} x (0,014 x carga
+ 0,129)
Teste de Banco do Queens College para universitários.
Às vezes não dispomos de ergômetros na academia, neste caso, uma forma
viável para a estimativa do VO2
máx. é a utilização de testes de banco. Uma
boa opção é a utilização do Teste de Banco do Queens College, que pode ser
utilizado para adultos jovens ativos.
AvaliaçãoFísicaemAcademia 49
CÁLCULOS
Este teste requer um banco com 41 cm de altura, um metrônomo para
estabelecer o ritmo do movimento de subida e descida e um cronômetro. Os
avaliados deverão realizar o teste em 4 tempos: para cima com o pé esquerdo,
para cima com o pé direito, para baixo com o pé esquerdo e para baixo com o
pé direito. Na posição elevado as articulações do joelho e do quadril do avaliado
deverão estar completamente estendidas. O ritmo do metrônomo deverá ser de
88 contagens por minuto para mulheres e 96 para homens.Assim que o avaliado
estiver no ritmo (em não mais do que 15 segundos) deve-se iniciar a
cronometragem de 3 minutos.Após este tempo o avaliado deverá ficar parado
em pé, devendo o avaliador localizar o pulso da carótida em 5 segundos e
contar os batimentos cardíacos por 15 segundos, devendo ao final multiplica-
los por 4. No caso de utilização de freqüencímetro, a leitura deverá ser feita
após 20 segundos de terminado o teste.
Afreqüência cardíaca medida é utilizada para a estimativa do VO2
máx.
utilizando-se as fórmulas abaixo:
Mulheres
VO2
máx. = 65,81 – 0,1847 (FC)
Homens
VO2
máx. = 111,33 – 0,42 (FC)
Neste teste o resultado já é dado em ml/kg/min., portanto, para o cálculo
do gasto calórico é necessário multiplicar o resultoado pela massa corporal e
dividi-lo por 1000, então multiplicar por 5. Assim se obtém o resultado em
kcal/min.
AvaliaçãoFísicaemAcademia 50
Interpretação dos resultados de VO2
máx.:
Fonte:AmericanCollegeofSportsMedicine
AvaliaçãoFísicaemAcademia51
10. Considerações Finais
As rotinas de avaliação e os testes simples apresentados neste manual
poderão ser de grande validade para a introdução e manutenção de um trabalho de
avaliação física em academias de ginástica ou qualquer outro estabelecimento
destinado à prática de exercícios físicos.
É claro que existem testes melhores e equipamentos mais sofisticados,
entretanto, esta não é a realidade da maior parte das academias brasileiras,
sendo que uma proposta diferente da apresentada aqui poderia ser motivo para
inviabilizar o departamento de avaliação física.
Assim, acreditamos que este material possa contribuir substancialmente
para que os profissionais possam realizar um trabalho de qualidade e com baixo
custo operacional.
AvaliaçãoFísicaemAcademia 52
11. Teste seus conhecimentos!
1) Por que é importante a avaliação física antes do início de um programa
de exercícios físicos?
2) O que deve constar numa rotina de avaliação física quando o objetivo é
a promoção da saúde?
3) Qual a relação entre a avaliação física e o exame médico?
4) O que é necessário para montar um departamento de avaliação física?
5) Como escolher os equipamentos adequados para avaliação física?
6) O que o avaliado deve saber antes de fazer sua avaliação física?
7) Qual a função da avaliação postural na rotina de avaliação física?
8) Por que avaliar a composição corporal?
9) O que é mais indicado, a técnica antropométrica ou a impedanciometria?
10) Que cuidados devem ser tomados para a realização de medidas de dobras
cutâneas?
11) Como as medidas de dobras cutâneas podem ser utilizadas?
12) O que é mais indicado, equações preditivas ou valor absolutos das
medidas antropométricas?
13) Qual a função da avaliação de aspectos neuromotores?
14) Que variáveis devem constar nesta avaliação, quando o objetivo é a
promoção da saúde?
15) Por que estimar o VO2
máx. dos avaliados?
16) Que tipos de testes podem ser utilizados para a avaliação de aspectos
metabólicos?
17) O que deve ser observado durante a realização de esforço submáximo?
18) Que teste é mais indicado, bicicleta ou banco?
AvaliaçãoFísicaemAcademia 53
12. Referências Bibliográficas
AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Guidelines for Exercise
Testing and Prescription. 4ª. ed. Philadelphia. Lea & Febiger, 1991.
AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Prova de Esforço e
Prescrição de Exercício. Rio de Janeiro. Revinter, 1994.
CARNAVAL, P. E. Medidas eAvaliação em ciências do esporte. Rio de Janeiro.
Sprint, 1995.
CLARKSON, H. M. & GILEWICH, G. B. Avaliação Músculo Esquelética -
amplitude de movimento articular e força muscular manual.São Paulo. Manole,
1991.
COSTA, R. F; GAGLIARDI, J. F. L. & SANTOS,H. O.Análise da equação de
predição da composição corporal - Tática Drinkwater - a partir da somatória de
dobras cutâneas. Simpósio Internacional de Cineantropometria da Universidade
Católica do Salvador. Salvador, 1992.
COSTA, R. F. Composição Corporal: teoria e prática da avaliação. Barureri,
Manole, 2001.
DAVIS, P. O. & DOTSON, C. O. Certified Fitness Coordinator Training
Program. 10ª. ed. Burtonsville. ARA Human Factors, 1991.
DE ROSE, E. H., PIGATTO, E. & DE ROSE, R. F. C.
Cineantropometria, Educação Física e Treinamento Desportivo.
SEED/MEC - Fundação de Assistência ao Estudante. Rio de Janeiro, 1984.
FARINATTI, P. T. V. & MONTEIRO, W. D. Fisiologia eAvaliação Funcional.
Coleção Fitness Volume I. Rio de Janeiro. Sprint, 1992.
AvaliaçãoFísicaemAcademia 54
GOMES, A. C. & ARAUJO FILHO, N. P. Cross Training uma abordagem
metodológica. Londrina. APEF, 1992.
GUEDES, D. P. Estudo da gordura corporal através da mensuração dos valores
de densidade corporal e da espessura de dobras cutâneas em universitários,
Dissertação de Mestrado. Santa Maria. Universidade Federal de Santa Maria,
1985.
GUEDES, D. P. & SOUZA, D. B.Aspectos cineantropométricos no treinamento
de futebolistas. In: Futebol: Bases científicas do treinamento físico. Rio de
Janeiro. Sprint, 1987.
GUEDES, D. P. Crescimento, composição corporal e desempenho motor em
crianças e adolescentes do município de Londrina (PR), Brasil. Tese de
Doutorado. São Paulo. Universidade de São Paulo, 1994.
HEYWARD, V. H. Advanced fitness assessment and exercise prescription.
Champaign. Human Kinetics Books, 1991.
HOLMANN W. & HETTINGER T. Medicina de Esporte. São Paulo. Manole,
1989.
KISS, M. A. P. D. M. Avaliação em Educação Física - Aspectos biológicos e
educacionais. São Paulo. Manole, 1987.
LEITE, P. F. Aptidão Física - Esporte e Saúde. 2ª. ed. São Paulo. Robe, 1990.
LOHMAN, T. G. Advances in body composition assessment. Champaign.
Human Kinetics Publishers, 1992.
MARINS, J. C. B. & GIANNICHI, R. S.Avaliação & Prescrição deAtividade
Física: guia prático. Rio de Janeiro, Shape, 1996.
AvaliaçãoFísicaemAcademia 55
MORROW Jr., J. R.; JACKSON, A. W.; DISH, J. G. & MOOD, D. P. Medida
Avaliação do Desempenho Humano. 2ª ed. PortoAlegre,Artmed, 2003.
McARDLE, W. D., KATCH, I. F. & KATCH, V. L. Fisiologia do Exercício -
Energia, Nutrição e Desempenho Humano. 4ª ed. Rio de Janeiro. Guanabara
Koogan, 1998.
MATHEWS D. K. Medida e avaliação em Educação Física. 5ª. ed. Rio de
Janeiro. Interamericana, 1980.
MATTAR, R. & GOMES, P. S. C. Human body composition assessment by
Bioeletrical Impedance (BIA) - methodology and applications. II Congresso
Paulista de Medicina Desportiva. São Paulo, 1993.
MATSUDO, V. K. R. Testes em ciências do esporte. 5ª. ed. São Caetano do
Sul. Gráficos Burti, 1995.
POLLOCK, M. L. & WILMORE, J. H. Exercícios na saúde e na doença. 2ª.
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SOBRAL, F. & BARREIROS, M. L. M. Fundamentos e técnicas de avaliação
em Educação Física. Lisboa. Universidade Técnica de Lisboa, 1980.
TRITSCHLER, K. Medida e Avaliação em Educação Física e Esportes de
Barrow & McGee. 5ª ed. Barueri, Manole, 2003.
WEINECK, J. Biologia do esporte. São Paulo. Manole, 1991.
AvaliaçãoFísicaemAcademia 56
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Manual av fisica

  • 1. ROBERTO FERNANDES DA COSTA MANUAL PRÁTICO DE AVALIAÇÃO FÍSICA EM ACADEMIAS
  • 2. Avaliação Física emAcademia AVALIAÇÃO FÍSICA MANUAL PRÁTICO DE AVALIAÇÃO FÍSICA EM ACADEMIAS ROBERTO FERNANDES DA COSTA Doutorado em Ciências aplicadas à Pediatria - Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP. Mestrado em Educação Física - Universidade de São Paulo - USP. Professor da Faculdade de Fisioterapia da Universidade Santa Cecília - UNISANTA - Santos. Diretor Científico do Centro de Estudos e Pesquisas Sanny
  • 3. Avaliação Física emAcademia MANUALPRÁTICO DEAVALIAÇÃO FÍSICAEMACADEMIAS 1º. Edição - Abril de 2005 Impresso no Brasil Supervisão Editorial Wilson Eduardo Modelos Eliana Oliveira Cotovio Aline Martins Isaias Daniella Cristina de Souza Agradecimento Todos os direitos reservados. A fotocópia de qualquer parte deste livro é ilegal e configura apropriação dos direitos intelectuais e patrimoniais do autor. Lei Federal Nº. 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998. Direitos reservados para: American Medical do Brasil Ltda. Rua Brasil, 791/795 - V. Vivaldi 09627-000 - Rudge Ramos - SP - Brasil Fone: 11 4368-6000 Fax: 11 4368-3409 HP: www.sanny.com.br E-Mail: sanny@sanny.com.br Catalogado na fonte da Câmara Brasileira do Livro. Impresso no Brasil. Faculdade de Fisioterapia da Universidade Santa Cecília
  • 4. Prefácio Écomum,nosdiasdehoje,sermosinformados,pelosmaisdiversosmeios de comunicação, sobre programas que oferecem melhores condições de vida e bem estar à população. Sabemos que os tempos modernos e o avanço tecnológico, cada vez mais, contribuem para o sedentarismo, que é tão prejudicial à saúde. Em nenhuma outra época a busca por programas de treinamento físico em academias foi tão intensa. É fácil compreender a preocupação da população com relação ao seu condicionamento físico, seja aplicado às atividades profissionais, terapêuticas ou ao lazer. Em qualquer situação, estar apto à prática de atividades físicas, coloca as pessoas em um grupo privilegiado, que colhe os benefícios desta prática e apresenta melhor qualidade de vida. O início da prática de exercícios físicos deve ser sempre precedido de um bom exame médico e uma avaliação abrangente, com o intuito de identificar possíveis restrições ou adaptações a esta prática. Além disso, o exercício físico deve ser acompanhado por uma equipe multiprofissional, onde médico, nutricionista e, em especial, o profissional de Educação Física, devem supervisionar a evolução da performance do praticante. Para a obtenção dos melhores resultados com a prática de exercícios o profissional de Educação Física deverá prescrevê-los com base nas condições físicas previamente diagnosticadas durante a Avaliação Física. A integridade física dos praticantes deve ser preservada acima de tudo. Tão importante quanto a avaliação inicial, é a realização de reavaliações periódicas, que permitirão identificar a eficiência dos exercícios prescritos e as necessidadesdemodificaçãonaintensidadeevolumedosmesmos,afimdeatender integralmenteaopraticante. Com este manual a Sanny pretende fornecer aos profissionais de Educação Física uma ferramenta útil para a realização de rotinas de avaliação física no seu dia-a-dia de trabalho, atendendo seus clientes de forma mais segura e eficiente. Pois acreditamos que devemos dar o melhor de nosso aprendizado, colaborando com um mundo mais saudável a partir da promoção do bem estar e da qualidade de vida para as pessoas. Wilson Eduardo Avaliação Física emAcademia
  • 5. Sumário 1.Introdução.............................................................................................. 2. Como deve ser a avaliação física em academia?............................... 3. Montagem do departamento de avaliação........................................... 4. Procedimentos para realização da avaliação........................................ 4.1. Orientações pré-avaliação............................................................. 5. Avaliação de aspectos posturais........................................................... 6. Os principais desvios posturais................................................................ 7. Avaliação de aspectos da composição corporal.................................... 7.1. Medidas antropométrica............................................................... 7.2. Utilização da espessura de dobras cutâneas................................. 7.2.1. Somatória de dobras cutâneas.................................................... 7.2.2. Equações preditivas de gordura corporal................................... 7.3. Impedância bioelétrica................................................................. 8. Avaliação de aspectos neuromotores.................................................... 9. Avaliação de aspectos metabólicos...................................................... 10. Considerações finais............................................................................. 11. Teste seus conhecimentos................................................................... 12. Referências bibliográficas................................................................... AvaliaçãoFísicaemAcademia 07 08 09 10 11 11 14 16 17 29 30 32 34 38 45 52 53 54 7
  • 6. 1. Introdução A prática de exercícios físicos tem ocupado uma posição de destaque em nossa sociedade. Vemos surgir novas academias quase que diariamente, e o número de adeptos da atividade física é cada vez maior. Além do número de academias, tem crescido, também, a qualidade dos serviços oferecidos nas mesmas. E foi sob a perspectiva de oferecer melhores serviços aos clientes que muitas academias passaram a contar com Departamentos de Avaliação Física. Quando falamos em avaliação física, muitas pessoas logo pensam em uma quantidade enorme de aparelhos, de difícil acesso e alto custo; mas na verdade é possível oferecer este serviço aos clientes, com qualidade e sem grandes gastos. É muito comum ao professor, ouvir perguntas do tipo: “A minha condição física está muito ruim?” “Quanto eu melhorei nestes meses de prática de exercícios?” E para que o professor possa responder a estas perguntas de uma forma mais objetiva, respaldada por resultados comprovados por testes, há a necessidade de o cliente passar por avaliações físicas periódicas. Conheceracondiçãofísicainicialdoclienteédefundamentalimportância para a prescrição da atividade mais adequada a atender seus objetivos e necessidades, além disso é interessante que o professor possa ter um acompanhamentodasalteraçõesocorridasnessacondiçãofísicainicial,decorrentes do programa de exercícios físicos do cliente, e é nesse contexto que a avaliação física mostra-se um instrumento de trabalho indispensável para o professor. Para a realizaçãodessetrabalhotorna-senecessáriodiferenciaraaptidãofísicarelacionada àsaúde,queéonossoobjetivodentrodaacademia,darelacionadaaodesempenho atlético.Pelaóticadaaptidãofísica,aquelescomponentesquecontribuemparaum melhor rendimento esportivo, levando em consideração que cada especialidade esportivaapresentaexigênciasdeaptidãobemespecíficas,devemsertratadoscomo componentes da aptidão física relacionada ao desempenho atlético.Ao passo que a aptidão física relacionada à saúde envolve apenas aqueles componentes que em questões motoras podem produzir alguma proteção contra doenças do tipo degenerativas,comoascardiopatias,aobesidade,ahipertensãoeváriosdistúrbios musculo-esqueléticos, e que podem ser influenciadas pela atividade física regular (Guedes, 1994). Avaliação Física emAcademia 7
  • 7. Nessecontexto,aresistênciacardiorrespiratória,aforça/resistênciamuscular eaflexibilidadeseriamoscomponentesquecaracterizamaaptidãofísicarelacionada àsaúde(Pate,1983).Destaforma,seráabordadonestemanualumtipodeavaliação simples, que atenda as necessidades da aptidão física relacionada à saúde, com a utilização de um pequeno número de equipamentos e a partir de um baixo custo operacional, o que viabiliza a sua utilização em academias de pequeno e médio porte, que representam a maior parte desses estabelecimentos. Esta avaliação será dividida em 4 partes: aspectos posturais, composição corporal, aspectos neuromotores e aspectos metabólicos; sendo estes, suficientes para identificar o estado inicial do cliente e orientar o trabalho do professor. Não é nossa pretensão, com esse material, ensinar os profissionais de Educação Física a fazer avaliação física em academia, pois entendemos que para ingressar nessa área há a necessidade de muito estudo e, sobretudo, praticar bastante a dinâmica das medidas e dos testes, porém acreditamos que esta publicação possa ser um bom guia de referência para quem está iniciando nesses estudos e nessa prática. 2. Como deve ser a Avaliação Física em Academia? Há alguns anos, a maioria das academias não contava com departamento de avaliação física e os clientes precisavam apenas se matricular e, eventualmente, fazer um exame clínico para iniciar a prática de exercícios. Este é o modelo antigo de academia, mas que ainda é encontrado em muitos estabelecimentos, sobretudo em cidades pequenas. ANTIGO MODELO DE ACADEMIA DEPARTAMENTO MÉDICO RECEPÇÃO MUSCULAÇÃO NATAÇÃOGINÁSTICA Avaliação Física emAcademia 8
  • 8. Neste modelo de academia não há o diagnóstico da condição física inicial do cliente, pois o exame médico realizado nas academias não é capaz de fazer tal avaliação. Além disso, este exame é feito em repouso, não sendo eficiente, também, para a detecção de possíveis alterações decorrentes do esforço. NOVO MODELO DE ACADEMIA DEPARTAMENTO MÉDICO RECEPÇÃO MUSCULAÇÃO NATAÇÃOGINÁSTICA DEPARTAMENTO DE AVALIAÇÃO FÍSICA Assim, o modelo ideal de academia de ginástica é aquele onde além do departamento médico há também o departamento de avaliação física, em constante comunicação. Pois, além de permitir a identificação adequada do estado inicial do cliente, muitas vezes a avaliação física será capaz de identificar possíveis restrições para a prática do exercício físico que o exame médico não detectou. Este trabalho conjunto entre o profissional de avaliação física e o médico poderá oferecer ao professor que prescreverá o programa de treinamento físico um respaldo maior tanto no conhecimento do cliente, quanto na forma de realizar um trabalho mais seguro. 3. Montagem do Departamento de Avaliação Quando pensamos em montar um departamento de avaliação física na academia devemos levar em consideração o que queremos avaliar e de que forma, para podermos decidir pelo espaço físico e equipamentos necessários. É muito comum que os profissionais que iniciam nessa área queiram realizar uma quantidade enorme de testes, avaliando as mais diversas variáveis, o que torna a avaliação longa e pouco aplicável na academia. Avaliação Física emAcademia 9
  • 9. Para evitar de incorrer nesse erro, o profissional que vai trabalhar com avaliação na academia deve optar por testes simples, porém de resultados comprovados cientificamente, que possam ser realizados em um pequeno espaço e com equipamentos que não exijam um grande dispêndio financeiro. Neste sentido, quatro itens devem ser observados antes de iniciarmos o trabalho: • Definir os objetivos para a avaliação; • Selecionar os testes adequados; • Adquirir os equipamentos adequados; • Utilizar recursos de informática. Quando o objetivo é a prescrição de exercícios para promoção da saúde, pelo menos quatro aspectos devem constar da rotina de avaliação física: • Avaliação de aspectos posturais; • Avaliação de aspectos da composição corporal; • Avaliação de aspectos neuromotores; • Avaliação de aspectos metabólicos. Com relação aos equipamentos, utilizaremos para a avaliação postural o simetrógrafo; para a avaliação da composição corporal serão necessários a balança antropométrica ou digital, compasso de dobras cutâneas e uma trena metálica. A avaliação dos aspectos neuromotores constará de testes de flexibilidade, para os quais utilizaremos o banco de Wells ou o flexímetro, e de força e resistência muscular, onde precisaremos apenas de um colchonete e um cronômetro. Já para a avaliação de aspectos metabólicos poderemos utilizar o teste com diferentes ergômetros, como banco, bicicleta ou esteira, para a predição do consumo máximo de Oxigênio, onde necessitaremos de esfigmomanômetro, estetoscópio, freqüencímetro e cronômetro. Além desses equipamentos, um computador e uma impressora são bastante úteis para agilizar o processo de cálculos e emissão de laudos com os resultados do avaliado. 4. Procedimentos para a realização da avaliação Antes de iniciar qualquer programa de exercícios físicos é indispensável que o cliente passe por um exame médico, além da avaliação física; porém, nem sempre a academia dispõe de um médico, por isso recomendamos que no ato da matrícula do cliente seja solicitado um exame de seu médico, identificando seu estado de saúde atual. Avaliação Física emAcademia 10
  • 10. Alémdisso,aavaliaçãofísicadeveráseragendadatambémnomomentoda matrícula,paraqueoclientepossafazê-laomaisrápidopossívelafimdeiniciarsua atividade com uma orientação baseada nos seus resultados. O tipo de avaliação que proporemos aqui durará em torno de 40 minutos e será realizada na seguinte ordem: 01. Anamnese 02. Avaliação Postural 03. Medidas Antropométricas 04. Teste de Flexibilidade 05. Medida da Pressão Arterial e da Freqüência Cardíaca em repouso 06. Teste ergométrico 07. Teste Abdominal 08. Teste de Flexão e Extensão dos Cotovelos 09. Emissão do laudo com os resultados 10. Explicação e Orientação ao cliente 4.1 Orientações pré-avaliação a. Vestimenta - para que as medidas e testes sejam realizados de forma correta é necessário que o avaliado use calção, camiseta, tênis e meia, além de sunga para os homens e biquíni para as mulheres. b.Fumo - o avaliado deverá evitar de fumar e beber no dia da avaliação ou na véspera da avaliação. c.Alimentação - o avaliado deverá evitar de fazer refeições muito pesadas nas duas horas que antecedem o teste e, sendo pela manhã a avaliação, não deverá fazê-laemjejum. d. Sono - é importante que o avaliado tenha uma boa noite de sono na véspera da avaliação. e.Atividadesfísicas-oavaliadonãodeverárealizaratividadesintensasno dia e na véspera da avaliação. 5. Avaliação de aspectos posturais A avaliação de aspectos posturais, dentro da nossa rotina de testes na academia, não deve ter a pretensão de diagnosticar desvios posturais com ointuito Avaliação Física emAcademia 11
  • 11. deprescreverexercícioscorretivosouqualquertipodetratamento,poisissoéuma responsabilidadedoortopedistaedofisioterapeuta.Nossoobjetivoaquiserátentar identificaraquelesdesviosmaisevidentesafimdeevitaraprescriçãodeexercícios que possam vir a agravá-los, além de encaminharmos o cliente a um desses especialistas quando percebermos que estes desvios são importantes. ComautilizaçãodoSimetrógrafopoderemosidentificarosdesviosposturais mais evidentes, por meio da observação de pontos anatômicos específicos que permitirãoidentificarpossíveisassimetriasdecorrentesdestaalteraçãopostural. Para utilizar esse aparelho basta colocar o avaliado (homens de sunga e mulheresdebiquini)empé,atrásdele,inicialmentenaposiçãoanterior(figura1),e observaremos a posição de alguns pontos anatômicos em relação às linhas do aparelho, como por exemplo: acrômios, cristas ilíacas, trocanteres, côndilos, maléolos etc; depois comparamos a altura dos pontos do lado esquerdo com os do lado direito em relação ao quadriculado do equipamento e podermos observar as diferenças existentes com relação à simetria desses pontos. Na posição anterior poderemos observar assimetrias nos ombros, quadril, joelhos, tornozelos e pés. Avaliação Física emAcademia 12
  • 12. Quando encontramos, por exemplo, uma assimetria entre os acrômios e entre as cristas ilíacas, isso pode ser indício de uma escoliose, que talvez mereça algumcuidadoespecial. Na seqüência colocamos o avaliado na posição lateral (Figura 2) em relação ao aparelho e poderemos observar, também através de pontos anatômicos, se o mesmo apresenta uma acentuação das curvaturas anatômicas da coluna vertebral, alterações posturais dos joelhos, tornozelos e pés. Os principais desvios posturais, que possivelmente iremos encontrar em nossos avaliados são os seguintes: Figura 1.VistaAnterior Avaliação Física emAcademia 13
  • 13. Escoliose Escoliose é um desvio lateral da coluna vertebral que pode ser classificada em: Escoliose Simples Quando apresenta uma única curvatura em uma das regiões da coluna vertebral, e pode ser: 1. EscolioseTorácica destro convexa 2.EscolioseTorácicasinistroconvexa 3. Escoliose Lombar destro convexa 4.EscolioseLombarsinistroconvexa Escoliose Total Quandoapresentaumaúnicacurvaturaemmaisdeumaregiãodacolunavertebral, e pode ser: 1. EscolioseTotal destro convexa 2.EscolioseTotalsinistroconvexa Escoliose Dupla Quandoapresentaduascurvaturasopostasemregiõesdiferentesdacolunavertebral, e pode ser: 1. EscolioseTorácica destro convexa Lombar sinistro convexa 2. EscolioseTorácica sinistro convexa Lombar destro convexa Escoliose Tripla Quando apresenta três curvaturas, sendo uma em cada região da coluna vertebral, e pode ser: 1. Escoliose Cervical destro convexo Torácica sinistra convexa - Lombar destro convexo. 2. Escoliose Cervical sinistro convexa Torácica destro convexa Lombar sinistro convexa. Geno Varo: É um afastamento dos joelhos em relação ao plano sagital. GenoValgo: É uma aproximação dos joelhos em relação ao plano sagital. PéAbduto: É a projeção dos pés para fora em relação ao plano sagital. PéAduto: É a projeção dos pés para dentro em relação ao ao plano sagital. Pé Plano: É a diminuição ou perda total do arco plantar. Pé Cavo: É o aumento da curvatura do arco plantar. Avaliação Física emAcademia 14
  • 14. Hiperlordose Cervical: É a acentuação da curvatura da coluna cervical. Hipercifose Torácica: É a acentuação da curvatura da coluna dorsal. Hiperlordose Lombar: É a acentuação da curvatura da coluna lombar. Costa Plana: É a diminuição ou inversão de uma ou mais curvaturas da coluna vertebral. Geno Recurvato: É uma hiper-extensão dos joelhos, projetando-os para trás em relação ao plano coronal. Geno Flexo: É a projeção dos joelhos para frente em relação ao plano coronal. Pé Eqüino: Estando o indivíduo em posição ortostática os calcanhares não tocam o solo. Pé Calcâneo: Estando o indivíduo em posição ortostática a porção anterior dos pés não toca o solo. Vista Lateral Avaliação Física emAcademia 15 Figura 2.Vista Lateral
  • 15. Pé Varo: É a projeção do tendão calcâneo para fora da linha média do corpo. Pé Valgo: É a projeção do tendão calcâneo para dentro da linha média do corpo. 6. Avaliação de aspectos da composição corporal A composição corporal é considerada um componente da aptidão física relacionada à saúde por diversos autores, devido às relações existentes entre a quantidade e a distribuição da gordura corporal com alterações no nível de aptidão física e no estado de saúde das pessoas. Reduzir a quantidade de gordura e/ou aumentar a quantidade de massa muscular estão entre os anseios de grande parte dos praticantes de exercícios físicos. Esta preocupação pode ser notada não somente do ponto de vista estético, mas também de qualidade de vida dos indivíduos, já que a obesidade está associada a um grande número de doenças crônico-degenerativas (Costa, 2001). Observando tal relação entre quantidade de gordura corporal e estado de saúde, verifica-se a necessidade de utilização de métodos que possam avaliar com validade a quantidade deste componente em relação à massa corporal total. Nesse sentido, a importância da avaliação da composição corporal deve-se ao fato de a massa corporal isoladamente não poder ser considerada um bom parâmetro para a identificação doexcesso ou da carência dos diferentes componentescorporais (massa gorda, massa muscular, massa óssea e massa Avaliação Física emAcademia 16 Figura 3. Vista posterior
  • 16. residual),ouaindadasalteraçõesnasquantidadesproporcionaisdessescomponentes em decorrência de um programa de exercícios físicos e/ou dieta alimentar. Serão abordados, aqui, aspectos teóricos e práticos relativos à avaliação da composição corporal, sobretudo no que diz respeito às técnicas mais utilizadas no dia-a-dia dos profissionais de Educação Física e Nutrição: as medidasantropométricas,principalmenteamedidadaespessuradedobrascutâneas, e a medida da impedância bio-elétrica. 6.1 Medidas Antropométricas As medidas antropométricas permitem, em termos absolutos ou por meio de cálculos matemáticos, a identificação das dimensões, proporções e quantidades dos difernetes componentes do corpo humano, que apresentam relação com a aptidão física relacionada à sáude e a aptidão física relacionada ao desempenho esportivo. Considerando a importância da antropometria para o estudo das relações entre forma e função humanas, evidenciadas por avaliações de proporcionalidade, somatotipo e composição corporal; é possível perceber a necessidade de um conhecimento aprofundado das técnicas de medidas e da padronizaçãoindicadaparaatenderaosobjetivosenecessidadesdosprofissionais, permitindoumaprescriçãomaissegura,apartirdemedidasválidasefidedignas. Para os objetivos dos profissionais da área de saúde, as medidas antropométricas mais utilizadas são: massa, estatura, perímetros corporais e espessura de dobras cutâneas, que serão apresentados em detalhes, a seguir: Massa Corporal Instrumento: BalançaAnalógicaouDigital Avaliação Física emAcademia 17
  • 17. Procedimentos: Popularmente convencionou-se utilizar a palavra peso para definir o valor da massa, que é obtido na balança, embora sejam duas grandezas diferentes. Para a realização da medida da massa o avaliado deve estar em pé, com o mínimo de roupas possível, de costas para a escala da balança, com afastamento lateral dos pés, estando a plataforma entre os mesmos. Em seguida coloca-se sobre e no centro da plataforma, na posição anatômica com o peso do corpo igualmente distribuído entre ambos os pés, ereto e com o olhar num ponto fixo à sua frente. A medida é registrada com resolução de 100g. Para garantir maior precisão e fidedignidade de medidas é recomendável queantesdeumabateriademedidasabalançasejanivelada,utilizando-seumnível de bolha, e que se verifique sua aferição utilizando um peso padrão. Estatura Instrumento: Estadiômetro Procedimentos: Para a medida da estatura, que é a distância entre a planta dos pés e o vértex (ponto mais alto da cabeça), o avaliado deve estar descalço ou com meias finas e o mínimo possível de roupas para que a posição do corpo possa ser vista. O avaliado deve ficar em posição anatômica sobre a base do estadiômetro que deveformarumânguloretocomabordaverticaldoaparelho.Amassadoavaliado deve ser distribuída em ambos os pés, e a cabeça posicionada no Plano Horizontal deFrankfurt.Osbraçoslivrementesoltosaolongodotronco,comaspalmasvoltadas para as coxas. O avaliado deve manter os calcanhares unidos e tocando a borda vertical do estadiômetro. As bordas mediais dos pés devem formar um ângulo de aproximadamente60º.SeoavaliadotemGenuValgo os pés são separados até que Avaliação Física emAcademia 18
  • 18. as bordas mediais dos joelhos estejam em contato, mas não sobrepostas. As escápulas e o glúteo ficam em contato com a borda vertical do aparelho. Os calcanhares, glúteos, escápulas e a porção posterior do crânio de alguns sujeitos não podem ser colocados em um plano vertical enquanto mantêm uma razoável posturanatural.Estesindivíduossãoposicionados,então,deformaquesomenteos glúteos, os calcanhares e o crânio estejam em contato com a borda vertical do aparelho. Ao avaliado é solicitado que realize uma inspiração profunda e que se mantenha em posição completamente ereta sem que alterne a massa corporal sobre os calcanhares. O cursor do aparelho é colocado sobre o ponto mais alto da cabeça com pressão suficiente para comprimir o cabelo.Amedida é registrada com uma resolução de 0,1 cm. Perímetros Corporais Instrumento: Trenametálica Procedimentos: A trena deve ser colocada sobre a pele nua sem pressioná-la excessivamente, pois como a medida é realizada sobre partes moles isso poderia alterar o real valor da medida. O ideal é utilizar um elástico preso à argola localizada no início da fita metálica, mantendo-o em sua distensão normal durante toda a medida. As medidas devem ser realizadas mantendo-se a trena sempre transversal ao segmento que está sendo medido. Segurando-se a trena com a mão esquerda e o elástico com a mão direita, e trocando-se as mãos com as escalas se cruzando, para que a leitura da medida seja facilitada.Aleitura é realizada com resolução de 0,1cm. Uma característica das medidas de perímetros corporais é que apresentam diferentes padrões para uma mesma medida. Quando nosso objetivo Avaliação Física emAcademia 19
  • 19. é apenas de acompanhamento das medidas devemos escolher o padrão mais adequado às nossas necessidades e possibilidades, repetindo-os da mesma forma nas reavaliações. Entretanto, se optarmos pela utilização de métodos de predição de componentes corporais ou pela utilização de índices corporais, deveremos seguir a padronização proposta para a técnica escolhida. Serão apresentadas, a seguir, algumas das medidas de perímetros mais utilizadas nas áreas de Educação Física, Nutrição, Medicina e Ciências do Esporte. Pescoço A medida é realizada com o avaliado sentado ou em pé, desde que esteja com a coluna ereta e a cabeça com o olhar orientado pelo Plano Horizontal de Frankfurt.Atrena deve ser posicionada na menor circunferência do pescoço, logo acima da proeminência laríngea (pomo de Adão). A medida é realizada com aproximação de 0,1 cm, com a trena perpendicular ao eixo longo do pescoço, o que não será necessariamente vertical. Tórax Esta medida é realizada no plano horizontal, no final de uma expiração normal, com o avaliado em pé, colocando-se a trena na altura da quarta articulação esterno costal. Podem ser encontrados, também na literatura, dois outros pontos para a execução desta medida, na altura dos mamilos ou na altura do apêndice xifóide do esterno. Avaliação Física emAcademia 20
  • 20. Punho É a circunferência medida transversalmente sobre os processos estilóides do rádio e da ulna. Braço A medida do perímetro braquial pode ser realizada de três formas diferentes, na primeira o avaliado fica com o braço relaxado e ao longo do corpo, sendo realizada no ponto de maior perímetro aparente. Na segunda ,o avaliado deve ficar com a articulação do cotovelo a 90 graus, no eixo látero-lateral e o braço no plano transversal. A terceira é realizada na mesma posição que a anterior, mas em contração máxima do braço, obtida com o auxílio da outra mão. A exemplo da primeira, nas duas outras, a medida é realizada no ponto de maior perímetro aparente do braço. Avaliação Física emAcademia 21
  • 21. Quadril Esta medida também é realizada no plano transversal, no ponto de maior circunferênciaaparentedosglúteos,comoavaliadoempéecomospésunidos.Esta medidapodeserrealizada,também,naalturadostrocânteresmaioresdosfêmures. Abdome Encontraremos diferentes padrões para esta medida também, sempre no plano transversal.Alguns autores propõe que seja realizada na altura da cicatriz umbilical, outros no ponto de maior perímetro aparente do tronco, e outros, ainda, no ponto médio entre o último arco costal e a crista ilíaca, sendo esta a mais conveniente. Qualquer que seja o padrão, a medida é realizada com o avaliado em posição ortostática. Avaliação Física emAcademia 22
  • 22. Coxa Estamedidapodeserrealizadadeduasformas,coxaproximalecoxamedial. Naprimeiraatrenaéposicionadatransversalmente,imediatamenteabaixodaprega glútea,enasegunda,nametadedadistânciaentrealinhainguinaleabordasuperior da patela. Em ambas, os pés devem estar levemente afastados e o peso do corpo igualmentedistribuídoentreeles. Perna Com o avaliado em pé, com as pernas levemente afastadas e mantendo o peso do corpo igualmente distribuído nos dois pés, posiciona-se a trena transversalmente no ponto de maior circunferência da perna. Avaliação Física emAcademia 23
  • 23. Tornozelo Esta medida é realizada no ponto de menor circunferência do tornozelo, posicionando-seatrenatransversalmente,imediatamenteacimadosmaléoloslateral emedialdatíbia. Espessura de Dobras Cutâneas Instrumento: Compasso de dobras cutâneas Procedimentos: • Identificar e marcar os locais a serem medidos, sempre no hemicorpo direito do avaliado. • Destacar o tecido adiposo do tecido muscular utilizando os dedos polegar e indicador da mão esquerda, e segurar a dobra cutânea até que a leitura da medida tenha sido realizada. • Introduzir as hastes do compasso de dobras cutâneas aproximadamente um centímetro abaixo dos dedos que estão segurando a dobra, de forma que as mesmasfiquemperpendicularesàdobracutânea. Avaliação Física emAcademia 24
  • 24. • Soltarcompletamenteasmandíbulasdocompasso,paraquetodaapressão de suas molas possa atuar sobre o tecido medido. • Executar a leitura da medida no máximo dois a três segundos após a introdução do compasso. • Repetir todo esse processo três vezes não consecutivas, ou seja, mede- se todas as dobras cutâneas escolhidas, depois mede-se todas novamente, e então mais uma vez. • Adotar o valor mediano (intermediário) como sendo a medida da dobra cutânea. • Quando, entre o maior e o menor valor obtido em uma dobra cutânea, houver uma diferença superior a 5%, deverá ser realizada uma nova série de medidas. Aexecuçãodemedidasdedobrascutâneaspodeserfeitaemvárioslugares do corpo, entretanto, são dez os mais utilizados, atendendo as necessidades da maioria das equações preditivas disponíveis na literatura técnica especializada: Tríceps Émedidanafaceposteriordobraço,paralelamenteaoeixolongitudinal,no ponto que compreende a metade da distância entre a borda súpero-lateral do acrômio e o olecrano. Avaliação Física emAcademia 25
  • 25. Subescapular A medida é executada obliquamente em relação ao eixo longitudinal, seguindo a orientação dos arcos costais, sendo localizada a dois centímetros abaixo do ângulo inferior da escápula. Axilar média É localizada no ponto de intersecção entre a linha axilar média e uma linha imaginária transversal na altura do apêndice xifóide do esterno.Amedida é realizada obliquamente ao eixo longitudinal, segundo Petroski (1995), e transversalmente segundo Jackson & Pollock (1978), com o braço do avaliado deslocado para trás, a fim de facilitar a obtenção da medida. Suprailíaca É obtida obliquamente em relação ao eixo longitudinal, na metade da distância entre o último arco costal e a crista ilíaca, sobre a linha axilar média. É necessário que o avaliado afaste o braço para trás para permitir a execução da medida. Avaliação Física emAcademia 26
  • 26. Bíceps É medida no sentido do eixo longitudinal do braço, na sua face anterior, no ponto de maior circunferência aparente do ventre muscular do bíceps. Torácica Éumamedidaoblíquaemrelaçãoaoeixolongitudinal,nametadedadistância entre a linha axilar anterior e o mamilo, para homens; e a um terço da distância da linhaaxilaranterior,paramulheres. Abdominal É medida aproximadamente a dois centímetros à direita da cicatriz umbilical, paralelamente ao eixo longitudinal; exceto segundo a proposta de Lohman et al. (1988), que realiza a medida transversalmente. Avaliação Física emAcademia 27
  • 27. Supra-espinal Essa dobra é utilizada no cálculo do somatotipo de Heath-Carter, sendo medida de cinco a sete centímetros acima da espinha ilíaca anterior, na intersecção entre uma linha horizontal na altura do ponto íleo-cristal e uma linha oblíqua proveniente da borda axilar anterior, destacada num ângulo de 45º. Coxa Émedidaparalelamenteaoeixolongitudinal,sobreomúsculoretofemoral, a um terço da distância entre o ligamento inguinal e a borda superior da patela, segundo proposta por Guedes (1985), e na metade dessa distância, segundo Jackson & Pollock (1978). Para facilitar o pinçamento dessa dobra, o avaliado deverá deslocar o membro inferior direito à frente, com uma semiflexão do joelho, e manter o peso do corpo no membro inferior esquerdo. Panturrilha Medial Para a execução dessa medida, o avaliado deve estar sentado com a articulação do joelho em flexão de 90º, o tornozelo em posição anatômica e o pé sem apoio. Adobra é pinçada no ponto de maior perímetro da perna, com o polegar da mão esquerda apoiado na borda medial da tíbia. Avaliação Física emAcademia 28
  • 28. 6.2 Utilização da espessura de dobras cutâneas: A medida da espessura de dobras cutâneas pode ser utilizada em valores absolutos ou por meio de equações de regressão para a predição da densidade corporal ou da porcentagem de gordura corporal. Estas equações podem ser generalizadas,quandodesenvolvidasapartirdeestudospopulacionaiscomgrupos heterogêneos, ou específicas, que são propostas com base em estudos de grupos homogêneos. São apresentadas na literatura dezenas de equações de predição de densidade ou de gordura corporal a partir da medida da espessura de dobras cutâneas,sendoqueasmaisutilizadasnoBrasilsão:Durnin&Womersley(1974); Faukner (1968); Guedes (1985); Jackson & Pollock (1978); Jackson, Pollock & Ward (1980); Petroski (1995). Teoricamente, as equações generalizadas podem ser usadas para todos os tiposdeindivíduos,porémseusresultadosnãosãotãoprecisosquantosedesejaria. Já as equações específicas só devem ser utilizadas em indivíduos ou grupos que tenham características muito semelhantes às do grupo do qual foram obtidos os dados para a sua elaboração. Quando isso não é levado em consideração, verifica- se uma grande variabilidade nos resultados encontrados nas diferentes equações. Portantoaescolhadeumaequaçãoadequadaparaaanálisedacomposiçãocorporal em determinado grupo é fundamental para se obter conclusões confiáveis. Para evitar erros acentuados é muito importante, quando da escolha de uma equação, verificar com base em que população ela foi elaborada: homens, mulheres, crianças, jovens, idosos, indivíduos ativos, atletas etc. Com relação a atletas, cabe ressaltar que existem equações para diversas modalidades esportivas. É necessário levar-se em consideração que estas equações normalmente vêm de outros países, o que também pode causar equívocos com relação aos resultados. Avaliação Física emAcademia 29
  • 29. 6.2.1 Somatória de dobras cutâneas Considerando que as equações preditivas são específicas para os grupos utilizados para sua elaboração, nem sempre é possível encontrar uma equação que seja válida para o indivíduo ou grupo que se pretende avaliar.Assim,paraevitaros erros associados à escolha de equações inadequadas, pode-se utilizar os valores absolutos das dobras cutâneas individuais ou em somatórias de grupos de dobras, quepodemsercomparadoslongitudinalmenteouapadrõesestabelecidosefornecer umindicativodaquantidadedegorduracorporal,semanecessidadedeserecorrer às equações preditivas. Autilizaçãodosvaloresindividuaisdasdobrascutâneaspermiteverificaro comportamento da distribuição da gordura corporal, verificando se o indivíduo acumula mais gordura na região central ou nos membros, por exemplo. Além disso, com reavaliações periódicas é possível verificar como se comporta a redução das espessuras das dobras cutâneas em decorrência de programas de exercícios ou dietas. Comparaçõeslongitudinaistambémpodemserrealizadascomsomatórias de dobras cutâneas, pois a redução de uma somatória é um bom indicativo da redução de gordura corporal.Aprincipal dificuldade na utilização de somatória de dobrascutâneaséaescassezdevaloresnormativoscomosquaissepossacomparar os resultados da avaliação para fornecer uma interpretação adequada ao avaliado, jánaprimeiraavaliação. No intuito de viabilizar tal interpretação, Costa (2001) realizou estudo populacional na cidade de Santos – SP; e, com base na avaliação de amostra aleatória composta por 1092 indivíduos, de 20 a 69,9 anos de idade, considerou a somatória de cinco dobras cutâneas (tríceps, subescapular, supra-ilíaca, abdominal e coxa media) um bom indicativo da gordura corporal total. Assim, o autor estabeleceu como valores desejáveis para a saúde aqueles que se encontram entre o 10° e o 75° percentis, para a idade e sexo. Acima de P75 e até P90, considera-se o indivíduo em sobrepeso, e acima do percentil noventa, pode-se considera-lo como obeso. Os valores obtidos neste estudo são apresentados nos quadros a seguir: Avaliação Física emAcademia 30
  • 30. Quadro 1. Distribuições de percentis para somatória de cinco dobras cutâneas (∑5), de homens de 20 a 69,9 anos de idade. Quadro 2. Distribuições de percentis para somatória de cinco dobras cutâneas (∑5), de mulheres de 20 a 69,9 anos de idade. É importante deixar claro que esses valores foram obtidos com base na população da cidade de Santos, o que também torna específica a utilização dessa somatória (∑5) com esses valores normativos. Entretanto, sugere-se a realização de novos estudos com o mesmo objetivo, em diferentes regiões do país, a fim de se obter valores normativos regionais e nacionais. Avaliação Física emAcademia 31
  • 31. 6.2.2 Equações preditivas de gordura corporal Existem dezenas de equações para a estimativa da densidade e da gordura corporal, por meio de medidas de dobras cutâneas, sendo que a maioria delas utiliza de duas a sete dobras. Assim, apresentamos aqui algumas das equações mais utilizadas na área da saúde, em nosso país. Equações para crianças e adolescentes (8 a 17 anos): Slaughter et alii (1988) Meninos brancos com somatória das dobras menor ou igual a 35 mm Pré-púbere % G = 1,21 (tríceps + subescapular) – 0,008 (tríceps + subescapular)2 – 1,7 Púbere % G = 1,21 (tríceps + subescapular) – 0,008 (tríceps + subescapular)2 – 3,4 Pós-púbere % G = 1,21 (tríceps + subescapular) – 0,008 (tríceps + subescapular)2 – 5,5 Meninos negros com somatória das dobras menor ou igual a 35 mm Pré-púbere % G = 1,21 (tríceps + subescapular) – 0,008 (tríceps + subescapular)2 – 3,2 Púbere % G = 1,21 (tríceps + subescapular) – 0,008 (tríceps + subescapular)2 – 5,2 Pós-púbere % G = 1,21 (tríceps + subescapular) – 0,008 (tríceps + subescapular)2 – 6,8 Meninos brancos ou negros com somatória das dobras maior que 35 mm % G = 0,783 (tríceps + subescapular) + 1,6 Meninas brancas ou negras com somatória das dobras menor que 35 mm % G = 1,33 (tríceps + subescapular) – 0,013 (tríceps + subescapular)2 – 2,5 Meninas brancas ou negras com somatória das dobras maior que 35 mm % G = 0,546 (tríceps + subescapular) + 9,7 Avaliação Física emAcademia 32
  • 32. Equações para adultos: Equações de Guedes (1985) Estudantes universitários de 17 a 27 anos de idade D = 1,1714 – 0,0671 Log10 (tríceps + suprailíaca + abdominal) Estudantes universitárias de 17 a 29 anos de idade D = 1,1665 – 0,0706 Log10 (coxa proximal + supra-ilíaca + subescapular) Equações de Petroski (1995) Homens do sul do Brasil de 18 a 61 anos de idade D = 1,10726863 – 0,00081201 (subescapular + tríceps + suprailíaca + panturrilha medial)+0,00000212(subescapular+tríceps+suprailíaca+panturrilhamedial)2 – 0,00041761 (idade em anos) Mulheres do sul do Brasil de 18 a 61 anos de idade D = 1,1954713 – 0,07513507 Log10 (axilar média + suprailíaca + coxa + panturrilha medial) – 0,00041072 (idade em anos) Equação de Jackson & Pollock (1978) Homens de 18 a 61 anos de idade D = 1,10938 – 0,0008267 (torácica + abdominal + coxa medial) + 0,0000016 (torácica + abdominal + coxa medial)2 – 0,0002574 (idade em anos) Equação de Jackson, Pollock & Ward (1980) Mulheres de 18 a 55 anos de idade D = 1,0994921 – 0,0009929 (tríceps + supra-ilíaca + coxa medial) + 0,0000023 (tríceps + supra-ilíaca + coxa medial)2 – 0,0001392 (idade em anos). Onde: D = densidade corporal % G = porcentagem de gordura corporal Avaliação Física emAcademia 33
  • 33. Quando são utilizadas equações de estimativa de densidade corporal é necessário converter o resultado em porcentagem de gordura, o que pode ser feito utilizando-seafórmulapropostaporSiri(1961),noentanto,Lohman(1986)verificou que esta fórmula é adequada para homens de 20 a 50 anos, sugerindo diferentes constantes a serem utilizadas de acordo com idade e sexo, que são apresentadas na tabela abaixo. Fórmula de Siri (1961): % = (495/D) - 450 Tabela 1. Correção de constantes para a fórmula de Siri (1961), adaptado de Lohman(1986) I d a d e ( a n o s ) I d a d e ( a n o s ) I d a d e ( a n o s ) I d a d e ( a n o s ) H o m e n sH o m e n sH o m e n sH o m e n s M u l h e r e sM u l h e r e sM u l h e r e sM u l h e r e s 0 7 - 0 80 7 - 0 80 7 - 0 80 7 - 0 8 ( 5 3 8 / D ) - 4 9 7 ( 5 3 8 / D ) - 4 9 7 ( 5 3 8 / D ) - 4 9 7 ( 5 3 8 / D ) - 4 9 7( 5 4 3 / D ) - 5 0 3( 5 4 3 / D ) - 5 0 3( 5 4 3 / D ) - 5 0 3( 5 4 3 / D ) - 5 0 3 0 9 - 1 00 9 - 1 00 9 - 1 00 9 - 1 0 ( 5 3 0 / D ) - 4 8 9 ( 5 3 0 / D ) - 4 8 9 ( 5 3 0 / D ) - 4 8 9 ( 5 3 0 / D ) - 4 8 9 ( 5 3 5 / D ) - 4 9 5 ( 5 3 5 / D ) - 4 9 5 ( 5 3 5 / D ) - 4 9 5 ( 5 3 5 / D ) - 4 9 5 1 1 - 1 21 1 - 1 21 1 - 1 21 1 - 1 2 ( 5 2 3 / D ) - 4 8 1 ( 5 2 3 / D ) - 4 8 1 ( 5 2 3 / D ) - 4 8 1 ( 5 2 3 / D ) - 4 8 1 ( 5 2 5 / D) - 4 8 4 ( 5 2 5 / D) - 4 8 4 ( 5 2 5 / D) - 4 8 4 ( 5 2 5 / D) - 4 8 4 1 3 - 1 41 3 - 1 41 3 - 1 41 3 - 1 4 ( 5 0 7 / D ) - 4 6 4 ( 5 0 7 / D ) - 4 6 4 ( 5 0 7 / D ) - 4 6 4 ( 5 0 7 / D ) - 4 6 4 ( 5 1 2 / D ) - 4 6 9 ( 5 1 2 / D ) - 4 6 9 ( 5 1 2 / D ) - 4 6 9 ( 5 1 2 / D ) - 4 6 9 1 5 - 1 61 5 - 1 61 5 - 1 61 5 - 1 6 ( 5 0 3 / D ) - 4 5 9 ( 5 0 3 / D ) - 4 5 9 ( 5 0 3 / D ) - 4 5 9 ( 5 0 3 / D ) - 4 5 9 ( 5 0 7 / D ) - 4 6 4 ( 5 0 7 / D ) - 4 6 4 ( 5 0 7 / D ) - 4 6 4 ( 5 0 7 / D ) - 4 6 4 1 7 - 1 91 7 - 1 91 7 - 1 91 7 - 1 9 ( 4 9 8 / D ) - 4 5 3 ( 4 9 8 / D ) - 4 5 3 ( 4 9 8 / D ) - 4 5 3 ( 4 9 8 / D ) - 4 5 3 ( 5 0 5 / D ) - 4 6 2 ( 5 0 5 / D ) - 4 6 2 ( 5 0 5 / D ) - 4 6 2 ( 5 0 5 / D ) - 4 6 2 2 0 - 5 02 0 - 5 02 0 - 5 02 0 - 5 0 ( 4 9 5 / D ) - 4 5 0 ( 4 9 5 / D ) - 4 5 0 ( 4 9 5 / D ) - 4 5 0 ( 4 9 5 / D ) - 4 5 0 ( 5 0 3 / D ) - 4 5 9 ( 5 0 3 / D ) - 4 5 9 ( 5 0 3 / D ) - 4 5 9 ( 5 0 3 / D ) - 4 5 9 6.3 Impedância Bioelétrica A análise da impedância bioelétrica é um método rápido, não-invasivo e relativamente barato para avaliar a composição corporal tanto no trabalho de campo quanto na prática clínica; porém antes de optarmos por qualquer técnica de avaliação da composição corporal devemos conhecer as vantagens e limitações da mesma em relação ao grupo ou indivíduo que pretendemos avaliar. A análise da composição corporal por meio desta técnica tem como base a medida da resistência total do corpo à passagem de uma corrente elétrica de 500 a 800 microA, que pode ser mono ou multifreqüencial. Avaliação Física emAcademia 34
  • 34. Os componentes corporais oferecem uma resistência diferenciada à passagem da corrente elétrica; os ossos e a gordura, que contém uma pequena quantidade de água constituem um meio de baixa condutividade, ou seja, uma alta resistência à corrente elétrica. Já a massa muscular e outros tecidos ricos em águaeeletrólitos,sãobonscondutores,permitindomaisfacilmenteapassagemde correnteelétrica. Segundo as leis de Ohm, a resistência de uma substância é proporcional à variação da voltagem de uma corrente elétrica a ela aplicada; desta forma, através de um sistema tetrapolar, onde dois eletrodos são fixados à região dorsal da mão direita e dois à região dorsal do pé direito do avaliado, o aparelho irá identificar os níveis de resistência e reactância do organismo à corrente elétrica, avaliando a quantidadetotaldeáguanoorganismoepredizendo,pormeiodestaquantidadede água, a massa livre de gordura e a quantidade de gordura corporal do indivíduo. Avelocidadeearelativasimplicidadedeexecuçãodométododaimpedância bioelétrica representam uma grande vantagem de sua utilização na academia, no clube ou na clínica.Aprincipal limitação deste método surge quando o avaliado apresentaalteraçõesemseuestadodehidratação;assim,aquantidadedealimentos e líquidos ingeridos pelo avaliado, bem como a atividade física realizada no dia do teste, entre outros fatores como nefropatias, hepatopatias e diabetes podem influenciar o resultado obtido por este método. Conceitos: Impedância Bioelétrica o É a oposição ao fluxo da corrente elétrica no corpo humano, conseqüência da soma vetorial da Resistência e Reactância. Resistência Elétrica o É a oposição ao fluxo da corrente elétrica em qualquer meio (líquido, sólido e gasoso). Reactância Elétrica o É a oposição ao fluxo da corrente elétrica provocada pelas placas capacitivas, que no corpo humano Avaliação Física emAcademia 35
  • 35. Para a realização da análise da composição corporal por meio da impedância bioelétrica o avaliado tem uma participação decisiva, devendo obedecer a uma série de procedimentos prévios ao teste, sem os quais poderá estar comprometendo seu resultado. Procedimentos pré-teste: Manter-se em jejum pelo menos nas 4 horas que antecedem o teste; Não realizar atividades físicas extenuantes nas 24 horas anteriores ao teste; Urinar pelo menos 30 minutos antes do teste; Não ingerir bebidas alcoólicas nas 48 horas anteriores ao teste; Não utilizar medicamentos diuréticos nos 7 dias que antecedem o teste. Permanecer, pelo menos, 5 a 10 minutos deitado em decúbito dorsal, em total repouso, antes da execução do teste. Tão importante quanto seguir a todos estes procedimentos é verificar se as equações contidas no equipamento são adequadas ao avaliado; pois a principal fonte de erro desta técnica é o uso de equações inapropriadas, sem levar em consideração aspectos como idade, sexo, etnia, nível de atividade física e quantidadedegorduracorporal.Nestesentido,existemváriasequaçõesdisponíveis na literatura, para grupos específicos, que devem ser escolhidas cuidadosamente, com base em estudos de validação para o grupo que se pretende avaliar. Cabe ressaltar que, em nosso país, Carvalho (1998) e Yonamine (2000) derivaram equações para impedância bioelétrica baseadas em amostras nacionais, para estudantes universitários e meninos de 12 a 14 anos, respectivamente. Estes cuidados valem também para os novos equipamentos que têm surgido e quevêmatraindoosprofissionaisporseudesignouporapresentaremumautilização mais simples, como os dos aparelhos bi-polares. Autilizaçãodaimpedânciabioelétricanãoseresumeàavaliaçãodagorduracorporal relativaapresentando,também,aplicaçõesclínicasimportantesnoquedizrespeito à monitoração da quantidade de água corporal. Avaliação Física emAcademia 36
  • 36. Um aspecto importante na utilização da impedância bioelétrica para o acompanhamento de programas de emagrecimento é que entre as técnicas duplamente indiretas esta é a única que conta com equações específicas para sujeitos obesos, o que pode significar uma vantagem sobre outras técnicas, nestes casos. Assim como outras técnicas de avaliação da composição corporal, a impedância bioelétrica apresenta vantagens e desvantagens que devem ser conhecidas por seus usuários, bem como procedimentos protocolares que devem ser seguidos rigorosamente a fim de minimizar seu erro de predição. Impedância Bioelétrica – Vantagens o Não requer um alto grau de habilidade do avaliador. o É confortável e não-invasiva. o Pode ser utilizada na avaliação da composição corporal de indivíduos obesos. o Possui equações específicas a diferentes grupos populacionais. Desvantagens o Depende de grande colaboração por parte do avaliado. o Apresenta custo mais elevado que as outras técnicas duplamente indiretas. o É altamente influenciado pelo estado de hidratação do avaliado. o Nem sempre os equipamentos dispõem das equações adequadas aos indivíduos que pretendemos avaliar. Avaliação Física emAcademia 37
  • 37. Avaliação Física emAcademia 38 8. Avaliação de aspectos neuromotores Em nossa rotina de avaliação realizada na academia devemos levar em consideraçãoaspectosneuromotorescomoflexibilidadeeforçamuscular,poissão capacidades físicas diretamente relacionadas com as atividades da vida diária, que auxiliam na identificação do estado inicial do cliente, bem como da sua evolução depois de um período de treinamento. Flexibilidade: Aflexibilidadedesempenhaumpapelimportanteemnumerosasmodalidades desportivas,alémdeexercê-lotambémnavidadiária,Hollmann&Hettinger(1989). SegundooColégioAmericanodeMedicinaDesportiva(1991),umúnicotestenão é capaz de avaliar generalizadamente a flexibilidade corporal total; desta forma, existemváriostestesparamedirosníveisdeflexibilidadeemumaarticulaçãoouem um grupo de articulações, como o eletrogoniômetro, o flexímetro, o flexiteste, o teste de “sentar e alcançar”, entre outros. Descreveremosaquiumtestesimplesqueconstadamaiorpartedasbaterias de testes de aptidão física relacionada à saúde quando a variável a ser avaliada é a flexibilidade, o teste de “sentar e alcançar” proposto porWells & Dillon (1954) e modificadoporCamaione(1978);queapresentaumindicativodaflexibilidadeda região inferior da coluna lombar e da região posterior da coxa. Paraarealizaçãodotestenecessitaremosdeumacaixademadeiramedindo 30,5 cm x 30,5 cm x 30,5 cm, sendo que na parte superior, onde se localiza a escala, haverá um prolongamento de 26,0 cm e o 23º cm da escala coincidirá com o ponto onde o avaliado toca a planta dos pés. O avaliado sentará com os joelhos estendidos,tocandoospésdescalçosnacaixasobaescala,emseguidaposicionará as mãos uma sobre a outra, com os braços estendidos, sobre a escala, e executará uma flexão do tronco à frente, onde se registra o ponto máximo em centímetros atingidopelasmãos.
  • 38. Emborasejaumtestemuitoutilizadoparaavaliaraflexibilidade,otestede sentar e alcançar não mede esta variável, pois isso só é possível utilizando equipamentos que descrevam a amplitude articular em graus. Neste sentido, a melhor forma de avaliar a flexibilidade é utilizando o flexímetro, que mede o ângulo do movimento articular para flexão, extensão, adução e abdução de várias articulações. Como são escassos valores referenciais de amplitude articular, uma boa forma de utilizar o flexímetro é para comparações longitudinais, antes durante e após um período de treinamento físico. AvaliaçãoFísicaemAcademia 39 FlexímetropendularSanny
  • 39. Interpretação dos Resultados do teste de sentar e alcançar: Fonte: Canadian Standardzed Test AvaliaçãoFísicaemAcademia40
  • 40. Avaliação Física emAcademia 41 Força Além do significado que o treinamento de força tem para se alcançar o melhor desempenho pessoal no esporte competitivo, também para a pessoa que pratica esporte por motivos de saúde, um treinamento de força regular, com ou sem cargas adicionais, não deve ser menosprezado,Weineck (1991). Existemquatroboasrazõesquemostramporqueavaliaraforçadosclientes poderia ser de importância vital para o professor de educação física, para o seu programa e para os seus clientes: (1) a força é necessária para uma boa aparência; (2) a força é básica para um bom desempenho nas técnicas; (3) a força é altamente considerada quando da medida de aptidão física e (4) a manutenção da força pode servircomoumaprofilaxiacontracertasdeficiênciasortopédicas,Mathews(1994). Os métodos mais comuns para medir a força muscular são: tensiometria, dinamometria, teste de 1RM (uma repetição máxima) com pesos e determinações por computador da produção de força e trabalho, incluindo medidas isocinéticas de força muscular, McArdle, Katch & Katch (1985). Como podemos observar, são todos métodos que necessitam de aparelhos que normalmentenãoestãoàdisposiçãoemnossarealidadedetrabalho,porissooptamos por administrar dois testes bastante utilizados em nosso meio, o teste abdominal e o de flexão e extensão dos cotovelos. Teste Abdominal: Comestetestemediremosindiretamenteaforçadamusculaturaabdominal, por meio da realização do maior número possível de flexões abdominais em um minuto. O avaliado deve posicionar-se em decúbito dorsal sobre um colchonete, com o quadril e os joelhos flexionados e com as plantas dos pés apoiadas no solo. Os antebraços deverão estar cruzados sobre o tórax, com a palma das mãos voltadas para o mesmo, onde deverão permanecer durante toda a execução do teste. Oavaliadordeverásegurarospésdoavaliadoafimdemantê-losemcontato permanente com o solo e a uma distância que não ultrapasse o diâmetro bi- trocanteriano. Aosinaldoavaliador,quandoestedisparaocronômetro,oavaliado deverá realizar o maior número possível de flexões abdominais, tocando os antebraços nas coxas e retornando à posição inicial, e terminando o teste a um novosinaldoavaliador,quandoocronômetromarcar1minuto.Durantearealização do teste o avaliado poderá, se sentir necessidade, parar para descansar, mas o tempo do teste continuará sendo de 1 minuto.
  • 41. Avaliação Física emAcademia 42 Teste abdominal Teste de flexão e extensão de cotovelos O avaliado deverá iniciar o teste em decúbito ventral, apoiado nas pontas dos pés e nas mãos que deverão estar posicionadas na linha dos ombros, com os cotovelos em extensão.Ao sinal do avaliador o avaliado deverá realizar flexões e extensões dos cotovelos no plano transversal até que o tórax toque o solo. Para mulheres o teste é realizado com o apoio nos joelhos e nas mãos. Neste teste será levadaemconsideraçãoaexecuçãodosmovimentosemritmoconstanteduranteo períodomáximode1minuto. Teste de flexão e extensão dos cotovelos
  • 42. Interpretação dos resultados do teste abdominal: Fonte: Canadian StandardzedTest AvaliaçãoFísicaemAcademia43
  • 43. Interpretação dos resultados do teste de flexão e extensão dos cotovelos: Fonte: Canadian StandardzedTest AvaliaçãoFísicaemAcademia44
  • 44. 9. Avaliação de aspectos metabólicos Como falamos anteriormente, reduzir a quantidade de gordura é um dos principais objetivos dos clientes de academia; outro objetivo comumente relatado pelos clientes é a necessidade de melhorar a sua “condição física”, reclamando que, por exemplo, uma caminhada num ritmo um pouco mais intenso é suficiente para deixá-los cansados. Para ambos os casos será indicado aos clientes a realização de exercícios de predominância aeróbia, que utiliza a gordura como principal substrato energético para a sua realização, além de causar adaptações positivas para o sistema cardiovascular. Desta forma, avaliar a potência aeróbia dos clientes constituirá importante subsídio de trabalho para o professor. Este tipo de avaliação pode ser executado por meio da medida do consumo máximo de Oxigênio (VO2 máx.), que representa a quantidade máxima de Oxigênio captado pelos alvéolos pulmonares, transportado pelo sistema cardiovascular e utilizado pelas células, na unidade de tempo. Dentro da proposta de trabalhar com testes simples, de baixo custo operacional e viáveis, na maior parte das academias, um método indireto para a estimativa do VO2 máx. parece ser o mais indicado. Neste sentido, osTestes de BicicletaErgométricadeÄstrandde8minutosede5minutossãoosmaisutilizados. Teste de Bicicleta Ergométrica de Ästrand de 8 minutos Será realizado em 8 minutos, sendo que nos 4 primeiros minutos o avaliado pedalará na carga 1, correspondente a 50 watts para homens e 25 watts para mulheres, e nos 4 minutos seguintes pedalará na carga 2, que é calculada na proporção de 3 watts por kg de peso corporal para homens e 2 watts por kg de peso corporal para mulheres. O ritmo em que o avaliado pedalará será de 50 rpm para bicicleta mecânica ou 60 rpm para bicicleta eletromagnética. Casosejautilizadaumabicicletamecânica,éimportanteobservarqueelas normalmente marcam a carga em kp, que deverá ser convertido em watts na AvaliaçãoFísicaemAcademia 45
  • 45. seguinte proporção: 1kp = 50 watts.Antes de iniciar o teste deverá ser medida a freqüência cardíaca e a pressão arterial de repouso do avaliado, e ser calculada a carga 2. Durante o teste deverá ser medida a freqüência cardíaca e a pressão arterial do avaliado a cada minuto. Para a medida da freqüência cardíaca serão utilizados os 15 últimos segundos de cada minuto e o resultado será multiplicado por 4 para que se obtenha o número de batimentos por minuto (bpm). Desta forma, se pudermos contar com um frequencímetro, nosso trabalho será muito facilitado, já que basta apenas fazer a leitura da freqüência cardíaca no final de cada minuto. Iniciada a carga 2 espera-se que o avaliado atinja 120 bpm no segundo minuto desta carga, caso isso não aconteça a carga deverá ser aumentada em mais 25 watts e o teste deverá prosseguir por mais 4 minutos. Entre o 3º. e o 4º. da carga 2, espera-se que a freqüência cardíaca se estabilize (steady-state) entre 140 e 170 bpm, o que será identificado por uma diferença igual ou inferior a 4 bpm do 3º. para o 4º. desta carga, caso isso não aconteça, o avaliado deverá pedalar por mais 1 ou 2 minutos na mesma carga e a estabilização deverá ocorrer. Durante o teste é importante verificar se o avaliado não apresenta sintomas ou sinais que determinem a interrupção do teste: a) angina b) dispnéia e fadiga excessiva c) palidez cutâneo-mucosa d) cianose e) aumento exagerado da Pressão Arterial f) queda da Pressão Arterial Sistólica com aumento do esforço g) não aumento da Pressão Arterial Sistólica com aumento do esforço Terminado o teste o avaliador calculará oVO2 máx. utilizando o Nomograma de Ästranddaseguinteforma: 1. Identifica-se a frequência cardíaca atingida pelo avaliado no último minuto do teste na linha do nomograma correspondente a freqüência cardíaca de acordo com o sexo, linha a. AvaliaçãoFísicaemAcademia 46
  • 46. 2. Identifica-se a carga de trabalho correspondente ao último minuto do teste na linha do nomograma correspondente a carga de acordo com o sexo e projeta-se este valor na linha d. 3. Traça-se uma reta entre esses dois pontos, da linha a e da linha d, e na intersecção desta reta com a linha b identifica-se o VO2 máx. absoluto, em litros por minuto. 4. Utiliza-se a fórmula de correção por idade. Uma vez encontrado o VO2 máx. absoluto corrigido pela idade calcula-se o VO2 máx. relativo, em mililitros de Oxigênio por quilograma de massa corporal por minuto, multiplicando o valor do VO2 máx. corrigido pela idade por 1000 e dividindo o resultado pela massa corporal do avaliado. O gasto calórico pode ser calculado multiplicando-se o VO2 máx. corrigido pela idade por 5. AvaliaçãoFísicaemAcademia 47 Teste Cicloergométrico
  • 48. 1. Corrigir o VO2 máx. pela idade usando a fórmula: a. VO2 máx corrigido pela idade = VO2 máx obtido x (- 0,009 x idade + 1,212) 2. Converter o VO2 máx absoluto (l/min) para VO2 máx relativo (ml/kg/ min) usando a fórmula: a. VO2 máx relativo = (VO2 máx absoluto x 1000)/massa corporal 3. Calcular o Gasto Calórico multiplicando oVO2 máx corrigido pela idade por 5. Teste de Bicicleta Ergométrica de Ästrand de 5 minutos O avaliado deverá pedalar por 5 minutos a uma carga de trabalho que varia de acordo com o sexo: 100 a 150 watts para homens e 50 a 100 watts para mulheres. Registra-se a freqüência cardíaca no 4º e no 5º minuto do teste. A freqüência cardíaca de carga deverá estar entre 120 e 170 bpm e, preferencialmente, acima de 140 bpm. Após a realização dos 5 minutos de teste, utiliza-se as fórmulas abaixo para a estimativa do VO2 máx. absoluto (l/min.), em seguida os procedimentos são os mesmos adotados no teste de 8 minutos, para correção pela idade, cálculo do VO2 máx. relativo (ml/kg/min.) e cálculo do gasto calórico. Homens VO2 máx. = {134/[(FC no 5º min. + FC no 4º min.)/2] – 61} x (0,014 x carga + 0,129) Mulheres VO2 máx. = {126/[(FC no 5º min. + FC no 4º min.) /2] – 72} x (0,014 x carga + 0,129) Teste de Banco do Queens College para universitários. Às vezes não dispomos de ergômetros na academia, neste caso, uma forma viável para a estimativa do VO2 máx. é a utilização de testes de banco. Uma boa opção é a utilização do Teste de Banco do Queens College, que pode ser utilizado para adultos jovens ativos. AvaliaçãoFísicaemAcademia 49 CÁLCULOS
  • 49. Este teste requer um banco com 41 cm de altura, um metrônomo para estabelecer o ritmo do movimento de subida e descida e um cronômetro. Os avaliados deverão realizar o teste em 4 tempos: para cima com o pé esquerdo, para cima com o pé direito, para baixo com o pé esquerdo e para baixo com o pé direito. Na posição elevado as articulações do joelho e do quadril do avaliado deverão estar completamente estendidas. O ritmo do metrônomo deverá ser de 88 contagens por minuto para mulheres e 96 para homens.Assim que o avaliado estiver no ritmo (em não mais do que 15 segundos) deve-se iniciar a cronometragem de 3 minutos.Após este tempo o avaliado deverá ficar parado em pé, devendo o avaliador localizar o pulso da carótida em 5 segundos e contar os batimentos cardíacos por 15 segundos, devendo ao final multiplica- los por 4. No caso de utilização de freqüencímetro, a leitura deverá ser feita após 20 segundos de terminado o teste. Afreqüência cardíaca medida é utilizada para a estimativa do VO2 máx. utilizando-se as fórmulas abaixo: Mulheres VO2 máx. = 65,81 – 0,1847 (FC) Homens VO2 máx. = 111,33 – 0,42 (FC) Neste teste o resultado já é dado em ml/kg/min., portanto, para o cálculo do gasto calórico é necessário multiplicar o resultoado pela massa corporal e dividi-lo por 1000, então multiplicar por 5. Assim se obtém o resultado em kcal/min. AvaliaçãoFísicaemAcademia 50
  • 50. Interpretação dos resultados de VO2 máx.: Fonte:AmericanCollegeofSportsMedicine AvaliaçãoFísicaemAcademia51
  • 51. 10. Considerações Finais As rotinas de avaliação e os testes simples apresentados neste manual poderão ser de grande validade para a introdução e manutenção de um trabalho de avaliação física em academias de ginástica ou qualquer outro estabelecimento destinado à prática de exercícios físicos. É claro que existem testes melhores e equipamentos mais sofisticados, entretanto, esta não é a realidade da maior parte das academias brasileiras, sendo que uma proposta diferente da apresentada aqui poderia ser motivo para inviabilizar o departamento de avaliação física. Assim, acreditamos que este material possa contribuir substancialmente para que os profissionais possam realizar um trabalho de qualidade e com baixo custo operacional. AvaliaçãoFísicaemAcademia 52
  • 52. 11. Teste seus conhecimentos! 1) Por que é importante a avaliação física antes do início de um programa de exercícios físicos? 2) O que deve constar numa rotina de avaliação física quando o objetivo é a promoção da saúde? 3) Qual a relação entre a avaliação física e o exame médico? 4) O que é necessário para montar um departamento de avaliação física? 5) Como escolher os equipamentos adequados para avaliação física? 6) O que o avaliado deve saber antes de fazer sua avaliação física? 7) Qual a função da avaliação postural na rotina de avaliação física? 8) Por que avaliar a composição corporal? 9) O que é mais indicado, a técnica antropométrica ou a impedanciometria? 10) Que cuidados devem ser tomados para a realização de medidas de dobras cutâneas? 11) Como as medidas de dobras cutâneas podem ser utilizadas? 12) O que é mais indicado, equações preditivas ou valor absolutos das medidas antropométricas? 13) Qual a função da avaliação de aspectos neuromotores? 14) Que variáveis devem constar nesta avaliação, quando o objetivo é a promoção da saúde? 15) Por que estimar o VO2 máx. dos avaliados? 16) Que tipos de testes podem ser utilizados para a avaliação de aspectos metabólicos? 17) O que deve ser observado durante a realização de esforço submáximo? 18) Que teste é mais indicado, bicicleta ou banco? AvaliaçãoFísicaemAcademia 53
  • 53. 12. Referências Bibliográficas AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Guidelines for Exercise Testing and Prescription. 4ª. ed. Philadelphia. Lea & Febiger, 1991. AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Prova de Esforço e Prescrição de Exercício. Rio de Janeiro. Revinter, 1994. CARNAVAL, P. E. Medidas eAvaliação em ciências do esporte. Rio de Janeiro. Sprint, 1995. CLARKSON, H. M. & GILEWICH, G. B. Avaliação Músculo Esquelética - amplitude de movimento articular e força muscular manual.São Paulo. Manole, 1991. COSTA, R. F; GAGLIARDI, J. F. L. & SANTOS,H. O.Análise da equação de predição da composição corporal - Tática Drinkwater - a partir da somatória de dobras cutâneas. Simpósio Internacional de Cineantropometria da Universidade Católica do Salvador. Salvador, 1992. COSTA, R. F. Composição Corporal: teoria e prática da avaliação. Barureri, Manole, 2001. DAVIS, P. O. & DOTSON, C. O. Certified Fitness Coordinator Training Program. 10ª. ed. Burtonsville. ARA Human Factors, 1991. DE ROSE, E. H., PIGATTO, E. & DE ROSE, R. F. C. Cineantropometria, Educação Física e Treinamento Desportivo. SEED/MEC - Fundação de Assistência ao Estudante. Rio de Janeiro, 1984. FARINATTI, P. T. V. & MONTEIRO, W. D. Fisiologia eAvaliação Funcional. Coleção Fitness Volume I. Rio de Janeiro. Sprint, 1992. AvaliaçãoFísicaemAcademia 54
  • 54. GOMES, A. C. & ARAUJO FILHO, N. P. Cross Training uma abordagem metodológica. Londrina. APEF, 1992. GUEDES, D. P. Estudo da gordura corporal através da mensuração dos valores de densidade corporal e da espessura de dobras cutâneas em universitários, Dissertação de Mestrado. Santa Maria. Universidade Federal de Santa Maria, 1985. GUEDES, D. P. & SOUZA, D. B.Aspectos cineantropométricos no treinamento de futebolistas. In: Futebol: Bases científicas do treinamento físico. Rio de Janeiro. Sprint, 1987. GUEDES, D. P. Crescimento, composição corporal e desempenho motor em crianças e adolescentes do município de Londrina (PR), Brasil. Tese de Doutorado. São Paulo. Universidade de São Paulo, 1994. HEYWARD, V. H. Advanced fitness assessment and exercise prescription. Champaign. Human Kinetics Books, 1991. HOLMANN W. & HETTINGER T. Medicina de Esporte. São Paulo. Manole, 1989. KISS, M. A. P. D. M. Avaliação em Educação Física - Aspectos biológicos e educacionais. São Paulo. Manole, 1987. LEITE, P. F. Aptidão Física - Esporte e Saúde. 2ª. ed. São Paulo. Robe, 1990. LOHMAN, T. G. Advances in body composition assessment. Champaign. Human Kinetics Publishers, 1992. MARINS, J. C. B. & GIANNICHI, R. S.Avaliação & Prescrição deAtividade Física: guia prático. Rio de Janeiro, Shape, 1996. AvaliaçãoFísicaemAcademia 55
  • 55. MORROW Jr., J. R.; JACKSON, A. W.; DISH, J. G. & MOOD, D. P. Medida Avaliação do Desempenho Humano. 2ª ed. PortoAlegre,Artmed, 2003. McARDLE, W. D., KATCH, I. F. & KATCH, V. L. Fisiologia do Exercício - Energia, Nutrição e Desempenho Humano. 4ª ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 1998. MATHEWS D. K. Medida e avaliação em Educação Física. 5ª. ed. Rio de Janeiro. Interamericana, 1980. MATTAR, R. & GOMES, P. S. C. Human body composition assessment by Bioeletrical Impedance (BIA) - methodology and applications. II Congresso Paulista de Medicina Desportiva. São Paulo, 1993. MATSUDO, V. K. R. Testes em ciências do esporte. 5ª. ed. São Caetano do Sul. Gráficos Burti, 1995. POLLOCK, M. L. & WILMORE, J. H. Exercícios na saúde e na doença. 2ª. ed. Rio de Janeiro. Medsi, 1993. SOBRAL, F. & BARREIROS, M. L. M. Fundamentos e técnicas de avaliação em Educação Física. Lisboa. Universidade Técnica de Lisboa, 1980. TRITSCHLER, K. Medida e Avaliação em Educação Física e Esportes de Barrow & McGee. 5ª ed. Barueri, Manole, 2003. WEINECK, J. Biologia do esporte. São Paulo. Manole, 1991. AvaliaçãoFísicaemAcademia 56
  • 56. American Medical do Brasil Ltda. Rua Brasil, 791/795 - V. Vivaldi - São Bernardo do Campo - SP HP www.sanny.com.br E-Mail: sanny@sanny.com.br