1. grazia.tanta@gmail.com 29/09/2017 1
Democracia? Eleições democráticas? Onde?
1. Um dos aspetos basilares da democracia é que o direito de votar
é igual ao de poder ser eleito.
Onde isso não acontece, não há democracia; a não ser para
recuados ou aldrabões que entendam democracia = folclore
eleitoral + ausência de polícia política;
2. Quando a Constituição (artº 10º) refere que “ os partidos
políticos concorrem para a organização e para a expressão da
vontade popular” toda a população é desconsiderada, tomada
como massa de incapazes e ignorantes, necessitada de uma
casta que zele por si.
E portanto, relegada à condição de uma desprezada massa
de eunucos políticos.
3. Dentro dessa receita totalitária constitucional, enquistou-se uma
casta, um pentapartido que maneja o erário público, ocupa o
aparelho de estado, procede a negócios escusos e é pago com
mordomias, im(p)unidades, subvenções e isenções de impostos.
Por isso é sempre criativo quanto às formas de aumentar a
carga fiscal, o abastecimento do pote;
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Como é criativo a criar comissões, direções, grupos de
trabalho, planos ou, a adjudicar trabalhos a empresas
“amigas”.
4. A casta autorreproduz-se, é endogâmica como as velhas
nobrezas, só aparecendo nas ruas, em períodos eleitorais, em
campanhas de charme, para beijocar crianças e velhinhas, entre
cornetas e bandeirolas. Fora dessas ocasiões, dedicam-se a
alimentar os media com soníferas banalidades ou, com debates
onde prepondera um pensamento único e que mais parecem
espetáculos do mais reles wrestling.
5. A casta circula em ambientes fechados e guardados, como S.
Bento, administrações de empresas, escritórios de advocacia,
universidades, cargos públicos, aeroportos e restaurantes caros.
6. A casta vive bem e confortável no seio das suas rígidas
hierarquias partidárias, fechadas que estão todas as formas
democráticas de decisão sobre a res publica, a toda a
população; e mesmo no seu seio;
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Tudo se resolve intramuros, em parceria com empresários e
consultores e a população só é ouvida em aldrabices como o
orçamento participativo.
7. Depois de eleitos, agem como lhes convém, sem prestação de
contas; igualando representação com sacralização, são
inamovíveis dos cargos, por mais lesiva que seja a sua atuação;
Os chamados eleitores são impedidos de qualquer ação ou
votação que os despeça;
Mesmo os referendos só são possíveis se decididos pela
casta e validados por uma instituição inútil como a Presidência
da República, reminiscência realenga, fora do prazo de
validade.
8. Democracia é autogestão, decisão popular, ausência da mãe da
toda a corrupção, a classe política.
Por tudo o que sumariamente se disse, votar na casta, no âmbito de
um modelo de representação que a perpetua é, como dizia Sartre,
“uma armadilha para parvos”.
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