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Amélia Earhart- A eterna Rainha do Ar passou pelo
Brasil em sua última aventura.
Texto Cláudia Terra #cmdterra
Matéria publicada na edição 82 da Revista Frequência Livre
Amélia é mais conhecida internacionalmente por ter sido a primeira mulher a fazer voos
solos sobre o Atlântico em 1932, auge da aviação desportiva nos Estados Unidos (ela fez
2 voos no mesmo ano). O primeiro foi realizado em 21 de maio, quando bateu o recorde
de tempo mais curto na travessia transatlântica, com 13 horas e 30 min, um feito
extraordinário para aqueles tempos. Essa grandiosa viagem foi realizada no seu segundo
avião, no monomotor vermelho Lockheed Electra Modelo l0E o sufixo E. Earhart
escreveu um livro sobre o seu primeiro voo sobre o Atlântico, chamado 20 Horas e 40
Min. Atualmente essa travessia é concluída em menos de 7 horas. Feito que deu a Earhart
o apelido de Lady Lindy e popularidade comparada a das grandes atrizes do cinema
atual. Recebia inúmeras homenagens, era considerada uma heroína nacional, estava
sempre na mídia, conseguia muitos patrocínios para as suas viagens. Ela participava de
muitos eventos, fazia palestras e ganhava muitos dores por isso, permitindo-lhe ter um
estilo de vida luxuoso.
Esta aventura sobre o Atlântico foi realizada com sucesso, após 5 anos do primeiro voo
transatlântico da história, o voo solo do americano Charles Linderberg. O lendário piloto,
que, entre outras façanhas, com suas viagem provou ao mundo a confiabilidade do avião.
Ele fez vários voos pela America Latina e ajudou a empresa aérea Pan American, fundada
em 1927, a decolar com seu novo serviço da época, o correio aéreo. Serviço que
conectava as Américas do Norte, Central e do Sul. A criação dos correios aéreos foi
lançada pela colombiana Scadida, em 1925, mas não foi aceita pelos Estados Unidos,
que preferiu bloquear as companhias Aéreas latinas, comprando-as, assumindo e
monopolizando as rotas de correios entre as Américas para não ter uma empresa
estrangeira oferecendo este serviço.
A história da heroína do ar começa despretenciosamente quando, durante um show aéreo
na Flórida, em 1920, acompanhada por seu pai, ela fez um voo panorâmico de 10 minutos
e desde então a paixão pelos aviões a acompanhou por toda a sua emocionante vida.
Após esse mágico voo, Amélia disse: “ eu sabia que eu mesma tinha que voar, tinha
que pilotar”. Em 1921 fez sua grande estreia nos céus como piloto, com ótimos voos e
outros nem tanto, em especial nas aterrissagens, quando com certa frequência se
acidentava.
Mas para o espírito aventureiro de Earhart, voar poderia ser mais emocionante com
novos objetivos no horizonte, então ela começou a bater recordes.Em 1922, conquistou
o recorde em altitude, com voo de 14 mil pés. Recorde alcançado no seu primeiro avião,
um biplano, o Kinner Airster amarelo, que ela o batizou de Canário. Com essa conquista
ela foi considerada pela mídia como uma das melhores pilotos femininas do país. Em
junho de 1928 ela fez uma viagem, de 2 dias, como tripulante, em um Fokker na travessia
do atlântico, tornando se a primeira mulher a voar sobre esse oceano.
Após esse voo a super piloto sentiu que podia de fato fazer um voo sob o seu comando,
assim, nos dias 20 e 21 de maio,de 1932 , ela parte para a sua mais famosa e aclamada
conquista, a travessia do Atlântico. Voo solo que Amélia realizou voando sozinha,
apesar de ela não ter sido boa na navegação aérea. Ela conseguiu realizar o surpreendente
o voo, batendo também o recorde de velocidade na travessia heroica. Esse histórico voo
deu muita fama e muito prestígio à aviadora, que se tornou uma celebridade nos Estados
Unidos.
As viagens de Amélia continuaram. Em 1935 ela fez voos transpacífico, com sucesso
onde vários pilotos antecessores fracassaram.
Resumo das históricas realizações de Amélia Earhart:
Recorde mundial de altitude feminino: 14.000 pés (1922)
Primeira mulher a voar sobre o Atlântico (1928)
Recorde de velocidade de 100 km (e com 226,80 kg de carga) (1931)
Primeira mulher a voar num autogiro (1931)
Recorde de altitude em autogiros: 15 000 pés (4,5 km) (1931)
Primeira pessoa a cruzar os EUA num autogiro (1932)
Primeira mulher a voar solo sobre o Atlântico (1932)
Primeira pessoa a voar solo sobre o Atlântico duas vezes (1932)
Primeira mulher a receber a “Distinguished Flying Cross” (1932)
Primeira mulher a efetuar um voo sem escalas, costa a costa através dos EUA. (1933)
Recorde transcontinental de velocidade feminino. (1933)
Primeira pessoa a voar solo através do Pacífico, entre Honolulu, Hawaii e Oakland,
Califórnia (1935)
Primeira pessoa a voar solo de Los Angeles, Califórnia a Cidade do México, México
(1935)
Primeira pessoa a voar solo, sem escalas da Cidade do México, México a Newark, Nova
Jersei (1935)
Recorde de velocidade de voo leste a oeste de Oakland, California a Honolulu, Hawaii
(1937).
Mas em 1935 a imagem pública de Earhart estava perdendo o seu brilho e a demanda por
ela no circuito de palestras estava se escasseando. Então, no inverno, ela partiu para mais
uma aventura aérea, estabeleceu um recorde mundial, sobrevoando o Pacífico entre
Honolulu, Hawaii para o continente. Centenas de pessoas esperavam para cumprimentá-
la e celebrar o momento. Mas emocionalmente e fisicamente exausta, Amélia não curtiu
as homenagens, ela foi hospitalizada com uma infecção grave e fortes dores nas costas.
Earhart tinha um grande espírito de aventura e muita determinação, mas ela foi também
uma mulher com a saúde frágil durante toda a sua vida. Ela ficava doente com grande
frequência, doenças às vezes ignoradas em nome das realizações dos seus audaciosos e
nobres objetivos, as viagens aéreas. Ela fez muitos voos sem condição de saúde aceitável
para longas horas de navegação aérea sozinha. Ela era audaciosa e um tanto
inconsequente, como revelam os planos do seu mais ambicioso projeto, O Voo de Volta
ao Mundo, anunciando em 1936 e executado em 1937. Este seria o mais ambicioso
projeto de sua vida, e que, de acordo com o seu desejo, seria o ultimo voo dessa
magnitude “é o meu canto do cisne, é minha cobertura sobre o bolo”, disse Amélia a um
amigo. E ironicamente foi de fato, a sua última viagem em nossa dimensão.
Então os preparativos para a grande viagem começaram. O avião custou US$80.000. Era
um Lockheed Electra, aeronave mais avançada da época. Foi revisada para o longo voo,
teve substituídos os assentos de passageiro por tanques de combustível extras. Amélia
dizia que sua viagem era um experimento que traria benefícios para a aviação. E, em suas
palavras,: ! “esse avião é um laboratório real que voará equipado com os mais recentes
instrumentos. E espero realizar algo realmente valioso para aviação”. Além de se preparar
para o voo de volta ao mundo, ela supervisionava também a construção de uma nova e
luxuosa casa em Hollywood estava fisicamente doente e emocionalmente exausta. Ela
simplesmente não estava em boas condições para a tamanha viagem. Além disso, ela não
quis aprender a usar rádio de comunicação durante os voos, não considerava isso
importante. É incrível imaginar que ela pilotava sem uso de rádio e sem auxílio de um
navegador. Nessa época não existia o GPS e previsão do tempo precisa. Ela só usou
navegador para este voo de volta ao mundo. Mesmo assim aceitou por conta da insistente
recomendação de amigos e técnicos. Porém, nem mesmo a companhia de um navegador,
recomendado especialmente para o trecho da viagem sobre o Pacífico para a pequena
ilha Howland (cerda de 2500 milhas de voo até o atol de apenas uma milha e meia de
largura) não foi o suficiente para o êxito da grande viagem.
Em 20 de março de 1937, Earhart tentou decolar do Havaí para dar início ao grande
empreendimento, mas na extremidade da pista, ela perdeu o controle do
avião. A aeronave caiu, ficando seriamente danificada. Depois do investimento de 34 mil
dólares na recuperação o Electra estava pronto para a missão. Por conta do mau tempo
mudaram a rota, conseguiram vistos de 20 país, incluindo o Brasil, além disso, tiveram
que arrumar um novo navegador, já que anterior desistiu da viagem após o acidente da
primeira tentativa de decolagem de Amélia.
Durante os preparativos desta grande viagem alguém a perguntou qual trecho da rota a
preocupava, ela disse: “África! Isso me assusta. Se você tiver que fazer um pouso
forçado, ninguém ti encontrará naquela selva”. E sobre o trecho no Pacífico ela
respondeu: " você não pode perder uma ilha, não importa em que latitude você esteja".
Ao que parece, ela subestimou os desafios dessa travessia. No último minuto da
decolagem Amélia deixou para trás seu o paraquedas, o seu bote salva-vidas e até
mesmo seu amuleto de boa sorte, uma pulseira. Ela também não quis levar a chave de
código morse e outros importantes instrumentos de comunicação. Durante sete dias, ela
voou ao longo da costa da América Central e do Sul e, em seguida, do outro lado do
Atlântico Sul para a África.
Finalmente os dois aviadores decolaram no dia 1º de junho, de Miami, Flórida e deram
início à grande missão. Em 2 de junho, estavam na Venezuela. No dia 3 Amélia e o seu
navegador estavam Guiana. Depois voaram para o Brasil, passando por Fortaleza-CE e
em 5 de junho, às 7 da manhã, estavam em Nata-RN, aqui Amélia e o seu navegador
Noonan foram recebidos com muita cerveja e Champanhe. Ela, sempre muito simpática,
concedeu entrevistas e fez várias fotos. Na madrugada do dia seguinte, decolaram do
aeroporto de Natal para à África, concluíram o percurso em pouco mais de 13 horas de
voo. Earhart voou sobre a África sem incidentes.
Em 2 de julho de 1937, Earhart e Noonan decolaram de Lei, Nova Guiné, com 22 mil
milhas de voo. Apenas sorte poderia orientá-los para a Ilha Howland, trecho de apenas 7
mil milhas para concluírem a viagem. Ela não tinha a chave do código morse. Amélia e
Noonan chegaram muito perto da Ilha Howland, na manhã do dia 02 de julho, mas não
conseguiram encontrá-la. Às 7:42 horas, ela pelo rádio disse: "Nós devemos estar sobre
vocês, mas não posso vê-los, o combustível está acabando. Minutos mais tarde, um outro
relatório:" Nós estamos circulando, mas não posso ouvi-los ". Às 08:43 horas a voz de
Amélia, estridente e sem fôlego dizia: “ estamos na linha em 157.337. Vamos repetir a
mensagem. Vamos repetir. Estamos indo na linha norte e sul”. A Guarda Costeira
continuou a ouvir e transmitir em cada frequência possível, mas sua voz não foi ouvida
novamente. A aviadora Amélia Earhart nunca chegou à Ilha Howland.
O governo enviou 10 navios e 65 aviões de busca para o Pacífico por mais de duas
semanas e nada encontraram. Sua morte foi declarada em 5 de Janeiro de 1939.
Amélia Earhart não veio de família rica, foi surpreendente o que ela conquistou diante de
todas as dificuldades. Ela se destacou em um ambiente novo e conquistou muitas vitórias
em um mundo dominado por homens. Ela viveu como se fosse invencível. Em um dos
seus poemas não publicado ela mencionava a compreensão clara de que a sua morte
nunca estivera muito longe. O desaparecimento de Earhart é ainda um dos grandes e
muitos mistérios não resolvidos de aviação mundial.
A ousada aviadora, rainha dos céus americanos está eternizada na memória de muitos
que curtem aviação e aventura, em vários museus, pelo cinema e monumentos em alguns
países, que não a deixa se perder no tempo. A mais recente homenagem foi a presença
da super piloto em Uma Noite no Museu 2, lançado em 2009, em que Amélia é
interpretada pela atriz italiana Amy Adams. Earhart aparece pilotando o seu Lockheed
Electra vermelho e consegue sair voando no contraditório Flayer dos irmãos Wright.
Mas Amélia Earhart é também homenageada em Hialeah, Miami, Flórida com um
belíssimo parque de lazer que leva o seu nome, fundado em 1980. O parque tem 515
acres de área e integra o Miami Dade County. Lá o visitante paga cerca de 10 dólares e
tem ao seu dispor muitas atividades para a família toda, além de espaço para esportes
como mountain bike para vários níveis técnicos, skate, campos de golfe, uma
minifazenda com animais para o visitante alimentar, parque infantil, áreas amplas para
passeios com animais de estimação, minizoológico, lagos para pesca e prática de
esportes. Este ano o parque teve ampliada sua área de lazer com a criação do complexo
para esportes aquáticos amadores e realização de campeonatos, em especial de
Wakeboard, uma mistura de esqui aquático e surf.
Amélia Mary Earhart nasceu em 24 de julho 1897, no Kansas. Ela teve uma infância
difícil, mas viveu uma vida com grandes realizações na aviação, seu maior sonho. Ela
também adorava livros, gostava de recitar poesia e praticava esportes como basquete e
tênis e gostava de escrever poesias, de fotografia. Ela era pacifista, tinha muita
consciência social, usou a fama para promover suas causas. Earhart viu-se na vanguarda,
saiu dos padrões da sua época. Teve grande vivência no mundo predominantemente
masculino: “eu tive experiência prática de conhecer a discriminação contra as mulheres
em várias formas, inclusive na aviação. Um piloto é um piloto! Espero que essa igualdade
chegue à aviação e a outros campos, de modo que homens e mulheres atinjam igualmente
qualquer objetivo que desejarem por sua capacidade e mérito”.
A super piloto, para ser respeitada, cortou os seus cabelos e raramente usava visual
considerado mais apropriado para mulheres. Sua assessoria também recomendava que ela
não sorrisse durante as fotos, por causa da falha entre os seus dentes frontais. Em nossos
tempos, a aviação felizmente está bastante evoluída e segura para qualquer pessoa. Dar a
volta ao mundo voando está muito mais fácil. Ainda está difícil viver em terra firme com
a turbulência machista e com outros vícios primários da humanidade presentes por todo o
planeta, mas quê, para a alegria de todos (as) a evolução segue em progresso entre
homens e mulheres modernos do nosso tempo.
Que o legado de Amélia Earhart continue inspirando novas mulheres a saírem do chão e
até de suas realidades em busca de novos horizontes mais radicais e emocionantes, para
além dos padrões do século 21 e aos homens a respeitarem e aplaudirem os novos
talentos femininos do ar. Que todos cheguem felizes aos seus destinos. Nunca percam do
horizonte os seus sonhos. Um ótimo 2016!

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  • 1. Amélia Earhart- A eterna Rainha do Ar passou pelo Brasil em sua última aventura. Texto Cláudia Terra #cmdterra Matéria publicada na edição 82 da Revista Frequência Livre
  • 2. Amélia é mais conhecida internacionalmente por ter sido a primeira mulher a fazer voos solos sobre o Atlântico em 1932, auge da aviação desportiva nos Estados Unidos (ela fez 2 voos no mesmo ano). O primeiro foi realizado em 21 de maio, quando bateu o recorde de tempo mais curto na travessia transatlântica, com 13 horas e 30 min, um feito extraordinário para aqueles tempos. Essa grandiosa viagem foi realizada no seu segundo avião, no monomotor vermelho Lockheed Electra Modelo l0E o sufixo E. Earhart escreveu um livro sobre o seu primeiro voo sobre o Atlântico, chamado 20 Horas e 40 Min. Atualmente essa travessia é concluída em menos de 7 horas. Feito que deu a Earhart o apelido de Lady Lindy e popularidade comparada a das grandes atrizes do cinema atual. Recebia inúmeras homenagens, era considerada uma heroína nacional, estava sempre na mídia, conseguia muitos patrocínios para as suas viagens. Ela participava de muitos eventos, fazia palestras e ganhava muitos dores por isso, permitindo-lhe ter um estilo de vida luxuoso. Esta aventura sobre o Atlântico foi realizada com sucesso, após 5 anos do primeiro voo transatlântico da história, o voo solo do americano Charles Linderberg. O lendário piloto, que, entre outras façanhas, com suas viagem provou ao mundo a confiabilidade do avião. Ele fez vários voos pela America Latina e ajudou a empresa aérea Pan American, fundada em 1927, a decolar com seu novo serviço da época, o correio aéreo. Serviço que conectava as Américas do Norte, Central e do Sul. A criação dos correios aéreos foi lançada pela colombiana Scadida, em 1925, mas não foi aceita pelos Estados Unidos, que preferiu bloquear as companhias Aéreas latinas, comprando-as, assumindo e monopolizando as rotas de correios entre as Américas para não ter uma empresa estrangeira oferecendo este serviço.
  • 3. A história da heroína do ar começa despretenciosamente quando, durante um show aéreo na Flórida, em 1920, acompanhada por seu pai, ela fez um voo panorâmico de 10 minutos e desde então a paixão pelos aviões a acompanhou por toda a sua emocionante vida. Após esse mágico voo, Amélia disse: “ eu sabia que eu mesma tinha que voar, tinha que pilotar”. Em 1921 fez sua grande estreia nos céus como piloto, com ótimos voos e outros nem tanto, em especial nas aterrissagens, quando com certa frequência se acidentava. Mas para o espírito aventureiro de Earhart, voar poderia ser mais emocionante com novos objetivos no horizonte, então ela começou a bater recordes.Em 1922, conquistou o recorde em altitude, com voo de 14 mil pés. Recorde alcançado no seu primeiro avião, um biplano, o Kinner Airster amarelo, que ela o batizou de Canário. Com essa conquista ela foi considerada pela mídia como uma das melhores pilotos femininas do país. Em junho de 1928 ela fez uma viagem, de 2 dias, como tripulante, em um Fokker na travessia do atlântico, tornando se a primeira mulher a voar sobre esse oceano. Após esse voo a super piloto sentiu que podia de fato fazer um voo sob o seu comando, assim, nos dias 20 e 21 de maio,de 1932 , ela parte para a sua mais famosa e aclamada conquista, a travessia do Atlântico. Voo solo que Amélia realizou voando sozinha, apesar de ela não ter sido boa na navegação aérea. Ela conseguiu realizar o surpreendente o voo, batendo também o recorde de velocidade na travessia heroica. Esse histórico voo deu muita fama e muito prestígio à aviadora, que se tornou uma celebridade nos Estados Unidos.
  • 4. As viagens de Amélia continuaram. Em 1935 ela fez voos transpacífico, com sucesso onde vários pilotos antecessores fracassaram. Resumo das históricas realizações de Amélia Earhart: Recorde mundial de altitude feminino: 14.000 pés (1922) Primeira mulher a voar sobre o Atlântico (1928) Recorde de velocidade de 100 km (e com 226,80 kg de carga) (1931) Primeira mulher a voar num autogiro (1931) Recorde de altitude em autogiros: 15 000 pés (4,5 km) (1931) Primeira pessoa a cruzar os EUA num autogiro (1932) Primeira mulher a voar solo sobre o Atlântico (1932) Primeira pessoa a voar solo sobre o Atlântico duas vezes (1932) Primeira mulher a receber a “Distinguished Flying Cross” (1932) Primeira mulher a efetuar um voo sem escalas, costa a costa através dos EUA. (1933) Recorde transcontinental de velocidade feminino. (1933) Primeira pessoa a voar solo através do Pacífico, entre Honolulu, Hawaii e Oakland, Califórnia (1935) Primeira pessoa a voar solo de Los Angeles, Califórnia a Cidade do México, México (1935) Primeira pessoa a voar solo, sem escalas da Cidade do México, México a Newark, Nova Jersei (1935) Recorde de velocidade de voo leste a oeste de Oakland, California a Honolulu, Hawaii (1937).
  • 5. Mas em 1935 a imagem pública de Earhart estava perdendo o seu brilho e a demanda por ela no circuito de palestras estava se escasseando. Então, no inverno, ela partiu para mais uma aventura aérea, estabeleceu um recorde mundial, sobrevoando o Pacífico entre Honolulu, Hawaii para o continente. Centenas de pessoas esperavam para cumprimentá- la e celebrar o momento. Mas emocionalmente e fisicamente exausta, Amélia não curtiu as homenagens, ela foi hospitalizada com uma infecção grave e fortes dores nas costas. Earhart tinha um grande espírito de aventura e muita determinação, mas ela foi também uma mulher com a saúde frágil durante toda a sua vida. Ela ficava doente com grande frequência, doenças às vezes ignoradas em nome das realizações dos seus audaciosos e nobres objetivos, as viagens aéreas. Ela fez muitos voos sem condição de saúde aceitável para longas horas de navegação aérea sozinha. Ela era audaciosa e um tanto inconsequente, como revelam os planos do seu mais ambicioso projeto, O Voo de Volta ao Mundo, anunciando em 1936 e executado em 1937. Este seria o mais ambicioso projeto de sua vida, e que, de acordo com o seu desejo, seria o ultimo voo dessa magnitude “é o meu canto do cisne, é minha cobertura sobre o bolo”, disse Amélia a um amigo. E ironicamente foi de fato, a sua última viagem em nossa dimensão. Então os preparativos para a grande viagem começaram. O avião custou US$80.000. Era um Lockheed Electra, aeronave mais avançada da época. Foi revisada para o longo voo, teve substituídos os assentos de passageiro por tanques de combustível extras. Amélia dizia que sua viagem era um experimento que traria benefícios para a aviação. E, em suas palavras,: ! “esse avião é um laboratório real que voará equipado com os mais recentes instrumentos. E espero realizar algo realmente valioso para aviação”. Além de se preparar para o voo de volta ao mundo, ela supervisionava também a construção de uma nova e
  • 6. luxuosa casa em Hollywood estava fisicamente doente e emocionalmente exausta. Ela simplesmente não estava em boas condições para a tamanha viagem. Além disso, ela não quis aprender a usar rádio de comunicação durante os voos, não considerava isso importante. É incrível imaginar que ela pilotava sem uso de rádio e sem auxílio de um navegador. Nessa época não existia o GPS e previsão do tempo precisa. Ela só usou navegador para este voo de volta ao mundo. Mesmo assim aceitou por conta da insistente recomendação de amigos e técnicos. Porém, nem mesmo a companhia de um navegador, recomendado especialmente para o trecho da viagem sobre o Pacífico para a pequena ilha Howland (cerda de 2500 milhas de voo até o atol de apenas uma milha e meia de largura) não foi o suficiente para o êxito da grande viagem. Em 20 de março de 1937, Earhart tentou decolar do Havaí para dar início ao grande empreendimento, mas na extremidade da pista, ela perdeu o controle do avião. A aeronave caiu, ficando seriamente danificada. Depois do investimento de 34 mil dólares na recuperação o Electra estava pronto para a missão. Por conta do mau tempo mudaram a rota, conseguiram vistos de 20 país, incluindo o Brasil, além disso, tiveram que arrumar um novo navegador, já que anterior desistiu da viagem após o acidente da primeira tentativa de decolagem de Amélia. Durante os preparativos desta grande viagem alguém a perguntou qual trecho da rota a preocupava, ela disse: “África! Isso me assusta. Se você tiver que fazer um pouso forçado, ninguém ti encontrará naquela selva”. E sobre o trecho no Pacífico ela respondeu: " você não pode perder uma ilha, não importa em que latitude você esteja". Ao que parece, ela subestimou os desafios dessa travessia. No último minuto da decolagem Amélia deixou para trás seu o paraquedas, o seu bote salva-vidas e até mesmo seu amuleto de boa sorte, uma pulseira. Ela também não quis levar a chave de código morse e outros importantes instrumentos de comunicação. Durante sete dias, ela voou ao longo da costa da América Central e do Sul e, em seguida, do outro lado do Atlântico Sul para a África. Finalmente os dois aviadores decolaram no dia 1º de junho, de Miami, Flórida e deram início à grande missão. Em 2 de junho, estavam na Venezuela. No dia 3 Amélia e o seu navegador estavam Guiana. Depois voaram para o Brasil, passando por Fortaleza-CE e
  • 7. em 5 de junho, às 7 da manhã, estavam em Nata-RN, aqui Amélia e o seu navegador Noonan foram recebidos com muita cerveja e Champanhe. Ela, sempre muito simpática, concedeu entrevistas e fez várias fotos. Na madrugada do dia seguinte, decolaram do aeroporto de Natal para à África, concluíram o percurso em pouco mais de 13 horas de voo. Earhart voou sobre a África sem incidentes. Em 2 de julho de 1937, Earhart e Noonan decolaram de Lei, Nova Guiné, com 22 mil milhas de voo. Apenas sorte poderia orientá-los para a Ilha Howland, trecho de apenas 7 mil milhas para concluírem a viagem. Ela não tinha a chave do código morse. Amélia e Noonan chegaram muito perto da Ilha Howland, na manhã do dia 02 de julho, mas não conseguiram encontrá-la. Às 7:42 horas, ela pelo rádio disse: "Nós devemos estar sobre vocês, mas não posso vê-los, o combustível está acabando. Minutos mais tarde, um outro relatório:" Nós estamos circulando, mas não posso ouvi-los ". Às 08:43 horas a voz de Amélia, estridente e sem fôlego dizia: “ estamos na linha em 157.337. Vamos repetir a mensagem. Vamos repetir. Estamos indo na linha norte e sul”. A Guarda Costeira continuou a ouvir e transmitir em cada frequência possível, mas sua voz não foi ouvida novamente. A aviadora Amélia Earhart nunca chegou à Ilha Howland. O governo enviou 10 navios e 65 aviões de busca para o Pacífico por mais de duas semanas e nada encontraram. Sua morte foi declarada em 5 de Janeiro de 1939. Amélia Earhart não veio de família rica, foi surpreendente o que ela conquistou diante de todas as dificuldades. Ela se destacou em um ambiente novo e conquistou muitas vitórias em um mundo dominado por homens. Ela viveu como se fosse invencível. Em um dos seus poemas não publicado ela mencionava a compreensão clara de que a sua morte nunca estivera muito longe. O desaparecimento de Earhart é ainda um dos grandes e muitos mistérios não resolvidos de aviação mundial.
  • 8. A ousada aviadora, rainha dos céus americanos está eternizada na memória de muitos que curtem aviação e aventura, em vários museus, pelo cinema e monumentos em alguns países, que não a deixa se perder no tempo. A mais recente homenagem foi a presença da super piloto em Uma Noite no Museu 2, lançado em 2009, em que Amélia é interpretada pela atriz italiana Amy Adams. Earhart aparece pilotando o seu Lockheed Electra vermelho e consegue sair voando no contraditório Flayer dos irmãos Wright. Mas Amélia Earhart é também homenageada em Hialeah, Miami, Flórida com um belíssimo parque de lazer que leva o seu nome, fundado em 1980. O parque tem 515 acres de área e integra o Miami Dade County. Lá o visitante paga cerca de 10 dólares e tem ao seu dispor muitas atividades para a família toda, além de espaço para esportes como mountain bike para vários níveis técnicos, skate, campos de golfe, uma minifazenda com animais para o visitante alimentar, parque infantil, áreas amplas para passeios com animais de estimação, minizoológico, lagos para pesca e prática de esportes. Este ano o parque teve ampliada sua área de lazer com a criação do complexo para esportes aquáticos amadores e realização de campeonatos, em especial de Wakeboard, uma mistura de esqui aquático e surf.
  • 9. Amélia Mary Earhart nasceu em 24 de julho 1897, no Kansas. Ela teve uma infância difícil, mas viveu uma vida com grandes realizações na aviação, seu maior sonho. Ela também adorava livros, gostava de recitar poesia e praticava esportes como basquete e tênis e gostava de escrever poesias, de fotografia. Ela era pacifista, tinha muita consciência social, usou a fama para promover suas causas. Earhart viu-se na vanguarda, saiu dos padrões da sua época. Teve grande vivência no mundo predominantemente masculino: “eu tive experiência prática de conhecer a discriminação contra as mulheres em várias formas, inclusive na aviação. Um piloto é um piloto! Espero que essa igualdade chegue à aviação e a outros campos, de modo que homens e mulheres atinjam igualmente qualquer objetivo que desejarem por sua capacidade e mérito”.
  • 10. A super piloto, para ser respeitada, cortou os seus cabelos e raramente usava visual considerado mais apropriado para mulheres. Sua assessoria também recomendava que ela não sorrisse durante as fotos, por causa da falha entre os seus dentes frontais. Em nossos tempos, a aviação felizmente está bastante evoluída e segura para qualquer pessoa. Dar a volta ao mundo voando está muito mais fácil. Ainda está difícil viver em terra firme com a turbulência machista e com outros vícios primários da humanidade presentes por todo o planeta, mas quê, para a alegria de todos (as) a evolução segue em progresso entre homens e mulheres modernos do nosso tempo. Que o legado de Amélia Earhart continue inspirando novas mulheres a saírem do chão e até de suas realidades em busca de novos horizontes mais radicais e emocionantes, para além dos padrões do século 21 e aos homens a respeitarem e aplaudirem os novos talentos femininos do ar. Que todos cheguem felizes aos seus destinos. Nunca percam do horizonte os seus sonhos. Um ótimo 2016!