O documento discute as tendências do design de móveis na Itália, incluindo a sustentabilidade e o papel das revistas, designers e empresas líderes na definição das tendências. O sucesso do design italiano se deve à organização produtiva, contribuição de designers talentosos e mercado receptivo. As revistas influenciam os profissionais e ajudam a selecionar tendências futuras.
Design como ferramenta estratégica no desenvolvimento de produtos
Giorgio bersano 2010
1. Design Forum Megatendências
São Paulo
3/8/2010
O “Design de Móveis” entre a
sustentabilidade, consumo e tendências: o
caso italiano.
por Giorgio Bersano, arquiteto
2. 1. A Itália e o “DESIGN DE MÓVEIS”
O Design italiano é famoso a nível internacional pela excelência do
“design de móveis” a saber o design do mobiliário para residências,
escritórios, hotéis, restaurantes, etc.
O seu sucesso é devido a:
1. Pequenas empresas que garantiam uma qualidade que
diferenciava a produção italiana da de outros países;
2. Tradição secular do estilo italiano reinterpretado pelos
arquitetos e designers modernos ;
3. Habilidade excepcional de trabalhadores especializados;
4. Organização produtiva baseada no diálogo criativo entre gestor,
projetistas e trabalhadores
3. 2.O SETOR DO MOBILIÁRIO
O segmento da produção mobiliária representa até agora, depois da
mecânica de precisão e da moda, o terceiro setor mais significativo
de exportação italiano.
Em 2009 o faturamento total do setor ( que compreende, além do
mobiliário, piso, portas, colchões ) alcançou mais de 20 milhões de
euros.
As empresas do setor são cerca de 32.000 com um total de 227.000
empregados. A média é de cerca de 7 empregados por unidade
produtiva.
4. 3.MILÃO
O “design de móveis” italiano nasceu e cresceu em Milão, depois de
1945. O crescimento é devido a tres fatores:
1. A presença de um distrito produtivo ao norte da cidade, aquele
de Brianza, com estrutura artezanal de trabalho do móvel;
2. O interesse de projetistas, designers, artistas milaneses pela
estética de móveis produzidos industrialmente;
3. O interesse pelo design por parte de uma evoluída burguesia
local orientada para a utilização de modernas propostas de
“design de móveis”.
5. 4. O SISTEMA DO DESIGN MILANES
Ao longo do tempo, Milão se tornou a capital do “design de móveis”;
Os laboratórios de Brianza se transformaram em indústria de um
“distrito”; a quantidade de projetistas e arquitetos aumentou graças
a Faculdade de Arquitetura, a Faculdade de Design e a presença de
escolas como Instituto Europeu, Academia Domus, NABA, etc.
Em paralelo, a Trienal de Milão desempenhou um importante papel
de promoção do design e de sua cultura. Revistas como Domus ou
Casabella, nascidas nos anos 20, tem sido acompanhadas por novos
títulos como Abitare, Interni, AD, Casa Amica, Elle Decor.
Importantíssimo neste rico contexto, o papel atrativo do Salão do
Móvel e da iniciativa do “Fuori Salone”, contribuiram para a
afirmação do “design de móveis” nacional.
6. 5. OS DISTRITOS DO MÓVEL
O modelo de Brianza, foi repetido em outros locais:
•Distrito de Pesaro e Urbino (cozinhas):
•Distrito de Murgiabarese (colchões);
•Distrito de Manzano (cadeiras);
•Distrito de Bassano (mobiliário de época);
•etc.
Na especialização produtiva dos distritos, a área de Milão é
classificada como “distrito do design”, visto como uma área não
relacionada a capacidade produtiva mas como território de projeto e
criatividade.
7. 6. OS TRES COMPONENTES DO DESIGN E DO “DESIGN DE MÓVEIS”
O sucesso do “design de móveis” italiano é devido a:
1. Uma qualificada organização produtiva;
2. A contribuição de designers talentosos;
3. Um mercado que reagiu positivamento a proposta de objetos de
design para serem utilizados dentro do cotidiano.
8. 7. DESIGN DE MÓVEIS E MERCADO
A história do design italiano como linha, foi o consenso público de
aceitar declarar a frase “made in Italy”. E o mercado, na economia
capitalista, que afirma o sucesso dos produtos: um mercado deve ser
entendido como agregado da demanda dos consumidores.
É do lado do mercado que o “design de móveis” ocidental há tempo
conhece muitos problemas.
O pós moderno colocou em crise instituições tradicionais como
partitos, sindicatos, famílias, escolas, empresas, trabalho,
exasperando um individualismo correto, através de formas
alternativas de agregação. Entre estas, a difusão de práticas de
consumo articuladas como um meio de construção de identidade e
de agregação social.
9. 8. “TRIBO” DE CONSUMO
O achatamento das classes do pós moderno foi substituída por micro
reagrupamentos chamados “tribos”, que no consumo operam
segundo referências de complexos e articulados.
As “tribos” de consumidores agem segundo lógica transversal
independente de idade, sexo, instrução, renda, atividade
profissional; são capazes de dissolver e se reagrupar em torno de
mudanças de comportamento no espaço e no tempo, também em
coerência com as indicações de comportamento fornecidas pelos
meios de comunicação como estrelas do rock, atores e personagens
do esporte.
10. 9. PROBLEMAS DO MARKETING.
Os consumidores são, portanto, atores instáveis, como portadores
de caminhos imprevisíveis de compra que transformam o mercado
em uma realidade imprevisível.
Na tentativa de selecionar os fenomenos e tendências, as atenções
do marketing estão se voltando do quantitativo para leituras de
abordagens qualitativas.
É ainda generalizada uma atitude que reconhece o mercado como
“fenomeno” a decodificar mediante instrumentos que derivam de
disciplinas como sociologia, antropologia e estética.
11. 10. MARKETING E SOCIETING
O guru do marketing americano Philip Kotler teorizou os “4P”, ou
seja, “produto, preço, ponto de venda, promoção” como regra de
marketing.
Recentemente se contrapos o “4P” indicativo de “pessoas, planos,
locais, projetos” que sugerem um marketing atento a interagir com
as pessoas das quais deve colher os desejos para satisfazer em
seguida, através de projetos compartilhados nas construções de
produtos e serviços ofertados para espaços de convivência.
Um sociólogo italiano, Giampaolo Fabris, chamou esta abordagem
de “societing”, baseado na estratégia das empresas de assumir
responsabilidade social.
12. 11. O “PÓS-CONSUMO”
Para a teoria sobre “societing” Giampaolo Fabris fez seguir uma
visão da prática de consumo dirigido por um ator social, sempre
muito ativo, consciente, responsável e portanto portador de uma
atitude chamada “pós-consumo”.
O “pós-consumo” não nega a validade do consumo mas sugere a
mudança para os componentes éticos, políticos, responsável,
também em consequencia da ação de redes sociais que promovem
comentários e debates sobre direitos do consumidor.
Desta forma, o consumo pode tornar-se um campo de batalha para
a aquisição de direitos de um “ consumo coletivo “ chamado a
expressar, através da agregação, os pedidos de qualificação dos
produtos e serviços.
13. 12.SOCIETING E SUSTENTABILIDADE
Deriva de “societing” a política sustentável das empresas de móveis
sustentáveis. A crise econômica acelerou o interesse pela dimensão
de vida ética, a que o “design de móveis” tem fornecido resposta
sustentável. Primeiro aderindo a projetos coletivos de acordo com
empresas baseadas em acordos com associações, entidades
públicas, institutos de pesquisa, para a construção de bairros com
vocação sustentável (Livenza, Treviso, Manzano, etc.).
Federlegno Arredo, associação de categoria que congrega 70 mil
empresas de madeira e de mobiliário, fez acordos com o Ministério
do Meio Ambiente, WWF, Greenpeace para a gestão do patrimônio
florestal; tem promovido iniciativas relacionadas com a
sustentabilidade, de produto e de processo das empresas
associadas; por tres anos publica o relatório “Projeto Ambiental”
que indica objetivos, iniciativas e problemas.
14. 13. A IMAGEM SUSTENTÁVEL
O segundo caminho é o de empresas individuais que patrocinam
manifestações, concursos, conferências e pesquisas visando a
difusão de uma cultura de desenvolvimento sustentável construída
para suporte de uma imagem de empresa inovadora. São empresas
que adotaram padrões de eco-compatibilidade relacionada ao ciclo
de vida dos produtos (ACV) ou parte disto, utilizando certificações
como o PEFC ( Programa para a aprovação do Regime de Certificação
Florestal) ou FSC (Forest Stewardship Council ) sobre o uso correto e
a rastreabilidade da matéria; ou a ISO 4001 ou EMAS (European Eco-
Magement and Audit Scheme) referente a adequação do ciclo de
produção com a legislação.
15. 14. A SUSTENTABILIDADE SIMBÓLICA
A terceira maneira é a simbólico-comunicativa. O design, enquanto
comunicação visual é similar ao livro, ao disco, cinema, televisão,
moda, etc, onde os equipamentos produtivos e sofisticadas
tecnologias integram as contribuições de pessoas criativas para
construir produtos simbólicos.
O “design de móveis” apela para a natureza; comunica a necessidade
de comunicação equilibrada com o planeta através da naturalização
das formas e materiais; rejeita a racionalidade da geometria por
adotar a irregularidade vegetal ou animal; reutiliza formas de flores,
folhas, árvores que incorpora sobre tecidos, vidros, revestimentos
plásticos; recorre a madeira em banheiros e cozinhas utilizando
tratamentos ásperos, superfícies opacas, cores quentes; o “design de
móveis” do “outdoor” está em crescimento coerente com o
aumento dos espaços para abertura de casas, hotéis e restaurantes.
16. 15. O PROJETO SUSTENTÁVEL
O projeto do produto é importante para a política sustentável
apenas quando atua sobre a organização do processo produtivo,
minimizando o uso de energia, o uso de materiais e os níveis de
toxidade. Em paralelo, deve recorrer a recursos renováveis e bio
compatíveis; construir artefatos capazes de durarem com
manutenção, reparos, atualização, reconstrução, reutilização,
reciclagem de materiaIs ou recuperação de energia, resultando em
produtos que levam em conta a separação entre as partes em função
da manutenção e reciclagem. Mas é um projeto que requer
conhecimento técnico e científico do qual dependem solucões
tecnológicas, organizacional, produtiva e de transporte. E que requer
precisos conhecimentos de engenharia derivados da competência
fora do design tradicionalmente ligado a estética do produto.
17. 16. TRIBOS E “LIFESTYLE”.
O consumo sustentável faz referência a uma crescente “tribo” e a
um avançado “lifestyle”. Cada tribo de consumo é dotada de um
“lifestyle” próprio que é necessário entender para dar logo um
produto coerente com a variada série dos estilos de vida do mundo
contemporâneo. Em medida crescente o “design de móveis” faz
referência a um conceito de “lifestyle” entendido como definição
de um mercado alvo já identificado no que diz respeito a utilização
dos espaços, da solução mobiliária e da linguagem.
É o “lifestyle” que suporta o conceito através do qual se identifica o
alvo; e que torna-se elemento de referência para a comunicação de
produto, pela proposta de publicidade e o cenário do show-room ou
a organização de feiras.
18. 17. EMPRESA LÍDER
A segmentação em “tribo” corresponde uma segmentação de
empresas cada uma com um posicionamento próprio que deriva da
especificação do catálogo, do nível de preços e das características de
distribuição.
O universo da produção é todavia guiado por um grupo limitado de
empresas consideradas “líder” porque é o ponto de referência para
todo o setor: empresas de alto nível, preços elevados de produtos
destinados a uma elite interessada nesses objetos de “luxo” que
tornam-se modelo de “estilo” para aquelas empresas de pequena
dimensão, pequena capacidade de inovação, limitada comunicação,
copiando a produção de alto nível para repetir a formula com
produtos mais econômicos.
19. 18. UMA TRIANGULAÇÃO DE GOSTOS
O cliente da empresa lider, dificilmente é um consumidor isolado.
Para a empresa de “marca” se alternam arquitetos “designer de
interiores” que fazem um trabalho de consultoria ao cliente,
representando um produto de nível.
Arquitetos e designers são os atores que selecionam os produtos e
decretam seu sucesso. São projetistas que compram as mais
importantes revistas italianas de mobiliário e interiores (Abitare,
Interni, Domus, AD, CasaAmica, ElleDecor), que sinalizam e
reproduzem em suas páginas propostas de “design de interiores”
que representam o cenário dominante do gosto internacional.
20. 19. A REVISTA
As empresas anunciam seus produtos só nas páginas de revistas que
têm como público principalmente arquitetos e designers. O gosto
dos profissionais é influenciado pelas soluções de “designer de
interiores” mostradas por projetistas consagrados assim como
objetos de empresas de alto padrão que recorrem a designers
famosos. As revistas desempenham um papel importante na
seleção e difusão de “tendências”.
E se levarmos em conta o importante papel do arquiteto na escolha
do mobiliário para o cliente, se vê uma espécie de círculo fechado do
design-produção-distribuição-consumo onde uma pequena
aristicracia define as “tendências”.
21. 20. A TENDÊNCIA
A interação entre empresas líder, renomados projetistas de
“designer de interiores” ou de desenho industrial, revistas de nível
internacional, na cadeia de compras e de consumo, contribui para a
definição da coisa chamada “tendência”.
Um termo que deriva da moda, área de produção que governa este
turbulento mercado e tem procurado entregar os próprios projetos a
uma série de instrumentos de pesquisa capazes de fornecer
indicações relativas ao cenário futuro do estilo.
22. 21. O SIGNIFICADO DA TENDÊNCIA
O termo “tendência” indica uma vertente formal capaz de dominar a
orientação estética do amanhã a partir de sua presença no contexto
de hoje. Na prática, a “tendência” atende aquela regra não escrita
relativa ao gosto da sociedade de massa, com orientação dominante
e possibilidade de variação no tempo.
O tema da “tendência” representa uma área incerta entre estética e
marketing. Sem dúvida, um assunto complexo que especialmente
pesquisar recorrendo a uma série de entrevistas visando
depoimentos em cadeia.
23. 22. PROFISSIONAIS E TENDÊNCIA
A pesquisa colocou em evidência como a conscientização de
produtores, designer e distribuidores em relação ao argumento
“tendência” é muito elevada, embora as atitudes sigam diferentes
papéis na cadeia “design de móveis”.
Suspeito os designers, que temem a adaptação à tendência como
vínculo negativo sobre a criatividade. Ambiguamente, produtores
interessados, atentos aos sinais de mercado mas preocupados com a
possibilidade de aprovação. Favoráveis os distribuidores que
consideram as “tendências” como apoio positivo para o
“merchandising”.
24. 23. A INFORMAÇÃO
Para os produtores de mobiliários, a “tendência” é uma informação
sobre a possível orientação dos consumidores, a preferência
dominante do gosto, as atitudes do mercado. Então é um
conhecimento útil para a programação da empresa e identificação
da estrutura estética dos novos produtos.
A informação sobre “tendências” é construída recorrendo a
elementos de diversas origens, da reelaboração em função da
cultura empresarial, da estratégia de mercado e do posicionamento.
25. 24. A CONCORRENCIA
Importante é a análise de “tendências” realizada pela comparação
de produtos concorrentes, exibidos em feiras, salas de exposições e
páginas de revistas.
A atenção às propostas dos “concorrentes” nem sempre é declarada,
por uma ânsia que oculta o medo básico da aceitação dos produtos.
Em alguns casos os entrevistados revelaram como o confronto com a
produção de mercado permite reconstruir a regra de preferências,
de verificar o posicionamento da empresa, de apoiar a identidade
empresarial que se baseia na diferença a respeito da multiplicidade
heterogenia dos produtos.
26. 25. A BASE DE DADOS
Mais informações sobre o projeto são fornecidas por empresas de
banco de dados, que sinalizam as “tendências” através da
identificação da quantidade de produtos vendidos e o valor
faturado, indicando as variações e acabamentos preferidos em cada
área do globo.
Também se o produto deve seu sucesso global em diversos
mercados, a preferência de cores, materiais, tecidos, que variam
segundo os territórios da economia global.
27. 26. DISTRIBUIÇÃO E ESPECIALISTAS DO SETOR
Também importantes são as informações fornecidas por
distribuidores que, graças ao relacionamento cotidiano com o
consumidor, são capazes de sinalizar preferências, observações e
críticas do público aos diversos produtos do mobiliário.
A produção de produtos de alto nível destina-se a um cliente rico
que utilizou arquitetos, designers, designers de interiores, etc, para
orientação na compra. A proposta de “produto de alto nível” se faz
na prática para projetistas de design e designer de interiores, que se
tornam parceiros eficazes das empresas e árbitros do êxito de novas
propostas.
28. 27. INTERNET
Também a internet é um instrumento fundamental da leitura da
tendência de mercado. E isto em três direções:
•O site da empresa permite compreender quais são os produtos mais
consultados e é capaz de recolher as opiniões e os pareceres dos
consumidores em potencial;
•Fórum, novos grupos, blog e redes sociais são até agora plataformas
de escuta e leitura das orientações e preferências de compra;
•A plataforma com laboratórios, introduzidas na web, facilitam o
processo de co-projeto por parte do usuário, permitindo identificar
precisamente as tendências de uso do produto.
29. 28. O PROJETISTA
Em muitos casos o problema da “tendência” é levado ao designer,
que, enquanto depositário do papel criativo, tem a função de
explorar a orientação de mercado e de elaborar proposta de acordo
ou desacordo com os gostos dominantes.
A empresa de nível, que faz pesquisa e investe no design, utilizam
um número limitado de projetistas de sucesso que trabalham
transversalmente de uma empresa a outra e de um setor a outro.
As vezes os designers exercem também função de “diretor de arte”.
O pequeno número de projetistas utilizados pelas empresas de
produtos de alto nível pode ser considerado uma das causas da
aceitação básica que caracteriza cada mercado.
30. 29. INSTRUMENTOS ESPECIALIZADOS
As empresas não parecem particularmente interessadas na compra
de produtos colocados a disposição a partir de estruturas
especializadas e relativas a análise de tendências. Entre estes
instrumentos a venda no mercado, parece ser privilegiada a análise
quantitativa, contendo dados ( de produção, economica, de
consumo) integrantes da base de dados, através da qual se verificam
o posicionamento e marketing.
Utilizados principalmente os cadernos do CSIL / Centro de Pesquisa
Industrial de Milão; as entrevistas de Mario Abis para a Makno; a
publicação de Francesco Morace sobre as tribos de consumo; os
cadernos da Maison Objet, etc.
31. 30. TEMPO
A análise de tendência, foi proposta pelo mundo da moda. O mundo
fashion oferece coleções a cada 6 meses enquanto o design tem um
tempo longo: se um móvel fica em uma residência por anos, o
produto requer de 8 meses a 6/5 anos para sua conclusão.
Tendo em conta o tempo de projeto do móvel, um produto deve ficar
no catálogo pelo menos 5 anos, porque os custos são amortizados.
Isto significa que as empresas estão, especialmente interessadas na
produção de ícones, capazes de resistir ao tempo, do que produtos
que são colocados fora de moda e da oscilação de preferências.
32. 31. ICONE
O cliente é informado sobre produtos, materiais, preços e marcas.
Pela quantidade de informações colocadas a disposição por feiras,
show-room, revistas e sites, fica confuso e tem dificuldade para
orientar-se a respeito da variedade de produtos a venda no
mercado.
Por esta razão, muitas vezes os ícones do design são privilegiados, ou
seja, produtos com longa duração do ponto de vista da estética,
dotados de uma capacidade de “aparecer”no exterior emocional e
acima da moda, portanto, considerados peças clássicas do design.
33. 32. A MARCA
Cada orientação de preferência e qualquer “tendência” de mercado
deve contudo lidar ainda com um tema central, aquele da “marca”.
Cada grande empresa constitui-se em uma marca precisa, onde o
posicionamento com respeito a concorrência depende de uma
identidade corporativa , que fica para a história, os ícones, catálogo,
designer, comunicação, etc.
O “brand”, ou marca, constitui-se em patrimônio para proteger a
continuidade do estilo que é também identidade de mercado e de
imagem. Isto requer uma ligação clara entre a linguagem de cada
novo produto e a estratégia global de negócios.
34. 33. COZINHA
As empresas de cozinhas estão interessadas em “tendências”, não só
em termos de estilo, mas também em referência as transformações
na habitação, orientações tecnológicas, soluções funcionais. O
sistema cozinha contem uma complexidade de produtos que deve
corresponder a exigência de uma distribuição tida para garantir
serviços ao cliente na fase de compra, montagem e pós venda.
Cada novo protótipo é então estudado a partir de componentes de
engenharia ou de propostas de comercialização que são afetadas por
restrições de produção, tecnologia e comercial.
35. 34. COZINHA E PESQUISA
Elevado é então o componente de pesquisa das empresas de
cozinha, que revela uma clara atenção a respeito das propostas da
concorrência em termos de soluções, materiais, tecnologia e fórmula
visuais.
O número de designers utilizados é limitado, que se reduz a um
círculo de nomes de confiança. Significativa é a contribuição da
estrutura de projeto dentro da empresa, que é responsável pela
definição de novas propostas ou a revisão dos projetos existentes.
36. 35. ILUMINAÇÃO
O setor de iluminação revela uma forte ênfase para o aspecto
técnico dos equipamentos para adequar-se as exigências técnicas e
restrições de segurança. As empresas de iluminação consideram a
“tendência” como momento de possível achatamento da
originalidade de uma pesquisa baseada na tecnologia da lâmpada e
na fisiologia da iluminação.
Permanece o fato que também as lâmpadas são em última instância
objetos do mobiliário que não pertencem ao vasto mundo do “made
in Italy” e sua ”tendência”, graças ao atraente recurso de seu design.
Não é por acaso que o mundo da iluminação realizou uma vasta
quantidade de ícones e que alguns produtos foram transformados
em objetos de tendência capazes de condicionar múltiplas propostas
sucessivas.
37. 36. DESIGNER E TENDENCIA
Os designers entrevistados evidenciaram alguma hostilidade a
respeito do tema “tendência”, instrumento capaz de prejudicar a
autenticidade de um projeto a ser desenvolvido o mais possível fora
das restrições ou condicionamentos.
A maior ou menor desconfiança a respeito do argumento divide a
categoria entre projetistas mais próximos ao sistema, pois são
capazes de adaptar-se a regras de produção e designers radicais
afirmam seu direito a uma liberdade de expressão considerada
condição fundamental da criatividade.
38. 37. CRIATIVIDADE E PROJETO
As soluções de design são obra de um designer que, com sua
criatividade e seu talento verdadeiro, deve antecipar a orientação
formal do futuro que transcende qualquer detecção de “tendência”
por dar lugar a verdadeiras inovações formal ou tipológica.
Além do conhecimento das orientações da cultura visual em geral,
que permite ao projetista ancorar a proposta ao contemporâneo, o
projeto de design é um percurso de pesquisa desprovido de garantia
de sucesso do produto.
39. 38. A “BRANDIZZAZIONE”
Empresas produtoras, show-room, estudos de projetos evidenciam
um problema transversal de “marca”. Também para o show-room o
tema da “tendência” deve ser filtrado através de uma marca que
identifica o posicionamento e o diferencia em relação a
concorrência.
Para o designer, a “marca” de projeto muitas vezes se confronta
com a alternativa estratégica da marca da empresa. Desse
confronto é vencedora a “marca” mais forte, as vezes constituído de
um projetista famoso a nível internacional capaz de impor suas
próprias escolhas para a empresa.
40. 39. O COOL-HUNTING
Os profissionais do setor, envolvidos no processo de definição do
“design de móveis”, alimentam a própria criatividade através da
análise de setores paralelos a “comunicação visual”: arte, moda,
arquitetura, cinema, tecnologia, alimento, na obsessiva alimentação
de uma cultura da forma em contínua evolução.
É um caminho de leitura das mensagens pertencentes ao mundo
cotidiano da imagem, que os profissionais desenvolvem segundo
caminhos continuos em relação ao cumprimento, cores, materiais
úteis para o enriquecimento de um projeto de cultura para ser
realizada no âmbito de processos de produção, de projetos, de
comercialização.
41. 40. A MODA
A moda é considerada fonte fundamental de inspiração, que todos
consideram a área mais criativa de todas, capazes de influenciar a
inovação do design: com suas cores, os tecidos, os materiais
técnicos, a costura, couros e sua manufatura.
Produtores, designers, gestores de show-room consideram a moda a
outra face do made in Italy e a consideram, em relação ao “design de
móveis”, área fundamental de comparação, verificação, inspiração.
42. 41. AS DECISÕES
Em muitas empresas existem estruturas específicas responsáveis
pela definição do projeto: Escritório de Projeto, Centro de Pesquisa
ou Pesquisa e Desenvolvimento, Centro de Estilo, muitas vezes
designado a relacionar-se com os designer, para verificar ou elaborar
propostas, para estudar a aplicação de novos materiais.
Continua a centralização das decisões finais sobre o produto e seus
bens, muitas vezes geridos pessoalmente pelo presidente ou diretor
geral mesmo onde há a mais extensa equipe de avaliação.
Fenômeno atribuído a pequenas e médias empresas, muitas ainda
hoje familiares, que nasceu e cresceu pelo talento gerencial do atual
proprietário.
43. 42. A SELEÇÃO
Apesar da complexidade dos processos de concepção dos projetos e
a atenção dos profissionais a “tendência”, é maior a seleção da
proposta. Algumas são retiradas antes de serem colocadas para a
avaliação do público. Outros chegam ao Salão do Móvel ou a feiras
de setores, mas não são inseridos nos catálogos, pois o produtos não
tiveram adequada avaliação por parte da critica, público, revistas e
revendedores.
Só 30% das novas propostas de design estão habilitadas a entrar em
produção. Alguma coisa não deu certo, mesmo se você não sabe o
que.
44. 43. O FUTURO DO “DESIGN DE MÓVEIS”
Para concuir, algumas indicações sobre o cenário do futuro:
•O design será cada vez mais importante;
•Automação de casa e robótica influirão sobre ambientes como
cozinhas e banheiros;
•Valor sempre maior terão materiais, superfícies e acabamentos;
•Aumentará a demanda por sustentabilidade e a rejeição da
futilidade dos produtos;
•Se verá a contaminação do gosto entre a modernidade
internacional e a tradição formal dos países em desenvolvimento;
•Contratos e áreas livres serão setores de importante crescimento
produtivo.