Aspectos e paradoxos da indústria cultural, em formato de cordel.

1. Indústria cultural: bem ou produto
Rita de Cássia Almeida
Da inspiração mais perfeita
Surgiu a palavra escrita
Disseminada pelas vilas,cidades
A mente e os olhos confeita
Espalhando sonhos e verdades
A cultura, tesouro do homem
Atravessa todas as fortalezas
Encobre de ouro os pobres
Minimiza as falhas certezas
Equaliza as atitudes nobres
O Estado aponta como política
Pertencer a si, seu cabedal
A cultura não é um sistema
Nem tampouco só carnaval
Quem sabe um lexema?
Os saberes bem trocados
Fazem da cultura,perfeição
Pensem numa sociedade justa
E entenderão a contradição
Que aos editores assusta
Impossível conter a represa
Quando avulta o conhecimento
A grande diversidade humana
Requer atenção neste momento
Para realidade que emana

2. O lucro é a recompensa
Fator de união e força
Não pode haver discrepância
Tudo que soma, alicerça!
Seja em qualquer instância
Objetivos deverão se integrar
Mercantilismo e maniqueísmo,prescindíveis
Ao Homem, cabe compreender
Sobre as divergências impossíveis
Para escolher, basta ver...
Assim, fica neste libelo
O desejo pelo entendimento
Que cultura não é produto
Nem somente sentimento
Antes, quem sabe, construto.
Construindo os novos fazeres
Aprendemos o que deve transformar
Respeitar aquele que atenderemos
Sem esquecer de inovar
Aquilo que nós colheremos.