SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 2
ENSINO FUNDAMENTAL / 9.º ANO / REDAÇÃO
Nome: _______________________________________________________________ N.º: ____ Turma: ____
Professor (a): _________________________________________________ São Paulo, ____ /____ / 2013
____________________________________________________________________________________________
OS 000/11-1b

ARGUMENTAÇÃO

Argumentamos quando sustentamos nossa opinião e tentamos
convencer o outro de que estamos certos. Quando fazemos isto,
apresentamos argumentos, ou seja, os motivos que nos levam a ter
esta opinião, analisamos argumentos que sustentariam uma opinião
contrária e explicamos porque estes argumentos não nos convencem,
ou porque os nossos são mais fortes. Para fazer isto, é fundamental
que consigamos analisar as idéias, sintetizá-las e estarmos atentos
às opiniões de nossos interlocutores.

Nesta altura dos estudos, você já tem um certo domínio da língua escrita; já consegue
selecionar ideias e fatos, organizá-los no papel; sabe escrever analisando um acontecimento,
ligando ideias. Além disso, sabe também que toda escrita tem que levar em conta o público
leitor a que se dirige.
A capacidade de argumentação é uma competência importante na defesa dos pontos de
vista; é usada para convencer, para persuadir. Para argumentar, o aluno deve saber
compreender opiniões, entender argumentos, aceitando-os ou recusando-os e, eventualmente,
contra-argumentando.
Uma boa argumentação pode, ainda, começar por algo anterior, o conhecimento do que
sustenta o posicionamento do "outro". Só sabe contra-argumentar quem sabe "ler nas
entrelinhas", quem sabe ver o que está sob o posicionamento do outro. Desta forma, para
aquilo que nos é colocado como verdade, é preciso saber mais do que simplesmente contrapor
com uma recusa.
Por exemplo, se o filho pede à mãe para ir a uma festa e ela nega, não basta que ele
diga que não concorda com ela para conseguir ir à festa. É necessário apresentar
justificativas, ARGUMENTOS para fazê-la mudar de opinião e deixá-lo ir. Se ele conseguir
entender os motivos que ela tem para lhe negar o pedido, será mais fácil contra-argumentar.
Se os motivos dela são, por exemplo, "meu filho vai chegar tarde", "a festa não será um bom
ambiente para ele", "ele tem aula no dia seguinte", o filho, conhecendo tais motivos, pode
apresentar contra-argumentos que neutralizarão os argumentos de sua mãe.
Esta nova competência enfoca, mais uma vez, e com bastante ênfase, o "outro", o
destinatário do texto produzido. Podemos dizer queargumentar é sustentar uma opinião frente
aos outros, na tentativa de convencê-los de que você está correto. É preciso - sempre, mas
ainda mais nestas atividades que propomos agora - pensar que a opinião é dada em certas
situações, tendo em vista certas condições, e é dada para alguém. É preciso pensar que há um
"alguém" que deve ser persuadido de algo.
Como argumentar bem? Não basta apenas persuadir, ou seja, buscar convencer (o que
faz a retórica), mas apresentar uma sustentação lógica. Consegue-se persuadir, por vezes,
pela emoção e isso não é argumentar: para argumentar, é preciso justificar as afirmações.
O que importa num discurso argumentativo é saber justificar uma escolha e saber
formular objeções a essa mesma escolha; tomar a defesa ou acusar, desde a simples colocação
até a defesa mais organizada; formular uma hipótese (ou seja, buscar suas causas); em
seguida, colocar em dúvida o valor da hipótese e propor outra; relatar, criticando, a fala de um
adversário.
Vamos tomar o exemplo que Adilson Citeli utiliza em seu livro "O texto argumentativo"
para nos mostrar o que é um texto argumentativo: o governo, quando está veiculando nos
jornais, revistas ou na TV uma campanha de prevenção contra a poliomielite, está agindo
através da linguagem, produzindo o efeito de sentido de que se evita a paralisia infantil pela
vacinação das crianças. Isto quer dizer que as palavras viram ações, que através das palavras
conseguimos produzir no outro, ao qual nos dirigimos, uma atitude, um posicionamento; no
caso, a atitude de vacinar crianças para diminuir a incidência da poliomielite. O que as
campanhas fazem é estabelecer mecanismos argumentativos capazes de convencer seus
ouvintes.
Cabe comentarmos, ainda, que esta competência não é dedicada à dissertação e sim à
ARGUMENTACÃO. Diferenciá-las é muito importante. Segundo Othon Garcia, a dissertação é
diferente da argumentação, pois a primeira serve para expor ou explanar, explicar ou
interpretar ideias ao passo que a segunda serve para convencer, persuadir ou influenciar
pessoas. Na dissertação expressamos o que sabemos sobre um assunto, externamos nossa
opinião. Na argumentação, além de expressar uma opinião, procuramos formar a opinião do
outro, tentando convencê-lo. Argumentar, então, é convencer (ou tentar convencer) pela
apresentação de razões, em face da evidência das provas e à luz de um raciocínio coerente e
consistente.
(Fonte: Supletivo em rede – UNICAMP)

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a NAO VC NAO VAI VER O MEDIA KIT DO ALLIANCE

1. Saiba mais sobre a Comunicação de seu filho
1. Saiba mais sobre a Comunicação de seu filho1. Saiba mais sobre a Comunicação de seu filho
1. Saiba mais sobre a Comunicação de seu filhoRaquel Crisóstomo
 
2. Deixe-se conduzir pelo seu filho
 2. Deixe-se conduzir pelo seu filho 2. Deixe-se conduzir pelo seu filho
2. Deixe-se conduzir pelo seu filhoRaquel Crisóstomo
 
DissertaçãO
DissertaçãODissertaçãO
DissertaçãOilk Sala4
 
Como ganhar uma discussão
Como ganhar uma discussãoComo ganhar uma discussão
Como ganhar uma discussãojuliver2011
 
Gestão emocional do concurseiro
Gestão emocional do concurseiroGestão emocional do concurseiro
Gestão emocional do concurseiroIlana Fernandes
 
A arte de_conversar_-_luiz_carlos_martins
A arte de_conversar_-_luiz_carlos_martinsA arte de_conversar_-_luiz_carlos_martins
A arte de_conversar_-_luiz_carlos_martinsEmanuel Francisco
 
11 conhecer a_disciplina_de_psicologia
11 conhecer a_disciplina_de_psicologia11 conhecer a_disciplina_de_psicologia
11 conhecer a_disciplina_de_psicologiaMicas Cullen
 
Conhecer a disciplina de psicologia
Conhecer a disciplina de psicologiaConhecer a disciplina de psicologia
Conhecer a disciplina de psicologiaDaniela Dádá
 
Entrevista ao Jornal Pangeia
Entrevista ao Jornal PangeiaEntrevista ao Jornal Pangeia
Entrevista ao Jornal PangeiaHenrique Santos
 
Técnicas de atendimento 2
Técnicas de atendimento 2Técnicas de atendimento 2
Técnicas de atendimento 2jammescabral96
 
_Apresentação Aprender a Transformar.pdf
_Apresentação Aprender a Transformar.pdf_Apresentação Aprender a Transformar.pdf
_Apresentação Aprender a Transformar.pdfRicardoReis505841
 

Semelhante a NAO VC NAO VAI VER O MEDIA KIT DO ALLIANCE (14)

1. Saiba mais sobre a Comunicação de seu filho
1. Saiba mais sobre a Comunicação de seu filho1. Saiba mais sobre a Comunicação de seu filho
1. Saiba mais sobre a Comunicação de seu filho
 
2. Deixe-se conduzir pelo seu filho
 2. Deixe-se conduzir pelo seu filho 2. Deixe-se conduzir pelo seu filho
2. Deixe-se conduzir pelo seu filho
 
DissertaçãO
DissertaçãODissertaçãO
DissertaçãO
 
Como ganhar uma discussão
Como ganhar uma discussãoComo ganhar uma discussão
Como ganhar uma discussão
 
jovens de palavra - E E Almeida Jr
 jovens de palavra - E E Almeida Jr  jovens de palavra - E E Almeida Jr
jovens de palavra - E E Almeida Jr
 
Gestão emocional do concurseiro
Gestão emocional do concurseiroGestão emocional do concurseiro
Gestão emocional do concurseiro
 
A arte de_conversar_-_luiz_carlos_martins
A arte de_conversar_-_luiz_carlos_martinsA arte de_conversar_-_luiz_carlos_martins
A arte de_conversar_-_luiz_carlos_martins
 
11 conhecer a_disciplina_de_psicologia
11 conhecer a_disciplina_de_psicologia11 conhecer a_disciplina_de_psicologia
11 conhecer a_disciplina_de_psicologia
 
Conhecer a disciplina de psicologia
Conhecer a disciplina de psicologiaConhecer a disciplina de psicologia
Conhecer a disciplina de psicologia
 
Entrevista ao Jornal Pangeia
Entrevista ao Jornal PangeiaEntrevista ao Jornal Pangeia
Entrevista ao Jornal Pangeia
 
Conceito de família
Conceito de famíliaConceito de família
Conceito de família
 
Técnicas de atendimento 2
Técnicas de atendimento 2Técnicas de atendimento 2
Técnicas de atendimento 2
 
Retomada de LP.pptx
Retomada de LP.pptxRetomada de LP.pptx
Retomada de LP.pptx
 
_Apresentação Aprender a Transformar.pdf
_Apresentação Aprender a Transformar.pdf_Apresentação Aprender a Transformar.pdf
_Apresentação Aprender a Transformar.pdf
 

NAO VC NAO VAI VER O MEDIA KIT DO ALLIANCE

  • 1. ENSINO FUNDAMENTAL / 9.º ANO / REDAÇÃO Nome: _______________________________________________________________ N.º: ____ Turma: ____ Professor (a): _________________________________________________ São Paulo, ____ /____ / 2013 ____________________________________________________________________________________________ OS 000/11-1b ARGUMENTAÇÃO Argumentamos quando sustentamos nossa opinião e tentamos convencer o outro de que estamos certos. Quando fazemos isto, apresentamos argumentos, ou seja, os motivos que nos levam a ter esta opinião, analisamos argumentos que sustentariam uma opinião contrária e explicamos porque estes argumentos não nos convencem, ou porque os nossos são mais fortes. Para fazer isto, é fundamental que consigamos analisar as idéias, sintetizá-las e estarmos atentos às opiniões de nossos interlocutores. Nesta altura dos estudos, você já tem um certo domínio da língua escrita; já consegue selecionar ideias e fatos, organizá-los no papel; sabe escrever analisando um acontecimento, ligando ideias. Além disso, sabe também que toda escrita tem que levar em conta o público leitor a que se dirige. A capacidade de argumentação é uma competência importante na defesa dos pontos de vista; é usada para convencer, para persuadir. Para argumentar, o aluno deve saber compreender opiniões, entender argumentos, aceitando-os ou recusando-os e, eventualmente, contra-argumentando. Uma boa argumentação pode, ainda, começar por algo anterior, o conhecimento do que sustenta o posicionamento do "outro". Só sabe contra-argumentar quem sabe "ler nas entrelinhas", quem sabe ver o que está sob o posicionamento do outro. Desta forma, para aquilo que nos é colocado como verdade, é preciso saber mais do que simplesmente contrapor com uma recusa. Por exemplo, se o filho pede à mãe para ir a uma festa e ela nega, não basta que ele diga que não concorda com ela para conseguir ir à festa. É necessário apresentar
  • 2. justificativas, ARGUMENTOS para fazê-la mudar de opinião e deixá-lo ir. Se ele conseguir entender os motivos que ela tem para lhe negar o pedido, será mais fácil contra-argumentar. Se os motivos dela são, por exemplo, "meu filho vai chegar tarde", "a festa não será um bom ambiente para ele", "ele tem aula no dia seguinte", o filho, conhecendo tais motivos, pode apresentar contra-argumentos que neutralizarão os argumentos de sua mãe. Esta nova competência enfoca, mais uma vez, e com bastante ênfase, o "outro", o destinatário do texto produzido. Podemos dizer queargumentar é sustentar uma opinião frente aos outros, na tentativa de convencê-los de que você está correto. É preciso - sempre, mas ainda mais nestas atividades que propomos agora - pensar que a opinião é dada em certas situações, tendo em vista certas condições, e é dada para alguém. É preciso pensar que há um "alguém" que deve ser persuadido de algo. Como argumentar bem? Não basta apenas persuadir, ou seja, buscar convencer (o que faz a retórica), mas apresentar uma sustentação lógica. Consegue-se persuadir, por vezes, pela emoção e isso não é argumentar: para argumentar, é preciso justificar as afirmações. O que importa num discurso argumentativo é saber justificar uma escolha e saber formular objeções a essa mesma escolha; tomar a defesa ou acusar, desde a simples colocação até a defesa mais organizada; formular uma hipótese (ou seja, buscar suas causas); em seguida, colocar em dúvida o valor da hipótese e propor outra; relatar, criticando, a fala de um adversário. Vamos tomar o exemplo que Adilson Citeli utiliza em seu livro "O texto argumentativo" para nos mostrar o que é um texto argumentativo: o governo, quando está veiculando nos jornais, revistas ou na TV uma campanha de prevenção contra a poliomielite, está agindo através da linguagem, produzindo o efeito de sentido de que se evita a paralisia infantil pela vacinação das crianças. Isto quer dizer que as palavras viram ações, que através das palavras conseguimos produzir no outro, ao qual nos dirigimos, uma atitude, um posicionamento; no caso, a atitude de vacinar crianças para diminuir a incidência da poliomielite. O que as campanhas fazem é estabelecer mecanismos argumentativos capazes de convencer seus ouvintes. Cabe comentarmos, ainda, que esta competência não é dedicada à dissertação e sim à ARGUMENTACÃO. Diferenciá-las é muito importante. Segundo Othon Garcia, a dissertação é diferente da argumentação, pois a primeira serve para expor ou explanar, explicar ou interpretar ideias ao passo que a segunda serve para convencer, persuadir ou influenciar pessoas. Na dissertação expressamos o que sabemos sobre um assunto, externamos nossa opinião. Na argumentação, além de expressar uma opinião, procuramos formar a opinião do outro, tentando convencê-lo. Argumentar, então, é convencer (ou tentar convencer) pela apresentação de razões, em face da evidência das provas e à luz de um raciocínio coerente e consistente. (Fonte: Supletivo em rede – UNICAMP)