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Um Manual para Melhorar o Manejo da Nutrição de Plantas
V E RSÃO MÉTRICA
-
4CNUTRIÇAO
DEPLANT.
AS
Prcfiicio, Agradecimentos
Capítulo 1
Metas da Agricultura
Sustentávcl ...................................................................................................................................................................................... 1·1
Capítulo 2
O Conceito de Manejo
de Nutrientes 4C
Capítul,o 3
Fonte Certa
Capítulo 4
Dose certa
Capítulo 5
Época certa
2.1 Fonte certa. na dose certa. na época certa e no local certo....................................................2·1
2.2 Princípios das práticas de suporte..............................................................................................2·2
2.3 Os 4Cs integrados ao sistema de plantio ...................................................................................2-3
2.4 l'vfelhoria contínua por meio da avaliação dos resullados.......................................................2-5
3.1 Qual é a origem dos nutrientes?................................................................................................3·2
3.2 Selecionando a fonte certa .........................................................................................................3·3
3.3 Tipos de fertilizantes ...................................................................................................................3-4
3.4 Tipos de fontes orgânicas: estercos, compostos .......................................................................3•6
3.5 Interações dos nutrientes ............................................................................................................3•7
li1ódulos de aprendizagem
O 3.1-1 Fonte certa de K melhora o rendimento e a qualidade da banana na Índia.......3.g
O 3.2-1 Equ.ilíbrio entre fontes orgânicas e minerais para o milho na África....................3·9
3.3·x Fonte específica de nutriente...................................................................................3·1O
O Url'ia.......................................... 3·/0 O Clort'lode/10/ássiu..............................3-22
O Nitra/o dr amôuio·Uráa............... 3·/ I O S11/ji1lodt•polâssio ..............................3·23
O A111ô11ia....................................... 3·12 □ S11!Jr1/o depolássiu emagnésio..............3-2·I
O S11!falo dr amónio......................... 3·/3 □ Nitra/o de /iolássio ..............................3-25
O .11/refoifato.................................. 3-1·I O Airsciila ............................................3·26
O .1
foatode111mi11io......................... 3·15 O En.wifr,· .............................................3·27
O Fusjâ~ 11w11ua1111í11ico.................... 3·I G □ Tioss11!Ji1tos.......................................3·:28
O Foifato dia111ô11ico......................... 3-17 O Mi.rl11m.gm1111lad11..............................3-29
O Polifaif,1/0 ................................... 3·/8 O Fcrti/izanle1
;:urstido............................3·30
O S11/1erfoifa111.ri111/1lcs...................... 3-/9 O Gmo ................................................3·3/
O Sujil'[fodâlu lri/1/0......................... 3·20 O Calcário ............................................3·32
O 1-"r'!fàlo dr rorlta............................ 3-2I
O 3.5.J Equilíbrio entre N e K melhora o rendimento e a eficiência no uso de N ........3-33
4.1 Avaliar a demanda de nutrientes da planta..............................................................................4·2
4.2 Avaliar o fornecimento de nutrientes pelo solo .......................................................................4·3
4.3 Avaliar todas as fontes de nutrientes disponíveis.....................................................................4·5
4.4 Prever a eficiência no uso do fertilizante ..................................................................................4-7
4.5 Considerar os Impactos nos recursos do solo...........................................................................'1·8
4.6 Considerar a dose econômica especifica ................................................................................•1·11
A1ódulos de apl"e11clizagem
O 1
1.1·1 A adubação nitrogenada de trigo e milho na Argelllina é melhor cleterminad.i
pela avaliaçüo do N disponível no solo antes do plantio...........................................'1· l2
O 4.1·2 C.llculo das doses de fertl1Jz,.111tc cm cereais usando il cliagnosc por subtraçào.......4·13
CI 4.G·I Doses ótimas econômicas de N para o algoclf10 em solo argilo·siltoso, 110
Alahama, mudam pouco com as mudanças nos pre1;os ......................................4•1·1
O 4.G·2 Doses ótimas econômica~ de N para o milho v11riaram apenas ligeiramente
com. i.15 condições de mercado ao longo dr 10 anos ................................................... 4•1·1
5.1 A11allsur a mnrcllil ele absorção da planta.................................................................................5-1
5.2 Analisar a di11f1111lc.i de fornechnentn de nutrie11tcs cio solo...................................................5·-'1
5.3 Analisar ,1cll11â111lcn c.le perda ele 1
n11rlentcs do solo ...............................................................5•5
5.'I /w1llar a logi~tlca das operações no ca111po.............................................................................5•5
.Móc/11/as ele 11premlizage111
O 5.1·1 P,OLlu~·àu tle trigo com apliraç('lo tardia ele N estimada pc•la culorn·f1u da folha............ 5.7
U 5.1·2 Uso de Nem ~l11no11la com a demanda da rultura cll111inul o nitrato IH> solo....5•7
O 5. 1·3 Ab~or~·flo de N. P e 1( por vlcl!'ira~ (o afotacla pela época ele npllcação................5.3
O 5.1••I Pan:r.1
;11111·1110 da cJu~1· illlllll'llta a cll~ponibllldadc de Ca 110 n111e11doi111 ..... .......5·8
O 5.2·1 Sulu~lertei~ pn~siblllta111 111ainr ílcxlbilicladc- na rpnC"n ele aplitaçüo ele P e K ...5•9
O 5.3·1 Aclubaçio nitrogenada na prh11avcra t1umr 111a o aproveitamento de N e a
luc:r,.1tlvidadc do milho 110 ::.ui ele Minnc.,uta ................. .............................-............. 5.!)
Capitulo 6
Local certo
Capitulo 7
Adaptando as práticas
em toda a fazenda
Capitulo O
Práticas de Suporte
Capitulo 9
Planejamento e
Responsabilidaclc no
Manejo de Nutrientes
6.1 Crescimento radicular ela planta ..............................................................................................6·1
6.2 Práticas para a localização de nutrlentcs.................................................................................6·3
6.3 Reação do solo e da raiz à localização cm faixa....................................................................6•4
6.4 Adubação foliar.........................................................................................................................6.6
6.5 lvlanejo da variabilidade espacial ............................................................................................6•7
l'1ód11/os de ap,-e11dizage111
O 6.2·1 Minimização da perda de amônia com a colocação do fertilizante no "local
certo", no cultivo de cana·de·açúcar e milho no Brasil..............................................6·9
7.1 Sistemas de cultivo ....................................................................................................................7·1
7.2 Manejo adaptativo .....................................................................................................................7·l
7.3 Além dos sistemas de cultivo ................................................................................................... 7.3
7.4 Apoio à decisão.........................................................................................................................7.3
Estudos de Caso
o 7.1·1 Influência do sistema de cultivo na eficiência de uso do nutriente e na
produtividade das culturas no Brasil ......................................................................7.5
o 7.1·2 Adaptação do manejo de N ao regime de irrigação em batata. na China.........7•6
o 7.2·1 Manejo adaptativo ele N para solos utilizando dados locais da produção
de milho no Ccntro·Ücstc cios Estados Unidos.....................................................7•7
o 7.3-1 Escolha de práticas de manejo de Pcm trigo com base no perfil dos agricultores...7-8
o 7.3.2 Otimização da adubação nitrogenada com fertilizante de liberação controlada......7.9
o 7.3·3 Balanço d e nutrientes em fazendas leiteiras.........................................................7·10
o 7.4.1 Uso do _.i,1,i,,11/ faJ1erl aumentou a rentabilidade ela produção de milho .........7-11
8.1 Diagnose visual e sintomas de deficiência nutricional ..........................................................8-l
8.2 Análise d e solo ..........................................................................................................................8·3
8.3 Metodologia da análise de solo ...............................................................................................8.6
8.4 Análise de planta ......................................................................................................................8.7
8.5 Interpretação dos resultados da análise de solo e ele planta ................................................8.9
8.6 Parcela com omissão ele nutrientes .......................................................................................8·11
Estudo de Caso
O 8.2·1 Histórico de cultivo influencia na decisão sobre a profundidade ela
amostragem de solo ................................................................................................8·12
9.1 Pl;inos de manejo de nutrientes ...............................................................................................9•1
9.2 Plano de manejo de nutrientes i!C ..........................................................................................9·1
9.3 Medidas e indicadores de desempenho..................................................................................9·2
9.4 Eílciêncla de uso do nutriente como indicador clc- desempenho .........................................9·4
9.5 Pa~sns para desenvolver um plano de manejo de nutrientes 4C .........................................9·5
!l.6 Ext'mplo rlc planllh:i cln plano 1
IC ..........................................................................................9·6
9.7 Compara11cln normas rcgulmnentadoras t• voluntária~ para os planos ele m::11wjo
ele 1111trll'nll!s.............................................................................................................................9·8
9.8 Manejo dos l111p,1
c10s aml.licntah.............................................................................................!J.~l
9.8.1 t,,1
lanejo cio~ impactos a111blc11tah do N.................................................................................9.0
9.8.2 Manrjo cios Impactos ambientais cio P........................................... ......................................9·10
!J.9 Milnejo d o sin!!rglsmu.......... .................................................................................................9·13
Esl11clos ele Caso
[J !l. l l Pla110s ele 1m,11
rjo th· 11utrle11tl'S e111 c.111a•d c·ai;1kar na Amu·,li.i ......................9·1·1
U !J.l·2 Mam:jn d e m1trlc11tt•s 4C rcdu'l as c111h:,ües ele g,b du r íelto etufa..................9·16
U ~
I 1·3 Manejo d,t ,ii;11a e u o~ 1111tricnll·~ 1111ilh111a a qualidade cio IC'11·ol frt"átirn ....... 9·17
U 9. (.,( ~vla1wjo da acl11lx 1
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0 f115fatacl,1 por 1111'10 da lllláli:.c• d r solo 111elhora
a prod u~·üo dl• alhm:11t1S l : o d eM•111pl•11ho a111bie11tal na China......... . ............!J.)!J
Clo-.!>ário, Solução da-. Rcscnh~. Símbolos l' Ab,·c, iaçõcs . ..................................................................../ t
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I
Capítulo '(0
METAS DA AGRICULTURA SUSTENTÁVEL
H
Á CERCA DE 30 ANOS, o Advisory Panei on
Food Security, Agricuhure, Foresuy, and Environment
(1987) foi questionado por Gro I-lam1lem Brundtland,
então presidente da World Comrnission on Environrnent and
Development (WCED), sobre como a humanidade poderia
ser protegida da fome de forma ecologicamente sustentável.
Em seu relatório ao WCED eles afirmaram: "Nas próximas
décadas, os sistemas mundiais de produção de alimentos se
defrontarão com um grande desafio, talvez o maior entre os
que poderão enfrentar novamente. O esforço necessário para
aumentar a produção de alimenlos em rilmo concomitante
com o aumento de uma demanda sem precedentes, manten·
do a integridade ecológica essencial dos sistemas alimeniares,
é colossal. tanto em magnilude como em complexidade.
Dados os obstáculos a serem superados, muitos deles produ-
zidos pelo homem, pode-se falhar com mais facilidade do que
obter êxito". Essa avaliação sóbria é tão aplicável atualmente
como foi na época.
fate relatório do Advisory Panei constiluiu a base das reco-
mendações sobre segurança alimentar e sustenlahilidadc do
relalório de Brundtland, intilulado 0111 ( .im1111u11 Í't1/ttrr (1987).
O relatório abordou a cresrenle preocupa~·ão "com a dele-
rloração acelerada do ambien te hun1ano e dus a
·ecursos
n aturais e as consequências de~a clclerioração para o
d esenvolvimen to econômico l' social". O drsallo de
aumentar a produção ele allnwntos de forma 1·conomica-
11wnte viávPI, rnanlendo a inlcgridacl,· ecológica cios ~istcn1as
alimenian•s, é o principal objetivo d.i ngricullura s11str 11t,ivcl.
Existem num,•rosll ronreilos sobre agricullura s11sle111iivcl,
port'·111, quase rodos t> nfati1,11n a 111•rc•~sidadP de aju,tar a~
dl•ma11das crescc11tl'S dl• pro1h1~
·i10 s,•111 c:11111pro111ctl•r os
recur~os 11a1urais dos quai dPpL·tHll' a agrln1l111ra. Ápl•sar
NlJTRIÇÀO DE PLANTAS 4C
da multiplicidade de definições de sustentabilidade. há
um consenso geral em relação a um denominador comum
entre os atributos que a caracterizam. Um desses importan-
tes atributos é o ela sua multidimensionalidade. O conceito
de sustenlabilidade não se aplica apenas a uma dimensão
(por exemplo, social. econõmica ou ambiental) de forma
isolada, mas a todas elas ao mesmo tempo.
A aplicação de la) visão multidimensional à agricultura
pode ser facilitada se a classificação tradicional cios compo-
nenles socinl, econômico e ambiental for ainda mais e.xplici-
lacla. Uma maneira eficiente de visualizar a multiplicidade
dos recursos envolvidos no funcionamento da agricultura L'
agrupá-los como bens ou capital em cinco rntegoria~. como
foi sugerido por UNCTAD-UNEP (2008):
♦ Capital natural. Es1e capilal compreende m rl'Cllrso,
que são utilizados p;ira a produção de ;1linll'ntos. fibr;1,
e macieira, notaclanwnte terra, i'igua e- enc-rgia. ;i~,i111
como os ulilizaclos na procluç;io e tran,portL' dt• in.,umo,
necl'ssürios {por exP111plu, matérias-primas p.ira fc-rtili1c111.
tl's) . Além disso, o capllill natural tambl' m L' a fontt' dl'
ali11w11to 11alural ou silvl•strl' l' dl' hnportantl's ,L·rvi~·os
mnbienlals. lab como elimina~·ão til• rt•sicluus, ciclagl'm
de nutriPnlc,, formação do ,ulo, controll' biolligin> dt·
pr;1
gas, regula~·ão cio clima. habitat, da vid;1,L'h .ig,·111,
protL•ç;m cu1111 a tl·n1Jll',tadt•s e crn11roll' dl' l11uml.1~·út•, ,
scque~tro dP carbono l' poli11i,a~
·ao.
♦ Capital social. E,tl' t•s1;i ligado ~
1, 11orni;1,.  ;ilo1 t•, l'
alitudl'' qu1• ll'van1 as pes..,oa, a n1opl·1.ir l' l)lll' ~l• 1l'll,·tl•111
L'lll a~·üo col1•tiva 11u1111:11rn·11ll' l>l'11l'lk,1
. Cu11111nid;1d,·s ro111
pouca i11ll•r.1~·;10, l.illa de nu1l1,1n~·.1 e dl• p.1rn·1i,I. l'IJo
11i;ils expo,t.1 ii, dil1c11ldade, a111liiL'11lah t' ii inwguran~
·a
alimentar. A organização de agricultores cm cooperativas
ou em grupos de desenvolvimento tecnológico incenliva
o trabalho conjunto e o companilhamcnto de conheci·
menta e recursos.
♦ Capital hwnano. Este inclui a capncidade total inerente
aos indivíduos, a qual é baseada em conhecimento, habl·
!idades, saúde e nutrição. A contribuição desses alivos
depende do nível de uso das habilidades pessoais, o
qual é favorecido por meio da promoção da parlicipação
e da educação - fomial e não-formal - e do suprimento
de cuidados adequados à saúde. A participação dos
agricultores no processo de geração de novas alternativas
tecnológicas (por melo de pesquisa aplicada na proprie-
dade, por exemplo) é uma iniciativa que contribui para
o desenvolvimento do capital humano. Melhor educação
é evidentemente essencial quando práticas agrícolas,
como o manejo de fertilizantes, precisam ser melhoradas.
♦ Capital fisico. É o estoque de recursos materiais
construídos pelo homem, tais como edifícios, infraestru·
tura de mercado, sistemas de irrigação, redes de comu-
nicação, ferramentas, máquinas e sistemas de energia e
transporte, que aumentam a produtividade do trabalho.
O acesso aos mercados é frequentemente limitado pela
falta de infraestrutura de comunicação adequada.
♦ Capital financeiro. Este capital está relacionado ao
fluxo de dinheiro no sistema, que é dependente de
fatores como preços, custos, receítas, margens de lucro,
poupança, crédito e subsídios. A pobreza permanece
como o maior obstáculo para o desenvolvimento da
agricultura e da segurança alimentar - especialmente
nos países em desenvolvimento - porque Impede que as
pessoas tenham acesso aos meios que poderiam melhorar
suas vidas.
A sustentabilidade dos sistemas agrícolas pode ser avaliada
pelo seu impacto sobre os ativos descritos acima. Tecnolo-
gias agrícolas que conduzem ao crescimento persistente dos
capitais natural, social. humano, físico ou financeiro podem
ser consideradas sustentáveis. Por sua vez, visto que os sis·
temas agrícolas interagem com os cinco tipos de capital de
forma cíclica, possuir grandes estoques desses cinco tipos de
ativos favorece, ainda, o seu funcionamento.
O Manejo de Nutrientes 4C é uma ferramenta essencial no
desenvolvimento de sistenrns agrícolas sustentáveis porque
sua aplicação pode ter vários impactos positivos nos ativos
mencionados acima.
Há uma ligação direta entre a aplicação da fonte certa
de nutrientes, na dose certa, na época certa e no local
certo, e os Impactos benéficos sobre os componentes do
capital natural evidenciados por melhor desempenho da
cultura, melhor qualidade do solo, diminuição da polulçflo
ambiental e proteção da vida selvagem. Da mesma forma ,
efeitos posillvos são esperados no capital ílnancclro co111 o
aumento dos lucros dos agricultores, trazendo 111clhurin na
qualidade de vida e aumento clil atividade econômica em
~uas comunidades.
No entanto, a Implementação do Manejo de Nutrientes 4C
também pode promover aumento do capital social, humano
e físico. O desenvolvimento de prálicas locais de manejo,
por exemplo, Implica em trabalhos de pesquisa nas áreas
dos agricultores, exigindo sua participação ativa, o que nor-
malmente resulta em melhor comunicação entre todos os
Interessados do setor agrícola (agricultores, pesquisadores,
empresários e representantes do governo). Além disso, o
nível de escolaridade dos participantes também irá aumen-
tar por meio de atividades formais e não-formais. Há inú·
meros exemplos de organizações de sucesso dirigidas por
agricultores, que geram e difundem tecnologias agrícolas.
A adoção de novas tecnologias de ponta relacionadas ao
Manejo de Nutrientes 4C também pode ter consequências
positivas sobre o capital físico, porque geralmente engloba
melhor infraestrutura de acesso aos mercados - para entradas
e saldas - e melhor comunicação. Boas estradas são necessá·
rias para trazer fertilizantes e outros insumos e transportar as
colheitas. O acesso crescente por membros da comunidade
agrícola às informações atualizadas, por meio de telefones
celulares e ferramentas de comunicação digital, reflete em
melhores recursos de comunicação para a sociedade.
Quando visto de forma ampla e integrada, o Manejo de
Nutrientes 4C pode apresentar efeitos potenciais de longo
alcance sobre a sustentabilidade dos sistemas agrícolas, que
se estendem além dos benefícios imediatos na nutrição das
culturas. m
A s11s lt>11tabilidaclt> ,/,,. '"'' 11,.,, ,, ;"• ,lo,/'·,', ,, , , ,
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REFERÊNCIAS
Advlsory Panei on roocl Securlly. Agrk ulture. rurestry. anel Em+
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Kl' 011 Tradc anel
Devclop111Pnt · Unltcd Na1lons Envlron111cn1Progra111111c. Organic
agriculturc anel food sccurity in Aírica. Ct•m•va. S i1zcrl,111cl,
2008. •17 p. (Docunll'nt UNCTAD/DITCrrED/2007/15).
WCED. World Commlsslo11 011 E11vlro111ncnt and Dcvelopmcnt.
Our common future. New York: Oxford Univcrslty Prcss, 1987.
400 p.
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C
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Capítulo @
O CONCEITO DE MANEJO DE NUTRIENTES 4C
O
MANEJO DA NUTRIÇÃO DE PLANTAS se
aplica a uma vasta gama de sistemas, desde exten-
sas áreas de pastagens, utlllzadas para pastejo, até a
produção intensiva de culturas anuais, plantações, e mesmo
o cultivo controlado de frutas, verduras e plantas ornamen-
tais em estufa. Tais sistemas eslão localizados em diversos
solos e climas ao redor do mundo. Este capí1ulo lem como
objetivo descrever os princípios comuns da nutrição vegetal
através desses diversos sistemas e fornecer um roleiro para o
aperfeiçoamenlo contínuo das prálicas envolvidas no manejo
dos nutrientes das plan1
as.
2.1 Fonte Certa, na Dose Certa, na Época
Certa e no Local Certo
A aplicação da fonte cerla de 11ulrlenlc5, na dose cerla, m,
época cerra e no local cerlo é o concello cenlrai cio l'vlanejo
de Nutrlenle5 4C. Es1
es qua1ro "certos" sào todos necessários
para o manejo sus1e111ávcl da nulrição cla5 pla111as - m,1111'.]o
que aumenla a produlivlclade ria, planlas e das culturas.
Conforme descrilo no capí1ulo ét1lle1lur, n smle111ablllrlarlc
engloba as dhnrnsões econômica, social e a111biL•n1al. Todas
as lrês dimensões devem 5er i11rluídas 11a avaliaçflo ele qual-
quer prática de manejo de nulrient1•s 110 l11tuilo ele dctcr111l-
nar 5e é ela é ou não "e-erra" .
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C
A adubação certa - fonte, dose, época e local - está ligada
aos objelivos do desenvolvimen10 sustentável (Figura 2.1).
Para qualquer sistema de produção vege1al, os inleressados
do setor agrícola precisam definir os objetivos gerais. ma:, os
gere111es eslão melhor preparados para a escolha das práti·
cas. Para definir as metas, os interessados precisam entender
como o manejo da nutrição da planta areia o desempenho
do sistema vegetal. Es1as pessoas incluem não somc1lll' o:,
gerentes e seus assessores, mas também aqueles que com-
pram os produtos e vivem no ambiente do :-istema. C01110
os sistemas de produçflo vegetal estão muito difundido:, - l' éL:>
pessoas dependem deles para alimcnlação, combustíel, libras
e estética - , basicamente todos sào interessados cm algum
grau. Assim, a clcílniçflo ele clesempe11ho do sistL'llla incluira
a produtividade e a rrntabilicladc (dime11~ào eco11ôn1ic,1).
seus lmpaclos no solo, água, ar e biodiver:-iclad1• (dimensão
ambiental} e seus l111pacto_.. na qualicladL• dl' 'ida e n,L opor-
tunidades de emprego (dimensão social). A, 1
11e1;t, t'5Pl'C11irns
da empresa precisam l'Star alinhadas às mews ger::ib p,1r<1 o
dl'Senvolvime1110 suslcntavcl da região.
Para ser cunsicleraclo "certo", o n1,ml'jo cl,1 aduba,do dee
.',11lentar ;i~ melas centrais dt• Ol'Sl'lll(JL'llhu e:,tabl'iecicl,1s
pelo lntcre~,aclo. No L
' ntillllll, u agricuhor. o gerenle d;1IL•rru,
é quem to1nará <1 decisão final na escolha d,1:, pr.itic.1:, -
aclapladas ao solo lucal. clima. cundiçüe~ ele prud11ç;1
0 da,
lavourns e normas locais - que melhor cumprem os objetivos.
Uma vez que tais condições locais podem iníluenciar na deci·
são ílrrnl sobre a prálica a ser adolada. incluindo o dia da sua
h11plementaçf10. é convenicnle a tomada de decisão local com
base na informação correta de suporte.
2.2 Princípios das Práticas de Suporte
Fí~ica, química e biologia siio as ciências que estabelecem os
princípios fundamenlais para a nulrição mineral das plantas.
A aplicaçiio dessas ciências ao manejo prático da nutrição
das plantas levou ao desenvolvimento das disciplinas cientíl1-
cas de fertilidade do solo e nutrição de plantas.
Princípios cicn1íl1cos específicos orientam o desenvolvimento
das práticas que determinam a fonte. a dose, a época
Figura 2.1 O conceito sobre manejo de nutrientes 4C define
a fonte certa, a dose certa, a época certa e o
local certo para a aplicação de fertilizantes como
sendo as práticas que produzem os resultados
econômicos, sociais e ambientais no ecossistema
da planta, desejados por todos os interessados do
setor agrícola.
e o local certo. Alguns exemplos de princípios e práticas
essenciais são apresentados na Tabela 2.1. Estes e outros
importantes princípios da nutrição de plantas serão descritos
com mais detalhes nos próximos quatro capítulos.
Os princípios são os mesmos em todo o mundo, porém,
como são colocados em prática localmente, variam em
função das condições específicas de solo, cultura, clima e
Tabela 2.1 Exemplos de princípios científicos-chave e práticas associadas.
~
f lL---,1 1 . ' . .,. ~
-
Fonte Dose Época Local
♦ Garantir o ♦ Avaliar o ♦ Avaliar a dinâmica Identificar o padrão
Exemplos de fornecimento fornecimento de de absorção pela de enraizamento
princípios adequado de nutriente de todas cultura e o da cultura
científicos-chave nutrientes as fontes fornecimento pelo
♦ Gerenciar a
♦ Adequar-se às ♦ Avaliar a demanda solo
variabilidade
propriedades do pela planta ♦ Determinar a época espacial
solo de risco de perda
♦ Fertilizante comercial ♦ Análise de solos ♦ No pré-plantio ♦ À lanço
♦ Estrume animal
para nutrientes
♦ No plantio Faixa/cova/injeção
Exemplos de
♦ Cálculo da economia
No florescimento
escolhas práticas ♦ Composto ♦ Aplicação em taxa
♦ Resíduo da cultura
♦ Balanço da remoção
pela cultura
♦ Na frutificação variável
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C
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f.i
Ci
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Ci
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g
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::a
Fonte, dose, época e local são os componentes necessários e suficientes para descrever qualquer aplicação de nutrientes em qualquer cultura.
ambiente, e das condições sociais e econõmicas. Agriculto-
res e consultores devem estar seguros de que as práticas que
selecionam e que aplicam localmente estão de acordo com
esses princípios.
Os quatro "certos" são uma forma simples de se avaliar se
uma dada cultura foi fertilizada corretamente. A pergunta
"foi fornecida à cultura uma fonte certa ele nutrientes, na
dose certa, na época certa e no local certo?" auxilia agricul-
tores e consultores a identiílcar oportunidades de melhoria
na fertilização de cada cultura específica, em cada campo
especíílco.
Existe um equilíbrio adequado entre os 4Cs. Ele ajuda a
cvilar demasiada ênfase cm um componente cm detrimento
de outros. A dose, por exemplo, devido a sua simplicidade
e ligação direta com o custo, pode, algumas vezes, ser supe-
rcnfatizada em detrimento de outros fatores. Fonte, época
e local são os componentes mais frequentemente ignorados
e elevem ser considerados para melhorar o dl'sempenho ela
cultura.
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C
2.3 Os 4Cs Integrados ao Sistema de Plantio
Os quatro "certos" estão interligados. Eles elevem trabalhar
em sincronia um com o outro e com o meio alllbienle que
circunda a planta. o solo, o clima e o manejo. Na maior
parte dos sistemas em que as plantas são gerenciadas para
fornecer alimentos, rações, fibras. colllbustivel e benefícios
estéticos, os solos são o meio no qual a, plantas crescem.
A fertilidade adequada cio solo é uma nccr~idade b;isica
para que as plantas cresçam de forma proclutiv;i. Elllbora c1
fertilidade seja vital para a produtivicbele, t1elll todm os solo~
férteis são produtivos. Drl•nagcm pobre, sera, in~elm, doenças
e outros fatores podem limitar a produtividade, nll',1110
quando os níveis ele todos os nutrientes estão aclcq11;1clos à~
plantas. Para entender plenamcntl' a fertilicbdc cio ,olo e
necess.írio ronhccer outros falolL'S quL' ma1llélll... ou li111i1a111...
a prndutividach•.
As plantas dq>L't1clL•111cio solo p.irn obter supullL' 11l•r,i nico,
água, ar e nutrientes. El.is 1a111bt'111 c!L•pt•ndt'lll lk f,11ore~
Pxtemos, como luz l' ll'lllpC'r,llur,1. Tudu l'~St•~ fa1urcs t•,1ão
ligados entre ~i e iníluencia111 dl' ';iri,1s 111a11L'il as o crcsci-
nwnto da, plantas L' a ab,01·âo de nutrk-1lt'. U,11,1 'L'Z que
a água e o ar ocupam os espaços dos poros no solo, fatores
que afetam a água necessariamente influenciam o solo e
o ar. Por sua vez, a água afeta a temperatura do solo. A
disponibilidade de nutrientes é influenciada por todos os
três: ar, temperatura, água, ...e mais, à medida que a raiz
cresce, a planta fica sensível a estresses adicionais, incluindo
compactação e profundidade do solo e presença de muitos
tipos de organismos nele presentes.
A nutrição das plantas é, portanto, parte de um sistema
dinãmico, variando segundo o lugar e a época. A resposta à
aplicação de nutrientes varia de acordo com os fatores acima
mencionados, por isso, o manejo da nutrição de plantas é
uma atividade específica do local. No âmbito dos sistemas
de produção, os nutrientes são constantemente removidos do
solo sob a forma de produtos de origem vegetal e animal e
por processos de lixiviação, volatilização e erosão. Algumas
formas de nutrientes podem ser fixadas por meio de reações
químicas com minerais de argila e outros constituintes dos
solos. Matéria orgânica e organismos do solo imobilizam, e
depois liberam, os nutrientes.
As práticas da nuu·ição de plantas interagem com o ambien-
te do sistema planta-solo-clima (Figura 2.2). Para que o
uso de fertilizantes seja sustentável, ele deve melhorar
o desempenho do sistema. O desempenho do sistema é
influenciado não só pelos 4Cs, mas também pela forma
como eles interagem com as outras práticas de manejo,
tais como preparo do solo, drenagem, seleção ele cultivares,
proteção de plantas, controle de plantas daninhas, entre
outras. O sistema planta-solo-clima inclui fatores como
potencial de rendimento genético, ervas daninhas, insetos,
doenças, micorrlzas, textura e estrutura do solo, drenagem,
l
compactação, salinidade, temperatura, precipitação
e radiação solar. Eles interagem com o manejo da
nutrição da planta.
Muitos aspectos do desempenho são influencíados
tanto pela cultura e manejo do solo como pelo
manejo dos nutrientes aplicados. Por exemplo,
a eficiêncía de utilização dos nutrientes é maior
quando uma cultivar com potencial de alto rendi-
mento é cultivada. Os indicadores de desempenho
mostrados na Figura 2.2 ilustram a complexidade
do sistema agrícola.
Os sistemas de produção são complexos e podem
reagir de maneira inesperada à aplicação de nutrien-
tes. Assim, a ciência, ao apoiar uma prática específica
de aplicação de nutrientes, precisa descrever a forma
como ela funciona no nível básico (por exemplo,
a química) e mensurar os resultados em relação ao
desempenho do sistema (por exemplo, a agronomia).
Todas as ciências que medem os impactos no desem-
penho dos sistemas são importantes para o aperfei-
çoamento contínuo das práticas de manejo.
/ '
Pergt111tas ·, ? 
1. O aspecto mais importante do desenvolvimento
sustentável é
a. econômico.
b. social.
c. ambiental.
d. um balanço dos três.
2. Princípios científicos orientam o desenvolvimento de
3.
-
a. grupos interessados cio setor agrícola.
b. combinações específicas e localizadas de
fonte, dose, época e local.
c. emissões de óxido nitroso.
d. metas de sustentabilidade. '
Fonte certa, dose certa, época certa e local certo são
1
1
a. independentes entre si e de ouuc1s práticas. 1
b. lnterconectadas mas independentes de
outras práticas de manejo.
!
c. interconectadas mas ligadas a outras práticas
de manejo.
d. independentes do manejo do fertilizante.
:
- -· -- ---·- - __J
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C
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·-3
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Adoção das 8PM e Avaliação.--___----,
Nlvel polltlco - regulamentar, ~ •
infraestrutura, desenvolvimento de produto •
FATORES LOCAIS
•Clima
Nlvel regional - ♦
pesquisadores da área
agronômica,
prestadores de
serviços agrlcolas
APOIO À DECISÃO com base
em princlpios cientlficos
• Políticas
• Posse da terra
• Tecnologias
ENTRADA
Recomendação da fonte certa, dose certa,
época certa e locai certo (8PM)
• Financiamento
• Preços
• Logística
Nível da fazenda
Produtores,
Consultores
DECISÃO
Aceitar, rever ou rejeitar
l1....____T"""'_ _ _ ___.
• Manejo
•Clima
• Solo

• Demanda da cultura
AÇÃO
Mudança na prática
• Perdas potenciais
• Vulnerabilidade do
ecossistema
AVALIAÇÃO DO RESULTADO
Sistema de cultivo
Desempenho da sustentabilidade
Figura 2.3 A adoção do manejo de nutrientes 4C leva a boas práticas de manejo (8PM) por meio de ciclos contínuos de avaliação
da decisão no contexto dos fatores locais.
2.4 Melhoria Contínua por Meio da Avaliação
dos Resultados
Pelo exposto antcriormcnle, e por meio das Figuras 2.1 e 2.2,
descreveu-se o âmbilo do manejo da nutrição vegetal e as exi-
gências na melhoria das práticas de adubação. Neste ponto, é
preciso dar atenção mais detalhada às atividades das pessoas
que fazem as melhorias acontecerem. O conceito de Manejo de
Nutrientes 4C prevê ciclos de ação e avaliação dos resultados
de desempenho em diversos níveis (Figura 2.3). Destes ciclos
podem participar produtores e consultores agronômicos no
nível de exploração, cientistas agronômicos e agro-prestadores
de serviços no nível regional e líderes do governo e da
indústria no nível político. Cada nível se esforça para íacilitar
a adaptação das práticas aos fatores específicos ioc,1is a fim de
atingir as melas de desempenho cm suslenlabilidade.
Na fazenda, ou no nível do sistema dt• produçiio local. prmlu-
tores e seus consultores tomam decisões - com base nos fatores
locais - e as imple111enlam. Ele~ avaliam, então, os resultados
de suas decisõe~ para determinar qual é a próxl111a cleris,io
a ser tomada de111ro do ciclo. De forma icle,11, a ílValiação cio
desempenho pn1ico deveria ser íeila co111 base em lodos os
indicadores comiderados i111port.i111cs para os intere~saclos.
Baslca111e11h•, e~sa é a prática ele 11w1wjo adapt,llivo - um
procl'~su (Oflll11uo de clL·s1~
11volvi111e1110 das llll'lhorcs prúliras
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C
para produção eficiente e conser.,ação cios recursos pelo uso
da aprendizagem participativa, por meio de uma avaliação sis-
temática e contínua. Para uma boa OJientação nesse processo,
é importante que os consuhores agronômicos tenham nível de
certificação e capacitação profissional.
Agricultores e gestores iden1ilica111 os nspectos nmbientais e
sociais relacionados, com o propósito de manter suas L'mpn:-.sa-.
viáveis para as gernções futuras. A rentabilidadL' eco11ú111ica.
no entanto, é essencial para a susten1abilidacle de qualquL•r
empresa e às vezes pode entrar em co11llito com as ntL'tas
ele clese111pe11ho ambiental e sociíll. A 111oti, açào para o~
gestores abordarem mais plcnanwnll' os trC's asµl'ctos podl'
ser fornecida por progrnmas que lnrlul'm rt•contwcinwnw
ilquclcs que se detacnm t•m termos de millwjo eficiL'ntL' (cré-
ditos de cnrbo110, por CXL'mplo. relacionados ;, 111itiga~·ão de
gases ele c>Íeito l'stufa).
No nívl'I n·gio11al l'St,i incluída a i11d11s1ria dl' :igro ~eí i, m
(distrihulclores cll' i11s11111os .igricol;t~ t' prl'st.1do1t's dc> L'l, içosl.
visto f(lll' Pia 10111.1 cll'CÍS(ll'S que afl'l,1111 J rap,1ri1l.Jdl' lÍl'
l'lllrt•ga elas Íllllll'S fl'rlilS dl• lllllril'ntL'S p;ir,1 .is plantas, 11,IS
q11a11tidacl1•s Cl'rta~ l' IM 1•poca l' lllc,1is certo~ p,1r.1 ,11e11cler a
cll'mand,1 dos produlorL•~. I-la dL•~an.1s log1s1iros na l'1lln:ga l'
clislrib11iç,io cll• Íl'rtilil,mtl's q111• a i11chb1ria de .igro·crviços
Jll l'Cl~a l'IIÍH'lllar.
No nível regional também estão incluídos os cienlistas agro-
nômicos que trabalham para desenvolver e fornecer suporte
à decisão dos gestores. Eles colaboram com a rccomcndaçflo
de íonte. dose. época e local certo - novamente cm rclaçflo
aos íatorcs específicos do local. Sistemas de apolo à decisão
necessitam de avaliação e apcríciçoamcnto contínuo para aco-
modar mudanças na disponibilidade de tecnologia e mudanças
no sistema planta-solo-clima. Os resultados obtidos por melo
soítwares de sistemas de suporte à decisão requerem valida-
ção nas condições de campo. A validação pode incluir muitos
dos indicadores de desempenho já utilizados no plano prático.
Prestadores de serviços agrícolas do setor privado também
podem participar de tal validação por meio da criação de
bases de dados regionais de resposta das culturas. A participa·
ção profissional dos consultores agronômicos e dos cientistas
agrícolas pode contribuir para a melhoria do suporte à decisão
fornecido pelos consultores agronômicos comerciais.
O nível político envolve o quadro regulamentar e institucional
no qual operam produtores, gestores, consultores, bem como
a indústria de agro-serviços e as Instituições de pesquisa e
extensão. Nele está incluído o processo de decisão relacionado
à iníra-estrutura - que permite o transporte e a entrega de
nutrientes e de rmnmoditiu agrícolas - e ao suporte à educação
e pesquisa. A atividade industrial no desenvolvimento de
novos produtos íertilizantes também desempenha papel impor-
tante. O nível político deve incluir íóruns de discussão, onde
todos os interessados traduzam suas ideias em indicadores
de desempenho ou metas. Sempre que possível, deve-se estabe-
lecer as metas em termos de desempenho do sistema, ao Invés
de se aplicar regras a práticas especíl1rns, pois estas alinham-se
melhor com as iniciativas em curso e provavelmente resultam
em progresso real no aumento da sustentabilidade.
O conceito sobre Manejo de Nutrientes 4C relaciona as práti-
cas d e manejo às metas de sustentabilidade cm todos os níveis,
incluindo o da fazenda. Solicitar aos agricultores que definam
suas metas de sustentabilidade incentiva-os a maior compro-
metimento e participação. A adoção de um plano de manejo
de nutrientes 4C inclui a ldentiíicação de tais metas.
Os indicadores de desempenho podem ser apresentados de
várias formas. O intervalo de tempo escolhido para o processo
é importante. Mudanças a curto prazo podem ser enganosas.
Considerando que a ~ustentabilidac.le é um processo de longo
prazo, deve-se incentivar o uso do maior intervalo de tempo
pos~ível. O contexto pude ser importante. Quando o Lmlanço
de nutrientes é apn:sentado, 111os1ram-se apenas os resultados
de excesso, dél1cil ou razão entre entradas e saídas do ~i~tcma,
e o quadro geral ele lluxo de nutril•ntes nflo fica aparente. A
apresentação do íluxo e balanço completo de 11111rientes pode,
muilas vezes, levar a uma percepçflo mais segura do que real·
rncntt• ocorr e ern determirwda ~illra~·no.
/'
Perg11ntas ?
4. De acordo com os princípios de sustentabilidade,
os interessados devem fornecer informações para
seleção de
a. indicadores de desempenho.
b. práticas locais específicas.
c. fonte, dose, época e local.
d. práticas de manejo de fertilizantes.
5. A decisão final sobre a seleção da combinação
regional de fonte, dose, época e local deve ser
íeita por
a. autoridades regulatórias.
b. um gerente da cultura.
c. um pesquisador científico qualificado.
d. equipes de interessados.
6. Práticas de manejo de fertilizantes devem ser
validadas por meio da avaliação do desempenho
com base em
a. aumentos no rendimento da cultura em
parcelas de pesquisa.
b. aumentos no rendimento da cultura em
parcelas na propriedade.
c. todos os indicadores considerados impor-
tantes pelos interessados.
d. benefícios ambientais.
7. Uma ciência com base na prática do manejo de
íerlillzantes é aquela que é
a. baseada em experimentação local no passado.
b. consistente com os princípios científicos e
validada por lestes no campo.
e. especificamente descrita em regulamentos.
d. ambientalmente neutra.
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C
a
1
z
ac
b
b
Q
Q1
t:J
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:2
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'2
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-:a
~
2
1
1
1
1
1
I'
Pergt1n tas ( ?
8. A combinação da fonte certa de fertillz.ante, da
dose. época e do local certo de aplicação garante
a. produtividades possivelmente maiores.
b. mínima perda de nutrientes para a água.
c. mínima perda de nutrientes para a atmosfera.
d. melhor chance de allngir as metas de susten·
tabilidadc.
9. O indicador de desempenho mais importante no
manejo de nutrientes é
a. eficiência de uso de nutrientes.
b. produtividade.
c. qualidade da cultura.
d. determinado pelos interessados do setor
agrícola.
10. Os indicadores de desempenho rcíletem o avanço
do manejo de nutrientes no auxílio à melhoria da
a. qualidade da água.
b. qualidade do ar.
c. produtividade.
d. sustentabilidade.
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C
1
;
1
1
1
Conclusão
FONTE, DOSE, ÉPOCA E LOCAL ;stão totalmente
interligados no manejo dos nutrientes. E possível ~ue ~ara
uma dada situação exista mais do que uma combmaçao
adequada desses fatores. porém. quando há mudança
cm um deles, os outros também podem mudar. Os 4Cs
devem íuncionar cm sincronia um com o outro, com o
sistema de cultivo e com o manejo do ambiente. O Manejo
de Nutrientes 4C enfatiza o impacto dessas opções de
combinações de manejo sobre os resultados. ou desempe·
nho, visando melhorar a sustentabilidade.
Cada aplicação de nutrientes pode ser descrita como uma
combinação de fonte, dose, época e local. Os princípios
científicos íundamentais que governam a escolha adequada
de cada item são específicos para cada categoria. Os
próximos quatro capítulos, 3 a 6, descrevem separada·
mente os princípios específicos de cada um dos 4Cs. Eles
são seguidos pelos capítulos 7 a 9, que, mais uma vez,
concentram-se na integração dos 4Cs no manejo adaptativo
de todos os sistemas agrícolas. nas práticas de apoio às
decisões relacionadas à escolha das combinações 4C e na
responsabilidade para tal manejo integrado, expresso cm
planos de manejo de nutrientes.
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lhe foundatlon oí bcst management pr.,clic~ for ícrtillzer. Bettcr
Crops, v. !li. n. •
1, l!l!l7.
::,
l
'
Capítulo G
-PRINCÍPIOS CIENTÍFICOS DE APOIO
FONTE CERTA
Os princípios cienúílcos fund<1111e111ai!, que deílnem a fon1
e cer-
ta para um conjunto especiílco de condições são os seguintes:
♦ Cons iderar a dos e, a época e o local ele aplicação.
♦ Fornecer os nutrientes em formas disponíveis
para a planta. O nutriente aplicmlo estú disponível pm-a
a planta ou está em uma fornm que. e111 tempo útil, se
toma disponível para a planta no solo.
♦ Adequar a fonte às p roprie dades fís icas e
químicas do solo. Alguns exemplos incluem: evitar
a aplicação de nitrato em solos inundados, a aplicaçào
superílcial de ureia em solos com pH elevado, etc.
♦ Reconhecer os sinergismos entre os elementos
nutrientes e as fontes. Algum exemplos incluem
inleraçi:io fósforo-zinco, nilrogênio·fósforo, fertilizan te no
complemento ao esterco, etc.
♦ Conhecer a compa tibilidade da mis tura. Dcterml
11adas cornbinaçôes de fon1es atraem umidade quando
misturadas, o que limlta a unlfon11ldacle c(p aplirn~·f10
cio 111aterlal mlsluraclo; o lilmanho cio!, gr[111ulos clevl' !,N
!,emelhante para cvi1ar a segrega~·ào do produto, l'll'.
♦ Reconhecer os b e nefícios e as inte a·açõcs cios
e le m entos asso ciados. À 111i1lor p.irtt• dm 1111lril'11ll'
pO:.!,lll um íu11 ,1Co111panh,1111c• q11P pode ~l·r 1Jp111•lku. IH'll·
iro ou prcjucllclal ti c11lt11rn. Por l'Xl·111plo, o dorl'lo (CI)
que i1ro111panha o 1( lltJ l'lon•ltJ d1• pol:t!,ltJ e IJl'm:•11co
NUTR IÇÃO DE PLANTAS 4C · FONTE CERTA
para o milho. mas pode ser prejudicial à qualicl;ide cio
fumo e de algumas frutas. Alguns fertilizante!, fm fatildos
podem conter Ca e S disponíveis paril as planta~ e
pequenas qua111idacles de Mg e micronu1rien1c~.
♦ Controla r os efeitos cios clen1entos não-nutritivos.
Alguns depósitos na1urais ele rocha ro~falica. por l'Xemplo.
contém elementos-traços nf10-11u1ri1i, m . O 11í, d de ;idiç:m
cle!,ses elementos eleve ser 111,1111iclo cll'11lro clL' li111ill'S .irl'i·
t,iveis.
Estes princípios fundamentais l'~l~
10 illlL'grado~ 11u., ro1Kl'Ítu,
que vão ser apresenlaclm ne~lc capitulo.
Todas as planta~ 11ece~~i1an1 clL•, r elo ll1l'llu~. 17 l'IL'lllL' nto,
essenciais pma co111pll•1ar Sl'll dclu clL' 'id,1. E~tL•~ i11l"iue111 o,
14 nutrientes minL•rals aprl'~t•nl,Hlo~ 11a Tabela 3.1 L' m
três l'lc111l•11to~ 11f10-111l11L'rais: l'arllrn1u (C). hid1 ogL•11iu (11)
e oxigênio (0). Os 111ano11u1ril'llll'' ,.i t1l'Xigicl1" l'lll qtr.111
tidade~ rclati'illlll'llll' L'il•vad,I pl'la, pl,1111a~. l'nq11.1111u °'
111lr ro11u1rll•1lll'S ~üo 111111Laclo~ l'lll l(ll.llllitLlclL•~ 111l•11ur,·, .
tvl11lto~ solos 11,lll'm il(ll l'~l'lll.1111 di,po11ihilid.1d,· 111t111n
baixa de- 11111 011 mal l'iL' 111L·1110, l'l'11r i.ii, . 11:111 (ll'1111i1 i11clu
que a~ c11h11ra, l'x1ne,w111 l'll po11·11l'i,il gl'IIL
'lil'u d,· lll'l'i
llll'llln. E,11 r r n:.~i,tl'll1,1, 11:10 1'L·rtiliL.1cl,1,. •" pl,1111a, 11.11i, ,I
aclap1a111-~t· ;" dl'lkli•rici,I dl' 111tlrÍL'llll'~ li111i1.111du .i 1,1, :i dL•
l'l'l'l'Íllll'll(ll lllllil l'~lldll'gÍ.I (jlll' gL'1,illlll'll(l' 11,ill l' ,ll'l'Íl.1t'I
pl'lo~ .igrinilloll' l'llolvid,1, ru111 ,1 prudu, .-m de .rli11 w111u, l '
ll'llll'llll l'l'llllllllliru,.
Tabela 3.1 Características importantes dos nutrientes minerais das plantas.
Número relativo de
Categoria Nutriente Símbolo Forma primária de absorção
Forma prlnclpal nas
reservas do solo átomos nas plantas
Macronutriente Nitrogênio N Nitrato, N03·; amônlo, NH.• Matéria orgânica 1 milhão
Macronutrlente Fósforo p Fosfato, HPO.' , H2POi Matéria orgânica, minerais 60.000
Macronutriente Potássio K Íon potássio, K' Minerais 250.000
Macronutriente Cálcio Ca Íon cálcio, Ca2' Minerais 125.000
Macronutnente Magnésio Mg fon magnésio, Mg2 ' Minerais 80.000
Macronutriente Enxofre s íon sulfato, s0,2· Matéria orgânica, minerais 30.000
Micronutriente Cloro CI íon cloreto, c1· Minerais 3.000
Micronutriente Ferro Fe Íon ferroso, Fe2' Minerais 2.000
Micronutriente Boro B Ácido bórico, H3803 Matéria orgânica 2.000
Micronutriente Manganês Mn Íon manganês, Mn2
' Minerais 1.000
Micronutriente Zinco Zn Íon zinco, Zn2
' Minerais 300
Micronutriente Cobre Cu Íon cúprico, Cu2' Matéria orgânica, minerais 100
Micronutriente Molibdênio Mo íon molibdato, Mo04
2 Matéria orgânica, minerais 1
Micronutriente Níquel Ni Íon níquel, Ni2' Minerais 1
Elementos adicionais - incluindo sódio (Na), cobalto (Co) e silício (Si) - mostram-se essenciais ou benéficos em algumas espécies de
plantas.
Cada nutriente desempenha funções especíílcas na planta;
alguns são relativamente simples, enquanto outros parti-
cipam de reações bioquímicas extremamente complexas.
Uma vez dentro da planta, a fonte original do nutriente
mineral não é mais importante.
3.1 Qual é a origem dos nutrientes?
Quando as concentrações de alguns nutrientes estão abaixo
do nível ideal no solo, os agricultores geralmente comple-
mentam a oferta nativa com outros recursos internos ou
externos da propriedade. Nos recursos da fazenda podem
ser incluídos: esterco animal, plantas leguminosas de cober-
tura e resíduos de culturas. Recursos externos podem incluir
vários nutrientes, processados ou não, e corretivos do solo.
Todos os nutrientes, exceto N. são derivados de minerais
que ocorrem naturalmente no solo. Complexas indústrias,
cm várias partes do mundo, foram desenvolvidas para
extrair esses nutrientes e conce111rá-los cm formas práticas
para manuseio e transporte, e que fornecem os nutrientes
prontamente disponíveis para as raízes elas plantas. Alguns
111inerais podem ser usados clirciamente como fonte de
nutrientes para as plantas ou como corretlvos do solo, mas
muitos outros necessitam de processamento para aumentar
a solubilidade ou concentrar os nutric11tes, visando aumentar
a cílciêncla de transporte. Minerais lmoh·,veis libera m os
nutrie111c,s muito lr nia111cnte para ,1solução cio solo.
Legu111i11osas (como alíafa, trevo, ervillwca e feijão) são
capazes de hospedar bacté1 las (U!ti.z_ubi11, U1!llh•rliizubi11,
S1111,1!ti:uhi11 c outras) e111 nódulos rat.licularcs. Nesses nódulos,
u gf1s N atmusféricu é cu11vertit.lo e111 fornrns ele N disponi·
1
veis para as plantas. Leguminosas que são removidas do cam-
po para produção de feno ou alimentação animal não deLxam
grandes quantidades de N residual no solo. Leguminosas que
são cultivadas e deLxadas no local (adubo vereie) contribuem
com o N fixado para nutrir as culturas subsequentes e cons-
truir a matéria orgânica do solo. A quantidade de N residual
de uma cultura de cobertura pode variar muito, dependendo
da espécie ela planta e das condições locais.
Estercos e compostos são excelentes fontes de nutrientes
para as plantas quando utilizados adequadamente. Os estercos
contém todos os elementos essenciais para as plantas, embora
suas proporções relativas sejam. muitas vezes. diferentes
das quantidades relativas necessárias. Considerando que
algumas formas ele N, P e Ssão orgânicas, elas requerem
um período de desagregação (mineralização) antes de serem
convertidas em formas assimiláveis pelas raízes. Compostos
submetidos à decomposição controlada durante um período
de incubação resultam em produto orgãnico relativamente
estável e ele decomposição mais lenta. quando comparados
aos estercos. Os nutrientes contidos nos estercos e nos com-
postos vieram do pasto e do feno colhido nos campos que
provavelmente rect>beram fertilizantes - nutrientes adiciona-
dos ao ciclo das culturas de campus próximos e di.stantes. É
claro que os animais não produzem nutrientes durante sua
digestflo, mas apenas 1
' xcreta111 o que não t1 absorvido na
sua alimentação.
Quase todos os nutrientes entram nas planta!> através do
sistenta radicular. A prinripal fom1a de absorção é mostrada
na Tabela 3.1. A adubação foliar pode ser útil e111 algumas
sllua(,'õcs. cumo para superar o de~c11volvimcnto t.le u111.:1
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - FONTE CERTA
•
1
1
1
1
1
1
1
li
m
::a
::a
•
·'
deílclêncla ou para complementar o fornecimento de
nutrientes durante os períodos de pico de demanda. No cn·
tanto, as plantas são adaptadas para obter a maior parte dos
nutrientes da solução do solo através das suas raízes.
3.2 Selecionando a Fonte Certa
A Ideia de selecionar a fonte mais adequada de nutrientes
parece um conceito simples, mas muitos fatores precisam ser
considerados ao se fazer essa escolha. Além dos seis prlnc!-
pios científicos fundamentais mencionados an1erlormen1e,
fatores como problemas na entrega de ferlillzanles, preo·
cupações com o ambiente, preço do produto e llmllações
econômicas são Importantes. As decisões podem ser lníluen·
ciadas pela disponibilidade dos materiais e pela dlstãncla para
obtê-los. A acessibilidade aos equipamentos para aplicação de
fertilizantes também pode limitar as escolhas. Ao tomar essas
decisões, a tendência é confiar na tradição e experiência, mas
a revisão periódica desses fatores permite aos agricultores
obter o máximo beneficio desses recursos valiosos e do lnves·
limento econômico signlficaúvo que representam, e permite a
consideração de novos materiais fenillzanles.
A seleção da fonte certa de ferúllzanles começa com a deter·
minação de quais nutrientes são realmente necessários para
cumprir as melas de produção. Nutrientes llmilanlcs podem
ser determinados por melo de: análises de solo e planta,
testes de tecidos, parcelas com omissão de nutrlenles, sen-
sores de cor da folha ou sintomas visuais de deficiência (ver
Capítulo 8). Para IOdos estes lestes, a determinação precisa ser
feita antes da decisão da aplicação de ferllllzanles. A suposl·
ção, apenas, de quais são os nutrientes necessários pode levar
a inúmeros problemas associados a sub ou super-dosagem,
podendo conduzir à dellclêncla de nulrlenles cspcc!llcos, até
tomar-se grave, além de resultar em baixo retorno econõmlco
se os nutrientes aplicados em excesso Já estiverem presentes
em concentrações adequadas.
É comum focar-se em um único nulrlenle em falta e excluir
os outros. Por exemplo, o fornecimento Inadequado de N é
fácil de ser detectado pelos sinais visíveis que a planta apre-
senta - crescimento a1rollado e folhas cloróllcas. No en1an1O,
o beneficio máximo do N aplicado só será obtido se outras
deficiências (tais como de Pou K) forem também corrigidas.
Todos os nulrienlcs funcionam cm conjunto para sustentar o
crescimento adequado da planta.
Cada nutriente está disponível em diferentes formas químl·
cas, as quais sofrem reações únicas depois de entrar no solo.
Independentemente da fonte original e da reatividade no
solo, os nulrienles devem estar em forma solúvel e dlsponí·
vcl antes que po~sam ser absorvidos pelas planta~.
Os fer1lllzan1es normalmente são vendidos na forma d1•
fórmulas, que repre~cnlam a garantia mínima do fabrlcanll'.
A fórmula é consllluída de uma série ele nú11wro~ que rcv<'·
Iam o conteúdo de cada nulrlenle na 111ls1ura, l'Xp1 c•sso •111
perccrllagem , ou seja. qullogra111íl~ de nulrlcnle~ por peso dl·
100 kg de fcr11lltan1c 111l11cral. O prl11wiru mí11H•ro reprl'·
~enla u IOlal de N; o segundo, o P dl~po11ívcl co111u 1
01
cqulvalcnlc, e o lercl•lro. o I< solúvel rumo 1<1
0 cqulvall•111c.
Por cx1:111plo, 100 kg de 11111 adul.iu IOl5-20 rn111c111 1Okg
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · FONTE CERTA
Perguntas 0
J. Um dos sele princípios clenlíílcos que dcílnem a
fonte certa para um conjunto específico de condl·
ções é
a. aplicar somente as formas de nu1rlen1es dispo·
níveis para as planlas.
b. adequar a fonte às propriedades físicas e
químicas do solo.
c. Ignorar a compaLlbllldade da mistura.
d. evilar a aplicação de elemenlos associados.
2. Um elemenlo é considerado essencial ao cresclrnenlo
da planta se
a. o solo contém somente pequenas quantidades
dele.
b. as planlas o requerem na sua fonna elementar.
c. Iodas as plantas precisam dele para completar
seu ciclo de vida.
d. ele é capaz de ser absorvido pelas planlas.
3. A seleção da fonte certa de íertilizanle deve ser
baseada em
a. tradição e experiência.
b. somente no preço.
c. somente no único nutriente em falta.
d. na determinação de quais nulrien1es são limi·
lantes.
4. As formas químicas de Pe K nos fertilimrues são
a. expressas como equivalentes em P20 , e K!O.
b. P2
0 se K20 .
c. Pe K.
d. convertidas em fom1a elementar pela multipli·
cação por 2.29.
Para verificar as respostas, veja a página A-7.
de N, 15 kg ele P10 1 e 20 kg cl1• K!O. Para l'l'rtlli1<111ll' ljllL'
contêm outros nu1rll•111e.~. ~;10 lndtudu!> miml·ro~ .1tlirio11<1h
com o símbolo qui111ico do 11u1ril'nle; por CXl't11plo. u111 fertili·
Zílnlc 21-0-0-2-1S rn111é111 21ªo cll' N e 2-1
%cll' S.
Note• que as forn1a~ qui111lra, clL• P L
' K 110~ ft•rtillL.1111,·~ 11,H>
são l'Xpressas l'111 P10 , ou 10. Pr,·f,0
rL'1H:ialn1L'llll'. " fonn.1
de óxido (> ,, u11ld.icll' 1radlr iu11,il usada para l l'p1 e,l'1ll<1r
l'!>~1•s fl•rllllL,lllll'~. O ro111eúclo dL• fmfow ,• pulJ'>!>io nm
fer1IIIL,t1lll'S é l'Xpr1:~o 1
•111 ,·qui, ,,1t.,11ll'S clL• P:O . l' de K_
ü .
rL•~per1lvai111:111e. P,,r.i Clll'l'rll'I' a fui111<1 dL• o ,idu c111 fon11<1
ek•11H' nlar. sf111 tllill1ado, o~ " 'gul11lt'., f:llm L·> de ru11 l'r~f,o:
P 10 1 X U.'13'/ = p
p X 2.29 = P1
0 ,
K,O x 0,830 = K
K x 1.20 = l<:O
Figura 3.1 Três tipos de fertilizantes compostos (contêm
uma combinação de N, Pe K em cada grânulo).
3.3 Tipos de Fertilizantes
A escolha do tipo de fertilizante a ser utilizado é, írequente-
mente. uma das primeiras decisões a serem tomadas.
Mistura de grânulos - consiste na combinação de
vários fertilizantes granulados em um lote que vai atender
às necessidades específicas de um cliente. As misturas são
ajustadas com diferentes doses de nutrientes para condi-
ções específicas de solo e cultura. Elas são populares por-
que são feitas com componentes mais baratos e misturadas
com equipamento relativamente simples e econômico. Os
componentes individuais do fertilizante devem ser química
e fisicamente compaúveis para mistura e armazenamento.
Atenção deve ser dada à possibilidade de segregação dos
componentes individuais que pode ocorrer durante o trans-
porte e a manipulação. Operadores da mistura de fertilizan-
tes estão conscientes desta preocupação e tentam igualar o
tamanho das parúculas de diferentes nutrientes para minimi-
zar a segregação dos materiais durante o transporte.
Mistura granulada - é uma mistura de múltiplos nutrientes
em uma única partícula de fertilizante sólido (Figura 3.1). Esta
difere da mistura de fertilizantes individuais, a qual resulta em
uma composição média de nutrientes. Cada parúcula granula-
da libera uma mistura de nutrientes à medida que se dissolve
no solo e elimina o potencial de qualquer segregação de
0
p
Mistura de grânulos'
, 0
ln
.
.. r/, 1
Mistura granulada
Figura 3.2
•
,.
..,_
Distribuição de nutrientes no solo comparando-se
mistura de grânulos e mistura granulada. A distribuição
mais uniforme proporcionada pela mistura granulada
pode ser importante quando os nutrientes são aplica-
dos em doses baixas.Já a mistura de grênulos é pos-
sível combinar a dose recomendada de cada nutriente.
Peruuntas '8
b •
5. Mistura granulada pode ser útil para
a. aplicações de um único nutriente.
b. fornecer diferentes doses de nutrientes para
atender necessidades específicas.
c. eliminar a segregação potencial das partículas.
d. macronutrientes sem micronutrientes.
6. Os fertilizantes fluidos são populares porque
a. são misturados com fertilizantes granulados.
b. podem ser íacilmente adicionados à água de
irrigação.
c. são feitos de componentes de menor custo.
d. reúnem múltiplos nutrientes em uma única
partícula.
partículas durante o transporte ou aplicação (Figura 3.2). A
distribuição uniforme de micronutrientes na zona radicular
também é possível quando estes são incluídos na mistura
granulada. Existem certas proporções de nutrientes que geral-
mente estão disponíveis para várias aplicações agronômicas e
que facilitam a decisão na escolha do fertilizante.
Fertilizantes fluidos são populares porque permitem a
mistura de muitos nutrientes
em uma única solução ho-
mogênea, clara, que pode ser
aplicada de modo uniforme no
campo. Estas soluções podem
ser misturadas e aplicadas
como fertilizante de arranque,
em faixa subsuperficial con-
centrada, ou por gotejamento,
em aplicação superficial. Elas
costumam ser adicionadas à
água de irrigação. Os fertili-
zantes fluidos são fáceis de serem Fertili=1111le fluido
manuseados e são excelentes
veículos para uma variedade de micronutrientes, herbicidas
e pesticidas. Com a mistura ele vários materiais pode-se
reduzir o número de viagens ao campo, diminuindo, desse
modo, a compactação cio solo e o consumo de combustível.
Nem lodos os fertilizantes fluidos sflo compatíveis quando
misturados. A Figura 3.3 fornece diretriws para a mistura
ele materiais 0uldos, consiclcrnnclo a compatibilidacle entre
eles. É sempre recomendável colocar uma pequena quanti-
clmlc de fcrliliwnte cm um frasco para testar a adequação
ela mistura, antes ele misturar grandes quantidades.
A aplica·fm ele fcr1ilizante íluido Junto com a água de i1Tiga·
ção (fcrtlrrigação) é norn1al111en1e fl•ila para poupar traba-
lho, aumentar a íl<•xiuilidacle de temporização na aplicação
de 11utric11lrs e melhorar a l•ficiê11da do nutriente. Isto é
feito nos sistemas de irrigação pressurizada (por exPmplo.
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - FONTE CERTA
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Tloaúla:Ddodldo.CaTS: 6'!1.Ca10%5
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SoL,çlo do- d o - · - 11= 8,BCa
SoL,çlo do ""'"10 do c:tloo: &-04-11Ca
N.lralO do .-,;o:~
NnlO do úldo: 15.540-1QCa
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N4r,.,do poúDlo: 1~6
- do mognóslo: 11).1)-0.9~)
Fmlala.....-nl>nm(T6c:noml· 1U1-0
Fc,afA,110 betocT(l).~.)4)
P-(~201
Atonçlo: Eato quadlo - lnfom,oç6ot - em_-. do l)ftton do
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_ _ da.,f"""'8QÕ8t. C:0-0l-dopradl.Co•-
rulae wn 1nte CM w pa t:e:1edo _,... CM ,.artur• mnn 1na1
Figura 3.3 Compatibilidade das misturas de fertilizantes fluidos (adaptada de Fluid Fertilizer Foundation, 2009).
por gotejamento, microaspersão ou pivôs) e na irrigação por
sulcos. É importante que os nutrientes utilizados
na fertirrigação não causem entupimento do
equipamento de irrigação ou não se precipitem
antes de alcançar a área-alvo.
Há excelentes fertilizantes, que são compatíveis com
qualquer lípo de sistema de irrigação. Parlícular
atenção deve ser dada ao se adicionar fertilizantes
fosfatados cm água de irrigação rica em Ca ou
Mg, a ílm de evitar a precipitação química e o
entupimento dos tubos e emissores. Deve-se lem·
brar também que a distribuição de nutrientes por
melo da fcrtirrlgaçiio pode 11iio ser Ião uniforme
quanto à proporcionada pelo sistema ele distribui·
nutrição radicular. Muitos materiais ele alta solubilidade são
usados como ferlílizantes foliares para atender
a deficiência potencial de cada nutriente. A
solução pulverizada sobre a supcrficie foliar
geralmente é diluída, de macio a evitar danos
salinos (osmóticos) à folhagem. Porém. quando
a concentração ele fertilizante L' muito clcvad,1,
o tecido follar pode ficar desidratado e clanill
cada (fenômeno comumente clc~ignaclo n1n10
queima das folhas) . As recomendaçõ1•s co11Lid,1S
nos rótulos cios produtos elevem ser sPguidas
correiamente para se obtt>r o 111,1xi1110 bL•nefil'io
nutricional.
ção de água no campo.
O s fertilizantes íluldos tm11bé111 são utilizados
Fe1·tilizantcs cm s uspensão - ~10 obtido,;. pnr
melo da suspensão cll' partículas n1uito pl"quL•na.,
.·11,/i1·11rrio jiJ/i(/,. "·'
.f,•1·1ili::11111,•
em uma solução. Argilas cll! suspL' nsãu ou agen·
tcs de gclll1ca·flo são usados para evitar quL• as pjrllculas ele
fl'rliliLante cl•cante111 110 líquido. A., .,11.,pe11sôcs pL' nnilL'íll
na nutrição foliar por melo da pulverlwção ele ~oluçào 1111·
triente sobre as folhas. Esta técnica pode ser particularmente
cllcicntc na rorrcçflo ou prcvcnçflo das carências 111Hrlrlo11als
ou para atender os períodos de pico de cic111ancla de 11utriL•11·
tcs, quando a absorção pelas raízes pode ser l11~11f1ricnle para
responder às 11cn!~idadc~ da planta. No entanto, a 1111tri<;flo
foliar geralmente é co11sidcrada co1110 11111 complc1n1•nto da
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - FONTE CERTA
o uso de n1aterlais fertiliL:11ll'!> com menor ~olubilicl.idc,
comparado~ aos que pocll'm Sl' r u,aclos n,1~ .,alu~·õe., ciarns,
e a ol>tc11~
·,io cil' maior conrentraç,'io de nutrienlL'S. CramiL'!>
quantidade~ dL• 111icrom1triL•ntcs podem ser incorporada,;,.
nas ~u~pcnsÔl'S, be111 l'U1no herbicidas e imctlcid,,., l)IIL' 11:10
são adequados para mistura nas soluções claras. Normal•
mente, usa-se algum tipo de agltaçiio no tanque para manter
a homogeneidade da suspensão. Bicos maiores são utilizados
para a aplicação de suspensões, comparados aos usados
para aplicação de soluções claras.
Fertilizantes de eficiência melhorada não são um sim·
pies grupo de materiais, mas consistem de produtos ou tec-
nologias que geralmente aumentam multo mais a eficiência
de uso do fertlllzante do que as práticas e materiais padrões.
Fertilizantes de liberação lenta e controlada
podem ser úteis para melhorar a eficiência de uso dos
nutrientes. Existem vários mecanismos para controlar a
liberação de nutrientes de uma partícula de fertilizante.
O mais comum é quando um revestimento protetor
de polímero ou de S é adicionado a um fertilizante
no intuito de controlar a dissolução e a liberação dos
nutrientes (Figura 3.4). As taxas de liberação normais
variam de algumas semanas a vários meses. Outros
fertilizantes de liberação lenta podem apresentar baixa
solubllldade ou resistência à decomposição microbiana
para controle da liberação de nutrientes. Cada um des·
ses produtos pode ser adequado para um determinado
conjunto de condições, porém, Isso não significa que eles
sejam apropriados para todas as condições. Produtos es·
peclficos devem ser combinados a condições adequadas
de solo, cultura e ambiente para obter o máximo bene·
ficlo. Geralmente, o N é o nutriente-alvo para liberação
controlada, mas há circunstâncias nas quais a liberação
controlada de outros nutrientes também é desejável.
Ureia
• Selante
Enxofre
Figura 3.4 Exemplo de fertilizante revestido.
Inibidores químicos e biológicos às vezes siio
adicionados aos fcr11lizantes para melhorar ou lnterrom·
per tempornrlamente reações multo especificas do solo.
Inibidores da nltrlllcaçi.lo sf10 aditivos que retardam a
conversiio de amônia cm nitrato no solo, o que pode
redm.lr a possibilidade de llxlvlnçiio ou clesnltrlllcaçiio.
lnlbldorPs da urea~e. uma outra rlas~c de aditivos,
podr m ~er utilizados rorn urr la para at rasar te111purarla·
mente ~ua tramfornia~·f10 em amônia, por lnatlvação da
ureasP, u111a 1
•nt lma rm11u111 110 solo. Esse atraso pode
rccluLlr as pí'rda~ por volatlllzação da amônia para a
atmosfera, principalmente quando a ureia é aplicada na
superf/cle do solo.
Materiais poliméricos são polímeros líquidos desenvol·
vldos para se ligarem temporariamente a cátlons do solo
com o objetivo de reduzir as reações químicas que podem
diminuir a solubilidade do P.
3.4 Tipos de Fontes Orgânicas: Estercos,
Compostos
Materiais orgânicos podem ser excelentes fontes de macro
e micronutrientes para a cultura. Considerando que estes
materiais são extremamente variáveis. dependendo da fonte,
manuseio e processamento, apenas os princípios gerais serão
tratados aqui.
Grande parte do N no esterco e nos compostos está pre·
sente em complexos orgânicos que devem ser convertidos
em amõnlo ou nllrato por microrganismos do solo (minera·
lizados) antes de serem absorvidos pelas raízes. Taxas de
mineralização são determinadas pela atividade mlcrobia•
na, a qual varia de acordo com fatores ambientais (como
temperatura e umidade), propriedades do material orgânico
(como relação C:N e teor de llgnina) e aplicação (incorpo·
ração) do material orgãnlco. A falha no sincronismo entre
a liberação de N e a absorção pela cultura pode levar à
escassez de N e a deílciênclas nutricionais nas plantas, ou à
liberação excessiva de N para além da época de crescimento
(Figura 3,5). Em muitos íertillzantes, a relação N:P não
está em equilíbrio com os requisitos das plantas. Quando
estercos são adicionados para atender às exigências das
culturas em N, o fornecimento de P pode exceder em 3 a
5 vezes a demanda das culturas. A aplicação de esterco a
longo prazo pode resultar em acúmulo de P. a menos que
seja dada maior atenção a esse desequilíbrio.
Estercos animais variam enormemente em sua campo•
slção química e ííslca devido à alimentação especíílca do
animal e às práticas de manejo dos dejetos. No esterco, o
N está presente em compostos orgânicos e inorgânicos. O
N no esterco fresco ílca em forma Instável porque a amônia
pode ser facllmellle perdida por volatlllzação. A aplicação
de esterco fresco ou dejetos na supe ríícle do solo pode
resultar em grandes perdas de N por volatilização em
algumas slluações. A época de aplicação e a localização são
fatores Importantes a serem considerados para minimizar tais
perdas. A estimativa da dose rena de esterco a ser aplicada
eleve começar com uma cuidadosa analise química do con-
teúdo de 11u1rle111es e rom a prevlsiio das taxas ele minera-
llzaçiio de N após a apliraçiio. A maior parte do P nos
adubos e compostos está sob a forma de fosfa to inorgânico
e todo o 1( e~1. 1m•se11tt• romo K· lnorgãnico, prontamente
disponível para absorção pelas plantas.
Con1pos tos gernlmetlll' contêm baixas roncen1rações de
1n11rlenlt•s. tvlatPrials devidamente compostados nor111almen1e
Sl' dPcompõem lentamentt• e 5e comportam como uma fon te
d e llbNaçào IPnta ele N ao longo de meses ou anos. Os com-
postos podem variar cnor111e111ente em qunlldade. maturidade
e teor dt· nutriente~. dependenclo dos materiais Incluídos, das
comll'Ôl'~ do prores~o e do seu m,.111ejo.
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C. FONTE CERTA
li
~
1
1
1
1
1
1
1
1
1
t
1
1
1
1
1
Tempo
o
e
s
:,
z
Tempo
Figura 3.5 O sincronismo entre a liberação de nutrientes e
a demanda da planta é um desafio quando se
utiliza materiais orgânicos. As fontes orgânicas
com baixa relação C:N podem liberar nutrientes
mais rapidamente em relação à demanda da
planta (A). O material orgânico com alta relação
C:N pode não liberar nutrientes com suficiente
rapidez para atender as necessidades nutricio-
nais da planta durante seu crescimento (B).
3.5 Interações dos nutrientes
As interações ocorrem quando a forma química ou a con-
centração de um nutriente especifico influencia o comporta-
mento de outro nutriente. Estas Interações não são sempre
Pergt1ntas ~
7. Fertilizantes de liberação controlada podem melhorar
a eílciência de uso do nutriente
a. sob condições especlílcas de campo.
b. Igualmente para todos os nutrientes.
c. pela inatlvação da enzima urease.
d. sob todas as condições de campo.
8. Inibidores ela urease reduzem as perdas de amônia
de fonna mais acentuada quando aplicados com
a. ureia em cobertura, na superílcle do solo.
b. ureia Incorporada no solo.
c. sulfato de amõnlo em cobertura, na superílcle
do solo.
d. ureia e nitrato de amônlo Incorporados ao solo.
bem entendidas ou documentadas, mas elas são conhecidas
por ocorrerem no fertilizante. no solo. na zona radicular e
no Interior da planta. Interações favoráveis (slnergismos) são
observadas entre alguns nutrientes. Interações indesejáveis
(antagonismo) podem ser evitadas com o monitoramento
do nível de nutrientes por meio da análise do solo e da
planta, para evitar condições extremas.
Alguns exemplos de interações entre nutrientes incluem:
(i) a presença de NH; pode melhorar a disponibilidade
de P, aumentando, assim, o crescimento das plantas, (íi)
a adubação excessiva com K pode diminuir a absorção
de Mg por algumas forrageiras, resultando em problemas
nutricionais para o gado (tetania dos pastos) ou maior inci-
dência de febre do leite e placentas retidas em vacas leitei-
ras, (iii) altas concentrações de P no solo podem interferir
na assimilação de Zn em algumas plantas, (iv) o aumento
do pH do solo após a adição do calcário pode aumentar a
disponibilidade de P e Mo, mas reduzir a solubilidade de
Cu, Fe, Mn e Zn.
Não há uma única fonte certa de nutrientes para todas as
condições. Sempre que possível, a necessidade específica de
nutrientes deve ser determinada antes da aplicação. Fatores
como disponibilidade de fertilizante, reações do nutriente
no solo, equipamento para aplicação e retomo econômico
precisam ser considerados. Estas decisões complexas devem
ser continuamente reavaliadas para se fazer a seleção certa
dos fertilizantes. IIil
REFERÊNCIAS
Havlin, J. L. et ai. Soil fertility and fertilizers: an
introduction to nutrient management. 7th edition. Upper
Saddle River: Pearson Prentice Hall, 2005.
UNIDO-IFDC. Fertilizer manual. Dordrecht, the Nether-
lands: Kluwer Academic Publishers, 1998.
9. Em curto período de tempo após a aplicação, o fosfato de
monoamõnio (MAP) é diferente do fosfato de cliamônio
(DAP) porque
a. DAP fornece fósforo em fonna mais disponível para
a planta.
b. o nitrogênio no DAP será usado mais prontamente
pela planta.
c. somente o MAP se converterá em polifosfato.
d. o pH do solo ao redor do grânulo de tvlAP será menor.
1O
. A maior parte dos íertlllzantes potásslcos
a. contém potássio em diferentes formas químicas.
b. difere principalmente quanto aos ãnions acampa·
c. ~::;:;; selecionada somente com base no preço. Jj
d. é mais efetiva elo que o esterco como fonte de
potássio. _ - ·· _ __
As qucstom, 9 o 10 !>C reforem 110 material dos mollulos apresentados na seção 3.3, nas páginas seguintes.
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · FONTE CERTA
Módulo 3.1-1 A fonte certa de potássio melhora o rendimento e a qualidade da banana na Índia. O
potássio é um nutriente importante na produção de banana, tanto para o rendimento quanto para a
qualidade. O sulfato de potássio (K2
S04
ou SOP) tem menor índice salino e fornece S para a planta, em
comparação ao cloreto de potássio (KCI ou MOP), que fornece o cloreto (CI·), além do K. Estudo sobre a
nutrição da bananeira no sul do estado Indiano de Tamll Nadu mostrou benefícios na aplicação de SOP,
em comparação com MOP, como indicado na Figura 1 abaixo.
Adaptada de: Kumar, A.R. e Kumar, N. EurAsian Journal of BioSciences, v. 2, n. 12, p. 102-109, 2008.
30
15
o
Peso do cacho
kg
Bn<
.,
,. Conleudo relativo
do ógua
g/10 g
Conleúdo do
clorofila lotai
mg/10 g
Catalaso,
10 unidades/mini
opeso fresco
AtIV1dado da
redulase do nitrato,
mg/10 g/h
Figura 1 Peso do cacho de banana, Brix (açúcares solúveis totais), teor relativo de água e parâmetros fotossintêticos
(teor de clorofila, catalase e atividade da redutase de nitrnto) relativos ao uso de cloreto de potássio (MOP) e
sulfato de potássio (SOP) como fontes de potássio.
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - FONTE CERTA
:.,◄
•
Módulo 3.2-1 Equllíbrlo entre fontes orgânicas e minerais para o mllho na África. Estudos realizados
na África Subsaariana (ASS) mostram que o uso de fertilizantes ésempre mais rentável eeficiente em cam-
pos férteis. Quando os solos estão degradados. é necessária a restauração da fertilidade do solo por meio
da adubação equilibrada e de adições de matéria orgânica para atingir alta produtividade das culturas.
Outras opções para o manejo da fertilidade do solo, como adição de esterco, rotação de culturas e pousio,
são mais eficientes quando estrategicamente combinadas com fertilizantes. Em ensaios realizados no
campo, com diferentes níveis de fertilidade do solo em muitos locais da ASS, a aplicação isolada de
N resultou em maior aumento da produtividade de milho em condições de alta e média fertilidade do
solo. A adição de P também promoveu aumento significativo na produtividade em campos com
fertilidade elevada, porém, nos campos com fertilidade média foi necessária a adição de cátions básicos
(K e Ca) e de micronutrientes (Zn e 8) para aumentar significativamente o rendimento das culturas em
patamares acima do obtido no tratamento com N. Nos campos com baixa fertilidade, os rendimentos
aumentaram menos que 1 t ha·1 pela aplicação de N e menos que 2 t ha 1
pela aplicação de N, P, K, Ca,
Zn e 8. Em tais condições, é necessária a adição de fontes orgânicas para aumentar a matéria orgânica
do solo e a retenção de nutrientes e água, sincronizar melhor a oferta de nutrientes com a demanda das
culturas e melhorar a qualidade do solo pelo aumento da biodiversidade.
Fonte: Zingore, S. Better Crops with Piant Food, v. 95, n. 1, p. 4-6, 2011.
7
N II N+ P D N+ P+K+Ca+Zn+B 1
6
Doses do
nutrlento
~ 5 k9 ha·•
<O
N = 120
..e
- P=30
Q) 4 K= 60
-e
<O
Ca= 20
-e
:~ 3 Zn =5
:í
-e B= S
o
...
CL 2
1
o
Baixa Média Alta
Fertilidade do solo
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · FONTE CERTA
Ureia
Módulo 3.3-1 Aureia é o fertlllzante nitrogenado sólldo mais amplamente utlllzado no mundo. Geralmente, a
ureia também é encontrada na natureza, uma vez que é expellda na urina dos animais. Oalto teor de N na ureia
toma eficiente seu transporte até as fazendas e sua apllcação nos campos.
Produção. Aprodução de ureia envolve a reação controlada do gás amônia (NH3
) e do dióxido de carbono (C02)
sob temperatura e pressão elevadas. A ureia fundida é moldada em esferas em equipamento especializado de
granulação ou endurecida em forma comprimida enquanto cai de uma torre.
Durante a produção de ureia, duas moléculas podem, inadvertidamente, interagir e formar um composto
denominado biureto, que pode ser prejudicial quando pulverizado sobre a folhagem das plantas. A ureia
comercial contém apenas pequenas quantidades de biureto devido às condições cuidadosamente controladas
durante sua fabricação. No entanto, a ureia especial, com baixo teor de biureto, está disponível para aplicações
específicas.
Fábricas de ureia estão localizadas em todo o mundo, porém mais comumente situadas próximas a instalações
de produção de amônia (NH3
), visto ser esta o principal insumo para a produção de ureia. Aureia é transportada
em todo o mundo por navio, barcaça, ferrovia e caminhões.
Propriedades químicas
Fórmula química: CO(NH2h
Conteúdo de N: 46% N
Solubilidade em água (20°C): 1,080 g 1.:1
Uso agrícola. Aureia é utilizada de muitas formas como fonte de N para o crescimento da planta. É mais comu-
rnente misturada ao solo ou aplicada à sua superfície. Devido à sua alta solubilidade, pode ser dissolvida em
água e aplicada ao solo, adicionada à água de Irrigação ou pulverizada sobre a folhagem das plantas. Em pulve-
rizações foliares, a ureia pode ser rapidamente absorvida pelas folhas.
Após o contato da ureia com o solo ou as plantas, urna enzima (urease), que ocorre naturalmente, começa a
converter rapidamente a ureia em NH3
, em processo denominado hidrólise. Durante esse processo, o N da ureia
fica suscetível a perdas gasosas Indesejáveis na forma de NH3
• Várias técnicas de manejo podem ser usadas para
minimizar a perda deste valioso nutriente.
Ahidrólise da ureia é um processo rápido, que ocorre normalmente dias após a sua aplicação. As plantas podem
utilizar pequenas quantidades de ureia diretamente como fonte de N, mas elas usam mais cornurnente o amônia
(NH4
' ) e o nitrato (N03
· ), que são produzidos após a ureia ser transformada pela urease e por microrganismos
do solo.
Práticas de manejo. Aureia é uma excelente fonte de N para as plantas. Por se dissolver
facilmente na água, a ureia aplicada na superfície do solo se move com a chuva ou a água
de Irrigação. Dentro do solo, a ureia se movimenta livremente com a água até que seja
hidrolisada para formar NH/. Cuidados devem ser tomados para minimizar as perdas de
N que ocorrem para a atmosfera e para as águas superficiais e subterrãneas. As perdas
de amônia por volatilização podem ser controladas por meio de cuidadoso manejo da
época e do local de aplicação. Deve-se evitar aplicações de ureia quando o fertilizante
for permanecer na superfície do solo por longo período de tempo. Perdas Indesejáveis
de N podem resultar na diminuição do rendimento e da qualidade da cultura.
A ureia é um fertilizante com elevado teor de N, que tem boas propriedades de armazenamento e que provoca
mínima corrosão no equipamento de aplicação. Quando manejada adequadamente, é uma excelente fonte de N
para as plantas.
Uso não-agrícola. A ureia normalmente é utilizada em várias Indústrias. É usada em usinas de energia e
sistemas de exaustão de diesel para reduzir as emissões de óxido nitroso (NO.) dos gases. Pode ser usada como
suplemento proteico na dieta de animais ruminantes, como o gado. Muitos produtos químicos industriais comuns
utilizam a ureia corno componente essencial.
Fonte: http://www.ipnl.net/speclfics
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - FONTE CERTA
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l
..
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•
1
1
Nitrato de amônio-Ureia
Módulo 3,3·2 Soluções de fertilizantes líquidos ou adubos fluldos são populares em multas áreas porque
são seguros, apropriados para mistura com outros nutrientes e outros produtos químicos e são facllmente
aplicáveis. Asolução de nitrato de amônia [NH.N03) e ureia [CO(NH2hl contendo 28%a 32% de N é o
fertilizante nitrogenado fluido mais popular.
Produção. Onitrato de amônio-urela (URAN) é um fertilizante líquido relativamente simples de ser produzido.
Uma solução aquecida contendo ureia dissolvida é misturada à uma solução aquecida de nitrato de amônia resul-
tando em um fertilizante líquido claro. Metade do Ntotal vem da solução de ureia e a outra metade da solução de
nitrato de amônia. OURAN é feito em lotes, em algumas Instalações, ou em processo contínuo, em outras.
Nenhuma emissão ou resíduo ocorre durante a mistura.
Visto que o URAN é uma solução concentrada de N, sua solubilidade aumenta à medida que a temperatura
aumenta. As soluções de URAN são mais diluídas nas regiões com Inverno mais frio para evitar que os com-
ponentes nitrogenados se precipitem em forma de cristais. Portanto, a concentração de N nos fertilizantes
comerciais variam entre 28%e 32%, dependendo da área geográfica. Geralmente, um inibidor de corrosão é
adicionado à solução final para proteger o aço nos tanques de armazenamento.
Propriedades químicas
Composição (% em peso)
Nitrato de amônia:
Ureia:
Água:
pH da solução:
28%N
40
30
30
30%N
42
33
25
aproximadamente 7
32%N
44
35
20
Uso agrícola. Soluções de URAN são amplamente utilizadas como fonte de N para a nutrição das plantas. A
porção N03
• (25% do total de N) está prontamente disponível para a absorção pelas plantas. Afração NH; (25%
do total de N) também pode ser diretamente assimilada pela maioria das plantas, mas é rapidamente oxidada
por bactérias do solo para formar N03
· , A porção ureia restante (50% do total de N) é hidrolisada por enzimas do
solo para formar NH;, que é posteriormente transformada em N03
• em grande parte dos solos.
Soluções de URAN são extremamente versáteis como fonte de nutrientes para as plantas. Devido às suas
propriedades químicas, o URAN é compatível com muitos outros nutrientes e produtos químicos agrícolas, sendo
frequentemente misturado a soluções contendo P
, K e outros nutrientes das plantas. Os adubos líquidos podem
ser misturados para satisfazer com precisão as necessidades específicas de um solo ou da cultura.
Soluções de URAN normalmente são injetadas no solo abaixo da superfície, pulverizadas sobre a superfície do
solo, gotejadas em faixa sobre a superfície, adicionadas à água de irrigação ou pulverizadas sobre as folhas das
plantas, como fertilizante foliar. No entanto, o URAN pode danificar a folhagem se aplicado diretamente sobre
algumas plantas, sendo, assim, necessária sua diluição com água.
Práticas de manejo. OURAN é uma excelente fonte nitrogenada para as plantas. No entanto, visto que metade do
Ntotal está presente na forma de ureia, é necessário o manejo da época e da localização do adubo para evitar per-
das por volaUllzação. Quando o URAN permanece na superfície do solo por longos períodos de tempo (alguns dias),
as enzimas do solo convertem a ureia em NH;, e parte dele pode ser perdida como gás amônia. Portanto, o URAN
não deve permanecer sobre asuperfície do solo por multo tempo, a fim de evitar perdas significativas do adubo.
Inibidores que retardam essas transformações do Nà vezes são adicionados. Logo que o URAN é aplicado ao solo,
a ureia eas moléculas de N03
• se movem livremente com a água no solo. ONH~· será retido no solo nos primeiros
contatos com os pontos de troca de cátlons na argila ou na matéria orgânica. No período de 2 a 10 dias, a maior
parte da ureia será convertida em NH; e sua mobilidade será reduzida. ONH; originalmente adicionado mais o
NH4
• proveniente da ureia serão, por fim, convertidos em N03
• pelos microrganismos do solo.
Fonte: http://www.lpnl.neVspeclfics
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · FONTE CERTA
Amônia
Módulo 3.3-3 A amônia (NH3 ) é a base para a Indústria de fertlllzantes nitrogenados. Ela pode ser aplicada
diretamente no solo, como nutriente para a planta, ou convertida em uma variedade de fertilizantes nitrogenados
comuns. Precauções especiais de segurança e de manejo são necessárias.
Produção. Quase 80%da atmosfera da Terra é composta de gás N2
, mas em forma química e biologicamente não
utilizável. No início dos anos 1900, foi desenvolvido o processo Haber-Bosch para combinação de N2e hidrogênio (H2)
sob condições de alta temperatura e pressão. A reação é: [3H, + N2 ➔ 2 NH3)
Propriedades químicas
Amônia anidra (NHJ)
Conteúdo de N:
Ponto de ebulição:
Hidróxido de amônia (NH.OH)
Conteúdo de N:
pH:
82%N
-33ºC
20% a 24% N
11a 12
Hastes aplicadoras
Posterior Frontal
Muitos materiais combustíveis fósseis podem ser usados como fonte de H2
, mas o gás natural (metano) é o mais comum.
Portanto, a maior parte da produção de NH3ocorre em locais onde existe um fornecimento prontamente disponível de gás
natural.
Aamônia encontra-se em forma de gás na atmosfera, mas é transportada em estado líquido por compressão ou refrige-
ração abaixo do seu ponto de ebulição (-33 ºC). Ela é embarcada, globalmente, em navios refrigerados, vagões pressuri-
zados e dutos de longa distância.
Uso agrícola. Aamônia é o fertilizante comercial com maior conteúdo de N, o que a torna uma fonte popular do
nutriente, apesar do perigo potencial que representa e das práticas de segurança que são necessárias para sua
utilização. Quando aplicada diretamente no solo, a amônia é um líquido
pressurizado que se transforma em vapor imediatamente após sair
do tanque. Aamônia geralmente é colocada na profundidade de, no
mínimo, 10 a 20 cm abaixo da superfície do solo, ou de tal forma que
a sua perda como vapor para a atmosfera seja evitada. Vários tipos de
facas e hastes puxadas por trator são utilizados para posicionar a amônia
no local correto. Aamônia reage rapidamente com a água do solo para
formar amónio (NH.♦), o qual é retido nos sítios de troca de cátions do
solo. Algumas vezes, a amônia é dissolvida em água para a produção
de hidróxido de amônia, um fertilizante nitrogenado líquido popular.
Ohidróxido de amônia não precisa ser injetado tão profundamente no
solo quanto a amônia, o que proporciona vantagens durante a aplicação no campo e tem menos exigências quanto
à segurança. Ohidróxido de amônia é frequentemente adicionado à água de irrigação e usado em condições de solo
inundado.
Práticas de manejo. Omanuseio da amônia requer atenção quanto à segurança. Em instalações de armazenamento e
durante a aplicação no campo deve-se usar equipamento de proteção individual adequado. Visto que eia é muito solúvel em
água, a amônia livre pode reagir rapidamente com a umidade do corpo e causar danos graves em órgãos como pulmões e
olhos. Não deve ser transferida ou aplicada sem o treinamento de segurança adequado.
Imediatamente após a sua aplicação, a elevada concentração de NH3
em torno do local de injeção causa uma 1n1bição
temporária dos microrganismos do solo. No entanto, a população microbiana se recupera à medida que a NHJse converte em
NH4
·, se difunde a partir do ponto de aplicação e, em seguida, se converte em nitrato. Do mesmo modo, para evitar danos
durante a germinação, as sementes não podem ser colocadas em estreita proximidade com a zona de aplicação recente de
NHJ" Afuga Inadvertida de NH3
para a atmosfera deve ser evitada tanto quanto possível. As emissões de NHJ estão ligadas
à neblina atmosférica e às alterações na composição química da água de chuva. Apresença de elevadas concentrações de
NH3
em águas de superfície pode ser prejudicial para os organismos aquáticos.
Usos não-agrícolas. Mais de 80%da produção de NH3 éutilizada para fertilizante, ou para aplicação direta ou para produção
de fertilizantes nitrogenados sólidos e líquidos. No entanto, existem muitos outros usos importantes para a amônia em aplicações
industriais. Produtos de limpeza domésticos são feitos a partir de uma solução de 5%a 10%de NH3
dissolvida em água (de modo
a formar hidróxido de amónio). Devido às suas propriedades de vaporização, o NH3
é amplamente ulJllzado como refrigerante.
Fonte: http://www.ipni.neVspeciflcs
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - FONTE CERTA
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Sulfato de amônlo
Módulo 3.3-4 Osulfato do amônlo l(NH,)2
50,) foi um dos primeiros fertlllzantes nitrogenados produzidos e o
mais amplamento utlllzado na produção agrícola. Atualmente, é menos utilizado, mas especialmente valioso
onde ambos os nutrientes, N e S, são requeridos. Sua elevada solubilidade proporciona versatilidade para uma
série de aplicações agrícolas.
Produção. Osulfato de amónio (SA) tem sido produzido há mais de 150 anos. Inicialmente, foi fabricado a partir da
amônia liberada durante a fabricação do gás de carvão, usado para iluminar cidades, ou do coque de carvão, utilizado
para produzir aço. Éobtido pela reação de ácido sulfúrico e amônia quente. Otamanho dos cristais resultantes é
determinado pelo controle das condições de reação. Quando o tamanho desejado é alcançado, os cristais são secos e
selecionados por tamanhos específicos de partícula. Alguns materiais são revestidos com condicionador para reduzir a
poeira e a solidificação das partículas.
A maior parte da demanda atual de sulfato de amónio é atendida pela produção de subprodutos de várias indústrias.
Por exemplo, o sulfato de amónio é um co-produto no processo de fabricação do nylon. Certos subprodutos que contêm
amõnia ou ácido sulfúrico são comumente convertidos em sulfato de amónio para uso na agricultura. Embora sua cor
possa variar de branco a bege, ele é frequentemente vendido como cristal altamente solúvel que apresenta excelentes
propriedades de armazenamento. Otamanho da partícula pode variar de acordo com a finalidade a que se destina.
Propriedades químicas
Fórmula química:
Conteúdo de N:
Conteúdo de S:
Solubilidade em água:
pH da solução:
(NH.)iSO.
21%
24%
750 g l 1
5a 6
Cristais de (NH,)2 S0,
Uso agrícola. Osulfato de amónio é utilizado principalmente onde há necessidade de suplementação de N e spara
satisfazer a exigência nutricional das plantas em crescimento. Visto que contém apenas 21% de N, existem outras fontes
de fertilizantes que são mais concentradas e econômicas em relação ao manuseio e transporte. No entanto, ele fornece
uma excelente fonte de S que desempenha numerosas funções essenciais nas plantas, incluindo a síntese de proteínas.
Pelo fato da fração N estar presente sob a forma de amónio, o sulfato de amónio é frequentemente utilizado em solos
alagados para a produção de arroz. Nesses solos, evita-se o uso de fertilizantes à base de nitrato devido às perdas
por desnitrificação.
Nas pulverizações de herbicidas em pós-emergência costuma-se adicionar solução contendo sulfato de amónio dis-
solvido para melhorar a eficácia no controle das plantas daninhas. Esta prática de aumentar a eficácia do herbicida
com o acréscimo de sulfato de amónio é particularmente eficiente quando a fonte de água contém concentrações
significativas de magnésio, cálcio ou sódio. Osulfato de amónio com alto grau de pureza geralmente é usado para
evitar o entupimento dos bicos pulverizadores.
Práticas de manejo. Após a adição no solo, o sulfato de amónio dissocia-se rapidamente nos seus componentes
amónio e sulfato. Caso permaneça na superfície do solo, o amónio pode ficar suscetível a perdas gasosas em condições
alcalinas. Nessas situações, é aconselhável a incorporação do fertilizante ao solo logo que possível ou sua aplicação
antes da irrigação ou de uma precipitação predita.
Amaior parte das plantas é capaz de utilizar ambas as formas de N(amónio e nitrato) para o crescimento. Em solos
quentes, os microrganismos irão rapidamente converter amónio em nitrato pelo processo de nitrificação [NH; + 20~
➔ N03
+H2
0 + 2H']. Esta reação microbiana gera acidez [H'), o que acabará por diminuir o pH do solo após o uso
repetido do adubo. Osulfato de amónio tem efeito acidificante no solo devido ao processo de nitrificação... porém, não
pela presença de sulfato, que tem efeito Insignificante sobre o pH. Opotencial acidificante do sulfato de amónio é maior
do que o do nitrato de amónio, em equivalente quantidade de N, por exemplo, visto que todo o N do sulfato de amónio
será convertido em nitrato, enquanto apenas metade do N do nitrnto de amónio será convertido nessa forma.
Usos não-agrícolas. Osulfato de amônia é comumente adicionado a produtos de panificação como cond1c1onador da
massa. Étambém um componente do pó em extintores e agentes à prova de chama. Ele é utilizado em muitas aplicações
nas Indústrias química, têxtil, farmacêutica e de celulose.
Fonte: http://www.ipnl.ne1jspeciflcs
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · FONTE CERTA
Nltrofosfato
Módulo 3.3-5 A produção e a aplicação do nltrofosfato é amplamente regiona!; sua utilização é centrada
onde esta tecnologia ó vantajosa. O processo utiliza o ácido nítrico, ao Invés de ácido sulfúrico, para o trata-
mento do fosfato de rocha e não resulta em subprodutos, como gesso.
Produção. A maior parte dos fertilizantes fosfatados comerciais é produzida pela reação da rocha fosfática
bruta com ácido sulfúrico ou fosfórico. O processo com ácido sulfúrico para produção de fertilizantes
fosfatados resulta em grande quantidade de sulfato de cálcio (gesso), subproduto que incorre em custos
adicionais para a disposição final do produto. O nltrofosfato difere dos demais porque envolve a reação
da rocha fosfática com ácido nítrico. O ácido nítrico é produzido pela oxidação da amônia com o ar, sob
temperaturas elevadas. A principal vantagem desse processo é que pouca ou nenhuma entrada de S é
necessária. Com o processo de produção de nitrofosfato, o excesso de Ca da rocha fosfática é convertido
no fertilizante nitrato de cálcio, de grande valor, em vez de gesso. O processo foi desenvolvido na Noruega e
grande parte da produção mundial ainda ocorre na Europa.
A reação geral é: fosfato de rocha+ ácido nítrico ➔ ácido fosfórico+ nitrato de cálcio+ ácido fluorídrico. O
ácido fosfórico resultante é muitas vezes misturado a outros nutrientes para formar fertilizantes compostos
contendo vários nutrientes em um único pelete. O nitrato de cálcio ou o nitrato de amónio co-gerados são
vendidos separadamente.
Propriedades químicas
A composição química do nitrofosfato varia de
acordo com a combinação de nutrientes utilizados
para compor o grânulo final. As fórmulas mais
comuns incluem:
20-20-0, 25-25-0, 28-14-0, 20-30-0, 15-15-15,
17-17-17, 21-7-14, 10-20-20, 15-20-15 e
12-24-12
21-7-14 formulado com
sulfato de potássio
16-16-16 formulado com
cloreto de potássio
Uso agrícola. A composição em nutrientes do nltrofosfato pode variar amplamente, dependendo da utilização
pretendida. ÉImportante selecionar a composição adequada para cada cultura específica e exigência do
solo. O nitrofosfato é vendido na forma de grânulos e é utilizado para aplicação direta no solo. Geralmente é
espalhado sobre a superfície do solo, misturado ao solo na zona radicular, ou aplicado em faixa concentrada
abaixo da superfície do solo antes do plantio.
Práticas de manejo. O nitrofosfato contém quantidades variáveis de nitrato de amónio, o que atrai umidade.
Para prevenir o endurecimento ou empedramento, esses fertilizantes geralmente são embalados em sacos
estanques e protegidos da umidade antes da entrega ao agricultor.
Fonte: http://www.ipni.netjspecifics
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - FONTE CERTA
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4 c nutrição de plantas ipni

  • 1. Um Manual para Melhorar o Manejo da Nutrição de Plantas V E RSÃO MÉTRICA
  • 2. - 4CNUTRIÇAO DEPLANT. AS Prcfiicio, Agradecimentos Capítulo 1 Metas da Agricultura Sustentávcl ...................................................................................................................................................................................... 1·1 Capítulo 2 O Conceito de Manejo de Nutrientes 4C Capítul,o 3 Fonte Certa Capítulo 4 Dose certa Capítulo 5 Época certa 2.1 Fonte certa. na dose certa. na época certa e no local certo....................................................2·1 2.2 Princípios das práticas de suporte..............................................................................................2·2 2.3 Os 4Cs integrados ao sistema de plantio ...................................................................................2-3 2.4 l'vfelhoria contínua por meio da avaliação dos resullados.......................................................2-5 3.1 Qual é a origem dos nutrientes?................................................................................................3·2 3.2 Selecionando a fonte certa .........................................................................................................3·3 3.3 Tipos de fertilizantes ...................................................................................................................3-4 3.4 Tipos de fontes orgânicas: estercos, compostos .......................................................................3•6 3.5 Interações dos nutrientes ............................................................................................................3•7 li1ódulos de aprendizagem O 3.1-1 Fonte certa de K melhora o rendimento e a qualidade da banana na Índia.......3.g O 3.2-1 Equ.ilíbrio entre fontes orgânicas e minerais para o milho na África....................3·9 3.3·x Fonte específica de nutriente...................................................................................3·1O O Url'ia.......................................... 3·/0 O Clort'lode/10/ássiu..............................3-22 O Nitra/o dr amôuio·Uráa............... 3·/ I O S11/ji1lodt•polâssio ..............................3·23 O A111ô11ia....................................... 3·12 □ S11!Jr1/o depolássiu emagnésio..............3-2·I O S11!falo dr amónio......................... 3·/3 □ Nitra/o de /iolássio ..............................3-25 O .11/refoifato.................................. 3-1·I O Airsciila ............................................3·26 O .1 foatode111mi11io......................... 3·15 O En.wifr,· .............................................3·27 O Fusjâ~ 11w11ua1111í11ico.................... 3·I G □ Tioss11!Ji1tos.......................................3·:28 O Foifato dia111ô11ico......................... 3-17 O Mi.rl11m.gm1111lad11..............................3-29 O Polifaif,1/0 ................................... 3·/8 O Fcrti/izanle1 ;:urstido............................3·30 O S11/1erfoifa111.ri111/1lcs...................... 3-/9 O Gmo ................................................3·3/ O Sujil'[fodâlu lri/1/0......................... 3·20 O Calcário ............................................3·32 O 1-"r'!fàlo dr rorlta............................ 3-2I O 3.5.J Equilíbrio entre N e K melhora o rendimento e a eficiência no uso de N ........3-33 4.1 Avaliar a demanda de nutrientes da planta..............................................................................4·2 4.2 Avaliar o fornecimento de nutrientes pelo solo .......................................................................4·3 4.3 Avaliar todas as fontes de nutrientes disponíveis.....................................................................4·5 4.4 Prever a eficiência no uso do fertilizante ..................................................................................4-7 4.5 Considerar os Impactos nos recursos do solo...........................................................................'1·8 4.6 Considerar a dose econômica especifica ................................................................................•1·11 A1ódulos de apl"e11clizagem O 1 1.1·1 A adubação nitrogenada de trigo e milho na Argelllina é melhor cleterminad.i pela avaliaçüo do N disponível no solo antes do plantio...........................................'1· l2 O 4.1·2 C.llculo das doses de fertl1Jz,.111tc cm cereais usando il cliagnosc por subtraçào.......4·13 CI 4.G·I Doses ótimas econômicas de N para o algoclf10 em solo argilo·siltoso, 110 Alahama, mudam pouco com as mudanças nos pre1;os ......................................4•1·1 O 4.G·2 Doses ótimas econômica~ de N para o milho v11riaram apenas ligeiramente com. i.15 condições de mercado ao longo dr 10 anos ................................................... 4•1·1 5.1 A11allsur a mnrcllil ele absorção da planta.................................................................................5-1 5.2 Analisar a di11f1111lc.i de fornechnentn de nutrie11tcs cio solo...................................................5·-'1 5.3 Analisar ,1cll11â111lcn c.le perda ele 1 n11rlentcs do solo ...............................................................5•5 5.'I /w1llar a logi~tlca das operações no ca111po.............................................................................5•5 .Móc/11/as ele 11premlizage111 O 5.1·1 P,OLlu~·àu tle trigo com apliraç('lo tardia ele N estimada pc•la culorn·f1u da folha............ 5.7 U 5.1·2 Uso de Nem ~l11no11la com a demanda da rultura cll111inul o nitrato IH> solo....5•7 O 5. 1·3 Ab~or~·flo de N. P e 1( por vlcl!'ira~ (o afotacla pela época ele npllcação................5.3 O 5.1••I Pan:r.1 ;11111·1110 da cJu~1· illlllll'llta a cll~ponibllldadc de Ca 110 n111e11doi111 ..... .......5·8 O 5.2·1 Sulu~lertei~ pn~siblllta111 111ainr ílcxlbilicladc- na rpnC"n ele aplitaçüo ele P e K ...5•9 O 5.3·1 Aclubaçio nitrogenada na prh11avcra t1umr 111a o aproveitamento de N e a luc:r,.1tlvidadc do milho 110 ::.ui ele Minnc.,uta ................. .............................-............. 5.!)
  • 3. Capitulo 6 Local certo Capitulo 7 Adaptando as práticas em toda a fazenda Capitulo O Práticas de Suporte Capitulo 9 Planejamento e Responsabilidaclc no Manejo de Nutrientes 6.1 Crescimento radicular ela planta ..............................................................................................6·1 6.2 Práticas para a localização de nutrlentcs.................................................................................6·3 6.3 Reação do solo e da raiz à localização cm faixa....................................................................6•4 6.4 Adubação foliar.........................................................................................................................6.6 6.5 lvlanejo da variabilidade espacial ............................................................................................6•7 l'1ód11/os de ap,-e11dizage111 O 6.2·1 Minimização da perda de amônia com a colocação do fertilizante no "local certo", no cultivo de cana·de·açúcar e milho no Brasil..............................................6·9 7.1 Sistemas de cultivo ....................................................................................................................7·1 7.2 Manejo adaptativo .....................................................................................................................7·l 7.3 Além dos sistemas de cultivo ................................................................................................... 7.3 7.4 Apoio à decisão.........................................................................................................................7.3 Estudos de Caso o 7.1·1 Influência do sistema de cultivo na eficiência de uso do nutriente e na produtividade das culturas no Brasil ......................................................................7.5 o 7.1·2 Adaptação do manejo de N ao regime de irrigação em batata. na China.........7•6 o 7.2·1 Manejo adaptativo ele N para solos utilizando dados locais da produção de milho no Ccntro·Ücstc cios Estados Unidos.....................................................7•7 o 7.3-1 Escolha de práticas de manejo de Pcm trigo com base no perfil dos agricultores...7-8 o 7.3.2 Otimização da adubação nitrogenada com fertilizante de liberação controlada......7.9 o 7.3·3 Balanço d e nutrientes em fazendas leiteiras.........................................................7·10 o 7.4.1 Uso do _.i,1,i,,11/ faJ1erl aumentou a rentabilidade ela produção de milho .........7-11 8.1 Diagnose visual e sintomas de deficiência nutricional ..........................................................8-l 8.2 Análise d e solo ..........................................................................................................................8·3 8.3 Metodologia da análise de solo ...............................................................................................8.6 8.4 Análise de planta ......................................................................................................................8.7 8.5 Interpretação dos resultados da análise de solo e ele planta ................................................8.9 8.6 Parcela com omissão ele nutrientes .......................................................................................8·11 Estudo de Caso O 8.2·1 Histórico de cultivo influencia na decisão sobre a profundidade ela amostragem de solo ................................................................................................8·12 9.1 Pl;inos de manejo de nutrientes ...............................................................................................9•1 9.2 Plano de manejo de nutrientes i!C ..........................................................................................9·1 9.3 Medidas e indicadores de desempenho..................................................................................9·2 9.4 Eílciêncla de uso do nutriente como indicador clc- desempenho .........................................9·4 9.5 Pa~sns para desenvolver um plano de manejo de nutrientes 4C .........................................9·5 !l.6 Ext'mplo rlc planllh:i cln plano 1 IC ..........................................................................................9·6 9.7 Compara11cln normas rcgulmnentadoras t• voluntária~ para os planos ele m::11wjo ele 1111trll'nll!s.............................................................................................................................9·8 9.8 Manejo dos l111p,1 c10s aml.licntah.............................................................................................!J.~l 9.8.1 t,,1 lanejo cio~ impactos a111blc11tah do N.................................................................................9.0 9.8.2 Manrjo cios Impactos ambientais cio P........................................... ......................................9·10 !J.9 Milnejo d o sin!!rglsmu.......... .................................................................................................9·13 Esl11clos ele Caso [J !l. l l Pla110s ele 1m,11 rjo th· 11utrle11tl'S e111 c.111a•d c·ai;1kar na Amu·,li.i ......................9·1·1 U !J.l·2 Mam:jn d e m1trlc11tt•s 4C rcdu'l as c111h:,ües ele g,b du r íelto etufa..................9·16 U ~ I 1·3 Manejo d,t ,ii;11a e u o~ 1111tricnll·~ 1111ilh111a a qualidade cio IC'11·ol frt"átirn ....... 9·17 U 9. (.,( ~vla1wjo da acl11lx 1 ç(1 0 f115fatacl,1 por 1111'10 da lllláli:.c• d r solo 111elhora a prod u~·üo dl• alhm:11t1S l : o d eM•111pl•11ho a111bie11tal na China......... . ............!J.)!J Clo-.!>ário, Solução da-. Rcscnh~. Símbolos l' Ab,·c, iaçõcs . ..................................................................../ t s= i: e: e:: e: e: a e: a e é e e g ll ~ 1:1 ll IJ m
  • 4. ::a Jt, l I Capítulo '(0 METAS DA AGRICULTURA SUSTENTÁVEL H Á CERCA DE 30 ANOS, o Advisory Panei on Food Security, Agricuhure, Foresuy, and Environment (1987) foi questionado por Gro I-lam1lem Brundtland, então presidente da World Comrnission on Environrnent and Development (WCED), sobre como a humanidade poderia ser protegida da fome de forma ecologicamente sustentável. Em seu relatório ao WCED eles afirmaram: "Nas próximas décadas, os sistemas mundiais de produção de alimentos se defrontarão com um grande desafio, talvez o maior entre os que poderão enfrentar novamente. O esforço necessário para aumentar a produção de alimenlos em rilmo concomitante com o aumento de uma demanda sem precedentes, manten· do a integridade ecológica essencial dos sistemas alimeniares, é colossal. tanto em magnilude como em complexidade. Dados os obstáculos a serem superados, muitos deles produ- zidos pelo homem, pode-se falhar com mais facilidade do que obter êxito". Essa avaliação sóbria é tão aplicável atualmente como foi na época. fate relatório do Advisory Panei constiluiu a base das reco- mendações sobre segurança alimentar e sustenlahilidadc do relalório de Brundtland, intilulado 0111 ( .im1111u11 Í't1/ttrr (1987). O relatório abordou a cresrenle preocupa~·ão "com a dele- rloração acelerada do ambien te hun1ano e dus a ·ecursos n aturais e as consequências de~a clclerioração para o d esenvolvimen to econômico l' social". O drsallo de aumentar a produção ele allnwntos de forma 1·conomica- 11wnte viávPI, rnanlendo a inlcgridacl,· ecológica cios ~istcn1as alimenian•s, é o principal objetivo d.i ngricullura s11str 11t,ivcl. Existem num,•rosll ronreilos sobre agricullura s11sle111iivcl, port'·111, quase rodos t> nfati1,11n a 111•rc•~sidadP de aju,tar a~ dl•ma11das crescc11tl'S dl• pro1h1~ ·i10 s,•111 c:11111pro111ctl•r os recur~os 11a1urais dos quai dPpL·tHll' a agrln1l111ra. Ápl•sar NlJTRIÇÀO DE PLANTAS 4C da multiplicidade de definições de sustentabilidade. há um consenso geral em relação a um denominador comum entre os atributos que a caracterizam. Um desses importan- tes atributos é o ela sua multidimensionalidade. O conceito de sustenlabilidade não se aplica apenas a uma dimensão (por exemplo, social. econõmica ou ambiental) de forma isolada, mas a todas elas ao mesmo tempo. A aplicação de la) visão multidimensional à agricultura pode ser facilitada se a classificação tradicional cios compo- nenles socinl, econômico e ambiental for ainda mais e.xplici- lacla. Uma maneira eficiente de visualizar a multiplicidade dos recursos envolvidos no funcionamento da agricultura L' agrupá-los como bens ou capital em cinco rntegoria~. como foi sugerido por UNCTAD-UNEP (2008): ♦ Capital natural. Es1e capilal compreende m rl'Cllrso, que são utilizados p;ira a produção de ;1linll'ntos. fibr;1, e macieira, notaclanwnte terra, i'igua e- enc-rgia. ;i~,i111 como os ulilizaclos na procluç;io e tran,portL' dt• in.,umo, necl'ssürios {por exP111plu, matérias-primas p.ira fc-rtili1c111. tl's) . Além disso, o capllill natural tambl' m L' a fontt' dl' ali11w11to 11alural ou silvl•strl' l' dl' hnportantl's ,L·rvi~·os mnbienlals. lab como elimina~·ão til• rt•sicluus, ciclagl'm de nutriPnlc,, formação do ,ulo, controll' biolligin> dt· pr;1 gas, regula~·ão cio clima. habitat, da vid;1,L'h .ig,·111, protL•ç;m cu1111 a tl·n1Jll',tadt•s e crn11roll' dl' l11uml.1~·út•, , scque~tro dP carbono l' poli11i,a~ ·ao. ♦ Capital social. E,tl' t•s1;i ligado ~ 1, 11orni;1,. ;ilo1 t•, l' alitudl'' qu1• ll'van1 as pes..,oa, a n1opl·1.ir l' l)lll' ~l• 1l'll,·tl•111 L'lll a~·üo col1•tiva 11u1111:11rn·11ll' l>l'11l'lk,1 . Cu11111nid;1d,·s ro111 pouca i11ll•r.1~·;10, l.illa de nu1l1,1n~·.1 e dl• p.1rn·1i,I. l'IJo 11i;ils expo,t.1 ii, dil1c11ldade, a111liiL'11lah t' ii inwguran~ ·a
  • 5. alimentar. A organização de agricultores cm cooperativas ou em grupos de desenvolvimento tecnológico incenliva o trabalho conjunto e o companilhamcnto de conheci· menta e recursos. ♦ Capital hwnano. Este inclui a capncidade total inerente aos indivíduos, a qual é baseada em conhecimento, habl· !idades, saúde e nutrição. A contribuição desses alivos depende do nível de uso das habilidades pessoais, o qual é favorecido por meio da promoção da parlicipação e da educação - fomial e não-formal - e do suprimento de cuidados adequados à saúde. A participação dos agricultores no processo de geração de novas alternativas tecnológicas (por melo de pesquisa aplicada na proprie- dade, por exemplo) é uma iniciativa que contribui para o desenvolvimento do capital humano. Melhor educação é evidentemente essencial quando práticas agrícolas, como o manejo de fertilizantes, precisam ser melhoradas. ♦ Capital fisico. É o estoque de recursos materiais construídos pelo homem, tais como edifícios, infraestru· tura de mercado, sistemas de irrigação, redes de comu- nicação, ferramentas, máquinas e sistemas de energia e transporte, que aumentam a produtividade do trabalho. O acesso aos mercados é frequentemente limitado pela falta de infraestrutura de comunicação adequada. ♦ Capital financeiro. Este capital está relacionado ao fluxo de dinheiro no sistema, que é dependente de fatores como preços, custos, receítas, margens de lucro, poupança, crédito e subsídios. A pobreza permanece como o maior obstáculo para o desenvolvimento da agricultura e da segurança alimentar - especialmente nos países em desenvolvimento - porque Impede que as pessoas tenham acesso aos meios que poderiam melhorar suas vidas. A sustentabilidade dos sistemas agrícolas pode ser avaliada pelo seu impacto sobre os ativos descritos acima. Tecnolo- gias agrícolas que conduzem ao crescimento persistente dos capitais natural, social. humano, físico ou financeiro podem ser consideradas sustentáveis. Por sua vez, visto que os sis· temas agrícolas interagem com os cinco tipos de capital de forma cíclica, possuir grandes estoques desses cinco tipos de ativos favorece, ainda, o seu funcionamento. O Manejo de Nutrientes 4C é uma ferramenta essencial no desenvolvimento de sistenrns agrícolas sustentáveis porque sua aplicação pode ter vários impactos positivos nos ativos mencionados acima. Há uma ligação direta entre a aplicação da fonte certa de nutrientes, na dose certa, na época certa e no local certo, e os Impactos benéficos sobre os componentes do capital natural evidenciados por melhor desempenho da cultura, melhor qualidade do solo, diminuição da polulçflo ambiental e proteção da vida selvagem. Da mesma forma , efeitos posillvos são esperados no capital ílnancclro co111 o aumento dos lucros dos agricultores, trazendo 111clhurin na qualidade de vida e aumento clil atividade econômica em ~uas comunidades. No entanto, a Implementação do Manejo de Nutrientes 4C também pode promover aumento do capital social, humano e físico. O desenvolvimento de prálicas locais de manejo, por exemplo, Implica em trabalhos de pesquisa nas áreas dos agricultores, exigindo sua participação ativa, o que nor- malmente resulta em melhor comunicação entre todos os Interessados do setor agrícola (agricultores, pesquisadores, empresários e representantes do governo). Além disso, o nível de escolaridade dos participantes também irá aumen- tar por meio de atividades formais e não-formais. Há inú· meros exemplos de organizações de sucesso dirigidas por agricultores, que geram e difundem tecnologias agrícolas. A adoção de novas tecnologias de ponta relacionadas ao Manejo de Nutrientes 4C também pode ter consequências positivas sobre o capital físico, porque geralmente engloba melhor infraestrutura de acesso aos mercados - para entradas e saldas - e melhor comunicação. Boas estradas são necessá· rias para trazer fertilizantes e outros insumos e transportar as colheitas. O acesso crescente por membros da comunidade agrícola às informações atualizadas, por meio de telefones celulares e ferramentas de comunicação digital, reflete em melhores recursos de comunicação para a sociedade. Quando visto de forma ampla e integrada, o Manejo de Nutrientes 4C pode apresentar efeitos potenciais de longo alcance sobre a sustentabilidade dos sistemas agrícolas, que se estendem além dos benefícios imediatos na nutrição das culturas. m A s11s lt>11tabilidaclt> ,/,,. '"'' 11,.,, ,, ;"• ,lo,/'·,', ,, , , , 1111/)(II {IJ 11111,tf,1!,i/ f///!l, 11 1/, , 1 /1 /. Ío n.',,' ,. f,, , , I REFERÊNCIAS Advlsory Panei on roocl Securlly. Agrk ulture. rurestry. anel Em+ ro11111cn1 & Wmkl Com111lsslo11 on Enviro11mcn1anel Õcvclopme111. Foocl 2000: Clol.J,11policies íor suslalnal.Jlc agrlculture. Lonuo11: Zccl l3ooks, 1987. 131 p. UNCTAD-UN EP. Unlleel Nallon~ Co11ícre1 Kl' 011 Tradc anel Devclop111Pnt · Unltcd Na1lons Envlron111cn1Progra111111c. Organic agriculturc anel food sccurity in Aírica. Ct•m•va. S i1zcrl,111cl, 2008. •17 p. (Docunll'nt UNCTAD/DITCrrED/2007/15). WCED. World Commlsslo11 011 E11vlro111ncnt and Dcvelopmcnt. Our common future. New York: Oxford Univcrslty Prcss, 1987. 400 p. NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C e e e e e: e 1 1 li ' IJ
  • 6. t -4 p OI Capítulo @ O CONCEITO DE MANEJO DE NUTRIENTES 4C O MANEJO DA NUTRIÇÃO DE PLANTAS se aplica a uma vasta gama de sistemas, desde exten- sas áreas de pastagens, utlllzadas para pastejo, até a produção intensiva de culturas anuais, plantações, e mesmo o cultivo controlado de frutas, verduras e plantas ornamen- tais em estufa. Tais sistemas eslão localizados em diversos solos e climas ao redor do mundo. Este capí1ulo lem como objetivo descrever os princípios comuns da nutrição vegetal através desses diversos sistemas e fornecer um roleiro para o aperfeiçoamenlo contínuo das prálicas envolvidas no manejo dos nutrientes das plan1 as. 2.1 Fonte Certa, na Dose Certa, na Época Certa e no Local Certo A aplicação da fonte cerla de 11ulrlenlc5, na dose cerla, m, época cerra e no local cerlo é o concello cenlrai cio l'vlanejo de Nutrlenle5 4C. Es1 es qua1ro "certos" sào todos necessários para o manejo sus1e111ávcl da nulrição cla5 pla111as - m,1111'.]o que aumenla a produlivlclade ria, planlas e das culturas. Conforme descrilo no capí1ulo ét1lle1lur, n smle111ablllrlarlc engloba as dhnrnsões econômica, social e a111biL•n1al. Todas as lrês dimensões devem 5er i11rluídas 11a avaliaçflo ele qual- quer prática de manejo de nulrient1•s 110 l11tuilo ele dctcr111l- nar 5e é ela é ou não "e-erra" . NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C A adubação certa - fonte, dose, época e local - está ligada aos objelivos do desenvolvimen10 sustentável (Figura 2.1). Para qualquer sistema de produção vege1al, os inleressados do setor agrícola precisam definir os objetivos gerais. ma:, os gere111es eslão melhor preparados para a escolha das práti· cas. Para definir as metas, os interessados precisam entender como o manejo da nutrição da planta areia o desempenho do sistema vegetal. Es1as pessoas incluem não somc1lll' o:, gerentes e seus assessores, mas também aqueles que com- pram os produtos e vivem no ambiente do :-istema. C01110 os sistemas de produçflo vegetal estão muito difundido:, - l' éL:> pessoas dependem deles para alimcnlação, combustíel, libras e estética - , basicamente todos sào interessados cm algum grau. Assim, a clcílniçflo ele clesempe11ho do sistL'llla incluira a produtividade e a rrntabilicladc (dime11~ào eco11ôn1ic,1). seus lmpaclos no solo, água, ar e biodiver:-iclad1• (dimensão ambiental} e seus l111pacto_.. na qualicladL• dl' 'ida e n,L opor- tunidades de emprego (dimensão social). A, 1 11e1;t, t'5Pl'C11irns da empresa precisam l'Star alinhadas às mews ger::ib p,1r<1 o dl'Senvolvime1110 suslcntavcl da região. Para ser cunsicleraclo "certo", o n1,ml'jo cl,1 aduba,do dee .',11lentar ;i~ melas centrais dt• Ol'Sl'lll(JL'llhu e:,tabl'iecicl,1s pelo lntcre~,aclo. No L ' ntillllll, u agricuhor. o gerenle d;1IL•rru, é quem to1nará <1 decisão final na escolha d,1:, pr.itic.1:, - aclapladas ao solo lucal. clima. cundiçüe~ ele prud11ç;1 0 da,
  • 7. lavourns e normas locais - que melhor cumprem os objetivos. Uma vez que tais condições locais podem iníluenciar na deci· são ílrrnl sobre a prálica a ser adolada. incluindo o dia da sua h11plementaçf10. é convenicnle a tomada de decisão local com base na informação correta de suporte. 2.2 Princípios das Práticas de Suporte Fí~ica, química e biologia siio as ciências que estabelecem os princípios fundamenlais para a nulrição mineral das plantas. A aplicaçiio dessas ciências ao manejo prático da nutrição das plantas levou ao desenvolvimento das disciplinas cientíl1- cas de fertilidade do solo e nutrição de plantas. Princípios cicn1íl1cos específicos orientam o desenvolvimento das práticas que determinam a fonte. a dose, a época Figura 2.1 O conceito sobre manejo de nutrientes 4C define a fonte certa, a dose certa, a época certa e o local certo para a aplicação de fertilizantes como sendo as práticas que produzem os resultados econômicos, sociais e ambientais no ecossistema da planta, desejados por todos os interessados do setor agrícola. e o local certo. Alguns exemplos de princípios e práticas essenciais são apresentados na Tabela 2.1. Estes e outros importantes princípios da nutrição de plantas serão descritos com mais detalhes nos próximos quatro capítulos. Os princípios são os mesmos em todo o mundo, porém, como são colocados em prática localmente, variam em função das condições específicas de solo, cultura, clima e Tabela 2.1 Exemplos de princípios científicos-chave e práticas associadas. ~ f lL---,1 1 . ' . .,. ~ - Fonte Dose Época Local ♦ Garantir o ♦ Avaliar o ♦ Avaliar a dinâmica Identificar o padrão Exemplos de fornecimento fornecimento de de absorção pela de enraizamento princípios adequado de nutriente de todas cultura e o da cultura científicos-chave nutrientes as fontes fornecimento pelo ♦ Gerenciar a ♦ Adequar-se às ♦ Avaliar a demanda solo variabilidade propriedades do pela planta ♦ Determinar a época espacial solo de risco de perda ♦ Fertilizante comercial ♦ Análise de solos ♦ No pré-plantio ♦ À lanço ♦ Estrume animal para nutrientes ♦ No plantio Faixa/cova/injeção Exemplos de ♦ Cálculo da economia No florescimento escolhas práticas ♦ Composto ♦ Aplicação em taxa ♦ Resíduo da cultura ♦ Balanço da remoção pela cultura ♦ Na frutificação variável NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C 1 ei f.i Ci ;i Ci '. g
  • 8. ::a ::a ::a ::a Fonte, dose, época e local são os componentes necessários e suficientes para descrever qualquer aplicação de nutrientes em qualquer cultura. ambiente, e das condições sociais e econõmicas. Agriculto- res e consultores devem estar seguros de que as práticas que selecionam e que aplicam localmente estão de acordo com esses princípios. Os quatro "certos" são uma forma simples de se avaliar se uma dada cultura foi fertilizada corretamente. A pergunta "foi fornecida à cultura uma fonte certa ele nutrientes, na dose certa, na época certa e no local certo?" auxilia agricul- tores e consultores a identiílcar oportunidades de melhoria na fertilização de cada cultura específica, em cada campo especíílco. Existe um equilíbrio adequado entre os 4Cs. Ele ajuda a cvilar demasiada ênfase cm um componente cm detrimento de outros. A dose, por exemplo, devido a sua simplicidade e ligação direta com o custo, pode, algumas vezes, ser supe- rcnfatizada em detrimento de outros fatores. Fonte, época e local são os componentes mais frequentemente ignorados e elevem ser considerados para melhorar o dl'sempenho ela cultura. NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C 2.3 Os 4Cs Integrados ao Sistema de Plantio Os quatro "certos" estão interligados. Eles elevem trabalhar em sincronia um com o outro e com o meio alllbienle que circunda a planta. o solo, o clima e o manejo. Na maior parte dos sistemas em que as plantas são gerenciadas para fornecer alimentos, rações, fibras. colllbustivel e benefícios estéticos, os solos são o meio no qual a, plantas crescem. A fertilidade adequada cio solo é uma nccr~idade b;isica para que as plantas cresçam de forma proclutiv;i. Elllbora c1 fertilidade seja vital para a produtivicbele, t1elll todm os solo~ férteis são produtivos. Drl•nagcm pobre, sera, in~elm, doenças e outros fatores podem limitar a produtividade, nll',1110 quando os níveis ele todos os nutrientes estão aclcq11;1clos à~ plantas. Para entender plenamcntl' a fertilicbdc cio ,olo e necess.írio ronhccer outros falolL'S quL' ma1llélll... ou li111i1a111... a prndutividach•. As plantas dq>L't1clL•111cio solo p.irn obter supullL' 11l•r,i nico, água, ar e nutrientes. El.is 1a111bt'111 c!L•pt•ndt'lll lk f,11ore~ Pxtemos, como luz l' ll'lllpC'r,llur,1. Tudu l'~St•~ fa1urcs t•,1ão ligados entre ~i e iníluencia111 dl' ';iri,1s 111a11L'il as o crcsci- nwnto da, plantas L' a ab,01·âo de nutrk-1lt'. U,11,1 'L'Z que
  • 9. a água e o ar ocupam os espaços dos poros no solo, fatores que afetam a água necessariamente influenciam o solo e o ar. Por sua vez, a água afeta a temperatura do solo. A disponibilidade de nutrientes é influenciada por todos os três: ar, temperatura, água, ...e mais, à medida que a raiz cresce, a planta fica sensível a estresses adicionais, incluindo compactação e profundidade do solo e presença de muitos tipos de organismos nele presentes. A nutrição das plantas é, portanto, parte de um sistema dinãmico, variando segundo o lugar e a época. A resposta à aplicação de nutrientes varia de acordo com os fatores acima mencionados, por isso, o manejo da nutrição de plantas é uma atividade específica do local. No âmbito dos sistemas de produção, os nutrientes são constantemente removidos do solo sob a forma de produtos de origem vegetal e animal e por processos de lixiviação, volatilização e erosão. Algumas formas de nutrientes podem ser fixadas por meio de reações químicas com minerais de argila e outros constituintes dos solos. Matéria orgânica e organismos do solo imobilizam, e depois liberam, os nutrientes. As práticas da nuu·ição de plantas interagem com o ambien- te do sistema planta-solo-clima (Figura 2.2). Para que o uso de fertilizantes seja sustentável, ele deve melhorar o desempenho do sistema. O desempenho do sistema é influenciado não só pelos 4Cs, mas também pela forma como eles interagem com as outras práticas de manejo, tais como preparo do solo, drenagem, seleção ele cultivares, proteção de plantas, controle de plantas daninhas, entre outras. O sistema planta-solo-clima inclui fatores como potencial de rendimento genético, ervas daninhas, insetos, doenças, micorrlzas, textura e estrutura do solo, drenagem, l compactação, salinidade, temperatura, precipitação e radiação solar. Eles interagem com o manejo da nutrição da planta. Muitos aspectos do desempenho são influencíados tanto pela cultura e manejo do solo como pelo manejo dos nutrientes aplicados. Por exemplo, a eficiêncía de utilização dos nutrientes é maior quando uma cultivar com potencial de alto rendi- mento é cultivada. Os indicadores de desempenho mostrados na Figura 2.2 ilustram a complexidade do sistema agrícola. Os sistemas de produção são complexos e podem reagir de maneira inesperada à aplicação de nutrien- tes. Assim, a ciência, ao apoiar uma prática específica de aplicação de nutrientes, precisa descrever a forma como ela funciona no nível básico (por exemplo, a química) e mensurar os resultados em relação ao desempenho do sistema (por exemplo, a agronomia). Todas as ciências que medem os impactos no desem- penho dos sistemas são importantes para o aperfei- çoamento contínuo das práticas de manejo. / ' Pergt111tas ·, ? 1. O aspecto mais importante do desenvolvimento sustentável é a. econômico. b. social. c. ambiental. d. um balanço dos três. 2. Princípios científicos orientam o desenvolvimento de 3. - a. grupos interessados cio setor agrícola. b. combinações específicas e localizadas de fonte, dose, época e local. c. emissões de óxido nitroso. d. metas de sustentabilidade. ' Fonte certa, dose certa, época certa e local certo são 1 1 a. independentes entre si e de ouuc1s práticas. 1 b. lnterconectadas mas independentes de outras práticas de manejo. ! c. interconectadas mas ligadas a outras práticas de manejo. d. independentes do manejo do fertilizante. : - -· -- ---·- - __J NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C • li li 1 li li • li ...
  • 10. ·-3 ~ ~ ~ b r ~ ~ ::a ::a :a :a Adoção das 8PM e Avaliação.--___----, Nlvel polltlco - regulamentar, ~ • infraestrutura, desenvolvimento de produto • FATORES LOCAIS •Clima Nlvel regional - ♦ pesquisadores da área agronômica, prestadores de serviços agrlcolas APOIO À DECISÃO com base em princlpios cientlficos • Políticas • Posse da terra • Tecnologias ENTRADA Recomendação da fonte certa, dose certa, época certa e locai certo (8PM) • Financiamento • Preços • Logística Nível da fazenda Produtores, Consultores DECISÃO Aceitar, rever ou rejeitar l1....____T"""'_ _ _ ___. • Manejo •Clima • Solo • Demanda da cultura AÇÃO Mudança na prática • Perdas potenciais • Vulnerabilidade do ecossistema AVALIAÇÃO DO RESULTADO Sistema de cultivo Desempenho da sustentabilidade Figura 2.3 A adoção do manejo de nutrientes 4C leva a boas práticas de manejo (8PM) por meio de ciclos contínuos de avaliação da decisão no contexto dos fatores locais. 2.4 Melhoria Contínua por Meio da Avaliação dos Resultados Pelo exposto antcriormcnle, e por meio das Figuras 2.1 e 2.2, descreveu-se o âmbilo do manejo da nutrição vegetal e as exi- gências na melhoria das práticas de adubação. Neste ponto, é preciso dar atenção mais detalhada às atividades das pessoas que fazem as melhorias acontecerem. O conceito de Manejo de Nutrientes 4C prevê ciclos de ação e avaliação dos resultados de desempenho em diversos níveis (Figura 2.3). Destes ciclos podem participar produtores e consultores agronômicos no nível de exploração, cientistas agronômicos e agro-prestadores de serviços no nível regional e líderes do governo e da indústria no nível político. Cada nível se esforça para íacilitar a adaptação das práticas aos fatores específicos ioc,1is a fim de atingir as melas de desempenho cm suslenlabilidade. Na fazenda, ou no nível do sistema dt• produçiio local. prmlu- tores e seus consultores tomam decisões - com base nos fatores locais - e as imple111enlam. Ele~ avaliam, então, os resultados de suas decisõe~ para determinar qual é a próxl111a cleris,io a ser tomada de111ro do ciclo. De forma icle,11, a ílValiação cio desempenho pn1ico deveria ser íeila co111 base em lodos os indicadores comiderados i111port.i111cs para os intere~saclos. Baslca111e11h•, e~sa é a prática ele 11w1wjo adapt,llivo - um procl'~su (Oflll11uo de clL·s1~ 11volvi111e1110 das llll'lhorcs prúliras NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C para produção eficiente e conser.,ação cios recursos pelo uso da aprendizagem participativa, por meio de uma avaliação sis- temática e contínua. Para uma boa OJientação nesse processo, é importante que os consuhores agronômicos tenham nível de certificação e capacitação profissional. Agricultores e gestores iden1ilica111 os nspectos nmbientais e sociais relacionados, com o propósito de manter suas L'mpn:-.sa-. viáveis para as gernções futuras. A rentabilidadL' eco11ú111ica. no entanto, é essencial para a susten1abilidacle de qualquL•r empresa e às vezes pode entrar em co11llito com as ntL'tas ele clese111pe11ho ambiental e sociíll. A 111oti, açào para o~ gestores abordarem mais plcnanwnll' os trC's asµl'ctos podl' ser fornecida por progrnmas que lnrlul'm rt•contwcinwnw ilquclcs que se detacnm t•m termos de millwjo eficiL'ntL' (cré- ditos de cnrbo110, por CXL'mplo. relacionados ;, 111itiga~·ão de gases ele c>Íeito l'stufa). No nívl'I n·gio11al l'St,i incluída a i11d11s1ria dl' :igro ~eí i, m (distrihulclores cll' i11s11111os .igricol;t~ t' prl'st.1do1t's dc> L'l, içosl. visto f(lll' Pia 10111.1 cll'CÍS(ll'S que afl'l,1111 J rap,1ri1l.Jdl' lÍl' l'lllrt•ga elas Íllllll'S fl'rlilS dl• lllllril'ntL'S p;ir,1 .is plantas, 11,IS q11a11tidacl1•s Cl'rta~ l' IM 1•poca l' lllc,1is certo~ p,1r.1 ,11e11cler a cll'mand,1 dos produlorL•~. I-la dL•~an.1s log1s1iros na l'1lln:ga l' clislrib11iç,io cll• Íl'rtilil,mtl's q111• a i11chb1ria de .igro·crviços Jll l'Cl~a l'IIÍH'lllar.
  • 11. No nível regional também estão incluídos os cienlistas agro- nômicos que trabalham para desenvolver e fornecer suporte à decisão dos gestores. Eles colaboram com a rccomcndaçflo de íonte. dose. época e local certo - novamente cm rclaçflo aos íatorcs específicos do local. Sistemas de apolo à decisão necessitam de avaliação e apcríciçoamcnto contínuo para aco- modar mudanças na disponibilidade de tecnologia e mudanças no sistema planta-solo-clima. Os resultados obtidos por melo soítwares de sistemas de suporte à decisão requerem valida- ção nas condições de campo. A validação pode incluir muitos dos indicadores de desempenho já utilizados no plano prático. Prestadores de serviços agrícolas do setor privado também podem participar de tal validação por meio da criação de bases de dados regionais de resposta das culturas. A participa· ção profissional dos consultores agronômicos e dos cientistas agrícolas pode contribuir para a melhoria do suporte à decisão fornecido pelos consultores agronômicos comerciais. O nível político envolve o quadro regulamentar e institucional no qual operam produtores, gestores, consultores, bem como a indústria de agro-serviços e as Instituições de pesquisa e extensão. Nele está incluído o processo de decisão relacionado à iníra-estrutura - que permite o transporte e a entrega de nutrientes e de rmnmoditiu agrícolas - e ao suporte à educação e pesquisa. A atividade industrial no desenvolvimento de novos produtos íertilizantes também desempenha papel impor- tante. O nível político deve incluir íóruns de discussão, onde todos os interessados traduzam suas ideias em indicadores de desempenho ou metas. Sempre que possível, deve-se estabe- lecer as metas em termos de desempenho do sistema, ao Invés de se aplicar regras a práticas especíl1rns, pois estas alinham-se melhor com as iniciativas em curso e provavelmente resultam em progresso real no aumento da sustentabilidade. O conceito sobre Manejo de Nutrientes 4C relaciona as práti- cas d e manejo às metas de sustentabilidade cm todos os níveis, incluindo o da fazenda. Solicitar aos agricultores que definam suas metas de sustentabilidade incentiva-os a maior compro- metimento e participação. A adoção de um plano de manejo de nutrientes 4C inclui a ldentiíicação de tais metas. Os indicadores de desempenho podem ser apresentados de várias formas. O intervalo de tempo escolhido para o processo é importante. Mudanças a curto prazo podem ser enganosas. Considerando que a ~ustentabilidac.le é um processo de longo prazo, deve-se incentivar o uso do maior intervalo de tempo pos~ível. O contexto pude ser importante. Quando o Lmlanço de nutrientes é apn:sentado, 111os1ram-se apenas os resultados de excesso, dél1cil ou razão entre entradas e saídas do ~i~tcma, e o quadro geral ele lluxo de nutril•ntes nflo fica aparente. A apresentação do íluxo e balanço completo de 11111rientes pode, muilas vezes, levar a uma percepçflo mais segura do que real· rncntt• ocorr e ern determirwda ~illra~·no. /' Perg11ntas ? 4. De acordo com os princípios de sustentabilidade, os interessados devem fornecer informações para seleção de a. indicadores de desempenho. b. práticas locais específicas. c. fonte, dose, época e local. d. práticas de manejo de fertilizantes. 5. A decisão final sobre a seleção da combinação regional de fonte, dose, época e local deve ser íeita por a. autoridades regulatórias. b. um gerente da cultura. c. um pesquisador científico qualificado. d. equipes de interessados. 6. Práticas de manejo de fertilizantes devem ser validadas por meio da avaliação do desempenho com base em a. aumentos no rendimento da cultura em parcelas de pesquisa. b. aumentos no rendimento da cultura em parcelas na propriedade. c. todos os indicadores considerados impor- tantes pelos interessados. d. benefícios ambientais. 7. Uma ciência com base na prática do manejo de íerlillzantes é aquela que é a. baseada em experimentação local no passado. b. consistente com os princípios científicos e validada por lestes no campo. e. especificamente descrita em regulamentos. d. ambientalmente neutra. NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C a 1 z ac
  • 12. b b Q Q1 t:J =a :2 ::1 ~ :1 ::1 :3 :::1 :3 =- -:a '2 :a -:a ~ 2 1 1 1 1 1 I' Pergt1n tas ( ? 8. A combinação da fonte certa de fertillz.ante, da dose. época e do local certo de aplicação garante a. produtividades possivelmente maiores. b. mínima perda de nutrientes para a água. c. mínima perda de nutrientes para a atmosfera. d. melhor chance de allngir as metas de susten· tabilidadc. 9. O indicador de desempenho mais importante no manejo de nutrientes é a. eficiência de uso de nutrientes. b. produtividade. c. qualidade da cultura. d. determinado pelos interessados do setor agrícola. 10. Os indicadores de desempenho rcíletem o avanço do manejo de nutrientes no auxílio à melhoria da a. qualidade da água. b. qualidade do ar. c. produtividade. d. sustentabilidade. NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C 1 ; 1 1 1 Conclusão FONTE, DOSE, ÉPOCA E LOCAL ;stão totalmente interligados no manejo dos nutrientes. E possível ~ue ~ara uma dada situação exista mais do que uma combmaçao adequada desses fatores. porém. quando há mudança cm um deles, os outros também podem mudar. Os 4Cs devem íuncionar cm sincronia um com o outro, com o sistema de cultivo e com o manejo do ambiente. O Manejo de Nutrientes 4C enfatiza o impacto dessas opções de combinações de manejo sobre os resultados. ou desempe· nho, visando melhorar a sustentabilidade. Cada aplicação de nutrientes pode ser descrita como uma combinação de fonte, dose, época e local. Os princípios científicos íundamentais que governam a escolha adequada de cada item são específicos para cada categoria. Os próximos quatro capítulos, 3 a 6, descrevem separada· mente os princípios específicos de cada um dos 4Cs. Eles são seguidos pelos capítulos 7 a 9, que, mais uma vez, concentram-se na integração dos 4Cs no manejo adaptativo de todos os sistemas agrícolas. nas práticas de apoio às decisões relacionadas à escolha das combinações 4C e na responsabilidade para tal manejo integrado, expresso cm planos de manejo de nutrientes. REFERÊNCIAS Bruulscma, T. W.; Fixen, P. E.; Ülcgario, A. ln: OECD Workshop on Agrl-Envlronmental lndicalors, 201 O , Leysin, Switzerland. Procecdings... Francc, Paris: Organization for Economic Cooperation anel Developmcnt. 2010. Paper. Flxen. P. E. ln: Fertilizer Best Managemcnt Practices. 1st cclitlon. Paris, France: IFA, 2007. IFA. lntcrnational Ferlilizcr lndustry Associalion. Tbe global "4R" nutrient stewardship framework: Dcvcloping íerti llzcr bcst managcmcnt practices for dcliveri11g cconomic. social anel cnvironmcnlal beneílts. Paris, France, 2009. Robcrts, T. L. Right procluct, right rale, right time aml right µtacl' ... lhe foundatlon oí bcst management pr.,clic~ for ícrtillzer. Bettcr Crops, v. !li. n. • 1, l!l!l7.
  • 13. ::, l ' Capítulo G -PRINCÍPIOS CIENTÍFICOS DE APOIO FONTE CERTA Os princípios cienúílcos fund<1111e111ai!, que deílnem a fon1 e cer- ta para um conjunto especiílco de condições são os seguintes: ♦ Cons iderar a dos e, a época e o local ele aplicação. ♦ Fornecer os nutrientes em formas disponíveis para a planta. O nutriente aplicmlo estú disponível pm-a a planta ou está em uma fornm que. e111 tempo útil, se toma disponível para a planta no solo. ♦ Adequar a fonte às p roprie dades fís icas e químicas do solo. Alguns exemplos incluem: evitar a aplicação de nitrato em solos inundados, a aplicaçào superílcial de ureia em solos com pH elevado, etc. ♦ Reconhecer os sinergismos entre os elementos nutrientes e as fontes. Algum exemplos incluem inleraçi:io fósforo-zinco, nilrogênio·fósforo, fertilizan te no complemento ao esterco, etc. ♦ Conhecer a compa tibilidade da mis tura. Dcterml 11adas cornbinaçôes de fon1es atraem umidade quando misturadas, o que limlta a unlfon11ldacle c(p aplirn~·f10 cio 111aterlal mlsluraclo; o lilmanho cio!, gr[111ulos clevl' !,N !,emelhante para cvi1ar a segrega~·ào do produto, l'll'. ♦ Reconhecer os b e nefícios e as inte a·açõcs cios e le m entos asso ciados. À 111i1lor p.irtt• dm 1111lril'11ll' pO:.!,lll um íu11 ,1Co111panh,1111c• q11P pode ~l·r 1Jp111•lku. IH'll· iro ou prcjucllclal ti c11lt11rn. Por l'Xl·111plo, o dorl'lo (CI) que i1ro111panha o 1( lltJ l'lon•ltJ d1• pol:t!,ltJ e IJl'm:•11co NUTR IÇÃO DE PLANTAS 4C · FONTE CERTA para o milho. mas pode ser prejudicial à qualicl;ide cio fumo e de algumas frutas. Alguns fertilizante!, fm fatildos podem conter Ca e S disponíveis paril as planta~ e pequenas qua111idacles de Mg e micronu1rien1c~. ♦ Controla r os efeitos cios clen1entos não-nutritivos. Alguns depósitos na1urais ele rocha ro~falica. por l'Xemplo. contém elementos-traços nf10-11u1ri1i, m . O 11í, d de ;idiç:m cle!,ses elementos eleve ser 111,1111iclo cll'11lro clL' li111ill'S .irl'i· t,iveis. Estes princípios fundamentais l'~l~ 10 illlL'grado~ 11u., ro1Kl'Ítu, que vão ser apresenlaclm ne~lc capitulo. Todas as planta~ 11ece~~i1an1 clL•, r elo ll1l'llu~. 17 l'IL'lllL' nto, essenciais pma co111pll•1ar Sl'll dclu clL' 'id,1. E~tL•~ i11l"iue111 o, 14 nutrientes minL•rals aprl'~t•nl,Hlo~ 11a Tabela 3.1 L' m três l'lc111l•11to~ 11f10-111l11L'rais: l'arllrn1u (C). hid1 ogL•11iu (11) e oxigênio (0). Os 111ano11u1ril'llll'' ,.i t1l'Xigicl1" l'lll qtr.111 tidade~ rclati'illlll'llll' L'il•vad,I pl'la, pl,1111a~. l'nq11.1111u °' 111lr ro11u1rll•1lll'S ~üo 111111Laclo~ l'lll l(ll.llllitLlclL•~ 111l•11ur,·, . tvl11lto~ solos 11,lll'm il(ll l'~l'lll.1111 di,po11ihilid.1d,· 111t111n baixa de- 11111 011 mal l'iL' 111L·1110, l'l'11r i.ii, . 11:111 (ll'1111i1 i11clu que a~ c11h11ra, l'x1ne,w111 l'll po11·11l'i,il gl'IIL 'lil'u d,· lll'l'i llll'llln. E,11 r r n:.~i,tl'll1,1, 11:10 1'L·rtiliL.1cl,1,. •" pl,1111a, 11.11i, ,I aclap1a111-~t· ;" dl'lkli•rici,I dl' 111tlrÍL'llll'~ li111i1.111du .i 1,1, :i dL• l'l'l'l'Íllll'll(ll lllllil l'~lldll'gÍ.I (jlll' gL'1,illlll'll(l' 11,ill l' ,ll'l'Íl.1t'I pl'lo~ .igrinilloll' l'llolvid,1, ru111 ,1 prudu, .-m de .rli11 w111u, l ' ll'llll'llll l'l'llllllllliru,.
  • 14. Tabela 3.1 Características importantes dos nutrientes minerais das plantas. Número relativo de Categoria Nutriente Símbolo Forma primária de absorção Forma prlnclpal nas reservas do solo átomos nas plantas Macronutriente Nitrogênio N Nitrato, N03·; amônlo, NH.• Matéria orgânica 1 milhão Macronutrlente Fósforo p Fosfato, HPO.' , H2POi Matéria orgânica, minerais 60.000 Macronutriente Potássio K Íon potássio, K' Minerais 250.000 Macronutriente Cálcio Ca Íon cálcio, Ca2' Minerais 125.000 Macronutnente Magnésio Mg fon magnésio, Mg2 ' Minerais 80.000 Macronutriente Enxofre s íon sulfato, s0,2· Matéria orgânica, minerais 30.000 Micronutriente Cloro CI íon cloreto, c1· Minerais 3.000 Micronutriente Ferro Fe Íon ferroso, Fe2' Minerais 2.000 Micronutriente Boro B Ácido bórico, H3803 Matéria orgânica 2.000 Micronutriente Manganês Mn Íon manganês, Mn2 ' Minerais 1.000 Micronutriente Zinco Zn Íon zinco, Zn2 ' Minerais 300 Micronutriente Cobre Cu Íon cúprico, Cu2' Matéria orgânica, minerais 100 Micronutriente Molibdênio Mo íon molibdato, Mo04 2 Matéria orgânica, minerais 1 Micronutriente Níquel Ni Íon níquel, Ni2' Minerais 1 Elementos adicionais - incluindo sódio (Na), cobalto (Co) e silício (Si) - mostram-se essenciais ou benéficos em algumas espécies de plantas. Cada nutriente desempenha funções especíílcas na planta; alguns são relativamente simples, enquanto outros parti- cipam de reações bioquímicas extremamente complexas. Uma vez dentro da planta, a fonte original do nutriente mineral não é mais importante. 3.1 Qual é a origem dos nutrientes? Quando as concentrações de alguns nutrientes estão abaixo do nível ideal no solo, os agricultores geralmente comple- mentam a oferta nativa com outros recursos internos ou externos da propriedade. Nos recursos da fazenda podem ser incluídos: esterco animal, plantas leguminosas de cober- tura e resíduos de culturas. Recursos externos podem incluir vários nutrientes, processados ou não, e corretivos do solo. Todos os nutrientes, exceto N. são derivados de minerais que ocorrem naturalmente no solo. Complexas indústrias, cm várias partes do mundo, foram desenvolvidas para extrair esses nutrientes e conce111rá-los cm formas práticas para manuseio e transporte, e que fornecem os nutrientes prontamente disponíveis para as raízes elas plantas. Alguns 111inerais podem ser usados clirciamente como fonte de nutrientes para as plantas ou como corretlvos do solo, mas muitos outros necessitam de processamento para aumentar a solubilidade ou concentrar os nutric11tes, visando aumentar a cílciêncla de transporte. Minerais lmoh·,veis libera m os nutrie111c,s muito lr nia111cnte para ,1solução cio solo. Legu111i11osas (como alíafa, trevo, ervillwca e feijão) são capazes de hospedar bacté1 las (U!ti.z_ubi11, U1!llh•rliizubi11, S1111,1!ti:uhi11 c outras) e111 nódulos rat.licularcs. Nesses nódulos, u gf1s N atmusféricu é cu11vertit.lo e111 fornrns ele N disponi· 1 veis para as plantas. Leguminosas que são removidas do cam- po para produção de feno ou alimentação animal não deLxam grandes quantidades de N residual no solo. Leguminosas que são cultivadas e deLxadas no local (adubo vereie) contribuem com o N fixado para nutrir as culturas subsequentes e cons- truir a matéria orgânica do solo. A quantidade de N residual de uma cultura de cobertura pode variar muito, dependendo da espécie ela planta e das condições locais. Estercos e compostos são excelentes fontes de nutrientes para as plantas quando utilizados adequadamente. Os estercos contém todos os elementos essenciais para as plantas, embora suas proporções relativas sejam. muitas vezes. diferentes das quantidades relativas necessárias. Considerando que algumas formas ele N, P e Ssão orgânicas, elas requerem um período de desagregação (mineralização) antes de serem convertidas em formas assimiláveis pelas raízes. Compostos submetidos à decomposição controlada durante um período de incubação resultam em produto orgãnico relativamente estável e ele decomposição mais lenta. quando comparados aos estercos. Os nutrientes contidos nos estercos e nos com- postos vieram do pasto e do feno colhido nos campos que provavelmente rect>beram fertilizantes - nutrientes adiciona- dos ao ciclo das culturas de campus próximos e di.stantes. É claro que os animais não produzem nutrientes durante sua digestflo, mas apenas 1 ' xcreta111 o que não t1 absorvido na sua alimentação. Quase todos os nutrientes entram nas planta!> através do sistenta radicular. A prinripal fom1a de absorção é mostrada na Tabela 3.1. A adubação foliar pode ser útil e111 algumas sllua(,'õcs. cumo para superar o de~c11volvimcnto t.le u111.:1 NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - FONTE CERTA • 1 1 1 1 1 1 1 li m
  • 15. ::a ::a • ·' deílclêncla ou para complementar o fornecimento de nutrientes durante os períodos de pico de demanda. No cn· tanto, as plantas são adaptadas para obter a maior parte dos nutrientes da solução do solo através das suas raízes. 3.2 Selecionando a Fonte Certa A Ideia de selecionar a fonte mais adequada de nutrientes parece um conceito simples, mas muitos fatores precisam ser considerados ao se fazer essa escolha. Além dos seis prlnc!- pios científicos fundamentais mencionados an1erlormen1e, fatores como problemas na entrega de ferlillzanles, preo· cupações com o ambiente, preço do produto e llmllações econômicas são Importantes. As decisões podem ser lníluen· ciadas pela disponibilidade dos materiais e pela dlstãncla para obtê-los. A acessibilidade aos equipamentos para aplicação de fertilizantes também pode limitar as escolhas. Ao tomar essas decisões, a tendência é confiar na tradição e experiência, mas a revisão periódica desses fatores permite aos agricultores obter o máximo beneficio desses recursos valiosos e do lnves· limento econômico signlficaúvo que representam, e permite a consideração de novos materiais fenillzanles. A seleção da fonte certa de ferúllzanles começa com a deter· minação de quais nutrientes são realmente necessários para cumprir as melas de produção. Nutrientes llmilanlcs podem ser determinados por melo de: análises de solo e planta, testes de tecidos, parcelas com omissão de nutrlenles, sen- sores de cor da folha ou sintomas visuais de deficiência (ver Capítulo 8). Para IOdos estes lestes, a determinação precisa ser feita antes da decisão da aplicação de ferllllzanles. A suposl· ção, apenas, de quais são os nutrientes necessários pode levar a inúmeros problemas associados a sub ou super-dosagem, podendo conduzir à dellclêncla de nulrlenles cspcc!llcos, até tomar-se grave, além de resultar em baixo retorno econõmlco se os nutrientes aplicados em excesso Já estiverem presentes em concentrações adequadas. É comum focar-se em um único nulrlenle em falta e excluir os outros. Por exemplo, o fornecimento Inadequado de N é fácil de ser detectado pelos sinais visíveis que a planta apre- senta - crescimento a1rollado e folhas cloróllcas. No en1an1O, o beneficio máximo do N aplicado só será obtido se outras deficiências (tais como de Pou K) forem também corrigidas. Todos os nulrienlcs funcionam cm conjunto para sustentar o crescimento adequado da planta. Cada nutriente está disponível em diferentes formas químl· cas, as quais sofrem reações únicas depois de entrar no solo. Independentemente da fonte original e da reatividade no solo, os nulrienles devem estar em forma solúvel e dlsponí· vcl antes que po~sam ser absorvidos pelas planta~. Os fer1lllzan1es normalmente são vendidos na forma d1• fórmulas, que repre~cnlam a garantia mínima do fabrlcanll'. A fórmula é consllluída de uma série ele nú11wro~ que rcv<'· Iam o conteúdo de cada nulrlenle na 111ls1ura, l'Xp1 c•sso •111 perccrllagem , ou seja. qullogra111íl~ de nulrlcnle~ por peso dl· 100 kg de fcr11lltan1c 111l11cral. O prl11wiru mí11H•ro reprl'· ~enla u IOlal de N; o segundo, o P dl~po11ívcl co111u 1 01 cqulvalcnlc, e o lercl•lro. o I< solúvel rumo 1<1 0 cqulvall•111c. Por cx1:111plo, 100 kg de 11111 adul.iu IOl5-20 rn111c111 1Okg NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · FONTE CERTA Perguntas 0 J. Um dos sele princípios clenlíílcos que dcílnem a fonte certa para um conjunto específico de condl· ções é a. aplicar somente as formas de nu1rlen1es dispo· níveis para as planlas. b. adequar a fonte às propriedades físicas e químicas do solo. c. Ignorar a compaLlbllldade da mistura. d. evilar a aplicação de elemenlos associados. 2. Um elemenlo é considerado essencial ao cresclrnenlo da planta se a. o solo contém somente pequenas quantidades dele. b. as planlas o requerem na sua fonna elementar. c. Iodas as plantas precisam dele para completar seu ciclo de vida. d. ele é capaz de ser absorvido pelas planlas. 3. A seleção da fonte certa de íertilizanle deve ser baseada em a. tradição e experiência. b. somente no preço. c. somente no único nutriente em falta. d. na determinação de quais nulrien1es são limi· lantes. 4. As formas químicas de Pe K nos fertilimrues são a. expressas como equivalentes em P20 , e K!O. b. P2 0 se K20 . c. Pe K. d. convertidas em fom1a elementar pela multipli· cação por 2.29. Para verificar as respostas, veja a página A-7. de N, 15 kg ele P10 1 e 20 kg cl1• K!O. Para l'l'rtlli1<111ll' ljllL' contêm outros nu1rll•111e.~. ~;10 lndtudu!> miml·ro~ .1tlirio11<1h com o símbolo qui111ico do 11u1ril'nle; por CXl't11plo. u111 fertili· Zílnlc 21-0-0-2-1S rn111é111 21ªo cll' N e 2-1 %cll' S. Note• que as forn1a~ qui111lra, clL• P L ' K 110~ ft•rtillL.1111,·~ 11,H> são l'Xpressas l'111 P10 , ou 10. Pr,·f,0 rL'1H:ialn1L'llll'. " fonn.1 de óxido (> ,, u11ld.icll' 1radlr iu11,il usada para l l'p1 e,l'1ll<1r l'!>~1•s fl•rllllL,lllll'~. O ro111eúclo dL• fmfow ,• pulJ'>!>io nm fer1IIIL,t1lll'S é l'Xpr1:~o 1 •111 ,·qui, ,,1t.,11ll'S clL• P:O . l' de K_ ü . rL•~per1lvai111:111e. P,,r.i Clll'l'rll'I' a fui111<1 dL• o ,idu c111 fon11<1 ek•11H' nlar. sf111 tllill1ado, o~ " 'gul11lt'., f:llm L·> de ru11 l'r~f,o: P 10 1 X U.'13'/ = p p X 2.29 = P1 0 , K,O x 0,830 = K K x 1.20 = l<:O
  • 16. Figura 3.1 Três tipos de fertilizantes compostos (contêm uma combinação de N, Pe K em cada grânulo). 3.3 Tipos de Fertilizantes A escolha do tipo de fertilizante a ser utilizado é, írequente- mente. uma das primeiras decisões a serem tomadas. Mistura de grânulos - consiste na combinação de vários fertilizantes granulados em um lote que vai atender às necessidades específicas de um cliente. As misturas são ajustadas com diferentes doses de nutrientes para condi- ções específicas de solo e cultura. Elas são populares por- que são feitas com componentes mais baratos e misturadas com equipamento relativamente simples e econômico. Os componentes individuais do fertilizante devem ser química e fisicamente compaúveis para mistura e armazenamento. Atenção deve ser dada à possibilidade de segregação dos componentes individuais que pode ocorrer durante o trans- porte e a manipulação. Operadores da mistura de fertilizan- tes estão conscientes desta preocupação e tentam igualar o tamanho das parúculas de diferentes nutrientes para minimi- zar a segregação dos materiais durante o transporte. Mistura granulada - é uma mistura de múltiplos nutrientes em uma única partícula de fertilizante sólido (Figura 3.1). Esta difere da mistura de fertilizantes individuais, a qual resulta em uma composição média de nutrientes. Cada parúcula granula- da libera uma mistura de nutrientes à medida que se dissolve no solo e elimina o potencial de qualquer segregação de 0 p Mistura de grânulos' , 0 ln . .. r/, 1 Mistura granulada Figura 3.2 • ,. ..,_ Distribuição de nutrientes no solo comparando-se mistura de grânulos e mistura granulada. A distribuição mais uniforme proporcionada pela mistura granulada pode ser importante quando os nutrientes são aplica- dos em doses baixas.Já a mistura de grênulos é pos- sível combinar a dose recomendada de cada nutriente. Peruuntas '8 b • 5. Mistura granulada pode ser útil para a. aplicações de um único nutriente. b. fornecer diferentes doses de nutrientes para atender necessidades específicas. c. eliminar a segregação potencial das partículas. d. macronutrientes sem micronutrientes. 6. Os fertilizantes fluidos são populares porque a. são misturados com fertilizantes granulados. b. podem ser íacilmente adicionados à água de irrigação. c. são feitos de componentes de menor custo. d. reúnem múltiplos nutrientes em uma única partícula. partículas durante o transporte ou aplicação (Figura 3.2). A distribuição uniforme de micronutrientes na zona radicular também é possível quando estes são incluídos na mistura granulada. Existem certas proporções de nutrientes que geral- mente estão disponíveis para várias aplicações agronômicas e que facilitam a decisão na escolha do fertilizante. Fertilizantes fluidos são populares porque permitem a mistura de muitos nutrientes em uma única solução ho- mogênea, clara, que pode ser aplicada de modo uniforme no campo. Estas soluções podem ser misturadas e aplicadas como fertilizante de arranque, em faixa subsuperficial con- centrada, ou por gotejamento, em aplicação superficial. Elas costumam ser adicionadas à água de irrigação. Os fertili- zantes fluidos são fáceis de serem Fertili=1111le fluido manuseados e são excelentes veículos para uma variedade de micronutrientes, herbicidas e pesticidas. Com a mistura ele vários materiais pode-se reduzir o número de viagens ao campo, diminuindo, desse modo, a compactação cio solo e o consumo de combustível. Nem lodos os fertilizantes fluidos sflo compatíveis quando misturados. A Figura 3.3 fornece diretriws para a mistura ele materiais 0uldos, consiclcrnnclo a compatibilidacle entre eles. É sempre recomendável colocar uma pequena quanti- clmlc de fcrliliwnte cm um frasco para testar a adequação ela mistura, antes ele misturar grandes quantidades. A aplica·fm ele fcr1ilizante íluido Junto com a água de i1Tiga· ção (fcrtlrrigação) é norn1al111en1e fl•ila para poupar traba- lho, aumentar a íl<•xiuilidacle de temporização na aplicação de 11utric11lrs e melhorar a l•ficiê11da do nutriente. Isto é feito nos sistemas de irrigação pressurizada (por exPmplo. NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - FONTE CERTA a:I ll] lll ll t;c IC ~
  • 17. ::a ::a do-do omOnlo • '"'". URAN· 25132-00 Sot,çiodo-.,do omõnlo: 6-04-QS Soo..,çiodo pc,Cl<,,wlo do omõnlo: 11).:u.(I SoL,çlo do dorelo do - 6-04-1110 Sot,çiodo-..,doomOnlo,ATS.124-0-~ Scà.çlo do-.., do poLtalo, KTS: 0-0-25-17S Tloaúla:Ddodldo.CaTS: 6'!1.Ca10%5 ToouJfa!o oo rn,gnMlo. ~lgTS: 10~ 4"'-1,,i SoL,çlo do- d o - · - 11= 8,BCa SoL,çlo do ""'"10 do c:tloo: &-04-11Ca N.lralO do .-,;o:~ NnlO do úldo: 15.540-1QCa Ocnoodopoúalo:0462 N4r,.,do poúDlo: 1~6 - do mognóslo: 11).1)-0.9~) Fmlala.....-nl>nm(T6c:noml· 1U1-0 Fc,afA,110 betocT(l).~.)4) P-(~201 Atonçlo: Eato quadlo - lnfom,oç6ot - em_-. do l)ftton do '"°"""'do,..,_.., Eau1 ln!cmloç0ft..,,, _,., cdi« .,fcrmolh,o, como guio go,w.Nom • FUd F0<111ur roin1.-.,,..., os - n. gonmom • _ _ da.,f"""'8QÕ8t. C:0-0l-dopradl.Co•- rulae wn 1nte CM w pa t:e:1edo _,... CM ,.artur• mnn 1na1 Figura 3.3 Compatibilidade das misturas de fertilizantes fluidos (adaptada de Fluid Fertilizer Foundation, 2009). por gotejamento, microaspersão ou pivôs) e na irrigação por sulcos. É importante que os nutrientes utilizados na fertirrigação não causem entupimento do equipamento de irrigação ou não se precipitem antes de alcançar a área-alvo. Há excelentes fertilizantes, que são compatíveis com qualquer lípo de sistema de irrigação. Parlícular atenção deve ser dada ao se adicionar fertilizantes fosfatados cm água de irrigação rica em Ca ou Mg, a ílm de evitar a precipitação química e o entupimento dos tubos e emissores. Deve-se lem· brar também que a distribuição de nutrientes por melo da fcrtirrlgaçiio pode 11iio ser Ião uniforme quanto à proporcionada pelo sistema ele distribui· nutrição radicular. Muitos materiais ele alta solubilidade são usados como ferlílizantes foliares para atender a deficiência potencial de cada nutriente. A solução pulverizada sobre a supcrficie foliar geralmente é diluída, de macio a evitar danos salinos (osmóticos) à folhagem. Porém. quando a concentração ele fertilizante L' muito clcvad,1, o tecido follar pode ficar desidratado e clanill cada (fenômeno comumente clc~ignaclo n1n10 queima das folhas) . As recomendaçõ1•s co11Lid,1S nos rótulos cios produtos elevem ser sPguidas correiamente para se obtt>r o 111,1xi1110 bL•nefil'io nutricional. ção de água no campo. O s fertilizantes íluldos tm11bé111 são utilizados Fe1·tilizantcs cm s uspensão - ~10 obtido,;. pnr melo da suspensão cll' partículas n1uito pl"quL•na., .·11,/i1·11rrio jiJ/i(/,. "·' .f,•1·1ili::11111,• em uma solução. Argilas cll! suspL' nsãu ou agen· tcs de gclll1ca·flo são usados para evitar quL• as pjrllculas ele fl'rliliLante cl•cante111 110 líquido. A., .,11.,pe11sôcs pL' nnilL'íll na nutrição foliar por melo da pulverlwção ele ~oluçào 1111· triente sobre as folhas. Esta técnica pode ser particularmente cllcicntc na rorrcçflo ou prcvcnçflo das carências 111Hrlrlo11als ou para atender os períodos de pico de cic111ancla de 11utriL•11· tcs, quando a absorção pelas raízes pode ser l11~11f1ricnle para responder às 11cn!~idadc~ da planta. No entanto, a 1111tri<;flo foliar geralmente é co11sidcrada co1110 11111 complc1n1•nto da NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - FONTE CERTA o uso de n1aterlais fertiliL:11ll'!> com menor ~olubilicl.idc, comparado~ aos que pocll'm Sl' r u,aclos n,1~ .,alu~·õe., ciarns, e a ol>tc11~ ·,io cil' maior conrentraç,'io de nutrienlL'S. CramiL'!> quantidade~ dL• 111icrom1triL•ntcs podem ser incorporada,;,. nas ~u~pcnsÔl'S, be111 l'U1no herbicidas e imctlcid,,., l)IIL' 11:10
  • 18. são adequados para mistura nas soluções claras. Normal• mente, usa-se algum tipo de agltaçiio no tanque para manter a homogeneidade da suspensão. Bicos maiores são utilizados para a aplicação de suspensões, comparados aos usados para aplicação de soluções claras. Fertilizantes de eficiência melhorada não são um sim· pies grupo de materiais, mas consistem de produtos ou tec- nologias que geralmente aumentam multo mais a eficiência de uso do fertlllzante do que as práticas e materiais padrões. Fertilizantes de liberação lenta e controlada podem ser úteis para melhorar a eficiência de uso dos nutrientes. Existem vários mecanismos para controlar a liberação de nutrientes de uma partícula de fertilizante. O mais comum é quando um revestimento protetor de polímero ou de S é adicionado a um fertilizante no intuito de controlar a dissolução e a liberação dos nutrientes (Figura 3.4). As taxas de liberação normais variam de algumas semanas a vários meses. Outros fertilizantes de liberação lenta podem apresentar baixa solubllldade ou resistência à decomposição microbiana para controle da liberação de nutrientes. Cada um des· ses produtos pode ser adequado para um determinado conjunto de condições, porém, Isso não significa que eles sejam apropriados para todas as condições. Produtos es· peclficos devem ser combinados a condições adequadas de solo, cultura e ambiente para obter o máximo bene· ficlo. Geralmente, o N é o nutriente-alvo para liberação controlada, mas há circunstâncias nas quais a liberação controlada de outros nutrientes também é desejável. Ureia • Selante Enxofre Figura 3.4 Exemplo de fertilizante revestido. Inibidores químicos e biológicos às vezes siio adicionados aos fcr11lizantes para melhorar ou lnterrom· per tempornrlamente reações multo especificas do solo. Inibidores da nltrlllcaçi.lo sf10 aditivos que retardam a conversiio de amônia cm nitrato no solo, o que pode redm.lr a possibilidade de llxlvlnçiio ou clesnltrlllcaçiio. lnlbldorPs da urea~e. uma outra rlas~c de aditivos, podr m ~er utilizados rorn urr la para at rasar te111purarla· mente ~ua tramfornia~·f10 em amônia, por lnatlvação da ureasP, u111a 1 •nt lma rm11u111 110 solo. Esse atraso pode rccluLlr as pí'rda~ por volatlllzação da amônia para a atmosfera, principalmente quando a ureia é aplicada na superf/cle do solo. Materiais poliméricos são polímeros líquidos desenvol· vldos para se ligarem temporariamente a cátlons do solo com o objetivo de reduzir as reações químicas que podem diminuir a solubilidade do P. 3.4 Tipos de Fontes Orgânicas: Estercos, Compostos Materiais orgânicos podem ser excelentes fontes de macro e micronutrientes para a cultura. Considerando que estes materiais são extremamente variáveis. dependendo da fonte, manuseio e processamento, apenas os princípios gerais serão tratados aqui. Grande parte do N no esterco e nos compostos está pre· sente em complexos orgânicos que devem ser convertidos em amõnlo ou nllrato por microrganismos do solo (minera· lizados) antes de serem absorvidos pelas raízes. Taxas de mineralização são determinadas pela atividade mlcrobia• na, a qual varia de acordo com fatores ambientais (como temperatura e umidade), propriedades do material orgânico (como relação C:N e teor de llgnina) e aplicação (incorpo· ração) do material orgãnlco. A falha no sincronismo entre a liberação de N e a absorção pela cultura pode levar à escassez de N e a deílciênclas nutricionais nas plantas, ou à liberação excessiva de N para além da época de crescimento (Figura 3,5). Em muitos íertillzantes, a relação N:P não está em equilíbrio com os requisitos das plantas. Quando estercos são adicionados para atender às exigências das culturas em N, o fornecimento de P pode exceder em 3 a 5 vezes a demanda das culturas. A aplicação de esterco a longo prazo pode resultar em acúmulo de P. a menos que seja dada maior atenção a esse desequilíbrio. Estercos animais variam enormemente em sua campo• slção química e ííslca devido à alimentação especíílca do animal e às práticas de manejo dos dejetos. No esterco, o N está presente em compostos orgânicos e inorgânicos. O N no esterco fresco ílca em forma Instável porque a amônia pode ser facllmellle perdida por volatlllzação. A aplicação de esterco fresco ou dejetos na supe ríícle do solo pode resultar em grandes perdas de N por volatilização em algumas slluações. A época de aplicação e a localização são fatores Importantes a serem considerados para minimizar tais perdas. A estimativa da dose rena de esterco a ser aplicada eleve começar com uma cuidadosa analise química do con- teúdo de 11u1rle111es e rom a prevlsiio das taxas ele minera- llzaçiio de N após a apliraçiio. A maior parte do P nos adubos e compostos está sob a forma de fosfa to inorgânico e todo o 1( e~1. 1m•se11tt• romo K· lnorgãnico, prontamente disponível para absorção pelas plantas. Con1pos tos gernlmetlll' contêm baixas roncen1rações de 1n11rlenlt•s. tvlatPrials devidamente compostados nor111almen1e Sl' dPcompõem lentamentt• e 5e comportam como uma fon te d e llbNaçào IPnta ele N ao longo de meses ou anos. Os com- postos podem variar cnor111e111ente em qunlldade. maturidade e teor dt· nutriente~. dependenclo dos materiais Incluídos, das comll'Ôl'~ do prores~o e do seu m,.111ejo. NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C. FONTE CERTA li ~
  • 19. 1 1 1 1 1 1 1 1 1 t 1 1 1 1 1 Tempo o e s :, z Tempo Figura 3.5 O sincronismo entre a liberação de nutrientes e a demanda da planta é um desafio quando se utiliza materiais orgânicos. As fontes orgânicas com baixa relação C:N podem liberar nutrientes mais rapidamente em relação à demanda da planta (A). O material orgânico com alta relação C:N pode não liberar nutrientes com suficiente rapidez para atender as necessidades nutricio- nais da planta durante seu crescimento (B). 3.5 Interações dos nutrientes As interações ocorrem quando a forma química ou a con- centração de um nutriente especifico influencia o comporta- mento de outro nutriente. Estas Interações não são sempre Pergt1ntas ~ 7. Fertilizantes de liberação controlada podem melhorar a eílciência de uso do nutriente a. sob condições especlílcas de campo. b. Igualmente para todos os nutrientes. c. pela inatlvação da enzima urease. d. sob todas as condições de campo. 8. Inibidores ela urease reduzem as perdas de amônia de fonna mais acentuada quando aplicados com a. ureia em cobertura, na superílcle do solo. b. ureia Incorporada no solo. c. sulfato de amõnlo em cobertura, na superílcle do solo. d. ureia e nitrato de amônlo Incorporados ao solo. bem entendidas ou documentadas, mas elas são conhecidas por ocorrerem no fertilizante. no solo. na zona radicular e no Interior da planta. Interações favoráveis (slnergismos) são observadas entre alguns nutrientes. Interações indesejáveis (antagonismo) podem ser evitadas com o monitoramento do nível de nutrientes por meio da análise do solo e da planta, para evitar condições extremas. Alguns exemplos de interações entre nutrientes incluem: (i) a presença de NH; pode melhorar a disponibilidade de P, aumentando, assim, o crescimento das plantas, (íi) a adubação excessiva com K pode diminuir a absorção de Mg por algumas forrageiras, resultando em problemas nutricionais para o gado (tetania dos pastos) ou maior inci- dência de febre do leite e placentas retidas em vacas leitei- ras, (iii) altas concentrações de P no solo podem interferir na assimilação de Zn em algumas plantas, (iv) o aumento do pH do solo após a adição do calcário pode aumentar a disponibilidade de P e Mo, mas reduzir a solubilidade de Cu, Fe, Mn e Zn. Não há uma única fonte certa de nutrientes para todas as condições. Sempre que possível, a necessidade específica de nutrientes deve ser determinada antes da aplicação. Fatores como disponibilidade de fertilizante, reações do nutriente no solo, equipamento para aplicação e retomo econômico precisam ser considerados. Estas decisões complexas devem ser continuamente reavaliadas para se fazer a seleção certa dos fertilizantes. IIil REFERÊNCIAS Havlin, J. L. et ai. Soil fertility and fertilizers: an introduction to nutrient management. 7th edition. Upper Saddle River: Pearson Prentice Hall, 2005. UNIDO-IFDC. Fertilizer manual. Dordrecht, the Nether- lands: Kluwer Academic Publishers, 1998. 9. Em curto período de tempo após a aplicação, o fosfato de monoamõnio (MAP) é diferente do fosfato de cliamônio (DAP) porque a. DAP fornece fósforo em fonna mais disponível para a planta. b. o nitrogênio no DAP será usado mais prontamente pela planta. c. somente o MAP se converterá em polifosfato. d. o pH do solo ao redor do grânulo de tvlAP será menor. 1O . A maior parte dos íertlllzantes potásslcos a. contém potássio em diferentes formas químicas. b. difere principalmente quanto aos ãnions acampa· c. ~::;:;; selecionada somente com base no preço. Jj d. é mais efetiva elo que o esterco como fonte de potássio. _ - ·· _ __ As qucstom, 9 o 10 !>C reforem 110 material dos mollulos apresentados na seção 3.3, nas páginas seguintes. NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · FONTE CERTA
  • 20. Módulo 3.1-1 A fonte certa de potássio melhora o rendimento e a qualidade da banana na Índia. O potássio é um nutriente importante na produção de banana, tanto para o rendimento quanto para a qualidade. O sulfato de potássio (K2 S04 ou SOP) tem menor índice salino e fornece S para a planta, em comparação ao cloreto de potássio (KCI ou MOP), que fornece o cloreto (CI·), além do K. Estudo sobre a nutrição da bananeira no sul do estado Indiano de Tamll Nadu mostrou benefícios na aplicação de SOP, em comparação com MOP, como indicado na Figura 1 abaixo. Adaptada de: Kumar, A.R. e Kumar, N. EurAsian Journal of BioSciences, v. 2, n. 12, p. 102-109, 2008. 30 15 o Peso do cacho kg Bn< ., ,. Conleudo relativo do ógua g/10 g Conleúdo do clorofila lotai mg/10 g Catalaso, 10 unidades/mini opeso fresco AtIV1dado da redulase do nitrato, mg/10 g/h Figura 1 Peso do cacho de banana, Brix (açúcares solúveis totais), teor relativo de água e parâmetros fotossintêticos (teor de clorofila, catalase e atividade da redutase de nitrnto) relativos ao uso de cloreto de potássio (MOP) e sulfato de potássio (SOP) como fontes de potássio. NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - FONTE CERTA
  • 21. :.,◄ • Módulo 3.2-1 Equllíbrlo entre fontes orgânicas e minerais para o mllho na África. Estudos realizados na África Subsaariana (ASS) mostram que o uso de fertilizantes ésempre mais rentável eeficiente em cam- pos férteis. Quando os solos estão degradados. é necessária a restauração da fertilidade do solo por meio da adubação equilibrada e de adições de matéria orgânica para atingir alta produtividade das culturas. Outras opções para o manejo da fertilidade do solo, como adição de esterco, rotação de culturas e pousio, são mais eficientes quando estrategicamente combinadas com fertilizantes. Em ensaios realizados no campo, com diferentes níveis de fertilidade do solo em muitos locais da ASS, a aplicação isolada de N resultou em maior aumento da produtividade de milho em condições de alta e média fertilidade do solo. A adição de P também promoveu aumento significativo na produtividade em campos com fertilidade elevada, porém, nos campos com fertilidade média foi necessária a adição de cátions básicos (K e Ca) e de micronutrientes (Zn e 8) para aumentar significativamente o rendimento das culturas em patamares acima do obtido no tratamento com N. Nos campos com baixa fertilidade, os rendimentos aumentaram menos que 1 t ha·1 pela aplicação de N e menos que 2 t ha 1 pela aplicação de N, P, K, Ca, Zn e 8. Em tais condições, é necessária a adição de fontes orgânicas para aumentar a matéria orgânica do solo e a retenção de nutrientes e água, sincronizar melhor a oferta de nutrientes com a demanda das culturas e melhorar a qualidade do solo pelo aumento da biodiversidade. Fonte: Zingore, S. Better Crops with Piant Food, v. 95, n. 1, p. 4-6, 2011. 7 N II N+ P D N+ P+K+Ca+Zn+B 1 6 Doses do nutrlento ~ 5 k9 ha·• <O N = 120 ..e - P=30 Q) 4 K= 60 -e <O Ca= 20 -e :~ 3 Zn =5 :í -e B= S o ... CL 2 1 o Baixa Média Alta Fertilidade do solo NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · FONTE CERTA
  • 22. Ureia Módulo 3.3-1 Aureia é o fertlllzante nitrogenado sólldo mais amplamente utlllzado no mundo. Geralmente, a ureia também é encontrada na natureza, uma vez que é expellda na urina dos animais. Oalto teor de N na ureia toma eficiente seu transporte até as fazendas e sua apllcação nos campos. Produção. Aprodução de ureia envolve a reação controlada do gás amônia (NH3 ) e do dióxido de carbono (C02) sob temperatura e pressão elevadas. A ureia fundida é moldada em esferas em equipamento especializado de granulação ou endurecida em forma comprimida enquanto cai de uma torre. Durante a produção de ureia, duas moléculas podem, inadvertidamente, interagir e formar um composto denominado biureto, que pode ser prejudicial quando pulverizado sobre a folhagem das plantas. A ureia comercial contém apenas pequenas quantidades de biureto devido às condições cuidadosamente controladas durante sua fabricação. No entanto, a ureia especial, com baixo teor de biureto, está disponível para aplicações específicas. Fábricas de ureia estão localizadas em todo o mundo, porém mais comumente situadas próximas a instalações de produção de amônia (NH3 ), visto ser esta o principal insumo para a produção de ureia. Aureia é transportada em todo o mundo por navio, barcaça, ferrovia e caminhões. Propriedades químicas Fórmula química: CO(NH2h Conteúdo de N: 46% N Solubilidade em água (20°C): 1,080 g 1.:1 Uso agrícola. Aureia é utilizada de muitas formas como fonte de N para o crescimento da planta. É mais comu- rnente misturada ao solo ou aplicada à sua superfície. Devido à sua alta solubilidade, pode ser dissolvida em água e aplicada ao solo, adicionada à água de Irrigação ou pulverizada sobre a folhagem das plantas. Em pulve- rizações foliares, a ureia pode ser rapidamente absorvida pelas folhas. Após o contato da ureia com o solo ou as plantas, urna enzima (urease), que ocorre naturalmente, começa a converter rapidamente a ureia em NH3 , em processo denominado hidrólise. Durante esse processo, o N da ureia fica suscetível a perdas gasosas Indesejáveis na forma de NH3 • Várias técnicas de manejo podem ser usadas para minimizar a perda deste valioso nutriente. Ahidrólise da ureia é um processo rápido, que ocorre normalmente dias após a sua aplicação. As plantas podem utilizar pequenas quantidades de ureia diretamente como fonte de N, mas elas usam mais cornurnente o amônia (NH4 ' ) e o nitrato (N03 · ), que são produzidos após a ureia ser transformada pela urease e por microrganismos do solo. Práticas de manejo. Aureia é uma excelente fonte de N para as plantas. Por se dissolver facilmente na água, a ureia aplicada na superfície do solo se move com a chuva ou a água de Irrigação. Dentro do solo, a ureia se movimenta livremente com a água até que seja hidrolisada para formar NH/. Cuidados devem ser tomados para minimizar as perdas de N que ocorrem para a atmosfera e para as águas superficiais e subterrãneas. As perdas de amônia por volatilização podem ser controladas por meio de cuidadoso manejo da época e do local de aplicação. Deve-se evitar aplicações de ureia quando o fertilizante for permanecer na superfície do solo por longo período de tempo. Perdas Indesejáveis de N podem resultar na diminuição do rendimento e da qualidade da cultura. A ureia é um fertilizante com elevado teor de N, que tem boas propriedades de armazenamento e que provoca mínima corrosão no equipamento de aplicação. Quando manejada adequadamente, é uma excelente fonte de N para as plantas. Uso não-agrícola. A ureia normalmente é utilizada em várias Indústrias. É usada em usinas de energia e sistemas de exaustão de diesel para reduzir as emissões de óxido nitroso (NO.) dos gases. Pode ser usada como suplemento proteico na dieta de animais ruminantes, como o gado. Muitos produtos químicos industriais comuns utilizam a ureia corno componente essencial. Fonte: http://www.ipnl.net/speclfics NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - FONTE CERTA t
  • 23. l .. , i • 1 1 Nitrato de amônio-Ureia Módulo 3,3·2 Soluções de fertilizantes líquidos ou adubos fluldos são populares em multas áreas porque são seguros, apropriados para mistura com outros nutrientes e outros produtos químicos e são facllmente aplicáveis. Asolução de nitrato de amônia [NH.N03) e ureia [CO(NH2hl contendo 28%a 32% de N é o fertilizante nitrogenado fluido mais popular. Produção. Onitrato de amônio-urela (URAN) é um fertilizante líquido relativamente simples de ser produzido. Uma solução aquecida contendo ureia dissolvida é misturada à uma solução aquecida de nitrato de amônia resul- tando em um fertilizante líquido claro. Metade do Ntotal vem da solução de ureia e a outra metade da solução de nitrato de amônia. OURAN é feito em lotes, em algumas Instalações, ou em processo contínuo, em outras. Nenhuma emissão ou resíduo ocorre durante a mistura. Visto que o URAN é uma solução concentrada de N, sua solubilidade aumenta à medida que a temperatura aumenta. As soluções de URAN são mais diluídas nas regiões com Inverno mais frio para evitar que os com- ponentes nitrogenados se precipitem em forma de cristais. Portanto, a concentração de N nos fertilizantes comerciais variam entre 28%e 32%, dependendo da área geográfica. Geralmente, um inibidor de corrosão é adicionado à solução final para proteger o aço nos tanques de armazenamento. Propriedades químicas Composição (% em peso) Nitrato de amônia: Ureia: Água: pH da solução: 28%N 40 30 30 30%N 42 33 25 aproximadamente 7 32%N 44 35 20 Uso agrícola. Soluções de URAN são amplamente utilizadas como fonte de N para a nutrição das plantas. A porção N03 • (25% do total de N) está prontamente disponível para a absorção pelas plantas. Afração NH; (25% do total de N) também pode ser diretamente assimilada pela maioria das plantas, mas é rapidamente oxidada por bactérias do solo para formar N03 · , A porção ureia restante (50% do total de N) é hidrolisada por enzimas do solo para formar NH;, que é posteriormente transformada em N03 • em grande parte dos solos. Soluções de URAN são extremamente versáteis como fonte de nutrientes para as plantas. Devido às suas propriedades químicas, o URAN é compatível com muitos outros nutrientes e produtos químicos agrícolas, sendo frequentemente misturado a soluções contendo P , K e outros nutrientes das plantas. Os adubos líquidos podem ser misturados para satisfazer com precisão as necessidades específicas de um solo ou da cultura. Soluções de URAN normalmente são injetadas no solo abaixo da superfície, pulverizadas sobre a superfície do solo, gotejadas em faixa sobre a superfície, adicionadas à água de irrigação ou pulverizadas sobre as folhas das plantas, como fertilizante foliar. No entanto, o URAN pode danificar a folhagem se aplicado diretamente sobre algumas plantas, sendo, assim, necessária sua diluição com água. Práticas de manejo. OURAN é uma excelente fonte nitrogenada para as plantas. No entanto, visto que metade do Ntotal está presente na forma de ureia, é necessário o manejo da época e da localização do adubo para evitar per- das por volaUllzação. Quando o URAN permanece na superfície do solo por longos períodos de tempo (alguns dias), as enzimas do solo convertem a ureia em NH;, e parte dele pode ser perdida como gás amônia. Portanto, o URAN não deve permanecer sobre asuperfície do solo por multo tempo, a fim de evitar perdas significativas do adubo. Inibidores que retardam essas transformações do Nà vezes são adicionados. Logo que o URAN é aplicado ao solo, a ureia eas moléculas de N03 • se movem livremente com a água no solo. ONH~· será retido no solo nos primeiros contatos com os pontos de troca de cátlons na argila ou na matéria orgânica. No período de 2 a 10 dias, a maior parte da ureia será convertida em NH; e sua mobilidade será reduzida. ONH; originalmente adicionado mais o NH4 • proveniente da ureia serão, por fim, convertidos em N03 • pelos microrganismos do solo. Fonte: http://www.lpnl.neVspeclfics NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · FONTE CERTA
  • 24. Amônia Módulo 3.3-3 A amônia (NH3 ) é a base para a Indústria de fertlllzantes nitrogenados. Ela pode ser aplicada diretamente no solo, como nutriente para a planta, ou convertida em uma variedade de fertilizantes nitrogenados comuns. Precauções especiais de segurança e de manejo são necessárias. Produção. Quase 80%da atmosfera da Terra é composta de gás N2 , mas em forma química e biologicamente não utilizável. No início dos anos 1900, foi desenvolvido o processo Haber-Bosch para combinação de N2e hidrogênio (H2) sob condições de alta temperatura e pressão. A reação é: [3H, + N2 ➔ 2 NH3) Propriedades químicas Amônia anidra (NHJ) Conteúdo de N: Ponto de ebulição: Hidróxido de amônia (NH.OH) Conteúdo de N: pH: 82%N -33ºC 20% a 24% N 11a 12 Hastes aplicadoras Posterior Frontal Muitos materiais combustíveis fósseis podem ser usados como fonte de H2 , mas o gás natural (metano) é o mais comum. Portanto, a maior parte da produção de NH3ocorre em locais onde existe um fornecimento prontamente disponível de gás natural. Aamônia encontra-se em forma de gás na atmosfera, mas é transportada em estado líquido por compressão ou refrige- ração abaixo do seu ponto de ebulição (-33 ºC). Ela é embarcada, globalmente, em navios refrigerados, vagões pressuri- zados e dutos de longa distância. Uso agrícola. Aamônia é o fertilizante comercial com maior conteúdo de N, o que a torna uma fonte popular do nutriente, apesar do perigo potencial que representa e das práticas de segurança que são necessárias para sua utilização. Quando aplicada diretamente no solo, a amônia é um líquido pressurizado que se transforma em vapor imediatamente após sair do tanque. Aamônia geralmente é colocada na profundidade de, no mínimo, 10 a 20 cm abaixo da superfície do solo, ou de tal forma que a sua perda como vapor para a atmosfera seja evitada. Vários tipos de facas e hastes puxadas por trator são utilizados para posicionar a amônia no local correto. Aamônia reage rapidamente com a água do solo para formar amónio (NH.♦), o qual é retido nos sítios de troca de cátions do solo. Algumas vezes, a amônia é dissolvida em água para a produção de hidróxido de amônia, um fertilizante nitrogenado líquido popular. Ohidróxido de amônia não precisa ser injetado tão profundamente no solo quanto a amônia, o que proporciona vantagens durante a aplicação no campo e tem menos exigências quanto à segurança. Ohidróxido de amônia é frequentemente adicionado à água de irrigação e usado em condições de solo inundado. Práticas de manejo. Omanuseio da amônia requer atenção quanto à segurança. Em instalações de armazenamento e durante a aplicação no campo deve-se usar equipamento de proteção individual adequado. Visto que eia é muito solúvel em água, a amônia livre pode reagir rapidamente com a umidade do corpo e causar danos graves em órgãos como pulmões e olhos. Não deve ser transferida ou aplicada sem o treinamento de segurança adequado. Imediatamente após a sua aplicação, a elevada concentração de NH3 em torno do local de injeção causa uma 1n1bição temporária dos microrganismos do solo. No entanto, a população microbiana se recupera à medida que a NHJse converte em NH4 ·, se difunde a partir do ponto de aplicação e, em seguida, se converte em nitrato. Do mesmo modo, para evitar danos durante a germinação, as sementes não podem ser colocadas em estreita proximidade com a zona de aplicação recente de NHJ" Afuga Inadvertida de NH3 para a atmosfera deve ser evitada tanto quanto possível. As emissões de NHJ estão ligadas à neblina atmosférica e às alterações na composição química da água de chuva. Apresença de elevadas concentrações de NH3 em águas de superfície pode ser prejudicial para os organismos aquáticos. Usos não-agrícolas. Mais de 80%da produção de NH3 éutilizada para fertilizante, ou para aplicação direta ou para produção de fertilizantes nitrogenados sólidos e líquidos. No entanto, existem muitos outros usos importantes para a amônia em aplicações industriais. Produtos de limpeza domésticos são feitos a partir de uma solução de 5%a 10%de NH3 dissolvida em água (de modo a formar hidróxido de amónio). Devido às suas propriedades de vaporização, o NH3 é amplamente ulJllzado como refrigerante. Fonte: http://www.ipni.neVspeciflcs NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - FONTE CERTA ... ...,. m m m
  • 25. ., , , , 1 ' 1 l Sulfato de amônlo Módulo 3.3-4 Osulfato do amônlo l(NH,)2 50,) foi um dos primeiros fertlllzantes nitrogenados produzidos e o mais amplamento utlllzado na produção agrícola. Atualmente, é menos utilizado, mas especialmente valioso onde ambos os nutrientes, N e S, são requeridos. Sua elevada solubilidade proporciona versatilidade para uma série de aplicações agrícolas. Produção. Osulfato de amónio (SA) tem sido produzido há mais de 150 anos. Inicialmente, foi fabricado a partir da amônia liberada durante a fabricação do gás de carvão, usado para iluminar cidades, ou do coque de carvão, utilizado para produzir aço. Éobtido pela reação de ácido sulfúrico e amônia quente. Otamanho dos cristais resultantes é determinado pelo controle das condições de reação. Quando o tamanho desejado é alcançado, os cristais são secos e selecionados por tamanhos específicos de partícula. Alguns materiais são revestidos com condicionador para reduzir a poeira e a solidificação das partículas. A maior parte da demanda atual de sulfato de amónio é atendida pela produção de subprodutos de várias indústrias. Por exemplo, o sulfato de amónio é um co-produto no processo de fabricação do nylon. Certos subprodutos que contêm amõnia ou ácido sulfúrico são comumente convertidos em sulfato de amónio para uso na agricultura. Embora sua cor possa variar de branco a bege, ele é frequentemente vendido como cristal altamente solúvel que apresenta excelentes propriedades de armazenamento. Otamanho da partícula pode variar de acordo com a finalidade a que se destina. Propriedades químicas Fórmula química: Conteúdo de N: Conteúdo de S: Solubilidade em água: pH da solução: (NH.)iSO. 21% 24% 750 g l 1 5a 6 Cristais de (NH,)2 S0, Uso agrícola. Osulfato de amónio é utilizado principalmente onde há necessidade de suplementação de N e spara satisfazer a exigência nutricional das plantas em crescimento. Visto que contém apenas 21% de N, existem outras fontes de fertilizantes que são mais concentradas e econômicas em relação ao manuseio e transporte. No entanto, ele fornece uma excelente fonte de S que desempenha numerosas funções essenciais nas plantas, incluindo a síntese de proteínas. Pelo fato da fração N estar presente sob a forma de amónio, o sulfato de amónio é frequentemente utilizado em solos alagados para a produção de arroz. Nesses solos, evita-se o uso de fertilizantes à base de nitrato devido às perdas por desnitrificação. Nas pulverizações de herbicidas em pós-emergência costuma-se adicionar solução contendo sulfato de amónio dis- solvido para melhorar a eficácia no controle das plantas daninhas. Esta prática de aumentar a eficácia do herbicida com o acréscimo de sulfato de amónio é particularmente eficiente quando a fonte de água contém concentrações significativas de magnésio, cálcio ou sódio. Osulfato de amónio com alto grau de pureza geralmente é usado para evitar o entupimento dos bicos pulverizadores. Práticas de manejo. Após a adição no solo, o sulfato de amónio dissocia-se rapidamente nos seus componentes amónio e sulfato. Caso permaneça na superfície do solo, o amónio pode ficar suscetível a perdas gasosas em condições alcalinas. Nessas situações, é aconselhável a incorporação do fertilizante ao solo logo que possível ou sua aplicação antes da irrigação ou de uma precipitação predita. Amaior parte das plantas é capaz de utilizar ambas as formas de N(amónio e nitrato) para o crescimento. Em solos quentes, os microrganismos irão rapidamente converter amónio em nitrato pelo processo de nitrificação [NH; + 20~ ➔ N03 +H2 0 + 2H']. Esta reação microbiana gera acidez [H'), o que acabará por diminuir o pH do solo após o uso repetido do adubo. Osulfato de amónio tem efeito acidificante no solo devido ao processo de nitrificação... porém, não pela presença de sulfato, que tem efeito Insignificante sobre o pH. Opotencial acidificante do sulfato de amónio é maior do que o do nitrato de amónio, em equivalente quantidade de N, por exemplo, visto que todo o N do sulfato de amónio será convertido em nitrato, enquanto apenas metade do N do nitrnto de amónio será convertido nessa forma. Usos não-agrícolas. Osulfato de amônia é comumente adicionado a produtos de panificação como cond1c1onador da massa. Étambém um componente do pó em extintores e agentes à prova de chama. Ele é utilizado em muitas aplicações nas Indústrias química, têxtil, farmacêutica e de celulose. Fonte: http://www.ipnl.ne1jspeciflcs NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · FONTE CERTA
  • 26. Nltrofosfato Módulo 3.3-5 A produção e a aplicação do nltrofosfato é amplamente regiona!; sua utilização é centrada onde esta tecnologia ó vantajosa. O processo utiliza o ácido nítrico, ao Invés de ácido sulfúrico, para o trata- mento do fosfato de rocha e não resulta em subprodutos, como gesso. Produção. A maior parte dos fertilizantes fosfatados comerciais é produzida pela reação da rocha fosfática bruta com ácido sulfúrico ou fosfórico. O processo com ácido sulfúrico para produção de fertilizantes fosfatados resulta em grande quantidade de sulfato de cálcio (gesso), subproduto que incorre em custos adicionais para a disposição final do produto. O nltrofosfato difere dos demais porque envolve a reação da rocha fosfática com ácido nítrico. O ácido nítrico é produzido pela oxidação da amônia com o ar, sob temperaturas elevadas. A principal vantagem desse processo é que pouca ou nenhuma entrada de S é necessária. Com o processo de produção de nitrofosfato, o excesso de Ca da rocha fosfática é convertido no fertilizante nitrato de cálcio, de grande valor, em vez de gesso. O processo foi desenvolvido na Noruega e grande parte da produção mundial ainda ocorre na Europa. A reação geral é: fosfato de rocha+ ácido nítrico ➔ ácido fosfórico+ nitrato de cálcio+ ácido fluorídrico. O ácido fosfórico resultante é muitas vezes misturado a outros nutrientes para formar fertilizantes compostos contendo vários nutrientes em um único pelete. O nitrato de cálcio ou o nitrato de amónio co-gerados são vendidos separadamente. Propriedades químicas A composição química do nitrofosfato varia de acordo com a combinação de nutrientes utilizados para compor o grânulo final. As fórmulas mais comuns incluem: 20-20-0, 25-25-0, 28-14-0, 20-30-0, 15-15-15, 17-17-17, 21-7-14, 10-20-20, 15-20-15 e 12-24-12 21-7-14 formulado com sulfato de potássio 16-16-16 formulado com cloreto de potássio Uso agrícola. A composição em nutrientes do nltrofosfato pode variar amplamente, dependendo da utilização pretendida. ÉImportante selecionar a composição adequada para cada cultura específica e exigência do solo. O nitrofosfato é vendido na forma de grânulos e é utilizado para aplicação direta no solo. Geralmente é espalhado sobre a superfície do solo, misturado ao solo na zona radicular, ou aplicado em faixa concentrada abaixo da superfície do solo antes do plantio. Práticas de manejo. O nitrofosfato contém quantidades variáveis de nitrato de amónio, o que atrai umidade. Para prevenir o endurecimento ou empedramento, esses fertilizantes geralmente são embalados em sacos estanques e protegidos da umidade antes da entrega ao agricultor. Fonte: http://www.ipni.netjspecifics NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - FONTE CERTA , ..