1. ETEC PROFº. BASILIDES DE GODOY
ROSCAS
DEFINIÇÃO
A rosca é uma saliência ( filete ) de secção uniforme que se desenvolve com uma inclinação constante em torno de
uma superfície cilíndrica.
P = Passo da rosca é distância compreendida entre dois filetes consecutivos, medida no mesmo ponto; é sempre um
filete e um vão.
i = Número de filetes ou entradas que se desenvolvem lado a lado ao redor do cilindro.
h = Deslocamento axial correspondente a uma volta completa do parafuso.
a= Ângulo de inclinação da hélice, é dado pelas expressões:
tg a = h / p x Ømédio
ou
tg a = P x i / p x Ømédio.
1
(o u Ø d o N Ú C L E O )
Ø IN T E R N O
h
P
h
=
P
x
i
x Ø M É D IO
Ø E X T E R N O
Ø M É D IO
2. ETEC PROFº. BASILIDES DE GODOY
UTILIDADES DA ROSCA
A rosca é um recurso mecânico de grande importância e constante aplicação pois:
- possibilita a união não permanente de peças e a facilidade de desmontá-las, quando necessário.
- possibilita o movimento de avanço de um elemento de máquina, quando há movimento de rotação em uma das
partes do conjunto; uma morsa ou o fuso de um tôrno mecânico são bons exemplos da aplicação do desse
recurso.
Nas figuras abaixo pode-se ver respectivamente a rosca externa de um parafuso e a rosca interna de uma porca,
ambos de filetes quadrados, onde é visível a superfície cilíndrica na qual se desenvolve o filete.
2
P
P A R A F U S O
P O R C A
3. ETEC PROFº. BASILIDES DE GODOY
ROSCA À DIREITA E ROSCA À ESQUERDA
Uma rosca é à direita quando, para que o parafuso entre na porca é necessário dar-lhe o movimento de rotação da
esquerda para a direita, ou no sentido dos ponteiros do relógio (sentido horário).
Uma rosca é à esquerda quando, para que o parafuso entre na porca é necessário dar-lhe o movimento de rotação
da direita para a esquerda, ou no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio (sentido anti-horário).
3
R
O
S
C
AÀE
S
Q
U
E
R
D
A
R
O
S
C
AÀD
IR
E
IT
A
4. ETEC PROFº. BASILIDES DE GODOY
ROSCA DE FILETE SIMPLES
Uma rosca é de filete simples, quando apenas uma saliência (filete) se desenvolve ao redor do núcleo.
Também conhecida como rosca de uma entrada.
ROSCA DE FILETES MÚLTIPLOS ( Duplos, Triplos, etc.)
Uma rosca é de filete duplo (ou triplo), quando duas (ou três) saliências (filetes) se desenvolvem lado a lado ao redor
do núcleo.
Também conhecida como rosca de duas (ou três) entradas.
As roscas de filetes múltiplos tem o ângulo de inclinação da hélice mais acentuado
Comparando os dois tipos os ângulos de inclinação a (no filete simples) e b (no filete duplo), no segundo caso, esse
ângulo é mais acentuado.
4
R o sc a d e file te sim p le s
Filete
2
2
Filete
1
1 1 2 1
R o s ca d e file te d u p lo
5. ETEC PROFº. BASILIDES DE GODOY
FILETE
O filete ( ou fio) pode apresentar secção transversal de vários tipos, e dá nome as roscas acabando também por
condicionar sua aplicação. Na Mecânica, os perfis mais comuns são:
- Rosca de filete triangular: padrão mundial em parafusos e porcas seriadas de fixação na união de peças.
Ex.: fixação da rodas dos carros, elementos de máquinas, estruturas metálicas, etc.
- Rosca de filete quadrado: parafusos que sofrem grandes esforços e choques.
Ex.: prensas e morsas.
5
P O R C A
P A R A F U S O
P a s s o
Ø
d
ext.
Ø
d
int.
Ø
D
ext.
Ø
D
int.
PORCA
PARAFUSO
Passo
Ø
d
ext.
Ø
d
int.
Ø
D
ext.
Ø
D
int.
Passo
6. ETEC PROFº. BASILIDES DE GODOY
- Rosca de filete trapezoidal: parafusos que transmitem movimento suaves e uniformes.
Ex.: fusos de máquinas.
- Rosca de filete dente de serra: parafusos que exercem grande esforço num só sentido.
Ex.: macaco mecânico.
6
P O R C A
P A R A F U S O
P a s s o
Ø
d
ext.
Ø
d
int.
Ø
D
ext.
Ø
D
int.
PARAFUSO
PORCA
Ø
D
int.
Ø
D
ext.
Ø
d
ext.
Ø
d
int.
Passo
Passo
7. ETEC PROFº. BASILIDES DE GODOY
- Rosca de filete arredondado ou redondo: parafusos de grandes diâmetros sujeitos a grandes esforços.
Ex.: equipamentos ferroviários.
OBS:
O perfil da rosca de filete arredondado, é também usada em fusos de máquinas-ferramenta do tipo CNC (Comand
Numeric Control) combinando esse uso com a adição de esferas metálicas, preenchendo os espaços dos raios entre
a porca e o parafuso do fuso principal.
Para este tipo de aplicação, tanto o parafuso, como a porca e as esferas que compõem o conjunto são extremamente
resistentes ao atrito, as dimensões possuem grande precisão e as superfícies em contato são retificadas e polidas.
Essas medidas visam permitir uma folga dimensional mínima entre os componentes, garantindo a precisão de
movimentos e possibilidade de maior agilidade nos deslocamentos do sistema.
De construção geométrica semelhante (cilíndrica e perfil curvo) e com uma entrada, há uma variação para a opção do
filete redondo chamada de rosca Edison.
È normalmente utilizada em bases de lâmpadas e fusíveis roscáveis, bem como nas peças fêmeas roscadas dos
correspondentes porta-lâmpadas e porta-fusíveis.
IDENTIFICAÇÃO DAS ROSCAS
As roscas não seriadas são geralmente identificadas por:
- tipo de perfil ou filete.
- dimensão (diâmetro da rosca).
- passo (em milímetros ou polegadas).
- quantidade de fios contidos em cada milímetro ou polegada (conforme o caso).
- espessura do filete (rosca grossa ou fina).
As informações acima são básicas e uma identificação criteriosa de uma rosca muitas vezes, pode conter ainda
algumas informações adicionais.
7
PORCA
PARAFUSO
Passo
Ø
d
ext.
Ø
d
int.
Ø
D
ext.
Ø
D
int.
8. ETEC PROFº. BASILIDES DE GODOY
SIMBOLOGIA PARA IDENTIFICAÇÃO DE ROSCAS
Pode apresentar na maioria dos casos a seguinte sequência para sua identificação:
1º) Perfil:
Tr = Trapezoidal.
Rd = Redonda.
S = Dente de Serra.
E = Edison.
OBS:
No caso das roscas de perfil Triangular, essa característica não é citada, já que esse tipo de perfil, é adotado pelos
sistemas internacionais do mundo inteiro como padrão para fabricação seriada de parafusos e porcas, pela
simplicidade e facilidades que essa forma de construção apresenta, sendo que, a principal variação existente dentre
os perfis triangulares diz respeito ao ângulo do perfil do filete que pode ser de 55º ou 60º.
2º) Diâmetro externo da rosca e o passo (em milímetros ou polegadas).
3º) Número de fios (por milímetro ou fios por polegada).
4º) Espessura do filete (rosca fina ou grossa).
8
Â
N
G
U
L
OD
OP
E
R
F
ILD
A
R
O
S
C
AT
R
IA
N
G
U
L
A
R=5
5
º
Â
N
G
U
L
OD
OP
E
R
F
ILD
A
R
O
S
C
AT
R
IA
N
G
U
L
A
R=6
0
º
9. ETEC PROFº. BASILIDES DE GODOY
(À direita e com uma entrada):
Exemplos:
Tr 48 x 8 – rosca trapezoidal, diâmetro externo = 48 mm, passo = 8mm.
Rd 40 x 1/8” – rosca redonda, diâmetro externo = 40 mm, passo = 1/8”.
S 70 x 10 – rosca dente de serra, diâmetro externo = 70 mm, passo = 10mm.
Qr 48 x 8 – rosca quadrada, diâmetro externo = 48 mm, passo = 8mm.
E 27 – rosca Edison, diâmetro nominal em mm (dimensões tabeladas).
(À esquerda e com múltiplas entradas):
Exemplos:
Tr 48 x 8 esq ( 2 ent. ) – rosca trapezoidal, diâmetro externo = 48 mm, passo = 8mm, à esquerda,
com 2 entradas.
Rd 40 x 1/8” esq ( 3 ent.) – rosca redonda, diâmetro externo = 40 mm, passo = 1/8”, à esquerda,
com 3 entradas.
Qr 48 x 8 esq ( 2 ent. ) – rosca quadrada, diâmetro externo = 48 mm, passo = 8mm, à esquerda,
com 2 entradas.
S 70 x 10 esq ( 2 ent. ) – rosca dente de serra, diâmetro externo = 70 mm, passo = 10mm, à esquerda,
com 2 entradas.
As informações contidas nesse texto foram compiladas de diversas fontes originais para uso específico em sala de aula, e podem, sem espaço de
tempo determinado ou aviso prévio sofrer alterações, atualizações, acréscimos ou mesmo correções por imprecisões aqui contidas.
( Rev. 1 – Ago 2009 ).
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