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Manual de Curso de Licenciatura em Ensino de História
HO167 – NOÇÕES DE
GEOGRAFIA FÍSICA
Universidade Católica de Moçambique
Centro de Ensino à Distância
CED
Direitos de autor (copyright)
Este manual é propriedade da Universidade Católica de Moçambique, Centro de Ensino à Distância
(CED) e contém reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução deste manual, no
seu todo ou em partes, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico,
gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Universidade Católica de
Moçambique  Centro de Ensino à Distância). O não cumprimento desta advertência é passível a
processos judiciais.
Elaborado Por: dra. Luísa Jemuce,
Licenciado em ensino de Geografia pela UP- Beira,
Colaboradora do Curso de Licenciatura em ensino de História no Centro de Ensino à
Distância (CED) da Universidade Católica de Moçambique – UCM.
Universidade Católica de Moçambique
Centro de Ensino à Distância-CED
Rua Correira de Brito No
613-Ponta-Gêa·
Moçambique-Beira
Telefone: 23 32 64 05
Cel: 82 50 18 44 0
Fax: 23 32 64 06
E-mail: ced @ ucm.ac.mz
Website: www. ucm.ac.mz
Agradecimentos
A Universidade Católica de Moçambique - Centro de Ensino à Distância e o autor do presente manual,
dra. Luisa Jemuce, gostaria de agradecer a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na
elaborção deste manual:
Pela maquetização dra Georgina Nicolau.
Pela Coordenação e edição dra Georgina Nicolau
Pela Revisao Final dr. Luis Dovelo Cessar
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA i
Índice
Visão geral 1
Benvindo a NOÇÕES DE GEOGRAFIA FISICA .........................................................1
Introdução à Pesquisa ....................................................................................................1
Objectivos da cadeira ....................................................................................................2
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................3
Como está estruturado este módulo................................................................................3
Ícones de actividade ......................................................................................................4
Habilidades de estudo....................................................................................................4
Precisa de apoio?...........................................................................................................5
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ..............................................................................6
Avaliação ......................................................................................................................6
Unidade I 9
Introdução ao Estudo da Geografia............................................................................9
Introdução............................................................................................................9
1.1. Noção de Geografia.......................................................................................9
Sumário.......................................................................................................................12
Exercícios....................................................................................................................12
Unidade II 13
Divisao da geografia ..................................................................................................13
Evolução da ciência Geografica ................................................................................13
Tarefas da Geografia.................................................................................................13
Introdução..........................................................................................................13
2. Divisao da Geografia......................................................................................13
Sumário.......................................................................................................................18
Exercícios....................................................................................................................18
Unidade III 19
Noção do Universo.....................................................................................................19
Estrutura do Universo e Teorias da sua Origem......................................................19
Introdução..........................................................................................................19
Sumário.......................................................................................................................25
Exercícios....................................................................................................................25
Unidade IV 26
Sistema Solar .............................................................................................................26
Conceito, características e composiçao.....................................................................26
Esfera celeste e seus elementos, conteslações e sua importância na orientação ......26
Introdução..........................................................................................................26
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA ii
Sumário.......................................................................................................................32
Exercícios....................................................................................................................33
Unidade V 33
Formas e dimensões da terra ....................................................................................34
Movimentos da terra ( rotação e translação), suas características e consequências34
Introdução..........................................................................................................34
Sumário.......................................................................................................................37
Exercícios....................................................................................................................38
Unidade VI 39
Equinócios e Solstícios...............................................................................................39
Estações do ano..........................................................................................................39
Introdução..........................................................................................................39
Sumário.......................................................................................................................41
Exercícios....................................................................................................................42
Unidade VII 43
Climatogeografia .......................................................................................................43
Tempo e Clima...........................................................................................................43
Atmosfera....................................................................................................................43
Estrutura Vertical da Atmosfera e sua Composição......................................................43
Introdução..........................................................................................................43
Sumário.......................................................................................................................51
Exercícios....................................................................................................................51
Unidade VIII 53
Elementos do Clima...................................................................................................53
Factores do Clima......................................................................................................53
Introdução..........................................................................................................53
Sumário.......................................................................................................................63
Exercícios....................................................................................................................64
Unidade IX 65
Centros Barométricos................................................................................................65
Gráficos Termopluviométricos .................................................................................65
Introdução...................................................................................................................65
Sumário.......................................................................................................................69
Exercícios....................................................................................................................69
Unidade X 70
Tempo e clima de Moçambique ...............................................................................70
Introdução...................................................................................................................70
Sumário..............................................................................................................91
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA iii
Exercícios....................................................................................................................91
Unidade XI 92
Geologia e Geomorfologia: 92
Estrutura Interna da Terra 92
Rochas e Minerais 92
Tipos de Rochas 92
Introdução...................................................................................................................92
Sumario:.............................................................................................................97
Exercícios....................................................................................................................97
Unidade XII 98
Relevo: agentes da geodinâmica da terra (internos e externos); Principais formas de
relevo terrestre. 98
Introdução...................................................................................................................98
.........................................................................................................................123
Sumario.....................................................................................................................123
Exercícios..................................................................................................................124
Unidade XIII 125
O relevo de Moçambique ........................................................................................125
Introdução.................................................................................................................125
Sumário.....................................................................................................................129
Exercícios..................................................................................................................129
Unidade XIV 130
Hidrografia ..............................................................................................................130
Oceanos, Mares, Rios e Lagos.................................................................................130
Ciclo hidrológico......................................................................................................130
Introdução.................................................................................................................130
Sumário.....................................................................................................................162
Exercícios..................................................................................................................162
Unidade XV 164
Principais rios de Moçambique 164
Introdução........................................................................................................164
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA iv
XV.1.Hidrografia de Moçambique 164
XV.1.1. 2. Principais Bacias Hidrográficas de Moçambique 166
Principais bacias hidrográficas de Moçambique 168
XV.1.1. 2. Potencial Hidroeléctrico de Moçambique: 169
XV.2. Importância e necessidade da conservação de águas 172
Sumário.....................................................................................................................173
Exercícios..................................................................................................................173
Unidade XVI 175
Pedogeografia 175
Conceito, processos e factores de formação dos solos. 175
Classificação dos solos 175
Introdução........................................................................................................175
XVI.1. Pedogeografia 175
XVI.2. Processos e factores de formação dos solos 177
XVI.3. Classificação dos solos. 181
Sumário.....................................................................................................................184
Exercícios..................................................................................................................184
Unidade XVII 185
Os solos de Moçambique: Importância, conservação e defesa dos solos 185
Introdução........................................................................................................185
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA v
XVII.1. Os solos de Moçambique 185
XVII. 2. Importância dos solos; conservação e defesa dos solos 187
Unidade XVIII 190
Biogeografia – conceito; factores da distribuição geográfica da fauna e vegetação. 190
Introdução ...............................................................................................................190
XVIII.1. Biogeografia 190
XVIII.2. Factores da distribuição geográfica da fauna e vegetação 192
Sumário.....................................................................................................................193
Exercícios..................................................................................................................194
Unidade XIX 195
Tipos de vegetação e suas características 195
XIX.1. Tipos de vegetação e suas características 195
XIX.2. Importância da protecção e conservação dos recursos biológicos. 207
Sumário.....................................................................................................................209
Exercícios..................................................................................................................209
Unidade XX 210
Cartografia, Topografia e Geodesia (conceito) 210
Objecto de Estudo da Cartografia 210
Ramos da Cartografia e Topografia 210
XX.1. Cartografia, Topografia e Geodesia 210
XX.2. Objecto de Estudo da Cartografia 211
XX.3. Ramos da cartografia e Topografia: 213
Sumário.....................................................................................................................214
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA vi
Exercícios..................................................................................................................214
Unidade XXI 215
Significado da Cartografia e Topografia para os professores e estudantes no estudo da
Geografia; 215
História Sumária da Cartografia. 215
XXI.1. Significado da Cartografia e Topografia para os professores e estudantes no estudo da
Geografia: 215
XXI.2. História Sumária da Cartografia: 216
Sumário.....................................................................................................................218
Exercícios..................................................................................................................218
Unidade XXII 219
Mapas Geográficos – conceitos básicos 219
Exigência que os mapas devem obedecer 219
Classificação dos mapas geográficos 219
Diferença entre mapas e plantas 219
Escalas e seus diferentes tipos 219
Coordenadas geográficas 219
Importância dos mapas geográficos para a prática social. 219
XXII.1. Mapas Geográficos 220
XXII.2. Exigência que os mapas devem obedecer 220
XXII.3. Classificação dos mapas geográficos 220
XXII.4. Diferença entre mapas e plantas 221
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA vii
XXII.5. Escalas e seus diferentes tipos 221
XXII.6. Coordenadas geográficas: ......................................................................................223
Sumário.....................................................................................................................225
Exercícios..................................................................................................................225
Referências Bibliográficas.........................................................................................226
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 1
Visão geral
Bem vindo
A Noções De Geografia Fisica
Introdução à Pesquisa
As aulas de noções de geografia fisica, visam preparar o professor em
formação para o seu objectivo final após o curso (leccionação). Nelas,
apela-se aos professores a terem máxima atenção na abordagem dos
conteúdos porque, dada a natureza da História (enquanto as acções dos
homens no tempo e espaço), exige mudanças constantes consoante as
mudanças sociais. Contudo, a natureza dos acontecimentos continua a
mesma, pois não é vontade humana mudá-los. O que muda é a forma de
abordagem. Por isso, neste programa valoriza-se o uso de métodos
activos, apelando-se, ao mesmo tempo, ao abandono dos métodos
tradicionais baseados na exposição.
Também o presente programa foi concebido de modo a fornecer aos
docentes em formação um conjunto de instrumentos teóricos e linha de
orientação para a prática docente, tendo em conta a natureza especifica da
História e a realidade de Moçambique, ou seja, pretende-se articular o
ensino teórico com a futura prática profissional dos docentes,
privilegiando ainda a relação ensino-pesquisa.
Na sua função didáctica o professor de geografia é confrontado com
diversos problemas decorrentes da especificidade da ciência que
transmite e da forma como o seu ensino se pode articular com os
contributos provenientes das ciências da Educação.
Hoje, sabe-se muito mais sobre o desenvolvimento psicológico dos
estudantes que são confiados aos professores, e as novas correntes
pedagógicas têm chamado à atenção para a existência de novos modelos
de ensino, e a geografia tem experimentado consideráveis avanços
teóricos e metodológicos. Por isso, é importante definir e concretizar os
pontos de encontro entre duas linhas de evolução, ou seja os problemas
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 2
que se põem ao professor de geografia para que na prática docente possa
efectuar a transmissão de conteúdos científicos correctos e actualizados,
duma forma adequada ao desenvolvimento psicológico dos alunos e
tendo em conta os novos contributos pedagógicos.
Objectivos da cadeira
A mesma visa a orientação cientificamente conduzida do ensino de
Geografia, numa perspectiva multidimensional onde se entrecruzam as
dimensões humanistas, técnica e politico-social.
Pretende-se pois, no fim do estudo da cadeira:
o Introdução a pesquisa,
o Metodologia e Epistemologia da Geografia,
o Definição dos Objectivos,
que o estudante, entre outros objectivos, seja capaz de:
Objectivos
 Conhecer os novos conceitos de nocoes de geografia fisica;
 Conhecer o vocabulário de análise geografica;
 Caracterizar e relacionar a evolução de elaboração do
conhecimento geografico com o desenvolvimento do ensino da
História;
 Analisar criticamente os programas, manuais e outros materiais
de ensino de geografia de diversos graus de ensino;
 Problematizar a função de definição dos objectivos no ensino;
 Planificar o processo de ensino-aprendizagem;
 Avaliar a eficácia das diversas estratégias de ensino-
aprendizagem;
 Desenvolver a competência didáctica nos seguintes níveis:
 Capacidade para a auto-reflexão;
 Habilidades sociais e comunicativas;
 Competências para a planificação, leccionação e avaliação;
 Habilidades analíticas e de organização;
 Desenvolver o gosto pelo estudo e pesquisa na perspectiva de
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 3
aprendizagem ao longo da vida;
 Julgar o papel formativo da Geografia em função das mutações
verificadas no conceito e metodologia desta ciência;
 Desenvolver uma alta competência profissional;
 Desenvolver o espírito de patriotismo, solidariedade e ajuda
mútua;
 Contribuir para a conservação do património cultural nacional.
Quem deveria estudar este
módulo
Este Módulo foi concebido para todos aqueles estudantes que queiram ser
professores da disciplina de História, que estão a frequentar o curso de
Licenciatura em Ensino de História, do Centro de Ensino a Distancia.
Estendese a todos que queiram consolidar os seus conhecimentos sobre
a Noçao de Geografia fisica.
Como está estruturado este
módulo
Todos os módulos dos cursos produzidos pela Universidade Católica de
Moçambique - Centro de Ensino a Distância encontram-se estruturados
da seguinte maneira:
Páginas introdutórias
 Um índice completo.
 Uma visão geral detalhada do curso / módulo, resumindo os
aspectos-chave que você precisa conhecer para completar o estudo.
Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de
começar o seu estudo.
Conteúdo do curso / módulo
O curso está estruturado em unidades. Cada unidade ncluirá uma
introdução, objectivos da unidade, conteúdo da unidade incluindo
actividades de aprendizagem, um summary da unidade e uma ou mais
actividades para auto-avaliação.
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 4
Outros recursos
Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos uma lista
de recursos adicionais para você explorer. Estes recursos podem incluir
livros, artigos ou sites na internet.
Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação
Tarefas de avaliação para este módulo encontram-seno final de cada
unidade. Sempre que necessário, dão-se folhas individuais para
desenvolver as tarefas, assim como instruções para as completar. Estes
elementos encontram-se no final do modulo.
Comentários e sugestões
Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer comentários
sobre a estrutura e o conteúdo do curso / módulo. Os seus comentários
serão úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar este curso / modulo.
Ícones de actividade
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das
folhas. Estes icones servem para identificar diferentes partes do processo
de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma
nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc.
Acerca dos ícones
Os ícones usados neste manual são símbolos africanos, conhecidos por
adrinka. Estes símbolos têm origem no povo Ashante de África
Ocidental, datam do século 17 e ainda se usam hoje em dia.
Habilidades de estudo
Durante a formação, para facilitar a aprendizagem e alcançar melhores
resultados, implicará empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os
bons resultados apenas se conseguem com estratégias eficazes e por isso é
importante saber como estudar. Apresento algumas sugestões para que
possa maximizar o tempo dedicado aos estudos:
Antes de organizar os seus momentos de estudo reflicta sobre o ambiente
de estudo que seria ideal para si: Estudo melhor em
casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à noite/de manhã/de
tarde/fins-de-semana/ao longo da semana? Estudo melhor com
música/num sítio sossegado/num sítio barulhento? Preciso de um intervalo
de 30 em 30 minutos/de hora a hora/de duas em duas horas/sem
interrupção?
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 5
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado
durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada ponto da
matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando achar que já
domina bem o anterior. É preferível saber bem algumas partes da matéria
do que saber pouco sobre muitas partes.
Deve evitar-se estudar muitas horas seguidas antes das avaliações, porque,
devido à falta de tempo e consequentes ansiedade e insegurança, começa a
ter-se dificuldades de concentração e de memorização para organizar toda
a informação estudada. Para isso torna-se necessário que: Organize na sua
agenda um horário onde define a que horas e que matérias deve estudar
durante a semana; Face ao tempo livre que resta, deve decidir como o
utilizar produtivamente, decidindo quanto tempo será dedicado ao estudo e
a outras actividades.
É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será uma
necessidade para o estudo das diversas matérias que compõem o curso: A
colocação de notas nas margens pode ajudar a estruturar a matéria de
modo que seja mais fácil identificar as partes que está a estudar e Pode
escrever conclusões, exemplos, vantagens, definições, datas, nomes, pode
também utilizar a margem para colocar comentários seus relacionados
com o que está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a
seguir à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura;
Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado
desconhece.
Precisa de apoio?
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra situação, o
material impresso, lhe pode suscitar alguma dúvida (falta de clareza,
alguns erros de natureza frásica, prováveis erros ortográficos, falta de
clareza conteudística, etc). Nestes casos, contacte o tutor, via telefone,
escreva uma carta participando a situação e se estiver próximo do tutor,
contacteo pessoalmente.
Os tutores tem por obrigação, monitorar a sua aprendizagem, dai o
estudante ter a oportunidade de interagir objectivamente com o tutor,
usando para o efeito os mecanismos apresentados acima.
Todos os tutores tem por obrigação facilitar a interacção, em caso de
problemas específicos ele deve ser o primeiro a ser contactado, numa fase
posterior contacte o coordenador do curso e se o problema for de natureza
geral. Contacte a direcção do CED, pelo número 825018440.
Os contactos só se podem efectuar, nos dias úteis e nas horas normais de
expediente.
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 6
As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante, tem
a oportunidade de interagir com todo o staff do CED, neste período pode
apresentar duvidas, tratar questões administrativas, entre outras.
O estudo em grupo, com os colegas é uma forma a ter em conta, busque
apoio com os colegas, discutam juntos, apoiemse mutuamente, reflictam
sobre estratégias de superação, mas produza de forma independente o seu
próprio saber e desenvolva suas competências.
Tarefas (avaliação e auto-
avaliação)
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e
autoavaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues antes do
período presencial.
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do
estudante.
Os trabalhos devem ser entregues ao CED e os mesmos devem ser
dirigidos ao tutordocentes.
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo os
mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os direitos do
autor.
O plagiarismo deve ser evitado, a transcrição fiel de mais de 8 (oito)
palavras de um autor, sem o citar é considerado plágio. A honestidade,
humildade científica e o respeito pelos direitos autoriais devem marcar a
realização dos trabalhos.
Avaliação
Você será avaliado durante o estudo independente (80% do curso) e o
período presencial (20%). A avaliação do estudante é regulamentada com
base no chamado regulamento de avaliação.
Os trabalhos de campo por ti desenvolvidos, durante o estudo individual,
concorrem para os 25% do cálculo da média de frequência da cadeira.
Os exames são realizados no final da cadeira e durante as sessões
presenciais, eles representam 60%, o que adicionado aos 40% da média de
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 7
frequência, determinam a nota final com a qual o estudante conclui a
cadeira.
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira.
Nesta cadeira o estudante deverá realizar 3 (três) trabalhos, 2 (dois) teste e
1 (um) exame.
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizadas como
ferramentas de avaliação formativa.
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de cientificidade,
a forma de conclusão dos assuntos, as recomendações, a identificação das
referências utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros.
Os objectivos e critérios de avaliação estão indicados no manual.
consulteos.
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 9
Unidade I
Introdução ao Estudo da Geografia
Introdução
Na nossa primeira unidade, iremos abordar o conceito da
Geografia, a Geografia como sistema de ciências; seu objecto e
objectivos.
A geografia é uma ciência com uma história muito antiga, com um
objecto e métodos próprios para o se estudo.
Ao completar esta unidade / lição, você deve ser capaz de:
Objectivos
 Definir geografia;
 Destacar seu objecto e objectivos.
1.1. Noção de Geografia
Etimologicamente, a palavra compõe-se de GEO-Terra e
GRAPHIA – Descrição, isto é, descrição da Terra. Seria, porém,
insuficiente a sua tarefa se se fosse pela mera descrição. Para
além de descrever o que capta, a geografia procura compreender
e, para isso, tem de analisar, interpretar, concluir. Mas,
compreender o quê? O espaço.
O espaço é um produto social, tem dimensões que devem ser
cartografados, é palco de múltiplas actividades produtivas que os
homens nele desenvolvem e que resultam na transformação
progressiva e diversificada da camada mais superficial da crusta.
Por isso, a geografia debruça-se sobre um leque imenso de
temas, buscando as causas e procurando as soluções para
múltiplos problemas que afectam, gravemente, a sociedade
humana: população, recursos naturais, actividades humanas, etc.
Assim, podemos concluir que a Geografia estuda ao mesmo
tempo, os elementos físicos, biológicos e humanos e dada a
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 10
complexidade de tais fenómenos, bem como o seu carácter
sempre dinâmico, uma conceituação precisa do seu objecto de
estudo é sempre problemática.
Sendo que o nosso tema, é noções de Geografia Física, podemos
definir a Geografia Física como sendo ciência que estuda os
fenómenos físicos e biológicos da superfície terrestre; procura
compreende-los, através de análises, interpretações e tira
conclusões para propor soluções.
I.2. Objecto e objectivos da geografia física
O objecto de estudo da Geografia Física é fenómenos físicos e
biológicos que ocorrem na Terra e tem por objectivo,
compreender, analisar e interpretar esses fenómenos, para tirar as
conclusões para formulação de soluções de problemas.
I.3. Geografia como sistema de ciência:
Foi graças ao trabalho de notáveis cientistas da chamada escola
alemã, como Alexandre von Humboldt (1769-1859), Karl Ritter
(1779-1859) e mais tarde de Frederico Ratzel (1844-1904), que a
geografia adquiriu seus princípios, tornando-se assim uma ciência
explicativa e não meramente descritiva.
I.3.1. Princípios da Geografia
o carácter científico da geografia decorre da existência e
aplicabilidade de seus princípios, os quais constituem a sua
própria metodologia.
 Princípio de Extensão é o princípio segundo o qual, o
geógrafo deve ao estudar um facto ou área, proceder a sua
localização e delimitação, utilizando para isso, os recursos da
cartografia (Frederico Ratzel);
 Princípio de Analogia ou Geografia Geral é o princípio
segundo o qual, depois de delimitada e observada a área,
deve o geógrafo compará-la com outras áreas buscando as
semelhanças e diferenças existentes (Karl Ritter e Vidal de La
Blache);
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 11
 Princípio de Causalidade é o princípio segundo o qual, deve
o geógrafo, explicar as causas do facto ou factos observados
(Alexandre von Humboldt);
 Princípio de Conexão ou interacção é o princípio segundo o
qual, deve o geógrafo, os fenómenos físicos e humanos,
nunca agem isoladamente (Jean Brunhes);
 Princípio de Actividade é o princípio segundo o qual, a
paisagem possui um carácter sempre dinâmico (Jean
Brunhes).
I.3.2. Concepções da Geografia
Procurando explicar a relação homem-natureza, duas importantes
concepções foram elaboradas: a primeira delas surgiu no final do
século XIX, através da escola alemã com Frederico Ratzel e a
segunda, no início do século XX, através da escola francesa, por
intermédio de Paul Vidal de La Blache. Surgiu assim, o
Determinismo Geográfico e Possibilismo Geográfico.
Determinismo Geográfico, é uma concepção geográfica exposta
por Frederico Ratzel (1844-1904), através de sua obra
Antropogeografia, onde ele considera que o meio natural exerce
uma acção dominadora sobre o homem, colocando-o como um
ser passivo perante a natureza; para ele, é a natureza quem
determina as condições da vida do homem. O homem é um ser
submisso à natureza.
Possibilismo Geográfico é uma concepção geográfica exposta
por paul Vidal de La Blache (1845-1918), onde o autor defende a
ideia de que o homem
E um elemento activo do meio natural. Para ele, o homem é capaz
de reagir contra determinadas influências do meio, modificando-o
e adaptando-o às suas necessidades; para La Blache, o homem é
um ser activo na natureza, sendo capaz de adaptá-la às suas
necessidades. O homem modifica o meio.
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 12
Sumário
Na unidade que acabamos de ver, falamos do conceito da
geografia física, seu objecto de estudo e objectivos; princípios de
geografia e concepções de geografia, de acordo com vários
autores.
A geografia como qualquer outra ciência utiliza vários métodos
para explicar vários fenómenos geográficos. Os principais
métodos que a geografia emprega são: Observação, Histórico
Cartografico, Comparativo, Estatistíco, Análitico, Sintético,
Indutivo, Dedutivo.
A aplicação de cada um destes métodos depende de tipos de
investigação que se fizer. Os diferentes métodos existentes foram
evoluindo a medida que as ciências também se desenvolviam.
Assim podemos destinguir métodos tradicionais como é o caso da
observação e os modernos, neste âmbito ou Estaíistico.
Exercícios
1-Defina Geografia Física.
2-Identifica o seu objecto de estudos e seus objectivos.
3-Destaca os princípios da Geografia.
4-Distinga determinismo geográfico do possibilismo
geográfico e diga, qual que está mais correcta e explica
porquê?
Auto-avaliação
Resolver os exercícios indicados.
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 13
Unidade II
Divisão da geografia
Evolução da ciência Geografica
Tarefas da Geografia
Introdução
Nesta unidade abordaremos sobre a divisão da geografia, sua
evolução e suas tarefas.
O Estudo da Geografia como ciência é mais compreensível
quando ela se enquadra num estudo de uma ciência específica
que se encontra subdividida, nomeadamente a Geografia Física
que estuda os aspectos naturais e a Geografia Económica que se
debruça sobre aspectos da Sociedade.
Ao completar esta unidade / lição, você deve ser capaz de:
Objectivos
 Identificar as divisões da Geografia;
 Destacar as fases da evolução da ciência geográfica;
 Destacar as tarefas da geografia.
II.1. Divisão da Geografia
2.1. A geografia estuda duas ordens de factores: ao naturais
(físicos e biológicos) e os humanos, resultando daí a sua divisão
em dois grandes ramos: a Geografia Física e a Geografia
Económica.
A Geografia Física também subdivide – se em Astronomia
(Universo), que estuda a Terra e os seus movimentos;
Climatologia que estuda os climas; Hidrografia que estuda as
massa líquidas; Geomorfologia que estuda as formas do relevo;
Biogeografia que estuda a distribuição geográfica dos seres vivos.
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 14
A Geografia Económica subdivide-se em Geografia da População;
Geografia Agrária; Geografia da Indústria; Geografia Urbana;
Geografia dos Transportes
Fig. 1 Divisão da Geografia
II.2. Evolução da ciência geográfica
A geografia, como todo o conhecimento, evoluiu reflectivo a
própria evolução da sociedade. Assim podemos distinguir as fases
da evolução da ciência geográfica:
 Fase da antiguidade dos gregos ao século V d. C.: nesta
fase a geografia era pensada sob forma descritiva, isto é,
regional que insistia nas características da paisagem, nas
particularidades dos habitantes e respectivas civilizações e
sob forma matemática, que consistia na localização precisa
dos lugares segundo sistemas elaborados, à confecção de
cartas e à busca de explicações para a influência que a forma
da Terra exercia nos diferentes climas.
 Fase da época medieval (do século V.d.C ao século XIV):
corresponde a época em que a geografia perdeu muito a
cientificidade, o paradigma científico legado pelos gregos, foi
substituído pelo paradigma dos monges; a bíblia passou a dar
GEOGRAFIA
Geografia
física
Geografia
Económica
Geografia
Regional
Geografia
Geral
Geografia
Geral
Geografia
Regional
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 15
resposta às interrogações dos homens; a representação da
Terra tomou a forma discoidal, isto é, dentro de um disco
circular apareciam os continentes do Velho Mundo-Europa,
África e Ásia, divididos por um mar em forma de Te rodeados
pelo oceano. Eram os chamados mapas de T em O, onde
Jerusalém, o principal pólo da cristandade, ocupava o centro.
 Fase da época moderna (do século XV ao século XVIII: é a
época em que todo o mundo é conhecido, graças às grandes
descobertas marítimas e, depois devido às grandes
explorações do interior dos continentes. As cartas-portulanos
substituem os mapas antigos, mostrando com bastante
exactidão os contornos das terras encontradas. Foram criados
novos sistemas de projecção, como a cilíndrica de Mercator
(1570). Apareceram os primeiros atlas com um rigor científico
crescente, surgiram pela primeira vez, os planisférios ou mapa
mundi, com traçado dos rumos dos ventos, muito importantes
para a navegação. Em suma, esta é a chamada da evolução
cartográfica.
 Fase da época contemporânea (século XVII a XIX): é a fase
em que se destacam Alexandre von Humboldt e Karl Ritter
no conceito da geografia moderna, é quando surgem os
princípios da geografia. Alexandre von Humboldt defendeu o
princípio de causalidade e o princípio da geografia geral, ele,
reagindo contra o carácter estático do sistema científico do
século XVIII, (segundo este sistema, era possível uma
classificação dos seres vivos, que se manteriam numa
proporção inalterável), Humboldt queria demonstrar
experimentalmente a harmonia universal da natureza, através
da nova ciência, a física do globo. E foi com este firme
propósito que ele desenvolveu a sua actividade, quer como
viajante, quer como escritor, em que utilizou métodos
científicos. Entre os métodos utilizados, sobressai o método
comparativo, um método geográfico por excelência, ao mesmo
tempo que tinha em consideração a perspectiva histórica no
estudo dos fenómenos sobre que se debruçava. Empregando
um método empírico e indutivo, Humboldt localizava e
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 16
comparava os numerosos dados que ele próprio recolhia ao
longo das viagens que empreendia (em 17779 à América; de
1804 a 1826 a Paris; em 1829 à Rússia). A maioria destes
dados respeitava a fenómenos físicos, embora não se
alheasse totalmente dos aspectos humanos. O facto de ser a
natureza o que mais o cativava contribuiu ara que,
posteriormente ao seu desaparecimento, muitos geógrafos
vissem nele o grande impulsionador da geografia física.
Considerando a paisagem como resultado da conexão de
fenómenos naturais, Humboldt não se detinha no estudo de casos
individuais mas, pelo contrário, perseguia os factos gerais. Deste
modo, aplicava os dois princípios que formulara, o da causalidade
e o da geografia geral. Já Karl Ritter, foi quem sistematizou as
ideias de Humboldt e as aplicou na Geografia. Com uma formação
inicial filosófica e histórica, a sua dedicação ao ensino da
geografia (durante anos ocupou a cátedra desta disciplina na
Universidade de Berlim) permite que se considere Ritter como
geógrafo. Influenciado pelas ideias pedagógicas de Rousseau e
Pestalozzi, procurou estudar as relações entre a superfície
terrestre e a actividade humana. Ao contrário de Humboldt, que
centrava a sua atenção na Terra e nos fenómenos que nela
ocorrem, Ritter colocou a tónica bno estudo do homem, passando
a Terra a ser objecto de uma importância secundária. Esta a razão
pela qual muitos geógrafos vêem em Ritter o iniciador de
Geografia Humana. Com uma educação cristã fervorosa, Ritter,
tal como Humboldt, sujeito às influências do idealismo e do
romantismo alemão, concebia o Mundo como organizado segundo
um princípio de finalidade e considerava a superfície terrestre –
Todo Geográfico, como inserida no grande Todo da natureza, a
que correspondia uma harmonia completa derivada do equilíbrio e
coesão das partes. Segundo ele, à geografia competia estudar as
relações entre o homem e a natureza, no sentido da reconstrução
do Todo. Para isso, deveria utilizar, em primeiro lugar, a
observação e, depois, progredindo do mais simples ao mais
complexo, chegaria, por comparação, `a formulação de leis gerais.
Esta procura de leis e as conclusões a que chegou no estudo das
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 17
formas terrestres e respectivas proporções mostra, em Ritter,
tendências deterministas, nomeadamente quando se refere ao
destino dos povos e da humanidade. Este determinismo era,
também, uma consequência da perspectiva teológica defendida
por Ritter segundo a qual a explicação dos factos se deriva basear
em causas finais. Isto conduzia à concepção de uma submissão
fatalista do homem às leis da natureza, pelo que defendia a
existência de leis cósmicas superiores responsáveis pela
disposição dos continentes e respectivas áreas ocupadas, bem
como pelo destino dos povos que neles habitavam. Porém, pode
se afirmar que Ritter não era um determinista radical, pois chegou
a especular sobre a ideia da transformação do espaço físico em
consequência do desenvolvimento científico, social e técnico. Esta
perspectiva da mutação do espaço e das relações nele existentes,
seria a característica que distinguira da Geografia das outras
ciências que também estudam o espaço.
Pode-se, concluir assim, que Humboldt e Ritter foram
modeladores da Geografia moderna; da ciência descritiva e
caótica que fora até ao seu tempo, tornaram-na ou antes, criaram-
lhe os fundamentos para ser uma ciência sistemática, deixando
claro o caminho que a geografia deveria seguir para se converter
em verdadeira ciência, ou seja, perseguir a recolha de dados
através da observação, a sistematização desses dados segundo o
princípio da causalidade e a formulação de leis gerais. No entanto,
este valioso contributo não foi suficiente para levar a Geografia a
ascender à categoria de ciência autónoma. Humboldt e Ritter
foram, no seu tempo, figuras isoladas cujas obras não
encontraram eco imediato na Geografia da época. Isso só viria a
suceder cerca de 1870, com a institucionalização da Geografia.
II.3. Tarefas da Geografia
A geografia tem como tarefa compreender os fenómenos que
ocorrem na superfície terrestre através de análise, interpretação e
tirar conclusões para formulação de soluções.
Tem também como tarefas fornecer uma concepção científica do
mundo, combater o obscurantismo, explicar os fenómenos da
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 18
atmosfera ligados com a formação da crusta terrestre, dar a
conhecer a localização dos recursos naturais, seu aproveitamento
económico e as formas da sua defesa e conservação, explicar a
divisão geral dos países do mundo e as suas ideologias, fornecer
conhecimentos profundos dos países do mundo de modo a criar o
orgulho da pátria.
Sumário
Acabamos de ver nesta unidade, a divisão da geografia, a
evolução da ciência geográfica e as tarefas da Geografia.
A geografia é uma ciência ponte. Ela esta entre as ciências
naturais e as ciências sociais, por isso mesmo ela se subdivide
em Geografia Física e Económica.
Tanto uma como a outra, tem relações com outras ciências. A
Geografia mantém laços por exemplo com a Sociologia,
Antropologia, Demografia, História, Matemática, Hidrologia,
Biologia, Geologia, Química etc.
Todas as ciências utilizam as informações dadas pelas outras; há
uma relação de interdisciplinaridade.
Exercícios
1- Destaca a divisão da geografia e as suas
subdivisões.
2- Distinga as fases da evolução da ciência
geográfica, através das características de cada
fase.
3- Identifica as tarefas da geografia.
Auto-avaliação
Resolve os exercícios indicados.
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 19
Unidade III
Noção do Universo
Estrutura do Universo e Teorias da
sua Origem
Introdução
Nesta unidade, iremos abordar o conceito do universo e a
estrutura do universo.
O estudo sobre a origem do Universo teve o seu ponto de partida
com os trabalhos do filosofo alemão Emanuel Kant publicada na
famosa obra “História Natural Geral” e “Teoria do céu” editada em
1755.
Ao completar esta unidade / lição, você deve ser capaz de:
Objectivos
 Definir o Universo.
 Identificar os componentes do universo.
III. 1 Noção do Universo:
De acordo com o dicionário de língua portuguesa, Universo é
conjunto formado pelo espaço com todos os corpos celestes. E de
acordo com NAKATA, Hirome e COELHO, Marcos Amorim, em
Geografia Geral, 1982, definem Universo como sendo o conjunto
formado por astros e as diferentes formas de energia. Suas
dimensões são tão vastas que apesar de todo o progresso
alcançado pela Astronomia e pela Astronáutica, pode-se dizer que
o homem apenas principiou a sua exploração.
III.2. Estrutura do Universo
Na estrutura, o Universo é composto de astros, nomeadamente:
galáxias, estrelas, nebulosas, cometas, planetas, satélites,
planetóide e meteoros.
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 20
III.2.1. Galáxias – São consideradas, os elementos básicos da
massa do universo. A mais conhecida é a Via – Láctea, pois é
dentro dela que se encontra a Terra e todo o Sistema Solar. Os
astrónomos admitem existir no Universo, cerca de 10 bilhões de
galáxias, sendo que cada uma delas contém de 1 bilhão a 1 trilhão
de estrelas. Portanto, galáxias são sistemas estrelares. Existem
três tipos de galáxias: espirais, elípticas e irregulares.
As distâncias no universo são tão grandes que os astrónomos
utilizam medidas especiais. A principal delas é o Ano – Luz que é
o espaço percorrido pela luz em 1 ano. A velocidade da luz é de
300.000 km/segundo, equivalendo dizer que em 1 ano a luz
percorre nada menos que 9.461 bilhões de km, isto é,
praticamente 9,5 trilhões de km. Portanto 1 Ano – luz corresponde
a 9,5 trilhões de km.
A estrela que se encontra mais próxima de nós (exceptuando-se o
sol), está a mais de 4 Anos – luz da Terra, é a estrela próxima da
constelação Centauro.
A Via – Láctea tem um diâmetro de 100.000 anos-luz e a galáxia
que se encontra mais próxima dela está a 1 milhão de anos-luz.
III.2.2. Estrelas – São corpos gasosos, dotados de luz própria e
possuidores de elevadas temperaturas. São classificadas, de
acordo com seu brilho ou magnitude, em 21 grandezas. O sol é
uma estrela amarela de 5ª grandeza, apresentando temperaturas
de aproximadamente 6.000ºC na cromosfera.
As regiões do espaço celeste são caracterizadas por
configurações de grupos estrelares que têm a denominação de
Constelações; e existem 88 constelações, classificadas de
acordo com a localização em: Boreais quando situadas no
hemisfério norte. Exemplo: Ursa Maior, Ursa Menor e Hércules;
Austrais quando situadas no hemisfério sul. Exemplo: Cruzeiro do
Sul, Centauro e Cão Maior; Zodiacais são em número de 12 e
estão situadas na faixa do Zodíaco. Exemplo: Sagitário,
Capricórnio e Aquário.
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 21
III.2.3. Nebulosas – São astros constituídos por gases e poeira
cósmica. Assemelham-se a nuvens e são classificadas em:
galácticas (pertencentes a Via - Láctea) e extragalácticas
(distantes da Via-Láctea). Exemplo: Orion, Lira e Caranguejo.
III.2.4. Cometas – São corpos celestes de núcleo brilhante e
cauda nebulosa e alongada. Sua origem é ainda desconhecida,
mas sua constituição é basicamente formada por rochas e
minerais envolvidos por gases e poeira. Possuem três partes que
são: o núcleo, a cabeleira (também chamados de cabeça) e a
cauda, sendo que a última está sempre voltada contra o sol,
aumentando de tamanho quando dele se aproxima. O cometa
mais conhecido e mais espectacular é Halley, o qual gasta 76,5
anos para percorrer sua órbita em torno do sol (revolução). Foi
visto pela última vez em 1910, devendo, e previa-se o seu
reaparecimento em 1986. centenas de cometas são conhecidos e
muitos deles já estão com seus períodos de revolução calculados
pelos astrónomos. Alguns exemplos: Encke (3,3 anos), Biela (6,6
anos), Daniel (6,7 anos) e Halley (76,5 anos).
III.2.5. Planetas – São astros iluminados que giram em torno do
sol, descrevendo órbitas elípticas pouco alongadas. Existem 9
planetas, os quais apresentam a seguinte ordem de afastamento
em relação ao sol: Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, Júpiter,
Saturno, Urano, Neptuno e Plutão. Os planetas mais próximos do
sol possuem maior temperatura e maior velocidade de translação;
os mais distantes são mais frios e apresentam menor velocidade
de translação.
Estrutura do Universo
Infinito
Meta-galaxia
Super-galaxia
Grupo Local (vinte vias lacteas)
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 22
Via Lactea (ou estrada de Santiago)
Sistema Solar
Terra-Lua
Característica dos Planetas
Planeta
Distância
do
sol
(em
média
milhões
de
km)
Período
Sideral
Período
Sinódico
Duração
da
Rotação
Diâmetro
Equatorial
(em
km)
Magnitude
de
Máximo
Brilho
Temperatur
a
máxima
na
superfície
(ºC)
Mercúrio 57,94 88 Dias 115 Dias 59 Dias 4.960 -1,9 400
Vénus 108,27 224,7
Dias
584 Dias 247
Dias
12.100 -4,4 350
Terra 149,6 365 Dias - 23 h 56 12.757 - 60
Marte 228,06 687 Dias 780 Dias 24 h 37 6.800 -2,8 25
Júpiter 778,35 11,9
Anos
399 Dias 9 h 50 142.880 -2,5 -140
Saturno 1.427,7 29,5
Anos
378 Dias 10 h 14 120.000 -0,4 -160
Urano 2.874,4 84 Anos 370 10 h 49 47,360 +5,6 -210
Neptuno 4.500,8 164,8
Anos
367,5
Dias
16 h 44,320 +7,7 -230
Plutão 5.914,8 248
Anos
366,2
Dias
6 Dias
9 h
6.000 +13 ?
NAKATA, Hirome; COELHO, Marcos Amorim, Geografia Geral, Série Sinopse, 1982,
pag 14
III.2.6. Satélites – São astros iluminados que giram em torno dos
planetas. Existem 32 satélites, pertencentes a 6 planetas que são:
 Terra: 1 satélite (a Lua);
 Marte: 2 satélites (Fobus e Deimus);
 Júpiter: 12 satélites;
 Saturno: 10 satélites;
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 23
 Urano: 5 satélites;
 Neptuno: 2.
III.2.7. Planetóide – São pequenos planetas que se movem entre
as órbitas de Marte e Júpiter. Duas hipóteses são atribuídas à
origem dos planetóides: uma delas afirma que seriam restos de
um planeta desintegrado, a outra considera os como sendo
matéria que nunca chegou a formar um planeta. Cerca de 1.700
planetóides já foram catalogados, sendo Ceres o maior de todos,
possuindo um diâmetro de 770 km. Alguns exemplos de
planetóides: Ceres, Eros, Juno, Palas e Vesta
III.2.8. Meteoritos (meteoros) ou bolas de fogo – São pequenas
partículas que, atraídas pela Terra, penetram em sua atmosfera
com grande velocidade e, devido ao atrito, tornam-se
incandescentes, recebendo o nome popular de estrelas
cadentes. Esporadicamente grandes meteoritos atingem a
superfície terrestre e a velocidade do impacto pode originar
grandes crateras, como foi o caso da cratera Barringer (no
Arizona), que mede 1.200 m de diâmetro.
III.3 Origem e algumas teorias da sua origem
Pela primeira vez na história da Astronomia, Kant estudou o
Universo segundo uma dinâmica evolutiva e foi dentro deste
contexto que colocou a hipótese de que o sol e os planetas do
sistema solar se teriam formado a partir de uma Nebulosa
rarefeita, composta por gás e poeiras, assim o Sol se teria
formado no centro e os restantes planetas na periferia. Pode-se
considerar esta teoria como válida, embora na época não fosse
suficientemente esclarecedora e aceitável.
Mais tarde P. Laplace (1796-1824) cientista francês sustentou a
hipótese de todos os planetas terem a sua origem a partir de uma
nuvem quente.
Existem outras varias teorias sobre a origem do Universo, por
exemplo:
A teoria de James Jeans, segundo qual teria havido uma
catástrofes-colisão ocorrida numa época longínqua pela
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 24
passagem de uma outra estrela perto do Sol e pela força de
atracção desta estrela ter-se-iam desprendido da massa solar
vários fragmentos a partir dos quais se teriam formado os actuais
planetas do sistema solar.
Teoria de Turbulência
Segundo esta teoria, o sistema solar teria surgido de um espaço
de matéria inter-estrelar cujos componentes essenciais seriam
gases e poeiras com uma certa densidade que se encontravam
em estado de Turbulência.
Os elementos pesados ter-se-iam condensado em consequência
da baixa temperatura e teriam formado núcleos em que os
maiores seriam os embriões dos actuais planetas principais. Esta
teoria cosmogónica foi formulada e 1950 por O. Chmidt cientista
Soviético.
Teoria Geocêntrica
É uma teoria que considerava a terra como centro do universo.
Segundo esta teoria, todos mos outros astros do universo
incluindo o Sol giram em volta da terra. As ideias baseadas nesta
teoria dominaram as mentes da Humanidade, incluindo cientistas
até ao sé. XV. da nossa Era. (Claúdio Ptolomeu foi o seu
defensor)
Teoria Heliocêntrica
É a teoria segundo a qual a Terra gira em torno do seu eixo e em
volta do Sol. Esta teoria havia sido proposta antes da Nossa Era
pelo astrónomo grego Aristóteles (270 A.N.E) que na altura foi
considerada como perturbação dos deuses.
O célebre astrónomo polaco Nicolau Copérnico (1473-1543) foi
quem deu mais consistência a esta teoria, ao elaborar uma teoria
sobre o Sistema solar na qual o Sol é o centro de um sistema de
planetas e a Terra gira em torno de um eixo e ocupa como um
planeta desse sistema um foco, descrevendo uma órbita circular
em torno do Sol
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 25
Sumário
Na unidade que acabamos de ver, abordamos o conceito de
Universo, sua Estrutura e as Teorias sobre a sua origem.
No processo do conhecimento do Universo existem outras várias
teorias tais como a Geocêntrica e Heliocêntrica. Estas teorias
juntas as da Nebulosa rarefeita, de Colisão/catástrofe de James
Jeans e de Turbulência, ajudaram a compreender os fenómenos e
o próprio Universo.
Exercícios
 O que entende por Universo?
 Menciona os astros do universo que o homem pode
observar.
 Distinga Planetas de Satélites.
Auto-avaliação
Resolução dos exercícios indicados.
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 26
Unidade IV
Sistema Solar
Conceito, características e
composição.
Esfera celeste e seus elementos,
conteslações e sua importância na
orientação
Introdução
O sistema solar como um conjunto formado pelo sol e por todos
os outros astros efectua o seu movimento em torno do centro da
galáxia em cerca de 180 milhões de ano. O tempo de duração
deste movimento denomina-se ano galáctico.
Ao completar esta unidade / lição, você deve ser capaz de:
Objectivos
 Definir Sistema Solar.
 Identificar os elementos que compõem o sistema solar.
 Explicar as características de cada elemento do Sistema
Solar.
 Definir Esfera Celeste.
 Explicar a importância das Constelações na orientação.
IV.1. Sistema solar
É um conjunto formado de astros que giram em torno do sol. Os
astros que fazem parte do sistema solar são: os planetas, os
satélites, os planetóides os cometas e os meteoros. Suas órbitas
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 27
são elípticas e variam em função da massa, da velocidade e da
distância em relação ao sol.
IV.2. Características e composição do Sistema Solar
Todos os planetas descrevem a sua órbita em volta do sol e um
Movimento de Rotação em torno dos seus eixos.
A Terra gira em torno do sol a uma distância de 149 milhões de
km, o Mercúrio é o mais próximo do sol, gira a uma distância de
58 milhões de km, e o Plutão o mais distante gira a uma distância
de 5.917 milhões de km.
Características Gerais do Sistema Solar
1- Todos os planetas encontram-se no mesmo plano com
excepção do Mercúrio e Plutão cujas orbitas possuem uma
pequena excentricidade.
2- O movimento dos planetas em orbita do sol realiza-se no
sentido inverso ao movimento dos ponteiros do relógio.
3- O Movimento de Rotação dos planetas em torno dos seus
eixos realiza-se no mesmo sentido.
4- Todos os elementos do sistema solar estão metidos em
equilíbrio pela lei geral de gravitação.
SISTEMA SOLAR
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 28
5- O tamanho dos planetas aumenta progressivamente de
Mercúrio a Jupter e de Plutão diminuem.
6- Os planetas estão divididos dois grandes grupos: Grupo
Terra e Grupo Gigante.
O Grupo Terra (Mercúrio, Venus, Terra, Marte) caracteriza por
possuir uma grande densidade, e são compostos por elementos
pesados (densos).
O Grupo Gigante (Jupter, Saturno, Urano, Neptuno e Plutão)
caracteriza por ter uma baixa densidade e estão compostos por
Hélio e Hidrogénio, fazendo com que possuam uma temperatura
baixa conforme se distanciam do Sul, para alem do Hélio,
Hidrogénio na sua composição também entra, Carbono,
Nitrogénio, e Oxigénio.
Movimento dos Planetas do Sistema Solar
Devido a contrariedade das teorias Geocêntricas e Heliocêntricas
defendidos por Ptolomeu e Copérnico respectivamente surge
Galileu Galilei e J. Kepler também apoiando a teoria Heliocêntrica
e este ultimo baseando-se nas observações de Marte deduziu o
movimento dos planetas através de três leis, as chamadas “Leis
de Kepler”
1°- Os planetas giram em redor do sol numa forma elíptica,
onde o sol ocupa com dois focos.
2°- O raio vector do planeta só descreve áreas iguais em
tempos iguais.
3°- Os quadrados do tempo gastos pelo planeta em percorrer
as suas orbitas, são proporcionas aos cubos dos seus
semieixos maiores. Quanto mais afastado o planeta estive, do
sol, maior é o tempo de translação.
O sistema solar compõe-se dos seguintes astros:
 1 Estrela – o sol (centro do sistema);
 9 Planetas;
 32 Satélites;
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 29
 Milhares de planetóides;
 Numerosos cometas;
O sol, apesar de ser mais de 1 milhão de vezes maior que a Terra,
torna-se uma pequena estrela quando comparada a outras do
universo. O sol dista, em média, 150 milhões de quilómetros da
Terra, sendo a estrela que se encontra mais próxima de nós. Sua
importância é vital, pois, sendo a principal fonte de energia para a
Terra, é também responsável pela origem e manutenção da vida
em nosso planeta. Do exterior ao interior, apresenta as seguintes
camadas: Coroa (parte mais externa), Cromosfera (esfera de
calor), fotosfera (esfera da luz) e o núcleo.
Entre os satélites do sistema solar, 12 possuem movimentos no
sentido retrógrado (contrário aos demais astros): Marte (1
satélite); Júpiter (4 satélites); Saturno (1 satélite); Urano (5
satélite); Neptuno (1 satélite).
IV.3. Esfera Celeste e seus elementos
É esfera imaginária, de raio arbitrário, centrada no observador ou
no centro da Terra, na qual, os corpos celestes se consideram
projectados. Para os localizar, são empregues diversos sistemas
de coordenadas, que diferem entre si de acordo com as
referências utilizadas. Para um observador na Terra, a esfera
celeste está sujeita a um movimento de rotação em torno do seu
eixo, designado por movimento diurno e aparente.
Paralelamente a esfera celeste temos o conceito da Abóbada
celeste que é definida como uma imensa superfície imaginária que
parece colorir ou envolver a Terra em cuja superfície parece
estarem fixadas as estrelas e outros astros.
Ao observar a Abóbada Celeste em qualquer ponto da Terra o
observador julga ter ocupado centro.
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 30
Elementos da Esfera Celeste
Entre os elementos da esfera celeste se destacam os seguintes:
• O Eixo da Esfera Celeste ou do Mundo;
• Os Pólos Celestes Norte e Sul;
• Equador Celeste;
• Meridianos Celeste;
• Os paralelos celeste e entre outros elementos;
O Eixo da Esfera Celeste ou do Mundo é uma linha imaginária
em torno do qual parece girar a esfera celeste (PN/PS) e coincide
naturalmente com o eixo da Terra.
O Equador Celeste é uma linha perpendicular ao eixo celeste
(Meridiano).
O Eixo do Mundo intercepta a esfera celeste em dois pontos
diametralmente opostos, são chamados pólos celestes:
O Pólo Norte fica actualmente muito próximo, cerca de 1 km da
estrela Alfa, da constelação Ursa Menor, que por isso mesmo é
conhecida como Estrela Polar é utilizado como referencia na
orientação.
Equador Celeste é o circulo máximo perpendicular ao eixo do
mundo que divide a esfera celeste em dois hemisférios:
Hemisfério Norte e Hemisfério Sul.
Meridianos Celeste são semi-eixos máximos cujo o plano contém
eixo do mundo, tem como extremos os pólos, e dividem a esfera
celeste em duas partes.
Paralelos Celeste são os círculos menores paralelos ao equador
(PP’).
Zénite (Z) e Nadir (Z’) Para qualquer lugar da Terra o fio de
prumo sempre toma a direcção bem definida que é a vertical do
lugar (zz’
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 31
Que vai interceptar a esfera celeste em dois pontos
diametralmente opostos chamados Zénite e Nadir.
O primeiro fica exactamente em cima do observador sendo por
isso o ponto mais alto do firmamento em relação ao observador. O
segundo (Z’) é invisível visto que fica do lado oposto do 1°(Zénite).
IV.4. Constelações e sua importância na orientação
Já vimos na unidade III que Constelações são configurações de
grupos estrelares elas têm grande importância para a orientação,
pois os seus nomes coincidem com a sua localização. Por
exemplo, os Boreais são aquelas situadas no hemisfério Norte.
Como: Ursa Maior, Ursa Menor e Hércules; enquanto que as
Austrais estão situadas no hemisfério Sul, tais como: Cruzeiro
do Sul, Centauro e Cão Maior; Zodiacais são em número de 12
e estão situadas na faixa do Zodíaco. Exemplo: Sagitário,
Capricórnio e Aquário.
Zodíaco é a faixa da esfera celeste limitada por dois círculos
menores paralelos à eclíptica, a 8,5º desta, contendo o sol e os
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 32
planetas do sistema solar. Está dividido em 12 partes, tomando
cada uma, o nome de uma constelação.
Eclíptica – é o círculo máximo que resulta da intersecção do
plano da órbita da Terra em torno do sol com a esfera celeste.
Este plano faz um ângulo de cerca de 23,5º com o plano do
equador.
Sumário
Na unidade que acabamos de ver, vimos o conceito do sistema
solar; os elementos que o compõe e suas características;
definimos Esfera Celeste falamos das constelações e sua
importância para a orientação.
O universo ou cosmos é o conjunto de todos os astros e do
espaço celeste.
No Universo, os astros apresentam-se em aglomerados de muitos
milhões, juntamente com gases e poeiras. A estes aglomerados
dá-se o nome de galáxia.
O sistema solar encontra-se na galáxia chamada Via Láctea. A
Terra é um planeta.
O sistema solar é constituído pelo Sol, planetas, satélites naturais,
planetas anões, asteróides e alguns cometas.
A Terra realiza dois movimentos: um em torno do se eixo durante
24 horas (movimento de rotação), resultando na sucessão dos
dias e das noites, e outro em torno do Sol, durante 365 dias
(movimento de translação), dando origem as estações do ano.
No Hemisfério sul para além do cruzeiro do Sul outras
constelações observáveis são: Triângulo, Peixe, Capricórnio,
Serpente, Sagitário Escorpião, Cão Menor, Orión e outras estrelas
polares.
No Hemisfério Norte para além de Ursa Menor, são observáveis,
outras constelações como Ursa Maior, Cassiopeia, Cão Maior,
Cão Menor, Câncer, Lira, Leão, Escorpião, Aquário, Libra, Peixe,
Orión, Andrómeda, Hércules, e Perseu.
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 33
Exercícios
1- Defina Sistema Solar.
2- Identifique os elementos que compõem o sistema
solar.
3- Explica as características de cada elemento do
Sistema Solar.
4- Defina Esfera Celeste.
5- Explique a importância das Constelações na
orientação.
Auto-avaliação
Resolução dos exercícios indicados.
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 34
Unidade V
Formas e dimensões da terra
Movimentos da terra (rotação e translação), suas
características e consequências
Introdução
Nesta unidade, iremos abordar as questões ligadas às formas e
dimensões da Terra, os movimentos da Terra, suas características
e consequências.
A superfície terrestre do planeta é extremamente irregular,
apresentando grandes elevações1
e depressões2
; no entanto
tidas como irrelevantes quando comparadas com as dimensões
da terra.
Quando se fala da forma da terra3
subentende-se uma superfície
regular que se difunde medianamente, o andamento do relevo
que aflora, o nível médio das águas do mar e passa debaixo das
montanhas.
Em cada ponto da terra existe uma direcção característica,
fisicamente bem definida e assinalada com qualquer instrumento
simples, é a direcção vertical.
Ao completar esta unidade / lição, você deve ser capaz de:
Objectivos
 Identificar a forma da Terra.
 Indicar as suas dimensões.
 Explicar os movimentos da Terra, suas características e
consequências.
1
A maior elevação situa-se em Glaisker sobre o Everest, com 8838m aproximadamente
2
A maior profundidade é das fossas Marianas com 11.034 m.
3
A forma da terra será pois a superfície que, partindo de um ponto do nível médio do
mar, mantém se constantemente normal a um sistema de linhas verticais conduzidas
pelos pontos da superfície física da terra. Essa superfície denomina-se de geóide e é
de difícil determinação teórica, devido às ondulações geoídicas; mas o seu
conhecimento é de extrema importância, porque constitui a superfície de referência.
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 35
V.1. Formas e Dimensões da Terra:
Determinar a forma da Terra tem sido uma preocupação constante
desde os mais remotos tempos, sendo que a ela já se atribuíram
as mais diferentes formas: esférica, plana, triangular, elipsóide,
ovóide, tetraédrica, geóide e outras. Como se vê, a questão é sem
dúvida complexa. A forma da Terra é inegavelmente esférica;
entretanto, por não ser uma esfera perfeita, devido ao
achatamento que se verifica nos pólos e ao abaulamento do
equador, atribui-se actualmente a ela a forma geóide (uma forma
própria).
A Terra tem 12.757 km de diâmetro e dista do sol a 149,6 milhões
de quilómetros.
Alguns dados úteis:
Raio equatorial (a)................................. 6.378 km
Raio polar (b)......................................... 6.357 km
Diferença (a-b)....................................... 21 km
Achatamento (a-b)................................. 1/297 km
Quarto de meridiano.............................. 10. 002 km
Circunferência equatorial...................... 40. 007 km
Arco de meridiano de 1°
De 0° a 1° de latitude................... 110,6 km
De 89° a 90° de latitude................ 111,7 km
V.2. Movimentos da Terra:
A Terra é um astro em movimento no espaço. Ela executa mais de
14 movimentos, mas apenas dois é que interessam a geografia: a
de Rotação e de Translação.
V.2.1. Movimento de Rotação da Terra
V.2.1.1.Características:
O movimento de rotação da Terra é o movimento que a Terra
executa em torno de um eixo imaginário que passa pelos seus
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 36
pólos. O movimento de rotação é feito no sentido oeste – leste,
num período de aproximadamente 24 horas (1 dia) e a uma
velocidade de 1.609 km/h na altura do equador. O movimento
aparente do sol, surgindo ao amanhecer no leste e
desaparecendo ao anoitecer no oeste, levou os antigos a
admitirem a imobilidade da Terra. Na realidade, é o nosso planeta
Terra quem está girando sobre si mesmo diante do sol. Ao girar,
vão se sucedendo os dias e as noites.
V.2.1.2. Consequências do movimento de Rotação da Terra
A mais importante consequência do movimento de rotação da
Terra é a sucessão dos dias e das noites, determinando entre
outras coisas, os períodos de actividade (geralmente dia) e de
repouso (normalmente noite) para a maioria dos seres vivos.
A outra consequência é o abaulamento da Terra na região
equatorial e o achatamento dos pólos, esses fenómenos são
provocados pela força centrífuga.
E a última consequência é a circulação dos ventos e das correntes
marítimas é influenciada pela rotação da Terra. A força de Coriolis
ocasiona um desvio dos ventos e das correntes marítimas para a
direita do observador no hemisfério norte e para a esquerda do
observador no hemisfério sul.
V.2.2. Movimento de Translação
V.2.2.1. Características
O movimento de Translação da Terra é o movimento que a Terra
executa em torno do sol, no período aproximado de 365 dias (365
dias, 5 horas, 48 minutos e 48 segundos). A trajectória descrita
pela Terra no seu movimento de translação chama-se órbita,
medindo 930 milhões de quilómetros, sendo percorrida pelo
planeta, em 1 ano, à velocidade média de 29,7km/s ou 106.800
km/h.
V.2.2.2. Consequências do Movimento de Translação da Terra
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 37
Umas das consequências mais importantes deste movimento são
as estações do ano, resultante das diferentes posições que a
Terra ocupa em relação ao sol, durante o seu movimento de
translação. O eixo terrestre (norte-sul) mantém-se inclinado em
relação ao plano de sua órbita (plano da elíptica solar). A desigual
distribuição da luz e calor na Terra conforme a época do ano,
surgindo, em consequência as estações do ano; a desigual
duração dos dias e das noites de acordo com a época do ano.
Sumário
Nesta unidade que acabamos de ver, falamos da forma e
dimensões da Terra, dos movimentos da Terra e das
consequências dos mesmos.
Assim a Terra no seu movimento de translação fica mais próxima
do sol em 3 de Janeiro e neste dia a distância entre a Terra e o
Sol é de 147.000.000 km e fica afastado 5 de Junho em que a
distância entre o sol e a Terra é de 152.000.000 km a uma
velocidade não constante e a sua media é de 29,8 km/s a máxima
é de 30,3 km/s, e a mínima é de 29,03 km/s no Apogeu e 30.,3
km/s no Perigeu
As consequências da rotação da Terra são varias. A esfera
celeste parece descrever um movimento de rotação em sentido
retrógrado. É o movimento diurno aparente. Os dias e as noites
sucedem-se regularmente, impondo um ritmo diário a quase todos
os fenómenos que se desenrolam na superfície Terrestre.
Os corpos que se encontram em movimento a superfície da Terra
movem-se para a direita no hemisfério norte e para a esquerda no
hemisfério sul. É o resultado da força aparente de Coriollis que
depende da massa de velocidade do corpo, da latitude do lugar e
ainda da velocidade angular de rotação da Terra, que é constante.
A força centrifuga resultante da rotação provocou no inicio o
achatamento polar da Terra e contraria a força da gravidade que,
por isso, aumenta desde o equador onde é mínima, ate aos pólos,
onde é máxima.
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 38
Entre as cosequencias do movimento de translação da
terra contam-se as seguintes:
• O Sol parece estar animado de um movimento de
translação de direcção leste, o qual descreve na esfera celeste um
circulo máximo inclinado de 23° 27’ sobre o equador e conhecido
por ecliptica. Este movimento faz-se em sentido directo (direcção
leste) e é designado por movimento anual aparente do sol.
• As estações do ano sucedem-se regularmente, impondo
ritmo anual a grande número de fenómenos terrestre.
Exercícios
1- Idêntica a forma da Terra.
2- Quais são os movimentos que a Terra executa e que
interessam a geografia?
3- Diferencie movimento de rotação da Terra do de
translação.
4- Quais são as consequências do movimento de rotação e
de translação?
Auto-avaliação
Resolução dos exercícios indicados.
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 39
Unidade VI
Equinócios e Solstícios
Estações do ano
Introdução
Nesta unidade iremos abordar acerca de equinócios e solstícios; e
das estações do ano.
A intersecção da ecliptica com o Equador determina uma linha dos
Equinócios e tem pelos extremos os pontos equinociais de Maço
ou da Primavera e de Setembro ou de Outono,
perpendicularmente ao plano da Ecliptica fica a linha dos
Solstícios que tem pelos extremos os pontos solsticiais de Junho e
Dezembro. É dos Equinócios e Solstícios que o presente capítulo
se debruça,
Ao completar esta unidade / lição, você deve ser capaz de:
Objectivos
 Distinguir os equinócios dos solstícios
 Caracterizar as estações do ano.
VI.1. Equinócios e Solstícios:
VI.1.1. Equinócios correspondem às épocas do ano em que
ambos os hemisférios são igualmente iluminados, coincidindo com
a passagem do sol pela linha do equador. Os equinócios
determinam igual duração dos dias e das noites para os dois
hemisférios. Assim, há o equinócio de Março, isto é, de 21 de
Março, significa que nesta data, inicia o Outono para o hemisfério
sul e o início da primavera para o hemisfério norte. E o equinócio
de Setembro, isto é, 23 de Setembro, nesta data, marca o início
da primavera para o hemisfério sul e o início do Outono para o
hemisfério norte.
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 40
VI.1.2. Solstícios correspondem às épocas do ano em que os
hemisférios norte e sul são desigualmente iluminados, verificando-
se nas seguintes datas:
 21 De Junho corresponde ao solstício de verão no hemisfério
norte e coincide com a passagem sol pelo trópico de câncer;
significa que o hemisfério norte recebe maior quantidade de
luz e calor, ficando com os dias longos e as noites curtas.
Enquanto que no hemisfério sul, a situação é inversa.
 22 De Dezembro corresponde ao solstício de verão no
hemisfério sul e coincide com a passagem do sol pelo trópico
de Capricórnio. Em consequência, esse hemisfério recebe
maior quantidade da luz e do calor e, consequentemente os
dias são mais longos que as noites. Enquanto que no
hemisfério norte acontece o contrário.
V.2. Estações do ano
As estações do ano são definidas pelos solstícios, nas datas de
23 de Dezembro em que é verão no hemisfério sul e Inverno no
hemisfério norte e em 21 de Junho, é verão no hemisfério norte e
Inverno no hemisfério sul e também pelos equinócio de 23 de
Setembro, primavera no hemisfério sul e Outono no hemisfério
norte, enquanto que a 21 de Março é Outono no hemisfério sul e
Primavera no hemisfério norte.
ESTAÇÕES DO ANO (SOLISTICIOS E EQUINÓCIOS
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 41
É importante no âmbito das estações do ano, referir-se aos tipos
de anos:
 Ano astronómico - 365 dias, 5 h, 48 minutos e 48
segundos
 Ano civil – 365 dias
 Ano comercial – 360 dias
 Ano bissexto – 366 dias.
Ano Bissexto ocorre de 4 em 4 anos pelo excesso de 6 horas em
cada ano, perfazendo um total de 24 horas (1 dia) que são
acrescidos ao mês de Fevereiro, ficando este com 29 dias.
Sumário
Nesta unidade que terminamos, falamos da forma da Terra, dos
movimentos da Terra e as consequências dos movimentos da
Terra.
Durante o Movimento de Translação a Terra decore a sua orbita e
toma varias posições em relação a este astro. Em contrapartida
em consequência do Movimento já definido o sol desloca-se na
sua Eclíptica o que condiciona igualmente varias posições em
relação a Terra. Pelo que se observa uma lenta deslocação do sol
ora para Hemisfério Sul ate ao Trópico de Capricórnio.
Assim ao longo do ano o sol descreve o Equador duas vezes no
Equinócio de Setembro quando se desloca para o Hemisfério Sul
e no Equinócio de Março quando se desloca para o Hemisfério
Norte.
Por outro lado quando o sol esta no Hemisfério Norte o Pólo Norte
permanece dia cerca de 6 meses noite e quando o sol passa para
o Hemisfério Sul acontece ao contrario.
Em suma em cada pólo (Norte e Sul) regista-se um só dia e uma
só noite durante o ano, porem a noite polar é afectada pela
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 42
reflexão atmosférica pelo que não chega a ser uma noite
completamente escura.
Exercícios
 Identifica a forma da Terra.
 Destaca os movimentos da Terra que apreendeste.
 Explica as consequências do movimento de rotação e de
translação.
 Explica como resulta o ano bissexto e diga de quanto
tempo ocorre?
Auto-avaliação
Resolução dos exercícios indicados.
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 43
Unidade VII
Climatogeografia
Tempo e Clima
Atmosfera
Estrutura Vertical da Atmosfera e
sua Composição
Introdução
Pretende-se que no fim desta unidade, os estudantes sejam
capazes de definir Climatologia, Tempo, Clima, Atmosfera;
explicar a Estrutura Vertical da Atmosfera e sua Composição.
A climatologia ou climatogeografia (geografia dos climas) é uma
ciência que estuda os climas, suas variações e a localização
geográfica, o seu objecto de estudo, suas particularidades
geográficas. Esta ciência dá-nos a possibilidade de identificar os
climas de diferentes regiões e apoiar as actividades económicas
Ao completar esta unidade / lição, você deve ser capaz de:
Objectivos
 Definir Climatologia, Tempo, Clima e Atmosfera.
 Explicar a Estrutura Vertical da Atmosfera.
VII. Climatogeografia:
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 44
Segundo Nanjolo e Abdul, 2002, em Processos e Fenómenos,
Geografia 11ª Classe, define Climatologia como sendo a ciência
que estuda a natureza do clima, as suas características, bem
como a sua variação territorial em relação às actividades
económicas do homem. Ela apoia-se fundamentalmente em outra
ciência, a Meteorologia (ciência que estuda as mudanças e a
previsão do tempo). A Climatologia e a Meteorologia são ciências
muito importantes para o homem e cumprem as seguintes
funções:
a) Meteorologia:
 Informar sobre possíveis mudanças bruscas do
tempo, ou seja, informar sobre possíveis
ocorrências de fenómenos naturais fora do normal
(calamidades naturais: ciclones, tempestades,
secas, etc.);
 Prever estados do tempo;
 Criar um sistema de avisos de ocorrências naturais;
 Recomendar medidas de modo a minimizar os
efeitos das calamidades naturais;
 Apoiar à navegação aérea, marítima, entre outras.
b) Climatologia:
 Caracterizar as variações climáticas de um lugar para
outro;
 Explicar as causas da variação climática no globo;
 Estabelecer relações com outros aspectos e
fenómenos naturais;
 Proceder à avaliação climática em relação às
actividades económicas.
VII.1. Tempo e Clima:
Tempo é o estado diário da atmosfera, isto é, o estado em que a
atmosfera se nos apresenta num momento e num determinado
lugar. Exemplo, hoje a temperatura máxima será de 29ºC e
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 45
mínima de 22ºC, amanhã há possibilidade de ocorrência de
trovoadas e aguaceiros dispersos.
Clima é a sucessão dos vários estados de tempo ocorridos num
mesmo lugar durante um período longo. Geralmente toma-se um
período de 30 anos.
VII.2. Atmosfera
Atmosfera é a camada gasosa que envolve a Terra. Considera-se
a superfície terrestre, os oceanos e os continentes e ilhas, como
sendo o seu limite inferior e é indeterminado o limite superior.
Normalmente a passagem da atmosfera para a superfície
interplanetária faz-se por interpenetração complexa e gradua,
facto que torna ainda mais difícil determinar com exactidão onde
termina uma e começa a outra.
VII.2.1. Estrutura vertical da atmosfera - características:
A atmosfera é uma camada heterogénea, pois nela se verificam
variações térmicas quer, no tipo de gases que a compõe, quer nos
fenómenos físicos e outros. Dessas diferenças é possível
distinguir na atmosfera camadas ou zonas distintas, com base na
temperatura e fuga molecular; daí a necessidade de falar da
estrutura vertical da atmosfera:
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 46
VII.2.1.1. A Troposfera: é a camada que está em contacto com a
superfície terrestre e corresponde à parte inferior da atmosfera.
Possui, em média, uma espessura de 12 km, uma vez que na
zona equatorial pode alcançar 16 km e nas regiões polares é de
apenas 8 km. O seu limite superior é definido por uma
descontinuidade, designada por Tropopausa. É considerada
como a mais turbulenta ou agitada de toda a atmosfera, uma vez
que nela se verifica a maior parte dos fenómenos ou perturbações
atmosféricas que dão origem aos vários estados do tempo e
consequentemente, influem na vida à superfície terrestre. Nesta
camada, a temperatura diminui com a altitude até à Tropopausa,
onde alcança os -60º C, portanto, em média o decréscimo é da
ordem dos 6ºC por cada 1000 m de altitude (ou 0,6ºC em cada
100 m de altitude). Na camada de transição, dá-se um facto
curioso: a temperatura é mais elevada nos pólos -50ºC do no
equador -80ºC.
VII.2.1.2. Estratosfera: é a segunda camada da atmosfera, tem
como seu limite inferior a Tropopausa e superior a Estratopausa,
com cerca de 50 km de espessura.
Nesta camada, verifica-se uma elevada concentração de um gás
de capital importância para a vida na Terra. É o ozono, com um
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 47
máximo por volta dos 25 km de altitude. Por vezes, devido à
turbulência do ar, uma certa porção do ozono desce até a
Tropopausa. Saliente-se que durante as trovoadas, as descargas
eléctricas produzem também quantidades ínfimas de ozono,
podendo constatar-se pelo cheiro característico produzido nesse
momento.
A importância do ozono reside no facto de absorver o excesso da
radiação ultravioleta, que tornaria a vida impossível na Terra, uma
vez que destruirá rapidamente os tecidos dos seres vivos.
Entretanto, se a concentração do ozono aumentasse, impediria
por completo a passagem dos raios ultravioletas, facto que
tornaria quase impossível a sintetização da vitamina D, bastante
importante para a formação dos ossos dos animais e os homens
deixariam de se desenvolver normalmente. Por outro lado, o
ozono, ao absorver grande parte da radiação ultravioleta, provoca
aquecimento considerável e como resultado verifica-se uma
apreciável subida da temperatura.
A temperatura na Estratosfera mantém-se, primeiro, mais ou
menos constante, a partir da Tropopausa, mas depois aumenta
rapidamente até alcançar 0ºC, na Estratopausa. Todavia, devido à
acção económica dos homens, tem-se verificado uma acentuada
destruição do ozono na Estratosfera. Por exemplo, os gases
libertos pelos escapes dos aviões supersónicos intercontinentais,
voando a altas altitudes, afectando grandemente a sua
concentração.
Porém, mais graves ainda podem ser os produtos químicos, como
os clorofluorcarbonatos (CFC) utilizados nos “sprays”. O cloro
liberto destrói o ozono, convertendo-o em oxigénio. Calcula-se
que mais de 5 milhões de toneladas destes produtos já foram
lançados para atmosfera. Os gases usados na indústria de
refrigeração rompem igualmente a camada de ozono. Como se
pode ver, os homens tendem inadvertidamente a alterar a actual
concentração deste precioso gás, daí que tanto a nível nacional,
bem assim a nível mundial, deverão ser tomadas medidas
correctivas no sentido de minimizar a destruição da camada do
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 48
ozono. Para tal, a responsabilidade é de todos nós, consumidores
como produtores. O futuro da vida está nas nossas mãos, não
esperemos pelos outros.
VII.2.2.3. A Mesosfera: É a camada situada a seguir da
Estratosfera, possui uma espessura aproximada de 30 km, isto é,
vai de 50 a 80 km de altitude. O seu limite superior designa-se por
Mesopausa. Nesta camada, a densidade do ar já é muito baixa, a
pressão está reduzida a 1 mb. A temperatura decresce
rapidamente, alcançando cerca de -90º C, no limite superior.
VII.2.1.4. Termosfera: É a camada que segue a Mesosfera.
Possui mais de 400 km de espessura, isto é, vai dos 80 a 500 km
de altitude. O seu limite superior é dado pela Termopausa. Nesta
camada verifica-se uma ionização geral, que resulta da baixa
densidade do ar e da forte radiação solar. Essa ionização é mais
intensa a certas altitudes, o que confere um escalonamento em
faixas de altitudes diferentes, como a camada D a cerca de 80 km,
a camada E a mais ou menos 110 km e finalmente a camada F a
300 km. Caso não existissem essas camadas de ionização, as
estações de rádio teriam um alcance muito limitado, pois as ondas
emitidas não seriam reflectidas pela atmosfera e perder-se-iam no
espaço interplanetário.
Na Termosfera também se produzem as auroras boreais ou
austrais, que resultam do bombardeamento da alta atmosfera por
partículas emitidas pelo sol e electricamente carregadas, os
protões. Elas aparecem geralmente entre os 80 e os 300 km de
altitude.
A composição do ar na Termosfera é significativamente alterada
com a altitude: abaixo de 80 km é bastante uniforme, devido a
turbulência do ar e aí predomina o azoto molecular (N2) e o
oxigénio molecular (O2) – Homosfera: acima dos 80 km, a
composição altera-se com a altitude: a 110 km o oxigénio atómico
(O) é mais abundante que o oxigénio molecular; e a 180 km há um
domínio do azoto molecular (N2); depois dessa altitude começa a
predominar o hélio (He) e o hidrogénio atómico (H)- Heterosfera.
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 49
A temperatura mantém-se primeiro, mais ou menos constante e,
depois, aumenta rapidamente, devido à absorção dos raios
ultravioletas pelo oxigénio atómico (O). Acima dos 300 km a
temperatura já ultrapassa os 1000ºC.
No entanto, devido à extrema rarefação do ar, estes valores de
temperatura não têm o mesmo significado dos que ocorrem nas
camadas mais baixas, pois aí um astronauta estaria sujeito, não a
um calor intenso, mas antes, a um frio imenso.
VII.2.1.5. Exosfera: corresponde a parte superior da atmosfera, a
partir dos 500 km de altitude. A característica geral é de ter a
densidade do ar extraordinariamente baixa, não há mistura de
gases, os vários componentes estão sob a forma atómica e os
átomos podem percorrer mais de 10 km de distância sem colidir
uns com os outros.
Também se pode considerar a Magnetosfera, onde só se
encontram partículas electrizadas, protões com carga positiva e
electrões com carga negativa. Aí verifica-se um forte campo
magnético de estrutura bipolar, em que as linhas de força definem
dois pólos magnéticos diametralmente opostos, o pólo norte e o
pólo sul. De que acaba de ficar descrito pode-se comprovar a
heterogeneidade da atmosfera, conferida pela diferente
composição dos gases que a compõe e dos valores da
temperatura.
VII.2.2. Composição do Ar na atmosfera
A composição da atmosfera é pouco variável na troposfera, devido
à turbulência do ar, que provoca uma mistura contínua. Se
tomarmos um volume de ar seco, o ar tem a seguinte composição:
Azoto (N2) 78,8%
Oxigénio (O2) 20,95%
Árgon (Ar) 0,9%
Dióxido de Carbono (CO2) 0,03%
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 50
Os restantes 0,01% são constituídos por gases raros, como o
Néon (Ne), o Hélio (He), o Kripton (Kr), o Xénon (Xe), o Ozono
(O3), etc.
O azoto (N2) aparece em maiores quantidades, seguindo-se o
Oxigénio (O2), e em conjunto estes gases totalizam cerca de
99,96% dos gases da atmosfera, portanto, muito perto dos 100%.
O Dióxido de Carbono (CO2) possui apenas 0,3% do volume total
da unidade de ar seco, não obstante, toda a vida na Terra dele
depender, uma vez que é indispensável na fotossíntese, na
elaboração da matéria orgânica vital de todos os organismos
vivos.
O vapor de água (H2O) encontra-se em proporção que pode
atingir 4% do volume, e varia muito, tanto com o tempo como de
acordo com o lugar. Porém, a maior concentração está nas
camadas mais baixas, já que a sua fonte principal é a evaporação
das águas do mar, oceanos, rios e dos lagos, e da transpiração
das plantas.
Na atmosfera também se encontra uma diversidade da partículas,
as impurezas, tais como poeiras, fuligem, partículas de sais;
microorganismos, bactérias, fungos, esporos, pólen, etc.
Estas impurezas na atmosfera têm um papel de relevo, pois, sem
elas não seria possível a condensação do vapor de água e
consequentemente formação de nuvens e chuva.
Entretanto, o homem tem introduzido na atmosfera consideráveis
quantidades de gases e partículas com efeitos nocivos ao
processo natural de troca de substâncias na natureza, ou melhor,
tem provocado uma crescente poluição. São exemplos, o
lançamento do dióxido de enxofre (SO2) liberto pela combustão
do carvão e de hidrocarbonetos que originam chuvas ácidas,
responsável pela formação do ácido sulfúrico, que por sua vez
destrói as florestas, a principal fonte de fornecimento do oxigénio.
Por outro lado, a grande injecção do dióxido de carbono (CO2),
tem conduzido ultimamente a um aumento contínuo da
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 51
temperatura média do ar, facto que provoca o alastramento da
zona do sahel (desertificação) e fusão dos glaciares, processo
esse que aumenta o nível do oceano mundial.
Sumário
Nesta unidade que terminamos, definimos a Climatologia, Tempo,
Clima, Atmosfera; explicarmos a Estrutura Vertical da Atmosfera e
sua Composição.
A atmosfera não é homogénea, pois possui camadas com
características térmicas e gasosas diferentes: a Troposfera, a
Estratosfera, a Mesosfera, a Termosfera, e a Exosfera. Ela tem
uma mistura de gases, como o Azoto, o Oxigénio, o Hidrogénio, o
Dióxido de Carbono, o Hélio, o Crípton, o Árgon e outros em
proporções variadas. Também existe vapor de água e ainda
impurezas que servem de núcleos de condensação.
Sobre o equilíbrio térmico é importante destacar que uma parte da
radiação solar, recebida pela superfície terrestre é devolvida para
a atmosfera sob a forma de radiação terrestre. Mas uma parte
considerável desta radiação é devolvida a superfície terrestre
pelas nuvens, dióxido de carbono.
Este facto é conhecido pelo efeito estufa da atmosfera.
A temperatura do ar atmosférico depende da radiação solar, a
principal fonte de energia e base da vida na Terra, e varia de lugar
para lugar devido a interferência de diversos factores como são o
caso do ângulo de incidência, massa atmosférica a atravessar e à
interacção de outros, como o vento, a nebulosidade, as massas
de ar, a continentalidade, a altitude e disposição do relevo, as
correntes marítimas, etc.
Exercícios
 Defina Climatologia, Tempo, Clima e Atmosfera.
 Diferencie tempo do clima.
 Explica a Estrutura Vertical da Atmosfera.
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 52
 Identifica na estrutura vertical da atmosfera, a camada de
maior concentração do Ozono e mencione a sua
importância.
 Indique a composição do ar na atmosfera.
 Menciona a importância das impurezas, bem assim do
dióxido de carbono.
 Os homens têm contribuído negativamente para a
instabilidade da atmosfera em seu prejuízo e de toda a
vida na Terra. Justifique.
Auto-avaliação
Resolução dos exercícios indicados.
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 53
Unidade VIII
Elementos do Clima
Factores do Clima
Introdução
Nesta unidade, iremos falar dos elementos e factores de clima e
suas características.
Elementos de clima são os fenómenos atmosféricos que o
caracterizam (temperatura, pressão etc ) e o factores são aqueles
que o determinam e o condicionam (latitude, altitude etc)
Ao completer esta unidade / lição, você deve ser capaz de:
Objectivos
 Definir os elementos do clima.
 Caracterizar os elementos do clima
 Identificar os factores de clima.
VIII.1. Elementos do clima
Elementos do clima são aqueles cuja acção habitual constitui o
próprio clima. São eles: Temperatura, Pressão atmosférica,
Massas de ar e Ventos, Humidade Atmosférica e Precipitações.
VIII.1.1. Temperatura: É o grau de aquecimento ou arrefecimento
dos corpos. O sol é a principal fonte de calor para a Terra.
De toda a energia solar que se dirige para a Terra, apenas 2/5
chega à sua superfície. Esta energia é então convertida em ondas
de calor e pelo processo de irradiação passa a aquecer a
atmosfera de baixo para cima. Por isso, quanto maior for a
distância em relação à superfície terrestre, menor será a
temperatura. Portanto, o aquecimento da atmosfera dá-se
indirectamente através dos raios reflectidos.
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 54
A temperatura atmosférica é medida através de aparelhos
denominados termómetros, que são tubos de vidro onde se
colocam mercúrio ou Álcool. Os termómetros podem ser
construídos sob diferentes escalas, sendo as mais utilizadas as
seguintes:
 Celsius (escala Celsius ou centígrado é o ponto da
ebulição da água à pressão normal e é igual a 100ºC e o
ponto de congelamento da água à pressão normal de 0ºC);
 Fahrenheit (escala fahrenheit é o ponto de fusão do gelo à
pressão normal de 32ºF e o ponto de ebulição da água à
pressão normal de 212ºF);
 Kelvin (escala Kelvin (Kº) ou temperatura absoluta (Aº), é
o ponto de ebulição da água à pressão normal de 373ºA e
o ponto de congelamento da água à pressão normal de -
273ºA).
VIII.1.1. Variação da Temperatura:
A temperatura não é a mesma em todos os lugares da Terra, ela
está sujeita a variações que podem ser provocadas por diversos
factores, a destacar:
 Latitude: a forma esférica da Terra impede que todos os
lugares recebam a mesma quantidade de insolação. Na região
equatorial, os raios solares incidem perpendicularmente, ao
passo que, em direcção aos pólos, se tornam cada vez mais
inclinados. Disto resulta que as regiões de baixas latitudes
(próximas ao equador) são mais aquecidas, enquanto as
regiões de elevadas latitudes (próximas dos pólos) são pouco
aquecidas. Portanto, a temperatura diminui com o aumento da
latitude.
 Altitude: o aquecimento da atmosfera se dá pela irradiação do
calor da superfície terrestre. Assim sendo, quanto maior for a
distância em relação à superfície terrestre (altitude), menor
será a temperatura. Em média, para cada 200 m de altitude, a
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 55
temperatura diminui 1 grau. Portanto, a temperatura diminui
com o aumento da altitude.
 Estações do ano: por ocasião dos solstícios temos estações
opostas para ambos os hemisférios. O solstício de 21 de
Dezembro marca o início do verão para o hemisfério sul (calor)
e o início do Inverno no hemisfério norte (frio). Ocorrendo o
inverso com o solstício de 21 de Junho. Portanto, o verão é a
estação mais quente do ano e o Inverno a mais fria.
 Distribuição das terras e das águas: a desigual distribuição
das terras e das águas influi no comportamento da
temperatura. O predomínio de massas líquidas no hemisfério
sul propicia – lhe maior estabilidade térmica em relação ao
hemisfério norte, onde a concentração de terras emersas é
muito grande. Como o mar conserva o calor por mais tempo,
ele funciona como estabilizador térmico. Portanto, nos
oceanos as temperaturas são mais estáveis e nos continentes
são mais instáveis.
Médias Térmicas: correspondem à aritmética das temperaturas
de um determinado dia, mês ou ano.
Amplitudes Térmicas: correspondem à diferença entre as
máximas e as mínimas temperaturas de um dia, mês ou ano.
Isotermas: são linhas que num mapa unem pontos de igual
temperatura.
A máxima temperatura já registada foi de 57,8ºC em Tripoli (na
Líbia) e a mínima já registada foi de -88ºC em Vostok (na
Antártida) em 1960.
VIII.1.2. Pressão Atmosférica:
É a força que o ar exerce sobre a superfície. Seu valor médio ao
nível do mar equivale a 760 milímetros ou 1.013 milibares, a
pressão é exercida em todos os sentidos, calculando-se que uma
pessoa de estatura e peso normais, suporta uma pressão
equivalente a 13,6 toneladas.
Milibar é uma unidade de pressão. 1 Milibar 1,02 gramas de peso
por cm2. Ao nível do mar, a pressão atmosférica média é de 1.013
HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 56
milibares por cm2, o que equivale a cerca de 1.033 gramas de
peso por cm2.
VIII.1.2.1. Variação da Pressão Atmosférica:
 Com altitude: a pressão atmosférica varia com a altitude, pois
quanto maior for a proximidade em relação à superfície
terrestre, maior será a densidade gasosa e, em consequência,
a pressão atmosférica também será maior. Portanto a pressão
atmosférica diminui com o aumento da altitude.
 Com a temperatura: a pressão atmosférica varia também em
função da temperatura, pois, quando esta se eleva, o ar sofre
dilatação e fica mais leve, originando áreas de baixas
pressões. Ao contrário, quando a temperatura diminui, o ar
comprime-se e fica mais denso, originando áreas de altas
pressões. Portanto, a pressão atmosférica diminui com o
aumento da temperatura.
A pressão atmosférica é medida por aparelhos especiais
denominados barómetros, os quais podem ser de mercúrio ou
metálicos (aneróides).
Isóbaras são linhas que num mapa unem pontos que apresentam
valores iguais de pressão atmosférica.
VIII.1.3. Massas de Ar
As Massas de ar são grandes volumes de ar horizontais com as
mesmas características físicas de temperatura e humidade. Em
consequência disso, elas podem ser quentes ou frias e secas ou
húmidas.
VIII.1.3.1. Principais massas de ar: as principais massas de ar
ligadas à circulação geral da atmosfera são:
 Massas Polares: são massas de ar muito amplas que
caracterizam dois importantes centros de altas pressões: um
no pólo norte e outro no pólo sul.
 Massas Tropicais: ocupam em ambos os hemisférios, as
latitudes de 30º (proximidades dos trópicos), podendo ser
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  • 2. Direitos de autor (copyright) Este manual é propriedade da Universidade Católica de Moçambique, Centro de Ensino à Distância (CED) e contém reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução deste manual, no seu todo ou em partes, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Universidade Católica de Moçambique  Centro de Ensino à Distância). O não cumprimento desta advertência é passível a processos judiciais. Elaborado Por: dra. Luísa Jemuce, Licenciado em ensino de Geografia pela UP- Beira, Colaboradora do Curso de Licenciatura em ensino de História no Centro de Ensino à Distância (CED) da Universidade Católica de Moçambique – UCM. Universidade Católica de Moçambique Centro de Ensino à Distância-CED Rua Correira de Brito No 613-Ponta-Gêa· Moçambique-Beira Telefone: 23 32 64 05 Cel: 82 50 18 44 0 Fax: 23 32 64 06 E-mail: ced @ ucm.ac.mz Website: www. ucm.ac.mz
  • 3. Agradecimentos A Universidade Católica de Moçambique - Centro de Ensino à Distância e o autor do presente manual, dra. Luisa Jemuce, gostaria de agradecer a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na elaborção deste manual: Pela maquetização dra Georgina Nicolau. Pela Coordenação e edição dra Georgina Nicolau Pela Revisao Final dr. Luis Dovelo Cessar
  • 4. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA i Índice Visão geral 1 Benvindo a NOÇÕES DE GEOGRAFIA FISICA .........................................................1 Introdução à Pesquisa ....................................................................................................1 Objectivos da cadeira ....................................................................................................2 Quem deveria estudar este módulo ................................................................................3 Como está estruturado este módulo................................................................................3 Ícones de actividade ......................................................................................................4 Habilidades de estudo....................................................................................................4 Precisa de apoio?...........................................................................................................5 Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ..............................................................................6 Avaliação ......................................................................................................................6 Unidade I 9 Introdução ao Estudo da Geografia............................................................................9 Introdução............................................................................................................9 1.1. Noção de Geografia.......................................................................................9 Sumário.......................................................................................................................12 Exercícios....................................................................................................................12 Unidade II 13 Divisao da geografia ..................................................................................................13 Evolução da ciência Geografica ................................................................................13 Tarefas da Geografia.................................................................................................13 Introdução..........................................................................................................13 2. Divisao da Geografia......................................................................................13 Sumário.......................................................................................................................18 Exercícios....................................................................................................................18 Unidade III 19 Noção do Universo.....................................................................................................19 Estrutura do Universo e Teorias da sua Origem......................................................19 Introdução..........................................................................................................19 Sumário.......................................................................................................................25 Exercícios....................................................................................................................25 Unidade IV 26 Sistema Solar .............................................................................................................26 Conceito, características e composiçao.....................................................................26 Esfera celeste e seus elementos, conteslações e sua importância na orientação ......26 Introdução..........................................................................................................26
  • 5. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA ii Sumário.......................................................................................................................32 Exercícios....................................................................................................................33 Unidade V 33 Formas e dimensões da terra ....................................................................................34 Movimentos da terra ( rotação e translação), suas características e consequências34 Introdução..........................................................................................................34 Sumário.......................................................................................................................37 Exercícios....................................................................................................................38 Unidade VI 39 Equinócios e Solstícios...............................................................................................39 Estações do ano..........................................................................................................39 Introdução..........................................................................................................39 Sumário.......................................................................................................................41 Exercícios....................................................................................................................42 Unidade VII 43 Climatogeografia .......................................................................................................43 Tempo e Clima...........................................................................................................43 Atmosfera....................................................................................................................43 Estrutura Vertical da Atmosfera e sua Composição......................................................43 Introdução..........................................................................................................43 Sumário.......................................................................................................................51 Exercícios....................................................................................................................51 Unidade VIII 53 Elementos do Clima...................................................................................................53 Factores do Clima......................................................................................................53 Introdução..........................................................................................................53 Sumário.......................................................................................................................63 Exercícios....................................................................................................................64 Unidade IX 65 Centros Barométricos................................................................................................65 Gráficos Termopluviométricos .................................................................................65 Introdução...................................................................................................................65 Sumário.......................................................................................................................69 Exercícios....................................................................................................................69 Unidade X 70 Tempo e clima de Moçambique ...............................................................................70 Introdução...................................................................................................................70 Sumário..............................................................................................................91
  • 6. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA iii Exercícios....................................................................................................................91 Unidade XI 92 Geologia e Geomorfologia: 92 Estrutura Interna da Terra 92 Rochas e Minerais 92 Tipos de Rochas 92 Introdução...................................................................................................................92 Sumario:.............................................................................................................97 Exercícios....................................................................................................................97 Unidade XII 98 Relevo: agentes da geodinâmica da terra (internos e externos); Principais formas de relevo terrestre. 98 Introdução...................................................................................................................98 .........................................................................................................................123 Sumario.....................................................................................................................123 Exercícios..................................................................................................................124 Unidade XIII 125 O relevo de Moçambique ........................................................................................125 Introdução.................................................................................................................125 Sumário.....................................................................................................................129 Exercícios..................................................................................................................129 Unidade XIV 130 Hidrografia ..............................................................................................................130 Oceanos, Mares, Rios e Lagos.................................................................................130 Ciclo hidrológico......................................................................................................130 Introdução.................................................................................................................130 Sumário.....................................................................................................................162 Exercícios..................................................................................................................162 Unidade XV 164 Principais rios de Moçambique 164 Introdução........................................................................................................164
  • 7. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA iv XV.1.Hidrografia de Moçambique 164 XV.1.1. 2. Principais Bacias Hidrográficas de Moçambique 166 Principais bacias hidrográficas de Moçambique 168 XV.1.1. 2. Potencial Hidroeléctrico de Moçambique: 169 XV.2. Importância e necessidade da conservação de águas 172 Sumário.....................................................................................................................173 Exercícios..................................................................................................................173 Unidade XVI 175 Pedogeografia 175 Conceito, processos e factores de formação dos solos. 175 Classificação dos solos 175 Introdução........................................................................................................175 XVI.1. Pedogeografia 175 XVI.2. Processos e factores de formação dos solos 177 XVI.3. Classificação dos solos. 181 Sumário.....................................................................................................................184 Exercícios..................................................................................................................184 Unidade XVII 185 Os solos de Moçambique: Importância, conservação e defesa dos solos 185 Introdução........................................................................................................185
  • 8. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA v XVII.1. Os solos de Moçambique 185 XVII. 2. Importância dos solos; conservação e defesa dos solos 187 Unidade XVIII 190 Biogeografia – conceito; factores da distribuição geográfica da fauna e vegetação. 190 Introdução ...............................................................................................................190 XVIII.1. Biogeografia 190 XVIII.2. Factores da distribuição geográfica da fauna e vegetação 192 Sumário.....................................................................................................................193 Exercícios..................................................................................................................194 Unidade XIX 195 Tipos de vegetação e suas características 195 XIX.1. Tipos de vegetação e suas características 195 XIX.2. Importância da protecção e conservação dos recursos biológicos. 207 Sumário.....................................................................................................................209 Exercícios..................................................................................................................209 Unidade XX 210 Cartografia, Topografia e Geodesia (conceito) 210 Objecto de Estudo da Cartografia 210 Ramos da Cartografia e Topografia 210 XX.1. Cartografia, Topografia e Geodesia 210 XX.2. Objecto de Estudo da Cartografia 211 XX.3. Ramos da cartografia e Topografia: 213 Sumário.....................................................................................................................214
  • 9. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA vi Exercícios..................................................................................................................214 Unidade XXI 215 Significado da Cartografia e Topografia para os professores e estudantes no estudo da Geografia; 215 História Sumária da Cartografia. 215 XXI.1. Significado da Cartografia e Topografia para os professores e estudantes no estudo da Geografia: 215 XXI.2. História Sumária da Cartografia: 216 Sumário.....................................................................................................................218 Exercícios..................................................................................................................218 Unidade XXII 219 Mapas Geográficos – conceitos básicos 219 Exigência que os mapas devem obedecer 219 Classificação dos mapas geográficos 219 Diferença entre mapas e plantas 219 Escalas e seus diferentes tipos 219 Coordenadas geográficas 219 Importância dos mapas geográficos para a prática social. 219 XXII.1. Mapas Geográficos 220 XXII.2. Exigência que os mapas devem obedecer 220 XXII.3. Classificação dos mapas geográficos 220 XXII.4. Diferença entre mapas e plantas 221
  • 10. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA vii XXII.5. Escalas e seus diferentes tipos 221 XXII.6. Coordenadas geográficas: ......................................................................................223 Sumário.....................................................................................................................225 Exercícios..................................................................................................................225 Referências Bibliográficas.........................................................................................226
  • 11. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 1 Visão geral Bem vindo A Noções De Geografia Fisica Introdução à Pesquisa As aulas de noções de geografia fisica, visam preparar o professor em formação para o seu objectivo final após o curso (leccionação). Nelas, apela-se aos professores a terem máxima atenção na abordagem dos conteúdos porque, dada a natureza da História (enquanto as acções dos homens no tempo e espaço), exige mudanças constantes consoante as mudanças sociais. Contudo, a natureza dos acontecimentos continua a mesma, pois não é vontade humana mudá-los. O que muda é a forma de abordagem. Por isso, neste programa valoriza-se o uso de métodos activos, apelando-se, ao mesmo tempo, ao abandono dos métodos tradicionais baseados na exposição. Também o presente programa foi concebido de modo a fornecer aos docentes em formação um conjunto de instrumentos teóricos e linha de orientação para a prática docente, tendo em conta a natureza especifica da História e a realidade de Moçambique, ou seja, pretende-se articular o ensino teórico com a futura prática profissional dos docentes, privilegiando ainda a relação ensino-pesquisa. Na sua função didáctica o professor de geografia é confrontado com diversos problemas decorrentes da especificidade da ciência que transmite e da forma como o seu ensino se pode articular com os contributos provenientes das ciências da Educação. Hoje, sabe-se muito mais sobre o desenvolvimento psicológico dos estudantes que são confiados aos professores, e as novas correntes pedagógicas têm chamado à atenção para a existência de novos modelos de ensino, e a geografia tem experimentado consideráveis avanços teóricos e metodológicos. Por isso, é importante definir e concretizar os pontos de encontro entre duas linhas de evolução, ou seja os problemas
  • 12. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 2 que se põem ao professor de geografia para que na prática docente possa efectuar a transmissão de conteúdos científicos correctos e actualizados, duma forma adequada ao desenvolvimento psicológico dos alunos e tendo em conta os novos contributos pedagógicos. Objectivos da cadeira A mesma visa a orientação cientificamente conduzida do ensino de Geografia, numa perspectiva multidimensional onde se entrecruzam as dimensões humanistas, técnica e politico-social. Pretende-se pois, no fim do estudo da cadeira: o Introdução a pesquisa, o Metodologia e Epistemologia da Geografia, o Definição dos Objectivos, que o estudante, entre outros objectivos, seja capaz de: Objectivos  Conhecer os novos conceitos de nocoes de geografia fisica;  Conhecer o vocabulário de análise geografica;  Caracterizar e relacionar a evolução de elaboração do conhecimento geografico com o desenvolvimento do ensino da História;  Analisar criticamente os programas, manuais e outros materiais de ensino de geografia de diversos graus de ensino;  Problematizar a função de definição dos objectivos no ensino;  Planificar o processo de ensino-aprendizagem;  Avaliar a eficácia das diversas estratégias de ensino- aprendizagem;  Desenvolver a competência didáctica nos seguintes níveis:  Capacidade para a auto-reflexão;  Habilidades sociais e comunicativas;  Competências para a planificação, leccionação e avaliação;  Habilidades analíticas e de organização;  Desenvolver o gosto pelo estudo e pesquisa na perspectiva de
  • 13. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 3 aprendizagem ao longo da vida;  Julgar o papel formativo da Geografia em função das mutações verificadas no conceito e metodologia desta ciência;  Desenvolver uma alta competência profissional;  Desenvolver o espírito de patriotismo, solidariedade e ajuda mútua;  Contribuir para a conservação do património cultural nacional. Quem deveria estudar este módulo Este Módulo foi concebido para todos aqueles estudantes que queiram ser professores da disciplina de História, que estão a frequentar o curso de Licenciatura em Ensino de História, do Centro de Ensino a Distancia. Estendese a todos que queiram consolidar os seus conhecimentos sobre a Noçao de Geografia fisica. Como está estruturado este módulo Todos os módulos dos cursos produzidos pela Universidade Católica de Moçambique - Centro de Ensino a Distância encontram-se estruturados da seguinte maneira: Páginas introdutórias  Um índice completo.  Uma visão geral detalhada do curso / módulo, resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para completar o estudo. Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de começar o seu estudo. Conteúdo do curso / módulo O curso está estruturado em unidades. Cada unidade ncluirá uma introdução, objectivos da unidade, conteúdo da unidade incluindo actividades de aprendizagem, um summary da unidade e uma ou mais actividades para auto-avaliação.
  • 14. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 4 Outros recursos Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos uma lista de recursos adicionais para você explorer. Estes recursos podem incluir livros, artigos ou sites na internet. Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação Tarefas de avaliação para este módulo encontram-seno final de cada unidade. Sempre que necessário, dão-se folhas individuais para desenvolver as tarefas, assim como instruções para as completar. Estes elementos encontram-se no final do modulo. Comentários e sugestões Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer comentários sobre a estrutura e o conteúdo do curso / módulo. Os seus comentários serão úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar este curso / modulo. Ícones de actividade Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das folhas. Estes icones servem para identificar diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc. Acerca dos ícones Os ícones usados neste manual são símbolos africanos, conhecidos por adrinka. Estes símbolos têm origem no povo Ashante de África Ocidental, datam do século 17 e ainda se usam hoje em dia. Habilidades de estudo Durante a formação, para facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons resultados apenas se conseguem com estratégias eficazes e por isso é importante saber como estudar. Apresento algumas sugestões para que possa maximizar o tempo dedicado aos estudos: Antes de organizar os seus momentos de estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si: Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à noite/de manhã/de tarde/fins-de-semana/ao longo da semana? Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num sítio barulhento? Preciso de um intervalo de 30 em 30 minutos/de hora a hora/de duas em duas horas/sem interrupção?
  • 15. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 5 É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada ponto da matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando achar que já domina bem o anterior. É preferível saber bem algumas partes da matéria do que saber pouco sobre muitas partes. Deve evitar-se estudar muitas horas seguidas antes das avaliações, porque, devido à falta de tempo e consequentes ansiedade e insegurança, começa a ter-se dificuldades de concentração e de memorização para organizar toda a informação estudada. Para isso torna-se necessário que: Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que matérias deve estudar durante a semana; Face ao tempo livre que resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades. É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será uma necessidade para o estudo das diversas matérias que compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as partes que está a estudar e Pode escrever conclusões, exemplos, vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a margem para colocar comentários seus relacionados com o que está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura; Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado desconhece. Precisa de apoio? Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra situação, o material impresso, lhe pode suscitar alguma dúvida (falta de clareza, alguns erros de natureza frásica, prováveis erros ortográficos, falta de clareza conteudística, etc). Nestes casos, contacte o tutor, via telefone, escreva uma carta participando a situação e se estiver próximo do tutor, contacteo pessoalmente. Os tutores tem por obrigação, monitorar a sua aprendizagem, dai o estudante ter a oportunidade de interagir objectivamente com o tutor, usando para o efeito os mecanismos apresentados acima. Todos os tutores tem por obrigação facilitar a interacção, em caso de problemas específicos ele deve ser o primeiro a ser contactado, numa fase posterior contacte o coordenador do curso e se o problema for de natureza geral. Contacte a direcção do CED, pelo número 825018440. Os contactos só se podem efectuar, nos dias úteis e nas horas normais de expediente.
  • 16. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 6 As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante, tem a oportunidade de interagir com todo o staff do CED, neste período pode apresentar duvidas, tratar questões administrativas, entre outras. O estudo em grupo, com os colegas é uma forma a ter em conta, busque apoio com os colegas, discutam juntos, apoiemse mutuamente, reflictam sobre estratégias de superação, mas produza de forma independente o seu próprio saber e desenvolva suas competências. Tarefas (avaliação e auto- avaliação) O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e autoavaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues antes do período presencial. Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do estudante. Os trabalhos devem ser entregues ao CED e os mesmos devem ser dirigidos ao tutordocentes. Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os direitos do autor. O plagiarismo deve ser evitado, a transcrição fiel de mais de 8 (oito) palavras de um autor, sem o citar é considerado plágio. A honestidade, humildade científica e o respeito pelos direitos autoriais devem marcar a realização dos trabalhos. Avaliação Você será avaliado durante o estudo independente (80% do curso) e o período presencial (20%). A avaliação do estudante é regulamentada com base no chamado regulamento de avaliação. Os trabalhos de campo por ti desenvolvidos, durante o estudo individual, concorrem para os 25% do cálculo da média de frequência da cadeira. Os exames são realizados no final da cadeira e durante as sessões presenciais, eles representam 60%, o que adicionado aos 40% da média de
  • 17. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 7 frequência, determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira. A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira. Nesta cadeira o estudante deverá realizar 3 (três) trabalhos, 2 (dois) teste e 1 (um) exame. Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizadas como ferramentas de avaliação formativa. Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as recomendações, a identificação das referências utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros. Os objectivos e critérios de avaliação estão indicados no manual. consulteos.
  • 18.
  • 19. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 9 Unidade I Introdução ao Estudo da Geografia Introdução Na nossa primeira unidade, iremos abordar o conceito da Geografia, a Geografia como sistema de ciências; seu objecto e objectivos. A geografia é uma ciência com uma história muito antiga, com um objecto e métodos próprios para o se estudo. Ao completar esta unidade / lição, você deve ser capaz de: Objectivos  Definir geografia;  Destacar seu objecto e objectivos. 1.1. Noção de Geografia Etimologicamente, a palavra compõe-se de GEO-Terra e GRAPHIA – Descrição, isto é, descrição da Terra. Seria, porém, insuficiente a sua tarefa se se fosse pela mera descrição. Para além de descrever o que capta, a geografia procura compreender e, para isso, tem de analisar, interpretar, concluir. Mas, compreender o quê? O espaço. O espaço é um produto social, tem dimensões que devem ser cartografados, é palco de múltiplas actividades produtivas que os homens nele desenvolvem e que resultam na transformação progressiva e diversificada da camada mais superficial da crusta. Por isso, a geografia debruça-se sobre um leque imenso de temas, buscando as causas e procurando as soluções para múltiplos problemas que afectam, gravemente, a sociedade humana: população, recursos naturais, actividades humanas, etc. Assim, podemos concluir que a Geografia estuda ao mesmo tempo, os elementos físicos, biológicos e humanos e dada a
  • 20. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 10 complexidade de tais fenómenos, bem como o seu carácter sempre dinâmico, uma conceituação precisa do seu objecto de estudo é sempre problemática. Sendo que o nosso tema, é noções de Geografia Física, podemos definir a Geografia Física como sendo ciência que estuda os fenómenos físicos e biológicos da superfície terrestre; procura compreende-los, através de análises, interpretações e tira conclusões para propor soluções. I.2. Objecto e objectivos da geografia física O objecto de estudo da Geografia Física é fenómenos físicos e biológicos que ocorrem na Terra e tem por objectivo, compreender, analisar e interpretar esses fenómenos, para tirar as conclusões para formulação de soluções de problemas. I.3. Geografia como sistema de ciência: Foi graças ao trabalho de notáveis cientistas da chamada escola alemã, como Alexandre von Humboldt (1769-1859), Karl Ritter (1779-1859) e mais tarde de Frederico Ratzel (1844-1904), que a geografia adquiriu seus princípios, tornando-se assim uma ciência explicativa e não meramente descritiva. I.3.1. Princípios da Geografia o carácter científico da geografia decorre da existência e aplicabilidade de seus princípios, os quais constituem a sua própria metodologia.  Princípio de Extensão é o princípio segundo o qual, o geógrafo deve ao estudar um facto ou área, proceder a sua localização e delimitação, utilizando para isso, os recursos da cartografia (Frederico Ratzel);  Princípio de Analogia ou Geografia Geral é o princípio segundo o qual, depois de delimitada e observada a área, deve o geógrafo compará-la com outras áreas buscando as semelhanças e diferenças existentes (Karl Ritter e Vidal de La Blache);
  • 21. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 11  Princípio de Causalidade é o princípio segundo o qual, deve o geógrafo, explicar as causas do facto ou factos observados (Alexandre von Humboldt);  Princípio de Conexão ou interacção é o princípio segundo o qual, deve o geógrafo, os fenómenos físicos e humanos, nunca agem isoladamente (Jean Brunhes);  Princípio de Actividade é o princípio segundo o qual, a paisagem possui um carácter sempre dinâmico (Jean Brunhes). I.3.2. Concepções da Geografia Procurando explicar a relação homem-natureza, duas importantes concepções foram elaboradas: a primeira delas surgiu no final do século XIX, através da escola alemã com Frederico Ratzel e a segunda, no início do século XX, através da escola francesa, por intermédio de Paul Vidal de La Blache. Surgiu assim, o Determinismo Geográfico e Possibilismo Geográfico. Determinismo Geográfico, é uma concepção geográfica exposta por Frederico Ratzel (1844-1904), através de sua obra Antropogeografia, onde ele considera que o meio natural exerce uma acção dominadora sobre o homem, colocando-o como um ser passivo perante a natureza; para ele, é a natureza quem determina as condições da vida do homem. O homem é um ser submisso à natureza. Possibilismo Geográfico é uma concepção geográfica exposta por paul Vidal de La Blache (1845-1918), onde o autor defende a ideia de que o homem E um elemento activo do meio natural. Para ele, o homem é capaz de reagir contra determinadas influências do meio, modificando-o e adaptando-o às suas necessidades; para La Blache, o homem é um ser activo na natureza, sendo capaz de adaptá-la às suas necessidades. O homem modifica o meio.
  • 22. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 12 Sumário Na unidade que acabamos de ver, falamos do conceito da geografia física, seu objecto de estudo e objectivos; princípios de geografia e concepções de geografia, de acordo com vários autores. A geografia como qualquer outra ciência utiliza vários métodos para explicar vários fenómenos geográficos. Os principais métodos que a geografia emprega são: Observação, Histórico Cartografico, Comparativo, Estatistíco, Análitico, Sintético, Indutivo, Dedutivo. A aplicação de cada um destes métodos depende de tipos de investigação que se fizer. Os diferentes métodos existentes foram evoluindo a medida que as ciências também se desenvolviam. Assim podemos destinguir métodos tradicionais como é o caso da observação e os modernos, neste âmbito ou Estaíistico. Exercícios 1-Defina Geografia Física. 2-Identifica o seu objecto de estudos e seus objectivos. 3-Destaca os princípios da Geografia. 4-Distinga determinismo geográfico do possibilismo geográfico e diga, qual que está mais correcta e explica porquê? Auto-avaliação Resolver os exercícios indicados.
  • 23. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 13 Unidade II Divisão da geografia Evolução da ciência Geografica Tarefas da Geografia Introdução Nesta unidade abordaremos sobre a divisão da geografia, sua evolução e suas tarefas. O Estudo da Geografia como ciência é mais compreensível quando ela se enquadra num estudo de uma ciência específica que se encontra subdividida, nomeadamente a Geografia Física que estuda os aspectos naturais e a Geografia Económica que se debruça sobre aspectos da Sociedade. Ao completar esta unidade / lição, você deve ser capaz de: Objectivos  Identificar as divisões da Geografia;  Destacar as fases da evolução da ciência geográfica;  Destacar as tarefas da geografia. II.1. Divisão da Geografia 2.1. A geografia estuda duas ordens de factores: ao naturais (físicos e biológicos) e os humanos, resultando daí a sua divisão em dois grandes ramos: a Geografia Física e a Geografia Económica. A Geografia Física também subdivide – se em Astronomia (Universo), que estuda a Terra e os seus movimentos; Climatologia que estuda os climas; Hidrografia que estuda as massa líquidas; Geomorfologia que estuda as formas do relevo; Biogeografia que estuda a distribuição geográfica dos seres vivos.
  • 24. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 14 A Geografia Económica subdivide-se em Geografia da População; Geografia Agrária; Geografia da Indústria; Geografia Urbana; Geografia dos Transportes Fig. 1 Divisão da Geografia II.2. Evolução da ciência geográfica A geografia, como todo o conhecimento, evoluiu reflectivo a própria evolução da sociedade. Assim podemos distinguir as fases da evolução da ciência geográfica:  Fase da antiguidade dos gregos ao século V d. C.: nesta fase a geografia era pensada sob forma descritiva, isto é, regional que insistia nas características da paisagem, nas particularidades dos habitantes e respectivas civilizações e sob forma matemática, que consistia na localização precisa dos lugares segundo sistemas elaborados, à confecção de cartas e à busca de explicações para a influência que a forma da Terra exercia nos diferentes climas.  Fase da época medieval (do século V.d.C ao século XIV): corresponde a época em que a geografia perdeu muito a cientificidade, o paradigma científico legado pelos gregos, foi substituído pelo paradigma dos monges; a bíblia passou a dar GEOGRAFIA Geografia física Geografia Económica Geografia Regional Geografia Geral Geografia Geral Geografia Regional
  • 25. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 15 resposta às interrogações dos homens; a representação da Terra tomou a forma discoidal, isto é, dentro de um disco circular apareciam os continentes do Velho Mundo-Europa, África e Ásia, divididos por um mar em forma de Te rodeados pelo oceano. Eram os chamados mapas de T em O, onde Jerusalém, o principal pólo da cristandade, ocupava o centro.  Fase da época moderna (do século XV ao século XVIII: é a época em que todo o mundo é conhecido, graças às grandes descobertas marítimas e, depois devido às grandes explorações do interior dos continentes. As cartas-portulanos substituem os mapas antigos, mostrando com bastante exactidão os contornos das terras encontradas. Foram criados novos sistemas de projecção, como a cilíndrica de Mercator (1570). Apareceram os primeiros atlas com um rigor científico crescente, surgiram pela primeira vez, os planisférios ou mapa mundi, com traçado dos rumos dos ventos, muito importantes para a navegação. Em suma, esta é a chamada da evolução cartográfica.  Fase da época contemporânea (século XVII a XIX): é a fase em que se destacam Alexandre von Humboldt e Karl Ritter no conceito da geografia moderna, é quando surgem os princípios da geografia. Alexandre von Humboldt defendeu o princípio de causalidade e o princípio da geografia geral, ele, reagindo contra o carácter estático do sistema científico do século XVIII, (segundo este sistema, era possível uma classificação dos seres vivos, que se manteriam numa proporção inalterável), Humboldt queria demonstrar experimentalmente a harmonia universal da natureza, através da nova ciência, a física do globo. E foi com este firme propósito que ele desenvolveu a sua actividade, quer como viajante, quer como escritor, em que utilizou métodos científicos. Entre os métodos utilizados, sobressai o método comparativo, um método geográfico por excelência, ao mesmo tempo que tinha em consideração a perspectiva histórica no estudo dos fenómenos sobre que se debruçava. Empregando um método empírico e indutivo, Humboldt localizava e
  • 26. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 16 comparava os numerosos dados que ele próprio recolhia ao longo das viagens que empreendia (em 17779 à América; de 1804 a 1826 a Paris; em 1829 à Rússia). A maioria destes dados respeitava a fenómenos físicos, embora não se alheasse totalmente dos aspectos humanos. O facto de ser a natureza o que mais o cativava contribuiu ara que, posteriormente ao seu desaparecimento, muitos geógrafos vissem nele o grande impulsionador da geografia física. Considerando a paisagem como resultado da conexão de fenómenos naturais, Humboldt não se detinha no estudo de casos individuais mas, pelo contrário, perseguia os factos gerais. Deste modo, aplicava os dois princípios que formulara, o da causalidade e o da geografia geral. Já Karl Ritter, foi quem sistematizou as ideias de Humboldt e as aplicou na Geografia. Com uma formação inicial filosófica e histórica, a sua dedicação ao ensino da geografia (durante anos ocupou a cátedra desta disciplina na Universidade de Berlim) permite que se considere Ritter como geógrafo. Influenciado pelas ideias pedagógicas de Rousseau e Pestalozzi, procurou estudar as relações entre a superfície terrestre e a actividade humana. Ao contrário de Humboldt, que centrava a sua atenção na Terra e nos fenómenos que nela ocorrem, Ritter colocou a tónica bno estudo do homem, passando a Terra a ser objecto de uma importância secundária. Esta a razão pela qual muitos geógrafos vêem em Ritter o iniciador de Geografia Humana. Com uma educação cristã fervorosa, Ritter, tal como Humboldt, sujeito às influências do idealismo e do romantismo alemão, concebia o Mundo como organizado segundo um princípio de finalidade e considerava a superfície terrestre – Todo Geográfico, como inserida no grande Todo da natureza, a que correspondia uma harmonia completa derivada do equilíbrio e coesão das partes. Segundo ele, à geografia competia estudar as relações entre o homem e a natureza, no sentido da reconstrução do Todo. Para isso, deveria utilizar, em primeiro lugar, a observação e, depois, progredindo do mais simples ao mais complexo, chegaria, por comparação, `a formulação de leis gerais. Esta procura de leis e as conclusões a que chegou no estudo das
  • 27. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 17 formas terrestres e respectivas proporções mostra, em Ritter, tendências deterministas, nomeadamente quando se refere ao destino dos povos e da humanidade. Este determinismo era, também, uma consequência da perspectiva teológica defendida por Ritter segundo a qual a explicação dos factos se deriva basear em causas finais. Isto conduzia à concepção de uma submissão fatalista do homem às leis da natureza, pelo que defendia a existência de leis cósmicas superiores responsáveis pela disposição dos continentes e respectivas áreas ocupadas, bem como pelo destino dos povos que neles habitavam. Porém, pode se afirmar que Ritter não era um determinista radical, pois chegou a especular sobre a ideia da transformação do espaço físico em consequência do desenvolvimento científico, social e técnico. Esta perspectiva da mutação do espaço e das relações nele existentes, seria a característica que distinguira da Geografia das outras ciências que também estudam o espaço. Pode-se, concluir assim, que Humboldt e Ritter foram modeladores da Geografia moderna; da ciência descritiva e caótica que fora até ao seu tempo, tornaram-na ou antes, criaram- lhe os fundamentos para ser uma ciência sistemática, deixando claro o caminho que a geografia deveria seguir para se converter em verdadeira ciência, ou seja, perseguir a recolha de dados através da observação, a sistematização desses dados segundo o princípio da causalidade e a formulação de leis gerais. No entanto, este valioso contributo não foi suficiente para levar a Geografia a ascender à categoria de ciência autónoma. Humboldt e Ritter foram, no seu tempo, figuras isoladas cujas obras não encontraram eco imediato na Geografia da época. Isso só viria a suceder cerca de 1870, com a institucionalização da Geografia. II.3. Tarefas da Geografia A geografia tem como tarefa compreender os fenómenos que ocorrem na superfície terrestre através de análise, interpretação e tirar conclusões para formulação de soluções. Tem também como tarefas fornecer uma concepção científica do mundo, combater o obscurantismo, explicar os fenómenos da
  • 28. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 18 atmosfera ligados com a formação da crusta terrestre, dar a conhecer a localização dos recursos naturais, seu aproveitamento económico e as formas da sua defesa e conservação, explicar a divisão geral dos países do mundo e as suas ideologias, fornecer conhecimentos profundos dos países do mundo de modo a criar o orgulho da pátria. Sumário Acabamos de ver nesta unidade, a divisão da geografia, a evolução da ciência geográfica e as tarefas da Geografia. A geografia é uma ciência ponte. Ela esta entre as ciências naturais e as ciências sociais, por isso mesmo ela se subdivide em Geografia Física e Económica. Tanto uma como a outra, tem relações com outras ciências. A Geografia mantém laços por exemplo com a Sociologia, Antropologia, Demografia, História, Matemática, Hidrologia, Biologia, Geologia, Química etc. Todas as ciências utilizam as informações dadas pelas outras; há uma relação de interdisciplinaridade. Exercícios 1- Destaca a divisão da geografia e as suas subdivisões. 2- Distinga as fases da evolução da ciência geográfica, através das características de cada fase. 3- Identifica as tarefas da geografia. Auto-avaliação Resolve os exercícios indicados.
  • 29. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 19 Unidade III Noção do Universo Estrutura do Universo e Teorias da sua Origem Introdução Nesta unidade, iremos abordar o conceito do universo e a estrutura do universo. O estudo sobre a origem do Universo teve o seu ponto de partida com os trabalhos do filosofo alemão Emanuel Kant publicada na famosa obra “História Natural Geral” e “Teoria do céu” editada em 1755. Ao completar esta unidade / lição, você deve ser capaz de: Objectivos  Definir o Universo.  Identificar os componentes do universo. III. 1 Noção do Universo: De acordo com o dicionário de língua portuguesa, Universo é conjunto formado pelo espaço com todos os corpos celestes. E de acordo com NAKATA, Hirome e COELHO, Marcos Amorim, em Geografia Geral, 1982, definem Universo como sendo o conjunto formado por astros e as diferentes formas de energia. Suas dimensões são tão vastas que apesar de todo o progresso alcançado pela Astronomia e pela Astronáutica, pode-se dizer que o homem apenas principiou a sua exploração. III.2. Estrutura do Universo Na estrutura, o Universo é composto de astros, nomeadamente: galáxias, estrelas, nebulosas, cometas, planetas, satélites, planetóide e meteoros.
  • 30. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 20 III.2.1. Galáxias – São consideradas, os elementos básicos da massa do universo. A mais conhecida é a Via – Láctea, pois é dentro dela que se encontra a Terra e todo o Sistema Solar. Os astrónomos admitem existir no Universo, cerca de 10 bilhões de galáxias, sendo que cada uma delas contém de 1 bilhão a 1 trilhão de estrelas. Portanto, galáxias são sistemas estrelares. Existem três tipos de galáxias: espirais, elípticas e irregulares. As distâncias no universo são tão grandes que os astrónomos utilizam medidas especiais. A principal delas é o Ano – Luz que é o espaço percorrido pela luz em 1 ano. A velocidade da luz é de 300.000 km/segundo, equivalendo dizer que em 1 ano a luz percorre nada menos que 9.461 bilhões de km, isto é, praticamente 9,5 trilhões de km. Portanto 1 Ano – luz corresponde a 9,5 trilhões de km. A estrela que se encontra mais próxima de nós (exceptuando-se o sol), está a mais de 4 Anos – luz da Terra, é a estrela próxima da constelação Centauro. A Via – Láctea tem um diâmetro de 100.000 anos-luz e a galáxia que se encontra mais próxima dela está a 1 milhão de anos-luz. III.2.2. Estrelas – São corpos gasosos, dotados de luz própria e possuidores de elevadas temperaturas. São classificadas, de acordo com seu brilho ou magnitude, em 21 grandezas. O sol é uma estrela amarela de 5ª grandeza, apresentando temperaturas de aproximadamente 6.000ºC na cromosfera. As regiões do espaço celeste são caracterizadas por configurações de grupos estrelares que têm a denominação de Constelações; e existem 88 constelações, classificadas de acordo com a localização em: Boreais quando situadas no hemisfério norte. Exemplo: Ursa Maior, Ursa Menor e Hércules; Austrais quando situadas no hemisfério sul. Exemplo: Cruzeiro do Sul, Centauro e Cão Maior; Zodiacais são em número de 12 e estão situadas na faixa do Zodíaco. Exemplo: Sagitário, Capricórnio e Aquário.
  • 31. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 21 III.2.3. Nebulosas – São astros constituídos por gases e poeira cósmica. Assemelham-se a nuvens e são classificadas em: galácticas (pertencentes a Via - Láctea) e extragalácticas (distantes da Via-Láctea). Exemplo: Orion, Lira e Caranguejo. III.2.4. Cometas – São corpos celestes de núcleo brilhante e cauda nebulosa e alongada. Sua origem é ainda desconhecida, mas sua constituição é basicamente formada por rochas e minerais envolvidos por gases e poeira. Possuem três partes que são: o núcleo, a cabeleira (também chamados de cabeça) e a cauda, sendo que a última está sempre voltada contra o sol, aumentando de tamanho quando dele se aproxima. O cometa mais conhecido e mais espectacular é Halley, o qual gasta 76,5 anos para percorrer sua órbita em torno do sol (revolução). Foi visto pela última vez em 1910, devendo, e previa-se o seu reaparecimento em 1986. centenas de cometas são conhecidos e muitos deles já estão com seus períodos de revolução calculados pelos astrónomos. Alguns exemplos: Encke (3,3 anos), Biela (6,6 anos), Daniel (6,7 anos) e Halley (76,5 anos). III.2.5. Planetas – São astros iluminados que giram em torno do sol, descrevendo órbitas elípticas pouco alongadas. Existem 9 planetas, os quais apresentam a seguinte ordem de afastamento em relação ao sol: Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Neptuno e Plutão. Os planetas mais próximos do sol possuem maior temperatura e maior velocidade de translação; os mais distantes são mais frios e apresentam menor velocidade de translação. Estrutura do Universo Infinito Meta-galaxia Super-galaxia Grupo Local (vinte vias lacteas)
  • 32. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 22 Via Lactea (ou estrada de Santiago) Sistema Solar Terra-Lua Característica dos Planetas Planeta Distância do sol (em média milhões de km) Período Sideral Período Sinódico Duração da Rotação Diâmetro Equatorial (em km) Magnitude de Máximo Brilho Temperatur a máxima na superfície (ºC) Mercúrio 57,94 88 Dias 115 Dias 59 Dias 4.960 -1,9 400 Vénus 108,27 224,7 Dias 584 Dias 247 Dias 12.100 -4,4 350 Terra 149,6 365 Dias - 23 h 56 12.757 - 60 Marte 228,06 687 Dias 780 Dias 24 h 37 6.800 -2,8 25 Júpiter 778,35 11,9 Anos 399 Dias 9 h 50 142.880 -2,5 -140 Saturno 1.427,7 29,5 Anos 378 Dias 10 h 14 120.000 -0,4 -160 Urano 2.874,4 84 Anos 370 10 h 49 47,360 +5,6 -210 Neptuno 4.500,8 164,8 Anos 367,5 Dias 16 h 44,320 +7,7 -230 Plutão 5.914,8 248 Anos 366,2 Dias 6 Dias 9 h 6.000 +13 ? NAKATA, Hirome; COELHO, Marcos Amorim, Geografia Geral, Série Sinopse, 1982, pag 14 III.2.6. Satélites – São astros iluminados que giram em torno dos planetas. Existem 32 satélites, pertencentes a 6 planetas que são:  Terra: 1 satélite (a Lua);  Marte: 2 satélites (Fobus e Deimus);  Júpiter: 12 satélites;  Saturno: 10 satélites;
  • 33. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 23  Urano: 5 satélites;  Neptuno: 2. III.2.7. Planetóide – São pequenos planetas que se movem entre as órbitas de Marte e Júpiter. Duas hipóteses são atribuídas à origem dos planetóides: uma delas afirma que seriam restos de um planeta desintegrado, a outra considera os como sendo matéria que nunca chegou a formar um planeta. Cerca de 1.700 planetóides já foram catalogados, sendo Ceres o maior de todos, possuindo um diâmetro de 770 km. Alguns exemplos de planetóides: Ceres, Eros, Juno, Palas e Vesta III.2.8. Meteoritos (meteoros) ou bolas de fogo – São pequenas partículas que, atraídas pela Terra, penetram em sua atmosfera com grande velocidade e, devido ao atrito, tornam-se incandescentes, recebendo o nome popular de estrelas cadentes. Esporadicamente grandes meteoritos atingem a superfície terrestre e a velocidade do impacto pode originar grandes crateras, como foi o caso da cratera Barringer (no Arizona), que mede 1.200 m de diâmetro. III.3 Origem e algumas teorias da sua origem Pela primeira vez na história da Astronomia, Kant estudou o Universo segundo uma dinâmica evolutiva e foi dentro deste contexto que colocou a hipótese de que o sol e os planetas do sistema solar se teriam formado a partir de uma Nebulosa rarefeita, composta por gás e poeiras, assim o Sol se teria formado no centro e os restantes planetas na periferia. Pode-se considerar esta teoria como válida, embora na época não fosse suficientemente esclarecedora e aceitável. Mais tarde P. Laplace (1796-1824) cientista francês sustentou a hipótese de todos os planetas terem a sua origem a partir de uma nuvem quente. Existem outras varias teorias sobre a origem do Universo, por exemplo: A teoria de James Jeans, segundo qual teria havido uma catástrofes-colisão ocorrida numa época longínqua pela
  • 34. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 24 passagem de uma outra estrela perto do Sol e pela força de atracção desta estrela ter-se-iam desprendido da massa solar vários fragmentos a partir dos quais se teriam formado os actuais planetas do sistema solar. Teoria de Turbulência Segundo esta teoria, o sistema solar teria surgido de um espaço de matéria inter-estrelar cujos componentes essenciais seriam gases e poeiras com uma certa densidade que se encontravam em estado de Turbulência. Os elementos pesados ter-se-iam condensado em consequência da baixa temperatura e teriam formado núcleos em que os maiores seriam os embriões dos actuais planetas principais. Esta teoria cosmogónica foi formulada e 1950 por O. Chmidt cientista Soviético. Teoria Geocêntrica É uma teoria que considerava a terra como centro do universo. Segundo esta teoria, todos mos outros astros do universo incluindo o Sol giram em volta da terra. As ideias baseadas nesta teoria dominaram as mentes da Humanidade, incluindo cientistas até ao sé. XV. da nossa Era. (Claúdio Ptolomeu foi o seu defensor) Teoria Heliocêntrica É a teoria segundo a qual a Terra gira em torno do seu eixo e em volta do Sol. Esta teoria havia sido proposta antes da Nossa Era pelo astrónomo grego Aristóteles (270 A.N.E) que na altura foi considerada como perturbação dos deuses. O célebre astrónomo polaco Nicolau Copérnico (1473-1543) foi quem deu mais consistência a esta teoria, ao elaborar uma teoria sobre o Sistema solar na qual o Sol é o centro de um sistema de planetas e a Terra gira em torno de um eixo e ocupa como um planeta desse sistema um foco, descrevendo uma órbita circular em torno do Sol
  • 35. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 25 Sumário Na unidade que acabamos de ver, abordamos o conceito de Universo, sua Estrutura e as Teorias sobre a sua origem. No processo do conhecimento do Universo existem outras várias teorias tais como a Geocêntrica e Heliocêntrica. Estas teorias juntas as da Nebulosa rarefeita, de Colisão/catástrofe de James Jeans e de Turbulência, ajudaram a compreender os fenómenos e o próprio Universo. Exercícios  O que entende por Universo?  Menciona os astros do universo que o homem pode observar.  Distinga Planetas de Satélites. Auto-avaliação Resolução dos exercícios indicados.
  • 36. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 26 Unidade IV Sistema Solar Conceito, características e composição. Esfera celeste e seus elementos, conteslações e sua importância na orientação Introdução O sistema solar como um conjunto formado pelo sol e por todos os outros astros efectua o seu movimento em torno do centro da galáxia em cerca de 180 milhões de ano. O tempo de duração deste movimento denomina-se ano galáctico. Ao completar esta unidade / lição, você deve ser capaz de: Objectivos  Definir Sistema Solar.  Identificar os elementos que compõem o sistema solar.  Explicar as características de cada elemento do Sistema Solar.  Definir Esfera Celeste.  Explicar a importância das Constelações na orientação. IV.1. Sistema solar É um conjunto formado de astros que giram em torno do sol. Os astros que fazem parte do sistema solar são: os planetas, os satélites, os planetóides os cometas e os meteoros. Suas órbitas
  • 37. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 27 são elípticas e variam em função da massa, da velocidade e da distância em relação ao sol. IV.2. Características e composição do Sistema Solar Todos os planetas descrevem a sua órbita em volta do sol e um Movimento de Rotação em torno dos seus eixos. A Terra gira em torno do sol a uma distância de 149 milhões de km, o Mercúrio é o mais próximo do sol, gira a uma distância de 58 milhões de km, e o Plutão o mais distante gira a uma distância de 5.917 milhões de km. Características Gerais do Sistema Solar 1- Todos os planetas encontram-se no mesmo plano com excepção do Mercúrio e Plutão cujas orbitas possuem uma pequena excentricidade. 2- O movimento dos planetas em orbita do sol realiza-se no sentido inverso ao movimento dos ponteiros do relógio. 3- O Movimento de Rotação dos planetas em torno dos seus eixos realiza-se no mesmo sentido. 4- Todos os elementos do sistema solar estão metidos em equilíbrio pela lei geral de gravitação. SISTEMA SOLAR
  • 38. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 28 5- O tamanho dos planetas aumenta progressivamente de Mercúrio a Jupter e de Plutão diminuem. 6- Os planetas estão divididos dois grandes grupos: Grupo Terra e Grupo Gigante. O Grupo Terra (Mercúrio, Venus, Terra, Marte) caracteriza por possuir uma grande densidade, e são compostos por elementos pesados (densos). O Grupo Gigante (Jupter, Saturno, Urano, Neptuno e Plutão) caracteriza por ter uma baixa densidade e estão compostos por Hélio e Hidrogénio, fazendo com que possuam uma temperatura baixa conforme se distanciam do Sul, para alem do Hélio, Hidrogénio na sua composição também entra, Carbono, Nitrogénio, e Oxigénio. Movimento dos Planetas do Sistema Solar Devido a contrariedade das teorias Geocêntricas e Heliocêntricas defendidos por Ptolomeu e Copérnico respectivamente surge Galileu Galilei e J. Kepler também apoiando a teoria Heliocêntrica e este ultimo baseando-se nas observações de Marte deduziu o movimento dos planetas através de três leis, as chamadas “Leis de Kepler” 1°- Os planetas giram em redor do sol numa forma elíptica, onde o sol ocupa com dois focos. 2°- O raio vector do planeta só descreve áreas iguais em tempos iguais. 3°- Os quadrados do tempo gastos pelo planeta em percorrer as suas orbitas, são proporcionas aos cubos dos seus semieixos maiores. Quanto mais afastado o planeta estive, do sol, maior é o tempo de translação. O sistema solar compõe-se dos seguintes astros:  1 Estrela – o sol (centro do sistema);  9 Planetas;  32 Satélites;
  • 39. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 29  Milhares de planetóides;  Numerosos cometas; O sol, apesar de ser mais de 1 milhão de vezes maior que a Terra, torna-se uma pequena estrela quando comparada a outras do universo. O sol dista, em média, 150 milhões de quilómetros da Terra, sendo a estrela que se encontra mais próxima de nós. Sua importância é vital, pois, sendo a principal fonte de energia para a Terra, é também responsável pela origem e manutenção da vida em nosso planeta. Do exterior ao interior, apresenta as seguintes camadas: Coroa (parte mais externa), Cromosfera (esfera de calor), fotosfera (esfera da luz) e o núcleo. Entre os satélites do sistema solar, 12 possuem movimentos no sentido retrógrado (contrário aos demais astros): Marte (1 satélite); Júpiter (4 satélites); Saturno (1 satélite); Urano (5 satélite); Neptuno (1 satélite). IV.3. Esfera Celeste e seus elementos É esfera imaginária, de raio arbitrário, centrada no observador ou no centro da Terra, na qual, os corpos celestes se consideram projectados. Para os localizar, são empregues diversos sistemas de coordenadas, que diferem entre si de acordo com as referências utilizadas. Para um observador na Terra, a esfera celeste está sujeita a um movimento de rotação em torno do seu eixo, designado por movimento diurno e aparente. Paralelamente a esfera celeste temos o conceito da Abóbada celeste que é definida como uma imensa superfície imaginária que parece colorir ou envolver a Terra em cuja superfície parece estarem fixadas as estrelas e outros astros. Ao observar a Abóbada Celeste em qualquer ponto da Terra o observador julga ter ocupado centro.
  • 40. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 30 Elementos da Esfera Celeste Entre os elementos da esfera celeste se destacam os seguintes: • O Eixo da Esfera Celeste ou do Mundo; • Os Pólos Celestes Norte e Sul; • Equador Celeste; • Meridianos Celeste; • Os paralelos celeste e entre outros elementos; O Eixo da Esfera Celeste ou do Mundo é uma linha imaginária em torno do qual parece girar a esfera celeste (PN/PS) e coincide naturalmente com o eixo da Terra. O Equador Celeste é uma linha perpendicular ao eixo celeste (Meridiano). O Eixo do Mundo intercepta a esfera celeste em dois pontos diametralmente opostos, são chamados pólos celestes: O Pólo Norte fica actualmente muito próximo, cerca de 1 km da estrela Alfa, da constelação Ursa Menor, que por isso mesmo é conhecida como Estrela Polar é utilizado como referencia na orientação. Equador Celeste é o circulo máximo perpendicular ao eixo do mundo que divide a esfera celeste em dois hemisférios: Hemisfério Norte e Hemisfério Sul. Meridianos Celeste são semi-eixos máximos cujo o plano contém eixo do mundo, tem como extremos os pólos, e dividem a esfera celeste em duas partes. Paralelos Celeste são os círculos menores paralelos ao equador (PP’). Zénite (Z) e Nadir (Z’) Para qualquer lugar da Terra o fio de prumo sempre toma a direcção bem definida que é a vertical do lugar (zz’
  • 41. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 31 Que vai interceptar a esfera celeste em dois pontos diametralmente opostos chamados Zénite e Nadir. O primeiro fica exactamente em cima do observador sendo por isso o ponto mais alto do firmamento em relação ao observador. O segundo (Z’) é invisível visto que fica do lado oposto do 1°(Zénite). IV.4. Constelações e sua importância na orientação Já vimos na unidade III que Constelações são configurações de grupos estrelares elas têm grande importância para a orientação, pois os seus nomes coincidem com a sua localização. Por exemplo, os Boreais são aquelas situadas no hemisfério Norte. Como: Ursa Maior, Ursa Menor e Hércules; enquanto que as Austrais estão situadas no hemisfério Sul, tais como: Cruzeiro do Sul, Centauro e Cão Maior; Zodiacais são em número de 12 e estão situadas na faixa do Zodíaco. Exemplo: Sagitário, Capricórnio e Aquário. Zodíaco é a faixa da esfera celeste limitada por dois círculos menores paralelos à eclíptica, a 8,5º desta, contendo o sol e os
  • 42. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 32 planetas do sistema solar. Está dividido em 12 partes, tomando cada uma, o nome de uma constelação. Eclíptica – é o círculo máximo que resulta da intersecção do plano da órbita da Terra em torno do sol com a esfera celeste. Este plano faz um ângulo de cerca de 23,5º com o plano do equador. Sumário Na unidade que acabamos de ver, vimos o conceito do sistema solar; os elementos que o compõe e suas características; definimos Esfera Celeste falamos das constelações e sua importância para a orientação. O universo ou cosmos é o conjunto de todos os astros e do espaço celeste. No Universo, os astros apresentam-se em aglomerados de muitos milhões, juntamente com gases e poeiras. A estes aglomerados dá-se o nome de galáxia. O sistema solar encontra-se na galáxia chamada Via Láctea. A Terra é um planeta. O sistema solar é constituído pelo Sol, planetas, satélites naturais, planetas anões, asteróides e alguns cometas. A Terra realiza dois movimentos: um em torno do se eixo durante 24 horas (movimento de rotação), resultando na sucessão dos dias e das noites, e outro em torno do Sol, durante 365 dias (movimento de translação), dando origem as estações do ano. No Hemisfério sul para além do cruzeiro do Sul outras constelações observáveis são: Triângulo, Peixe, Capricórnio, Serpente, Sagitário Escorpião, Cão Menor, Orión e outras estrelas polares. No Hemisfério Norte para além de Ursa Menor, são observáveis, outras constelações como Ursa Maior, Cassiopeia, Cão Maior, Cão Menor, Câncer, Lira, Leão, Escorpião, Aquário, Libra, Peixe, Orión, Andrómeda, Hércules, e Perseu.
  • 43. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 33 Exercícios 1- Defina Sistema Solar. 2- Identifique os elementos que compõem o sistema solar. 3- Explica as características de cada elemento do Sistema Solar. 4- Defina Esfera Celeste. 5- Explique a importância das Constelações na orientação. Auto-avaliação Resolução dos exercícios indicados.
  • 44. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 34 Unidade V Formas e dimensões da terra Movimentos da terra (rotação e translação), suas características e consequências Introdução Nesta unidade, iremos abordar as questões ligadas às formas e dimensões da Terra, os movimentos da Terra, suas características e consequências. A superfície terrestre do planeta é extremamente irregular, apresentando grandes elevações1 e depressões2 ; no entanto tidas como irrelevantes quando comparadas com as dimensões da terra. Quando se fala da forma da terra3 subentende-se uma superfície regular que se difunde medianamente, o andamento do relevo que aflora, o nível médio das águas do mar e passa debaixo das montanhas. Em cada ponto da terra existe uma direcção característica, fisicamente bem definida e assinalada com qualquer instrumento simples, é a direcção vertical. Ao completar esta unidade / lição, você deve ser capaz de: Objectivos  Identificar a forma da Terra.  Indicar as suas dimensões.  Explicar os movimentos da Terra, suas características e consequências. 1 A maior elevação situa-se em Glaisker sobre o Everest, com 8838m aproximadamente 2 A maior profundidade é das fossas Marianas com 11.034 m. 3 A forma da terra será pois a superfície que, partindo de um ponto do nível médio do mar, mantém se constantemente normal a um sistema de linhas verticais conduzidas pelos pontos da superfície física da terra. Essa superfície denomina-se de geóide e é de difícil determinação teórica, devido às ondulações geoídicas; mas o seu conhecimento é de extrema importância, porque constitui a superfície de referência.
  • 45. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 35 V.1. Formas e Dimensões da Terra: Determinar a forma da Terra tem sido uma preocupação constante desde os mais remotos tempos, sendo que a ela já se atribuíram as mais diferentes formas: esférica, plana, triangular, elipsóide, ovóide, tetraédrica, geóide e outras. Como se vê, a questão é sem dúvida complexa. A forma da Terra é inegavelmente esférica; entretanto, por não ser uma esfera perfeita, devido ao achatamento que se verifica nos pólos e ao abaulamento do equador, atribui-se actualmente a ela a forma geóide (uma forma própria). A Terra tem 12.757 km de diâmetro e dista do sol a 149,6 milhões de quilómetros. Alguns dados úteis: Raio equatorial (a)................................. 6.378 km Raio polar (b)......................................... 6.357 km Diferença (a-b)....................................... 21 km Achatamento (a-b)................................. 1/297 km Quarto de meridiano.............................. 10. 002 km Circunferência equatorial...................... 40. 007 km Arco de meridiano de 1° De 0° a 1° de latitude................... 110,6 km De 89° a 90° de latitude................ 111,7 km V.2. Movimentos da Terra: A Terra é um astro em movimento no espaço. Ela executa mais de 14 movimentos, mas apenas dois é que interessam a geografia: a de Rotação e de Translação. V.2.1. Movimento de Rotação da Terra V.2.1.1.Características: O movimento de rotação da Terra é o movimento que a Terra executa em torno de um eixo imaginário que passa pelos seus
  • 46. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 36 pólos. O movimento de rotação é feito no sentido oeste – leste, num período de aproximadamente 24 horas (1 dia) e a uma velocidade de 1.609 km/h na altura do equador. O movimento aparente do sol, surgindo ao amanhecer no leste e desaparecendo ao anoitecer no oeste, levou os antigos a admitirem a imobilidade da Terra. Na realidade, é o nosso planeta Terra quem está girando sobre si mesmo diante do sol. Ao girar, vão se sucedendo os dias e as noites. V.2.1.2. Consequências do movimento de Rotação da Terra A mais importante consequência do movimento de rotação da Terra é a sucessão dos dias e das noites, determinando entre outras coisas, os períodos de actividade (geralmente dia) e de repouso (normalmente noite) para a maioria dos seres vivos. A outra consequência é o abaulamento da Terra na região equatorial e o achatamento dos pólos, esses fenómenos são provocados pela força centrífuga. E a última consequência é a circulação dos ventos e das correntes marítimas é influenciada pela rotação da Terra. A força de Coriolis ocasiona um desvio dos ventos e das correntes marítimas para a direita do observador no hemisfério norte e para a esquerda do observador no hemisfério sul. V.2.2. Movimento de Translação V.2.2.1. Características O movimento de Translação da Terra é o movimento que a Terra executa em torno do sol, no período aproximado de 365 dias (365 dias, 5 horas, 48 minutos e 48 segundos). A trajectória descrita pela Terra no seu movimento de translação chama-se órbita, medindo 930 milhões de quilómetros, sendo percorrida pelo planeta, em 1 ano, à velocidade média de 29,7km/s ou 106.800 km/h. V.2.2.2. Consequências do Movimento de Translação da Terra
  • 47. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 37 Umas das consequências mais importantes deste movimento são as estações do ano, resultante das diferentes posições que a Terra ocupa em relação ao sol, durante o seu movimento de translação. O eixo terrestre (norte-sul) mantém-se inclinado em relação ao plano de sua órbita (plano da elíptica solar). A desigual distribuição da luz e calor na Terra conforme a época do ano, surgindo, em consequência as estações do ano; a desigual duração dos dias e das noites de acordo com a época do ano. Sumário Nesta unidade que acabamos de ver, falamos da forma e dimensões da Terra, dos movimentos da Terra e das consequências dos mesmos. Assim a Terra no seu movimento de translação fica mais próxima do sol em 3 de Janeiro e neste dia a distância entre a Terra e o Sol é de 147.000.000 km e fica afastado 5 de Junho em que a distância entre o sol e a Terra é de 152.000.000 km a uma velocidade não constante e a sua media é de 29,8 km/s a máxima é de 30,3 km/s, e a mínima é de 29,03 km/s no Apogeu e 30.,3 km/s no Perigeu As consequências da rotação da Terra são varias. A esfera celeste parece descrever um movimento de rotação em sentido retrógrado. É o movimento diurno aparente. Os dias e as noites sucedem-se regularmente, impondo um ritmo diário a quase todos os fenómenos que se desenrolam na superfície Terrestre. Os corpos que se encontram em movimento a superfície da Terra movem-se para a direita no hemisfério norte e para a esquerda no hemisfério sul. É o resultado da força aparente de Coriollis que depende da massa de velocidade do corpo, da latitude do lugar e ainda da velocidade angular de rotação da Terra, que é constante. A força centrifuga resultante da rotação provocou no inicio o achatamento polar da Terra e contraria a força da gravidade que, por isso, aumenta desde o equador onde é mínima, ate aos pólos, onde é máxima.
  • 48. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 38 Entre as cosequencias do movimento de translação da terra contam-se as seguintes: • O Sol parece estar animado de um movimento de translação de direcção leste, o qual descreve na esfera celeste um circulo máximo inclinado de 23° 27’ sobre o equador e conhecido por ecliptica. Este movimento faz-se em sentido directo (direcção leste) e é designado por movimento anual aparente do sol. • As estações do ano sucedem-se regularmente, impondo ritmo anual a grande número de fenómenos terrestre. Exercícios 1- Idêntica a forma da Terra. 2- Quais são os movimentos que a Terra executa e que interessam a geografia? 3- Diferencie movimento de rotação da Terra do de translação. 4- Quais são as consequências do movimento de rotação e de translação? Auto-avaliação Resolução dos exercícios indicados.
  • 49. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 39 Unidade VI Equinócios e Solstícios Estações do ano Introdução Nesta unidade iremos abordar acerca de equinócios e solstícios; e das estações do ano. A intersecção da ecliptica com o Equador determina uma linha dos Equinócios e tem pelos extremos os pontos equinociais de Maço ou da Primavera e de Setembro ou de Outono, perpendicularmente ao plano da Ecliptica fica a linha dos Solstícios que tem pelos extremos os pontos solsticiais de Junho e Dezembro. É dos Equinócios e Solstícios que o presente capítulo se debruça, Ao completar esta unidade / lição, você deve ser capaz de: Objectivos  Distinguir os equinócios dos solstícios  Caracterizar as estações do ano. VI.1. Equinócios e Solstícios: VI.1.1. Equinócios correspondem às épocas do ano em que ambos os hemisférios são igualmente iluminados, coincidindo com a passagem do sol pela linha do equador. Os equinócios determinam igual duração dos dias e das noites para os dois hemisférios. Assim, há o equinócio de Março, isto é, de 21 de Março, significa que nesta data, inicia o Outono para o hemisfério sul e o início da primavera para o hemisfério norte. E o equinócio de Setembro, isto é, 23 de Setembro, nesta data, marca o início da primavera para o hemisfério sul e o início do Outono para o hemisfério norte.
  • 50. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 40 VI.1.2. Solstícios correspondem às épocas do ano em que os hemisférios norte e sul são desigualmente iluminados, verificando- se nas seguintes datas:  21 De Junho corresponde ao solstício de verão no hemisfério norte e coincide com a passagem sol pelo trópico de câncer; significa que o hemisfério norte recebe maior quantidade de luz e calor, ficando com os dias longos e as noites curtas. Enquanto que no hemisfério sul, a situação é inversa.  22 De Dezembro corresponde ao solstício de verão no hemisfério sul e coincide com a passagem do sol pelo trópico de Capricórnio. Em consequência, esse hemisfério recebe maior quantidade da luz e do calor e, consequentemente os dias são mais longos que as noites. Enquanto que no hemisfério norte acontece o contrário. V.2. Estações do ano As estações do ano são definidas pelos solstícios, nas datas de 23 de Dezembro em que é verão no hemisfério sul e Inverno no hemisfério norte e em 21 de Junho, é verão no hemisfério norte e Inverno no hemisfério sul e também pelos equinócio de 23 de Setembro, primavera no hemisfério sul e Outono no hemisfério norte, enquanto que a 21 de Março é Outono no hemisfério sul e Primavera no hemisfério norte. ESTAÇÕES DO ANO (SOLISTICIOS E EQUINÓCIOS
  • 51. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 41 É importante no âmbito das estações do ano, referir-se aos tipos de anos:  Ano astronómico - 365 dias, 5 h, 48 minutos e 48 segundos  Ano civil – 365 dias  Ano comercial – 360 dias  Ano bissexto – 366 dias. Ano Bissexto ocorre de 4 em 4 anos pelo excesso de 6 horas em cada ano, perfazendo um total de 24 horas (1 dia) que são acrescidos ao mês de Fevereiro, ficando este com 29 dias. Sumário Nesta unidade que terminamos, falamos da forma da Terra, dos movimentos da Terra e as consequências dos movimentos da Terra. Durante o Movimento de Translação a Terra decore a sua orbita e toma varias posições em relação a este astro. Em contrapartida em consequência do Movimento já definido o sol desloca-se na sua Eclíptica o que condiciona igualmente varias posições em relação a Terra. Pelo que se observa uma lenta deslocação do sol ora para Hemisfério Sul ate ao Trópico de Capricórnio. Assim ao longo do ano o sol descreve o Equador duas vezes no Equinócio de Setembro quando se desloca para o Hemisfério Sul e no Equinócio de Março quando se desloca para o Hemisfério Norte. Por outro lado quando o sol esta no Hemisfério Norte o Pólo Norte permanece dia cerca de 6 meses noite e quando o sol passa para o Hemisfério Sul acontece ao contrario. Em suma em cada pólo (Norte e Sul) regista-se um só dia e uma só noite durante o ano, porem a noite polar é afectada pela
  • 52. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 42 reflexão atmosférica pelo que não chega a ser uma noite completamente escura. Exercícios  Identifica a forma da Terra.  Destaca os movimentos da Terra que apreendeste.  Explica as consequências do movimento de rotação e de translação.  Explica como resulta o ano bissexto e diga de quanto tempo ocorre? Auto-avaliação Resolução dos exercícios indicados.
  • 53. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 43 Unidade VII Climatogeografia Tempo e Clima Atmosfera Estrutura Vertical da Atmosfera e sua Composição Introdução Pretende-se que no fim desta unidade, os estudantes sejam capazes de definir Climatologia, Tempo, Clima, Atmosfera; explicar a Estrutura Vertical da Atmosfera e sua Composição. A climatologia ou climatogeografia (geografia dos climas) é uma ciência que estuda os climas, suas variações e a localização geográfica, o seu objecto de estudo, suas particularidades geográficas. Esta ciência dá-nos a possibilidade de identificar os climas de diferentes regiões e apoiar as actividades económicas Ao completar esta unidade / lição, você deve ser capaz de: Objectivos  Definir Climatologia, Tempo, Clima e Atmosfera.  Explicar a Estrutura Vertical da Atmosfera. VII. Climatogeografia:
  • 54. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 44 Segundo Nanjolo e Abdul, 2002, em Processos e Fenómenos, Geografia 11ª Classe, define Climatologia como sendo a ciência que estuda a natureza do clima, as suas características, bem como a sua variação territorial em relação às actividades económicas do homem. Ela apoia-se fundamentalmente em outra ciência, a Meteorologia (ciência que estuda as mudanças e a previsão do tempo). A Climatologia e a Meteorologia são ciências muito importantes para o homem e cumprem as seguintes funções: a) Meteorologia:  Informar sobre possíveis mudanças bruscas do tempo, ou seja, informar sobre possíveis ocorrências de fenómenos naturais fora do normal (calamidades naturais: ciclones, tempestades, secas, etc.);  Prever estados do tempo;  Criar um sistema de avisos de ocorrências naturais;  Recomendar medidas de modo a minimizar os efeitos das calamidades naturais;  Apoiar à navegação aérea, marítima, entre outras. b) Climatologia:  Caracterizar as variações climáticas de um lugar para outro;  Explicar as causas da variação climática no globo;  Estabelecer relações com outros aspectos e fenómenos naturais;  Proceder à avaliação climática em relação às actividades económicas. VII.1. Tempo e Clima: Tempo é o estado diário da atmosfera, isto é, o estado em que a atmosfera se nos apresenta num momento e num determinado lugar. Exemplo, hoje a temperatura máxima será de 29ºC e
  • 55. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 45 mínima de 22ºC, amanhã há possibilidade de ocorrência de trovoadas e aguaceiros dispersos. Clima é a sucessão dos vários estados de tempo ocorridos num mesmo lugar durante um período longo. Geralmente toma-se um período de 30 anos. VII.2. Atmosfera Atmosfera é a camada gasosa que envolve a Terra. Considera-se a superfície terrestre, os oceanos e os continentes e ilhas, como sendo o seu limite inferior e é indeterminado o limite superior. Normalmente a passagem da atmosfera para a superfície interplanetária faz-se por interpenetração complexa e gradua, facto que torna ainda mais difícil determinar com exactidão onde termina uma e começa a outra. VII.2.1. Estrutura vertical da atmosfera - características: A atmosfera é uma camada heterogénea, pois nela se verificam variações térmicas quer, no tipo de gases que a compõe, quer nos fenómenos físicos e outros. Dessas diferenças é possível distinguir na atmosfera camadas ou zonas distintas, com base na temperatura e fuga molecular; daí a necessidade de falar da estrutura vertical da atmosfera:
  • 56. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 46 VII.2.1.1. A Troposfera: é a camada que está em contacto com a superfície terrestre e corresponde à parte inferior da atmosfera. Possui, em média, uma espessura de 12 km, uma vez que na zona equatorial pode alcançar 16 km e nas regiões polares é de apenas 8 km. O seu limite superior é definido por uma descontinuidade, designada por Tropopausa. É considerada como a mais turbulenta ou agitada de toda a atmosfera, uma vez que nela se verifica a maior parte dos fenómenos ou perturbações atmosféricas que dão origem aos vários estados do tempo e consequentemente, influem na vida à superfície terrestre. Nesta camada, a temperatura diminui com a altitude até à Tropopausa, onde alcança os -60º C, portanto, em média o decréscimo é da ordem dos 6ºC por cada 1000 m de altitude (ou 0,6ºC em cada 100 m de altitude). Na camada de transição, dá-se um facto curioso: a temperatura é mais elevada nos pólos -50ºC do no equador -80ºC. VII.2.1.2. Estratosfera: é a segunda camada da atmosfera, tem como seu limite inferior a Tropopausa e superior a Estratopausa, com cerca de 50 km de espessura. Nesta camada, verifica-se uma elevada concentração de um gás de capital importância para a vida na Terra. É o ozono, com um
  • 57. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 47 máximo por volta dos 25 km de altitude. Por vezes, devido à turbulência do ar, uma certa porção do ozono desce até a Tropopausa. Saliente-se que durante as trovoadas, as descargas eléctricas produzem também quantidades ínfimas de ozono, podendo constatar-se pelo cheiro característico produzido nesse momento. A importância do ozono reside no facto de absorver o excesso da radiação ultravioleta, que tornaria a vida impossível na Terra, uma vez que destruirá rapidamente os tecidos dos seres vivos. Entretanto, se a concentração do ozono aumentasse, impediria por completo a passagem dos raios ultravioletas, facto que tornaria quase impossível a sintetização da vitamina D, bastante importante para a formação dos ossos dos animais e os homens deixariam de se desenvolver normalmente. Por outro lado, o ozono, ao absorver grande parte da radiação ultravioleta, provoca aquecimento considerável e como resultado verifica-se uma apreciável subida da temperatura. A temperatura na Estratosfera mantém-se, primeiro, mais ou menos constante, a partir da Tropopausa, mas depois aumenta rapidamente até alcançar 0ºC, na Estratopausa. Todavia, devido à acção económica dos homens, tem-se verificado uma acentuada destruição do ozono na Estratosfera. Por exemplo, os gases libertos pelos escapes dos aviões supersónicos intercontinentais, voando a altas altitudes, afectando grandemente a sua concentração. Porém, mais graves ainda podem ser os produtos químicos, como os clorofluorcarbonatos (CFC) utilizados nos “sprays”. O cloro liberto destrói o ozono, convertendo-o em oxigénio. Calcula-se que mais de 5 milhões de toneladas destes produtos já foram lançados para atmosfera. Os gases usados na indústria de refrigeração rompem igualmente a camada de ozono. Como se pode ver, os homens tendem inadvertidamente a alterar a actual concentração deste precioso gás, daí que tanto a nível nacional, bem assim a nível mundial, deverão ser tomadas medidas correctivas no sentido de minimizar a destruição da camada do
  • 58. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 48 ozono. Para tal, a responsabilidade é de todos nós, consumidores como produtores. O futuro da vida está nas nossas mãos, não esperemos pelos outros. VII.2.2.3. A Mesosfera: É a camada situada a seguir da Estratosfera, possui uma espessura aproximada de 30 km, isto é, vai de 50 a 80 km de altitude. O seu limite superior designa-se por Mesopausa. Nesta camada, a densidade do ar já é muito baixa, a pressão está reduzida a 1 mb. A temperatura decresce rapidamente, alcançando cerca de -90º C, no limite superior. VII.2.1.4. Termosfera: É a camada que segue a Mesosfera. Possui mais de 400 km de espessura, isto é, vai dos 80 a 500 km de altitude. O seu limite superior é dado pela Termopausa. Nesta camada verifica-se uma ionização geral, que resulta da baixa densidade do ar e da forte radiação solar. Essa ionização é mais intensa a certas altitudes, o que confere um escalonamento em faixas de altitudes diferentes, como a camada D a cerca de 80 km, a camada E a mais ou menos 110 km e finalmente a camada F a 300 km. Caso não existissem essas camadas de ionização, as estações de rádio teriam um alcance muito limitado, pois as ondas emitidas não seriam reflectidas pela atmosfera e perder-se-iam no espaço interplanetário. Na Termosfera também se produzem as auroras boreais ou austrais, que resultam do bombardeamento da alta atmosfera por partículas emitidas pelo sol e electricamente carregadas, os protões. Elas aparecem geralmente entre os 80 e os 300 km de altitude. A composição do ar na Termosfera é significativamente alterada com a altitude: abaixo de 80 km é bastante uniforme, devido a turbulência do ar e aí predomina o azoto molecular (N2) e o oxigénio molecular (O2) – Homosfera: acima dos 80 km, a composição altera-se com a altitude: a 110 km o oxigénio atómico (O) é mais abundante que o oxigénio molecular; e a 180 km há um domínio do azoto molecular (N2); depois dessa altitude começa a predominar o hélio (He) e o hidrogénio atómico (H)- Heterosfera.
  • 59. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 49 A temperatura mantém-se primeiro, mais ou menos constante e, depois, aumenta rapidamente, devido à absorção dos raios ultravioletas pelo oxigénio atómico (O). Acima dos 300 km a temperatura já ultrapassa os 1000ºC. No entanto, devido à extrema rarefação do ar, estes valores de temperatura não têm o mesmo significado dos que ocorrem nas camadas mais baixas, pois aí um astronauta estaria sujeito, não a um calor intenso, mas antes, a um frio imenso. VII.2.1.5. Exosfera: corresponde a parte superior da atmosfera, a partir dos 500 km de altitude. A característica geral é de ter a densidade do ar extraordinariamente baixa, não há mistura de gases, os vários componentes estão sob a forma atómica e os átomos podem percorrer mais de 10 km de distância sem colidir uns com os outros. Também se pode considerar a Magnetosfera, onde só se encontram partículas electrizadas, protões com carga positiva e electrões com carga negativa. Aí verifica-se um forte campo magnético de estrutura bipolar, em que as linhas de força definem dois pólos magnéticos diametralmente opostos, o pólo norte e o pólo sul. De que acaba de ficar descrito pode-se comprovar a heterogeneidade da atmosfera, conferida pela diferente composição dos gases que a compõe e dos valores da temperatura. VII.2.2. Composição do Ar na atmosfera A composição da atmosfera é pouco variável na troposfera, devido à turbulência do ar, que provoca uma mistura contínua. Se tomarmos um volume de ar seco, o ar tem a seguinte composição: Azoto (N2) 78,8% Oxigénio (O2) 20,95% Árgon (Ar) 0,9% Dióxido de Carbono (CO2) 0,03%
  • 60. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 50 Os restantes 0,01% são constituídos por gases raros, como o Néon (Ne), o Hélio (He), o Kripton (Kr), o Xénon (Xe), o Ozono (O3), etc. O azoto (N2) aparece em maiores quantidades, seguindo-se o Oxigénio (O2), e em conjunto estes gases totalizam cerca de 99,96% dos gases da atmosfera, portanto, muito perto dos 100%. O Dióxido de Carbono (CO2) possui apenas 0,3% do volume total da unidade de ar seco, não obstante, toda a vida na Terra dele depender, uma vez que é indispensável na fotossíntese, na elaboração da matéria orgânica vital de todos os organismos vivos. O vapor de água (H2O) encontra-se em proporção que pode atingir 4% do volume, e varia muito, tanto com o tempo como de acordo com o lugar. Porém, a maior concentração está nas camadas mais baixas, já que a sua fonte principal é a evaporação das águas do mar, oceanos, rios e dos lagos, e da transpiração das plantas. Na atmosfera também se encontra uma diversidade da partículas, as impurezas, tais como poeiras, fuligem, partículas de sais; microorganismos, bactérias, fungos, esporos, pólen, etc. Estas impurezas na atmosfera têm um papel de relevo, pois, sem elas não seria possível a condensação do vapor de água e consequentemente formação de nuvens e chuva. Entretanto, o homem tem introduzido na atmosfera consideráveis quantidades de gases e partículas com efeitos nocivos ao processo natural de troca de substâncias na natureza, ou melhor, tem provocado uma crescente poluição. São exemplos, o lançamento do dióxido de enxofre (SO2) liberto pela combustão do carvão e de hidrocarbonetos que originam chuvas ácidas, responsável pela formação do ácido sulfúrico, que por sua vez destrói as florestas, a principal fonte de fornecimento do oxigénio. Por outro lado, a grande injecção do dióxido de carbono (CO2), tem conduzido ultimamente a um aumento contínuo da
  • 61. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 51 temperatura média do ar, facto que provoca o alastramento da zona do sahel (desertificação) e fusão dos glaciares, processo esse que aumenta o nível do oceano mundial. Sumário Nesta unidade que terminamos, definimos a Climatologia, Tempo, Clima, Atmosfera; explicarmos a Estrutura Vertical da Atmosfera e sua Composição. A atmosfera não é homogénea, pois possui camadas com características térmicas e gasosas diferentes: a Troposfera, a Estratosfera, a Mesosfera, a Termosfera, e a Exosfera. Ela tem uma mistura de gases, como o Azoto, o Oxigénio, o Hidrogénio, o Dióxido de Carbono, o Hélio, o Crípton, o Árgon e outros em proporções variadas. Também existe vapor de água e ainda impurezas que servem de núcleos de condensação. Sobre o equilíbrio térmico é importante destacar que uma parte da radiação solar, recebida pela superfície terrestre é devolvida para a atmosfera sob a forma de radiação terrestre. Mas uma parte considerável desta radiação é devolvida a superfície terrestre pelas nuvens, dióxido de carbono. Este facto é conhecido pelo efeito estufa da atmosfera. A temperatura do ar atmosférico depende da radiação solar, a principal fonte de energia e base da vida na Terra, e varia de lugar para lugar devido a interferência de diversos factores como são o caso do ângulo de incidência, massa atmosférica a atravessar e à interacção de outros, como o vento, a nebulosidade, as massas de ar, a continentalidade, a altitude e disposição do relevo, as correntes marítimas, etc. Exercícios  Defina Climatologia, Tempo, Clima e Atmosfera.  Diferencie tempo do clima.  Explica a Estrutura Vertical da Atmosfera.
  • 62. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 52  Identifica na estrutura vertical da atmosfera, a camada de maior concentração do Ozono e mencione a sua importância.  Indique a composição do ar na atmosfera.  Menciona a importância das impurezas, bem assim do dióxido de carbono.  Os homens têm contribuído negativamente para a instabilidade da atmosfera em seu prejuízo e de toda a vida na Terra. Justifique. Auto-avaliação Resolução dos exercícios indicados.
  • 63. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 53 Unidade VIII Elementos do Clima Factores do Clima Introdução Nesta unidade, iremos falar dos elementos e factores de clima e suas características. Elementos de clima são os fenómenos atmosféricos que o caracterizam (temperatura, pressão etc ) e o factores são aqueles que o determinam e o condicionam (latitude, altitude etc) Ao completer esta unidade / lição, você deve ser capaz de: Objectivos  Definir os elementos do clima.  Caracterizar os elementos do clima  Identificar os factores de clima. VIII.1. Elementos do clima Elementos do clima são aqueles cuja acção habitual constitui o próprio clima. São eles: Temperatura, Pressão atmosférica, Massas de ar e Ventos, Humidade Atmosférica e Precipitações. VIII.1.1. Temperatura: É o grau de aquecimento ou arrefecimento dos corpos. O sol é a principal fonte de calor para a Terra. De toda a energia solar que se dirige para a Terra, apenas 2/5 chega à sua superfície. Esta energia é então convertida em ondas de calor e pelo processo de irradiação passa a aquecer a atmosfera de baixo para cima. Por isso, quanto maior for a distância em relação à superfície terrestre, menor será a temperatura. Portanto, o aquecimento da atmosfera dá-se indirectamente através dos raios reflectidos.
  • 64. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 54 A temperatura atmosférica é medida através de aparelhos denominados termómetros, que são tubos de vidro onde se colocam mercúrio ou Álcool. Os termómetros podem ser construídos sob diferentes escalas, sendo as mais utilizadas as seguintes:  Celsius (escala Celsius ou centígrado é o ponto da ebulição da água à pressão normal e é igual a 100ºC e o ponto de congelamento da água à pressão normal de 0ºC);  Fahrenheit (escala fahrenheit é o ponto de fusão do gelo à pressão normal de 32ºF e o ponto de ebulição da água à pressão normal de 212ºF);  Kelvin (escala Kelvin (Kº) ou temperatura absoluta (Aº), é o ponto de ebulição da água à pressão normal de 373ºA e o ponto de congelamento da água à pressão normal de - 273ºA). VIII.1.1. Variação da Temperatura: A temperatura não é a mesma em todos os lugares da Terra, ela está sujeita a variações que podem ser provocadas por diversos factores, a destacar:  Latitude: a forma esférica da Terra impede que todos os lugares recebam a mesma quantidade de insolação. Na região equatorial, os raios solares incidem perpendicularmente, ao passo que, em direcção aos pólos, se tornam cada vez mais inclinados. Disto resulta que as regiões de baixas latitudes (próximas ao equador) são mais aquecidas, enquanto as regiões de elevadas latitudes (próximas dos pólos) são pouco aquecidas. Portanto, a temperatura diminui com o aumento da latitude.  Altitude: o aquecimento da atmosfera se dá pela irradiação do calor da superfície terrestre. Assim sendo, quanto maior for a distância em relação à superfície terrestre (altitude), menor será a temperatura. Em média, para cada 200 m de altitude, a
  • 65. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 55 temperatura diminui 1 grau. Portanto, a temperatura diminui com o aumento da altitude.  Estações do ano: por ocasião dos solstícios temos estações opostas para ambos os hemisférios. O solstício de 21 de Dezembro marca o início do verão para o hemisfério sul (calor) e o início do Inverno no hemisfério norte (frio). Ocorrendo o inverso com o solstício de 21 de Junho. Portanto, o verão é a estação mais quente do ano e o Inverno a mais fria.  Distribuição das terras e das águas: a desigual distribuição das terras e das águas influi no comportamento da temperatura. O predomínio de massas líquidas no hemisfério sul propicia – lhe maior estabilidade térmica em relação ao hemisfério norte, onde a concentração de terras emersas é muito grande. Como o mar conserva o calor por mais tempo, ele funciona como estabilizador térmico. Portanto, nos oceanos as temperaturas são mais estáveis e nos continentes são mais instáveis. Médias Térmicas: correspondem à aritmética das temperaturas de um determinado dia, mês ou ano. Amplitudes Térmicas: correspondem à diferença entre as máximas e as mínimas temperaturas de um dia, mês ou ano. Isotermas: são linhas que num mapa unem pontos de igual temperatura. A máxima temperatura já registada foi de 57,8ºC em Tripoli (na Líbia) e a mínima já registada foi de -88ºC em Vostok (na Antártida) em 1960. VIII.1.2. Pressão Atmosférica: É a força que o ar exerce sobre a superfície. Seu valor médio ao nível do mar equivale a 760 milímetros ou 1.013 milibares, a pressão é exercida em todos os sentidos, calculando-se que uma pessoa de estatura e peso normais, suporta uma pressão equivalente a 13,6 toneladas. Milibar é uma unidade de pressão. 1 Milibar 1,02 gramas de peso por cm2. Ao nível do mar, a pressão atmosférica média é de 1.013
  • 66. HO167 – NOÇÕES DE GEOGRAFIA FÍSICA 56 milibares por cm2, o que equivale a cerca de 1.033 gramas de peso por cm2. VIII.1.2.1. Variação da Pressão Atmosférica:  Com altitude: a pressão atmosférica varia com a altitude, pois quanto maior for a proximidade em relação à superfície terrestre, maior será a densidade gasosa e, em consequência, a pressão atmosférica também será maior. Portanto a pressão atmosférica diminui com o aumento da altitude.  Com a temperatura: a pressão atmosférica varia também em função da temperatura, pois, quando esta se eleva, o ar sofre dilatação e fica mais leve, originando áreas de baixas pressões. Ao contrário, quando a temperatura diminui, o ar comprime-se e fica mais denso, originando áreas de altas pressões. Portanto, a pressão atmosférica diminui com o aumento da temperatura. A pressão atmosférica é medida por aparelhos especiais denominados barómetros, os quais podem ser de mercúrio ou metálicos (aneróides). Isóbaras são linhas que num mapa unem pontos que apresentam valores iguais de pressão atmosférica. VIII.1.3. Massas de Ar As Massas de ar são grandes volumes de ar horizontais com as mesmas características físicas de temperatura e humidade. Em consequência disso, elas podem ser quentes ou frias e secas ou húmidas. VIII.1.3.1. Principais massas de ar: as principais massas de ar ligadas à circulação geral da atmosfera são:  Massas Polares: são massas de ar muito amplas que caracterizam dois importantes centros de altas pressões: um no pólo norte e outro no pólo sul.  Massas Tropicais: ocupam em ambos os hemisférios, as latitudes de 30º (proximidades dos trópicos), podendo ser