220304 Raimundo Moiane -PEDICP.pdf

Universidade Lúrio
Faculdade de Arquitectura e Planeamento Físico
Curso de Arquitectura e Planeamento Físico
PEDICSIM
PLANO ESTRATÉGICO DE
DESENVOLVIMENTO DA
IDENTIDADE E CAPITAL
SOCIAL DA ILHA DE
MOÇAMBIQUE
Nampula, Março 2022

2
PEDICSIM PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO DA IDENTIDADE E CAPITAL SOCIAL DA ILHA DE MOÇAMBIQUE
RAIMUNDO VALENTE MOIANE - 2017300125 ILHA DE MOÇAMBIQUE
Universidade Lúrio
Faculdade de Arquitectura e Planeamento Físico
Curso de Arquitectura e Planeamento Físico
Tema:
PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO DA
IDENTIDADE E CAPITAL SOCIAL DA ILHA DE
MOÇAMBIQUE
Raimundo Valente Moiane - 2017300125
Nampula, Março 2022
Trabalho Científico da Cadeira de Laboratório VII de
Planeamento, Curso de Arquitectura e Planeamento Físico, 4º
Ano, destinado para fins avaliativos, leccionado pelo Docente:
Arqtº: Elso Amone

3
ÍNDICE
1 CAPÍTULO I: DISPOSIÇÕES INICIAIS..............................................................................................................................................7
1.1 Conceitos Gerais...............................................................................................................................................7
1.2 Introdução..........................................................................................................................................................8
1.3 Objectivos...........................................................................................................................................................8
1.3.1 Objectivo Geral........................................................................................................................................8
1.3.2 Objectivos Específicos..........................................................................................................................8
1.4 Metodologia........................................................................................................................................................9
1.4.1 Processo Metodológico.............................................................................................................................9
1.5 Âmbito do Plano...............................................................................................................................................10
1.6 Amplitude da abordagem do Plano............................................................................................................10
1.7 Horizonte Temporal........................................................................................................................................10
1.8 Objectivos do Plano........................................................................................................................................10
2 CAPÍTULO II: CONTEXTUALIZAÇÃO................................................................................................................................................ 11
2.1 Enquadramento Geográfico..........................................................................................................................11
2.1.1 Nível Nacional...............................................................................................................................................11
2.1.2 Nível Provincial.......................................................................................................................................11
2.1.3 Nível Distrital...........................................................................................................................................11
3 CAPÍTULO III: DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO DA SITUAÇÃO ACTUAL........................................................................................12
3.1 Sociedade..........................................................................................................................................................13
3.1.1 Perfil Demográfico................................................................................................................................13
3.1.2 Etnias........................................................................................................................................................14
3.1.3 Influências...............................................................................................................................................14
3.1.4 Vivência (Modos E Estilo De Vida).....................................................................................................15

4
3.2 Actividades Socioculturais Ilha De Moçambique...................................................................................17
3.3 Hábitos E Costumes.......................................................................................................................................17
3.3.1 Danças......................................................................................................................................................17
3.3.2 Gastronomia...........................................................................................................................................18
3.4 Dados Estatísticos Sobre Cultura A Nível Nacional..............................................................................19
3.4.1 Grupos Culturais..................................................................................................................................20
3.4.2 Festivais culturais.................................................................................................................................21
3.4.3 Património Cultural E Natural..........................................................................................................22
3.5 Habitção E Construção.................................................................................................................................23
3.5.1 Tipo de Material de Construção das Habitações ........................................................................23
3.6 Contribuição Da Questão Cultural E Social Na Economia Local.......................................................24
4 PRINCIPIAIS GRUPOS ÉTNICOS DE MOÇAMBIQUE ...................................................................................................................25
4.1 Cultura Na região Sul...................................................................................................................................26
4.1.1 Línguas.........................................................................................................................................................26
4.1.2 Religião....................................................................................................................................................26
4.1.3 Dança.......................................................................................................................................................26
4.1.4 Gastronomia..........................................................................................................................................27
4.1.5 Casamentos...........................................................................................................................................27
4.2 Cultura na Região Norte..............................................................................................................................28
4.2.1 Os Makondes..........................................................................................................................................28
4.2.2 Actividades principais.........................................................................................................................28
4.2.3 Dança.......................................................................................................................................................28
4.2.4 Religião....................................................................................................................................................28
5 Ilha De Moçambique.....................................................................................................................................................................29

5
6 Estatísticas De Identidades Culturais No Mundo...................................................................................................................30
7 CAPÍTULO: EXEMPLOS DE EVENTOS NACIONAIS E INTERNACIONAIS EVENTOS CULTURAIS E SOCIAIS...........................32
8 CAPÍTULO: DEFINIÇÃO DE CENÁRIOS..........................................................................................................................................33
8.1 Potencialidades..............................................................................................................................................33
8.2 Tendências de Desenvolvimento................................................................................................................34
8.3 Cenário Cenário Aprovado..........................................................................................................................35
8.3.1 Fundamento do cenário......................................................................................................................35
8.3.2 Estratégias Definidas..........................................................................................................................35
9 CAPÍTULO: VISÃO ESTRATÉGICA..................................................................................................................................................36
9.1 VISÃO.................................................................................................................................................................36
9.2 MISSÃO..............................................................................................................................................................36
9.3 Pilares Estratégicos......................................................................................................................................36
9.4 Objectivos estratégicos...............................................................................................................................37
9.5 Valores..............................................................................................................................................................38
9.6 Princípios.........................................................................................................................................................38
9.7 Linhas Estratégicas.......................................................................................................................................38
9.8 Metas.................................................................................................................................................................39
9.9 Plano De Marketing........................................................................................................................................39
9.9.1 Eventos Culturais E De Entretenimento De Moçambique .........................................................39
9.9.2 Eventos corporativos..........................................................................................................................40
9.10 Plano de Acção................................................................................................................................................41
9.10.1 Programa de Acções...........................................................................................................................42
9.11 Plano Financeiro de execução....................................................................................................................44
10 CAPÍTULO: DISPOSIÇÕES Finais .................................................................................................................................................45

6
10.1 Conclusão.........................................................................................................................................................45
10.2 Bibliografia.......................................................................................................................................................46
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1: OBJECTIVOS DO PLANO...................................................................................................................................10
Figura 2: Traje Masculino.................................................................................................................................................15
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1: Grupos Étnicos Existentes na Ilha de Mocambique.................................................................................14
Tabela 2: Hábitos E Costumes Da Ilha De Moçambique...........................................................................................17
Tabela 3: Danças................................................................................................................................................................17
Tabela 4: Gastronomia local............................................................................................................................................19
Tabela 5:Materiais De Construção Usados na Ilha De Moçambique...................................................................23
Tabela 6: Dados percentuais de CENSOS de 1997 e 2007....................................................................................26
Tabela 7: Países e seus locais ou edifícios classificados património cultural pela UNESCO.....................30
Tabela 8: Turistas de interesse cultural registados em 2018 por cada País...................................................31
Tabela 9: Factores de mudança....................................................................................................................................34
Tabela 10: Programa de Acções....................................................................................................................................42

7
1 CAPÍTULO I: DISPOSIÇÕES INICIAIS
1.1 CONCEITOS GERAIS
Estratégia
É um meio para atingir um fim desejado.
Plano
É unia descrição dos passos mais importantes a serem executados para o cumprimento da missão ou
resolução do problema.
Plano Estratégico
É o documento que resulta do processo de planeamento estratégico e que servira de guia para futuras
direcções, actividades, programas e acções. O resultado do processo do plano estratégico e o impacto
que o processo tem na organização, nas suas actividades e no seu meio envolvente.
Planeamento
É o processo pelo qual a organização se adapta ao seu meio envolvente ao longo do tempo, integrando
o planeamento e a gestão num único processo.
Cultura
São comportamentos, tradições e conhecimentos de um determinado grupo social, incluindo a língua,
as comidas típicas, as religiões, música local, artes, vestimenta, entre inúmeros outros aspectos.
Capital Social
É o valor investido que será colocado a disposição da empresa ou cidade por cada um dos
sócios/investidores, seja bens financeiros ou bens materiais.
Identidade
É o conjunto de atributos que caracterizam alguma pessoa ou coisa, ou seja, é a soma de caracteres
que individualizam uma pessoa, distinguindo-a das demais.

8
1.2 INTRODUÇÃO
O Planeamento Estratégico é uma ferramenta de gestão territorial muito importante que ajuda a
mapear uma rota para atingir um objectivo. Com as grandes transformações no contexto urbano e
regional causado pelo desenvolvimento de tecnologias e novas formas de pensar, obriga as cidades (e
os seus governantes) a adoptarem uma postura mais preventiva em relação à um futuro possível num
determinado espaço de tempo através de avaliação de cenários prospectivos.
Emergindo a escassos 4 km da costa, no meio da ampla baía do Mossuril, a Ilha de Moçambique foi,
durante séculos, um privilegiado ancoradouro e local de cruzamento de povos e culturas que resultou
na formação dos nahara, um subgrupo etnolinguístico makhuwa que, junto com as comunidades
costeiras do litoral norte de Moçambique foram parte da importante civilização marcada pelo Islão,
conhecida por swahili no Quénia e na Tanzania. Esta civilização tem origem na migração de populações
falantes da língua bantu, dos reinos makhuwa e dos mercadores yau que, já no século X, desenvolviam
trocas comerciais com os árabes. (ARPAC – INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO SOCIOCULTURAL, 2007)
Nesse contexto, o presente Plano Estratégico surge na perspectiva de tornar a Ilha de Moçambique
numa identidade cultural no contexto provincial, regional e nacinal e internacional através da proposta
de estratégias que a posicionem como uma cidade disseminadora das actividades socioculturais e
atractiva aos investimentos e geradora de autoemprego das comunidades locais.
1.3 OBJECTIVOS
1.3.1 OBJECTIVO GERAL
• Elaborar um Plano Estratégico de Desenvolvimento da Identidade e Capital Social da Ilha de
Moçambique.
1.3.2 OBJECTIVOS ESPECÍFICOS
• Descrever o potencial cultural e social da Ilha de Moçambique;
• Analisar o contributo da questão cultural no contexto local e provincial;
• Citar exemplos nacional e Internacionais de identidades e eventos culturais;
• Definir estratégias e cenários de desenvolvimento para Ilha de Moçambique.

9
1.4 METODOLOGIA
O processo de elaboração do trabalho baseou-se na pesquisa bibliográfica, levantamento de campo,
obedecendo o seguinte faseamento:
Fase 1: Preparação do Trabalho e Levantamento de Dados.
Nesta fase foram distribuídos os temas de trabalhos em grupo, e posteriormente, seguiu-se com a
recolha de dados primários e secundários sobre a área de estudo.
Fase 2: Análise e Interpretação de Dados.
Levantados os dados da situação actual, foram realizadas nesta fase análises para se apurar as
necessidades existentes, bem como análises relativas à oferta e demanda.
Fase 3: Definição de Cenários e Visão Estratégica.
Nesta fase foram definidos os cenários e de seguida a escolha do tema a se desenvolver, sustentado
pelas suas estratégias que se adequam a realidade socioeconómica, bem como a definição das
directrizes estratégicas que auxiliam no acompanhamento do plano.
Fase 4: Compilação e Finalização do Documento.
Após a selecção e organização de todas as análises e definidas todas as estratégias, segue-se para a
compilação de toda a informação e a elaboração do Plano.
1.4.1 PROCESSO METODOLÓGICO
Análise e Interpretação de Dados
Preparação do Trabalho e Levantamento de Dados
Definição de Cenários e Visão Estratégica.
Fase 4: Compilação e Finalização do Documento.
01
02
03
04

10
1.5 ÂMBITO DO PLANO
O âmbito do presente Plano cinge-se na elaboração de estratégias que buscam enaltecer e tornar a
Ilha de Moçambique numa identidade cultural dinâmica, entretida do país e do mundo com Capital Social
integrado, beneficiando se do seu potencial patrimonial.
1.6 AMPLITUDE DA ABORDAGEM DO PLANO
Olhando num contexto macroeconómico, nos próximos anos, a economia da Ilha de Moçambique deverá
aumentar a trajectória de geração de lucros, peculiaridade de referência universal na promoção e
venda do potencial cultural e Social que tem caracterizado a cidade nos últimos anos no sector
turístico, que tem como o seu forte impulsionador o património cultural.
1.7 HORIZONTE TEMPORAL
No contexto nacional, os Instrumentos de Ordenamento Territorial (IOT) tem um período de vigência de
10 anos. No entanto, ainda não existe um consenso sobre a vigência dos Planos Estratégicos, pelo que,
a sua abrangência vai em função das necessidades do plano. Portanto, o Plano Estratégico de
Desenvolvimento da Identidade e Capital Social da Ilha de Moçambique tem um horizonte de 10 anos
(2022-2032), considerando todas as complexidades e prazos de implementação das propostas.
1.8 OBJECTIVOS DO PLANO
1. Assumir a identidade e promover a
interculturalização.
2. Crescer
sustentadamente e
criar valor.
3. Assegurar a
valorização do capital
social humano
4. Reposicionar e alargar a pratica das actividades
socioculturais na dinâmica moderna
Figura 1: OBJECTIVOS DO PLANO
Fonte: Autor 2021

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2 CAPÍTULO II: CONTEXTUALIZAÇÃO
2.1 ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO
2.1.1 NÍVEL NACIONAL
Moçambique localiza-se no sudeste de África, limitado pelo Oceano Índico a
este, pela Tanzânia a norte, por Zimbabué a oeste e África do Sul a sul, está
dividido em onze províncias e, desde 1898, tem como capital Maputo. Antes
desta data, a capital localizava-se na Ilha de Moçambique, integrada na
província de Nampula.
2.1.2 NÍVEL PROVINCIAL
A província de Nampula, localizada a norte do país, está
dividida em vinte e três distritos e possui “grandes
potencialidades agrícolas e piscatórias” (Secretaria de
Estado da Cultura de Moçambique & Arkitektskolen i
Aarhus Danmark, 1986, p.37).
2.1.3 NÍVEL DISTRITAL
O distrito da Ilha de Moçambique é composto pela parte insular
(Ilha de Moçambique) e por uma área continental (Lumbo). Possui
184 quilómetros quadrados e cerca 64.577 habitantes (INE, 2017).
A cidade da Ilha de Moçambique, faz parte de um arquipélago com
mais três ilhas de reduzida dimensão e não habitadas: Ilha de Goa,
Ilha de Sena e Ilha de S. Lourenço. Localiza-se a quatro
quilómetros da costa continental. A sua extensão é de cerca de
três quilómetros de comprimento, e entre 200 e 500 metros de largura. “Tem a forma de uma barra
com direção nordeste-sudoeste – protegendo a Baía de Moçambique” (Secretaria de Estado da Cultura
de Moçambique & Arkitektskolen i Aarhus Danmark, 1986, p.40).

12
3 CAPÍTULO III: DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO DA SITUAÇÃO ACTUAL
“PROBLEMÁTICA“
A Ilha De Moçambique é parte do património nacional e internacional devido a sua singularidade
histórica, cultural e o valiosa conjuntura arquitectónica. No entanto, é o único de local interesse
cultural a nível do território nacional, reconhecido pela UNESCO em Dezembro de 1991, como
Património Mundial da Humanidade. Portanto, para além de ser o símbolo de Nampula, é igualmente
identidade cultural inquestionável que representa a bandeira Nacional no mundo. Porém, esse facto é
pouco reconhecido pela sociedade moçambicana no geral, devido a diversos factores como a fraca
conectividade com as capitais regionais em especial Maputo que é o CBD Nacional, onde tudo quanto
acontece internamente, se expõe para todo país e para o mundo fora. Também a fraca promoção do
potencial cultural e capital social local que é também uma questão atractiva.
“OQUESEPRETENDETRAZERCOMOSOLUÇÃO?”
• PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO DA IDENTIDADE E CAPITAL SOCIAL DA ILHA
DE MOÇAMBIQUE.
“PORQUE?”
A cultura cria uma sociedade, sedo assim, trazer estratégias económicas com vista a enriquecer e
enaltecer a questão cultural significa desenvolver a sociedade no geral. Por outro lado, a sociedade é
inerente ao património cultural, sendo assim, há necessidade de se criar estratégias que proporcionam
relaçãodepertençaentre o lugarea sociedadee dessemodo divulgar com unanimidade asociocultura.
Portanto, pretende-se potencializar a cultura e o capital social investindo na sua promoção e expansão
de forma mais dinâmica e atractiva, onde a cidade possa se conectar com outras cidades e acolher
grandes eventos sociais e culturais e, desse modo, se tornar como o diferencial competitivo da Ilha de
Moçambique no País e no Mundo. Uma vez Património Mundial da Humanidade pela UNESCO, a Ilha
de Moçambique pode também ser a Identidade cultural do País, lugar de pertença para todos
mocambicanos

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3.1 SOCIEDADE
3.1.1 PERFIL DEMOGRÁFICO
De acordo com Censo populacional e de habitação (INE, 2017), o número de habitantes era de 64.577
habitantes, sendo 30.898 do sexo masculino (48%) e 33.679 do sexo feminino (52%). Cerca de 86%
habitantes vivem na zona continental, e 14% na zona insular do Distrito. O Distrito possui 64.577
habitantes (INE, 2017) e apresenta 226 km2 superficiais (Anuário de Estatísticas de Nampula, 2020)
conclui-se que a densidade populacional da Ilha de Moçambique é de 285 hab/km2. A zona continental
representa um percentual de 86% da população do distrito (55 537 de habitantes), e a insular 14% com
cerca de 9040 de habitantes.
3.1.1.1 População em Idade Activa
A população economicamente activa está entre os 15 e 64 anos de idade. Na Ilha de Moçambique, essa
população representa 49% (cerca de 31.394 pessoas), quase metade da população total, segundo o INE
2017, sendo 46% homens e 54% mulheres.
3.1.1.2 Pirâmide etária
De acordo com Censo populacional e
de habitação (INE, 2017), verifica-se
que maior número de pessoas está no
intervalo de 5 a 9 anos e em seguida,
crianças entre 1 e 4 anos.

14
3.1.2 ETNIAS
De acordo com relatorio da situacao actual na ilha de Mocambique, encontram-se diferentes etnias,
dentre os nativos bem como oriundos de outras provincias e distritos do Pais, em grande destaque
Nacala, Angoche, Nampula, Cabo Delgado, Niassa, Zambezia e Maputo. No entanto, a tabela abaixo
expressa os grupos etnicos como Macuas, os Naharas do litoral da provincia de Nampula, verificando-
se tambem a existencia de Tongas ou os Changanas provenientes da Provincia de Maputo e Gaza.
Tabela 1: Grupos Étnicos Existentes na Ilha de Mocambique
Macuas Naharas
Macua-Lomué Tonga/Changanas
Maconde Ndãos
Ilha de Moçambique e “praticamente todo litoral moçambicano congregavam, desde os séculos XV e
XVI, populações muitas variadas, tendo cada uma, deixado marcas da sua cultura: Macuas, Goeses,
Macua-Lomué, Maconde Hindus, Muçulmanos e Portugueses”. Sobre a Ilha de Moçambique foi produzida
literatura de grande valor histórico e literário. (Scatena, 2018)
3.1.3 INFLUÊNCIAS
A partir do século XV, a presença europeia, iniciada com a passagem do navegador português Vasco da
Gama em 1498, tornou a Ilha num dos centros do comércio internacional fazendo aponte entre a Europa
e o Oriente, nas diferentes fases do comércio na costa oriental africana (comércio de especiarias,
ouro, marfim e escravos). (Heritage, 2021)
3.1.3.1 Trajectoria Do Bem Cultural, Desde A Sua Formação
• Socidades Bantu (200 – 900 )
• Entreposto do comércio Árabe e expansão do Islão (900-1500)
• Estabelecimento dos Portuguese (1500-1686)
• Hegemonia económica Indiana (1686-1752)
• Florescimento do trafico de escravo (1752-1840)
• Ocupação do interior (1850-1910) - “Economia de plantações Expansão da Cidade para Contra
Costa e novos bairros nas antigas pedreiras na Ponta da Ilha Regulamentos urbanos”
• Ponte de ligaçao(1967-1975)
Fonte: Adaptado pelo Autor 2021
(Dados extraídos do relatório do (GRUPO II, 2021)

15
A Ilha de Moçambique tornou-se no principal entreposto para abastecimento em mantimentos e centro
de reparação de navios a caminho da Índia, assim como entreposto comercial (comércio de têxteis,
especiarias, ouro e marfim). (Heritage, 2021)
A Ilha de Moçambique está associada a valores culturais (tradições vivas da presença Swahili e Macua,
danças, técnicas de construção, etc.), e a obras artísticas de significado universal excepcional. Os
valores culturais da Ilha de Moçambique estão, também, relacionados com acontecimentos históricos
particulares (entreposto de ligação da Europa ao Oriente e tráfico de escravos). Na Ilha de Moçambique
existiram duas confrarias principais: a Xadulia fundada em 1897, pelo Chê Saíde Muhamede-Bin Chike
mais conhecido por Chê Marufo, oriundo das Ilhas Comores, e Cadiria fundada em 1904, pelo Chê ISSA
BIN- AHMAD, oriundo de Zanzibar. Houve presença Padres missionários Dominicanos. (Heritage, 2021)
3.1.4 VIVÊNCIA (MODOS E ESTILO DE VIDA)
A convivência de culturas tanto em sociedades como nas organizações é um imperativo na era da
globalização contudo vários são os casos em que as diferenças culturais estão na origem de violências
e guerras entre os povos. Paradoxalmente, nas organizações a cultura empresarial quando bem
concebida e interpretada é o trunfo para o sucesso das organizações. (Scatena, 2018)
3.1.4.1 Indumentária
Modo de vestir masculino
O traje masculino típico da Ilha é geralmente constituído por maleia (túnica larga e comprida até aos
pés, com mangas compridas), tamwa-tamwa (calças de pano leve que tinham uma abertura na
braguilha, com botões e um fio, narho, na cintura para amarrá-las) e um cofió. A cor predominante das
Figura 2: Traje Masculino

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maleia e tamwa-tamwa é o branco. Refira-se que a tradição do uso da túnica está bastante enraizada
na comunidade, onde os homens professam, maioritariamente, a religião muçulmana.
O traje de gala, que era no passado concebido para ocasiões especiais e ainda hoje é usado para
comemorações especiais na mesquita (casamentos, Ide, etc.), compunha-se de maleia, djaketa, tamwa-
tamwa e cofió. No passado, os homens da ilha usavam tangas designadas localmente por kav’iha, sem
camisa. O kav´iha era inicialmente feito de fibra de casca de árvore. Com a introdução do tecido as
populações passaram a envergar o kav´iha de pano. Veio depois o elangothi, um tecido rectangular
feito de algodão amarrado à cintura. (Município da Ilha de Moçambique, 2022)
Modo de vestir feminino
O traje femininotípicoda Ilha é constituído por um kimau, actualmente um pouco mais largo e cumprido,
cobrindo o tronco até à cintura. Possui mangas três quartos, isto é, que vão até à metade do antebraço,
e um cumprimento que cobre até abaixo do umbigo. Possui costuras laterais e uma segunda abertura
inferior, na direcção do umbigo, de formato triangular, que permite o seu uso. O kimau é acompanhado
por 3 a 5 capulanas amarradas à cintura. (Município da Ilha de Moçambique, 2022)
Refira-se que a tradição da capulana está bastante enraizada na comunidade, onde as mulheres são as
detentoras. A riqueza das mulheres se define não só pela quantidade de joias que possui, mas,
sobretudo pelo número de capulanas que elas adquirem e preservam, chegando a somar dezenas,
senãocentenas.Nousodotraje feminino,não seobservam grandes diferençasentre criançase adultos
tanto nas cores como nos modelos. Apenas as mais novas apreciam mais capulanas leves e evitam a
exagerada sobreposição, apreciada pelas adultas. (Município da Ilha de Moçambique, 2022)
Figura 3: Traje Feminino da Típico da Ilha de Moçambique

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3.2 ACTIVIDADES SOCIOCULTURAIS ILHA DE MOÇAMBIQUE
A ilha de moçambique é um distrito conhecido a nível internacional, e conta com inúmeros parceiros
para o desenvolvimento social e cultural do mesmo. (GRUPO II, 2021)
Actualmente pratica-se diversas actividades socioculturais tais como:
3.3 HÁBITOS E COSTUMES
Tabela 2: Hábitos E Costumes Da Ilha De Moçambique
Wahala Osika Ekhalawa
Maleia Osika Osinkyia
Kimau Enwali
3.3.1 DANÇAS
Associado à predominância de influências islâmicas e associável às particularidades swahilis, na Ilha
de Moçambique existem danças típicas locais, como é o caso do Tufo e da Chacacha.
Tabela 3: Danças
Tufo
Mussope
Chacacha
Molid
É importante salientar que na dança, o Tufo é uma dança tradicional que além de ser praticada na Ilha
deMoçambiqueétambémmuito praticadaem quase toda região Norte,Zambézia (na região centro)
e uma parte da região Sul de Moçambique, concretamente na Província de Maputo. Nesse contexto,
constitui uma das maiores identidades do património cultural imaterial da humanidade e
potencialidades que a Ilha de Moçambique possui, que pela sua ligação directa com a população é
reconhecida como dança tradicional do Norte Moçambique que representa a cultura matrilinear
dos macuas.
Fonte: Adaptado pelo Autor 2021
(Dados extraídos do relatório do (GRUPO II, 2021)
Fonte: Apaptado pelo Autor 2021
(Dados extraidos do relatorio do (GRUPO II, 2021)

18
3.3.1.1 Dança Tufo na Provinçia de Maputo
Segundo Zaquia Rachid, 47 anos, Rainha do Tufo como
se auto-intitula numa entrevista concedida ao
(NGUANE, 2020), pratica a dança desde os seus 10
anos.Entrounogrupo Tufoda Mafalalaem2000, após
a morte doseu sogro. “Quando Malatana Saide estava
para morrer deixou o grupo em minhas mãos, desde
ai é cantar e dançar” conta alegre.
Portanto, esta é uma clara evidençia da existência de Tufo na Provinçia de Maputo.
3.3.1.2 Realização de Actividades Culturais na Ilha de Moçambique
A Ilha de Moçambique está materialmente associada a acontecimentos históricos (entreposto de
ligação da Europa ao Oriente e tráfico de escravos), tradições vivas (cultura Swahili, Macua, danças,
técnicas de construção), e a obras artísticas de significado universal excepcional. (GRUPO II, 2021)
Os grupos culturais existentes principalmente de mulheres ligam-se às expressões artísticas e
musicais tradicionais. Em alguns casos certas manifestações artísticas implicam a criação de grupos
especializados, como é o caso da dança maulide naquira, dançada exclusivamente por homens. A
maioria dos grupos culturais institucionalizados dedica-se, no entanto, à dança tufo. Alguns
desses grupos associam à execução do tufo outras danças, em especial a dança nsope, uma dança
feminina, cuja origem é atribuída à integração em ritos de iniciação femininos, mas que vem assumindo
funções lúdicas. (GRUPO II, 2021)
3.3.2 GASTRONOMIA
Da gastronomia local é algo muito apreciado pelos turistas e locais visto que é algo que foi trazido de
várias gerações. Onde pode se encontrar:
Imagem 9: Grupo de tufo - estrela vermelha
Fonte: Muhipiti com vida

19
Tabela 4: Gastronomia local
Sirisiri; Nicotocoto;
Sanana; Nimino;
Caracata
Peixe frito Doce de amendoim;
Como ilações, a cidade carece de iniciativas criadoras e geradoras como realização de eventos
culturais de grande dimensão a nível regional, nacional e internacional que apostam na exaltação e
valorização da cultura imaterial, assim como nos aspectos sociais ligados a questão cultural.
Partindo do pressuposto Património Mundial da Humanidade, pode muito bem traçar acções
estratégicas tangentes a questão cultural e social com o intuito de promove-los, entreter os
visitantes e a população local gerando lucros, sem tanger ou alterar fisicamente o património imóvel
da Ilha de Moçambique.
3.4 DADOS ESTATÍSTICOS SOBRE CULTURA A NÍVEL NACIONAL
Fonte: (MICULT-Ministerio da Cultura e Turismo, 2014)
Imagem 8: Gastronomia típica da Ilha
Fonte: Portal do município
da Ilha de Moçambique
(Dados extraidos do relatorio do (GRUPO II, 2021)

20
3.4.1 GRUPOS CULTURAIS
De acordo com o gráfico 2.1 apresenta se grupos culturais registados no País, onde dos 5761 grupos
cadastrados em 2013, 55% dedicavam se à dança, seguindo-se os de música com 23%, teatrais com
12% e corais, com 10%.
Em 2018 foram cadastrados 9 976 grupos culturais, onde 60,2% dedicaram-se a dança, seguido de
Música Ligeira e Grupos corais com 12,9% e 13,3% respectivamente. A música tradicional com 6,8% e
teatro com 6,7%, foram as expressões culturais com menor número de inscritos (Gráfico 4.9).
Através do gráfico 2.1 e gráfico 4.9 nota-se uma tendência de evolução no que tange a grupos culturais
e conclui-se que o ramo da dança no país tem representado maior demanda, onde em 2014 foi
contribuiu em 55% e 60.2% em 2018, tendo se registado uma variação em 5.2% de aumento. Na
Ilha de Moçambique há existência de grupos de dança mencionados anteriormente.
O Gráfico 2.2 Mostra a evolução do número de grupos culturais por tipo de actividade que pratica entre
2011 e 2013. Os dados mostram que o número de grupos culturais de dança e música tem oscilado ao
longo de tempo, sobretudo de dança, que em 2011 representava 61%, passando para 69% em 2012 e
tendo baixado para 55% em 2013; enquanto que os grupos de música ligeira registaram um aumento
no período, ao passar de 14% para 17%.

21
O Quadro 2.1, mostra os grupos culturais quanto ao tipo de actividades de 2011 a 2013, onde se nota que
as Províncias de Nampula, Zambézia e Sofala, são as que tem maior número de grupos de dança.
Portanto, apesar da dança ser a actividade cultural mais praticada a nível nacional e em especial na
Ilha de Ilha de Moçambique não existem festivais ou eventos de intercâmbio cultural que visam
promover nacionalmente e internacionalmente a sua prática, na cidade em estudo bem como Nampula.
No entanto, pretende-se potencializar a Dança Tufo como chave para realização de outras
Danças.
3.4.2 FESTIVAIS CULTURAIS
Anualmente, o Ministério da Cultura e Turismo promove festivais provinciais de cultura e, de dois em
dois anos, os festivais nacionais, onde são exibidas diversas manifestações culturais, como a dança,
teatro, música ligeira e tradicional, canto, gastronomia, feiras entre outras realizações.

22
De acordo com Gráfico 4.11 Em 2018, foram inscritos 42 680 participantes nos festivais provinciais de
cultura, e Cidade de Maputo com 15 132 (cerca de 35,0%), registou maior número de participantes.
Manica com 2,4%, foi a província com menor participação. Nampula registou 1 124 (cerca de 3%),
3.4.3 PATRIMÓNIO CULTURAL E NATURAL
Os museus, casas de cultura, centros de interpretação, galerias, fortalezas, áreas de conservação,
reservas naturais e parques naturais, etc. constituem o património cultural e natural. (MICULT-
Ministerio da Cultura e Turismo, 2020)
De acordo com os dados apresentados no Gráfico 3.4, em 2020, o Jardim Zoológico e a Fortaleza de
Maputo destacaram-se pelo maior número de visitantes nacionais, contando com mais de 13 mil e 8 mil,
respectivamente. O Museu de História Natural de Maputo com 152 visitantes, foi o menos visitado. O
facto é que a Fortaleza de São Sebastião que é a maior do país não consta na lista do MICULT. O
desconhecimento da sua existência e reconhecimento podem ser alguns dos motivos que condicionam
o seu fracasso. Por outro lado, O Museu da c ficou na oitava posição em relação ao Jardim Zoológico
de Maputo.
A vertente cultural no país é disseminada, a preocupação que se coloca é: “Porque não vangloriar o
nosso Património Mundial da Humanidade? “Daí que surge a ideia de tornar a ilha de Moçambique
numa identidade cultural dinâmica e entretida do país, beneficiando se da sua identidade patrimonial.

23
3.5 HABITÇÃO E CONSTRUÇÃO
Arquitectonicamente, a Ilha está dividida em duas partes: a"cidade de pedra" e a "cidade de macuti".
A “cidade de pedra” tem cerca de 400 edifícios, incluindo os principais monumentos (Imagem 2),
E a “cidade de macuti”, na metade sul da ilha, tem cerca de 1200 casas de construção precária. No
entanto, muitas casas de pedra são igualmente cobertas com macuti (Imagem 3).
3.5.1 TIPO DE MATERIAL DE CONSTRUÇÃO DAS HABITAÇÕES
Tabela 5:Materiais De Construção Usados na Ilha De Moçambique
TIPO DE MATERIAL
DISTRITO
Número %
Bloco de tijolo 125 1.1
Madeira/zinco 18 0.2
Bloco de adobe 1,738 15.5
Caniço/paus/bambú/palmeira 254 2.3
Paus maticados 7,146 63.6
Lata/cartão/papel/saco/casca 8 0.1
Outros 86 0.8
Tipo de Cobertura das Casas 11,240 100.0
Laje de betão 202 1.8
Telha 30 0.3
Chapa de lusalite 633 5.6
Chapa de zinco 1,536 13.7
Capim/colmo/palmeira 8,635 76.8
Outros 204 1.8
Tipo de Pavimento das Casas 11,240 100.0
Madeira/parquet 104 0.9
Mármore/granulito 10 0.1
Cimento 3,126 27.8
Mosaico/tijoleira 60 0.5
Adobe 5,994 53.3
Sem nada 1,907 17.0
Outros 39 0.3
Fonte: Grupo II 2021

24
3.6 CONTRIBUIÇÃO DA QUESTÃO CULTURAL E SOCIAL NA ECONOMIA LOCAL.
A cultura na Ilha de Moçambique esta incutida no turismo. Considerando que de acordo com o (GRUPO
V, 2021) o turismo contribui com 14% na economia da Ilha de Moçambique, como se ilustra no gráfico a
seguir. É importante salientar que o turismo cultural é o principal vector que influencia a
interculturalizalição, consequentemente influenciar no cenário de expansão, desenvolvimento e
conexão da economia, pessoas entre a Ilha de Moçambique e outros lugares.
Por sua vez o turismo é impulsionado pelo património cultural patente na arquitectura, hábitos e
costumes dos cidadãos. Este tipo de turismo representa a maior demanda e destaca-se como o ponto
forte que caracteriza a cidade. Devido à esta qualidade, a Ilha de Moçambique foi reconhecida e
declarada como património mundial pela UNESCO. (GRUPO II, 2021).
Fonte: (GRUPO V, 2021)

25
Sendo assim, uma vez que o património imóvel na Ilha de Moçambique é meramente a actual atracção
turística, de apoios e investimentos, pretende-se tornar a Ilha numa identidade cultural inerente ao
capital social humano que poderá catapultar a economia local e do País, atraindo pessoas, bens e
serviço, e poderá aumentar a coesão tanto territorial como a coesão social, o que poderá também
estimular a dinâmica existente, constituir a maior atracção e diversão turística, contudo, criar
melhores oportunidades de emprego e sobretudo se destacar na vitrine de competitividade da Ilha com
os outros lugares ao longo da costa e mundialmente.
4 PRINCIPIAIS GRUPOS ÉTNICOS DE MOÇAMBIQUE
Moçambique possui uma rica e longa tradição cultural de coexistência de diferentes raças, grupos
étnicos e religiões, ora isto reflecte a diversidade de valores culturais que em conjunto criam as
identidades do Moçambique moderno. (Machaca, 2020). De acordo com essa informação (MINED,
1986:36), os povos agrupam-se de acordo com os regimes de parentesco. O rio Zambeze constitui-se
numa fronteira natural desses regimes em Moçambique.
Fonte: (GRUPO V, 2021)

26
4.1 CULTURA NA REGIÃO SUL
A sul, encontram-se os povos patrilineares congregados nos seguintes grupos: Shona, Tsonga, Chope
e Bitonga. Entre os povos patrilineares figura também o grupo Nguni (Xichangana), cujos núcleos se
encontram espalhados pelo País.
4.1.1 LÍNGUAS
De acordo com (Anonymous, 2017) na região sul de Moçambique Xichangana é a língua mais falada,
sendo esta, de origem “bantu”, falada, exactamente na província de Gaza e na província de Maputo, nos
distritos de Magude, Moamba e em algumas localidades ou arredores do distrito da Manhiça.
exactamente na província de Gaza e na província de Maputo, nos distritos de Magude, Moamba e em
algumas localidades ou arredores do distrito da Manhiça.
4.1.2 RELIGIÃO
Quanto à religião está mais ligada a religião cristã, Zione/ Sião, Católica, Evangélica/ Pentecostal,
Islâmica e Anglicana.
Tabela 6: Dados percentuais de CENSOS de 1997 e 2007
DADOS DE CENSOS
1997 2007 RELIGIÃO
15,9% 14,3%; não pertencer a qualquer seita religiosa
38,7% 25,2% número de pertecentes a Igreja Zione
21,6% 23,1% número de católicos
4,6% 5,3%, muçulmanos
10,6% 21,2% protestantes
4.1.3 DANÇA
No que toca a este aspecto, na zona sul, existem vários tipos de dança, dentre as quais se destacam,
danças tradicionais: Xigubo, Ngalanga, Xingomani, Makuaela, Makuai.
4.1.3.1 Dança Tufo Na Provinçia De Maputo
Segundo Zaquia Rachid, 47 anos, Rainha do Tufo como se auto-intitula numa entrevista concedida ao
(NGUANE, 2020), pratica a dança desde os seus 10 anos. Entrou no grupo Tufo da Mafalala em 2000,
(Dados extraidos (Anonymous, 2017)

27
após a morte do seu sogro. “Quando Malatana Saide estava para morrer deixou o grupo em minhas
mãos, desde ai é cantar e dançar” conta alegre. Portanto, esta é uma clara evidençia da existência
de Tufo na Provinçia de Maputo.
4.1.4 GASTRONOMIA
No que concerne aos hábitos alimentares, na Zona Sul temos a Matapa, cacana, xiguinha, macofo e
nhangana. (Anonymous, 2017)
4.1.5 CASAMENTOS
Se um homem está interessado por uma Mulher, tem de falar para os seus pais, em seguida interpela-
se à família que a moça pertence, por formas que os pais do homem entrem em contacto com a família
da Mulher, de modo que chegado lá não tenham nenhuma complicação. Usa-se a expressão seguinte:
“yikombela mati” que significa, estamos a pedir água e a família da mulher perguntará qual é a água
que eles precisam( água é a expressão que se usa porque a mulher chegado em casa do marido terá
de fazer todos os trabalhos de casa incluindo procurar água para ser utilizado em casa). Em seguida
os familiares da Moça irão dizer quais são os requisitos necessários para que ela saia de casa (é o
caso de lobolo e/ou casamento). (Anonymous, 2017) Lobolo é um costume cultivado até hoje no sul de
Moçambique. A família da noiva recebe dinheiro pela perda que representa o casamento e a ida para
outra casa. No entanto, o lobolo tem significado de unir os antepassados das duas famílias (a do noivo
e a da noiva), pedir aos antepassados que dêem sorte ao novo lar e sobretudo a fertilidade da noiva;
garantir protecção da mulher na família do seu marido e finalmente passa a pertecer a família do seu
marido; garantir o direito a noiva continuar na casa do marido a cuidar dos filhos, caso este morra o
irmão do marido assume a esposa como herdeiro da família. (Anonymous, 2017)
Quanto aos casamentos, na zona sul, um jovem honesto passa por 3 Casamentos: Tradicional ou
lobolo, Civil e Religioso. Todavia, o lobolo é imprescindível, razão pela qual o governo reconhece como
legítimas às famílias constituídas neste casamento, desde que as estruturas comunitárias de base
assistem e enviem relatórios à administração local, esta por sua vez assenta no registo civil que três
meses depois os noivos podem ir assinar o registo do seu casamento, desde que autorizados pelos
seus pais.

28
4.2 CULTURA NA REGIÃO NORTE
A norte daquele rio localizam-se os povos matrilineares: Makonde, Yao, Makhuwa, Nyanja e outros
localizados no Zambeze superior, como os Nsenga e os Pimbwe, por exemplo.
4.2.1 OS MAKONDES
São um povo da África oriental, que habita 3 planaltos do norte de Moçambique e sul da Tanzânia. Povo
Bantu provavelmente originário de uma zona a sul do lago Niassa – Na fronteira entre Moçambique,
Malawi e Tanzania. A hipótese desta origem foi apurada a partir da análise de fontes escritas e orais, e
é ainda reforçada por semelhanças culturais com o povo Chewa, que ainda hoje habita uma vasta zona
a sul e sudoeste do lago Niassa, no Malawi e na Zâmbia. (Anonymous, 2017)
4.2.2 ACTIVIDADES PRINCIPAIS
Agricultura e a escultura. Os Makondes são apreciados mundialmente pelas suas belas máscaras e
esculturas em madeira, que reflectem a sua estética e cultura ricas. Todos os tipos de objectos são
feitos com grande sensibilidade estética e demonstram um amor pela beleza, caixas de remédio e rapé,
cachimbos, rolhas de garrafa, bilhas, potes e panelas de cerâmica, tambores, insígnias de poder,
instrumentos rituais, etc. (Anonymous, 2017)
4.2.3 DANÇA
Os Makondes, assim como muitos outros povos, dão muita importância aos ritos de passagem, sendo
os mais importantes os ritos de iniciação masculina e feminina. O Mpiko é a dança mais importante dos
Makondes, ligada aos ritos de iniciação masculina. Para a dança, um jovem mascara-se de homem ou
animal,vestindopanose usandoumamáscaraMapikonacabeça.Existemváriospassosqueodançarino
executa, sempre em sintonia com a música dos tambores, apresentando uma espécie de encenação
teatral, que encanta e diverte todos os que assistem. Depois de um extase de actividade por parte do
dançarino, segue-se uma encenação de perseguição e fuga, entre o dançarino e um grupo de aldeões.
4.2.4 RELIGIÃO
A maioria dos cerca de 1.260.000 Makondes mantêm uma religião tradicional embora parte da
população seja hoje cristã.

29
5 ILHA DE MOÇAMBIQUE
De acordo com o (TURISMO, Setembro de 2021) é no seu todo um lugar de lazer e se destaca no
mercado internacional devido a sua singularidade histórica, cultural e a valiosa conjuntura
arquitectónica. Neste contexto, na classificação da UNESCO se difere com os demais no mundo
inteiro, por obedecer os critérios (iv) - ser um exemplo de um tipo de edifício ou conjunto
arquitectónico, tecnológico ou de paisagem, que ilustre significativos estágios da história humana; e
(UNESCO, 2005)
(v) – ser um exemplo destacado de um estabelecimento humano tradicional ou do uso da terra, que
seja representativo de uma cultura (ou várias), especialmente quando se torna(am) vulnerável(veis)
sob o impacto de uma mudança irreversível; (UNESCO, 2005)
Os critérios constituem (VUE) o Valor Universal Excepcional. Portanto, toda cidade da Ilha é um
potencial cultural, isto é, uma identidade com características únicas no mundo.
Imagem 1: Fortaleza de são Sebastião na Ilha de Moçambique
Fonte: (ARPAC – INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO SOCIOCULTURAL, 2007)

30
6 ESTATÍSTICAS DE IDENTIDADES CULTURAIS NO MUNDO
Tabela 7: Países e seus locais ou edifícios classificados património cultural pela UNESCO
Países Locais ou edifícios (UNESCO)
Itália 50
França 39
Estado Unidos 11
Espanha 42
Reino Unido 27
Moçambique (Ilha De Moçambique) 26
Gráfico 1: Locais ou edifícios (UNESCO
É importante frisar que que Ilha é no seu todo património cultural. Porém, para a sua respectiva
comparação com os demais, levou-se em consideração o número de edifícios de grande destaque
cultural como a Fortaleza De São Sebastião, Monumento aos mortos da grande guerra, Armazém
de Sal Nank Arramo, Primeira Mesquita de Moçambique, Estátua de Vasco da Gama, Capitania,
entre outros. Portanto, Através do gráfico percebe-se que a Ilha de Moçambique apresenta cerca de
13% do seu património de interesse cultural que por sua vez, identificam a cidade, colocando o País na
vitrine competitiva no mundo. Na liderança esta a Itália com 26% e EUA na Ultima posição com de 6%.
0
10
20
30
40
50
60
Itália França Estado Unidos Espanha Reino Unido Moçambique
(Ilha De
Moçambique)
Fonte: Adaptado pelo Autor 2021 ( Dados Extraídos de Sítios de Patrimonio Muindial UNESCO)
Fonte: Adaptado pelo Autor 2021 ( Dados Extraídos de Sítios de Patrimonio Muindial UNESCO)

31
Tabela 8: Turistas de interesse cultural registados em 2018 por cada País
Países Turistas registados
Itália 58 900 000
França 86 900 000
Estado Unidos 75 900 000
Espanha 81 800 000
Reino Unido 37 600 000
Moçambique 2 700 000
Gráfico 1: Turistas de interesse cultural registados em 2018 por cada País
Em relação aos turistas a Ilha recebeu cerca 57548 em 2018. E o país todo recebeu 2700000 que
corresponde a 1% de turistas. Esse facto demonstra uma fraca promoção da identidade cultural
nacional.
Portanto, o Plano prevê a implementação de estratégias que visam a promoção e internacionalização
da cultura Moçambicana de modo a enaltecer e afirmar a vocação da Ilha e o Pais.
17%
25%
22%
24%
11%
1%
Itália França Estado Unidos Espanha Reino Unido Moçambique
Fonte: Adaptado pelo Autor 2021 (Dados Extraídos de GRUPO II e
Fonte: Adaptado pelo Autor 2021 (Dados Extraídos de GRUPO II e

32
7 CAPÍTULO: EXEMPLOS DE EVENTOS NACIONAIS E INTERNACIONAIS EVENTOS
CULTURAIS E SOCIAIS
O FESTIVAL AZGO
É o mais conceituado festival internacional
de artes em Moçambique. Reunindo um
programa diversificado e de música de
qualidade, cinema e dança para a cidade de
Maputo. Azgo é uma celebração
contemporânea de artes e cultura, com um
forte enfoque em artistas de Moçambique e
de todo o continente africano.
NATIONAL ARTS FESTIVAL
É o maior festival da África do Sul. A
edição de 2019 contou com mais de 2 mil
performances, durante 11 dias de
programação em 90 espaços da cidade.
Artistas consagrados e emergentes das
nove províncias sul-africanas dividem os
holofotes, celebrando diferentes estilos
da música, dança e artes visuais.
FESTIVAL DE DANÇA DE JOINVILLE
É um festival de dança que ocorre todos os anos no mês de Julho na cidade de Joinville, Santa Catarina.
Foi criadoem1983 pelo professor de baléCarlos Tafur ea artista plástica AlbertinaTuma eactualmente
é considerado, pelo Livro Guinness dos Recordes, como o maior evento no mundo em número de
participantes - cerca de 4.500 bailarinos.

33
CARNAVAL
O carnaval tem sua origem na Grécia em
meados dos anos 600 a 520 a.C., a festa
de “carnis levale” marcava o “adeus à
carne” e a partir dela se fazia um grande
período de abstinência e jejum – a
quaresma. Desde aquela época as
festividades ocorriam de modo
extravagante, dois milênios se passaram e pode-se dizer que o maior carnaval do mundo atravessou o
oceano e ganhou ainda mais força em terras brasileiras.
As celebrações do carnaval são as mais distintas possíveis, dos desfiles das escolas de samba
internacionalmente famosos, passando por festas em clubes e - os mais interessantes para aqueles
que buscam viver o espaço urbano - cortejo de blocos nas ruas.
8 CAPÍTULO: DEFINIÇÃO DE CENÁRIOS
8.1 POTENCIALIDADES
1. Existência de um conjunto arquitetónico considerado pela UNESCO como Património cultural da
humanidade, que constitui um valor universal excecional, visto que esta conjuntura constitui um
dos principais motivos que influenciam o interesse nacional e internacional pelo turismo na Ilha de
Moçambique;
2. Elevada mão de obra ativa devido a taxa alta de natalidade verificada na ilha que pode dinamizar a
economia local;
3. Existência de um Museu que conta a história da Ilha e de parte do país, se apropriando da cultura
e valorizando sua história;
4. Segurança para a livre circulação de locais e turistas;

34
5. Existência da Fortaleza de São Sebastião, uma das maiores atracções turísticas da Ilha, devido a
sua imponência da arquitetura militar, sendo a única existente na região norte e a maior do país
seguido da fortaleza de Maputo;
6. Presença de associações responsáveis pelo aconselhamento, gestão, e monitoramento dos outros
grupos ou pequenas associações como (associação dos pescadores etc.), possibilitando dessa
forma uma organização na sociedade, bem como torna-la democrática, justa e segura.
8.2 TENDÊNCIAS DE DESENVOLVIMENTO
Tabela 9: Factores de mudança
Tendência de mudança Factor de mudança Impacto da mudança
Contra tendência
-Covid-19
-Desaparecimento da história;
-Surgimento de novas
tendências arquitetónicas que
não se enquadram no contexto
histórico;
-Baixo nível de escolaridade.
Alto
Aceleradora
-Crescente produção agricola;
-Crescimento dos
estabelecimentos hoteleiros e
de hospedagem;
-Elevada mão de obra ativa.
Médio
Obstáculo
-Alterações de clima;
Ma conservação dos edifícios
do património da arquitetura. -
-Gerência feita por entidades
externas;
-Limitada demanda na
diversidade de atividades
turísticas;
-Falta de áreas edificável e
assimetria arquitectónica e
social.
Alto
Fonte: Autores 2021 (extraídos do cenário eleito na turma)

35
8.3 CENÁRIO CENÁRIO APROVADO
Cidade baseada na expansão, desenvolvimento e conexão da economia, pessoas e lugares
8.3.1 FUNDAMENTO DO CENÁRIO
a) Uma cidade baseada na expansão, desenvolvimento e conexão da economia, pessoas e lugares
poderá aumentar a coesão tanto territorial como a coesão social, o que poderá também
estimular a dinâmica existente e se destacar na vetrine de competitividade da ilha com os
outros lugares ao longo da costa e mundialmente.
b) Poderá também revitalizar áreas que estão em decadência como a pesca e o turismo que tem
grande potencial de serem desenvolvidas na ilha de mocambique porem devido ao baixo
aproveitamento destes vectores da economia.
c) Poderá também se destacar na competitividade na área de produção agricola pois haverá uma
conexão e interdependência de fornecimento de produtos entre a ilha de mocambique e o
continente e reduzira a segregação territorial.
8.3.2 ESTRATÉGIAS DEFINIDAS
1. Desenvolvimento da produção Industrial;
2. Dinamização do turismo;
3. Aumento do poder económico da população local;
4. Valorização dos agentes culturais;
5. Rentabilização de actividades culturais;
6. Aumento do apoio publico a cultura;
7. Aumento de espaços de exibição cultural;

36
9 CAPÍTULO: VISÃO ESTRATÉGICA
9.1 VISÃO
Tornar a Ilha de Moçambique no maior centro cultural socialmente integrada e entretida, dinamizador
da interculturalização que confirme a sua vocação para a cultura e a alegria de viver, com elevado
interesse na promoção e venda do potencial cultural e social existente em cada região de Moçambique,
elevando a cidade na vitrine competitiva e empreendedora, com capacidades de ser um centro de
geração de negócios para o pais e o mundo até 2032.
9.2 MISSÃO
Promover o convívio e entretenimento para livre expressão de manifestações socioculturais e difusão
do conhecimento na sociedade interna e mundial para o apoio à execução de estratégias de
desenvolvimento cultural sustentável,especialmenteasquecontribuampara promoção social, cultural,
artística, geração de empregos e conexão territorial.
9.3 PILARES ESTRATÉGICOS
Património
cultural da
humanidade
Traçar acções com vista a Gestão e Conservação património cultural patente
na conjuntura arquitectónica, hábitos e costumes numa perispectiva
sustentável e resiliente.
Turismo Cultural Dinamização do turismo cultural e Implementação de sectores de venda,
exibição cultural, em cada instância turística existente na ilha de
moçambique como estratégias de diversão turística.
Dança Trazer estratégias que visão privilegiar a dança local e de todo o país e
tornar esta como uma das actividades culturais inquestionáveis que
enaltecem a cidade.
Negócios O plano prevê criar oportunidades para espaços de negócios, como
realização de eventos culturais e entretenimento, eventos corporativos,
eventos sociais, numa perspectiva de geração de emprego.
Educação Traçar acções que visam disseminar o conhecimento e hábitos literários
como realização de eventos académicos com vista o desenvolvimento social
Associação da Ilha
de Moçambique
Envolver a entidade em todas as actividades decorrentes na Ilha partilhando
estrategicamente com entidades públicas e privadas, mas igualmente com
os cidadãos, a responsabilidade de participação activa nas dinâmicas dos
seus próprios processos de desenvolvimento local.

37
9.4 OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS
a) OBJETIVO 1
REFORÇAR A COESÃO SÓCIO-TERRITORIAL: com um enfoque territorial, introduzir as dimensões de
edificado, do urbanismo, da habitação e da cobertura das respostas sociais na área continental, tornar
o concelho de Ilha de Moçambique mais coeso reduzindo as assimetrias territoriais ao nível da
distribuição das respostas, serviços e equipamentos sociais nas quatro freguesias do concelho, bem
como aumentar e diversificar as soluções habitacionais para situações sociais específicas e assegurar
que o espaço público é inclusivo, respeitando a sustentabilidade ambiental.
b) OBJETIVO 2
MELHORAR O CONHECIMENTO E CAPACITAÇÃO DA REDE SOCIAL: implementar sistemas e
plataformas de recolha e disseminação de conhecimento (cultural em especial) que contribuam para a
eficiência e eficácia da rede (através da monitorização e avaliação das necessidades e respostas
sociais), e melhoria do funcionamento das organizações da rede (através da partilha de melhores
práticas), contribuindo para um desenvolvimento social mais inovador, eficiente e eficaz.
c) OBJECTIVO 3
VALORIZAÇÃO DA CULTURA - PROGRAMAS, PROJETOS, AÇÕES E EVENTOS: Promover acções e
eventos culturais com democratização, descentralização, promoção do intercâmbio cultural e
valorização da cultura local. Consolidar e institucionalizar, através de lei municipal, o programa
multicultural realizando festival, carnaval multicultural, reforçando o seu carácter democrático, a sua
descentralização e a valorização da cultura local em sua diversidade.
d) OBJECTIVO 4
CULTURA COMO VETOR DE DESENVOLVIMENTO - GERAÇÃO DE RENDA, FOMENTO À PRODUÇÃO E
INCLUSÃO SOCIAL: Transformaraculturaemvectordedesenvolvimentoeconómicoesocial,integrada
na ilha de moçambique com a implementação de um plano do complexo turístico cultural tornando-a
em um grande pólo de atracção e irradiação do turismo cultural para todo norte e País em geral.

38
9.5 VALORES
Dinamismo – Actuar em várias áreas culturais e sociais em épocas variadas considerando as
tendências de mudança que tem se verificado nos últimos tempos com a Covid-19.
Proatividade - Operamos num ambiente desafiante, competitivo, que se altera diariamente e onde a
iniciativa e a antecipação são fundamentais para acrescentar valor ao nosso serviço e obtermos o
reconhecimento.
Fortalecimento da Estrutura Humana/Social: Actuar na formação de profissional e Assistência
Técnica. Dentre outros seus valores estão: Segurança social, Responsabilidade socio ambiental e
Comprometimento.
9.6 PRINCÍPIOS
De modo que se esteja alinhado com a visão, é necessário que se seguem os princípios norteadores
abaixo:
1. Potencializar o envolvimento dos moradores locais nas actividades sociais e culturais,
contribuindo para um desenvolvimento social integrado.
2. Colaboração entre o sector público e parceiros privados ligados à cultura e patrimônio.
3. Integração regional, Nacional e observância de acordos internacionais.
9.7 LINHAS ESTRATÉGICAS
1. Concentrar esforços nos segmentos de maior impacto para o desenvolvimento do território
considerando o equilíbrio entre dinamismo econômico, melhoria de indicadores sociais e
sustentabilidade ambiental.
2. Adotar visão e atitudes inovadoras e empreendedoras na formulação e implantação de
programas socioculturais e projetos, considerando as dimensões económicas, sociais,
tecnológicas e ambientais.

39
9.8 METAS
1) Contribuir com conhecimentos e tecnologias na sociedade para a cultura no geral promovendo as
realizações e actuações no país e no mundo Inteiro até 2032.
2) Promover a identidade cultural frente a globalização até 2032.
3) Promover a cultura de massa nos produtos da indústria cultural no país, para os países região e
para fora do continente até 2024.
4) Desenvolver as actividades da cultura erudita praticadas na cidade capital Maputo e no mundo fora
para diversão turista na Ilha de Moçambique até 2027.
5) Aumentar em 10% o impacto económico gerado por tecnologias agregadoras de valor a actividades
socioculturais desenvolvidas por parceiros até 2032.
6) Aumentar em 50% o número de usuários de aplicativos e sistemas digitais até 2025.
7) Incrementar em 20% o benefício económico gerado por tecnologias promotoras de ganhos de
produtividade desenvolvidas por parceiros até 2032.
8) Viabilizar a incorporação pelo sector produtivo (adopção) de pelo menos, 6 soluções tecnológicas
para a indústria cultural com foco na dança, gastronomia, artes e cinematografia até 2027.
9) Aumentar em 10% os benefícios económicos derivados de políticas públicas formuladas com o
apoio de parceiros até 2024.
10) Contribuir para a inclusão produtiva através da geração de 5 mil novos empregos directos através
da industria musical em 2026.
9.9 PLANO DE MARKETING
O diferencial competitivo da Ilha de Moçambique é Ser o Centro/Vetrine Promotor da Coesão Social e
Cultural, onde serão promovidos:
9.9.1 EVENTOS CULTURAIS E DE ENTRETENIMENTO DE MOÇAMBIQUE
Festival Internacional da Cultura – Visando proporcionar experiência única de entretenimento
completo ao público, num ambiente encantador, poético e sobretudo enaltecedor, contando com
exibições de melhores danças nacionais e internacionais, exibições em palcos abertos e passarela da

40
dança, música, Exposições artísticas, apreciação do património arquitectónico e natural que a Ilha
oferece, unindo dessa forma a o mundo num só espaço físico.`
9.9.2 EVENTOS CORPORATIVOS
Feira Internacional da Gastronomia – Os utentes poderão deliciar-se das maravilhas do mundo na
culinária, oferecendo oportunidade única de provar os pratos típicos de cada cidade, país e região no
mundo inteiro. A feira irá servir com o mercado internacional para divulgação e promoção de inovações
gastronómicas e novos produtos agro-indústrias.
International Worksop – Aqui, serão realizados encontros académicos e sociais de nível internacional,
para possibilitar o aprendizado através da prática, exposição de novas ideias, onde cada País poderá
realizar Castings com o objectivo de seleccionar os seus melhores representantes.
Turismo Cultural – é uma realidade na Ilha de Moçambique que irá ser potencializado e emancipado
no sentido de tornar a cidade como o ponto de chegada, por ondem os utentes poderão ter acesso a
todos locais históricos culturais do país.

41
9.10 PLANO DE ACÇÃO
Neste capítulo, apresentam-se as acções prioritárias a serem realizadas de 2022 a 2032. O Plano de
Ações Estratégicas a seguir compreende as etapas da Visão, Missão, Linhas Estratégicas, Objectivos
estratégicos, considerando um espaço temporal de curto e médio e longo prazo, estabelecendo metas
e atribuindo responsabilidades e compromissos a cada sector interveniente na operacionalização do
Plano. e Plano de Acção quanto a promoção, internacionalização e venda da cultura moçambicana.
Numa perspectiva da cultura de massa, isto é, produção cultural industrial foram utilizados os eixos
temáticos: Fortalecimento Institucional (governança, organização, planeamento), Infra-estrutura
(Actuações, estradas, recursos hídricos, energia), Inovação e Tecnologia, Acesso a Mercado e
Promoção, Fortalecimento da Estrutura Humana/Social (qualificação profissional, assistência técnica),
e Sustentabilidade (gestão ambiental).
Promoção
A Ilha de Moçambique irá utilizar algumas ferramentas para permitir o acesso a informação e manter
a comunicação com o mundo, por meio de TVs Nacionais, redes sociais (Facebook, Instagram,Twitter e
Watsap), jornais, revistas e WEB sites. Para alem das ferramentas irá investir em associações, debates
públicos, e parcerias com o governo do Pais para divulgar a sua marca.
Internacionalização
Para conviver com o resto do mundo, a Ilha de Moçambique ira desenvolver eventos corporativos
(workshop, Feiras) e eventos culturais e de entretenimento (Festivais Mundiais, Exposições artísticas)
com enfoque nas diferentes áreas culturais (Dança, Gastronomia, Cinematografia, Teatro, musica
clássica, tradicional etropical),onde poderão participar váriasidentidades culturais nomundodemodo
a atrair os seus clientes para difundir e consumir a sua identidade.

42
9.10.1 PROGRAMA DE ACÇÕES
Tabela 10: Programa de Acções
Eixos Temáticos Acções Parceiros
Nível de
Prioridade
Período de
Implementação
FORTALECIMENTO
INSTITUCIONAL
(GOVERNANÇA,
ORGANIZAÇÃO,
PLANEAMENTO)
• Parceiros Público-privados;
• Modernizar os sistemas de
informação;
• Prioridade nas politicas socio-
e culturais e nos investimentos
direccionados;
• Fortalecimento aos grupos
informais (formalizar o
trabalho) da cultura industrial;
• Modernizar e revitalizar as
estruturas;
• Consórcio inter-regional
• Fortalecimento do CMIM
(Conselho Municipal da Ilha de
Moçambique);
• Aumentar a qualidade dos
serviços internos.
(Governo, Investidores,
CMIM (Conselho
Municipal da Ilha de
Moçambique), Sociedade
Civil).
Curto 2022-2024
FORTALECIMENTO
DA
ESTRUTURA
HUMANA/SOCIAL
(QUALIFICAÇÃO
PROFISSIONAL,
ASSISTÊNCIA
TÉCNICA)
• Instituto Superior de Cultura e
Artes da Ilha de Moçambique;
• Saúde básica para o distrito da
Ilha de Moçambique;
• A inserção na grade curricular
da rede municipal de ensino
das cadeiras técnicas da
cultura e artes;
• Organização de extensão
cultural tradicional.
• Campanhas de capacitação,
educação, conscientização e
pertencimento;
• Priorização das praticas de
actividades socioculturais
locais.
• Realização de cursos,
palestras, capacitações
visando o fortalecimento dos
grupos culturais locais;
• Instalação de sectores
culturais em todas instancias
turísticas;
• Programa de mobilização
integrada entre
associações/sindicatos e o
poder público na valorizarão
das actividades socioculturais
e seus praticantes.
Governo, AAIM
(Associação dos Amigos
da Ilha de Moçambique)
ONGs, UNESCO
(Organização das Nações
Unidas para a Educação,
Ciência e Cultura),
Sociedade Civil.
Médio 2022-2025

43
INOVAÇÃO
E
TECNOLOGIA
• Politica de implantação de
novas TVs;
• Criação novas plataformas
digitais e canais na youtube
• Implantação de teleteatros
comunitários;
• Criação de industrias culturais
mediáticas como Hollywood;
• Capacitação em novas
experiências tecnológicas
sociais;
• Incentivar e possibilitar a
acesso energia alternativa;
• Tecnologia para saneamento
básico de baixo impacto
ambiental;
• Capacitação de gerenciamento
por sistema de informações.
BAD (Banco Africano de
Desenvolvimento), AWHF
(Fundo Mundial para o
Património Africano),
CRAterre – ENSAG
(Centro Internacional de
Arquitectura de Terra),
DINAC (Direcção
Nacional de Cultura) e
ICCROM Centro
Internacional para
Estudo da Preservação e
Restauro de Bens
Culturais.
Alto 2022-2032
ACESSO
A
MERCADO
E
PROMOÇÃO
• Marketing;
• Internacionalização;
• Intensificação da utilização de
redes sociais (Facebook,
Instagram,Twitter e Watsap);
• Ligação cultural inter-regional;
• Acesso ao crédito para
aquisição de transporte para
viagens culturais e sociais;
• Programa de
marketing/propaganda activo
dos produtores da cultura de
massa;
• Promoção de feiras livres e
internacionais de gastronomia
e artes;
• Fortalecimento das relações
com as associações
internacionais de identidade
cultural;
• Estudo de mercado;
• Fortalecimento das
associações de cultura
popular;
MC (Ministério da
Cultura);
DPTCN (Direcção
Provincial de
Transportes e
Comunicações de
Nampula), APETUR
(Associação dos
Pequenos Empresários
de Turismo da Ilha de
Moçambique).
Alto 2022-2032
INFRA-ESTRUTURA
(ACTUAÇÕES,
ESTRADAS,
RECURSOS
HÍDRICOS,
ENERGIA)
• Preparação das áreas publicas
e privadas para actuação de
eventos;
• Garantia desaneamento básico
para a área insular e
continental;
• Revitalização das redes de
abastecimento hídrico e de
energia eléctrica;
• Melhoria da malha viária
municipal;
• Fortalecimento da indústria
cultural na região;
• Construção de pavilhão
intermunicipal;
(Governo, investidores,
MC-ministério da cultura,
MOPH- Ministério das
obras públicas e
habitação e sociedade
civil)
Alto 2022-2027

44
• Alargamento da Ponte que liga
a zona insular com a
continental;
• Construção de aeródromo na
zona continental.
SUSTENTABILIDADE
(GESTÃO
AMBIENTAL)
• Politica de poluição sonora;
• Politica de poluição de águas
do mar e espécies marinhas;
• Politica contra o fecalísmo a
céu aberto;
• Uso consciente e sustentável
dos recursos hídricos;
• Fortalecer o programa do
bolsa verde;
• Incentivar e fortalecer a
produtividade cultural;
• Conservação, preservação e
gestão do património Cultural;
• Implantação de sistema de
qualidade da água;
• Implantação de pontos
acessíveis de colecta de
resíduos sólidos.
• Campanhas de educado
ambiental;
• Reflorestamento;
• Conscientização do correcto
uso de tecnologias
(audiovisuais, painéis e
publicitários, aparelhagens de
som)
• Perseguir as metas do plano
municipal de saneamento
básico.
INAMAR
(Instituto Nacional da
Marinha) Projecto 7
Cidades (Projecto de
Gestão do Ambiente
Urbano para Sete
Municípios), GACIM
(Gabinete de
Conservação da Ilha de
Moçambique) e CDS
Centro de
Desenvolvimento
Sustentável.
Alto 2022-2032
9.11 PLANO FINANCEIRO DE EXECUÇÃO
Em conformidade com o descrito na tabela de acções, investiu-se na procura de outros parceiros
público-privados de modo a operacionalização e efectividade do presente plano.
Considerando que, o patrocínio é normalmente considerado como um negócio entre duas partes e que
dá dinheiro, géneros ou know-how; e que em troca, a parte Patrocinada (individual, evento ou
organização) oferece os direitos e as associações. Neste sentido, os outros patrocínios são: ARPAC
(Instituto de Investigação Sociocultural), ASDI (Agência Sueca de Desenvolvimento Internacional), CMC
(Centro Multimédia da Ilha de Moçambique), CIHA (Centro Internacional de Actividades do Património)
e ICCROM (Centro Internacional para Estudo da Preservação e Restauro de Bens Culturais).
Fonte: Autor 2021

45
10 CAPÍTULO: DISPOSIÇÕES FINAIS
10.1 CONCLUSÃO
A correta interpretação das tendências culturais é fundamental para a qualidade do planeamento
estratégico em todos os níveis. Entender as preocupações acerca dos impactos sociais e econômicos
das atuais tendências, é fundamental, em especial daquelas que podem mais fortemente influenciar a
área de estudo directamente, contudo não se pode descartar a realidade dos impactos sobre outras
áreas.
Com o planeamento do desenvolvimento das cidades se persegue uma racionalidade mais justa de
distribuição espacial da população e das atividades econômicas, evitando-se e corrigindo-se as
distorções do crescimento urbano e seus efeitos negativos no meio ambiente e promovendo-se a
prosperidade econômica e social.

46
10.2 BIBLIOGRAFIA
Anonymous. (30 de Julho de 2017). Cultura do Povo Moçambicano.
Anonymous. (30 de Julho de 2017). Os Makondes de Moçambique.
ARPAC – INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO SOCIOCULTURAL. (2007). INVENTÁRIO DO PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL DE
MOÇAMBIQUE. Maputo.
GRUPO II. (2021). Demografia, Sociocultura, Estudos da Demanda Da Ilha de Moçambique. Nampula.
GRUPO V. (2021). Dinâmica econômica local e regional, a atividade econômica e de subsistência. Nampula.
Heritage, W. (2021). Ilha de Moçambique Patrimonio Mundial. Maputo.
José, M.(25 de Julho de 2012). Danças Tradicionais de Moçambique. SUPER6. Acesso em 2 de Dezembro
de 2021, disponível em http://www.matopejose.com
Machaca. (28 de Abril de 2020). Principais Grupos Étnicos de Moçambique. Fonte: machaca@sapo.mz
MICULT-Ministerio da Cultura e Turismo. (2014). Esatisticas da Cultura 2014. Maputo.
MICULT-Ministerio da Cultura e Turismo. (2020). Estatiscas da Cultura 2020. Maputo.
Mozbox - Agência de turismo de passeio turístico. (18 de Agosto de 2020). DANÇA TUFO EM NAMPULA.
Mozbox . Acesso em 2 de Dezembro de 2021, disponível em https://www.moz.life/mozbox
Município da Ilha de Moçambique. (2022). Património Mundial da Ilha de Moçambique. Ilha de Moçambique Cultura .
NGUANE, H. (29 de Janeiro de 2020). Tufo: património cultural de Moçambique. (M. A. Reflexões, Ed.)
Jornal Notícias de Moçambique. Acesso em 2 de Dezembro de 2021
Scatena, L. (17 de 09 de 2018). Ao Ar Livre, Artes, Cultura & Diversão, Dica cool - QUANTO CUSTA VIAJAR. Fonte: QUANTO
CUSTA VIAJAR: https://quantocustaviajar.com/blog/os-dez-paises-que-sao-sinonimo-de-cultura/
TURISMO, D. M. (Setembro de 2021). RELATÓRIO. Ilha de Moçambique , Nampula.
UNESCO. (21 de Agosto de 2005). UNESCO - Critérios de seleção de Património Mundial. Fonte: UNESCO:
«Critérios de seleção» (http://whc.unesco.org/en/criteria.htm)

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