Este documento fornece orientações sobre diferentes tipos de azimutes utilizados em trabalhos topográficos, incluindo azimute magnético, verdadeiro, geodésico e de quadrícula, bem como suas relações angulares como declinação magnética e convergência meridiana.
3. 1.ORIENTAÇÃO PARA TRABALHOS TOPOGRÁFICOS
Por muito tempo, essa orientação de trabalhos topográficos foi
realizada com a materialização da meridiana magnética, utilizando
principalmente a bússola (e declinatória), definindo-se assim o azimute
magnético do 1º alinhamento.
A orientação magnética, em razão do movimento “relativamente
aleatório” dos polos magnéticos, sendo esses definidores da direção
norte-sul magnética, trazia inconvenientes em sua materialização e
aviventação futura.
5. 1.1 AZIMUTE MAGNÉTICO
Considerando que a Terra tem propriedades de um grande “magneto”, as
extremidades da agulha de uma bússola são atraídas por duas forças
atuando em dois pontos diametralmente opostos, que são os polos
magnéticos da Terra, os quais não coincidem com os polos geográficos.
A linha que une os polos magnéticos é denominada meridiano magnética.
O goniômetro utilizado para materializar a linha norte-sul magnética é a
bússola, e o azimute obtido é denominado azimute magnético.
6. 1.2 AZIMUTE VERDADEIRO
Este meridiano é definido pelos polos norte-sul verdadeiros, astronômicos
ou geográficos e considera a figura do geoide. Sua determinação pode ser
executada com as seguintes técnicas:
• Em função da distância zenital absoluta de um astro (Sol ou estrela) e
cálculos da astronomia de campo.
• Giroscópio: equipamento fundamentado no princípio inercial, permitindo a
obtenção do norte verdadeiro.
7. 1.2 AZIMUTE VERDADEIRO
• Determinando o azimute magnético e conhecendo a declinação
magnética.
• Determinando o azimute de quadrícula e conhecendo a convergência
meridiana (simplificação, adotando azimute verdadeiro igual ao
geodésico).
• A partir de dois pontos de coordenadas astronômicas conhecidas.
8. 1.3 AZIMUTE GEODÉSICO
O meridiano geodésico é definido pelos polos norte-sul geodésicos ou
elipsóidicos, considerando a figura do elipsoide. Sua determinação pode
ser executada com as seguintes técnicas:
• Determinando o azimute astronômico/verdadeiro e associando esse
ao geodésico (simplificação).
• A partir das medições das coordenadas geodésicas de dois pontos; por
exemplo, pelo rastreio por satélites GPS (cálculo indireto da Geodésia).
• Conhecendo a posição do meridiano de quadrícula e a convergência
meridiana.
9. 1.4 AZIMUTE DE QUADRÍCULA
É definido pelos polos considerando a projeção cartográfica adotada.
Considerando a projeção UTM, sua determinação pode ser executada com
as seguintes técnicas:
• Por meio do meridiano de quadrícula de uma carta UTM (p. ex., paralelo
ao meridiano central do fuso UTM).
• A partir das medições das coordenadas UTM de dois pontos; por exemplo,
pelo rastreio por satélites GPS (cálculo indireto da Geodésia).
• Conhecendo a posição do meridiano verdadeiro e a convergência
meridiana (simplificação).
10. 2. RELAÇÕES ANGULARES
Como visto, os azimutes são definidos em função do meridiano no qual se
deu a origem. Existem algumas relações entre esses meridianos, como:
• Declinação magnética
• Convergência meridiana
11. 2.1 DECLINAÇÃO MAGNÉTICA
A declinação magnética é o ângulo formado entre o meridiano magnético e
o meridiano verdadeiro (ou geográfico). Com relação à posição dos
meridianos, a declinação magnética pode ser
• Ocidental: meridiano magnético à esquerda do meridiano verdadeiro.
• Oriental: meridiano magnético à direita do meridiano verdadeiro.
• Nula: coincidência entre os dois meridianos.
12. 2.1 DECLINAÇÃO MAGNÉTICA
O valor da declinação magnética é variável, podendo ocorrer tanto no
espaço (variações geográficas) quanto no tempo (variações diurnas,
mensais, anuais e seculares), além de acidental.
Os processos de determinação da declinação magnética podem ser por
métodos da astronomia de campo por magnetômetros e pelos mapas
isogônicos e isopóricos.
13. 2.1 DECLINAÇÃO MAGNÉTICA
Considerando os mapas isogônicos e isopóricos, há:
• Linhas isogônicas: linhas que têm o mesmo valor de declinação
magnética.
• Linhas isopóricas: linhas que têm o mesmo valor de variação anual desta
declinação
14. 2.1 DECLINAÇÃO MAGNÉTICA
O cálculo da declinação magnética, por meio da carta isogônica/isopórica,
pode ser dado pela seguinte expressão:
𝐷𝑀 = 𝐶𝑖𝑔 + 𝐴 + 𝐹𝑎 . 𝐶𝑖𝑝
DM → declinação magnética
Cig → curva isogônica (valor angular interpolado)
C ip → curva isopórica (valor angular interpolado)
A → diferença entre o ano de construção da carta e o ano da observação
Fa → fração do ano.
16. 2.1 DECLINAÇÃO MAGNÉTICA
Há formas de predição do valor da declinação magnética para determinada posição
geográfica, que pode ser calculada com software encontrados na Internet, como:
• Modelo do International Geomagnetic Reference Field (IGRF), no site do
Observatório Nacional.
• Modelo do International Geomagnetic Reference Field (IGRF), no site do National
Geophysical Data Center (NGDC).
• Modelo do International Geomagnetic Reference Field (IGRF) e download do
programa DMAG, escrito por Luiz Ricardo Mattos, pelo site da Revista A Mira
https://www.ngdc.noaa.gov/geomag/calculators/magcalc.shtml?useFullSite=true#decl
ination
17. 2.2 CONVERGÊNCIA MERIDIANA
A convergência meridiana é o ângulo formado entre o norte verdadeiro e
o norte de quadrícula. A convergência meridiana é utilizada para
transformar o azimute verdadeiro, determinando, por exemplo, por via
astronômica, em azimute plano (norte de quadrícula), e vice-versa.
18. 2.2 CONVERGÊNCIA MERIDIANA
O azimute plano (ou de quadrícula) entre dois pontos pode ser dado pela
seguinte expressão:
O programa DMAG, possibilita o cálculo da convergência meridiana.
https://www.ufrgs.br/lageo/calculos/conv_mer_u.php