O documento descreve a trajetória da "Caravana Rolidei" e sua dificuldade em se adaptar às rápidas mudanças sociais trazidas pela modernização do Brasil nas décadas de 1970 e 1980, forçando seus integrantes a tomarem atitudes drásticas para sobreviverem financeiramente.
2. Este filme de 1979 do diretor
Cacá Diegues pode ser
considerado como um “divisor de
águas”, marcando a passagem de
um “Brasil Rural” para um “Brasil
moderno”, que sinalizava para o
desenvolvimento das relações de
produção capitalista.
O Brasil estava se modernizando,
mas isso não significava que as
relações sociais se tornariam mais
humanas, pelo contrário, esta
modernidade implicava um
“capitalismo selvagem”, um
“progresso sujo”, que
desagregavam famílias e culturas.
3. O filme inicia-se mostrando o cotidiano de um grupo
intitulado de “Caravana Rolidei”, que tinha inicialmente
como integrantes os personagens: Lorde Cigano (o cafetão
e o “produtor cultural” da caravana), Salomé (dançarina
do grupo, fazendo eventualmente “programas” de
prostituição) e Andorinha (negro forte e silencioso, que
fazia apostas de queda-de-braço, sempre em nome de um
retorno financeiro rápido e tranquilo).
4. A “Caravana Rolidei” se estabelece em uma cidade no
sertão do Nordeste, às margens do Rio Piranhas
(localizado no interior dos estados de Paraíba e Rio
Grande do Norte) e faz sua apresentação. Nesta
cidade conhecem Ciço (um sanfoneiro com “paixão
platônica” por Salomé) e sua esposa Dasdô (que
estava grávida e daria a luz na Rodovia
Transamazônica).
5. Chegando a Maceió se deparam com uma modernidade
muito mais avançada do que na cidade sertaneja do
começo do filme. Isto causa um impacto no grupo e faz
com que eles saíssem para um lugar mais tranquilo e
isolado. A “Caravana Rolidei” era moderna somente para
as cidades rurais do interior do Brasil, sendo anacrônicas
para uma metrópole com uma grande modernidade como
Maceió. Ela só tinha sucesso de público nas cidades mais
interioranas e não estava se adaptando às mudanças
sociais.
6. Eles resolvem sair de Maceió e param numa
cidade do interior do Nordeste que outrora
sempre dava muito lucro. Chegando lá eles não
conseguem fazer uma apresentação massiva e
lucrativa, resolvendo investigar o que estava
ocorrendo.
Esta cidade estava passando por um processo de
modernização patrocinada pelas prefeituras
locais. Estava colocando “televisões públicas” no
meio da praça, fazendo se modificar
rapidamente os gostos de entretenimento dos
moradores da cidade. Isto revoltará Lorde Cigano
que quebrará a “televisão pública”, fato que
forçaria a expulsão destes da cidade.
7. Os integrantes da “Caravana Rolidei” saem desta cidade e
vão para outra cidade interiorana e novamente não fazem
um sucesso de público e financeiro nesta cidade também,
por conta da condição de pobreza extrema dos moradores
desta cidade.
No caminho resolvem ir para a cidade de Altamira
(localizada às margens do Rio Xingu no estado do Pará),
pois lá seria uma possibilidade de o grupo retomar seus
lucros.
Em um braço-de-ferro, Andorinha perde o caminhão e todo
o dinheiro da “Caravana Rolidei”, forçando estes a
tomarem atitudes drásticas. A trupe vai à Belém (no estado
do Pará), onde a sensual Salomé começará a se prostituir,
o Andorinha sairá do grupo e Lorde Cigano começa a levar
em consideração a idéia de ir trabalhar numa mineradora.
Dasdô quase se prostitui, mas é impedida por Ciço, fato
que forçará o desligamento dos dois da caravana e a ida
deles para Brasília.
8. O casal Dasdô e Ciço agora com a sua filhinha já
crescida farão sucesso com uma banda de forró e
acabarão se reencontrando com a “Caravana
Rolidei”. Estes agora estarão mais modernizados,
com caminhão novo, roupagem nova e novos
integrantes (algumas mulheres). Lorde Cigano
dizem que eles estão modernos somente por ter
adicionado a letra Y na palavra ROLIDEY.
Lorde Cigano disse que eles ganharam muito
dinheiro fazendo contrabando de minérios para
estrangeiros e pediram a reincorporação de
Dasdô e Ciço à “Caravana Rolidey”. O casal
recusa o convite e o filme terminará com a
caravana saindo mais uma vez ao interior.
9. José Wilker Almeida nasceu
em Juazeiro do Norte, no
Ceará, em 20 de agosto de
1947, aos 13 anos foi morar
em Recife na capital de
Pernambuco. Membro
da Juventude Comunista
fazia peças de teatro no
sertão pernambucano com
outros jovens do partido nas
quais difundiam as ideias do
pedagogo Paulo Freire. Sua
estreia profissional
aconteceu com o
espetáculo “Julgamento em
Novo Sol” (1962).
10. Sua primeira aparição na televisão foi na
novela Bandeira 2, escrita por Dias Gomes.
Wilker mostrou talento e conquistou sucesso
com a clássica novela “Roque Santeiro”,
assim como contracenando com outros
grandes nomes da teledramaturgia: Regina
Duarte e Lima Duarte, mas foi no cinema que
Zé Wilker demonstrou talento e transformou
personagens atemporais.
Wilker morreu na casa da mulher, a jornalista
Claudia Montenegro, no Rio de Janeiro em 5
de abril de 2014, vítima de um infarto
fulminante, enquanto dormia.
11. Denomina-se ícone a uma representação de
um objeto ou pessoa.
O termo também pode ser utilizado de modo
figurado para aludir a um tipo de elemento
que representa uma determinada
circunstância ou fato.
Os ícones podem ser considerados de certa
forma, signos que comunicam uma
informação a um receptor, sendo que esta
informação associa o representado ao
representante.
12.
13. Índice é um signo que funciona como
indicador a algo com que ele está ligado.
É quando o significante remete ao significado
tomando como base a experiência vivenciada
pelo interpretador. Por exemplo, ao ver uma
imagem de um carro sem a maçaneta,
estando apenas um buraco no seu lugar, isto
é um índice de uma tentativa de assalto.
Mas isso só se torna evidente porque temos
experiências anteriores com assaltos, seja
através de experiências pessoais, seja por
reportagens vistas no telejornal diário.
14.
15. São signos muito mais complexos, não
guardam qualquer relação de semelhança ou
de contiguidade com o objeto que
representa.
A relação é puramente convencional.
Para compreender um símbolo é necessário
aprender o que ele significa.