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Fauna Auxiliar
Nelson Fernandes
Os insetos e outros animais que ocorrem frequentemente nos canteiros não
podem ser todos etiquetados de “nocivos”. A atribuição da categoria de
nocividade à fauna presente no local implica uma observação muito cuidadosa
da mesma.
A proteção das culturas não deve ser realizada cegamente, destruindo “tudo o
que mexe”, mas considerando antes de mais a horta ou o jardim como
ambientes vivos a fervilhar de vida.
Na Natureza existem organismos que auxiliam o agricultor a combater as pragas
e doenças, denominando-se estes, em agricultura biológica por “auxiliares”. Esta
fauna, num ecossistema equilibrado existe em quantidade suficiente de forma a
manter o equilíbrio entre a praga e o parasita.
As intervenções humanas que modifiquem as relações existentes entre os vários
componentes, provocam desequilíbrios biológicos que se traduzem no aumento
da população parasita.
FORMAS DE ACTUAÇÃO DA FAUNA AUXILIAR
Segundo Ferreira (1998), a fauna útil é muito numerosa e diversificada; os mais
abundantes são os insetos, mas também são importantes outros grupos como os
ácaros, os vertebrados (aves, mamíferos, répteis, batráquios) e os microrganismos.
Portanto a luta biológica consiste, sobretudo, em recorrer à ação de certas espécies, a
fim de reduzir as populações dos inimigos culturais.
No termo “auxiliar” encontram-se representadas três categorias principais de seres:
 Predadores: São os que necessitam de mais de um indivíduo, normalmente
capturado como presa, para completarem o seu ciclo de desenvolvimento.
Nalgumas espécies de insetos, como os Crisopídeos e os Sirfídeos, apenas as larvas
são predadoras, enquanto os adultos se alimentam de néctar. Noutras espécies de
insetos, adultos e larvas caçam ativamente, como é o caso dos Carabídeos,
Coccinelídeos, heterópteros predadores, etc. Enfim, um grande número de
predadores caçam para si mesmos ou para alimentarem as suas larvas ou os seus
filhotes: insetos, pássaros insectívoros, musaranhos, répteis, batráquios, morcegos,
etc.
FORMAS DE ACTUAÇÃO DA FAUNA AUXILIAR
 Parasitas (Parasitóides): É verdadeiramente parasita um animal que passa uma
parte, pelo menos, do seu desenvolvimento no interior dum outro animal. Muitos
destes animais pertencem à classe Insecta, que se desenvolvem total ou
parcialmente à custa do organismo de outra espécie que lhes serve de alimento, a
sua atividade alimentar acaba por matar o hospedeiro e, na forma adulta, têm vida
livre (Tricogramas). Nos entomopatogénicos há a possibilidade de atuação
essencialmente através de fungos, bactérias e vírus. Como a eficácia de um
entomófago reside principalmente na coincidência, no espaço e no tempo, entre
auxiliar e hospedeiro, a luta biológica não pode ter êxito sem a realização de
estudos prévios que permitam assegurar aquela coincidência (Baggiolini, 1982).
Alguns organismos podem ter funções de proteção, mantendo desde o início a
praga sob controlo, abaixo do nível económico de ataque, outros de limpeza uma
vez que entram em atividade depois da praga e não a impedem de ultrapassar o
nível económico de ataque; outros com a mesma função que os anteriores, só que
atuam em épocas diferentes.
FORMAS DE ACTUAÇÃO DA FAUNA AUXILIAR
 Polinizadores: Transportam involuntariamente o pólen de árvore em árvore, de
planta em planta, participando assim na fecundação das flores e, por conseguinte,
na formação das sementes e dos frutos. As abelhas são os insetos polinizadores
mais importantes.
FORMAS DE ACTUAÇÃO DA FAUNA AUXILIAR
Consoante a natureza dos inimigos das culturas a combater, podem utilizar-se, na luta
biológica, diferentes agentes:
 Contra pragas:
1. Dois tipos de entomófagos:
 Predadores de eficácia imediata;
 Parasitóides, de eficácia a longo prazo.
2. Três tipos de entomopatogénicos:
 Fungos (ex: Beauveria spp.);
 Bactérias (ex: Bacillus spp.);
 Vírus (ex: baculovírus).
FORMAS DE ACTUAÇÃO DA FAUNA AUXILIAR
 Contra fungos e bactérias:
 Fungos antagonistas (ex: Trichoderma spp.);
 Bactérias concorrentes (ex: Erwinia spp.).
 Contra infestantes:
 Vários artrópodes fitófagos.
ANIMAIS VERTEBRADOS
AS AVES
A importância das aves como limitadora da progressão de pragas, remonta a épocas
imemoriais. As aves cuja alimentação é feita à base de insectos, são denominadas de
insectívoras e amigas do agricultor, fazendo um bom controlo das populações
evitando desta forma que a praga prolifere.
Outras espécies de aves tem uma acção benéfica no controlo de lagartas, como é o
caso dos Chapins, outros preferem pulgões, moluscos, formigas, caracóis, ratos, etc.
Na natureza os seres vivos estão geralmente em equilíbrio e o controlo dos insectos é
feito em grande parte pelas aves insectívoras que deles se alimentam.
ANIMAIS VERTEBRADOS
AS AVES
Em Portugal há algumas aves que, por tradição são respeitadas e até acarinhadas,
como por exemplo, as andorinhas. Porém, isso não sucede com muitas outras aves,
que são muitas vezes mortas com armas e armadilhas, a sua destruição impede que
desempenhem a importante acção de controlo das populações de insectos. É este um
dos motivos pelos quais as aves insectívoras estão protegidas por lei. Vejamos
algumas das aves insectívoras que aparecem regularmente nos jardins:
As carriças fazem por vezes o ninho em buracos
das paredes das casas, ou por baixo das traves
das escadas. Durante a criação vão mais de
1000 vezes por dia ao ninho, para alimentar as
crias com insectos.
ANIMAIS VERTEBRADOS
AS AVES
Em Portugal, os piscos são mais abundantes durante o Inverno. Cantam
frequentemente em pontos bem visíveis, para assinalar o seu território.
O tamanho de cada território depende da
abundância de insectos e, muitas vezes, situa-se
em redor das casas.
ANIMAIS VERTEBRADOS
AS AVES
O Chapim–azul (Parus caerulea) e o Chapim-real (Parus major) são os pilares
da protecção das árvores de fruto contra o bichado da fruta (vermes das
maçãs, das pêras e das ameixas) e os afídeos (vulgo pulgões). Só a existência de
ninhos artificiais pode atenuar o desaparecimento das cavidades naturais
(árvores ocas, muros, por exemplo), sem os quais os chapins não podem
estabelecer os seus ninhos.
Os chapins mais vulgares são o real, o
azul e o preto. A sua especialidade é
procurar os insectos nas fendas e na
casca dos ramos das árvores. Por isso
há quem pense (erradamente) que
eles comem os frutos das árvores.
ANIMAIS VERTEBRADOS
AS AVES
As pequenas felosas procuram o
clima temperado de Portugal desde
finais de Agosto até meados de
Fevereiro. São activas caçadoras de
insectos de pequenas dimensões, em
especial junto às superfícies de água
Os ferreiros, ou rabirruivos, são
frequentes em volta das habitações e cantam muitas vezes
em cima dos telhados. Podem criar em buracos das paredes
ou em cima de traves. Caçam também grande número de insectos,
podendo-os apanhar no ar.
ANIMAIS VERTEBRADOS
AS AVES
As toutinegras passam a maior parte
do tempo escondidas na folhagem,
onde espiolham em busca de
comida. Na criação, um casal leva
aos filhos cerca de 500 lagartas por dia.
O melro é muitas vezes engaiolado por causa do
lindíssimo canto dos machos (o que é proibido).
Em liberdade, alimenta-se de caracóis, vermes e lagartas,
sendo por isso, um importante agente de limpeza
dos campos e hortas.
ANIMAIS VERTEBRADOS
AS AVES
As lavandiscas, ou alvéolas, estão
muito adaptadas à companhia do Homem.
A lavandisca-branca
acompanha os tractores que lavram a
terra, aproveitando os insectos que
ficam expostos. A lavandisca-cinzenta
apanha insectos junto das poças e
regatos e, por vezes, faz o ninho nas paredes
das casas.
ANIMAIS VERTEBRADOS
AS AVES
Os papa-moscas ou taralhões (o preto
e o cinzento) estão entre nós apenas
durante um curto período (fim do
Verão), para recuperar energias
durante a sua migração para África.
Neste período podemos vê-los
empoleirados nos galhos, dando caça
aos insetos que lhes passam ao alcance.
ANIMAIS VERTEBRADOS
AS AVES
As cotovias vivem sobretudo nos
espaços abertos dos campos, onde
comem grande número de insetos. O
seu cantar também é conhecido pela
beleza e variedade.
O cuco tem o hábito pouco simpático de pôr
os ovos no ninho de outras aves.
Porém, alegra as bouças com o seu canto de
Primavera e destrói grande número de lagartas,
sobretudo as peludas, como a processionária dos
pinheiros, causadora de grandes estragos.
ANIMAIS VERTEBRADOS
AS AVES
A poupa é uma bonita ave de
arribação, que chega no princípio da
Primavera. Muitas vezes faz o ninho nos
muros e nas paredes das casas,
alimentando as crias só com insetos.
Os gaios, para além de insetos,
apreciam muito as bolotas dos
carvalhos. Muitas vezes escondem-nas
na terra para as comer mais tarde.
Parte delas germina e dá origem a
novos carvalhos.
ANIMAIS VERTEBRADOS
AS AVES
Os pica-paus, ou petos (o verde e o
malhado) têm bicos muito fortes, com
os quais abrem buracos nas partes
mortas das árvores, em busca dos
insectos que aí se desenvolvem.
Os estorninhos são aves
predominantemente granívoras, mas que também consomem
grande quantidade de insetos, sobretudo durante a época de
alimentação das crias. Os estorninhos só estão entre nós em
grande número durante o Inverno, altura em que poucos
estragos podem causar. Na Primavera e Verão apenas
se encontra o estorninho-preto, cujas populações são reduzidas.
ANIMAIS VERTEBRADOS
AS AVES
Os pardais são responsáveis pelo
consumo de uma quantidade de
grãos e sementes apreciável. No
entanto, os insetos são-lhes
indispensáveis para alimentar a
criação. Quando se pensar em
controlar o número destas aves, deve-se
proteger o pardal-montês, cujas
populações são muito localizadas e
em números muito menores.
ANIMAIS VERTEBRADOS
AS AVES
As andorinhas são incansáveis caçadoras de insetos.
Apanham-nos em voo, com o bico aberto,
como se fosse um funil.
O Manual da Agrobio (1998), referencia como espécies mais importantes as seguintes
aves auxiliares: Chapim–real, Chapim-azul, a Toutinegra de barrete preto, Pisco de peito
ruivo, Rabirruivo, Cartaxo comum, Mocho galego, Coruja das torres, Poupa, andorinhas,
Melro, Estorninho malhado, Estorninho preto, Alvéola, Cegonha branca, Garça boieira,
Águia de asa redonda, entre outros. Outros autores referem ainda como aves
auxiliares: o Pica-pau-Verde, Trepadeira-azul, Trepadeira-comum e a Carriça.
ANIMAIS VERTEBRADOS
OS MAMÍFEROS
Amados por uns e odiados por outros, sem dúvida que estes pequenos seres
merecem o maior respeito por parte dos agricultores e jardineiros em virtude de
incluírem na sua alimentação alguns dos principais inimigos das culturas, como é o
caso dos caracóis, lesmas, gafanhotos, baratas, bichos de conta, etc. Dentre os vários
mamíferos deve-se procurar ter no jardim o ouriço-cacheiro, toupeira-comum,
musaranhos, morcegos (Morcego-anão, Morcego-arborícola-pequeno, Morcego-de-
franja).
ANIMAIS VERTEBRADOS
OS MAMÍFEROS
Amados por uns e odiados por outros, sem dúvida que estes pequenos seres
merecem o maior respeito por parte dos agricultores e jardineiros em virtude de
incluírem na sua alimentação alguns dos principais inimigos das culturas, como é o
caso dos caracóis, lesmas, gafanhotos, baratas, bichos de conta, etc. Dentre os vários
mamíferos deve-se procurar ter no jardim o ouriço-cacheiro, toupeira-comum,
musaranhos, morcegos (Morcego-anão, Morcego-arborícola-pequeno, Morcego-de-
franja).
ANIMAIS VERTEBRADOS
OS RÉPTEIS E ANFÍBIOS
Neste grupo estão incluídos: a Cobra
ferradura, o Licranço (cobra de vidro),
o Lagarto de água, a Osga, Salamandra, Sapo e
Rã-verde. Na sua alimentação incluem pequenos
mamíferos, caracóis, lesmas, insetos de várias
ordens, etc.
ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
Os Insetos Auxiliares constituem um recurso natural gratuito e renovável,
presente em todas as culturas. O seu elevado valor e ação benéfica na
limitação e controlo das pragas, deve ser tido em conta ao planear a proteção
fitossanitária de cada cultura. Devem ser tomadas todas as medidas, a nível de
cada parcela de terreno ocupado pelas mais diversas culturas, para a proteção
e aumento das populações de Insetos Auxiliares.
ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
POSIÇÃO DOS INSECTOS NO REINO ANIMAL:
 Reino Animalia
 Sub-reino Metazoa (multicelulares: tecidos)
 Divisão Artiozoa (Bilateria)
 Seção Eucoelomata (celoma verdadeiro)
 Filo Arthropoda
 Sub-filo Mandibulata (Antennata)
 Superclasse Hexapoda
 Classe Insecta
ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DOS INSECTOS:
 simetria bilateral
 corpo segmentado (principalmente o abdómen)
 heteronomia (corpo dividido em partes distintas: cabeça, tórax e abdómen)
 exosqueleto quitinoso
 1 par de antenas - díceros
 2 pares de asas - tetrápteros (há exceções)
 3 pares de pernas - hexápodos
 mandibulados ectognatos
 aparelho circulatório dorsal
 sistema nervoso ventral
 ausência de epitélio ciliado
ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
Tendo em vista a amplitude de Ordens da Classe Insecta, as chaves de identificação
contemplaram somente as ordens de importância agrícola: Coleoptera, Diptera,
Orthoptera, Hemiptera (Subordens Heteroptera, Auchenorrhyncha e
Sternorrhyncha),Hymenoptera, Isoptera, Lepidoptera, Neuroptera e Thysanoptera.
Grande parte da Fauna Auxiliar citada em Agricultura Biológica, pertence à Classe
Insecta e às famílias: Carabidae, Stafilinidae, Coccinelidae, Chrysopidae, Anthocoridae,
Miridae ou às Super Famílias Chalcicoidea e Protoctrupoidea.
ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
 Ordem: Coleoptera (carochas, besouros ou escaravelhos, joaninhas)
 Família CARABIDAE (Carabídeos): Os carabídeos são coleópteros alongados e
bastante achatados com patas longas. A maioria é ativa de noite. Os adultos
raramente voam mas podem correr rapidamente, muitas vezes escondem-se sob as
pedras, entulhos ou cepos. Caçam presas como lagartas de borboleta, lesmas,
caracóis, escaravelho da batateira, larvas de mosca, alticas, psilas, ácaros e tripes.
Alguns também se alimentam de plantas e cadáveres.
ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
 Ordem: Coleoptera (carochas, besouros ou escaravelhos, joaninhas)
 Família STAPHYLINIDAE (Estafilinídeos): Coleópteros alongados, estreitos, de lados
paralelos. O abdómen é flexível, muitas vezes curvado para cima, especialmente
quando são perturbados. Encontram-se em cadáveres, esterco, ou fungos, material
vegetal em decomposição, debaixo de pedras, cepos ou entulhos, em locais
húmidos e nos ninhos de formigas. A maioria é predadora de outros insectos
(alguns alimentam-se de ovos de lesma e larvas de mosca), podem correr
rapidamente e voar bem.
 Xenopygus analis
 Belonuchus formosus
ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
 Ordem: Coleoptera (carochas, besouros ou escaravelhos, joaninhas)
 Família COCCINELLIDAE (Coccinelídeos): Vulgarmente
conhecida pela família das Joaninhas. São inúmeras as
espécies de Joaninhas que predam ativamente afídeos,
cochonilhas, ácaros, Psilas, Tripes outras pragas. A mais
vulgar é a joaninha-de-sete-pintas (Coccinella septempunctata),
mas também a joaninha de duas pintas, a joaninha de dez
pintas e a de catorze pintas. A sua ação é tão benéfica que é
considerada por muitos o símbolo da Agricultura Biológica.
O Stethorus punctillum, coleóptero pertencente à família Coccinelidae, é uma
espécie polífaga de larga distribuição geográfica, predadora de ácaros, afídeos, tripés
e cochonilhas (Raimundo& Alves, 1984).
ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
 Ordem: Dipteros (Sirfídeos, Lecidomídeos, Taquinídeos)
São Insetos de duas asas, donde provém o nome da ordem em que estão agrupados.
Como insetos auxiliares têm interesse as famílias dos Sirfídeos, dos Cecidomídeos e
dos Taquinídeos.
 Família SYRPHIDAE (Sirfídeos): São insetos bastante parecidos com vespas. É no
estado larvar que estes tem a sua ação benéfica ao nível da luta biológica,
alimentando-se de várias espécies de pulgões
como o pulgão lanígero, pulgão verde e cinzento
da macieira (pode alimentar-se de 40 a 70
piolhos por dia). Os Sirfídeos são importantes
predadores de afídeos, em culturas arbóreas,
hortícolas e cereais.
ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
 Ordem: Dipteros (Sirfídeos, Lecidomídeos, Taquinídeos)
 Família CECIDOMYIIDAE (Cecidomídeos): As larvas de Cecidomídeos (larvas de
mosquito) têm uma ação predadora voraz, sobre os piolhos.
No entanto, também são capazes de se alimentar de outras
presas, como ácaros e cochonilhas.
ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
 Ordem: Dipteros (Sirfídeos, Lecidomídeos, Taquinídeos)
 Família TACHINIDAE (Taquinideos): São moscas parasitas de lagartas de
Lepidópteros, Coleópteros e outros tipos de insetos. Taquinídeos são inimigos
muito importantes de muitos artrópodes, sobretudo larvas da Ordem Lepidoptera.
Para além dos lepidópteros, os taquinídeos parasitam os seguintes grupos:
Coleoptera, Hymenoptera, Heteroptera, Orthoptera, Blattodea, Dermaptera,
Diptera, Embioptera, Mantodea, Phasmida, Chilopoda, Scorpiones e Araneae.
Como a maioria dos hospedeiros são herbívoros, os taquinídeos desempenham
frequentemente um papel significativo na regulação das populações de herbívoros
e na estruturação das comunidades ecológicas.
ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
 Ordem: Dipteros (Sirfídeos, Lecidomídeos, Taquinídeos)
 Família TACHINIDAE (Taquinideos): O Homem percebeu as potencialidades deste
grupo e cerca de 100 espécies já foram utilizadas em programas de controlo
biológico em florestas e culturas agrícolas. A maioria dos taquinídeos parasitam o
estado larvar dos seus hospedeiros mas cerca de 5 a 10% das espécies parasitam
adultos.
ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
 Ordem: Hemiptera; subordem Heteroptera
É a família dos percevejos, insectos de corpo achatado. Há registos de capturas, em
pomares de Nogueiras, em que nas capturas de hemípteros predadores,
predominaram as famílias Miridae, Anthocoridae e Lygaeidae. Na família Miridae foi
identificada a espécie Deraeocoris lutescens. Na família Anthocoridae, predadores
polífagos de ácaros, psilas e tripes (Reboulet, 1999), predominam os Orius spp, S.
punctillum, Orius spp.
ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
 Ordem: Hemiptera; subordem Heteroptera
 Família ANTHOCORIDAE (Antocorideos): A maior parte das espécies é muito ágil e
desloca-se rapidamente. Embora tenham asas, voam pouco e vivem escondidos no
meio da folhagem. Os mais abundantes predadores desta família agrupam-se nos
géneros Orius e Anthocoris. São predadores de ácaros, de psilas, de pequenas
larvas de borboletas, afídeos, thrips e cicadelídeos
em vinhas, pomares, milho e hortícolas e em
muitas culturas em estufa. Algumas espécies do
género Orius são produzidas em laboratórios e
utilizadas em Luta Biológica contra pragas das
estufas e dos pomares.
ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
 Ordem: Hemiptera; subordem Heteroptera
 Familia MIRIDAE (Miridea): Os mirideos atacam também os piolhos e os ácaros.
Blepharidopterus angulatus, alimenta-se de aranhiço-vermelho (ácaro); vive nas
árvores, especialmente macieiras e limoeiros e é útil nos pomares.
ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
 Ordem: Hemiptera; subordem Heteroptera
 Familia Nabidae (Nabídeos): Percevejos pequenos e castanhos e encontram-se
vulgarmente nas relvas ou vegetação rasteira, caçando insetos como afídeos ou
lagartas de borboleta.
ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
 Ordem: Hymenoptera (vespas, abelhas e formigas)
Entre os Himenópteros, a ordem a que pertencem também as formigas e as
abelhas, contam-se elevado número de espécies que parasitam outros insetos.
Estes pequenos auxiliares, cujo tamanho normalmente não vai além de 2 ou 3
mm, parasitam com grande eficácia afídeos, cochonilhas, ovos de lepidópteros
(borboletas), cigarrinhas, thrips e outras. As fêmeas destes minúsculos insetos
depositam os ovos no corpo das vítimas. O posterior desenvolvimento das
larvas provenientes destes ovos no corpo do insecto parasitado acaba por o
matar, impedindo assim a proliferação de muitas pragas. Alguns Himenópteros,
como os tricogramas, são utilizados em Luta Biológica.
ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
 Ordem: Hymenoptera (vespas, abelhas e formigas)
 Família FORMICIDAE (formigas): Na imagem pode-se observar uma Formiga a
predar larva de traça-da-oliveira.
ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
 Ordem: Hymenoptera (vespas, abelhas e formigas)
 Família HEMEROBIIDAE ou hemeróbios: constituem uma família de insetos
predadores de outros insetos - principalmente cochonilhas, afídios e ovos de
lepidópteros, constituindo, por isso, ótimos agentes para controlo de pragas. Os
ovos são pequenos, de 0,5 mm a 1,0 mm,
amarelados e ovais ou elípticos. As larvas,
muito ativas, de corpo fusiforme e cabeça
pequena e arredondada, são semelhantes
às das espécies da família Chrysopidae,
distinguem-se facilmente destas por não
trazerem agarrados ao seu revestimento restos
das presas.
ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
Os Insetos Auxiliares são muito sensíveis aos inseticidas. É necessário, na
prática da Proteção das Culturas, considerar a sua presença, a fim de adaptar
os programas de luta contra as pragas. As sebes, os bosques, beiradas de
campos e taludes revestidos de vegetação espontânea, constituem
reservatórios de Auxiliares, a partir dos quais estes insetos podem colonizar as
culturas vizinhas. A vegetação natural existente deve ser mantida nas
imediações dos terrenos, nos caminhos e muros, proporcionando também
alimentação para os Auxiliares, nos períodos em que o alimento é pouco
abundante pela ausência de culturas. Estes locais fornecem igualmente bons
abrigos para a passagem dos períodos desfavoráveis do Inverno.
ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
Os pomares, vinhas e outras culturas rodeadas de sebes vivas e de bosques ou
floresta apresentam grande diversidade e densidade de Insetos.
São múltiplos os organismos auxiliares que participam na limitação natural das
pragas e doenças das culturas. Há diversos auxiliares contra o pulgão: as
joaninhas, os sirfídeos, os camaemídeos, as crisopas, os himenópteros. O
agricultor pode otimizar a sua ação dando condições (alimento, abrigo, local de
nidificação, gestação, hibernação, entre outras) para a sua presença nos
agroecossistemas. Os organismos auxiliares contribuem para o equilíbrio dos
agroecossistemas e consequentemente do nosso planeta.

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Os insetos e animais auxiliares na proteção das culturas

  • 2. Os insetos e outros animais que ocorrem frequentemente nos canteiros não podem ser todos etiquetados de “nocivos”. A atribuição da categoria de nocividade à fauna presente no local implica uma observação muito cuidadosa da mesma. A proteção das culturas não deve ser realizada cegamente, destruindo “tudo o que mexe”, mas considerando antes de mais a horta ou o jardim como ambientes vivos a fervilhar de vida. Na Natureza existem organismos que auxiliam o agricultor a combater as pragas e doenças, denominando-se estes, em agricultura biológica por “auxiliares”. Esta fauna, num ecossistema equilibrado existe em quantidade suficiente de forma a manter o equilíbrio entre a praga e o parasita. As intervenções humanas que modifiquem as relações existentes entre os vários componentes, provocam desequilíbrios biológicos que se traduzem no aumento da população parasita.
  • 3. FORMAS DE ACTUAÇÃO DA FAUNA AUXILIAR Segundo Ferreira (1998), a fauna útil é muito numerosa e diversificada; os mais abundantes são os insetos, mas também são importantes outros grupos como os ácaros, os vertebrados (aves, mamíferos, répteis, batráquios) e os microrganismos. Portanto a luta biológica consiste, sobretudo, em recorrer à ação de certas espécies, a fim de reduzir as populações dos inimigos culturais. No termo “auxiliar” encontram-se representadas três categorias principais de seres:  Predadores: São os que necessitam de mais de um indivíduo, normalmente capturado como presa, para completarem o seu ciclo de desenvolvimento. Nalgumas espécies de insetos, como os Crisopídeos e os Sirfídeos, apenas as larvas são predadoras, enquanto os adultos se alimentam de néctar. Noutras espécies de insetos, adultos e larvas caçam ativamente, como é o caso dos Carabídeos, Coccinelídeos, heterópteros predadores, etc. Enfim, um grande número de predadores caçam para si mesmos ou para alimentarem as suas larvas ou os seus filhotes: insetos, pássaros insectívoros, musaranhos, répteis, batráquios, morcegos, etc.
  • 4. FORMAS DE ACTUAÇÃO DA FAUNA AUXILIAR  Parasitas (Parasitóides): É verdadeiramente parasita um animal que passa uma parte, pelo menos, do seu desenvolvimento no interior dum outro animal. Muitos destes animais pertencem à classe Insecta, que se desenvolvem total ou parcialmente à custa do organismo de outra espécie que lhes serve de alimento, a sua atividade alimentar acaba por matar o hospedeiro e, na forma adulta, têm vida livre (Tricogramas). Nos entomopatogénicos há a possibilidade de atuação essencialmente através de fungos, bactérias e vírus. Como a eficácia de um entomófago reside principalmente na coincidência, no espaço e no tempo, entre auxiliar e hospedeiro, a luta biológica não pode ter êxito sem a realização de estudos prévios que permitam assegurar aquela coincidência (Baggiolini, 1982). Alguns organismos podem ter funções de proteção, mantendo desde o início a praga sob controlo, abaixo do nível económico de ataque, outros de limpeza uma vez que entram em atividade depois da praga e não a impedem de ultrapassar o nível económico de ataque; outros com a mesma função que os anteriores, só que atuam em épocas diferentes.
  • 5. FORMAS DE ACTUAÇÃO DA FAUNA AUXILIAR  Polinizadores: Transportam involuntariamente o pólen de árvore em árvore, de planta em planta, participando assim na fecundação das flores e, por conseguinte, na formação das sementes e dos frutos. As abelhas são os insetos polinizadores mais importantes.
  • 6. FORMAS DE ACTUAÇÃO DA FAUNA AUXILIAR Consoante a natureza dos inimigos das culturas a combater, podem utilizar-se, na luta biológica, diferentes agentes:  Contra pragas: 1. Dois tipos de entomófagos:  Predadores de eficácia imediata;  Parasitóides, de eficácia a longo prazo. 2. Três tipos de entomopatogénicos:  Fungos (ex: Beauveria spp.);  Bactérias (ex: Bacillus spp.);  Vírus (ex: baculovírus).
  • 7. FORMAS DE ACTUAÇÃO DA FAUNA AUXILIAR  Contra fungos e bactérias:  Fungos antagonistas (ex: Trichoderma spp.);  Bactérias concorrentes (ex: Erwinia spp.).  Contra infestantes:  Vários artrópodes fitófagos.
  • 8. ANIMAIS VERTEBRADOS AS AVES A importância das aves como limitadora da progressão de pragas, remonta a épocas imemoriais. As aves cuja alimentação é feita à base de insectos, são denominadas de insectívoras e amigas do agricultor, fazendo um bom controlo das populações evitando desta forma que a praga prolifere. Outras espécies de aves tem uma acção benéfica no controlo de lagartas, como é o caso dos Chapins, outros preferem pulgões, moluscos, formigas, caracóis, ratos, etc. Na natureza os seres vivos estão geralmente em equilíbrio e o controlo dos insectos é feito em grande parte pelas aves insectívoras que deles se alimentam.
  • 9. ANIMAIS VERTEBRADOS AS AVES Em Portugal há algumas aves que, por tradição são respeitadas e até acarinhadas, como por exemplo, as andorinhas. Porém, isso não sucede com muitas outras aves, que são muitas vezes mortas com armas e armadilhas, a sua destruição impede que desempenhem a importante acção de controlo das populações de insectos. É este um dos motivos pelos quais as aves insectívoras estão protegidas por lei. Vejamos algumas das aves insectívoras que aparecem regularmente nos jardins: As carriças fazem por vezes o ninho em buracos das paredes das casas, ou por baixo das traves das escadas. Durante a criação vão mais de 1000 vezes por dia ao ninho, para alimentar as crias com insectos.
  • 10. ANIMAIS VERTEBRADOS AS AVES Em Portugal, os piscos são mais abundantes durante o Inverno. Cantam frequentemente em pontos bem visíveis, para assinalar o seu território. O tamanho de cada território depende da abundância de insectos e, muitas vezes, situa-se em redor das casas.
  • 11. ANIMAIS VERTEBRADOS AS AVES O Chapim–azul (Parus caerulea) e o Chapim-real (Parus major) são os pilares da protecção das árvores de fruto contra o bichado da fruta (vermes das maçãs, das pêras e das ameixas) e os afídeos (vulgo pulgões). Só a existência de ninhos artificiais pode atenuar o desaparecimento das cavidades naturais (árvores ocas, muros, por exemplo), sem os quais os chapins não podem estabelecer os seus ninhos. Os chapins mais vulgares são o real, o azul e o preto. A sua especialidade é procurar os insectos nas fendas e na casca dos ramos das árvores. Por isso há quem pense (erradamente) que eles comem os frutos das árvores.
  • 12. ANIMAIS VERTEBRADOS AS AVES As pequenas felosas procuram o clima temperado de Portugal desde finais de Agosto até meados de Fevereiro. São activas caçadoras de insectos de pequenas dimensões, em especial junto às superfícies de água Os ferreiros, ou rabirruivos, são frequentes em volta das habitações e cantam muitas vezes em cima dos telhados. Podem criar em buracos das paredes ou em cima de traves. Caçam também grande número de insectos, podendo-os apanhar no ar.
  • 13. ANIMAIS VERTEBRADOS AS AVES As toutinegras passam a maior parte do tempo escondidas na folhagem, onde espiolham em busca de comida. Na criação, um casal leva aos filhos cerca de 500 lagartas por dia. O melro é muitas vezes engaiolado por causa do lindíssimo canto dos machos (o que é proibido). Em liberdade, alimenta-se de caracóis, vermes e lagartas, sendo por isso, um importante agente de limpeza dos campos e hortas.
  • 14. ANIMAIS VERTEBRADOS AS AVES As lavandiscas, ou alvéolas, estão muito adaptadas à companhia do Homem. A lavandisca-branca acompanha os tractores que lavram a terra, aproveitando os insectos que ficam expostos. A lavandisca-cinzenta apanha insectos junto das poças e regatos e, por vezes, faz o ninho nas paredes das casas.
  • 15. ANIMAIS VERTEBRADOS AS AVES Os papa-moscas ou taralhões (o preto e o cinzento) estão entre nós apenas durante um curto período (fim do Verão), para recuperar energias durante a sua migração para África. Neste período podemos vê-los empoleirados nos galhos, dando caça aos insetos que lhes passam ao alcance.
  • 16. ANIMAIS VERTEBRADOS AS AVES As cotovias vivem sobretudo nos espaços abertos dos campos, onde comem grande número de insetos. O seu cantar também é conhecido pela beleza e variedade. O cuco tem o hábito pouco simpático de pôr os ovos no ninho de outras aves. Porém, alegra as bouças com o seu canto de Primavera e destrói grande número de lagartas, sobretudo as peludas, como a processionária dos pinheiros, causadora de grandes estragos.
  • 17. ANIMAIS VERTEBRADOS AS AVES A poupa é uma bonita ave de arribação, que chega no princípio da Primavera. Muitas vezes faz o ninho nos muros e nas paredes das casas, alimentando as crias só com insetos. Os gaios, para além de insetos, apreciam muito as bolotas dos carvalhos. Muitas vezes escondem-nas na terra para as comer mais tarde. Parte delas germina e dá origem a novos carvalhos.
  • 18. ANIMAIS VERTEBRADOS AS AVES Os pica-paus, ou petos (o verde e o malhado) têm bicos muito fortes, com os quais abrem buracos nas partes mortas das árvores, em busca dos insectos que aí se desenvolvem. Os estorninhos são aves predominantemente granívoras, mas que também consomem grande quantidade de insetos, sobretudo durante a época de alimentação das crias. Os estorninhos só estão entre nós em grande número durante o Inverno, altura em que poucos estragos podem causar. Na Primavera e Verão apenas se encontra o estorninho-preto, cujas populações são reduzidas.
  • 19. ANIMAIS VERTEBRADOS AS AVES Os pardais são responsáveis pelo consumo de uma quantidade de grãos e sementes apreciável. No entanto, os insetos são-lhes indispensáveis para alimentar a criação. Quando se pensar em controlar o número destas aves, deve-se proteger o pardal-montês, cujas populações são muito localizadas e em números muito menores.
  • 20. ANIMAIS VERTEBRADOS AS AVES As andorinhas são incansáveis caçadoras de insetos. Apanham-nos em voo, com o bico aberto, como se fosse um funil. O Manual da Agrobio (1998), referencia como espécies mais importantes as seguintes aves auxiliares: Chapim–real, Chapim-azul, a Toutinegra de barrete preto, Pisco de peito ruivo, Rabirruivo, Cartaxo comum, Mocho galego, Coruja das torres, Poupa, andorinhas, Melro, Estorninho malhado, Estorninho preto, Alvéola, Cegonha branca, Garça boieira, Águia de asa redonda, entre outros. Outros autores referem ainda como aves auxiliares: o Pica-pau-Verde, Trepadeira-azul, Trepadeira-comum e a Carriça.
  • 21. ANIMAIS VERTEBRADOS OS MAMÍFEROS Amados por uns e odiados por outros, sem dúvida que estes pequenos seres merecem o maior respeito por parte dos agricultores e jardineiros em virtude de incluírem na sua alimentação alguns dos principais inimigos das culturas, como é o caso dos caracóis, lesmas, gafanhotos, baratas, bichos de conta, etc. Dentre os vários mamíferos deve-se procurar ter no jardim o ouriço-cacheiro, toupeira-comum, musaranhos, morcegos (Morcego-anão, Morcego-arborícola-pequeno, Morcego-de- franja).
  • 22. ANIMAIS VERTEBRADOS OS MAMÍFEROS Amados por uns e odiados por outros, sem dúvida que estes pequenos seres merecem o maior respeito por parte dos agricultores e jardineiros em virtude de incluírem na sua alimentação alguns dos principais inimigos das culturas, como é o caso dos caracóis, lesmas, gafanhotos, baratas, bichos de conta, etc. Dentre os vários mamíferos deve-se procurar ter no jardim o ouriço-cacheiro, toupeira-comum, musaranhos, morcegos (Morcego-anão, Morcego-arborícola-pequeno, Morcego-de- franja).
  • 23. ANIMAIS VERTEBRADOS OS RÉPTEIS E ANFÍBIOS Neste grupo estão incluídos: a Cobra ferradura, o Licranço (cobra de vidro), o Lagarto de água, a Osga, Salamandra, Sapo e Rã-verde. Na sua alimentação incluem pequenos mamíferos, caracóis, lesmas, insetos de várias ordens, etc.
  • 24. ANIMAIS INVERTEBRADOS INSECTOS AUXILIARES Os Insetos Auxiliares constituem um recurso natural gratuito e renovável, presente em todas as culturas. O seu elevado valor e ação benéfica na limitação e controlo das pragas, deve ser tido em conta ao planear a proteção fitossanitária de cada cultura. Devem ser tomadas todas as medidas, a nível de cada parcela de terreno ocupado pelas mais diversas culturas, para a proteção e aumento das populações de Insetos Auxiliares.
  • 25. ANIMAIS INVERTEBRADOS INSECTOS AUXILIARES POSIÇÃO DOS INSECTOS NO REINO ANIMAL:  Reino Animalia  Sub-reino Metazoa (multicelulares: tecidos)  Divisão Artiozoa (Bilateria)  Seção Eucoelomata (celoma verdadeiro)  Filo Arthropoda  Sub-filo Mandibulata (Antennata)  Superclasse Hexapoda  Classe Insecta
  • 26. ANIMAIS INVERTEBRADOS INSECTOS AUXILIARES CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DOS INSECTOS:  simetria bilateral  corpo segmentado (principalmente o abdómen)  heteronomia (corpo dividido em partes distintas: cabeça, tórax e abdómen)  exosqueleto quitinoso  1 par de antenas - díceros  2 pares de asas - tetrápteros (há exceções)  3 pares de pernas - hexápodos  mandibulados ectognatos  aparelho circulatório dorsal  sistema nervoso ventral  ausência de epitélio ciliado
  • 27. ANIMAIS INVERTEBRADOS INSECTOS AUXILIARES Tendo em vista a amplitude de Ordens da Classe Insecta, as chaves de identificação contemplaram somente as ordens de importância agrícola: Coleoptera, Diptera, Orthoptera, Hemiptera (Subordens Heteroptera, Auchenorrhyncha e Sternorrhyncha),Hymenoptera, Isoptera, Lepidoptera, Neuroptera e Thysanoptera. Grande parte da Fauna Auxiliar citada em Agricultura Biológica, pertence à Classe Insecta e às famílias: Carabidae, Stafilinidae, Coccinelidae, Chrysopidae, Anthocoridae, Miridae ou às Super Famílias Chalcicoidea e Protoctrupoidea.
  • 28. ANIMAIS INVERTEBRADOS INSECTOS AUXILIARES  Ordem: Coleoptera (carochas, besouros ou escaravelhos, joaninhas)  Família CARABIDAE (Carabídeos): Os carabídeos são coleópteros alongados e bastante achatados com patas longas. A maioria é ativa de noite. Os adultos raramente voam mas podem correr rapidamente, muitas vezes escondem-se sob as pedras, entulhos ou cepos. Caçam presas como lagartas de borboleta, lesmas, caracóis, escaravelho da batateira, larvas de mosca, alticas, psilas, ácaros e tripes. Alguns também se alimentam de plantas e cadáveres.
  • 29. ANIMAIS INVERTEBRADOS INSECTOS AUXILIARES  Ordem: Coleoptera (carochas, besouros ou escaravelhos, joaninhas)  Família STAPHYLINIDAE (Estafilinídeos): Coleópteros alongados, estreitos, de lados paralelos. O abdómen é flexível, muitas vezes curvado para cima, especialmente quando são perturbados. Encontram-se em cadáveres, esterco, ou fungos, material vegetal em decomposição, debaixo de pedras, cepos ou entulhos, em locais húmidos e nos ninhos de formigas. A maioria é predadora de outros insectos (alguns alimentam-se de ovos de lesma e larvas de mosca), podem correr rapidamente e voar bem.  Xenopygus analis  Belonuchus formosus
  • 30. ANIMAIS INVERTEBRADOS INSECTOS AUXILIARES  Ordem: Coleoptera (carochas, besouros ou escaravelhos, joaninhas)  Família COCCINELLIDAE (Coccinelídeos): Vulgarmente conhecida pela família das Joaninhas. São inúmeras as espécies de Joaninhas que predam ativamente afídeos, cochonilhas, ácaros, Psilas, Tripes outras pragas. A mais vulgar é a joaninha-de-sete-pintas (Coccinella septempunctata), mas também a joaninha de duas pintas, a joaninha de dez pintas e a de catorze pintas. A sua ação é tão benéfica que é considerada por muitos o símbolo da Agricultura Biológica. O Stethorus punctillum, coleóptero pertencente à família Coccinelidae, é uma espécie polífaga de larga distribuição geográfica, predadora de ácaros, afídeos, tripés e cochonilhas (Raimundo& Alves, 1984).
  • 31. ANIMAIS INVERTEBRADOS INSECTOS AUXILIARES  Ordem: Dipteros (Sirfídeos, Lecidomídeos, Taquinídeos) São Insetos de duas asas, donde provém o nome da ordem em que estão agrupados. Como insetos auxiliares têm interesse as famílias dos Sirfídeos, dos Cecidomídeos e dos Taquinídeos.  Família SYRPHIDAE (Sirfídeos): São insetos bastante parecidos com vespas. É no estado larvar que estes tem a sua ação benéfica ao nível da luta biológica, alimentando-se de várias espécies de pulgões como o pulgão lanígero, pulgão verde e cinzento da macieira (pode alimentar-se de 40 a 70 piolhos por dia). Os Sirfídeos são importantes predadores de afídeos, em culturas arbóreas, hortícolas e cereais.
  • 32. ANIMAIS INVERTEBRADOS INSECTOS AUXILIARES  Ordem: Dipteros (Sirfídeos, Lecidomídeos, Taquinídeos)  Família CECIDOMYIIDAE (Cecidomídeos): As larvas de Cecidomídeos (larvas de mosquito) têm uma ação predadora voraz, sobre os piolhos. No entanto, também são capazes de se alimentar de outras presas, como ácaros e cochonilhas.
  • 33. ANIMAIS INVERTEBRADOS INSECTOS AUXILIARES  Ordem: Dipteros (Sirfídeos, Lecidomídeos, Taquinídeos)  Família TACHINIDAE (Taquinideos): São moscas parasitas de lagartas de Lepidópteros, Coleópteros e outros tipos de insetos. Taquinídeos são inimigos muito importantes de muitos artrópodes, sobretudo larvas da Ordem Lepidoptera. Para além dos lepidópteros, os taquinídeos parasitam os seguintes grupos: Coleoptera, Hymenoptera, Heteroptera, Orthoptera, Blattodea, Dermaptera, Diptera, Embioptera, Mantodea, Phasmida, Chilopoda, Scorpiones e Araneae. Como a maioria dos hospedeiros são herbívoros, os taquinídeos desempenham frequentemente um papel significativo na regulação das populações de herbívoros e na estruturação das comunidades ecológicas.
  • 34. ANIMAIS INVERTEBRADOS INSECTOS AUXILIARES  Ordem: Dipteros (Sirfídeos, Lecidomídeos, Taquinídeos)  Família TACHINIDAE (Taquinideos): O Homem percebeu as potencialidades deste grupo e cerca de 100 espécies já foram utilizadas em programas de controlo biológico em florestas e culturas agrícolas. A maioria dos taquinídeos parasitam o estado larvar dos seus hospedeiros mas cerca de 5 a 10% das espécies parasitam adultos.
  • 35. ANIMAIS INVERTEBRADOS INSECTOS AUXILIARES  Ordem: Hemiptera; subordem Heteroptera É a família dos percevejos, insectos de corpo achatado. Há registos de capturas, em pomares de Nogueiras, em que nas capturas de hemípteros predadores, predominaram as famílias Miridae, Anthocoridae e Lygaeidae. Na família Miridae foi identificada a espécie Deraeocoris lutescens. Na família Anthocoridae, predadores polífagos de ácaros, psilas e tripes (Reboulet, 1999), predominam os Orius spp, S. punctillum, Orius spp.
  • 36. ANIMAIS INVERTEBRADOS INSECTOS AUXILIARES  Ordem: Hemiptera; subordem Heteroptera  Família ANTHOCORIDAE (Antocorideos): A maior parte das espécies é muito ágil e desloca-se rapidamente. Embora tenham asas, voam pouco e vivem escondidos no meio da folhagem. Os mais abundantes predadores desta família agrupam-se nos géneros Orius e Anthocoris. São predadores de ácaros, de psilas, de pequenas larvas de borboletas, afídeos, thrips e cicadelídeos em vinhas, pomares, milho e hortícolas e em muitas culturas em estufa. Algumas espécies do género Orius são produzidas em laboratórios e utilizadas em Luta Biológica contra pragas das estufas e dos pomares.
  • 37. ANIMAIS INVERTEBRADOS INSECTOS AUXILIARES  Ordem: Hemiptera; subordem Heteroptera  Familia MIRIDAE (Miridea): Os mirideos atacam também os piolhos e os ácaros. Blepharidopterus angulatus, alimenta-se de aranhiço-vermelho (ácaro); vive nas árvores, especialmente macieiras e limoeiros e é útil nos pomares.
  • 38. ANIMAIS INVERTEBRADOS INSECTOS AUXILIARES  Ordem: Hemiptera; subordem Heteroptera  Familia Nabidae (Nabídeos): Percevejos pequenos e castanhos e encontram-se vulgarmente nas relvas ou vegetação rasteira, caçando insetos como afídeos ou lagartas de borboleta.
  • 39. ANIMAIS INVERTEBRADOS INSECTOS AUXILIARES  Ordem: Hymenoptera (vespas, abelhas e formigas) Entre os Himenópteros, a ordem a que pertencem também as formigas e as abelhas, contam-se elevado número de espécies que parasitam outros insetos. Estes pequenos auxiliares, cujo tamanho normalmente não vai além de 2 ou 3 mm, parasitam com grande eficácia afídeos, cochonilhas, ovos de lepidópteros (borboletas), cigarrinhas, thrips e outras. As fêmeas destes minúsculos insetos depositam os ovos no corpo das vítimas. O posterior desenvolvimento das larvas provenientes destes ovos no corpo do insecto parasitado acaba por o matar, impedindo assim a proliferação de muitas pragas. Alguns Himenópteros, como os tricogramas, são utilizados em Luta Biológica.
  • 40. ANIMAIS INVERTEBRADOS INSECTOS AUXILIARES  Ordem: Hymenoptera (vespas, abelhas e formigas)  Família FORMICIDAE (formigas): Na imagem pode-se observar uma Formiga a predar larva de traça-da-oliveira.
  • 41. ANIMAIS INVERTEBRADOS INSECTOS AUXILIARES  Ordem: Hymenoptera (vespas, abelhas e formigas)  Família HEMEROBIIDAE ou hemeróbios: constituem uma família de insetos predadores de outros insetos - principalmente cochonilhas, afídios e ovos de lepidópteros, constituindo, por isso, ótimos agentes para controlo de pragas. Os ovos são pequenos, de 0,5 mm a 1,0 mm, amarelados e ovais ou elípticos. As larvas, muito ativas, de corpo fusiforme e cabeça pequena e arredondada, são semelhantes às das espécies da família Chrysopidae, distinguem-se facilmente destas por não trazerem agarrados ao seu revestimento restos das presas.
  • 42. ANIMAIS INVERTEBRADOS INSECTOS AUXILIARES Os Insetos Auxiliares são muito sensíveis aos inseticidas. É necessário, na prática da Proteção das Culturas, considerar a sua presença, a fim de adaptar os programas de luta contra as pragas. As sebes, os bosques, beiradas de campos e taludes revestidos de vegetação espontânea, constituem reservatórios de Auxiliares, a partir dos quais estes insetos podem colonizar as culturas vizinhas. A vegetação natural existente deve ser mantida nas imediações dos terrenos, nos caminhos e muros, proporcionando também alimentação para os Auxiliares, nos períodos em que o alimento é pouco abundante pela ausência de culturas. Estes locais fornecem igualmente bons abrigos para a passagem dos períodos desfavoráveis do Inverno.
  • 43. ANIMAIS INVERTEBRADOS INSECTOS AUXILIARES Os pomares, vinhas e outras culturas rodeadas de sebes vivas e de bosques ou floresta apresentam grande diversidade e densidade de Insetos. São múltiplos os organismos auxiliares que participam na limitação natural das pragas e doenças das culturas. Há diversos auxiliares contra o pulgão: as joaninhas, os sirfídeos, os camaemídeos, as crisopas, os himenópteros. O agricultor pode otimizar a sua ação dando condições (alimento, abrigo, local de nidificação, gestação, hibernação, entre outras) para a sua presença nos agroecossistemas. Os organismos auxiliares contribuem para o equilíbrio dos agroecossistemas e consequentemente do nosso planeta.