O documento discute a importância da fauna auxiliar na agricultura biológica, descrevendo vários animais que ajudam a controlar pragas de forma natural, como predadores, parasitas e polinizadores. A proteção das culturas deve considerar o equilíbrio ecológico em vez de destruir todos os animais.
2. Os insetos e outros animais que ocorrem frequentemente nos canteiros não
podem ser todos etiquetados de “nocivos”. A atribuição da categoria de
nocividade à fauna presente no local implica uma observação muito cuidadosa
da mesma.
A proteção das culturas não deve ser realizada cegamente, destruindo “tudo o
que mexe”, mas considerando antes de mais a horta ou o jardim como
ambientes vivos a fervilhar de vida.
Na Natureza existem organismos que auxiliam o agricultor a combater as pragas
e doenças, denominando-se estes, em agricultura biológica por “auxiliares”. Esta
fauna, num ecossistema equilibrado existe em quantidade suficiente de forma a
manter o equilíbrio entre a praga e o parasita.
As intervenções humanas que modifiquem as relações existentes entre os vários
componentes, provocam desequilíbrios biológicos que se traduzem no aumento
da população parasita.
3. FORMAS DE ACTUAÇÃO DA FAUNA AUXILIAR
Segundo Ferreira (1998), a fauna útil é muito numerosa e diversificada; os mais
abundantes são os insetos, mas também são importantes outros grupos como os
ácaros, os vertebrados (aves, mamíferos, répteis, batráquios) e os microrganismos.
Portanto a luta biológica consiste, sobretudo, em recorrer à ação de certas espécies, a
fim de reduzir as populações dos inimigos culturais.
No termo “auxiliar” encontram-se representadas três categorias principais de seres:
Predadores: São os que necessitam de mais de um indivíduo, normalmente
capturado como presa, para completarem o seu ciclo de desenvolvimento.
Nalgumas espécies de insetos, como os Crisopídeos e os Sirfídeos, apenas as larvas
são predadoras, enquanto os adultos se alimentam de néctar. Noutras espécies de
insetos, adultos e larvas caçam ativamente, como é o caso dos Carabídeos,
Coccinelídeos, heterópteros predadores, etc. Enfim, um grande número de
predadores caçam para si mesmos ou para alimentarem as suas larvas ou os seus
filhotes: insetos, pássaros insectívoros, musaranhos, répteis, batráquios, morcegos,
etc.
4. FORMAS DE ACTUAÇÃO DA FAUNA AUXILIAR
Parasitas (Parasitóides): É verdadeiramente parasita um animal que passa uma
parte, pelo menos, do seu desenvolvimento no interior dum outro animal. Muitos
destes animais pertencem à classe Insecta, que se desenvolvem total ou
parcialmente à custa do organismo de outra espécie que lhes serve de alimento, a
sua atividade alimentar acaba por matar o hospedeiro e, na forma adulta, têm vida
livre (Tricogramas). Nos entomopatogénicos há a possibilidade de atuação
essencialmente através de fungos, bactérias e vírus. Como a eficácia de um
entomófago reside principalmente na coincidência, no espaço e no tempo, entre
auxiliar e hospedeiro, a luta biológica não pode ter êxito sem a realização de
estudos prévios que permitam assegurar aquela coincidência (Baggiolini, 1982).
Alguns organismos podem ter funções de proteção, mantendo desde o início a
praga sob controlo, abaixo do nível económico de ataque, outros de limpeza uma
vez que entram em atividade depois da praga e não a impedem de ultrapassar o
nível económico de ataque; outros com a mesma função que os anteriores, só que
atuam em épocas diferentes.
5. FORMAS DE ACTUAÇÃO DA FAUNA AUXILIAR
Polinizadores: Transportam involuntariamente o pólen de árvore em árvore, de
planta em planta, participando assim na fecundação das flores e, por conseguinte,
na formação das sementes e dos frutos. As abelhas são os insetos polinizadores
mais importantes.
6. FORMAS DE ACTUAÇÃO DA FAUNA AUXILIAR
Consoante a natureza dos inimigos das culturas a combater, podem utilizar-se, na luta
biológica, diferentes agentes:
Contra pragas:
1. Dois tipos de entomófagos:
Predadores de eficácia imediata;
Parasitóides, de eficácia a longo prazo.
2. Três tipos de entomopatogénicos:
Fungos (ex: Beauveria spp.);
Bactérias (ex: Bacillus spp.);
Vírus (ex: baculovírus).
7. FORMAS DE ACTUAÇÃO DA FAUNA AUXILIAR
Contra fungos e bactérias:
Fungos antagonistas (ex: Trichoderma spp.);
Bactérias concorrentes (ex: Erwinia spp.).
Contra infestantes:
Vários artrópodes fitófagos.
8. ANIMAIS VERTEBRADOS
AS AVES
A importância das aves como limitadora da progressão de pragas, remonta a épocas
imemoriais. As aves cuja alimentação é feita à base de insectos, são denominadas de
insectívoras e amigas do agricultor, fazendo um bom controlo das populações
evitando desta forma que a praga prolifere.
Outras espécies de aves tem uma acção benéfica no controlo de lagartas, como é o
caso dos Chapins, outros preferem pulgões, moluscos, formigas, caracóis, ratos, etc.
Na natureza os seres vivos estão geralmente em equilíbrio e o controlo dos insectos é
feito em grande parte pelas aves insectívoras que deles se alimentam.
9. ANIMAIS VERTEBRADOS
AS AVES
Em Portugal há algumas aves que, por tradição são respeitadas e até acarinhadas,
como por exemplo, as andorinhas. Porém, isso não sucede com muitas outras aves,
que são muitas vezes mortas com armas e armadilhas, a sua destruição impede que
desempenhem a importante acção de controlo das populações de insectos. É este um
dos motivos pelos quais as aves insectívoras estão protegidas por lei. Vejamos
algumas das aves insectívoras que aparecem regularmente nos jardins:
As carriças fazem por vezes o ninho em buracos
das paredes das casas, ou por baixo das traves
das escadas. Durante a criação vão mais de
1000 vezes por dia ao ninho, para alimentar as
crias com insectos.
10. ANIMAIS VERTEBRADOS
AS AVES
Em Portugal, os piscos são mais abundantes durante o Inverno. Cantam
frequentemente em pontos bem visíveis, para assinalar o seu território.
O tamanho de cada território depende da
abundância de insectos e, muitas vezes, situa-se
em redor das casas.
11. ANIMAIS VERTEBRADOS
AS AVES
O Chapim–azul (Parus caerulea) e o Chapim-real (Parus major) são os pilares
da protecção das árvores de fruto contra o bichado da fruta (vermes das
maçãs, das pêras e das ameixas) e os afídeos (vulgo pulgões). Só a existência de
ninhos artificiais pode atenuar o desaparecimento das cavidades naturais
(árvores ocas, muros, por exemplo), sem os quais os chapins não podem
estabelecer os seus ninhos.
Os chapins mais vulgares são o real, o
azul e o preto. A sua especialidade é
procurar os insectos nas fendas e na
casca dos ramos das árvores. Por isso
há quem pense (erradamente) que
eles comem os frutos das árvores.
12. ANIMAIS VERTEBRADOS
AS AVES
As pequenas felosas procuram o
clima temperado de Portugal desde
finais de Agosto até meados de
Fevereiro. São activas caçadoras de
insectos de pequenas dimensões, em
especial junto às superfícies de água
Os ferreiros, ou rabirruivos, são
frequentes em volta das habitações e cantam muitas vezes
em cima dos telhados. Podem criar em buracos das paredes
ou em cima de traves. Caçam também grande número de insectos,
podendo-os apanhar no ar.
13. ANIMAIS VERTEBRADOS
AS AVES
As toutinegras passam a maior parte
do tempo escondidas na folhagem,
onde espiolham em busca de
comida. Na criação, um casal leva
aos filhos cerca de 500 lagartas por dia.
O melro é muitas vezes engaiolado por causa do
lindíssimo canto dos machos (o que é proibido).
Em liberdade, alimenta-se de caracóis, vermes e lagartas,
sendo por isso, um importante agente de limpeza
dos campos e hortas.
14. ANIMAIS VERTEBRADOS
AS AVES
As lavandiscas, ou alvéolas, estão
muito adaptadas à companhia do Homem.
A lavandisca-branca
acompanha os tractores que lavram a
terra, aproveitando os insectos que
ficam expostos. A lavandisca-cinzenta
apanha insectos junto das poças e
regatos e, por vezes, faz o ninho nas paredes
das casas.
15. ANIMAIS VERTEBRADOS
AS AVES
Os papa-moscas ou taralhões (o preto
e o cinzento) estão entre nós apenas
durante um curto período (fim do
Verão), para recuperar energias
durante a sua migração para África.
Neste período podemos vê-los
empoleirados nos galhos, dando caça
aos insetos que lhes passam ao alcance.
16. ANIMAIS VERTEBRADOS
AS AVES
As cotovias vivem sobretudo nos
espaços abertos dos campos, onde
comem grande número de insetos. O
seu cantar também é conhecido pela
beleza e variedade.
O cuco tem o hábito pouco simpático de pôr
os ovos no ninho de outras aves.
Porém, alegra as bouças com o seu canto de
Primavera e destrói grande número de lagartas,
sobretudo as peludas, como a processionária dos
pinheiros, causadora de grandes estragos.
17. ANIMAIS VERTEBRADOS
AS AVES
A poupa é uma bonita ave de
arribação, que chega no princípio da
Primavera. Muitas vezes faz o ninho nos
muros e nas paredes das casas,
alimentando as crias só com insetos.
Os gaios, para além de insetos,
apreciam muito as bolotas dos
carvalhos. Muitas vezes escondem-nas
na terra para as comer mais tarde.
Parte delas germina e dá origem a
novos carvalhos.
18. ANIMAIS VERTEBRADOS
AS AVES
Os pica-paus, ou petos (o verde e o
malhado) têm bicos muito fortes, com
os quais abrem buracos nas partes
mortas das árvores, em busca dos
insectos que aí se desenvolvem.
Os estorninhos são aves
predominantemente granívoras, mas que também consomem
grande quantidade de insetos, sobretudo durante a época de
alimentação das crias. Os estorninhos só estão entre nós em
grande número durante o Inverno, altura em que poucos
estragos podem causar. Na Primavera e Verão apenas
se encontra o estorninho-preto, cujas populações são reduzidas.
19. ANIMAIS VERTEBRADOS
AS AVES
Os pardais são responsáveis pelo
consumo de uma quantidade de
grãos e sementes apreciável. No
entanto, os insetos são-lhes
indispensáveis para alimentar a
criação. Quando se pensar em
controlar o número destas aves, deve-se
proteger o pardal-montês, cujas
populações são muito localizadas e
em números muito menores.
20. ANIMAIS VERTEBRADOS
AS AVES
As andorinhas são incansáveis caçadoras de insetos.
Apanham-nos em voo, com o bico aberto,
como se fosse um funil.
O Manual da Agrobio (1998), referencia como espécies mais importantes as seguintes
aves auxiliares: Chapim–real, Chapim-azul, a Toutinegra de barrete preto, Pisco de peito
ruivo, Rabirruivo, Cartaxo comum, Mocho galego, Coruja das torres, Poupa, andorinhas,
Melro, Estorninho malhado, Estorninho preto, Alvéola, Cegonha branca, Garça boieira,
Águia de asa redonda, entre outros. Outros autores referem ainda como aves
auxiliares: o Pica-pau-Verde, Trepadeira-azul, Trepadeira-comum e a Carriça.
21. ANIMAIS VERTEBRADOS
OS MAMÍFEROS
Amados por uns e odiados por outros, sem dúvida que estes pequenos seres
merecem o maior respeito por parte dos agricultores e jardineiros em virtude de
incluírem na sua alimentação alguns dos principais inimigos das culturas, como é o
caso dos caracóis, lesmas, gafanhotos, baratas, bichos de conta, etc. Dentre os vários
mamíferos deve-se procurar ter no jardim o ouriço-cacheiro, toupeira-comum,
musaranhos, morcegos (Morcego-anão, Morcego-arborícola-pequeno, Morcego-de-
franja).
22. ANIMAIS VERTEBRADOS
OS MAMÍFEROS
Amados por uns e odiados por outros, sem dúvida que estes pequenos seres
merecem o maior respeito por parte dos agricultores e jardineiros em virtude de
incluírem na sua alimentação alguns dos principais inimigos das culturas, como é o
caso dos caracóis, lesmas, gafanhotos, baratas, bichos de conta, etc. Dentre os vários
mamíferos deve-se procurar ter no jardim o ouriço-cacheiro, toupeira-comum,
musaranhos, morcegos (Morcego-anão, Morcego-arborícola-pequeno, Morcego-de-
franja).
23. ANIMAIS VERTEBRADOS
OS RÉPTEIS E ANFÍBIOS
Neste grupo estão incluídos: a Cobra
ferradura, o Licranço (cobra de vidro),
o Lagarto de água, a Osga, Salamandra, Sapo e
Rã-verde. Na sua alimentação incluem pequenos
mamíferos, caracóis, lesmas, insetos de várias
ordens, etc.
24. ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
Os Insetos Auxiliares constituem um recurso natural gratuito e renovável,
presente em todas as culturas. O seu elevado valor e ação benéfica na
limitação e controlo das pragas, deve ser tido em conta ao planear a proteção
fitossanitária de cada cultura. Devem ser tomadas todas as medidas, a nível de
cada parcela de terreno ocupado pelas mais diversas culturas, para a proteção
e aumento das populações de Insetos Auxiliares.
25. ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
POSIÇÃO DOS INSECTOS NO REINO ANIMAL:
Reino Animalia
Sub-reino Metazoa (multicelulares: tecidos)
Divisão Artiozoa (Bilateria)
Seção Eucoelomata (celoma verdadeiro)
Filo Arthropoda
Sub-filo Mandibulata (Antennata)
Superclasse Hexapoda
Classe Insecta
26. ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DOS INSECTOS:
simetria bilateral
corpo segmentado (principalmente o abdómen)
heteronomia (corpo dividido em partes distintas: cabeça, tórax e abdómen)
exosqueleto quitinoso
1 par de antenas - díceros
2 pares de asas - tetrápteros (há exceções)
3 pares de pernas - hexápodos
mandibulados ectognatos
aparelho circulatório dorsal
sistema nervoso ventral
ausência de epitélio ciliado
27. ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
Tendo em vista a amplitude de Ordens da Classe Insecta, as chaves de identificação
contemplaram somente as ordens de importância agrícola: Coleoptera, Diptera,
Orthoptera, Hemiptera (Subordens Heteroptera, Auchenorrhyncha e
Sternorrhyncha),Hymenoptera, Isoptera, Lepidoptera, Neuroptera e Thysanoptera.
Grande parte da Fauna Auxiliar citada em Agricultura Biológica, pertence à Classe
Insecta e às famílias: Carabidae, Stafilinidae, Coccinelidae, Chrysopidae, Anthocoridae,
Miridae ou às Super Famílias Chalcicoidea e Protoctrupoidea.
28. ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
Ordem: Coleoptera (carochas, besouros ou escaravelhos, joaninhas)
Família CARABIDAE (Carabídeos): Os carabídeos são coleópteros alongados e
bastante achatados com patas longas. A maioria é ativa de noite. Os adultos
raramente voam mas podem correr rapidamente, muitas vezes escondem-se sob as
pedras, entulhos ou cepos. Caçam presas como lagartas de borboleta, lesmas,
caracóis, escaravelho da batateira, larvas de mosca, alticas, psilas, ácaros e tripes.
Alguns também se alimentam de plantas e cadáveres.
29. ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
Ordem: Coleoptera (carochas, besouros ou escaravelhos, joaninhas)
Família STAPHYLINIDAE (Estafilinídeos): Coleópteros alongados, estreitos, de lados
paralelos. O abdómen é flexível, muitas vezes curvado para cima, especialmente
quando são perturbados. Encontram-se em cadáveres, esterco, ou fungos, material
vegetal em decomposição, debaixo de pedras, cepos ou entulhos, em locais
húmidos e nos ninhos de formigas. A maioria é predadora de outros insectos
(alguns alimentam-se de ovos de lesma e larvas de mosca), podem correr
rapidamente e voar bem.
Xenopygus analis
Belonuchus formosus
30. ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
Ordem: Coleoptera (carochas, besouros ou escaravelhos, joaninhas)
Família COCCINELLIDAE (Coccinelídeos): Vulgarmente
conhecida pela família das Joaninhas. São inúmeras as
espécies de Joaninhas que predam ativamente afídeos,
cochonilhas, ácaros, Psilas, Tripes outras pragas. A mais
vulgar é a joaninha-de-sete-pintas (Coccinella septempunctata),
mas também a joaninha de duas pintas, a joaninha de dez
pintas e a de catorze pintas. A sua ação é tão benéfica que é
considerada por muitos o símbolo da Agricultura Biológica.
O Stethorus punctillum, coleóptero pertencente à família Coccinelidae, é uma
espécie polífaga de larga distribuição geográfica, predadora de ácaros, afídeos, tripés
e cochonilhas (Raimundo& Alves, 1984).
31. ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
Ordem: Dipteros (Sirfídeos, Lecidomídeos, Taquinídeos)
São Insetos de duas asas, donde provém o nome da ordem em que estão agrupados.
Como insetos auxiliares têm interesse as famílias dos Sirfídeos, dos Cecidomídeos e
dos Taquinídeos.
Família SYRPHIDAE (Sirfídeos): São insetos bastante parecidos com vespas. É no
estado larvar que estes tem a sua ação benéfica ao nível da luta biológica,
alimentando-se de várias espécies de pulgões
como o pulgão lanígero, pulgão verde e cinzento
da macieira (pode alimentar-se de 40 a 70
piolhos por dia). Os Sirfídeos são importantes
predadores de afídeos, em culturas arbóreas,
hortícolas e cereais.
32. ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
Ordem: Dipteros (Sirfídeos, Lecidomídeos, Taquinídeos)
Família CECIDOMYIIDAE (Cecidomídeos): As larvas de Cecidomídeos (larvas de
mosquito) têm uma ação predadora voraz, sobre os piolhos.
No entanto, também são capazes de se alimentar de outras
presas, como ácaros e cochonilhas.
33. ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
Ordem: Dipteros (Sirfídeos, Lecidomídeos, Taquinídeos)
Família TACHINIDAE (Taquinideos): São moscas parasitas de lagartas de
Lepidópteros, Coleópteros e outros tipos de insetos. Taquinídeos são inimigos
muito importantes de muitos artrópodes, sobretudo larvas da Ordem Lepidoptera.
Para além dos lepidópteros, os taquinídeos parasitam os seguintes grupos:
Coleoptera, Hymenoptera, Heteroptera, Orthoptera, Blattodea, Dermaptera,
Diptera, Embioptera, Mantodea, Phasmida, Chilopoda, Scorpiones e Araneae.
Como a maioria dos hospedeiros são herbívoros, os taquinídeos desempenham
frequentemente um papel significativo na regulação das populações de herbívoros
e na estruturação das comunidades ecológicas.
34. ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
Ordem: Dipteros (Sirfídeos, Lecidomídeos, Taquinídeos)
Família TACHINIDAE (Taquinideos): O Homem percebeu as potencialidades deste
grupo e cerca de 100 espécies já foram utilizadas em programas de controlo
biológico em florestas e culturas agrícolas. A maioria dos taquinídeos parasitam o
estado larvar dos seus hospedeiros mas cerca de 5 a 10% das espécies parasitam
adultos.
35. ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
Ordem: Hemiptera; subordem Heteroptera
É a família dos percevejos, insectos de corpo achatado. Há registos de capturas, em
pomares de Nogueiras, em que nas capturas de hemípteros predadores,
predominaram as famílias Miridae, Anthocoridae e Lygaeidae. Na família Miridae foi
identificada a espécie Deraeocoris lutescens. Na família Anthocoridae, predadores
polífagos de ácaros, psilas e tripes (Reboulet, 1999), predominam os Orius spp, S.
punctillum, Orius spp.
36. ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
Ordem: Hemiptera; subordem Heteroptera
Família ANTHOCORIDAE (Antocorideos): A maior parte das espécies é muito ágil e
desloca-se rapidamente. Embora tenham asas, voam pouco e vivem escondidos no
meio da folhagem. Os mais abundantes predadores desta família agrupam-se nos
géneros Orius e Anthocoris. São predadores de ácaros, de psilas, de pequenas
larvas de borboletas, afídeos, thrips e cicadelídeos
em vinhas, pomares, milho e hortícolas e em
muitas culturas em estufa. Algumas espécies do
género Orius são produzidas em laboratórios e
utilizadas em Luta Biológica contra pragas das
estufas e dos pomares.
37. ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
Ordem: Hemiptera; subordem Heteroptera
Familia MIRIDAE (Miridea): Os mirideos atacam também os piolhos e os ácaros.
Blepharidopterus angulatus, alimenta-se de aranhiço-vermelho (ácaro); vive nas
árvores, especialmente macieiras e limoeiros e é útil nos pomares.
38. ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
Ordem: Hemiptera; subordem Heteroptera
Familia Nabidae (Nabídeos): Percevejos pequenos e castanhos e encontram-se
vulgarmente nas relvas ou vegetação rasteira, caçando insetos como afídeos ou
lagartas de borboleta.
39. ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
Ordem: Hymenoptera (vespas, abelhas e formigas)
Entre os Himenópteros, a ordem a que pertencem também as formigas e as
abelhas, contam-se elevado número de espécies que parasitam outros insetos.
Estes pequenos auxiliares, cujo tamanho normalmente não vai além de 2 ou 3
mm, parasitam com grande eficácia afídeos, cochonilhas, ovos de lepidópteros
(borboletas), cigarrinhas, thrips e outras. As fêmeas destes minúsculos insetos
depositam os ovos no corpo das vítimas. O posterior desenvolvimento das
larvas provenientes destes ovos no corpo do insecto parasitado acaba por o
matar, impedindo assim a proliferação de muitas pragas. Alguns Himenópteros,
como os tricogramas, são utilizados em Luta Biológica.
40. ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
Ordem: Hymenoptera (vespas, abelhas e formigas)
Família FORMICIDAE (formigas): Na imagem pode-se observar uma Formiga a
predar larva de traça-da-oliveira.
41. ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
Ordem: Hymenoptera (vespas, abelhas e formigas)
Família HEMEROBIIDAE ou hemeróbios: constituem uma família de insetos
predadores de outros insetos - principalmente cochonilhas, afídios e ovos de
lepidópteros, constituindo, por isso, ótimos agentes para controlo de pragas. Os
ovos são pequenos, de 0,5 mm a 1,0 mm,
amarelados e ovais ou elípticos. As larvas,
muito ativas, de corpo fusiforme e cabeça
pequena e arredondada, são semelhantes
às das espécies da família Chrysopidae,
distinguem-se facilmente destas por não
trazerem agarrados ao seu revestimento restos
das presas.
42. ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
Os Insetos Auxiliares são muito sensíveis aos inseticidas. É necessário, na
prática da Proteção das Culturas, considerar a sua presença, a fim de adaptar
os programas de luta contra as pragas. As sebes, os bosques, beiradas de
campos e taludes revestidos de vegetação espontânea, constituem
reservatórios de Auxiliares, a partir dos quais estes insetos podem colonizar as
culturas vizinhas. A vegetação natural existente deve ser mantida nas
imediações dos terrenos, nos caminhos e muros, proporcionando também
alimentação para os Auxiliares, nos períodos em que o alimento é pouco
abundante pela ausência de culturas. Estes locais fornecem igualmente bons
abrigos para a passagem dos períodos desfavoráveis do Inverno.
43. ANIMAIS INVERTEBRADOS
INSECTOS AUXILIARES
Os pomares, vinhas e outras culturas rodeadas de sebes vivas e de bosques ou
floresta apresentam grande diversidade e densidade de Insetos.
São múltiplos os organismos auxiliares que participam na limitação natural das
pragas e doenças das culturas. Há diversos auxiliares contra o pulgão: as
joaninhas, os sirfídeos, os camaemídeos, as crisopas, os himenópteros. O
agricultor pode otimizar a sua ação dando condições (alimento, abrigo, local de
nidificação, gestação, hibernação, entre outras) para a sua presença nos
agroecossistemas. Os organismos auxiliares contribuem para o equilíbrio dos
agroecossistemas e consequentemente do nosso planeta.