2. A tuberculose é uma doença transmissível e
representa uma das dez (10) principais causas de
morte a nível mundial. Esta doença é causada pelo
bacilo Mycobacterium tuberculosis, que se transmite
através das vias respiratórias. Normalmente afecta os
pulmões, mas também pode afectar outros órgãos.
3. Actualmente, Angola faz parte da lista dos 10 países do
mundo com o maior nível de tuberculose, tendo registado em
2016, cerca de 107 mil novos casos. Dados apontam que até
2019 a tuberculose era a terceira causa de morte, e segundo o
Programa Nacional de Luta contra a Tuberculose, o país
registou cerca de 70.362 mil novos casos.
MARIA FUNHIKA
4. A situação epidemiológica da tuberculose é preocupante, com variações nas diferentes
regiões do país devido a múltiplos factores, entre eles:
(i) limitada adesão ao tratamento;
(ii) altas taxas de abandonos;
(iii) difícil acesso aos grupos vulneráveis;
(iv) aumento da coinfecção TB/VIH;
(v) existência de estirpes resistentes aos fármacos antituberculosos;
(vi) desigualdades sociais; pobreza e discriminação, que fazem da tuberculose uma
doença de difícil controlo. As províncias de Luanda, Benguela, Huila e Namibe,
continuam a notificar maior número de casos de BK (+).
5. Tipos da tuberculose
Segundo a Dra Sylvia Henrichsen (2012), de acordo com o local que a
bactéria da tuberculose se instala e desenvolve-se, a tuberculose pode ser
classificada em alguns tipos, sendo os principais:
6. Tuberculose pulmonar:
É a forma mais comum da doença e ocorre devido a entrada do bacilo nas vias
respiratórias superiores e alojamento nos pulmões. Esse tipo de tuberculose é
caracterizado por tosse seca e constantes com ou sem sangue, sendo a tosse a
principal forma de contágio, já que as gotículas de saliva liberadas por meio da
tosse contêm os bacilos de Koch, podendo infectar outras pessoas;
MARIA FUNHIKA
7. Tuberculose miliar:
É uma das formas mais graves da tuberculose e ocorre quando o bacilo entra na
corrente sanguínea e chega a todos os órgãos, havendo risco de meningite. Além do
pulmão ser gravemente acometido, outros órgãos também podem ser;
Tuberculose óssea
Apesar de não ser muito comum ocorre quando o bacilo consegue penetrar e se
desenvolver nos ossos, o que pode provocar dor e inflamação, que nem sempre é
inicialmente diagnosticada e tratada como sendo tuberculose;,
8. Tuberculose ganglionar:
É causada pela entrada do bacilo no sistema linfático, podendo acometer os gânglios do
do tórax, virilha, abdômen ou, mais frequentemente, do pescoço. Esse tipo de
tuberculose extrapulmonar não é contagioso e tem cura quando tratado da maneira
correta
Tuberculose pleural:
Ocorre quando o bacilo acomete a pleura, tecido que reveste os pulmões, causando
intensa dificuldade em respirar. Esse tipo de tuberculose extrapulmonar não é
contagioso, no entanto pode ser adquirido ao se entrar em contato com pessoa com
tuberculose pulmonar ou ser uma evolução da tuberculose pulmonar.
MARIA FUNHIKA
9. Sinais e sintomas
Quando a tuberculose se instala nos pulmões, o sintoma mais importante é a tosse que
se estende por um período prolongado (mais de 2 ou 3 semanas). O paciente produz
uma grande quantidade de escarro, o qual pode conter sangue, (MUNZ E BERGSTROM.
2004).
Tortora, (2012), a cada ml de escarro um bacilífero elimina cinco mil bacilos
aproximadamente, o que carateriza como a maior fonte de infeção. Há também a
tuberculose latente, na qual o hospedeiro não apresenta sintomas, isto é, assintomática,
o que não se considera uma doença infeciosa, mas tendo mais chance de desenvolver a
doença.
10. Diagnóstico Laboratorial
Para o diagnóstico da tuberculose, primeiramente é realizada análise do
quadro clínico. Algumas indicações apontam como certo o resultado,
como tosse por mais de 2-3 semanas associada a outros sintomas, fatores
de risco associados aos sintomas, infecção por HIV e tosse e febre sem
razão aparente, fator de risco associado a diagnóstico de pneumonia sem
melhora após sete dias do início do tratamento.
MARIA FUNHIKA
11. Para a confirmação do diagnóstico, o médico deve solicitar exames,
como:
Radiografia do tórax, para verificar possíveis alterações;
Baciloscopia (BAAR), para identificar a presença de bacilos álcool-
ácido-resistentes, característicos do bacilo de Koch;
Cultura para micobactéria;
Teste molecular para confirmação do patógeno e identificação de
possíveis resistências a antibióticos.
A radiografia, junto a baciloscopia e teste de cultura, ou teste
molecular, costumam ser realizadas em todos os casos suspeitos de
tuberculose pulmonar.