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Título
Editor
Prefixo de Editor
ISBN
Depósito legal
Design
COORDENAÇÃO GERAL
COORDENAÇÃO EDITORIAL
FOTOGRAFIA E ILUSTRAÇÕES
PROPRIEDADE
TIRAGEM
FICHA TÉCNICA
Atas do Seminário “Área Metropolitana de Lisboa
- Ambiente Urbano e Riscos”
Área Metropolitana de Lisboa
972-98655
978-972-8759-09-4
364388/13
Metropolis®
- Design Partners
Sofia Lona Cid
Mariana Coelho
Luísa Flores • Imagens cedidas pelos oradores
Área Metropolitana de Lisboa
Rua Carlos Mayer, n.º 2 - R/c, 1700-102 LISBOA
Tel. 218 428 570 - Fax. 218 428 577
E-mail: amlgeral@aml.pt
Web: www.aml.pt
1000 exemplares
ABERTURA
As ações de ocupação e de transformação do solo, levadas a cabo pelo homem, compor-
tam sempre riscos ao nível do sistema biofísico. Riscos de maior amplitude quando se
ignoram ou se violentam as capacidades naturais do sítio, explorando recursos para além
do que é lícito no quadro da sustentabilidade ambiental.
A concentração urbana, levando a grande aglomeração de pessoas e atividades, agudiza os
riscos. Riscos naturais e também riscos sociais. Riscos que aumentam face à inexistência
de uma “cultura do risco” e ao relativo desconhecimento da realidade física envolvente.
O conhecimento da realidade física e social, a existência de uma correta monitoriza-
ção dos fatores de risco, a adoção de medidas de prevenção adequadas, a exigência de
meios de proteção civil, a “construção” de uma “cultura do risco” e a criação de redes de
voluntariado que, sem substituir as responsabilidades do Estado, possam ajudar nas si-
tuações de desastre, são essenciais para que a vida, nas grandes aglomerações urbanas,
seja mais segura.
É neste quadro de realidades e preocupações que a Área Metropolitana de Lisboa orga-
niza o Seminário “Área Metropolitana de Lisboa: Ambiente Urbano e Riscos”.
Assembleia Metropolitana de Lisboa
Comissão Permanente de Planeamento, Ordenamento do Território e Ambiente
Esta publicação apresenta o conjunto de comunicações do Seminário
“Área Metropolitana de Lisboa – Ambiente Urbano e Riscos”, realizado
em 23 de março de 2012, no Instituto Superior de Engenharia de Lisboa.
As comunicações dos autores são da sua inteira responsabilidade e
nem todas estão redigidas à luz do Novo Acordo Ortográfico.
ÍNDICE
AMBIENTE URBANO E RISCOS
6
9
10
12
13
17
18
33
43
67
68
81
106
117
124
136
145
146
154
161
162
172
178
Sessão de Abertura
Daniel Branco, Deputado Metropolitano
Manuela Vieira, Vice-Presidente do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa
Carlos Humberto de Carvalho, Presidente da Junta Metropolitana de Lisboa
Introdução aos Temas
José Luís Zêzere, O risco físico e o território na AML
Francisco Salgado, Os riscos num entendimento global
Carlos Mendes, A proteção civil
1º Painel - Os riscos físicos sobre o território
João Joanaz de Melo, Inundações e cheias rápidas - Riscos de cheias:
fenómeno natural, problema de ordenamento
Luísa Sousa, O risco sísmico e a Área Metropolitana de Lisboa
Maria Ana Baptista, O risco de tsunami e a Área Metropolitana de Lisboa
Ruben Dias, Movimentos geológicos e geotécnicos / deslizamentos
- Importância da Cartografia Geológica
Maria Anderson, Ordenamento do território e prevenção na ótica
da proteção civil
Manuel Martins Barata, Riscos informáticos
2º Painel - Os riscos de uso do território
Vítor Cóias, Habitar a cidade: a renovação do edificado
Teresa Madeira da Silva, Planeamento e habitação: habitação social
em edifícios de grande porte: “Zona J” e “Pantera Cor-de-Rosa”
Ana Paula Vitorino, Logística e Transportes
José Miguel Trigoso, Infraestruturas viárias urbanas e segurança rodoviária
Paulo Alexandre Soares, Riscos aeronáuticos
Rita BaTISTA, Riscos para a saúde - biosegurança dos alimentos
geneticamente modificados
7
183
184
187
196
211
216
223
224
250
253
257
262
285
286
290
294
308
311
316
3º Painel - O Planeamento, a monitorização e a prevenção
dos riscos
Ricardo Ribeiro, Planos municipais de emergência e contigência
Francisco Salgado, Monitorização das grandes obras e de equipamentos
- apresentação de caso histórico
Celso Pinto, Monitorização das zonas costeiras: exemplos e aplicação
na gestão do risco em litoral de arriba e arenoso
Paulo Pinto, Meteorologia e Sistemas de Aviso em Áreas Urbanas
Domingos Morais, A organização do socorro na Área Metropolitana
de Lisboa - custos financeiros
4º Painel - A educação para o risco, a cultura do risco
e o voluntariado
Maria Luísa Lima, A perceção do risco
Henrique Vicêncio, A plataforma nacional para a redução de catástrofes
Paula Almeida, Os clubes de proteção civil
Manuel Brito, A resiliência das comunidades ao risco e o voluntariado
Rui Silva, Os bombeiros voluntários
Sessão de encerramento
Rita Magrinho, Relatora do 1º Painel - Os riscos físicos sobre o território
Humberto Candeias, Relator do 2º Painel - Os riscos de uso do território
Sofia Cabral, Relatora do 3º Painel - O planeamento, a monitorização
e a prevenção dos riscos
Carolina Tomé, Relatora do 4º Painel - A educação para o risco,
a cultura do risco e o voluntariado
Lino Paulo, Presidente da Comissão Permanente de Planeamento,
Ordenamento do Território e Ambiente da Assembleia Metropolitana de Lisboa
João Serrano, Presidente da Assembleia Metropolitana de Lisboa
ÍNDICE
SESSÃO
DE ABERTURA
•	 Daniel Branco
	 Deputado Metropolitano
	 Presidiu à Mesa na Sessão de Abertura
•	 Manuela Vieira
	 Vice-Presidente Instituto Superior de Engenharia de Lisboa
•	 Carlos Humberto de Carvalho
	 Presidente da Junta Metropolitana de Lisboa
AMBIENTE URBANO E RISCOS
10
Daniel Branco
Deputado Metropolitano						
Presidiu à Mesa na Sessão de Abertura
Em representação da Assembleia Metropolitana de Lisboa declaro aberto este semi-
nário sobre AMBIENTE URBANO E RISCOS que a Comissão de Planeamento, Ordena-
mento do Território e Ambiente decidiu promover.
Começarei por apresentar os nossos agradecimentos a diversas entidades e pessoas
que, com os seus contributos e com o seu trabalho, tornaram possível encontrarmo-
-nos aqui, hoje, e em tão grande número, para debatermos matérias fundamentais
para a segurança e a qualidade de vida das comunidades residentes na AML.
Agradecemos ao Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, representado nesta
mesa pela sua vice-presidente Dra. Manuela Vieira, a cedência das instalações e toda
a disponibilidade manifestada, desde a primeira hora, para que esta iniciativa se pu-
desse concretizar.
Agradecemos também os apoios concedidos pela Câmara Municipal de Lisboa, pelos
“designers” da Metropolis, pelos Cafés Delta, pelo Metropolitano e pela CP.
De um modo particular agradecemos ao pouco pessoal da AML que, ao longo dos me-
ses de preparação deste seminário e nestes últimos dias tudo tem feito para o sucesso
desta realização. Muito obrigado, em particular, à Dra. Mariana Coelho.
Como normalmente ocorre nestas realizações, contamos, logo à partida, com diver-
sas alterações ao inicialmente previsto, conforme podem ver na folha respetiva que
foi introduzida na vossa pasta de documentação.
Para a Sessão de Encerramento contávamos com a presença do Secretário de Estado
da Administração Interna, conforme confirmação ao nosso convite, que recebemos
em outubro do ano passado. Contudo, e por informação telefónica do passado dia 20
de março, foi-nos dito que ele não poderia vir. Lamentamos que assim tenha sucedi-
do, mas como nem tudo é prejuízo, ficaram os relatores que irão intervir na Sessão
de Encerramento com mais uns minutos para nos apresentarem as conclusões dos
vários painéis.
O funcionamento do seminário irá decorrer de acordo com o programa que têm na
vossa posse, realizando-se os plenários e os vários painéis nos horários e locais indi-
cados, situados em vários edifícios do ISEL.
Nos documentos que receberam constam as Fichas de Presença, para Uso da Palavra
e de Avaliação. Solicitamos o seu preenchimento e a sua entrega aos nossos serviços
de apoio.
11
Como dizemos
no folheto
de divulgação
do seminário:
“O conhecimento da realidade física e social, a existência de uma correta monitoriza-
ção dos fatores de risco, a adoção de medidas de prevenção adequadas, a exigência
de meios de proteção civil, a “construção” de uma “cultura do risco” e a criação de
redes de voluntariado que, sem substituir as responsabilidades do Estado, possam
ajudar nas situações de desastre, são essenciais para que a vida, nas grandes aglome-
rações urbanas, seja mais segura.”
Para melhor nos prepararmos para dar resposta adequada às várias ocorrências que
possam suceder é essencial estudar e analisar a realidade em que vivemos para pre-
venir adequadamente, planear e programar ações a empreender para atenuar efeitos
e dispor de um levantamento exaustivo das quantidades e das capacidades dos
meios disponíveis para promover o socorro necessário.
Temos plena consciência de que ainda estamos longe da preparação de qualidade
que ambicionamos, embora seja positivo constatar que trabalhos em curso em diver-
sos organismos caminham no bom sentido.
O nosso objetivo com a realização deste seminário é continuarmos a contribuir para
esse permanente esforço de melhoria das nossas condições de vida, com segurança.
Agradecendo a todos a vossa presença e desejando que, cada um pessoalmente e
todos coletivamente, encontrem nesta iniciativa o sentido positivo da participação
que aqui viemos dar e receber, passarei, de seguida, a palavra à representante do
ISEL, senhora Dra. Manuela Vieira e ao senhor Presidente da Junta Metropolitana de
Lisboa, Carlos Humberto de Carvalho.
Bom trabalho a todos.
sessão de abertura
AMBIENTE URBANO E RISCOS
12
Manuela Vieira
Vice-Presidente do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa
O ISEL é uma das mais antigas instituições de ensino superior portuguesas. Remonta
a 1852 a sua criação e, desde esse dia, nunca deixámos de contribuir significativamen-
te para o desenvolvimento da engenharia em Portugal. Somos conhecidos no merca-
do por produzir engenheiros com elevada competência técnica, com capacidade para
juntar o saber ao saber fazer. Hoje representamos um marco do ensino da Engenharia
no País, com valências em permanente evolução e de acordo com o desenvolvimento
da engenharia em termos mundiais. A nossa afirmação além-fronteiras permite que
sejamos já um parceiro, por direito próprio, na definição internacional desta mesma
evolução.
Continuamos a apostar num modelo único e original de ensinar engenharia, que
se baseia na proximidade com o que de melhor se tem feito nesta área ao longo
dos tempos. No ISEL é possível encontrar os melhores profissionais, que exercem
engenharia presentemente, lado a lado com académicos conceituados no desen-
volvimento de atividades de I&D neste domínio.
Sensibilizados com a escolha do ISEL para a realização do Seminário Ambiente e Ur-
bano e Riscos organizado pela Área Metropolitana de Lisboa, queremos dar-vos as
boas vindas, dizer-vos para se sentirem em casa e desejar que os vossos trabalhos
sejam frutíferos e com muito sucesso.
13
Senhora Vice-Presidente do ISEL,
Senhores Presidentes da Assembleia Metropolitana e da Comissão de Planeamento,
Ordenamento do Território e Ambiente da Assembleia Metropolitana,
Senhores Autarcas,
Minhas Senhoras e meus Senhores,
Caros Participantes,
Em primeiro lugar, gostaria de felicitar a Comissão Permanente de Planeamento, Or-
denamento do Território e Ambiente da Assembleia Metropolitana pela organização
desta iniciativa, pois nunca é demais refletir sobre os diversos riscos que se colocam
à sociedade, quer pela sua diversidade, quer pela sua imprevisibilidade.
Não posso deixar, também, de dar a minha palavra de apreço ao Instituto Superior
de Engenharia de Lisboa, pelo apoio dado a esta iniciava, e também pela sua impor-
tância na formação de técnicos especializados na área da engenharia, um dos pilares
essenciais para lidar com a temática que hoje está em discussão.
A Área Metropolitana de Lisboa, que representa 3,5% do território nacional, mas onde
habitam quase três milhões de pessoas, contribui significativamente para a concen-
tração nacional dos problemas urbanos associados aos riscos na área da proteção
civil, os quais condicionam a qualidade de vida das populações e a competitividade
da principal região de projeção internacional do País.
Aliás, na AML é bem presente na memória coletiva os desastres e catástrofes que as-
sociamos aos riscos: o terramoto e tsunami de 1755, as cheias de 1967 e o seu impacto
na bacia do Trancão, as explosões na fábrica da pólvora de Barcarena, a contaminação
dos solos da antiga Siderurgia Nacional, para dar apenas alguns exemplos.
Conhecemos algumas das causas que potenciam estes riscos: uma “cultura de planeamen-
to” tardio, a desertificação dos campos e a concentração junto das cidades, o aumento da
pressãojuntodoespaçourbanoeocrescimentodescontroladodoscentrosurbanos,oapro-
fundado fosso existente entre o litoral e o interior. Para termos uma ideia, na década de 50,
para uma taxa de crescimento média anual em Lisboa de 2,4%, Almada, Moscavide e Que-
luz registaram, respetivamente, um crescimento largamente acima dos 100%. Acresce que
a primeira Geração de PDM`s, aprovada na década de 90, não foi tanto encarada como um
instrumento de planeamento, mas sim como uma obrigação legal que se havia de cumprir.
Por outro lado, herdámos também burocracias paralisantes, uma proliferação de enti-
dades com competências sobrepostas e até alguma conflitualidade de poderes deci-
sórios, que dificultaram a adoção de uma estratégia de prevenção de riscos, com par-
ticular ênfase no que diz respeito a sismos, incêndios florestais, cheias e inundações,
e à erosão das zonas costeiras. Não são raras as vezes que Planos Diretores Municipais
Carlos Humberto 			
de Carvalho
Presidente da Junta Metropolitana de Lisboa
sessão de abertura
AMBIENTE URBANO E RISCOS
14
se estendem no tempo e quando são aprovados, já estão prontos a serem revistos.
Aliás, atualmente temos um problema acrescido: são vários os planos diretores muni-
cipais que aguardam pela aprovação do Plano Regional de Ordenamento do Território
da Área Metropolitana de Lisboa.
Acresce a esta realidade a degradação natural dos solos, as secas prolongadas deriva-
das do aquecimento global, e os riscos de desertificação, agravados pela existência de
fenómenos climáticos excecionais (chuvas torrenciais, cheias de efeito rápido e incên-
dios florestais de grandes dimensões). Relembro que fez recentemente 4 anos (17 e 18
de fevereiro) que ocorreram fortes inundações que afetaram vários concelhos da Área
Metropolitana de Lisboa e que causaram elevados prejuízos e perda de vidas humanas.
Por outro lado, a AML também está associada a diversos registos de fenómenos sís-
micos que, com maior ou menor impacte, associados ou não a tsunamis, causaram
danos e consequências severas, deixando marcas na memória coletiva dos portugue-
ses. De entre os inúmeros registos de atividade sísmica sentida, já falei no terramoto
de 1755 (considerado internacionalmente como a primeira catástrofe da era moderna)
e, numa escala mais regional, relembro o sismo de Benavente de 1909.
Urge, portanto, adotar medidas preventivas e corretivas à utilização dos solos, me-
didas que salvaguardem as infraestruturas críticas sujeitas a maiores riscos, medidas
que agilizem a compatibilidade entre Planos, medidas que aproximem os cidadãos
desta temática, influenciando-os nas suas escolhas e opções e medidas que estabele-
çam uma maior ligação entre os instrumentos de ordenamento e os instrumentos de
Planeamento e Gestão da Emergência.
Ora, é na emergência desta complexa teia de fatores de risco, que os instrumentos de
gestão e ordenamento do território assumem um papel decisivo na prevenção, moni-
torização e minimização das catástrofes. Parece-me de facto evidente que é ao nível
dos Instrumentos de Gestão Territorial e dos Planos de Emergência de Proteção Civil
que têm de ser repensados os modelos de gestão, no sentido de estabelecer modelos
operacionais, suportados em meios efetivos.
Por outro lado, e tendo em conta a realidade geofísica da AML e a experiência políti-
co-administrativa dos processos de planeamento, julgo que existe ainda uma necessi-
dade emergente de redefinir escalas de harmonização no planeamento, tanto naquilo
que diz respeito ao esforço de identificação e caracterização, como dos processos
normativos, ou seja, é imperativo um modelo de gestão de escala metropolitana.
Não me alongo mais. Com certeza que alguns dos temas que agora referi, serão abor-
dados durante o dia de hoje, mas não é demais relembrar e nunca é tarde para agir.
Estou seguro que a reflexão será enriquecedora e contribuirá para deixarmos de olhar
os riscos como uma coisa que só acontece aos outros.
Agradeço a todos. Muito Obrigado!
INTRODUÇÃO
AOS TEMAS
Luís Salmonete Rodrigues
Deputado Metropolitano
Presidiu à Mesa
AMBIENTE URBANO E RISCOS
18
Resumo
O risco físico e o território
na AML
Os Riscos representam um dos grandes vetores de identificação e organização es-
pacial do território preconizado no Programa Nacional de Política de Ordenamento
do Território (PNPOT). A inclusão do vetor dos Riscos no modelo territorial do PN-
POT significa que a gestão preventiva de riscos passou a constituir uma prioridade
de primeira linha da política de ordenamento do território, sendo considerada uma
condicionante fundamental da organização das várias componentes do modelo e um
objetivo do programa das políticas do PNPOT e, ainda, um elemento obrigatório dos
outros instrumentos de gestão territorial.
Neste trabalho apresentam-se os principais resultados da análise da incidência espa-
cial de um conjunto de perigos na AML, efetuada no âmbito do processo de alteração
do PROT-AML.
O território abrangido pelo PROT-AML encontra-se exposto a um leque variado de
perigos, que inclui:
i.	 Perigos naturais, que correspondem a ocorrências associadas ao funcionamen-
to dos sistemas naturais (e.g., sismos, movimentos de massa, erosão do litoral,
cheias e inundações);
ii.	 Perigos tecnológicos, que potenciam acidentes, frequentemente súbitos e não
planeados, decorrentes da atividade humana (e.g., potencial de acidentes in-
dustriais, potencial de acidentes no transporte de substâncias perigosas);
iii.	 Perigos ambientais, em que se combinam os resultados de ações continuadas
da atividade humana com o funcionamento dos sistemas naturais (e.g., incên-
dios florestais, contaminação de cursos de água, de aquíferos e de solos).
Alguns dos perigos que afetam a AML apresentam elevado potencial destruidor (e.g.,
sismos, cheias rápidas, fenómenos de erosão costeira, acidentes industriais). Este fac-
to é gerador de riscos elevados em áreas densamente povoadas, que se encontram
frequentemente ocupadas por atividades humanas desajustadas. Adicionalmente,
existe uma concentração excessiva de infraestruturas estratégicas em áreas de per-
igosidade moderada ou elevada.
José Luís Zêzere
RISKam – Avaliação e Gestão de Perigosidades e Risco Ambiental
Centro de Estudos Geográficos, Instituto de Geografia
e Ordenamento do Território – Universidade de Lisboa
19
Introdução aos temas – O risco físico e o território na AML,
josé luís zêzere
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COMUNICAÇÃO
AMBIENTE URBANO E RISCOS
20
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Introdução aos temas – O risco físico e o território na AML,
josé luís zêzere
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AMBIENTE URBANO E RISCOS
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Introdução aos temas – O risco físico e o território na AML,
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AMBIENTE URBANO E RISCOS
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Introdução aos temas – O risco físico e o território na AML,
josé luís zêzere
AMBIENTE URBANO E RISCOS
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Cheias e inundações
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Cheias e inundações
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27

Cheias e inundações
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Incêndios florestais
Introdução aos temas – O risco físico e o território na AML,
josé luís zêzere
AMBIENTE URBANO E RISCOS
28
Perigos Tecnológicos
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AML - Carta Multi-perigo
29

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
Área
edificada
1995 (ha)
Área
edificada
2007 (ha)
Taxa de
variação
(%)
62777 96206 53,2
0 5000 10000 15000 20000 25000 30000
Edificação compacta
Edificação dispersa
Edificação desordenada e
fragmentada
Núcleos em espaço rústico
Espaço industrial
Grandes equipamentos
Áreas desportivas
Ha
Tiposdeespaçosedificados
1995
2007
Área edificada



Introdução aos temas – O risco físico e o território na AML,
josé luís zêzere
AMBIENTE URBANO E RISCOS
30

Edificação em
vertentes perigosas
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800
Edificação compacta
Edificação dispersa
Edificação desordenadae
fragmentada
Núcleos em espaço rústico
Espaço industrial
Grandesequipamentos
Áreas desportivas
Ha
Tiposdeespaçosedificados
1995
2007
 

Edificação em
vertentes perigosas
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
ALCOCHETE
ALMADA
AMADORA
BARREIRO
CASCAIS
LISBOA
LOURES
MAFRA
MOITA
MONTIJO
ODIVELAS
OEIRAS
PALMELA
SEIXAL
SESIMBRA
SETÚBAL
SINTRA
VILAFRANCADE XIRA
Ha
1995
2007
31

Edificação em áreas
inundáveis por cheia rápida
 
0 200 400 600
Edificação compacta
Edificação dispersa
Edificação desordenadae
fragmentada
Núcleos em espaço rústico
Espaço industrial
Grandesequipamentos
Áreas desportivas
Ha
Tiposdeespaçosedificados
1995
2007

Edificação em áreas
inundáveis por cheia rápida
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450
ALCOCHETE
ALMADA
AMADORA
BARREIRO
CASCAIS
LISBOA
LOURES
MAFRA
MOITA
MONTIJO
ODIVELAS
OEIRAS
PALMELA
SEIXAL
SESIMBRA
SETÚBAL
SINTRA
VILAFRANCADE XIRA
Ha
1995
2007
Introdução aos temas – O risco físico e o território na AML,
josé luís zêzere
AMBIENTE URBANO E RISCOS
32

CONCLUSÃO:
 Território regional exposto a um leque muito amplo de perigos
(alguns com potencial destruidor elevado), com distinta incidência
territorial.
 Existência de áreas de perigo acentuado que, por serem
densamente povoadas e/ou por estarem ocupadas por
actividades humanas desajustadas, possuem um risco elevado.
       
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
33
Resumo
Comunicação
1. INTRODUÇÃO
francisco salgado
Laboratório Nacional de Engenharia Civil
Os riscos num entendimento
global
(Apresentou a comunicação de Laura Caldeira, do Laboratório Nacional de Engenharia
Civil, que esteve ausente no dia do Seminário por motivo inadiável de ordem pessoal)
Na presente comunicação identificam-se os principais desafios da Sociedade atual
com vista a um desenvolvimento social sustentável e estabelecem-se as suas relações
com a gestão do risco. Ressalta-se a relação estreita que se deverá promover entre a
Ciência, a Tecnologia e a Sociedade. Contextualiza-se o papel institucional das orga-
nizações em termos de gestão de risco. Finalmente, descrevem-se, sumariamente, os
modelos de gestão do risco.
A sustentabilidade implica a procura no presente de benefícios para as pessoas e
para o ambiente, sem afetar a possibilidade das gerações futuras suprimirem as suas
necessidades. A gestão sustentável refere-se à capacidade para dirigir o curso de
uma empresa, de uma comunidade ou de um país, adotando vias equilibradas que os
valorizam em termos económicos, financeiros, sociais e ambientais. Trata-se, pois, de
um processo contínuo e evolutivo de trabalho e de gestão.
A combinação de uma população mundial crescente com a tendência humana para
encarar as necessidades de infraestruturas (de transportes, de abastecimento de
água e energéticas) e os problemas ambientais apenas quando estes atingem sig-
nificativas proporções e não podem ser ignorados, torna essencial, de um modo
crescente, a adoção de processos e procedimentos que tenham em conta uma visão
de longo prazo.
O crescimento da população gera a apropriação de mais ambiente natural para o seu
uso, a procura de mais água e de mais energia, a produção de mais resíduos e de
maior poluição, o agravamento das necessidades de transporte e o aumento da sua
exposição a perigos naturais.
Entre os desafios básicos atuais da nossa sociedade (Clough, 2000), incluem-se
o provimento de habitação para uma população em expansão, o tratamento de
infraestruturas urbanas decadentes, a exploração de novas fontes de água e de
energia, a previsão, a minimização e a recuperação dos efeitos dos desastres
naturais e das alterações climáticas, o transporte de cada vez mais pessoas e
Introdução aos temas – Os riscos num entendimento global,
francisco salgado

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Riscos na Área Metropolitana de Lisboa

  • 1.
  • 2.
  • 3. Título Editor Prefixo de Editor ISBN Depósito legal Design COORDENAÇÃO GERAL COORDENAÇÃO EDITORIAL FOTOGRAFIA E ILUSTRAÇÕES PROPRIEDADE TIRAGEM FICHA TÉCNICA Atas do Seminário “Área Metropolitana de Lisboa - Ambiente Urbano e Riscos” Área Metropolitana de Lisboa 972-98655 978-972-8759-09-4 364388/13 Metropolis® - Design Partners Sofia Lona Cid Mariana Coelho Luísa Flores • Imagens cedidas pelos oradores Área Metropolitana de Lisboa Rua Carlos Mayer, n.º 2 - R/c, 1700-102 LISBOA Tel. 218 428 570 - Fax. 218 428 577 E-mail: amlgeral@aml.pt Web: www.aml.pt 1000 exemplares
  • 4. ABERTURA As ações de ocupação e de transformação do solo, levadas a cabo pelo homem, compor- tam sempre riscos ao nível do sistema biofísico. Riscos de maior amplitude quando se ignoram ou se violentam as capacidades naturais do sítio, explorando recursos para além do que é lícito no quadro da sustentabilidade ambiental. A concentração urbana, levando a grande aglomeração de pessoas e atividades, agudiza os riscos. Riscos naturais e também riscos sociais. Riscos que aumentam face à inexistência de uma “cultura do risco” e ao relativo desconhecimento da realidade física envolvente. O conhecimento da realidade física e social, a existência de uma correta monitoriza- ção dos fatores de risco, a adoção de medidas de prevenção adequadas, a exigência de meios de proteção civil, a “construção” de uma “cultura do risco” e a criação de redes de voluntariado que, sem substituir as responsabilidades do Estado, possam ajudar nas si- tuações de desastre, são essenciais para que a vida, nas grandes aglomerações urbanas, seja mais segura. É neste quadro de realidades e preocupações que a Área Metropolitana de Lisboa orga- niza o Seminário “Área Metropolitana de Lisboa: Ambiente Urbano e Riscos”. Assembleia Metropolitana de Lisboa Comissão Permanente de Planeamento, Ordenamento do Território e Ambiente Esta publicação apresenta o conjunto de comunicações do Seminário “Área Metropolitana de Lisboa – Ambiente Urbano e Riscos”, realizado em 23 de março de 2012, no Instituto Superior de Engenharia de Lisboa. As comunicações dos autores são da sua inteira responsabilidade e nem todas estão redigidas à luz do Novo Acordo Ortográfico.
  • 5.
  • 7. AMBIENTE URBANO E RISCOS 6 9 10 12 13 17 18 33 43 67 68 81 106 117 124 136 145 146 154 161 162 172 178 Sessão de Abertura Daniel Branco, Deputado Metropolitano Manuela Vieira, Vice-Presidente do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa Carlos Humberto de Carvalho, Presidente da Junta Metropolitana de Lisboa Introdução aos Temas José Luís Zêzere, O risco físico e o território na AML Francisco Salgado, Os riscos num entendimento global Carlos Mendes, A proteção civil 1º Painel - Os riscos físicos sobre o território João Joanaz de Melo, Inundações e cheias rápidas - Riscos de cheias: fenómeno natural, problema de ordenamento Luísa Sousa, O risco sísmico e a Área Metropolitana de Lisboa Maria Ana Baptista, O risco de tsunami e a Área Metropolitana de Lisboa Ruben Dias, Movimentos geológicos e geotécnicos / deslizamentos - Importância da Cartografia Geológica Maria Anderson, Ordenamento do território e prevenção na ótica da proteção civil Manuel Martins Barata, Riscos informáticos 2º Painel - Os riscos de uso do território Vítor Cóias, Habitar a cidade: a renovação do edificado Teresa Madeira da Silva, Planeamento e habitação: habitação social em edifícios de grande porte: “Zona J” e “Pantera Cor-de-Rosa” Ana Paula Vitorino, Logística e Transportes José Miguel Trigoso, Infraestruturas viárias urbanas e segurança rodoviária Paulo Alexandre Soares, Riscos aeronáuticos Rita BaTISTA, Riscos para a saúde - biosegurança dos alimentos geneticamente modificados
  • 8. 7 183 184 187 196 211 216 223 224 250 253 257 262 285 286 290 294 308 311 316 3º Painel - O Planeamento, a monitorização e a prevenção dos riscos Ricardo Ribeiro, Planos municipais de emergência e contigência Francisco Salgado, Monitorização das grandes obras e de equipamentos - apresentação de caso histórico Celso Pinto, Monitorização das zonas costeiras: exemplos e aplicação na gestão do risco em litoral de arriba e arenoso Paulo Pinto, Meteorologia e Sistemas de Aviso em Áreas Urbanas Domingos Morais, A organização do socorro na Área Metropolitana de Lisboa - custos financeiros 4º Painel - A educação para o risco, a cultura do risco e o voluntariado Maria Luísa Lima, A perceção do risco Henrique Vicêncio, A plataforma nacional para a redução de catástrofes Paula Almeida, Os clubes de proteção civil Manuel Brito, A resiliência das comunidades ao risco e o voluntariado Rui Silva, Os bombeiros voluntários Sessão de encerramento Rita Magrinho, Relatora do 1º Painel - Os riscos físicos sobre o território Humberto Candeias, Relator do 2º Painel - Os riscos de uso do território Sofia Cabral, Relatora do 3º Painel - O planeamento, a monitorização e a prevenção dos riscos Carolina Tomé, Relatora do 4º Painel - A educação para o risco, a cultura do risco e o voluntariado Lino Paulo, Presidente da Comissão Permanente de Planeamento, Ordenamento do Território e Ambiente da Assembleia Metropolitana de Lisboa João Serrano, Presidente da Assembleia Metropolitana de Lisboa ÍNDICE
  • 9.
  • 10. SESSÃO DE ABERTURA • Daniel Branco Deputado Metropolitano Presidiu à Mesa na Sessão de Abertura • Manuela Vieira Vice-Presidente Instituto Superior de Engenharia de Lisboa • Carlos Humberto de Carvalho Presidente da Junta Metropolitana de Lisboa
  • 11. AMBIENTE URBANO E RISCOS 10 Daniel Branco Deputado Metropolitano Presidiu à Mesa na Sessão de Abertura Em representação da Assembleia Metropolitana de Lisboa declaro aberto este semi- nário sobre AMBIENTE URBANO E RISCOS que a Comissão de Planeamento, Ordena- mento do Território e Ambiente decidiu promover. Começarei por apresentar os nossos agradecimentos a diversas entidades e pessoas que, com os seus contributos e com o seu trabalho, tornaram possível encontrarmo- -nos aqui, hoje, e em tão grande número, para debatermos matérias fundamentais para a segurança e a qualidade de vida das comunidades residentes na AML. Agradecemos ao Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, representado nesta mesa pela sua vice-presidente Dra. Manuela Vieira, a cedência das instalações e toda a disponibilidade manifestada, desde a primeira hora, para que esta iniciativa se pu- desse concretizar. Agradecemos também os apoios concedidos pela Câmara Municipal de Lisboa, pelos “designers” da Metropolis, pelos Cafés Delta, pelo Metropolitano e pela CP. De um modo particular agradecemos ao pouco pessoal da AML que, ao longo dos me- ses de preparação deste seminário e nestes últimos dias tudo tem feito para o sucesso desta realização. Muito obrigado, em particular, à Dra. Mariana Coelho. Como normalmente ocorre nestas realizações, contamos, logo à partida, com diver- sas alterações ao inicialmente previsto, conforme podem ver na folha respetiva que foi introduzida na vossa pasta de documentação. Para a Sessão de Encerramento contávamos com a presença do Secretário de Estado da Administração Interna, conforme confirmação ao nosso convite, que recebemos em outubro do ano passado. Contudo, e por informação telefónica do passado dia 20 de março, foi-nos dito que ele não poderia vir. Lamentamos que assim tenha sucedi- do, mas como nem tudo é prejuízo, ficaram os relatores que irão intervir na Sessão de Encerramento com mais uns minutos para nos apresentarem as conclusões dos vários painéis. O funcionamento do seminário irá decorrer de acordo com o programa que têm na vossa posse, realizando-se os plenários e os vários painéis nos horários e locais indi- cados, situados em vários edifícios do ISEL. Nos documentos que receberam constam as Fichas de Presença, para Uso da Palavra e de Avaliação. Solicitamos o seu preenchimento e a sua entrega aos nossos serviços de apoio.
  • 12. 11 Como dizemos no folheto de divulgação do seminário: “O conhecimento da realidade física e social, a existência de uma correta monitoriza- ção dos fatores de risco, a adoção de medidas de prevenção adequadas, a exigência de meios de proteção civil, a “construção” de uma “cultura do risco” e a criação de redes de voluntariado que, sem substituir as responsabilidades do Estado, possam ajudar nas situações de desastre, são essenciais para que a vida, nas grandes aglome- rações urbanas, seja mais segura.” Para melhor nos prepararmos para dar resposta adequada às várias ocorrências que possam suceder é essencial estudar e analisar a realidade em que vivemos para pre- venir adequadamente, planear e programar ações a empreender para atenuar efeitos e dispor de um levantamento exaustivo das quantidades e das capacidades dos meios disponíveis para promover o socorro necessário. Temos plena consciência de que ainda estamos longe da preparação de qualidade que ambicionamos, embora seja positivo constatar que trabalhos em curso em diver- sos organismos caminham no bom sentido. O nosso objetivo com a realização deste seminário é continuarmos a contribuir para esse permanente esforço de melhoria das nossas condições de vida, com segurança. Agradecendo a todos a vossa presença e desejando que, cada um pessoalmente e todos coletivamente, encontrem nesta iniciativa o sentido positivo da participação que aqui viemos dar e receber, passarei, de seguida, a palavra à representante do ISEL, senhora Dra. Manuela Vieira e ao senhor Presidente da Junta Metropolitana de Lisboa, Carlos Humberto de Carvalho. Bom trabalho a todos. sessão de abertura
  • 13. AMBIENTE URBANO E RISCOS 12 Manuela Vieira Vice-Presidente do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa O ISEL é uma das mais antigas instituições de ensino superior portuguesas. Remonta a 1852 a sua criação e, desde esse dia, nunca deixámos de contribuir significativamen- te para o desenvolvimento da engenharia em Portugal. Somos conhecidos no merca- do por produzir engenheiros com elevada competência técnica, com capacidade para juntar o saber ao saber fazer. Hoje representamos um marco do ensino da Engenharia no País, com valências em permanente evolução e de acordo com o desenvolvimento da engenharia em termos mundiais. A nossa afirmação além-fronteiras permite que sejamos já um parceiro, por direito próprio, na definição internacional desta mesma evolução. Continuamos a apostar num modelo único e original de ensinar engenharia, que se baseia na proximidade com o que de melhor se tem feito nesta área ao longo dos tempos. No ISEL é possível encontrar os melhores profissionais, que exercem engenharia presentemente, lado a lado com académicos conceituados no desen- volvimento de atividades de I&D neste domínio. Sensibilizados com a escolha do ISEL para a realização do Seminário Ambiente e Ur- bano e Riscos organizado pela Área Metropolitana de Lisboa, queremos dar-vos as boas vindas, dizer-vos para se sentirem em casa e desejar que os vossos trabalhos sejam frutíferos e com muito sucesso.
  • 14. 13 Senhora Vice-Presidente do ISEL, Senhores Presidentes da Assembleia Metropolitana e da Comissão de Planeamento, Ordenamento do Território e Ambiente da Assembleia Metropolitana, Senhores Autarcas, Minhas Senhoras e meus Senhores, Caros Participantes, Em primeiro lugar, gostaria de felicitar a Comissão Permanente de Planeamento, Or- denamento do Território e Ambiente da Assembleia Metropolitana pela organização desta iniciativa, pois nunca é demais refletir sobre os diversos riscos que se colocam à sociedade, quer pela sua diversidade, quer pela sua imprevisibilidade. Não posso deixar, também, de dar a minha palavra de apreço ao Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, pelo apoio dado a esta iniciava, e também pela sua impor- tância na formação de técnicos especializados na área da engenharia, um dos pilares essenciais para lidar com a temática que hoje está em discussão. A Área Metropolitana de Lisboa, que representa 3,5% do território nacional, mas onde habitam quase três milhões de pessoas, contribui significativamente para a concen- tração nacional dos problemas urbanos associados aos riscos na área da proteção civil, os quais condicionam a qualidade de vida das populações e a competitividade da principal região de projeção internacional do País. Aliás, na AML é bem presente na memória coletiva os desastres e catástrofes que as- sociamos aos riscos: o terramoto e tsunami de 1755, as cheias de 1967 e o seu impacto na bacia do Trancão, as explosões na fábrica da pólvora de Barcarena, a contaminação dos solos da antiga Siderurgia Nacional, para dar apenas alguns exemplos. Conhecemos algumas das causas que potenciam estes riscos: uma “cultura de planeamen- to” tardio, a desertificação dos campos e a concentração junto das cidades, o aumento da pressãojuntodoespaçourbanoeocrescimentodescontroladodoscentrosurbanos,oapro- fundado fosso existente entre o litoral e o interior. Para termos uma ideia, na década de 50, para uma taxa de crescimento média anual em Lisboa de 2,4%, Almada, Moscavide e Que- luz registaram, respetivamente, um crescimento largamente acima dos 100%. Acresce que a primeira Geração de PDM`s, aprovada na década de 90, não foi tanto encarada como um instrumento de planeamento, mas sim como uma obrigação legal que se havia de cumprir. Por outro lado, herdámos também burocracias paralisantes, uma proliferação de enti- dades com competências sobrepostas e até alguma conflitualidade de poderes deci- sórios, que dificultaram a adoção de uma estratégia de prevenção de riscos, com par- ticular ênfase no que diz respeito a sismos, incêndios florestais, cheias e inundações, e à erosão das zonas costeiras. Não são raras as vezes que Planos Diretores Municipais Carlos Humberto de Carvalho Presidente da Junta Metropolitana de Lisboa sessão de abertura
  • 15. AMBIENTE URBANO E RISCOS 14 se estendem no tempo e quando são aprovados, já estão prontos a serem revistos. Aliás, atualmente temos um problema acrescido: são vários os planos diretores muni- cipais que aguardam pela aprovação do Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa. Acresce a esta realidade a degradação natural dos solos, as secas prolongadas deriva- das do aquecimento global, e os riscos de desertificação, agravados pela existência de fenómenos climáticos excecionais (chuvas torrenciais, cheias de efeito rápido e incên- dios florestais de grandes dimensões). Relembro que fez recentemente 4 anos (17 e 18 de fevereiro) que ocorreram fortes inundações que afetaram vários concelhos da Área Metropolitana de Lisboa e que causaram elevados prejuízos e perda de vidas humanas. Por outro lado, a AML também está associada a diversos registos de fenómenos sís- micos que, com maior ou menor impacte, associados ou não a tsunamis, causaram danos e consequências severas, deixando marcas na memória coletiva dos portugue- ses. De entre os inúmeros registos de atividade sísmica sentida, já falei no terramoto de 1755 (considerado internacionalmente como a primeira catástrofe da era moderna) e, numa escala mais regional, relembro o sismo de Benavente de 1909. Urge, portanto, adotar medidas preventivas e corretivas à utilização dos solos, me- didas que salvaguardem as infraestruturas críticas sujeitas a maiores riscos, medidas que agilizem a compatibilidade entre Planos, medidas que aproximem os cidadãos desta temática, influenciando-os nas suas escolhas e opções e medidas que estabele- çam uma maior ligação entre os instrumentos de ordenamento e os instrumentos de Planeamento e Gestão da Emergência. Ora, é na emergência desta complexa teia de fatores de risco, que os instrumentos de gestão e ordenamento do território assumem um papel decisivo na prevenção, moni- torização e minimização das catástrofes. Parece-me de facto evidente que é ao nível dos Instrumentos de Gestão Territorial e dos Planos de Emergência de Proteção Civil que têm de ser repensados os modelos de gestão, no sentido de estabelecer modelos operacionais, suportados em meios efetivos. Por outro lado, e tendo em conta a realidade geofísica da AML e a experiência políti- co-administrativa dos processos de planeamento, julgo que existe ainda uma necessi- dade emergente de redefinir escalas de harmonização no planeamento, tanto naquilo que diz respeito ao esforço de identificação e caracterização, como dos processos normativos, ou seja, é imperativo um modelo de gestão de escala metropolitana. Não me alongo mais. Com certeza que alguns dos temas que agora referi, serão abor- dados durante o dia de hoje, mas não é demais relembrar e nunca é tarde para agir. Estou seguro que a reflexão será enriquecedora e contribuirá para deixarmos de olhar os riscos como uma coisa que só acontece aos outros. Agradeço a todos. Muito Obrigado!
  • 16.
  • 17.
  • 18. INTRODUÇÃO AOS TEMAS Luís Salmonete Rodrigues Deputado Metropolitano Presidiu à Mesa
  • 19. AMBIENTE URBANO E RISCOS 18 Resumo O risco físico e o território na AML Os Riscos representam um dos grandes vetores de identificação e organização es- pacial do território preconizado no Programa Nacional de Política de Ordenamento do Território (PNPOT). A inclusão do vetor dos Riscos no modelo territorial do PN- POT significa que a gestão preventiva de riscos passou a constituir uma prioridade de primeira linha da política de ordenamento do território, sendo considerada uma condicionante fundamental da organização das várias componentes do modelo e um objetivo do programa das políticas do PNPOT e, ainda, um elemento obrigatório dos outros instrumentos de gestão territorial. Neste trabalho apresentam-se os principais resultados da análise da incidência espa- cial de um conjunto de perigos na AML, efetuada no âmbito do processo de alteração do PROT-AML. O território abrangido pelo PROT-AML encontra-se exposto a um leque variado de perigos, que inclui: i. Perigos naturais, que correspondem a ocorrências associadas ao funcionamen- to dos sistemas naturais (e.g., sismos, movimentos de massa, erosão do litoral, cheias e inundações); ii. Perigos tecnológicos, que potenciam acidentes, frequentemente súbitos e não planeados, decorrentes da atividade humana (e.g., potencial de acidentes in- dustriais, potencial de acidentes no transporte de substâncias perigosas); iii. Perigos ambientais, em que se combinam os resultados de ações continuadas da atividade humana com o funcionamento dos sistemas naturais (e.g., incên- dios florestais, contaminação de cursos de água, de aquíferos e de solos). Alguns dos perigos que afetam a AML apresentam elevado potencial destruidor (e.g., sismos, cheias rápidas, fenómenos de erosão costeira, acidentes industriais). Este fac- to é gerador de riscos elevados em áreas densamente povoadas, que se encontram frequentemente ocupadas por atividades humanas desajustadas. Adicionalmente, existe uma concentração excessiva de infraestruturas estratégicas em áreas de per- igosidade moderada ou elevada. José Luís Zêzere RISKam – Avaliação e Gestão de Perigosidades e Risco Ambiental Centro de Estudos Geográficos, Instituto de Geografia e Ordenamento do Território – Universidade de Lisboa
  • 20. 19 Introdução aos temas – O risco físico e o território na AML, josé luís zêzere                        COMUNICAÇÃO
  • 21. AMBIENTE URBANO E RISCOS 20                              
  • 22. 21 Introdução aos temas – O risco físico e o território na AML, josé luís zêzere                 Sismos
  • 23. AMBIENTE URBANO E RISCOS 22            •  •  •  Sismos          •   •           Tsunami
  • 24. 23 Introdução aos temas – O risco físico e o território na AML, josé luís zêzere Movimentos de massa em vertentes    Movimentos de massa em vertentes
  • 25. AMBIENTE URBANO E RISCOS 24     Movimentos de massa em vertentes             •   •   •   •   •   
  • 26. 25  Erosão do litoral         Erosão do litoral           Introdução aos temas – O risco físico e o território na AML, josé luís zêzere
  • 27. AMBIENTE URBANO E RISCOS 26  Cheias e inundações     Cheias e inundações          •  •  
  • 28. 27  Cheias e inundações   •   •   •    •   •   •   •                       Incêndios florestais Introdução aos temas – O risco físico e o território na AML, josé luís zêzere
  • 29. AMBIENTE URBANO E RISCOS 28 Perigos Tecnológicos  •   •  •  AML - Carta Multi-perigo
  • 30. 29      Área edificada 1995 (ha) Área edificada 2007 (ha) Taxa de variação (%) 62777 96206 53,2 0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 Edificação compacta Edificação dispersa Edificação desordenada e fragmentada Núcleos em espaço rústico Espaço industrial Grandes equipamentos Áreas desportivas Ha Tiposdeespaçosedificados 1995 2007 Área edificada    Introdução aos temas – O risco físico e o território na AML, josé luís zêzere
  • 31. AMBIENTE URBANO E RISCOS 30  Edificação em vertentes perigosas 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 Edificação compacta Edificação dispersa Edificação desordenadae fragmentada Núcleos em espaço rústico Espaço industrial Grandesequipamentos Áreas desportivas Ha Tiposdeespaçosedificados 1995 2007    Edificação em vertentes perigosas 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 ALCOCHETE ALMADA AMADORA BARREIRO CASCAIS LISBOA LOURES MAFRA MOITA MONTIJO ODIVELAS OEIRAS PALMELA SEIXAL SESIMBRA SETÚBAL SINTRA VILAFRANCADE XIRA Ha 1995 2007
  • 32. 31  Edificação em áreas inundáveis por cheia rápida   0 200 400 600 Edificação compacta Edificação dispersa Edificação desordenadae fragmentada Núcleos em espaço rústico Espaço industrial Grandesequipamentos Áreas desportivas Ha Tiposdeespaçosedificados 1995 2007  Edificação em áreas inundáveis por cheia rápida 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 ALCOCHETE ALMADA AMADORA BARREIRO CASCAIS LISBOA LOURES MAFRA MOITA MONTIJO ODIVELAS OEIRAS PALMELA SEIXAL SESIMBRA SETÚBAL SINTRA VILAFRANCADE XIRA Ha 1995 2007 Introdução aos temas – O risco físico e o território na AML, josé luís zêzere
  • 33. AMBIENTE URBANO E RISCOS 32  CONCLUSÃO:  Território regional exposto a um leque muito amplo de perigos (alguns com potencial destruidor elevado), com distinta incidência territorial.  Existência de áreas de perigo acentuado que, por serem densamente povoadas e/ou por estarem ocupadas por actividades humanas desajustadas, possuem um risco elevado.                              
  • 34. 33 Resumo Comunicação 1. INTRODUÇÃO francisco salgado Laboratório Nacional de Engenharia Civil Os riscos num entendimento global (Apresentou a comunicação de Laura Caldeira, do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, que esteve ausente no dia do Seminário por motivo inadiável de ordem pessoal) Na presente comunicação identificam-se os principais desafios da Sociedade atual com vista a um desenvolvimento social sustentável e estabelecem-se as suas relações com a gestão do risco. Ressalta-se a relação estreita que se deverá promover entre a Ciência, a Tecnologia e a Sociedade. Contextualiza-se o papel institucional das orga- nizações em termos de gestão de risco. Finalmente, descrevem-se, sumariamente, os modelos de gestão do risco. A sustentabilidade implica a procura no presente de benefícios para as pessoas e para o ambiente, sem afetar a possibilidade das gerações futuras suprimirem as suas necessidades. A gestão sustentável refere-se à capacidade para dirigir o curso de uma empresa, de uma comunidade ou de um país, adotando vias equilibradas que os valorizam em termos económicos, financeiros, sociais e ambientais. Trata-se, pois, de um processo contínuo e evolutivo de trabalho e de gestão. A combinação de uma população mundial crescente com a tendência humana para encarar as necessidades de infraestruturas (de transportes, de abastecimento de água e energéticas) e os problemas ambientais apenas quando estes atingem sig- nificativas proporções e não podem ser ignorados, torna essencial, de um modo crescente, a adoção de processos e procedimentos que tenham em conta uma visão de longo prazo. O crescimento da população gera a apropriação de mais ambiente natural para o seu uso, a procura de mais água e de mais energia, a produção de mais resíduos e de maior poluição, o agravamento das necessidades de transporte e o aumento da sua exposição a perigos naturais. Entre os desafios básicos atuais da nossa sociedade (Clough, 2000), incluem-se o provimento de habitação para uma população em expansão, o tratamento de infraestruturas urbanas decadentes, a exploração de novas fontes de água e de energia, a previsão, a minimização e a recuperação dos efeitos dos desastres naturais e das alterações climáticas, o transporte de cada vez mais pessoas e Introdução aos temas – Os riscos num entendimento global, francisco salgado