Gestão de riscos corporativos após acidente do Costa Concordia
1. Titanic Operacional
*Por Marcos Assi
No ultimo final de semana fomos bombardeados com noticias sobre
o naufrágio do cruzeiro Costa Concordia no dia 13 de janeiro de
2012, que após colidir em uma rocha nas proximidades da ilha de
Giglio, na costa italiana da Toscana. Mais de 4,2 mil pessoas
estavam a bordo. Até a manhã de segunda-feira, dia 16, seis
mortes haviam sido confirmadas. Outras 16 pessoas seguiam
desaparecidas: dez turistas e seis tripulantes.
Segundo as primeiras informações sobre as causas do acidente, o
navio, que tem 290 metros de comprimento e 114,5 mil toneladas,
margeava a ilha de Giglio quando bateu em uma rocha e começou
a adernar. Houve pânico entre os passageiros, que reclamaram de
despreparo da tripulação e luta por coletes salva-vidas. O
comandante do Costa Concordia, Francesco Schettino, foi acusado
de ter abandonado o navio. Ele nega, mas a empresa responsável
pela embarcação se posicionou confirmando a negligência do
capitão.
Ao rever alguns pontos deste fato, farei menção ao mundo
corporativo, afinal algumas falhas estão, pelo menos neste
momento, evidentes tais como: negligência operacional pelo
comandante, pois havia manual interno de navegação, mapa
náutico com a rota a ser seguida, equipe treinada para evacuação
do navio, anos de experiência, risco de imagem e reputação, entre
outros.
Quantas vezes não vimos no mundo corporativo os mesmos
problemas, como desrespeito às normas, negligencia as regras
internas e externas, capacitação da equipe no gerenciamento de
crises, quando as pessoas não dão a devida atenção aos
treinamentos, as falhas acontecem, pois não sabem o que fazer,
soberba, por achar que sabe mais do que as normas e os
procedimentos direcionam ou orientam, falta de preparo em não
avaliar os riscos inerentes a atividade, e no caso do comandante
que deveria orientar a evacuação e gerenciar a crise, vale a pena
2. salientar causada por ele mesmo, foi um dos primeiros a abandonar
o navio.
Portanto devemos avaliar melhor os nossos processos de gestão de
riscos e controles internos, avaliar se os profissionais indicados
estão devidamente preparados para o gerenciamento de crises,
avaliar se existem desvios aos normativos, que neste caso é mais
fácil identificar, as crises acontecem, pois as pessoas sempre
cometem desvio de conduta e dos procedimentos, por achar que
estão acima das regras de compliance, e a imagem e reputação fica
totalmente exposta.
Pergunta: Você esta com um pacote de cruzeiro comprado, o que
você esta pensando neste momento? Será que acontecerá a
mesma coisa comigo? Qual a probabilidade de acontecer de novo?
Profissionalismo não se compra no mercado, pelo contrario, se
conquista e podemos moldar o perfil de nosso profissional, na
busca pela excelência, pelo respeito às regras e normas,
comprometimento com a empresa, afinal risco de imagem e
reputação aparece, quando alguém não faz a sua parte, e não
sabemos qual o impacto financeiro causado pela falha operacional
e será que a sua empresa será um Titanic Operacional? Pense
nisso.
* Marcos Assi é professor do MBA Gestão de Riscos e Compliance da
Trevisan Escola de Negócios, da Saint Paul Escola de Negócios e da FIA
(Labfin), autor dos livros “Controles Internos e Cultura Organizacional –
como consolidar a confiança na gestão dos negócios” e “Gestão de
Riscos com Controles Internos - Ferramentas, certificações e métodos
para garantir a eficiência dos negócios” pela (Saint Paul Editora) e
consultor de finanças do programa A Grande Idéia do SBT. Sócio Diretor
da MASSI Consultoria e Treinamento.