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Márcio Venturelli
A Importância dos Sistemas de Gestão
de Energia no Setor Sucroenergético
ISO 50001 – GAP Analysis
Os processos de gestão de energia se
tornam cada vez mais necessários em
épocas de recursos limitados,
principalmente aos voltados na área de
energia, onde a ISO 50001 se coloca como
uma resposta para estes desafios. Após a
implantação de um SGE e certificação
voluntária, a empresa deve traçar estratégias
para melhorar continuamente o seu Sistema
de Gestão de Energia, com o objetivo de se
manter com o selo e aperfeiçoar
continuamente suas práticas de eficiência
energética.
Em nosso caso, o Setor Sucroenergético ou
de Bioenergia, é essencialmente um setor da
área de Energia, sendo assim, todas as
questões que envolvem as boas práticas
relacionadas à gestão de Energia estão
intimamente alinhadas aos modelos de
negócios, estratégia e operação das plantas,
que são ao mesmo tempo um gerador, e
também um consumidor de energia, tendo
vários desafios para a otimização de seus
processos energéticos.
Os maiores consumidores de energia na
indústria são equipamentos como motores
elétricos, sistemas de refrigeração, geração
de ar comprimido e mesmo iluminação
podendo tranquilamente responder por mais
de 70% de todo o consumo energético da
empresa.
Também podemos citar outros grandes
consumidores tais como:
• Fornos elétricos e estufas;
• Sistemas de ar-condicionado;
• Sistema de movimentação;
• Sistemas de ventilação;
• Sistema de bombeamento de água;
ISO 50001 – Sistema de Gestão de
Energia
A ISO 50001 é uma norma reconhecida
internacionalmente e desenvolvida pela
International Organization for
Standardization (ISO). No Brasil, ela é
intitulada como ABNT NBR ISO 50001 e
está sob responsabilidade da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Essa norma é recomendada para todas as
categorias e portes de empresa,
independente do seu setor de atuação. No
entanto, ela é mais aplicada em companhias
que possuem um consumo energético alto,
como é o caso da indústria.
Para receber o selo ISO 50001, a empresa
deve passar por três etapas importantes:
1 – A empresa precisa ter em mãos o
arquivo que compila todas as normas a
serem empregadas dentro da organização.
Ele pode ser adquirido através do site oficial
da ABNT.
2 – É necessário analisar quais os setores,
ou mesmo se toda a empresa, são passíveis
de receber o selo. A partir da definição,
adequam-se os processos aos requisitos
presentes na ISO.
3 –Contratar um órgão certificador
independente (sem qualquer vínculo com a
empresa) para constatar se a companhia
realmente está em conformidade com os
princípios estabelecidos na norma.
Quais os objetivos da Norma ISO 50001:
• Dar suporte às organizações para que
estabeleçam usos e consumos mais
adequados de energia;
• Criar uma comunicação fácil e
transparente a respeito da gestão
sobre recursos energéticos;
• Promover as melhores práticas de
gestão energética e reforçar os
ganhos com a aplicação da gestão da
energia;
• Suportar a avaliação e priorização de
implantação de novas tecnologias
mais eficientes no uso da energia;
• Estabelecer um cenário para
promoção da eficiência energética
através da cadeia de
• suprimento;
• Favorecer a melhoria da gestão da
energia em conjunto a projetos de
redução de gases de efeito estufa
(descarbonização);
• Permitir a integração com outros
sistemas de gestão organizacionais
tais como ambiental de saúde e
segurança.
Benefícios de se ter um Sistema de Gestão
de Energia:
• Redução de custos: A melhoria da
eficiência energética geralmente leva
a uma redução nos custos de energia.
Identificar e corrigir ineficiências
pode resultar em economia
significativa a longo prazo.
• Melhoria da competitividade:
Demonstrar compromisso com a
gestão de energia eficiente pode
melhorar a imagem da sua
organização e torná-la mais atraente
para clientes, investidores e parceiros
comerciais.
• Conformidade legal: A ISO 50001
ajuda a garantir que sua organização
esteja em conformidade com
requisitos legais relacionados à
gestão de energia e sustentabilidade.
• Redução de emissões de gases de
efeito estufa: A melhoria na
eficiência energética geralmente
resulta em uma redução nas emissões
de gases de efeito estufa,
contribuindo para a responsabilidade
ambiental.
• Engajamento dos funcionários: A
conscientização e o engajamento dos
funcionários em relação à gestão de
energia podem melhorar a moral da
equipe e estimular ideias para
economia de energia.
• Melhoria na reputação ambiental: A
implementação da ISO 50001 pode
ajudar a construir uma reputação de
responsabilidade ambiental, o que
pode ser valioso para a imagem da
empresa.
• Redução da dependência de recursos
energéticos: A gestão eficaz de
energia pode tornar sua organização
menos dependente de recursos
energéticos, reduzindo os riscos
associados a flutuações nos preços da
energia. (repensar)
• Acesso a incentivos e subsídios: Em
algumas regiões, a implementação de
sistemas de gestão de energia
eficazes pode tornar sua organização
elegível para incentivos e subsídios
governamentais para projetos de
eficiência energética.
• Maior controle sobre os processos:
Uma gestão de energia eficaz
envolve uma compreensão mais
profunda dos processos energéticos
em sua organização, o que pode levar
a um melhor controle sobre esses
processos.
• Conservação de resultados: A ISO
50001 promove a melhoria contínua,
o que significa que sua organização
estará mais bem posicionada para
monitorar e manter os benefícios
obtidos a partir da melhoria da
eficiência energética ao longo do
tempo.
O GAP Analysis
A Análise de GAP aplicada com referência
na norma ISO 50001, é uma importante
ferramenta utilizada para identificar e
avaliar as diferenças (ou "gaps") existentes
entre o modelo de gestão e consumo de
energia atual de uma organização e os
requisitos estabelecidos na norma ISO
50001. A ISO 50001 é um padrão
internacional que define os requisitos para
sistemas de gestão de energia, com o
objetivo de ajudar as organizações a
melhorar sua eficiência energética e reduzir
seus custos energéticos.
A Análise de GAP de Energia é um passo
fundamental no processo de implementação
da ISO 50001, pois possibilita que a
empresa conheça as lacunas existentes na
definição de uma política de energia, no
planejamento energético, na medição e
monitoramento de energia, no desempenho
energético, no monitoramento de
conformidade legal e em outras áreas
relevantes abordadas pela norma.
Uma vez identificadas estas lacunas, a
organização pode desenvolver um plano de
ação para abordar essas questões e melhorar
seu desempenho energético, com o objetivo
de atender aos requisitos da ISO 50001 e
alcançar os benefícios associados à gestão
eficaz de energia, como a redução de custos,
a redução de emissões de gases de efeito
estufa e a melhoria da reputação ambiental.
Como é feito:
• Avaliação inicial: O primeiro passo
na realização de uma Análise de GAP
de Energia é realizar uma avaliação
detalhada do atual sistema de gestão
de energia e do desempenho
energético da organização. Isso
envolve a coleta de dados sobre o
consumo de energia, processos
operacionais, políticas de energia
existentes e outros elementos
relevantes.
• Comparação com os requisitos da
ISO 50001: Em seguida, os dados
coletados são comparados com os
requisitos estabelecidos na norma
ISO 50001. Isso inclui a avaliação de
áreas como o estabelecimento de uma
política de energia, a identificação de
aspectos energéticos significativos, a
definição de metas e objetivos
energéticos, a implementação de
ações de melhoria de eficiência
energética e a medição e
monitoramento de desempenho
energético.
• Identificação de lacunas: Com base
na comparação, as lacunas entre o
desempenho atual e os requisitos da
ISO 50001 são identificadas. Essas
lacunas podem ser relacionadas a
processos ausentes, documentação
inadequada, falta de conformidade
legal, falta de conscientização da
equipe ou outros fatores que
impedem a organização de atingir os
objetivos energéticos estabelecidos.
• Desenvolvimento de um plano de
ação: Uma vez que as lacunas tenham
sido identificadas, a organização
pode desenvolver um plano de ação
para abordar cada uma delas. Isso
pode incluir a criação de políticas
energéticas, a implementação de
medidas de eficiência energética, a
formação de pessoal, a instalação de
sistemas de monitoramento e
medição, e outras ações necessárias
para atender aos requisitos da ISO
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• Implementação e monitoramento:
Após a elaboração do plano de ação,
a organização trabalha na
implementação das medidas e no
acompanhamento regular do
progresso. Isso envolve a revisão
periódica do desempenho energético
para garantir que as metas e objetivos
estejam sendo alcançados e que as
lacunas estejam sendo fechadas.
• Acompanhamento contínuo e
melhoria: Após a implementação das
ações corretivas, a organização deve
continuar monitorando seu
desempenho energético e revisando
regularmente seu sistema de gestão
de energia. Isso é fundamental para
garantir que as melhorias sejam
sustentáveis e que os benefícios da
eficiência energética continuem a ser
alcançados ao longo do tempo. A ISO
50001 enfatiza a importância da
melhoria contínua, incentivando as
organizações a identificar novas
oportunidades de economia de
energia e ajustar seus processos e
práticas conforme necessário.
• Preparação para auditoria e
certificação: Se a organização optar
por buscar a certificação ISO 50001,
a Análise de GAP de Energia e o
plano de ação implementado serão
componentes importantes no
processo de auditoria. As auditorias
são realizadas por organismos de
certificação independentes para
verificar se a organização está em
conformidade com os requisitos da
norma.
• Comunicação e engajamento das
partes interessadas: Durante todo o
processo, é importante comunicar os
esforços de gestão de energia e
eficiência energética para as partes
interessadas relevantes, incluindo
funcionários, clientes, fornecedores e
reguladores. O engajamento das
partes interessadas desempenha um
papel crucial na obtenção do apoio e
colaboração necessários para
alcançar os objetivos energéticos
estabelecidos.
Um relatório de Análise de GAP de Energia
de acordo com a ISO 50001 entrega
informações valiosas sobre o estado atual da
gestão de energia e eficiência energética na
organização em relação aos requisitos
estabelecidos pela norma ISO 50001.
O conteúdo específico do relatório pode
variar dependendo do escopo da análise,
mas geralmente inclui o seguinte:
• Resumo Executivo: Uma visão geral
concisa dos principais resultados da
análise, destacando as áreas em que a
organização atende aos requisitos da
ISO 50001 e aquelas em que há
lacunas a serem abordadas.
• Escopo da Análise: Uma descrição
do escopo da análise, ou seja, quais
áreas ou processos da organização
foram avaliados em relação à gestão
de energia e eficiência energética.
• Metodologia Utilizada: Uma
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critérios usados para realizar a
análise, incluindo informações sobre
as fontes de dados, as métricas de
medição e os padrões de referência
aplicados.
• Resultados da Análise: Esta seção
aborda as principais descobertas da
análise, incluindo onde a organização
está em conformidade com os
requisitos da ISO 50001 e onde estão
as lacunas. Pode incluir uma lista
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• Recomendações e Plano de Ação:
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o relatório geralmente inclui
recomendações específicas sobre
como a organização pode melhorar
sua gestão de energia e eficiência
energética. Isso pode incluir ações
corretivas, prioridades e prazos para
implementação.
• Metas e Objetivos Energéticos: Se
ainda não estiverem estabelecidos, o
relatório pode sugerir a definição de
metas e objetivos energéticos
específicos para a organização, de
acordo com os requisitos da ISO
50001. (rever)
• Identificação de Aspectos
Energéticos Significativos: Caso não
tenham sido identificados, o relatório
pode recomendar a identificação e
avaliação de aspectos energéticos
significativos, ou seja, os elementos
dos processos da organização que
têm maior impacto no consumo de
energia.
• Educação e Treinamento: Pode
sugerir a implementação de
programas de educação e treinamento
para conscientizar e capacitar os
funcionários em relação à gestão de
energia.
• Estrutura Organizacional: Se
necessário, pode sugerir mudanças na
estrutura organizacional para
melhorar a gestão de energia, como a
nomeação de responsáveis pela
gestão de energia.
• Conclusões e Próximos Passos: Uma
conclusão geral do relatório que
resume as principais descobertas,
recomendações e os próximos passos
a serem seguidos para a
implementação das melhorias.
• Anexos: O relatório pode incluir
anexos com dados detalhados,
gráficos, tabelas e informações
adicionais que fundamentem as
conclusões e recomendações
apresentadas.
A Análise de GAP de Energia é uma parte
essencial do processo de implementação da
ISO 50001, pois ajuda as organizações a
entender onde estão em relação aos
requisitos da norma e a traçar um caminho
claro para a melhoria da gestão de energia e
eficiência energética. Ela também pode ser
usada como base para a certificação ISO
50001, demonstrando o compromisso da
organização em alcançar os padrões
internacionais de gestão de energia.
O setor Sucroenergético ou Bioenergia,
pode se beneficiar desta certificação,
aumentando suas eficiências na geração e
consumo energético, elevando o grau de
conscientização do uso de energia,
permitindo demonstrar ao mercado suas
ações frente aos desafios de custo
energético e descarbonização.
A IMPORTÂNCIA DOS SISTEMAS DE GESTÃO DE
ENERGIA NO SETOR SUCROENERGÉTICO – ISO 50001
GAP ANALYSIS
OUT / 2023
O SETOR SUCROENERGÉTICO – BIORREFINARIAS
O setor sucroenergético do Brasil desempenha um papel fundamental na economia do país, sendo um dos líderes mundiais na
produção de etanol, açúcar e energia elétrica a partir da cana-de-açúcar. Com vastas extensões de terras adequadas para o cultivo de
cana, clima favorável e uma infraestrutura sólida, o Brasil se destaca como um dos principais produtores e exportadores desses
produtos.
A produção de etanol é um dos principais pilares do setor sucroenergético. O etanol é obtido por meio do processamento da cana-de-
açúcar, que passa por diversas etapas, incluindo a colheita, moagem, fermentação e destilação. O etanol produzido é utilizado
principalmente como biocombustível, sendo misturado à gasolina para reduzir a dependência de combustíveis fósseis e diminuir as
emissões de gases do efeito estufa. O Brasil possui uma extensa frota de veículos flexfuel, capazes de utilizar tanto gasolina como etanol,
o que impulsiona a demanda interna pelo biocombustível.
Além do etanol, o setor sucroenergético brasileiro é responsável por uma significativa produção de açúcar. O açúcar é obtido a partir
do suco extraído da cana-de-açúcar, que passa por um processo de evaporação e cristalização. O Brasil é o maior produtor mundial de
açúcar, com uma produção voltada tanto para o mercado interno como para a exportação. O açúcar brasileiro é reconhecido
internacionalmente pela sua qualidade e competitividade.
Outro aspecto importante do setor sucroenergético é a geração de energia elétrica a partir do bagaço da cana-de-açúcar. Durante o
processo de produção de açúcar e etanol, o bagaço resultante é utilizado como biomassa para a geração de energia. Usinas
sucroenergéticas empregam tecnologias avançadas, como a queima do bagaço em caldeiras de alta pressão, para produzir vapor que
aciona turbinas e geradores de energia elétrica. Esse processo permite que as usinas atendam suas próprias demandas energéticas e
ainda gerem excedentes que são fornecidos para a rede elétrica, contribuindo para a matriz energética do país.
A produção de etanol, açúcar e energia elétrica, caracteriza o setor como sucroenergético, todavia, o setor está evoluindo para
Biorrefinarias, onde a indústria também está processando etanol 1,5G (geração), de milho, nas usinas flex, também o etanol de 2ª
geração, feito de bagaço ou palha, o biogás também como produto, também é um horizonte a produção de H2V (hidrogênio verde),
além dos bioprodutos.
O setor sucroenergético brasileiro possui grande importância econômica e social, cerca de 2% do PIB, proporcionando empregos em
áreas rurais e urbanas, contribuindo para o desenvolvimento regional e gerando divisas por meio das exportações. Além disso, a
produção de etanol e energia elétrica a partir da cana-de-açúcar contribui para a redução das emissões de gases do efeito estufa,
fortalecendo a posição do Brasil como um país comprometido com a sustentabilidade e a mitigação das mudanças climáticas, no
processo da descarbonização do planeta.
Márcio Venturelli trabalha há 30 anos no
mercado de Automação Industrial, desenvolveu
sua carreira ao longo do tempo com foco em
Inovação e Novas Tecnologias, especializou-se em
Digitalização e Indústria 4.0, atualmente é
Consultor de Tecnologia no Setor Sucroenergético,
Professor de Automação Industrial, como foco em
Transformação Digital.
Trabalhou em diversos projetos e implantação de
sistemas de controle e automação industrial, no
Brasil e no exterior, além de ser professor de
graduação e pós-graduação nas áreas de
automação e gestão industrial e desenvolver
pesquisa aplicada nas áreas da Indústria 4.0.
Graduado em Ciência da Computação com
especialização em Controle e Automação
Industrial, possui pós-graduação Ciência de Dados,
Gestão Industrial e Tecnologia do Petróleo e Gás e
MBA em Estratégica de Negócios.

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ISO 50001 SGE Setor Sucroenergético

  • 1. Márcio Venturelli A Importância dos Sistemas de Gestão de Energia no Setor Sucroenergético ISO 50001 – GAP Analysis
  • 2. Os processos de gestão de energia se tornam cada vez mais necessários em épocas de recursos limitados, principalmente aos voltados na área de energia, onde a ISO 50001 se coloca como uma resposta para estes desafios. Após a implantação de um SGE e certificação voluntária, a empresa deve traçar estratégias para melhorar continuamente o seu Sistema de Gestão de Energia, com o objetivo de se manter com o selo e aperfeiçoar continuamente suas práticas de eficiência energética. Em nosso caso, o Setor Sucroenergético ou de Bioenergia, é essencialmente um setor da área de Energia, sendo assim, todas as questões que envolvem as boas práticas relacionadas à gestão de Energia estão intimamente alinhadas aos modelos de negócios, estratégia e operação das plantas, que são ao mesmo tempo um gerador, e também um consumidor de energia, tendo vários desafios para a otimização de seus processos energéticos. Os maiores consumidores de energia na indústria são equipamentos como motores elétricos, sistemas de refrigeração, geração de ar comprimido e mesmo iluminação podendo tranquilamente responder por mais de 70% de todo o consumo energético da empresa. Também podemos citar outros grandes consumidores tais como: • Fornos elétricos e estufas; • Sistemas de ar-condicionado; • Sistema de movimentação; • Sistemas de ventilação; • Sistema de bombeamento de água; ISO 50001 – Sistema de Gestão de Energia A ISO 50001 é uma norma reconhecida internacionalmente e desenvolvida pela International Organization for Standardization (ISO). No Brasil, ela é intitulada como ABNT NBR ISO 50001 e está sob responsabilidade da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Essa norma é recomendada para todas as categorias e portes de empresa, independente do seu setor de atuação. No entanto, ela é mais aplicada em companhias que possuem um consumo energético alto, como é o caso da indústria. Para receber o selo ISO 50001, a empresa deve passar por três etapas importantes: 1 – A empresa precisa ter em mãos o arquivo que compila todas as normas a serem empregadas dentro da organização. Ele pode ser adquirido através do site oficial da ABNT. 2 – É necessário analisar quais os setores, ou mesmo se toda a empresa, são passíveis de receber o selo. A partir da definição, adequam-se os processos aos requisitos presentes na ISO. 3 –Contratar um órgão certificador independente (sem qualquer vínculo com a empresa) para constatar se a companhia realmente está em conformidade com os princípios estabelecidos na norma. Quais os objetivos da Norma ISO 50001: • Dar suporte às organizações para que estabeleçam usos e consumos mais adequados de energia; • Criar uma comunicação fácil e transparente a respeito da gestão sobre recursos energéticos;
  • 3. • Promover as melhores práticas de gestão energética e reforçar os ganhos com a aplicação da gestão da energia; • Suportar a avaliação e priorização de implantação de novas tecnologias mais eficientes no uso da energia; • Estabelecer um cenário para promoção da eficiência energética através da cadeia de • suprimento; • Favorecer a melhoria da gestão da energia em conjunto a projetos de redução de gases de efeito estufa (descarbonização); • Permitir a integração com outros sistemas de gestão organizacionais tais como ambiental de saúde e segurança. Benefícios de se ter um Sistema de Gestão de Energia: • Redução de custos: A melhoria da eficiência energética geralmente leva a uma redução nos custos de energia. Identificar e corrigir ineficiências pode resultar em economia significativa a longo prazo. • Melhoria da competitividade: Demonstrar compromisso com a gestão de energia eficiente pode melhorar a imagem da sua organização e torná-la mais atraente para clientes, investidores e parceiros comerciais. • Conformidade legal: A ISO 50001 ajuda a garantir que sua organização esteja em conformidade com requisitos legais relacionados à gestão de energia e sustentabilidade. • Redução de emissões de gases de efeito estufa: A melhoria na eficiência energética geralmente resulta em uma redução nas emissões de gases de efeito estufa, contribuindo para a responsabilidade ambiental. • Engajamento dos funcionários: A conscientização e o engajamento dos funcionários em relação à gestão de energia podem melhorar a moral da equipe e estimular ideias para economia de energia. • Melhoria na reputação ambiental: A implementação da ISO 50001 pode ajudar a construir uma reputação de responsabilidade ambiental, o que pode ser valioso para a imagem da empresa. • Redução da dependência de recursos energéticos: A gestão eficaz de energia pode tornar sua organização menos dependente de recursos energéticos, reduzindo os riscos associados a flutuações nos preços da energia. (repensar) • Acesso a incentivos e subsídios: Em algumas regiões, a implementação de sistemas de gestão de energia eficazes pode tornar sua organização elegível para incentivos e subsídios governamentais para projetos de eficiência energética. • Maior controle sobre os processos: Uma gestão de energia eficaz envolve uma compreensão mais profunda dos processos energéticos em sua organização, o que pode levar a um melhor controle sobre esses processos. • Conservação de resultados: A ISO 50001 promove a melhoria contínua, o que significa que sua organização estará mais bem posicionada para
  • 4. monitorar e manter os benefícios obtidos a partir da melhoria da eficiência energética ao longo do tempo. O GAP Analysis A Análise de GAP aplicada com referência na norma ISO 50001, é uma importante ferramenta utilizada para identificar e avaliar as diferenças (ou "gaps") existentes entre o modelo de gestão e consumo de energia atual de uma organização e os requisitos estabelecidos na norma ISO 50001. A ISO 50001 é um padrão internacional que define os requisitos para sistemas de gestão de energia, com o objetivo de ajudar as organizações a melhorar sua eficiência energética e reduzir seus custos energéticos. A Análise de GAP de Energia é um passo fundamental no processo de implementação da ISO 50001, pois possibilita que a empresa conheça as lacunas existentes na definição de uma política de energia, no planejamento energético, na medição e monitoramento de energia, no desempenho energético, no monitoramento de conformidade legal e em outras áreas relevantes abordadas pela norma. Uma vez identificadas estas lacunas, a organização pode desenvolver um plano de ação para abordar essas questões e melhorar seu desempenho energético, com o objetivo de atender aos requisitos da ISO 50001 e alcançar os benefícios associados à gestão eficaz de energia, como a redução de custos, a redução de emissões de gases de efeito estufa e a melhoria da reputação ambiental. Como é feito: • Avaliação inicial: O primeiro passo na realização de uma Análise de GAP de Energia é realizar uma avaliação detalhada do atual sistema de gestão de energia e do desempenho energético da organização. Isso envolve a coleta de dados sobre o consumo de energia, processos operacionais, políticas de energia existentes e outros elementos relevantes. • Comparação com os requisitos da ISO 50001: Em seguida, os dados coletados são comparados com os requisitos estabelecidos na norma ISO 50001. Isso inclui a avaliação de áreas como o estabelecimento de uma política de energia, a identificação de aspectos energéticos significativos, a definição de metas e objetivos energéticos, a implementação de ações de melhoria de eficiência energética e a medição e monitoramento de desempenho energético. • Identificação de lacunas: Com base na comparação, as lacunas entre o desempenho atual e os requisitos da ISO 50001 são identificadas. Essas lacunas podem ser relacionadas a processos ausentes, documentação inadequada, falta de conformidade legal, falta de conscientização da equipe ou outros fatores que impedem a organização de atingir os objetivos energéticos estabelecidos. • Desenvolvimento de um plano de ação: Uma vez que as lacunas tenham sido identificadas, a organização pode desenvolver um plano de ação para abordar cada uma delas. Isso pode incluir a criação de políticas energéticas, a implementação de medidas de eficiência energética, a formação de pessoal, a instalação de sistemas de monitoramento e medição, e outras ações necessárias
  • 5. para atender aos requisitos da ISO 50001. • Implementação e monitoramento: Após a elaboração do plano de ação, a organização trabalha na implementação das medidas e no acompanhamento regular do progresso. Isso envolve a revisão periódica do desempenho energético para garantir que as metas e objetivos estejam sendo alcançados e que as lacunas estejam sendo fechadas. • Acompanhamento contínuo e melhoria: Após a implementação das ações corretivas, a organização deve continuar monitorando seu desempenho energético e revisando regularmente seu sistema de gestão de energia. Isso é fundamental para garantir que as melhorias sejam sustentáveis e que os benefícios da eficiência energética continuem a ser alcançados ao longo do tempo. A ISO 50001 enfatiza a importância da melhoria contínua, incentivando as organizações a identificar novas oportunidades de economia de energia e ajustar seus processos e práticas conforme necessário. • Preparação para auditoria e certificação: Se a organização optar por buscar a certificação ISO 50001, a Análise de GAP de Energia e o plano de ação implementado serão componentes importantes no processo de auditoria. As auditorias são realizadas por organismos de certificação independentes para verificar se a organização está em conformidade com os requisitos da norma. • Comunicação e engajamento das partes interessadas: Durante todo o processo, é importante comunicar os esforços de gestão de energia e eficiência energética para as partes interessadas relevantes, incluindo funcionários, clientes, fornecedores e reguladores. O engajamento das partes interessadas desempenha um papel crucial na obtenção do apoio e colaboração necessários para alcançar os objetivos energéticos estabelecidos. Um relatório de Análise de GAP de Energia de acordo com a ISO 50001 entrega informações valiosas sobre o estado atual da gestão de energia e eficiência energética na organização em relação aos requisitos estabelecidos pela norma ISO 50001. O conteúdo específico do relatório pode variar dependendo do escopo da análise, mas geralmente inclui o seguinte: • Resumo Executivo: Uma visão geral concisa dos principais resultados da análise, destacando as áreas em que a organização atende aos requisitos da ISO 50001 e aquelas em que há lacunas a serem abordadas. • Escopo da Análise: Uma descrição do escopo da análise, ou seja, quais áreas ou processos da organização foram avaliados em relação à gestão de energia e eficiência energética. • Metodologia Utilizada: Uma explicação detalhada dos métodos e critérios usados para realizar a análise, incluindo informações sobre as fontes de dados, as métricas de medição e os padrões de referência aplicados.
  • 6. • Resultados da Análise: Esta seção aborda as principais descobertas da análise, incluindo onde a organização está em conformidade com os requisitos da ISO 50001 e onde estão as lacunas. Pode incluir uma lista detalhada de áreas de não conformidade. • Recomendações e Plano de Ação: Com base nas lacunas identificadas, o relatório geralmente inclui recomendações específicas sobre como a organização pode melhorar sua gestão de energia e eficiência energética. Isso pode incluir ações corretivas, prioridades e prazos para implementação. • Metas e Objetivos Energéticos: Se ainda não estiverem estabelecidos, o relatório pode sugerir a definição de metas e objetivos energéticos específicos para a organização, de acordo com os requisitos da ISO 50001. (rever) • Identificação de Aspectos Energéticos Significativos: Caso não tenham sido identificados, o relatório pode recomendar a identificação e avaliação de aspectos energéticos significativos, ou seja, os elementos dos processos da organização que têm maior impacto no consumo de energia. • Educação e Treinamento: Pode sugerir a implementação de programas de educação e treinamento para conscientizar e capacitar os funcionários em relação à gestão de energia. • Estrutura Organizacional: Se necessário, pode sugerir mudanças na estrutura organizacional para melhorar a gestão de energia, como a nomeação de responsáveis pela gestão de energia. • Conclusões e Próximos Passos: Uma conclusão geral do relatório que resume as principais descobertas, recomendações e os próximos passos a serem seguidos para a implementação das melhorias. • Anexos: O relatório pode incluir anexos com dados detalhados, gráficos, tabelas e informações adicionais que fundamentem as conclusões e recomendações apresentadas. A Análise de GAP de Energia é uma parte essencial do processo de implementação da ISO 50001, pois ajuda as organizações a entender onde estão em relação aos requisitos da norma e a traçar um caminho claro para a melhoria da gestão de energia e eficiência energética. Ela também pode ser usada como base para a certificação ISO 50001, demonstrando o compromisso da organização em alcançar os padrões internacionais de gestão de energia. O setor Sucroenergético ou Bioenergia, pode se beneficiar desta certificação, aumentando suas eficiências na geração e consumo energético, elevando o grau de conscientização do uso de energia, permitindo demonstrar ao mercado suas ações frente aos desafios de custo energético e descarbonização. A IMPORTÂNCIA DOS SISTEMAS DE GESTÃO DE ENERGIA NO SETOR SUCROENERGÉTICO – ISO 50001 GAP ANALYSIS OUT / 2023
  • 7. O SETOR SUCROENERGÉTICO – BIORREFINARIAS O setor sucroenergético do Brasil desempenha um papel fundamental na economia do país, sendo um dos líderes mundiais na produção de etanol, açúcar e energia elétrica a partir da cana-de-açúcar. Com vastas extensões de terras adequadas para o cultivo de cana, clima favorável e uma infraestrutura sólida, o Brasil se destaca como um dos principais produtores e exportadores desses produtos. A produção de etanol é um dos principais pilares do setor sucroenergético. O etanol é obtido por meio do processamento da cana-de- açúcar, que passa por diversas etapas, incluindo a colheita, moagem, fermentação e destilação. O etanol produzido é utilizado principalmente como biocombustível, sendo misturado à gasolina para reduzir a dependência de combustíveis fósseis e diminuir as emissões de gases do efeito estufa. O Brasil possui uma extensa frota de veículos flexfuel, capazes de utilizar tanto gasolina como etanol, o que impulsiona a demanda interna pelo biocombustível. Além do etanol, o setor sucroenergético brasileiro é responsável por uma significativa produção de açúcar. O açúcar é obtido a partir do suco extraído da cana-de-açúcar, que passa por um processo de evaporação e cristalização. O Brasil é o maior produtor mundial de açúcar, com uma produção voltada tanto para o mercado interno como para a exportação. O açúcar brasileiro é reconhecido internacionalmente pela sua qualidade e competitividade. Outro aspecto importante do setor sucroenergético é a geração de energia elétrica a partir do bagaço da cana-de-açúcar. Durante o processo de produção de açúcar e etanol, o bagaço resultante é utilizado como biomassa para a geração de energia. Usinas sucroenergéticas empregam tecnologias avançadas, como a queima do bagaço em caldeiras de alta pressão, para produzir vapor que aciona turbinas e geradores de energia elétrica. Esse processo permite que as usinas atendam suas próprias demandas energéticas e ainda gerem excedentes que são fornecidos para a rede elétrica, contribuindo para a matriz energética do país. A produção de etanol, açúcar e energia elétrica, caracteriza o setor como sucroenergético, todavia, o setor está evoluindo para Biorrefinarias, onde a indústria também está processando etanol 1,5G (geração), de milho, nas usinas flex, também o etanol de 2ª geração, feito de bagaço ou palha, o biogás também como produto, também é um horizonte a produção de H2V (hidrogênio verde), além dos bioprodutos. O setor sucroenergético brasileiro possui grande importância econômica e social, cerca de 2% do PIB, proporcionando empregos em áreas rurais e urbanas, contribuindo para o desenvolvimento regional e gerando divisas por meio das exportações. Além disso, a produção de etanol e energia elétrica a partir da cana-de-açúcar contribui para a redução das emissões de gases do efeito estufa, fortalecendo a posição do Brasil como um país comprometido com a sustentabilidade e a mitigação das mudanças climáticas, no processo da descarbonização do planeta. Márcio Venturelli trabalha há 30 anos no mercado de Automação Industrial, desenvolveu sua carreira ao longo do tempo com foco em Inovação e Novas Tecnologias, especializou-se em Digitalização e Indústria 4.0, atualmente é Consultor de Tecnologia no Setor Sucroenergético, Professor de Automação Industrial, como foco em Transformação Digital. Trabalhou em diversos projetos e implantação de sistemas de controle e automação industrial, no Brasil e no exterior, além de ser professor de graduação e pós-graduação nas áreas de automação e gestão industrial e desenvolver pesquisa aplicada nas áreas da Indústria 4.0. Graduado em Ciência da Computação com especialização em Controle e Automação Industrial, possui pós-graduação Ciência de Dados, Gestão Industrial e Tecnologia do Petróleo e Gás e MBA em Estratégica de Negócios.