O documento discute os impactos positivos e negativos da adoção de novas tecnologias e como os organismos geneticamente modificados (OGM) têm sido justificados para a agricultura. Apesar dos argumentos de preservação ambiental, aumento da produção e redução de custos, estudos mais aprofundados revelam riscos dos OGM para os ciclos ecológicos e a segurança alimentar.
1. INTRODUÇÃO
A adoção de um novo modelo tecnológico em determinado
ramo econômico sempre implica impactos positivos e
negativos a serem absorvidos pela sociedade, sendo que a
distribuição dos benefícios e prejuízos é resultado da
correlação política, econômica e social entre os setores
envolvidos.
Essas novas tecnologias, cujo domínio geralmente se
restringe a círculos bastante restritos da comunidade
cientifica, não podem prescindir da construção de
legitimidade social que justifique sua implementação e
quanto maiores são os impactos negativos e as resistências,
maior é a necessidade de investir na propaganda do modelo.
Nas últimas décadas, o desenvolvimento e a utilização dos
organismos geneticamente modificados, ou simplesmente
Transgênicos, em larga escala na agricultura têm se
sustentado sob três argumentos principais: a preservação do
meio ambiente, o aumento da produção para combater a
fome e a redução dos custos de produção. Em cada um
desses eixos depreende-se um enorme esforço para
demonstrar como os transgênicos geram resultados
positivos, e que não há risco para o meio ambiente e em
particular para o consumo pelos seres humanos, porém, uma
vez fazendo-se estudos mais aprofundados, observa-se uma
série de riscos que podem afetar os ciclos ecológicos
resistências das plantas ao uso de certas herbicidas e
agrotóxicos o que vai automaticamente, interferir na
segurança alimentar dos indivíduos.