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Regência Coral
Por Ueslei Banus
PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO DE REGENTES CORAIS DO SESC
Aula por Vídeo Conferência – 2ª feira, 05 de maio de 2014
Apresentação
Bacharel em Regência Orquestral – CBM-CeU
Licenciado em Música – CBM-CeU
Formação Acadêmica – Graduação:
Formação Acadêmica – Pós-Graduação:
Especialista em Educação Musical (Lato Sensu) - CBM-CeU
Mestre em Música/Musicologia (Stricto Sensu) – University of Wyoming, USA
Experiência Profissional:
Professor de Regência Orquestral/Coral do CBM-CeU (Graduação e Pós-Graduação)
Regente do Coral do Centro Universitário Moacyr Bastos/RJ (1988 a 2002)
Regente e Diretor Musical do Coro Polifonia Carioca (desde 2003)
Professor de Regência Coral da Escola de Música da UFRJ (2008 e 2009)
Reitor do Conservatório Brasileiro de Música-Centro Universitário
Regente do Coral da Universidade Gama Filho (1997) e do Coral do TRE/RJ (2013)
Regente da Orquestra Jovem do CBM-CeU (desde 2009)
Coro Polifonia Carioca
& Orquestra Jovem do
CBM-CeU
REGÊNCIA
REGENTE
COROS
Primeira parte
“Reger é a arte de dirigir a execução de
vários, músicos e/ou cantores, pelo uso
do gesto.”
Dicionário Grove
A REGÊNCIA de um grupo coral implica na comunicação de
ideias do regente para o coro que, para existir, pressupõe
um código em comum entre as partes envolvidas. Ora, se o
resultado final de toda essa atividade é uma mensagem
auditiva que o grupo (sob a liderança do regente) transmite
ao público ouvinte, a comunicação entre regente e coro
deve ser de natureza não-verbal. O código em comum de
que falamos relaciona-se, então, com gestos e movimentos.
(Eduardo Lakshevitz)
Para que a REGÊNCIA exista e
aconteça plenamente ela precisa
de três elementos fundamentais,
sem os quais a mesma não seria
possível.
Compositor
REGENTE
Executores
O REGENTE é, portanto, o ELO entre o compositor da peça
musical e seus executores (cantores e/ou instrumentistas).
Durante o período renascentista e boa parte do período barroco, o
regente (ou o líder musical) inicialmente fazia parte do corpo
executante, como instrumentista e quase sempre como compositor-
executante (regente). BACH dirigia suas obras religiosas de seu
instrumento. Assim como HAYDN e MOZART dirigiam suas sinfonias e
concertos tocando seus violinos.
Jean Baptiste Lully, compositor da corte francesa no século XVII.
A figura do regente à frente do coro ou da orquestra tal como a
concebemos nos dias de hoje, se deu na metade do século XVIII,
ainda nesta época os regentes eram os próprios compositores. Foi só
a partir da segunda metade do século XVIII que surgiu o maestro
como artista profissional, especializado em coro ou orquestra. Este
passa a ser o responsável final pelo resultado sonoro, estilístico e
interpretativo daquilo que o compositor pensou ao escrever
determinada obra. Surge então a figura do MAESTRO-INTÉRPRETE.
Habilidades
Físicas
Consciência
Auditiva
Comunicação Interpretação
REGENTE
Regente
Habilidades Físicas:
1. Padrões de regência
2. Gestos expressivos
3. Uso da mão esquerda
4. Preparação-ataques-cortes
5. Planos dinâmicos
6. Fraseologia
Consciência Auditiva:
1. Afinação
2. Consciência tonal
3. Equilíbrio/Unidade
4. Consciência rítmica
Comunicação:
1. Correção das faltas vocais
2. Motivação
3. Exemplificação-
demonstração
4. Liderança
5. Relacionamento interpessoal
Interpretação:
1. Recriação das intenções
do compositor
2. Entendimento dos
estilos e períodos
históricos
3. Vivência da música
A figura do regente
como LÍDER.
Características de um líder:
 Habilidade de compreender outras pessoas.
 Ter a capacidade de discernir e responder às mudanças
de humor dos outros.
 Perceber sentimentos, motivações e preocupações dos
integrantes do grupo. Ter capacidade de aconselhar e de
ser aconselhado.
 Bom senso e sensibilidade.
Com certeza, as características citadas são qualidades fundamentais a
um regente coral que deseja ser um verdadeiro líder e educador.
Se o regente é um líder, se ele está num pódio, então é sua
responsabilidade fazer com que coisas notáveis aconteçam.
Herbert Von Karajan* dizia que: “Reger é como cavalgar –
tudo o que o cavaleiro precisa fazer é levar o cavalo ao lugar
certo, da maneira correta, e ele saltará sozinho – reger é
assim, a orquestra ou o coro executa a música e quando o
regente tem o domínio da condução, é hora de deixar as
coisas fluírem, basta conduzir.”
* Maestro austríaco, um dos maiores nomes da regência do século XX (Salzburgo, 5 abr 1908, idem 1989),
sucedeu Furtwängler em 1955 como regente principal da Orquestra Filarmônica de Berlim.
Regência coral é gesto maior que o gesto de reger. É
uma tomada de atitude frente à música […] é a busca
incessante das qualidades do som, em conjunções e
disjunções com os silêncios e as sonoridades. É a procura
incansável de um repertório. É a identificação de muitas
maneiras de cantar. É a habilidade em reunir grupos de
cantores.
É, acima de tudo, admitir que estudar música significa
estudá-la por toda a vida. Esse gesto maior pode até
dispensar o gesto de reger, porque no momento em que
ele for necessário, tudo já terá sido feito (e muito ainda
haverá por fazer). Trata-se, então, da construção de um
projeto sonoro (Kerr, 2006, p. 119).
QUALIDADES HUMANAS DE UM REGENTE, QUE É LÍDER:
Personalidade: Ter bom caráter, ter consciência de sua importante
função.
Controle emocional: Ter domínio sobre sua própria emoção e a emoção
do grupo, orientando a todos quando necessário.
Humildade: Uma virtude admirável em um regente, ser modesto.
Diálogo: Solucionar problemas e resolver conflitos. Negociar; diplomacia
e relações públicas são importantíssimas para obter sucesso no diálogo.
Na prática é: tentar manter a calma, encontrar um caminho alternativo
diante de um conflito. Procurar ver as coisas de vários ângulos, analisar
outras possibilidades. Considerar sempre a opinião de outros. Muitas
vezes ficamos martelando num só ponto de vista quando a saída está
muito mais perto do que imaginamos. Negociar também é uma arte.
Hierarquia das Necessidades Humanas
Pirâmide de Maslow
A partir da análise do esquema acima, podemos incluir o
canto coral em um cenário de qualidade de vida e equilíbrio
social. Assim, após o cumprimento das necessidades básicas e
de segurança de dada população, a participação em
atividades que promovam o aumento da autoestima e do
senso de auto realização constitui significativo aspecto da
formação do indivíduo. Nessa perspectiva, o canto coral
auxilia a pessoa no seu crescimento pessoal e, a partir de
então, em sua motivação
(AMATO NETO; FUCCI AMATO, 2007).
OS DIFERENTES TIPOS DE COROS
Em seu artigo “O Movimento Coral no Brasil – breve perspectiva
administrativa e histórica”, o maestro David Junker lista e define
uma quantidade considerável dos diferentes tipos de
agrupamentos corais existentes no Brasil. Coros profissionais,
semiprofissionais, amadores, religiosos, masculinos, femininos,
infantis, juvenis, de empresas, universitários, escolares, líricos,
sinfônicos, cênicos, de câmara, madrigais, corais de 3ª idade,
entre outros.
Nosso encontro aula de hoje tem por objetivo trazer uma
introdução sobre regência coral e sua aplicabilidade aos corais de
idosos.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) considera que
pessoas com 60 anos ou mais são idosas. O aumento dessa população é
uma realidade e se constitui em um fenômeno social. Portanto, o Brasil
tem envelhecido à medida que a expectativa de vida tem se ampliado.
“A população de idosos representa um contingente de quase 15 milhões
de pessoas com 60 anos ou mais de idade (8,6% da população
brasileira) [esse por sua vez] ocupa, cada vez mais, um papel de
destaque na sociedade brasileira.” (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, 2002, p. 1). Nesse sentido, a terceira idade se consolida
como mais um campo de atuação do regente/educador na realização do
canto coral como uma das possibilidades de musicalização para essa
faixa etária.
Hoje, o canto coral tem grande importância na área de educação
musical, como ferramenta de ensino ou, também, como atividade
musical em que se promove educação.
Os Benefícios do Canto Coral para os Idosos
O velho ditado “Quem canta seus males espanta” é uma verdade que se
aplica muito bem aqui. O Canto Coral pode proporcionar vários benefícios
para a melhoria da qualidade de vida dos idosos por ser uma atividade que,
dentre outros fatores, compreende um fazer musical coletivo, interferindo
de maneira bastante positiva no processo de ressocialização e de
resgate da autoestima da pessoa idosa, assim como reativar a
memória e estimular o desenvolvimento do processo ensino-
aprendizagem através da música.
Além dos benefícios citados, vale destacar que o Canto Coral proporciona aos
cantores idosos a necessidade de continuar a ter metas,
perspectivas, sonhos e o desejo de continuar a aprender, a
expressar-se e a criar.
Perdas Imutáveis
É mais fácil envelhecer quando não somos entediados, nem
tediosos, quando temos interesses por pessoas e projetos,
quando temos o espírito aberto, flexível e maduro bastante
para nos submeter, quando necessário, às perdas
imutáveis. O processo começado na infância de amar e
deixar partir pode nos preparar para essas perdas. Mas
privados, pela idade, de alguma coisa que amamos em nós
mesmos, podemos descobrir que o envelhecimento exige
uma capacidade para aquilo que chamamos de
transcendência do ego. (Viorst, 2003, p. 303)
Compensação das perdas.
A PERFORMANCE
O ENSAIO
O PRÉ-ENSAIO
Segunda parte
1
• Escolha do repertório
2
• Análise musical
3
• Identificação dos pontos
críticos
PRÉ-ENSAIO
O PRÉ-ENSAIO (preparação individual do regente)
1. O Repertório
 Selecionar e fazer pesquisa de repertório na internet, em livros, troca
de repertório com outros colegas (Encontros Corais), etc.
 Acessível musicalmente ao meu grupo.
 Caso o grupo solicite que o regente ensaie uma determinada música e
ele considerar inadequada por dificuldades musicais, este poderá fazer
ajustes, adaptações, enfim, um arranjo simplificado para poder
atender o pedido do grupo.
 É comum pessoas idosas ser saudosistas. Costumam pedir ao regente
para ensaiar músicas (antigas) que de alguma forma, marcaram suas
vidas. Talvez fosse interessante que o regente combinasse com os
coralistas uma sessão “revival” (inicialmente a nível terapêutico, e
depois, pode-se pensar na elaboração de uma apresentação elaborada
a partir dessas músicas.
O PRÉ-ENSAIO (preparação individual do regente)
2. A Análise das Peças
 Fundamental para o bom desempenho do ensaio coral.
 O estudo detalhado de cada peça a ser ensaiada, através da análise
musical trará um conhecimento tal ao regente que terá total domínio
da mesma quando for ensaiá-la.
3. Identificação dos Pontos Críticos
 Possíveis dificuldades musicais das peças que serão ensaiadas
deverão ser detectadas previamente pelo regente para ter
alternativas de resolução desses problemas previamente. Os pontos
críticos vão surgir a partir do estudo analítico da peça. Devemos
lembrar sempre que a música, para o regente, começa a nascer e
ganhar forma bem antes do primeiro ensaio.
O PRÉ-ENSAIO (preparação individual do regente)
Dona Nobis Pacem – Análise
Compositor: W. A. Mozart | Período Clássico
Tonalidade: Fá maior | Compasso: Ternário simples | 24 compassos
A peça está dividida em 3 frases de 8 compassos cada uma.
 Frase 1: comp. 1 ao 8
frase antecedente: 1 ao 4
frase consequente: 5 ao 8
 Frase 2: comp. 9 ao 16
frase antecedente: 9 ao 12
frase consequente: 13 ao 16
 Frase 3: comp. 17 ao 24
frase antecedente: 17 ao 20
frase consequente: 21 ao 24
O PRÉ-ENSAIO (preparação individual do regente)
Dona Nobis Pacem – Análise (continuação)
Características da música clássica nesta peça:
 Equilíbrio formal entre as 3 frases.
 Equilíbrio entre o texto poético e as frases musicais.
 Caráter imitativo (cânone) – herança de práticas polifônicas anteriores.
Melodia
 Iniciada por intervalos de 4ª J desc., 6ª M asc., 5ª J desc. e 7ª menor asc.,
seguida, basicamente por graus conjuntos, tendo dois saltos de 8ª no
compasso 20 e no compasso 23.
 Formada pro 6 semi frases regulares, compostas de 4 compassos cada uma.
Texto: Dona nobis pacem.
Tradução: Dê-nos paz.
UM
GUIA
PARA
O ENSAIO CORAL
1. ESTUDE a partitura
2. PLANEJE o ensaio
3. ESCOLHA a seção da
música a ser ensaiada
4. AVISAR ao coro. ENSAIAR.
5. OUVIR o coro 6. Existe algum
problema? NÃO
SIM
7. ISOLAR o problema
8. IDENTIFICAR o
problema específico
9. RESOLVA o problema
10. Coloque o problema no
CONTEXTO e ouça-o
11.
O problema
foi resolvido? SIM
12. FEEDBACK
aos cantores
NÃO
13. FEEDBACK aos
cantores
O ENSAIO – Coro da Unati/UERJ
Proposta do coro/Proposta do ensaio
Preparação vocal
Trabalhando os pontos críticos
Finalizando o ensaio
INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS
O canto coral e a terceira idade – o ensaio como
momento de grandes possibilidades.
Matheus Cruz Paes de Almeida
Resumo
O texto relata a pesquisa que teve como objetivo geral verificar as possibilidades
pedagógicas de afinação vocal e ritmo em uma atividade de canto coral com
cantores da terceira idade. Observando as propostas, principalmente as que visam
solucionar os problemas musicais nesses dois âmbitos, a pesquisa de campo foi
realizada com o grupo Jovens de Ontem, um coro de terceira idade com faixa etária
de 54 a 93 anos. No decorrer dessa pesquisa, verificamos um grande avanço
técnico vocal e perceptivo nos coralistas.
A revisão bibliográfica está apoiada em Costa, P. (2009),Gois (2009), Amato, R.
(2007), Coelho (1994), Figueiredo, S. (1990), Fernandes,Kayama e Östergren
(2001), Fonterrada (2008), entre outros.
Coral na Terceira Idade: o canto como sopro de vida.
Maria Marcia Viana Prazeres
Resumo
O crescimento da população idosa no mundo, motivado pelo aumento da expectativa de vida,
apesar de ser uma importante conquista representa um grande desafio: é de fundamental
importância associar longevidade e condições dignas de um envelhecimento saudável. Um olhar
nos sentidos (biológico, psicológico e social) e seus recursos fazem parte dessa realidade. Com
esse intuito, pode-se considerar a atividade artística Canto Coral bastante adequada para o
idoso, pois utiliza a música, o canto e a participação em um grupo social. O presente trabalho
resultou de uma pesquisa de caráter exploratório, com abordagem qualitativa, e teve como
objetivo analisar se a atividade musical Canto Coral influencia na vida dos idosos. Foi feita a
análise de conteúdo de dados coletados e, nos resultados, correlacionou-se os relatos aos dados
de observação. A sistematização e interpretação dos dados, a partir das modalidades das
respostas e de uma comparação qualitativa, pôde-se sugerir que o Canto Coral proporciona
efeitos positivos na qualidade de vida dos idosos, por meio da melhoria de diversos aspectos da
saúde física e mental, como por exemplo: a liberação de sentimentos e emoções, a manutenção
da memória, o aumento da autoestima e o convívio social.
Considerações finais
SOBRE O REGENTE:
 Buscar constantemente um maior embasamento musical.
 Conhecer o seu instrumento (as vozes).
 Manter atividade de pesquisa sobre as questões que envolvem o cantar e seus
benefícios, através da música coral, aos idosos.
SOBRE A PERFORMANCE:
 Deverá ser preparada com bastante tranquilidade, sem nenhum tipo de
pressão, priorizando sempre o bem estar dos ensaios e dos coralistas, sem,
contudo, abrir mão das questões musicais e da maior qualidade possível.
 O regente deverá se assegurar de que o local da performance é adequado aos
idosos, sem problemas que dificultem a acessibilidade dos coralistas. O ideal é
que se faça um ensaio no local, antes da apresentação.
 Observar a questão da iluminação do local (muitos idosos têm problema de
baixa visão).
 Deverá ser um momento de muita alegria e realização para todos, pois o
momento da performance é uma síntese de todo o trabalho realizado.
BIBLIOGRAFIA
AMATO, Rita Fucci. O canto coral como prática sócio-cultural e educativo-musical.
http://www.anppom.com.br/opus/data/issues/archive/13.1/files/OPUS_13_1_Amato.pdf
BARRETO, Ceição de Barros. Canto Coral. Editora Vozes, Petrópolis/RJ: 1973.
JÚNIOR, Dejair Carlos dos Santos. Canto Coral na Terceira Idade. Monografia apresentada ao Centro de
Letras e Artes da UNIRIO: 2008.
http://www.domain.adm.br/dem/licenciatura/monografia/dejairjunior.pdf
KERR, S. Carta canto coral. In: FIGUEIREDO, C. A. et al. Ensaios: olhares sobre a música coral brasileira.
Organização Eduardo Lakschevitz. FUNARTE/Rio de Janeiro: Centro de Estudos de Música Coral, 2006.
p. 118-143.
http://www.funarte.gov.br/projetocoral/wp-content/uploads/2012/07/LivroEnsaios_Ebook_28-08.pdf
JUNKER, David. O Movimento Coral Brasileiro: breve perspectiva administrativa e histórica.
http://www.anppom.com.br/anais/anaiscongresso_anppom_1999/ANPPOM%2099/CONFEREN/DJUNK
ER.PDF
MATHIAS, N. Coral um canto apaixonante. Editora Musimed, Brasília: 1979.
VIORST, Judith. Perdas Necessárias. Editora Melhoramentos, São Paulo: 2003.
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfUSQAH/perdas-necessarias
ZANINI, Claudia Regina de Oliveira. Envelhecimento Saudável – o cantar e a gerontologia social.
Revista da Universidade Federal de Goiás-UFG, vol 5, nº 2 de 2003.

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Regência Coral para Idosos

  • 1. Regência Coral Por Ueslei Banus PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO DE REGENTES CORAIS DO SESC Aula por Vídeo Conferência – 2ª feira, 05 de maio de 2014
  • 2. Apresentação Bacharel em Regência Orquestral – CBM-CeU Licenciado em Música – CBM-CeU Formação Acadêmica – Graduação: Formação Acadêmica – Pós-Graduação: Especialista em Educação Musical (Lato Sensu) - CBM-CeU Mestre em Música/Musicologia (Stricto Sensu) – University of Wyoming, USA Experiência Profissional: Professor de Regência Orquestral/Coral do CBM-CeU (Graduação e Pós-Graduação) Regente do Coral do Centro Universitário Moacyr Bastos/RJ (1988 a 2002) Regente e Diretor Musical do Coro Polifonia Carioca (desde 2003) Professor de Regência Coral da Escola de Música da UFRJ (2008 e 2009) Reitor do Conservatório Brasileiro de Música-Centro Universitário Regente do Coral da Universidade Gama Filho (1997) e do Coral do TRE/RJ (2013) Regente da Orquestra Jovem do CBM-CeU (desde 2009)
  • 3. Coro Polifonia Carioca & Orquestra Jovem do CBM-CeU
  • 4.
  • 6. “Reger é a arte de dirigir a execução de vários, músicos e/ou cantores, pelo uso do gesto.” Dicionário Grove
  • 7. A REGÊNCIA de um grupo coral implica na comunicação de ideias do regente para o coro que, para existir, pressupõe um código em comum entre as partes envolvidas. Ora, se o resultado final de toda essa atividade é uma mensagem auditiva que o grupo (sob a liderança do regente) transmite ao público ouvinte, a comunicação entre regente e coro deve ser de natureza não-verbal. O código em comum de que falamos relaciona-se, então, com gestos e movimentos. (Eduardo Lakshevitz)
  • 8. Para que a REGÊNCIA exista e aconteça plenamente ela precisa de três elementos fundamentais, sem os quais a mesma não seria possível.
  • 9. Compositor REGENTE Executores O REGENTE é, portanto, o ELO entre o compositor da peça musical e seus executores (cantores e/ou instrumentistas).
  • 10. Durante o período renascentista e boa parte do período barroco, o regente (ou o líder musical) inicialmente fazia parte do corpo executante, como instrumentista e quase sempre como compositor- executante (regente). BACH dirigia suas obras religiosas de seu instrumento. Assim como HAYDN e MOZART dirigiam suas sinfonias e concertos tocando seus violinos. Jean Baptiste Lully, compositor da corte francesa no século XVII. A figura do regente à frente do coro ou da orquestra tal como a concebemos nos dias de hoje, se deu na metade do século XVIII, ainda nesta época os regentes eram os próprios compositores. Foi só a partir da segunda metade do século XVIII que surgiu o maestro como artista profissional, especializado em coro ou orquestra. Este passa a ser o responsável final pelo resultado sonoro, estilístico e interpretativo daquilo que o compositor pensou ao escrever determinada obra. Surge então a figura do MAESTRO-INTÉRPRETE.
  • 12. Regente Habilidades Físicas: 1. Padrões de regência 2. Gestos expressivos 3. Uso da mão esquerda 4. Preparação-ataques-cortes 5. Planos dinâmicos 6. Fraseologia Consciência Auditiva: 1. Afinação 2. Consciência tonal 3. Equilíbrio/Unidade 4. Consciência rítmica Comunicação: 1. Correção das faltas vocais 2. Motivação 3. Exemplificação- demonstração 4. Liderança 5. Relacionamento interpessoal Interpretação: 1. Recriação das intenções do compositor 2. Entendimento dos estilos e períodos históricos 3. Vivência da música
  • 13. A figura do regente como LÍDER. Características de um líder:  Habilidade de compreender outras pessoas.  Ter a capacidade de discernir e responder às mudanças de humor dos outros.  Perceber sentimentos, motivações e preocupações dos integrantes do grupo. Ter capacidade de aconselhar e de ser aconselhado.  Bom senso e sensibilidade. Com certeza, as características citadas são qualidades fundamentais a um regente coral que deseja ser um verdadeiro líder e educador.
  • 14. Se o regente é um líder, se ele está num pódio, então é sua responsabilidade fazer com que coisas notáveis aconteçam. Herbert Von Karajan* dizia que: “Reger é como cavalgar – tudo o que o cavaleiro precisa fazer é levar o cavalo ao lugar certo, da maneira correta, e ele saltará sozinho – reger é assim, a orquestra ou o coro executa a música e quando o regente tem o domínio da condução, é hora de deixar as coisas fluírem, basta conduzir.” * Maestro austríaco, um dos maiores nomes da regência do século XX (Salzburgo, 5 abr 1908, idem 1989), sucedeu Furtwängler em 1955 como regente principal da Orquestra Filarmônica de Berlim.
  • 15. Regência coral é gesto maior que o gesto de reger. É uma tomada de atitude frente à música […] é a busca incessante das qualidades do som, em conjunções e disjunções com os silêncios e as sonoridades. É a procura incansável de um repertório. É a identificação de muitas maneiras de cantar. É a habilidade em reunir grupos de cantores. É, acima de tudo, admitir que estudar música significa estudá-la por toda a vida. Esse gesto maior pode até dispensar o gesto de reger, porque no momento em que ele for necessário, tudo já terá sido feito (e muito ainda haverá por fazer). Trata-se, então, da construção de um projeto sonoro (Kerr, 2006, p. 119).
  • 16. QUALIDADES HUMANAS DE UM REGENTE, QUE É LÍDER: Personalidade: Ter bom caráter, ter consciência de sua importante função. Controle emocional: Ter domínio sobre sua própria emoção e a emoção do grupo, orientando a todos quando necessário. Humildade: Uma virtude admirável em um regente, ser modesto. Diálogo: Solucionar problemas e resolver conflitos. Negociar; diplomacia e relações públicas são importantíssimas para obter sucesso no diálogo. Na prática é: tentar manter a calma, encontrar um caminho alternativo diante de um conflito. Procurar ver as coisas de vários ângulos, analisar outras possibilidades. Considerar sempre a opinião de outros. Muitas vezes ficamos martelando num só ponto de vista quando a saída está muito mais perto do que imaginamos. Negociar também é uma arte.
  • 17. Hierarquia das Necessidades Humanas Pirâmide de Maslow
  • 18.
  • 19. A partir da análise do esquema acima, podemos incluir o canto coral em um cenário de qualidade de vida e equilíbrio social. Assim, após o cumprimento das necessidades básicas e de segurança de dada população, a participação em atividades que promovam o aumento da autoestima e do senso de auto realização constitui significativo aspecto da formação do indivíduo. Nessa perspectiva, o canto coral auxilia a pessoa no seu crescimento pessoal e, a partir de então, em sua motivação (AMATO NETO; FUCCI AMATO, 2007).
  • 20. OS DIFERENTES TIPOS DE COROS Em seu artigo “O Movimento Coral no Brasil – breve perspectiva administrativa e histórica”, o maestro David Junker lista e define uma quantidade considerável dos diferentes tipos de agrupamentos corais existentes no Brasil. Coros profissionais, semiprofissionais, amadores, religiosos, masculinos, femininos, infantis, juvenis, de empresas, universitários, escolares, líricos, sinfônicos, cênicos, de câmara, madrigais, corais de 3ª idade, entre outros. Nosso encontro aula de hoje tem por objetivo trazer uma introdução sobre regência coral e sua aplicabilidade aos corais de idosos.
  • 21. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) considera que pessoas com 60 anos ou mais são idosas. O aumento dessa população é uma realidade e se constitui em um fenômeno social. Portanto, o Brasil tem envelhecido à medida que a expectativa de vida tem se ampliado. “A população de idosos representa um contingente de quase 15 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade (8,6% da população brasileira) [esse por sua vez] ocupa, cada vez mais, um papel de destaque na sociedade brasileira.” (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2002, p. 1). Nesse sentido, a terceira idade se consolida como mais um campo de atuação do regente/educador na realização do canto coral como uma das possibilidades de musicalização para essa faixa etária. Hoje, o canto coral tem grande importância na área de educação musical, como ferramenta de ensino ou, também, como atividade musical em que se promove educação.
  • 22. Os Benefícios do Canto Coral para os Idosos O velho ditado “Quem canta seus males espanta” é uma verdade que se aplica muito bem aqui. O Canto Coral pode proporcionar vários benefícios para a melhoria da qualidade de vida dos idosos por ser uma atividade que, dentre outros fatores, compreende um fazer musical coletivo, interferindo de maneira bastante positiva no processo de ressocialização e de resgate da autoestima da pessoa idosa, assim como reativar a memória e estimular o desenvolvimento do processo ensino- aprendizagem através da música. Além dos benefícios citados, vale destacar que o Canto Coral proporciona aos cantores idosos a necessidade de continuar a ter metas, perspectivas, sonhos e o desejo de continuar a aprender, a expressar-se e a criar.
  • 23. Perdas Imutáveis É mais fácil envelhecer quando não somos entediados, nem tediosos, quando temos interesses por pessoas e projetos, quando temos o espírito aberto, flexível e maduro bastante para nos submeter, quando necessário, às perdas imutáveis. O processo começado na infância de amar e deixar partir pode nos preparar para essas perdas. Mas privados, pela idade, de alguma coisa que amamos em nós mesmos, podemos descobrir que o envelhecimento exige uma capacidade para aquilo que chamamos de transcendência do ego. (Viorst, 2003, p. 303) Compensação das perdas.
  • 24. A PERFORMANCE O ENSAIO O PRÉ-ENSAIO Segunda parte
  • 25. 1 • Escolha do repertório 2 • Análise musical 3 • Identificação dos pontos críticos PRÉ-ENSAIO
  • 26. O PRÉ-ENSAIO (preparação individual do regente) 1. O Repertório  Selecionar e fazer pesquisa de repertório na internet, em livros, troca de repertório com outros colegas (Encontros Corais), etc.  Acessível musicalmente ao meu grupo.  Caso o grupo solicite que o regente ensaie uma determinada música e ele considerar inadequada por dificuldades musicais, este poderá fazer ajustes, adaptações, enfim, um arranjo simplificado para poder atender o pedido do grupo.  É comum pessoas idosas ser saudosistas. Costumam pedir ao regente para ensaiar músicas (antigas) que de alguma forma, marcaram suas vidas. Talvez fosse interessante que o regente combinasse com os coralistas uma sessão “revival” (inicialmente a nível terapêutico, e depois, pode-se pensar na elaboração de uma apresentação elaborada a partir dessas músicas.
  • 27. O PRÉ-ENSAIO (preparação individual do regente) 2. A Análise das Peças  Fundamental para o bom desempenho do ensaio coral.  O estudo detalhado de cada peça a ser ensaiada, através da análise musical trará um conhecimento tal ao regente que terá total domínio da mesma quando for ensaiá-la. 3. Identificação dos Pontos Críticos  Possíveis dificuldades musicais das peças que serão ensaiadas deverão ser detectadas previamente pelo regente para ter alternativas de resolução desses problemas previamente. Os pontos críticos vão surgir a partir do estudo analítico da peça. Devemos lembrar sempre que a música, para o regente, começa a nascer e ganhar forma bem antes do primeiro ensaio.
  • 28. O PRÉ-ENSAIO (preparação individual do regente) Dona Nobis Pacem – Análise Compositor: W. A. Mozart | Período Clássico Tonalidade: Fá maior | Compasso: Ternário simples | 24 compassos A peça está dividida em 3 frases de 8 compassos cada uma.  Frase 1: comp. 1 ao 8 frase antecedente: 1 ao 4 frase consequente: 5 ao 8  Frase 2: comp. 9 ao 16 frase antecedente: 9 ao 12 frase consequente: 13 ao 16  Frase 3: comp. 17 ao 24 frase antecedente: 17 ao 20 frase consequente: 21 ao 24
  • 29. O PRÉ-ENSAIO (preparação individual do regente) Dona Nobis Pacem – Análise (continuação) Características da música clássica nesta peça:  Equilíbrio formal entre as 3 frases.  Equilíbrio entre o texto poético e as frases musicais.  Caráter imitativo (cânone) – herança de práticas polifônicas anteriores. Melodia  Iniciada por intervalos de 4ª J desc., 6ª M asc., 5ª J desc. e 7ª menor asc., seguida, basicamente por graus conjuntos, tendo dois saltos de 8ª no compasso 20 e no compasso 23.  Formada pro 6 semi frases regulares, compostas de 4 compassos cada uma. Texto: Dona nobis pacem. Tradução: Dê-nos paz.
  • 31. 1. ESTUDE a partitura 2. PLANEJE o ensaio 3. ESCOLHA a seção da música a ser ensaiada 4. AVISAR ao coro. ENSAIAR. 5. OUVIR o coro 6. Existe algum problema? NÃO SIM 7. ISOLAR o problema 8. IDENTIFICAR o problema específico 9. RESOLVA o problema 10. Coloque o problema no CONTEXTO e ouça-o 11. O problema foi resolvido? SIM 12. FEEDBACK aos cantores NÃO 13. FEEDBACK aos cantores
  • 32. O ENSAIO – Coro da Unati/UERJ Proposta do coro/Proposta do ensaio Preparação vocal Trabalhando os pontos críticos Finalizando o ensaio
  • 33. INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS O canto coral e a terceira idade – o ensaio como momento de grandes possibilidades. Matheus Cruz Paes de Almeida Resumo O texto relata a pesquisa que teve como objetivo geral verificar as possibilidades pedagógicas de afinação vocal e ritmo em uma atividade de canto coral com cantores da terceira idade. Observando as propostas, principalmente as que visam solucionar os problemas musicais nesses dois âmbitos, a pesquisa de campo foi realizada com o grupo Jovens de Ontem, um coro de terceira idade com faixa etária de 54 a 93 anos. No decorrer dessa pesquisa, verificamos um grande avanço técnico vocal e perceptivo nos coralistas. A revisão bibliográfica está apoiada em Costa, P. (2009),Gois (2009), Amato, R. (2007), Coelho (1994), Figueiredo, S. (1990), Fernandes,Kayama e Östergren (2001), Fonterrada (2008), entre outros.
  • 34. Coral na Terceira Idade: o canto como sopro de vida. Maria Marcia Viana Prazeres Resumo O crescimento da população idosa no mundo, motivado pelo aumento da expectativa de vida, apesar de ser uma importante conquista representa um grande desafio: é de fundamental importância associar longevidade e condições dignas de um envelhecimento saudável. Um olhar nos sentidos (biológico, psicológico e social) e seus recursos fazem parte dessa realidade. Com esse intuito, pode-se considerar a atividade artística Canto Coral bastante adequada para o idoso, pois utiliza a música, o canto e a participação em um grupo social. O presente trabalho resultou de uma pesquisa de caráter exploratório, com abordagem qualitativa, e teve como objetivo analisar se a atividade musical Canto Coral influencia na vida dos idosos. Foi feita a análise de conteúdo de dados coletados e, nos resultados, correlacionou-se os relatos aos dados de observação. A sistematização e interpretação dos dados, a partir das modalidades das respostas e de uma comparação qualitativa, pôde-se sugerir que o Canto Coral proporciona efeitos positivos na qualidade de vida dos idosos, por meio da melhoria de diversos aspectos da saúde física e mental, como por exemplo: a liberação de sentimentos e emoções, a manutenção da memória, o aumento da autoestima e o convívio social.
  • 35. Considerações finais SOBRE O REGENTE:  Buscar constantemente um maior embasamento musical.  Conhecer o seu instrumento (as vozes).  Manter atividade de pesquisa sobre as questões que envolvem o cantar e seus benefícios, através da música coral, aos idosos. SOBRE A PERFORMANCE:  Deverá ser preparada com bastante tranquilidade, sem nenhum tipo de pressão, priorizando sempre o bem estar dos ensaios e dos coralistas, sem, contudo, abrir mão das questões musicais e da maior qualidade possível.  O regente deverá se assegurar de que o local da performance é adequado aos idosos, sem problemas que dificultem a acessibilidade dos coralistas. O ideal é que se faça um ensaio no local, antes da apresentação.  Observar a questão da iluminação do local (muitos idosos têm problema de baixa visão).  Deverá ser um momento de muita alegria e realização para todos, pois o momento da performance é uma síntese de todo o trabalho realizado.
  • 36. BIBLIOGRAFIA AMATO, Rita Fucci. O canto coral como prática sócio-cultural e educativo-musical. http://www.anppom.com.br/opus/data/issues/archive/13.1/files/OPUS_13_1_Amato.pdf BARRETO, Ceição de Barros. Canto Coral. Editora Vozes, Petrópolis/RJ: 1973. JÚNIOR, Dejair Carlos dos Santos. Canto Coral na Terceira Idade. Monografia apresentada ao Centro de Letras e Artes da UNIRIO: 2008. http://www.domain.adm.br/dem/licenciatura/monografia/dejairjunior.pdf KERR, S. Carta canto coral. In: FIGUEIREDO, C. A. et al. Ensaios: olhares sobre a música coral brasileira. Organização Eduardo Lakschevitz. FUNARTE/Rio de Janeiro: Centro de Estudos de Música Coral, 2006. p. 118-143. http://www.funarte.gov.br/projetocoral/wp-content/uploads/2012/07/LivroEnsaios_Ebook_28-08.pdf JUNKER, David. O Movimento Coral Brasileiro: breve perspectiva administrativa e histórica. http://www.anppom.com.br/anais/anaiscongresso_anppom_1999/ANPPOM%2099/CONFEREN/DJUNK ER.PDF MATHIAS, N. Coral um canto apaixonante. Editora Musimed, Brasília: 1979. VIORST, Judith. Perdas Necessárias. Editora Melhoramentos, São Paulo: 2003. http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfUSQAH/perdas-necessarias ZANINI, Claudia Regina de Oliveira. Envelhecimento Saudável – o cantar e a gerontologia social. Revista da Universidade Federal de Goiás-UFG, vol 5, nº 2 de 2003.