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- Sátira às autoridades corrompidas e nefastas (Ten. Guedes).
- Elogio da esperteza (Leléu) e dos bons sentimentos (Citonho, Cabo
Heliodoro) contra a tirania (Ten. Guedez), a violência e a estupidez
(Vela de Libra, Testa-Seca e Paraíba).
- Crítica ao cerceamento à mulher da sociedade patriarcal (Ten.
Guedes e Dr. Noêmio).
- Elogio da busca de autenticidade e da ousadia na busca de uma
vida que valha a pena ser vivida (Leléu e Lisbela).
Temas Possíveis
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- Soldados Jaborandi e Juvenal; mais dois que não falam
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A polícia
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- Comandante do destacamento de polícia da cidade;
- Atua como delegado;
- Transgressor: leva Leléu para trabalhar para ele, agride os presos
fisicamente.
- Vingativo:
-- primeiro, pretende fazer com que capem Leléu;
-- depois, pretende fazer com que o matem;
-- diz que apagaria a vela de um defunto / contraste com Vela de
Libra.
Tenente Guedes
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Ten. Guedes: “a autoridade é um fardo. Eu já tratei vocês
mal?”
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Hipocrisia de Ten. Guedes; bajulação de Paraíba
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Ten. Guedes:
Oh, dor de cabeça dos diabos! Citonho, quando você quiser levar
uma dentada, faça um favor a um cachorro.
Leléu:
Quem é o cachorro? Sou eu? Nem eu sou cachorro nem o senhor me
faz favor. Ora favor, essa é boa. Saio daqui pra trabalhar de graça, e logo no
noivado de sua filha, que é uma joia de moça, com aquele advogadozinho que
ajudou o promotor a acertar minha tampa, e o outro vem com essa história de
favor. Favor fiz eu, e não foi ao senhor, fique sabendo.
Ten. Guedes:
Atrevido!
Leléu:
Só fui por causa das moças que pensei que havia por lá. Nunca mais
eu tinha visto mulher que prestasse.
Hipocrisia de Ten. Guedes; crítica de Leléu
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- Tratado astuciosamente de sargento por Leléu, para ganhar-lhe a
simpatia.
- Infeliz no casamento – mulher muito faladeira.
- Amor por outra mulher – por exigência da mãe dela, a filha só se entrega
após casamento no religioso.
- Embora mãe e filha saibam que Heliodoro é casado, pensam que é só no
civil.
- Problema de Heliodoro: ele é casado no religioso.
- Artimanha de Leléu: um padre por uma corda para praticar e uma
entrevista à noite com Lisbela.
- Ten. Guedes quer envolve-lo numa traição contra Leléu, recusa honrosa.
Cabo Heliodoro
© Prof. Eloy Gustavo
- Deixar Leléu sozinho numa cela, acender as luzes da cadeia, deixar a
cadeia sem guardas e o cabo de tocai na saída dela.
- Vela de Libra entraria lá para matar Leléu e depois seria morto pelo cabo.
Ten. Guedes
Se você errar, pode contar como certo que eu arranjo a sua
reforma. Ou talvez lhe meta na cadeia. Mas já pensou se você matar o
cabra? Consigo-lhe uma promoção dê no que der. Você deixa de ser o
Cabo Heliodoro. Já pensou? Vai ser o Sargento Heliodoro. Três divisas no
braço, isso representa.
Heliodoro
Desse jeito, eu dispenso, Tenente.
O plano do tenente / reação de cabo Heliodoro
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- corneteiro;
- cinéfilo, adorador das séries que passam no cinema;
- problema: ter que interromper a série para tocar silêncio;
- Leléu propõe uma solução.
Soldado Jaborandi: personagem bobinha, mas simpática
pelo enlevo que tem com o cinema
© Prof. Eloy Gustavo
- carcereiro – procura exercer bem sua função (proteção dos presos)
- idoso (quase 90 anos), o que faz com que o acusem constantemente de
caduquice, quando expõe com sinceridade suas opiniões justas.
- linguagem mesclada:
-- cuidada, com vocabulário sofisticado para o meio, por vezes exagerado.
Eu também estou no fim da vida, era uma rapaz morigerado e nunca
encontrei quem quisesse matrimoniar-se comigo.
-- presença de termos populares.
Me disseram que o senhor é de uma raça que só come folha.
Citonho
© Prof. Eloy Gustavo
Heliodoro:
Mas Citonho, eu não entendo como é que você sabendo
tanto nunca passou de carcereiro. Porque você é inteligente pra
burro.
Citonho:
Ah,meu filho, é porque não tive estudo. Se eu houvesse
estudado, você ia ver: botava essa turma toda no bolso.
Citonho: sabedoria reconhecida
© Prof. Eloy Gustavo
- sensato
- justo, nutre sincera simpatia por Leléu.
- sagaz, percebe a natureza indomável de Lisbela e a inadequação do
casamento.
Citonho
© Prof. Eloy Gustavo
Mas sim, senhor. O homem também já foi artista dramático!
Afinal de contas, o que é que você ainda não fez na vida, rapaz?
Pois eu estou velho que já perdi a conta, e desde que me entendo de
gente, nunca fui outra coisa a não ser carcereiro. E carcereiro na
cidade da Vitória, ainda tem mais essa. Ó, vida besta danada! Só o
que muda é a cara dos delegados e o nome dos presos.
Citonho: reconhecimento da vida errante
e polimórfica de Leléu
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- Testa-Seca
- Paraíba
- Leléu
Os prisioneiros
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- comparsa de Paraíba.
- assassinou uma velha para roubá-la.
- forte e violento, mas de inteligência limitada.
Testa-Seca
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- Comparsa de Testa-Seca
- Embora limitado intelectualmente, mais esperto que Testa-Seca, a
quem tenta enganar.
- Deixou a Testa-Seca o assassinato da velha e tentou fugir sozinho
com o dinheiro.
- Denunciado por Testa-Seca volta para a prisão.
- Deseja, como Testa-Seca, fugir da prisão e retomar o dinheiro
escondido.
Paraíba
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- Ambos desejam escapar da prisão, mas não conseguem sozinhos
achar um meio.
- Combinam com Leléu uma fuga em grupo.
- Quando Leléu é recapturado após a 1ª fuga, tentam currá-lo em
represália por ter ido sozinho – a chegada de Vela de Libra impede a
vingança.
- Fogem com Leléu, mas são facilmente enganados por este (golpe
do dinheiro no violão) e recapturados.
- Volta-Seca sem querer mata Paraíba e tem sua pena aumentada.
Volta-Seca e Paraíba
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- Lisbela
- Dr. Noêmio
- Tãozinho
- Lapiau
- Frederico
Outras personagens
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- Advogado, contribuiu com o promotor na condenação de Leléu
- Noivo de Lisbela
- Vegetariano
- Fraco e com aparência doentia
- Defensor da ideia da subordinação da mulher – patriarcado
- Contra manter passarinho na gaiola – visão oposta a de Leléu e Lisbela
- Terminará a peça abandonado pela esposa.
- Reflete sobre a injustiça que recaiu sobre ele, mesmo tendo sido honesto
a vida inteira.
Moral: A felicidade é uma conquista, não um direito.
Dr. Noêmio
© Prof. Eloy Gustavo
Heliodoro
Casou sua filha direitinho com rapaz muito bom...
Ten. Guedes
É. Quer dizer... (Faz um gesto com a mão significando: não é lá
grande coisa). Mas tem qualidades. E é um homem formado, isso vale
alguma coisa.
Veneração na época pelos bacharéis de direito – “doutores”.
Valor de Noêmio para o Ten. Guedes
© Prof. Eloy Gustavo
Lisbela, vamos. Você é minha noiva, não deve opor-se às
minhas convicções. As convicções do homem devem ser sempre as
da sua esposa ou noiva.
Paralelo com “Amor” de Clarice Lispector
Ana e sua (in)cômoda posição de dona de casa.
Dr. Noêmio
© Prof. Eloy Gustavo
- vendedor de aves;
- une-se a Francisquinha do Antão, tirando-a do marido, Raimundinho
- vai queixar-se da posse da roupa pelo marido
Tãozinho
© Prof. Eloy Gustavo
- Artista de circo
- Amigo e ex-colega de Leléu
- Vai visitá-lo na cadeia e levar-lhe o violão
- Troca de circo, mesmo ganhando menos, pra poder ir encontrar
Leléu.
- Vai desempenhar o papel de padre para casar ilegalmente
Heliodoro e assim fazer com que esse inconscientemente colabore
com a fuga de Leléu.
(José) Lapiau
© Prof. Eloy Gustavo
- valente: “O que é que eu sou? Alagoano e homem. Pronto.”
- assassino de aluguel
- apelido Vela de Libra – vela que acende pelo defunto, demonstra,
paradoxalmente, religiosidade.
- salvo por Leléu da investida de um boi – se sente na obrigação
com ele.
- oferece-se para eliminar algum inimigo que Leléu tenha
- Caso de família para resolver – desonra de uma irmã, Inaura.
- Posteriormente, descobrirá que quem desonrou sua irmã foi Leléu,
passa então a querer matá-lo.
Frederico Evandro
© Prof. Eloy Gustavo
Meu nome é Vela de Libra por causa da minha religiosidade.
Toda vez que sou forçado a sacar a moela de um cristão, vou na
primeira igreja que encontrar, acendo uma vela de libra e rezo um
padre-nosso pela alma dele.
Citonho:
Você tem mesmo coragem de matar um filho de Deus sem
motivo nenhum, rapaz?
Evandro:
Coragem, não tenho não. Eu tenho é costume.
Frederico Evandro
30
© Prof. Eloy Gustavo
Tenho (inimigos), mas quero todos vivos. Um homem deve ter
inimigos. Por que houvera de querer matá-los? Assim, eu também ia
matar a morte, a doença, delegados safados, ia matar a velhice e a
covardia, chefe. Deixe meus inimigos vivos. Quero meus inimigos vivos.
Citonho:
Muito bem, Leléu. Assim é que se faz. Você falou pouco e bom.
Merecia até umas palminhas.
Leléu – recusa da oferta de assassinato
© Prof. Eloy Gustavo
O prisioneiro (Leléu)
© Prof. Eloy Gustavo
- Acrobata (aramista), ator, violeiro – um artista itinerante.
- Seduzido pela beleza, faz da sua vida uma busca por ela, principalmente
na relação sexual com mulheres belas e jovens.
- Grande sedutor, responsável por casamentos falsos e defloramentos.
- Preso por ter deflorado uma jovem de 15 anos.
- Levado para entreter o casamento da filha do tenente, foge.
- Tenente torna-se seu inimigo.
- É preso novamente, apanha do tenente.
- Tenente tenta primeiro induzir outros a castrá-lo; depois, tenta induzir a
matá-lo.
Leléu Antônio da Anunciação (por ora)
© Prof. Eloy Gustavo
Estou no mato sem cachorro, Heliodoro.
Inaura, pra que fui meter contigo? E por que fui
me meter na frente daquele boi? Para que não
deixei enterrar o chifre naquele desgraçado?
Cavei o meu buraco, Citonho. Cavei o meu buraco
sem saber. Tanta mulher bonita neste mundo. Tanta
coisa linda! E eu morto!
Leléu – quando julga que talvez morra
© Prof. Eloy Gustavo
Cabo Heliodoro:
E você, Leléu? Você nasceu pra quê?
Leléu:
O senhor sabe o que eu queria ter, sargento? A força dos
touros. O aprumo de uma cavalo puro-sangue. Ser bom e doce para
as mulherinhas, como as chuvas de caju que caem de repente, no
calor mais duro de novembro. E livre, Sargento, Heliodoro. Como o
vento num pasto grande.
Leléu – o que ele desejaria ser
© Prof. Eloy Gustavo
Heliodoro:
Você sabe que eu tenho um fraco por mulher?
Leléu:
E quem é que não tem? Se até gato fica mais dengoso,
quando se esfrega em perna de mulher! Foi a última coisa que Deus
fez, senhor. Ele já estava prático.
Leléu – visão poética da mulher
© Prof. Eloy Gustavo
Capitão Blake do cavalos
Apaixona-se por mulher-dama e arruína-se.
Cabo Heliodoro
Apesar de casado, apaixona-se por outra mulher
Tãozinho
Envolve-se com mulher casada
Citonho e Testa-Seca
Lamentam não terem sorte com mulheres
Personagens que são arrastados por paixões por mulheres
© Prof. Eloy Gustavo
Frederico:
...se mal pergunto, você, um rapaz tão fagueiro, por que é
que está cumprindo pena aqui?
Leléu:
É uma pena de amor.
Frederico:
E tem dessa, é? Eu não sabia.
Testa-Seca:
Defloramento. Esse cabra tem não sei quantos nas costas.
Leléu – visões poética e crítica do seu crime
© Prof. Eloy Gustavo
Leléu:
Ela não tinha nem dezesseis anos. Quinze anos somente. E o pior
é que eu sabia.
Lapiau:
Quinze anos! Foi por isso que você nunca me disse nada?
Leléu:
Foi.
Lapiau:
E você queria bem a ela?
Leléu:
Não nem isso. Eu vi um dia quando ela passou. Tão nova! Aqueles
peitos rombudos. Peitos verdes. Aí, uma voz me disse: “Você tem poder
para mulheres de 28 . Ou de 25. Pra uma assim você não existe.” Então
eu quis provar que era mentira. Um sinal de fraqueza, Lapiau.
Leléu – confissão do crime: sedução de menor
© Prof. Eloy Gustavo
...Eu só queria chegar até um certo ponto, só queria provar
que a voz não dizia a verdade. Mas nesse ponto me faltaram forças
e eu me desgracei, desgracei a menina, fiz um buraco na minha
vida, estou aqui feito um peste..
Mas vamos pra diante, pra frente é que se anda.Eu já fiquei
chorando no ombro do acontecido? Já fiquei?
Leléu – confissão do crime
Postura frente ao fato consumado
© Prof. Eloy Gustavo
Testa Seca:
“Oito. Oito donzelas ferradas, por esse Brasil velho de
guerra. Ele não contou, mas a gente soube. Oito, e eu
nunca tive uma. Mundo mal dividido.”
Piedade e hipocrisia
© Prof. Eloy Gustavo
Lisbela e o prisioneiro
(Leléu)
© Prof. Eloy Gustavo
- Filha do Ten. Guedes
- Noiva do Advogado Noêmio
- Conheceu Leléu, quando este foi entreter sua festa de noivado
- Quando descobre a ameaça de assassinato de Leléu, vai alertá-lo
na cadeia
- Vai aos poucos sendo seduzida pela visão de mundo e charme de
Leléu
- Vai visita-lo três vezes na cadeia escondida
- Intervém com o pai para que este forneça uma corda a Leléu, sob o
pretexto de este precisar treinar o seu número.
Lisbela
© Prof. Eloy Gustavo
Leléu (recusando a transferência para a detenção que o protegeria de
ser assassinado):
Não quero ficar longe da senhora. A senhora é minha paz,
dona Lisbela. Tudo isso que a senhora me diz não vale nada. O que
vale é que a senhora está aqui.
Lisbela:
Você sabe que eu estou para casar. Não deve falar assim.
Leléu:
A senhora não é noiva no seu coração. Só é noiva na mão e
na palavra.
Lisbela:
Pois, é, eu dei minha palavra e minha mão.
Leléu e Lisbela
© Prof. Eloy Gustavo
Dona Lisbela, a senhora pra mim é a bandeira
brasileira. Uma bandeira grande. Sabe que a bandeira
grande só recebe o vento se estiver presa num mastro
muito forte? Leléu Antônio da Anunciação é o mastro pra
senhora.
Leléu e Lisbela: promessa de uma vida intensa,
digna da natureza intensa de Lisbela
© Prof. Eloy Gustavo
Lisbela:
Não existe um nome que lhe sirva? Não existe mulher que lhe mereça?
Leléu:
Eu nasci num lugar chamado São José da Coroa Grande. Um dia, a
gente ouviu dizer que o Zepelim ia passar por lá. Foi um alvoroço! (...) Devia ser
no verão. Tinha lá uma porção de povo e a noite estava tão bonita. Eu tinha uns
oito anos. Quando eu vi, foi aquele beleza atravessando o céu. Me esqueci de
tudo e saí andando atrás daquela claridade. Parece que estou vendo. Fui
andando, fui andando e me perdi. Eu ouvia aquelas vozes me chamando longe... E
assim tem sido minha vida, sempre me perdendo atrás do que é bonito.
(Lisbela reflete um instante e retira-se precipitadamente)
Leléu – sua sina (destino); Lisbela se sensibiliza
© Prof. Eloy Gustavo
Zepelim – símbolo da perene busca da beleza, que para
Leléu é representada principalmente pela mulheres bonitas
© Prof. Eloy Gustavo
- Leléu foge da prisão:
-- corda dada pelo tenente;
-- distração dos guardas por Lapiau
-- cavalos da fuga preparados por Lapiau
-- dinheiro do “casamento” de Heliodoro
- Lisbela foge de casa logo após o casamento
- Tenente vai a cadeia armar a morte de Leléu, descobre a fuga
- Dr. Noêmio chega a cadeia e informa da fuga de Lisbela
- Chega Lisbela, que aparentemente fora abandonada por Leléu
Dia do casamento de Lisbela
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Lisbela:
Eu disse a meu pai que não queria mais você para marido. E ele asseverou
eu os casamentos são assim. Que o bem-querer vem depois.
Dr. Noêmio:
E você vai deixar de querer bem a mim, Lisbela, pra querer a um sujeito
como aquele? Um desclassificado.
Lisbela:
Pra querer, não. Pra ir com ele, com nome, corpo, sangue, coração e tudo!
Dr. Noêmio:
Um bangalafumenga, um joão-ninguém. Um vagabundo daquele!
Lisbela:
Ele não é nada dessas coisas. É um homem, isto sim.
Lisbela conta porque fugiu ao esposo
recusa a um casamento imposto – Leléu: um homem
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Lisbela:
Não, ele não me usou pra nada. Vocês é que estavam me usando. Ele me
quer, me quer bem. Pra ele eu não era uma filha, não era uma mulher casada nem
solteira. Era mulher, mulher, mulher!
Dr. Noêmio:
E pra mim!
Lisbela:
Pra você eu sou feito um diploma. Com carimbo, pregado na parede.
Dr. Noêmio:
Não é nada disso, Lisbelinha. É minha esposa e devia estar em casa. Por
que você foi?
Lisbela:
Porque eu tinha de ir. Não podia não ir. Fui com glória! Eu fui feito um
andor, na frente de uma procissão.
Lisbela ante a acusação de que Leléu a usou para fugir
© Prof. Eloy Gustavo
- Após a fuga, ilude Testa-Seca e Paraíba (golpe do dinheiro no
violão) para se livrar deles;
- Desiste da fuga com Lisbela, pois julga que não tinha um futuro a
lhe oferecer;
- Entrega-se para:
-- ficar próximo da amada;
-- talvez morrer pela amada (ameaça de Vela de Libra)
- O tenente vai tenciona colocá-lo na cela com Testa-Seca e Paraíba:
assassinato na certa.
- Lisbela se rebela contra isso, ante o xingamento e ameaça do pai,
foge com a arma de Jaborandi.
A fuga de Leléu
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- Rende os policiais e os tranca
- Retira Leléu da cela, para mata-lo fora da cadeia
- Citonho, que já defendera Lisbela do pai, agora enfrenta Vela de
Libra para salvar Leléu.
- Quando Citonho seria alvejado, Leléu o empurra, é feito um
disparo, mas Vela de Libra é que cai morto.
- Lisbela entra com a arma, ela matara o assassino.
- Tenente se solta, toma providências para salvar a filha: crime de
homicídio e vingança dos parentes de Vela de Libra.
- Leléu decide fugir com ela para protege-la da vingança
Chegada de Frederico Evandro
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Lisbela: Mesmo sem isso, eu queria ir. Debaixo ou em cima da terra, estou morta
sem ele.
Dr. Noêmio: Ele vai lhe abandonar, Lisbela! Como abandonou as outras.
Lisbela: Não me importa. Quero queimar minha vida de uma vez, num fogo muito
forte. Quero ir.
Tenente: Lisbela!
Lisbela: Quero ir. Nunca serei feliz como esta noite, junto dele ouvindo nas
estradas as batidas dos cascos dos cavalos.
Tenente: Seja feliz... se puder.
Fala final de Lisbela
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- Dr. Noêmio vai pedir a anulação do casamento.
- Volta-Seca apodera-se do revólver de Jaborandi.
- Tenta atingir Tãozinho e o tenente, mas nenhum é alvejado.
- Tenta atingir Paraíba como teste, e o mata.
- Jaborandi conta que só havia uma bala de verdade, o resto era de
festim.
- Revelação: Lisbela não matou Vela de Libra, o valente morreu de
susto. Ela está livre do crime e da vingança.
- Final feliz: delegado fica com os ovos que Tãozinho ia dar a Leléu
e reparte com Citonho.
Revelações finais
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Citonho
Mas vamos deixar de brinquedo e rezar por esses dois
finados.
Jaborandi
Você querendo, Citonho, a gente reza. Mas penso que não
vai adiantar nada.
Citonho
Bem... Eu também acho. Mas quem é neste mundo,
Jaborandi, que pode lá julgar seu semelhante?
FIM
Cena final – Citonho de novo se enobrece
© Prof. Eloy Gustavo
- Oferta de serviço de assassinato:
-- De Joãozinho Bem-Bem para Nhô Augusto
-- De Frederico Evandro para Leléu
Intertextualidade – assassinato por encomenda
© Prof. Eloy Gustavo
- Joãozinho Bem-Bem e os santinhos ao redor do pescoço
- Frederico Evandro e as velas pelas almas dos mortos
Intertextualidade – religiosidade e violência
© Prof. Eloy Gustavo
- Conversa na cadeia sobre cinema
- Chega o tenente – informação sobre a fuga e captura de Leléu
- Chegam Lisbela e Dr. Noêmio: autoridade do marido,
vegetarianismo
- Chega Tãozinho, nova oposição dos noivos, queixa do vendedor
- Todos saem, tentativa de currar Leléu,
- Chegada de Evandro: proposta de serviço a leleu
Divisão temporal – 1º ato
© Prof. Eloy Gustavo
- Leléu faz a faxina e conversa com Cabo Heliodoro – problema do casamento
deste.
- Problema de Jaborandi
- Chega Lapiau
- Chega Tãozinho novamente – nova queixa, divisão do dinheiro da mulher
- Chega Lisbela para informar do risco que ele corre, propõe mandálo para a
Detenção, Leléu se declara
- Presos querem ficar longe de Leléu, depois brigam entre si. Leléu os harmoniza
e combina uma fuga em grupo
- Tenente Guedes chega e quer isolar Leléu
- Heliodoro descobre que o que pretende matar Leléu e Vela de Libra são a mesma
pessoa
Divisão temporal – 2º ato
© Prof. Eloy Gustavo
- Citonho, Heliodoro e Lapiau bebem na frente da cadeia, pressos “dormem”
- Chega o Tenente e se esforça por só deixar Cabo Heliodoro na cadeia
- Descoberta da fuga dos presos
- Chegada do Dr. Noêmio – fuga de Lisbela
- Lisbela chega desalentada, Leléu fugiu sozinho
- 2 presos recapturados
- Toque da corneta no cinema – ordem de prisão contra Jaborandi
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Lisbela e o Prisioneiro: Análise da Peça de Osman Lins

  • 1. © Prof. Eloy Gustavo Lisbela e o prisioneiro Osman Lins - 1964
  • 2. © Prof. Eloy Gustavo A escola literária: Modernismo 3ª Fase: 1945... Volta radical ao trabalho com a linguagem Romance regionalista (sertão mineiro) Romance urbano de introspecção psicológica (Intimismo radical) João Guimarães Rosa 1946 Sagarana Clarice Lispector 1944 Perto do coração selvagem Obras que inauguram a 3ª fase
  • 3. © Prof. Eloy Gustavo Outros Escritores de Prosa Experimental estreia literária / obra-prima Autran Dourado (1926-2012) 1947 Teia / 1967 Ópera dos Mortos Osman Lins (1924-1978) 1955 O visitante / 1973 Avalovara Antônio Callado (1917-1997) 1954 A assunção de Salviano / 1967 Quarup
  • 4. © Prof. Eloy Gustavo Osman Lins Romances 1955 O Visitante 1961 O Fiel e a Pedra 1973 Avalovara 1976 A Rainha dos Cárceres da Grécia 1978 Domingo de Páscoa Conto 1957 Os Gestos 1966 Nove, Novena 1977 Missa do Galo, Variações Sobre o Mesmo Tema Viagem 1963 Marinheiro de Primeira Viagem 1977 La Paz Existe? (com Julieta de Godoy Ladeira) Teatro 1964 Lisbela e o Prisioneiro 1967 Guerra do Cansa-Cavalo 1975 Santa, Automóvel e o Soldado
  • 5. © Prof. Eloy Gustavo Lisbela e o prisioneiro Peça –1961/1964 Filme – 2003 Cuidado: o filme apenasse baseia na peça, há muitas diferenças de enredo e de visão de mundo entre as duas obras.
  • 6. © Prof. Eloy Gustavo - Cidade: Vitória de Santo Antão - PE - Delegacia, sede da polícia e cadeia pública num único prédio. Cenas: -- interior do prédio -- na calçada em frente ao prédio -- no interior da cela Espaço
  • 7. © Prof. Eloy Gustavo - Sátira às autoridades corrompidas e nefastas (Ten. Guedes). - Elogio da esperteza (Leléu) e dos bons sentimentos (Citonho, Cabo Heliodoro) contra a tirania (Ten. Guedez), a violência e a estupidez (Vela de Libra, Testa-Seca e Paraíba). - Crítica ao cerceamento à mulher da sociedade patriarcal (Ten. Guedes e Dr. Noêmio). - Elogio da busca de autenticidade e da ousadia na busca de uma vida que valha a pena ser vivida (Leléu e Lisbela). Temas Possíveis
  • 8. © Prof. Eloy Gustavo - Ten. Guedes - Cabo Heliodoro - Soldados Jaborandi e Juvenal; mais dois que não falam - Carcereiro Citonho A polícia
  • 9. © Prof. Eloy Gustavo - Comandante do destacamento de polícia da cidade; - Atua como delegado; - Transgressor: leva Leléu para trabalhar para ele, agride os presos fisicamente. - Vingativo: -- primeiro, pretende fazer com que capem Leléu; -- depois, pretende fazer com que o matem; -- diz que apagaria a vela de um defunto / contraste com Vela de Libra. Tenente Guedes
  • 10. © Prof. Eloy Gustavo Ten. Guedes: “a autoridade é um fardo. Eu já tratei vocês mal?” Paraíba: “Qual! Isso aqui é um hotel.” Hipocrisia de Ten. Guedes; bajulação de Paraíba
  • 11. © Prof. Eloy Gustavo Ten. Guedes: Oh, dor de cabeça dos diabos! Citonho, quando você quiser levar uma dentada, faça um favor a um cachorro. Leléu: Quem é o cachorro? Sou eu? Nem eu sou cachorro nem o senhor me faz favor. Ora favor, essa é boa. Saio daqui pra trabalhar de graça, e logo no noivado de sua filha, que é uma joia de moça, com aquele advogadozinho que ajudou o promotor a acertar minha tampa, e o outro vem com essa história de favor. Favor fiz eu, e não foi ao senhor, fique sabendo. Ten. Guedes: Atrevido! Leléu: Só fui por causa das moças que pensei que havia por lá. Nunca mais eu tinha visto mulher que prestasse. Hipocrisia de Ten. Guedes; crítica de Leléu
  • 12. © Prof. Eloy Gustavo - Tratado astuciosamente de sargento por Leléu, para ganhar-lhe a simpatia. - Infeliz no casamento – mulher muito faladeira. - Amor por outra mulher – por exigência da mãe dela, a filha só se entrega após casamento no religioso. - Embora mãe e filha saibam que Heliodoro é casado, pensam que é só no civil. - Problema de Heliodoro: ele é casado no religioso. - Artimanha de Leléu: um padre por uma corda para praticar e uma entrevista à noite com Lisbela. - Ten. Guedes quer envolve-lo numa traição contra Leléu, recusa honrosa. Cabo Heliodoro
  • 13. © Prof. Eloy Gustavo - Deixar Leléu sozinho numa cela, acender as luzes da cadeia, deixar a cadeia sem guardas e o cabo de tocai na saída dela. - Vela de Libra entraria lá para matar Leléu e depois seria morto pelo cabo. Ten. Guedes Se você errar, pode contar como certo que eu arranjo a sua reforma. Ou talvez lhe meta na cadeia. Mas já pensou se você matar o cabra? Consigo-lhe uma promoção dê no que der. Você deixa de ser o Cabo Heliodoro. Já pensou? Vai ser o Sargento Heliodoro. Três divisas no braço, isso representa. Heliodoro Desse jeito, eu dispenso, Tenente. O plano do tenente / reação de cabo Heliodoro
  • 14. © Prof. Eloy Gustavo - corneteiro; - cinéfilo, adorador das séries que passam no cinema; - problema: ter que interromper a série para tocar silêncio; - Leléu propõe uma solução. Soldado Jaborandi: personagem bobinha, mas simpática pelo enlevo que tem com o cinema
  • 15. © Prof. Eloy Gustavo - carcereiro – procura exercer bem sua função (proteção dos presos) - idoso (quase 90 anos), o que faz com que o acusem constantemente de caduquice, quando expõe com sinceridade suas opiniões justas. - linguagem mesclada: -- cuidada, com vocabulário sofisticado para o meio, por vezes exagerado. Eu também estou no fim da vida, era uma rapaz morigerado e nunca encontrei quem quisesse matrimoniar-se comigo. -- presença de termos populares. Me disseram que o senhor é de uma raça que só come folha. Citonho
  • 16. © Prof. Eloy Gustavo Heliodoro: Mas Citonho, eu não entendo como é que você sabendo tanto nunca passou de carcereiro. Porque você é inteligente pra burro. Citonho: Ah,meu filho, é porque não tive estudo. Se eu houvesse estudado, você ia ver: botava essa turma toda no bolso. Citonho: sabedoria reconhecida
  • 17. © Prof. Eloy Gustavo - sensato - justo, nutre sincera simpatia por Leléu. - sagaz, percebe a natureza indomável de Lisbela e a inadequação do casamento. Citonho
  • 18. © Prof. Eloy Gustavo Mas sim, senhor. O homem também já foi artista dramático! Afinal de contas, o que é que você ainda não fez na vida, rapaz? Pois eu estou velho que já perdi a conta, e desde que me entendo de gente, nunca fui outra coisa a não ser carcereiro. E carcereiro na cidade da Vitória, ainda tem mais essa. Ó, vida besta danada! Só o que muda é a cara dos delegados e o nome dos presos. Citonho: reconhecimento da vida errante e polimórfica de Leléu
  • 19. © Prof. Eloy Gustavo - Testa-Seca - Paraíba - Leléu Os prisioneiros
  • 20. © Prof. Eloy Gustavo - comparsa de Paraíba. - assassinou uma velha para roubá-la. - forte e violento, mas de inteligência limitada. Testa-Seca
  • 21. © Prof. Eloy Gustavo - Comparsa de Testa-Seca - Embora limitado intelectualmente, mais esperto que Testa-Seca, a quem tenta enganar. - Deixou a Testa-Seca o assassinato da velha e tentou fugir sozinho com o dinheiro. - Denunciado por Testa-Seca volta para a prisão. - Deseja, como Testa-Seca, fugir da prisão e retomar o dinheiro escondido. Paraíba
  • 22. © Prof. Eloy Gustavo - Ambos desejam escapar da prisão, mas não conseguem sozinhos achar um meio. - Combinam com Leléu uma fuga em grupo. - Quando Leléu é recapturado após a 1ª fuga, tentam currá-lo em represália por ter ido sozinho – a chegada de Vela de Libra impede a vingança. - Fogem com Leléu, mas são facilmente enganados por este (golpe do dinheiro no violão) e recapturados. - Volta-Seca sem querer mata Paraíba e tem sua pena aumentada. Volta-Seca e Paraíba
  • 23. © Prof. Eloy Gustavo - Lisbela - Dr. Noêmio - Tãozinho - Lapiau - Frederico Outras personagens
  • 24. © Prof. Eloy Gustavo - Advogado, contribuiu com o promotor na condenação de Leléu - Noivo de Lisbela - Vegetariano - Fraco e com aparência doentia - Defensor da ideia da subordinação da mulher – patriarcado - Contra manter passarinho na gaiola – visão oposta a de Leléu e Lisbela - Terminará a peça abandonado pela esposa. - Reflete sobre a injustiça que recaiu sobre ele, mesmo tendo sido honesto a vida inteira. Moral: A felicidade é uma conquista, não um direito. Dr. Noêmio
  • 25. © Prof. Eloy Gustavo Heliodoro Casou sua filha direitinho com rapaz muito bom... Ten. Guedes É. Quer dizer... (Faz um gesto com a mão significando: não é lá grande coisa). Mas tem qualidades. E é um homem formado, isso vale alguma coisa. Veneração na época pelos bacharéis de direito – “doutores”. Valor de Noêmio para o Ten. Guedes
  • 26. © Prof. Eloy Gustavo Lisbela, vamos. Você é minha noiva, não deve opor-se às minhas convicções. As convicções do homem devem ser sempre as da sua esposa ou noiva. Paralelo com “Amor” de Clarice Lispector Ana e sua (in)cômoda posição de dona de casa. Dr. Noêmio
  • 27. © Prof. Eloy Gustavo - vendedor de aves; - une-se a Francisquinha do Antão, tirando-a do marido, Raimundinho - vai queixar-se da posse da roupa pelo marido Tãozinho
  • 28. © Prof. Eloy Gustavo - Artista de circo - Amigo e ex-colega de Leléu - Vai visitá-lo na cadeia e levar-lhe o violão - Troca de circo, mesmo ganhando menos, pra poder ir encontrar Leléu. - Vai desempenhar o papel de padre para casar ilegalmente Heliodoro e assim fazer com que esse inconscientemente colabore com a fuga de Leléu. (José) Lapiau
  • 29. © Prof. Eloy Gustavo - valente: “O que é que eu sou? Alagoano e homem. Pronto.” - assassino de aluguel - apelido Vela de Libra – vela que acende pelo defunto, demonstra, paradoxalmente, religiosidade. - salvo por Leléu da investida de um boi – se sente na obrigação com ele. - oferece-se para eliminar algum inimigo que Leléu tenha - Caso de família para resolver – desonra de uma irmã, Inaura. - Posteriormente, descobrirá que quem desonrou sua irmã foi Leléu, passa então a querer matá-lo. Frederico Evandro
  • 30. © Prof. Eloy Gustavo Meu nome é Vela de Libra por causa da minha religiosidade. Toda vez que sou forçado a sacar a moela de um cristão, vou na primeira igreja que encontrar, acendo uma vela de libra e rezo um padre-nosso pela alma dele. Citonho: Você tem mesmo coragem de matar um filho de Deus sem motivo nenhum, rapaz? Evandro: Coragem, não tenho não. Eu tenho é costume. Frederico Evandro 30
  • 31. © Prof. Eloy Gustavo Tenho (inimigos), mas quero todos vivos. Um homem deve ter inimigos. Por que houvera de querer matá-los? Assim, eu também ia matar a morte, a doença, delegados safados, ia matar a velhice e a covardia, chefe. Deixe meus inimigos vivos. Quero meus inimigos vivos. Citonho: Muito bem, Leléu. Assim é que se faz. Você falou pouco e bom. Merecia até umas palminhas. Leléu – recusa da oferta de assassinato
  • 32. © Prof. Eloy Gustavo O prisioneiro (Leléu)
  • 33. © Prof. Eloy Gustavo - Acrobata (aramista), ator, violeiro – um artista itinerante. - Seduzido pela beleza, faz da sua vida uma busca por ela, principalmente na relação sexual com mulheres belas e jovens. - Grande sedutor, responsável por casamentos falsos e defloramentos. - Preso por ter deflorado uma jovem de 15 anos. - Levado para entreter o casamento da filha do tenente, foge. - Tenente torna-se seu inimigo. - É preso novamente, apanha do tenente. - Tenente tenta primeiro induzir outros a castrá-lo; depois, tenta induzir a matá-lo. Leléu Antônio da Anunciação (por ora)
  • 34. © Prof. Eloy Gustavo Estou no mato sem cachorro, Heliodoro. Inaura, pra que fui meter contigo? E por que fui me meter na frente daquele boi? Para que não deixei enterrar o chifre naquele desgraçado? Cavei o meu buraco, Citonho. Cavei o meu buraco sem saber. Tanta mulher bonita neste mundo. Tanta coisa linda! E eu morto! Leléu – quando julga que talvez morra
  • 35. © Prof. Eloy Gustavo Cabo Heliodoro: E você, Leléu? Você nasceu pra quê? Leléu: O senhor sabe o que eu queria ter, sargento? A força dos touros. O aprumo de uma cavalo puro-sangue. Ser bom e doce para as mulherinhas, como as chuvas de caju que caem de repente, no calor mais duro de novembro. E livre, Sargento, Heliodoro. Como o vento num pasto grande. Leléu – o que ele desejaria ser
  • 36. © Prof. Eloy Gustavo Heliodoro: Você sabe que eu tenho um fraco por mulher? Leléu: E quem é que não tem? Se até gato fica mais dengoso, quando se esfrega em perna de mulher! Foi a última coisa que Deus fez, senhor. Ele já estava prático. Leléu – visão poética da mulher
  • 37. © Prof. Eloy Gustavo Capitão Blake do cavalos Apaixona-se por mulher-dama e arruína-se. Cabo Heliodoro Apesar de casado, apaixona-se por outra mulher Tãozinho Envolve-se com mulher casada Citonho e Testa-Seca Lamentam não terem sorte com mulheres Personagens que são arrastados por paixões por mulheres
  • 38. © Prof. Eloy Gustavo Frederico: ...se mal pergunto, você, um rapaz tão fagueiro, por que é que está cumprindo pena aqui? Leléu: É uma pena de amor. Frederico: E tem dessa, é? Eu não sabia. Testa-Seca: Defloramento. Esse cabra tem não sei quantos nas costas. Leléu – visões poética e crítica do seu crime
  • 39. © Prof. Eloy Gustavo Leléu: Ela não tinha nem dezesseis anos. Quinze anos somente. E o pior é que eu sabia. Lapiau: Quinze anos! Foi por isso que você nunca me disse nada? Leléu: Foi. Lapiau: E você queria bem a ela? Leléu: Não nem isso. Eu vi um dia quando ela passou. Tão nova! Aqueles peitos rombudos. Peitos verdes. Aí, uma voz me disse: “Você tem poder para mulheres de 28 . Ou de 25. Pra uma assim você não existe.” Então eu quis provar que era mentira. Um sinal de fraqueza, Lapiau. Leléu – confissão do crime: sedução de menor
  • 40. © Prof. Eloy Gustavo ...Eu só queria chegar até um certo ponto, só queria provar que a voz não dizia a verdade. Mas nesse ponto me faltaram forças e eu me desgracei, desgracei a menina, fiz um buraco na minha vida, estou aqui feito um peste.. Mas vamos pra diante, pra frente é que se anda.Eu já fiquei chorando no ombro do acontecido? Já fiquei? Leléu – confissão do crime Postura frente ao fato consumado
  • 41. © Prof. Eloy Gustavo Testa Seca: “Oito. Oito donzelas ferradas, por esse Brasil velho de guerra. Ele não contou, mas a gente soube. Oito, e eu nunca tive uma. Mundo mal dividido.” Piedade e hipocrisia
  • 42. © Prof. Eloy Gustavo Lisbela e o prisioneiro (Leléu)
  • 43. © Prof. Eloy Gustavo - Filha do Ten. Guedes - Noiva do Advogado Noêmio - Conheceu Leléu, quando este foi entreter sua festa de noivado - Quando descobre a ameaça de assassinato de Leléu, vai alertá-lo na cadeia - Vai aos poucos sendo seduzida pela visão de mundo e charme de Leléu - Vai visita-lo três vezes na cadeia escondida - Intervém com o pai para que este forneça uma corda a Leléu, sob o pretexto de este precisar treinar o seu número. Lisbela
  • 44. © Prof. Eloy Gustavo Leléu (recusando a transferência para a detenção que o protegeria de ser assassinado): Não quero ficar longe da senhora. A senhora é minha paz, dona Lisbela. Tudo isso que a senhora me diz não vale nada. O que vale é que a senhora está aqui. Lisbela: Você sabe que eu estou para casar. Não deve falar assim. Leléu: A senhora não é noiva no seu coração. Só é noiva na mão e na palavra. Lisbela: Pois, é, eu dei minha palavra e minha mão. Leléu e Lisbela
  • 45. © Prof. Eloy Gustavo Dona Lisbela, a senhora pra mim é a bandeira brasileira. Uma bandeira grande. Sabe que a bandeira grande só recebe o vento se estiver presa num mastro muito forte? Leléu Antônio da Anunciação é o mastro pra senhora. Leléu e Lisbela: promessa de uma vida intensa, digna da natureza intensa de Lisbela
  • 46. © Prof. Eloy Gustavo Lisbela: Não existe um nome que lhe sirva? Não existe mulher que lhe mereça? Leléu: Eu nasci num lugar chamado São José da Coroa Grande. Um dia, a gente ouviu dizer que o Zepelim ia passar por lá. Foi um alvoroço! (...) Devia ser no verão. Tinha lá uma porção de povo e a noite estava tão bonita. Eu tinha uns oito anos. Quando eu vi, foi aquele beleza atravessando o céu. Me esqueci de tudo e saí andando atrás daquela claridade. Parece que estou vendo. Fui andando, fui andando e me perdi. Eu ouvia aquelas vozes me chamando longe... E assim tem sido minha vida, sempre me perdendo atrás do que é bonito. (Lisbela reflete um instante e retira-se precipitadamente) Leléu – sua sina (destino); Lisbela se sensibiliza
  • 47. © Prof. Eloy Gustavo Zepelim – símbolo da perene busca da beleza, que para Leléu é representada principalmente pela mulheres bonitas
  • 48. © Prof. Eloy Gustavo - Leléu foge da prisão: -- corda dada pelo tenente; -- distração dos guardas por Lapiau -- cavalos da fuga preparados por Lapiau -- dinheiro do “casamento” de Heliodoro - Lisbela foge de casa logo após o casamento - Tenente vai a cadeia armar a morte de Leléu, descobre a fuga - Dr. Noêmio chega a cadeia e informa da fuga de Lisbela - Chega Lisbela, que aparentemente fora abandonada por Leléu Dia do casamento de Lisbela
  • 49. © Prof. Eloy Gustavo Lisbela: Eu disse a meu pai que não queria mais você para marido. E ele asseverou eu os casamentos são assim. Que o bem-querer vem depois. Dr. Noêmio: E você vai deixar de querer bem a mim, Lisbela, pra querer a um sujeito como aquele? Um desclassificado. Lisbela: Pra querer, não. Pra ir com ele, com nome, corpo, sangue, coração e tudo! Dr. Noêmio: Um bangalafumenga, um joão-ninguém. Um vagabundo daquele! Lisbela: Ele não é nada dessas coisas. É um homem, isto sim. Lisbela conta porque fugiu ao esposo recusa a um casamento imposto – Leléu: um homem
  • 50. © Prof. Eloy Gustavo Lisbela: Não, ele não me usou pra nada. Vocês é que estavam me usando. Ele me quer, me quer bem. Pra ele eu não era uma filha, não era uma mulher casada nem solteira. Era mulher, mulher, mulher! Dr. Noêmio: E pra mim! Lisbela: Pra você eu sou feito um diploma. Com carimbo, pregado na parede. Dr. Noêmio: Não é nada disso, Lisbelinha. É minha esposa e devia estar em casa. Por que você foi? Lisbela: Porque eu tinha de ir. Não podia não ir. Fui com glória! Eu fui feito um andor, na frente de uma procissão. Lisbela ante a acusação de que Leléu a usou para fugir
  • 51. © Prof. Eloy Gustavo - Após a fuga, ilude Testa-Seca e Paraíba (golpe do dinheiro no violão) para se livrar deles; - Desiste da fuga com Lisbela, pois julga que não tinha um futuro a lhe oferecer; - Entrega-se para: -- ficar próximo da amada; -- talvez morrer pela amada (ameaça de Vela de Libra) - O tenente vai tenciona colocá-lo na cela com Testa-Seca e Paraíba: assassinato na certa. - Lisbela se rebela contra isso, ante o xingamento e ameaça do pai, foge com a arma de Jaborandi. A fuga de Leléu
  • 52. © Prof. Eloy Gustavo - Rende os policiais e os tranca - Retira Leléu da cela, para mata-lo fora da cadeia - Citonho, que já defendera Lisbela do pai, agora enfrenta Vela de Libra para salvar Leléu. - Quando Citonho seria alvejado, Leléu o empurra, é feito um disparo, mas Vela de Libra é que cai morto. - Lisbela entra com a arma, ela matara o assassino. - Tenente se solta, toma providências para salvar a filha: crime de homicídio e vingança dos parentes de Vela de Libra. - Leléu decide fugir com ela para protege-la da vingança Chegada de Frederico Evandro
  • 53. © Prof. Eloy Gustavo Lisbela: Mesmo sem isso, eu queria ir. Debaixo ou em cima da terra, estou morta sem ele. Dr. Noêmio: Ele vai lhe abandonar, Lisbela! Como abandonou as outras. Lisbela: Não me importa. Quero queimar minha vida de uma vez, num fogo muito forte. Quero ir. Tenente: Lisbela! Lisbela: Quero ir. Nunca serei feliz como esta noite, junto dele ouvindo nas estradas as batidas dos cascos dos cavalos. Tenente: Seja feliz... se puder. Fala final de Lisbela
  • 54. © Prof. Eloy Gustavo - Dr. Noêmio vai pedir a anulação do casamento. - Volta-Seca apodera-se do revólver de Jaborandi. - Tenta atingir Tãozinho e o tenente, mas nenhum é alvejado. - Tenta atingir Paraíba como teste, e o mata. - Jaborandi conta que só havia uma bala de verdade, o resto era de festim. - Revelação: Lisbela não matou Vela de Libra, o valente morreu de susto. Ela está livre do crime e da vingança. - Final feliz: delegado fica com os ovos que Tãozinho ia dar a Leléu e reparte com Citonho. Revelações finais
  • 55. © Prof. Eloy Gustavo Citonho Mas vamos deixar de brinquedo e rezar por esses dois finados. Jaborandi Você querendo, Citonho, a gente reza. Mas penso que não vai adiantar nada. Citonho Bem... Eu também acho. Mas quem é neste mundo, Jaborandi, que pode lá julgar seu semelhante? FIM Cena final – Citonho de novo se enobrece
  • 56. © Prof. Eloy Gustavo - Oferta de serviço de assassinato: -- De Joãozinho Bem-Bem para Nhô Augusto -- De Frederico Evandro para Leléu Intertextualidade – assassinato por encomenda
  • 57. © Prof. Eloy Gustavo - Joãozinho Bem-Bem e os santinhos ao redor do pescoço - Frederico Evandro e as velas pelas almas dos mortos Intertextualidade – religiosidade e violência
  • 58. © Prof. Eloy Gustavo - Conversa na cadeia sobre cinema - Chega o tenente – informação sobre a fuga e captura de Leléu - Chegam Lisbela e Dr. Noêmio: autoridade do marido, vegetarianismo - Chega Tãozinho, nova oposição dos noivos, queixa do vendedor - Todos saem, tentativa de currar Leléu, - Chegada de Evandro: proposta de serviço a leleu Divisão temporal – 1º ato
  • 59. © Prof. Eloy Gustavo - Leléu faz a faxina e conversa com Cabo Heliodoro – problema do casamento deste. - Problema de Jaborandi - Chega Lapiau - Chega Tãozinho novamente – nova queixa, divisão do dinheiro da mulher - Chega Lisbela para informar do risco que ele corre, propõe mandálo para a Detenção, Leléu se declara - Presos querem ficar longe de Leléu, depois brigam entre si. Leléu os harmoniza e combina uma fuga em grupo - Tenente Guedes chega e quer isolar Leléu - Heliodoro descobre que o que pretende matar Leléu e Vela de Libra são a mesma pessoa Divisão temporal – 2º ato
  • 60. © Prof. Eloy Gustavo - Citonho, Heliodoro e Lapiau bebem na frente da cadeia, pressos “dormem” - Chega o Tenente e se esforça por só deixar Cabo Heliodoro na cadeia - Descoberta da fuga dos presos - Chegada do Dr. Noêmio – fuga de Lisbela - Lisbela chega desalentada, Leléu fugiu sozinho - 2 presos recapturados - Toque da corneta no cinema – ordem de prisão contra Jaborandi - História da captura, enganados com o golpe do dinheiro no violão - Leléu se entrega e conta por que não fugiu com ela. Divisão temporal – 3º ato