Este documento descreve a história da caça à baleia na Madeira. Começa explicando que a caça à baleia era uma atividade esporádica e local até o século XX, quando iniciou-se a caça comercial. O Museu da Baleia da Madeira foi fundado em 1990 para preservar a história desta atividade.
2. Os cetáceos (latim científico: Cetácea) constituem uma taxa alta de animais
marinhos, portanto, pertencentes à classe dos mamíferos. O nome da ordem deriva
do grego ketos que significa monstro marinho. Os cetáceos estão divididos em duas
sub-ordens:
As baleias sem dentes (subordem Mysticeti) são caracterizadas pelas cerdas bucais,
que são estruturas parecidas com peneiras localizadas na parte superior da boca e
são feitas de queratina. As baleias utilizam as "cerdas" para filtrar plâncton da água.
Elas compreendem as maiores espécies de animais.
As baleias com dentes (subordem Odontoceti) têm dentes e se alimentam de peixes e
lulas. Uma habilidade notável deste grupo é a de localizar a suas presas por
ecolocalização.
3. ANATOMIA
Tal como todos os mamíferos, os cetáceos respiram ar por pulmões, são de sangue-
quente ( endotérmicas) e amamentam os juvenis, mas têm muito poucos pelos.
As adaptações dos cetáceos a um meio completamente aquático são bastante
notórias: o corpo é fusiforme, assemelhando-se ao de um peixe. Os membros
anteriores, também chamados barbatanas ou nadadeiras, são em forma de remo. A
ponta da cauda possui dois lobos horizontais, que proporcionam propulsão por meio
de movimentos verticais. Os cetáceos não possuem membros posteriores, alguns
pequenos ossos dentro do corpo são o que resta da pélvis.
4. Debaixo da pele existe uma camada de gordura. Serve como reservatório de energia e também como
isolamento. Os cetáceos possuem um coração de quatro cavidades. As vértebras do pescoço estão
fundidas na maior parte dos cetáceos o que fornece estabilidade durante a natação às custas da
flexibilidade.
Os cetáceos respiram por meio de espiráculos localizados no topo da cabeça, o que permite ao animal
ficar submerso. As baleias sem dentes possuem dois, enquanto que as baleias com dentes apenas têm
um espiráculo. Quando respiram, os cetáceos lançam um jacto de água, cuja forma é uma
característica que ajuda à sua identificação. O seu sistema respiratório permite-lhes ficar submersos
durante muito tempo sem respirar: o cachalote, por exemplo, pode ficar três horas sem respirar.
Na Madeira podemos fazer viagens de barco a partir dos 50euros para ver a rota dos cetáceos
5. MUSEU DA BALEIA
• O Museu da Baleia da Madeira, MBM, é um museu sobre a história da caça à baleia nos mares do
arquipélago da Madeira. Fica na vila piscatória do Caniçal, em Machico. A sua criação foi proposta
em 1989 e foi constituído em 1990.
• De 1990 a 2000, o museu funcionou no antigo mercado de peixe do Caniçal, com o nome de Museu
Municipal da Baleia. De 2000 a 2011 iniciaram-se os projectos de investigação científica, e, a partir
de 2011, deslocou-se para um novo edifício.
6. CAÇA A BALEIA
• A primeira referência à presença de baleias nas águas da Madeira é de 1595 e diz respeito a um
animal observado no porto do Funchal (RIBEIRO, 1991). Nos séculos seguintes são poucos os
registos de baleias na Madeira, com algumas referências de animais que deram à costa ou
encontrados mortos a flutuar (RIBEIRO, 1991; SARMENTO, 1936; SARMENTO, 1948).
• A caça à baleia parecia ser uma atividade local esporádica, atestada pela quase ausência de
referências à captura destes animais até ao século XX, apesar de a sua presença estar confirmada
nestas águas, por exemplo através da referência a área de caça à baleia a Oeste da Madeira
nos logbooks dos navios baleeiros americanos durante o século XIX, designada por vezes de “Steen
ground” (TOWNSEND, 1935). Entretanto, em 1741 Nicolau Soares tentou iniciar a caça à baleia na
Madeira, pedido que foi recusado pelo Rei D. João V, pois tinha atribuído o monopólio da baleação no
Reino às armações baleeiras do Brasil (RIBEIRO, 1991).
7. • A Madeira nunca foi grandemente influenciada pela atividade baleeira
desenvolvida por outros países, contrariamente aos Açores que nos
séculos XVIII e XIX foram visitados regularmente por navios baleeiros
norte-americanos à procura de cachalotes e aí recrutavam tripulantes
para as suas caçadas em alto mar. É possível que para tal tenha
contribuído uma menor presença de baleias na Madeira, mas também o
facto do clima e os primeiros colonizadores (principalmente agricultores)
terem propiciado o crescimento da economia do arquipélago assente,
sobretudo, na atividade agrícola como atestam os ciclos da cana
do açúcar e do vinho. O sucesso da economia terrestre provavelmente
não incentivou o aparecimento de atividades alternativas no mar, de
maior risco empresarial.