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Prefácio
	
	
Para	muitas	pessoas	os	movimentos	de	alta	e	de	baixa	no	mercado
são	 misteriosos,	 sendo	 bastante	 influenciados	 por	 notícias,	 muitas
vezes	 ocorrendo	 quando	 menos	 esperado.	 Mas	 a	 verdade	 é	 que	 o
mercado	não	é	tão	difícil	de	ser	entendido	e	acompanhado.	É	preciso
apenas	compreender	a	psicologia,	as	estratégias	e	a	lógica	envolvida
neste	complexo	“jogo”.
O	 mercado	 recompensa	 através	 de	 várias	 estratégias	 e
possibilidades	de	negócios	quando	encarado	com	maturidade	e	bom
senso.	É	uma	atividade	lucrativa	e	um	desafio	intelectual	para	aqueles
que	 têm	 sucesso	 em	 gerenciar	 os	 riscos	 da	 renda	 variável	 e	 a
disciplina	para	fazer	o	que	deve	ser	feito	de	forma	sistemática.	Assim
como	em	muitas	situações	da	vida,	persistência,	paciência,	confiança,
competência,	e	acima	de	tudo,	estar	disposto	a	pagar	o	preço,	trarão
o	resultado	desejado.
Nossa	 intenção	 ao	 escrever	 o	 conteúdo	 do	 Capital	 e	 Valor	 foi
explicar	 o	 mercado	 de	 capitais	 e	 as	 estratégias	 de	 operações,	 bem
como	demonstrar	os	principais	mecanismos	para	sua	análise,	desde
uma	 perspectiva	 focada	 para	 investidores	 de	 longo	 prazo	 até
estratégias	 para	 especuladores,	 fornecendo	 informações	 e
mecanismos	para	que	o	investidor	se	torne	auto-suficiente	e	conquiste
sua	 independência	 financeira,	 pois	 para	 ganhar	 no	 mercado	 não	 se
deve	depender	de	ninguém.
“Muitos	 querem	 aquilo	 que	 você	 tem	 hoje,	 mas	 quando
souberem	o	preço	que	você	pagou	por	isso	irão	desistir”.
João	C.	Filho
O	conteúdo	do	Capital	e	Valor	visa	orientar	o	desenvolvimento	de
uma	metodologia	objetiva	para	operar	e	analisar	o	mercado	de	forma
consciente,	 demonstrando	 as	 diferentes	 estratégias	 para	 momentos
de	alta	e	de	baixa,	incluindo	técnicas	de	gerenciamento	de	risco	e	de
proteção	de	capital.	Não	é	um	método	milagroso	de	enriquecimento,
tão	 pouco	 dicas	 de	 investimentos,	 mas	 uma	 visão	 realista	 sobre	 o
mercado	 financeiro,	 embasada	 por	 informações	 de	 qualidade	 para
investidores	 conscientes	 e	 racionais,	 cujo	 objetivo	 é	 lhe	 auxiliar	 a
desenvolver	o	seu	potencial	de	investir	bem	o	seu	dinheiro	e	a	garantir
a	sua	prosperidade.
Através	de	uma	linguagem	simples	e	exemplos	práticos	o	Capital	e
Valor	 apresenta	 informações	 e	 estudos	 para	 orientar	 e	 inserir	 o
investidor	 no	 mercado	 financeiro.	 O	 conteúdo	 aborda	 as	 diversas
estratégias	 operacionais,	 avaliando	 a	 relação	 entre	 risco	 e
rentabilidade,	bem	como	as	técnicas	de	análise	do	mercado.	Através
de	 conhecimento	 e	 informações	 de	 qualidade	 você	 transformará	 a
maneira	 como	 lida	 com	 o	 dinheiro	 e,	 principalmente,	 a	 forma	 como
investe	o	seu	patrimônio.
Mais	 do	 que	 nunca	 o	 mercado	 de	 capitais	 está	 cada	 vez	 mais
popularizado	 no	 Brasil	 e	 acessível	 para	 os	 investidores,	 sendo
fundamental	 para	 a	 consolidação	 de	 uma	 cultura	 de	 poupança	 de
longo	prazo	no	país.	Todo	investimento	deve	ser	encarado	como	um
compromisso	 por	 quem	 o	 faz.	 Isso	 significa	 dedicar	 tempo	 para
estudar,	 para	 acompanhá-lo	 e,	 principalmente,	 para	 avaliá-lo.	 Não
tenha	dúvida	de	que	no	longo	prazo	o	retorno	de	seus	investimentos
será	diretamente	proporcional	ao	seu	comprometimento	aos	mesmos.
Com	o	passar	do	tempo	as	experiências	no	mercado	acabam	por
revelar	muito	de	nós	mesmos,	sendo	uma	atividade	em	que	além	do
crescimento	 financeiro	 ocorre	 o	 crescimento	 como	 indivíduo.	 Temos
então	 dois	 objetivos,	 fazer	 dinheiro	 e	 aprender.	 Perdendo	 ou
ganhando	é	preciso	tirar	algum	conhecimento	dessas	operações	com
o	intuito	de	tornarmo-nos	melhores	investidores	no	futuro.	O	mercado
nos	 testa	 constantemente,	 em	 cada	 situação	 existe	 uma	 profunda
sabedoria	 a	 ser	 descoberta.	 Aceite	 o	 que	 o	 mercado	 lhe	 dá	 com
humildade	e	bom	humor,	tenha	prazer	em	aprender.
Este	conteúdo	é	dedicado	a	todos	aqueles	que	tiveram	a	iniciativa	e
a	 coragem	 de	 buscar	 seu	 sucesso	 investindo	 no	 mercado	 de
capitais.	Lhe	desejamos	bons	investimentos	e	sucesso!
“Quando	eu	era	jovem	pensava	que	o	dinheiro	era	a	coisa	mais
importante	do	mundo.	Hoje,	tenho	certeza.”
Oscar	Wilde
Apresentação	do	Capital	e	Valor
	
O	 Capital	 e	 Valor	 através	 de	 uma	 linguagem	 simples	 e	 exemplos
práticos	 apresenta	 informações	 e	 estudos	 para	 orientar	 e	 inserir	 o
investidor	no	mercado	financeiro.	O	conteúdo	é	direcionado	a	todos
que	 necessitem	 de	 educação	 financeira	 para	 se	 manterem
atualizados,	seja	para	fins	pessoais	ou	profissionais,	no	intuito	de	que
seus	 objetivos	 sejam	 atingidos	 por	 meio	 do	 conhecimento	 e	 da
permanente	 inovação,	 promovendo	 o	 desenvolvimento	 de
seus	próprios	métodos	e	estratégias	de	investimento	e	a	prosperidade
financeira.	Embasado	pelo	conteúdo	do	Capital	e	Valor,	o	investidor
tomará	 decisões	 mais	 conscientes	 e
responsáveis,	 aproveitando	 melhor	 as	 oportunidades	 de
investimento,	reduzindo	as	incertezas,	administrando	melhor	os	riscos
e	maximizando	os	resultados	dos	seus	investimentos.
Por	 não	 estar	 vinculado	 a	 nenhum	 banco,	 corretora	 ou	 qualquer
instituição	 financeira,	 as	 informações	 e	 as	 ferramentas
disponibilizadas	pelo	Capital	e	Valor	possuem	total	independência	em
defesa	 dos	 interesses	 do	 investidor.	 Através	 de	 uma	 visão	 realista
sobre	 o	 mercado	 financeiro,	 nosso	 conteúdo	 aborda	 as	 diversas
estratégias	 operacionais,	 avaliando	 a	 relação	 entre	 risco	 e
rentabilidade,	bem	como	as	técnicas	de	análise	do	mercado.	Através
de	 conhecimento	 e	 informações	 de	 qualidade,	 você	 transformará	 a
maneira	 como	 lida	 com	 o	 dinheiro	 e,	 principalmente,	 a	 forma	 como
investe	 o	 seu	 patrimônio.	 Conquiste	 sua	 independência	 financeira
aperfeiçoando	os	seus	conhecimentos	sobre	análise	técnica,	análise
fundamentalista	 e	 estratégias	 de	 investimento	 em	 ações,	 futuros,
opções,	títulos	do	tesouro,	fundos	de	investimento,	renda	fixa,	dentre
outros.
5.0	 –	 Estratégias	 de	 Investimentos	 -	 Abordamos	 as
características	dos	diferentes	tipos	de	investimentos,	da	renda	fixa	à
variável,	avaliando	a	relação	entre	o	risco	e	o	retorno	dos	principais
produtos,	tais	como	CDB,	LCI,	poupança,	títulos	públicos,	fundos	de
investimento,	 ações,	 opções,	 contratos	 futuros,	 dentre	 outros.
Utilizando	 exemplos	 práticos	 e	 demonstrações	 de	 situações	 reais,
apresentamos	 os	 procedimentos	 operacionais	 e	 características	 de
cada	 instrumento,	 bem	 como	 os	 riscos	 envolvidos	 e	 o	 potencial	 de
retorno	de	cada	estratégia	de	investimento.
5.0	-	Estratégias	de	Investimentos
Neste	primeiro	módulo	o	Capital	e	Valor	aborda	as	características
dos	 principais	 produtos	 de	 renda	 fixa	 e	 variável	 e	 a	 importância	 da
poupança	de	longo	prazo	e	da	educação	financeira	para	o	Brasil.	O
conteúdo	possibilita	ao	investidor	avaliar	a	relação	entre	o	risco	e	o
retorno	 dos	 principais	 produtos,	 tais	 como	 CDB,	 títulos	 públicos,
fundos	de	investimento,	debêntures	e	ações,	bem	como	gerenciar	os
riscos	e	otimizar	o	retorno	do	investimento,	embasando	sua	tomada
de	decisão.
5.01	-	O	Papel	do	Dinheiro	na	Vida	de	Cada	Um
5.02	-	Aplicar	em	Renda	Fixa	ou	em	Renda	Variável,	Onde	Investir?
5.03	-	Investimentos	de	Renda	Fixa
5.04	-	Aplicar	na	Caderneta	de	Poupança,	CDB,	CDI,	LCI	e	LCA
5.05	-	Investir	em	Debêntures	e	Títulos	Públicos	-	Tesouro	Direto
5.06	-	Como	Investir	em	Fundos	De	Investimentos?
5.07	-	Investimentos	de	Renda	Variável
5.08	-	A	Importância	da	Liquidez	em	um	Investimento
5.09	-	O	Gerenciamento	do	Risco	e	do	Capital	Investido
5.10	-	Drawdown	–	A	Medida	do	Prejuízo	em	um	Investimento
O	 módulo	 2	 de	 Estratégias	 de	 Investimento	 aborda	 as
características	 dos	 diferentes	 mercados	 de	 renda	 variável,
embasando	 o	 investidor	 no	 processo	 de	 avaliação	 das	 opções	 de
investimento	 e	 tomada	 de	 decisão	 utilizando	 demonstrações	 de
situações	reais	e	aplicadas	aos	conceitos	abordados,	especialmente
no	 acompanhamento	 e	 análise	 do	 mercado	 de	 ações	 e	 suas
estratégias	de	investimento.
5.11	-	O	que	são	Índices	de	Ações?	O	que	é	o	Ibovespa?
5.12	-	A	Escolha	do	Mercado	e	do	Tipo	de	Investimento
5.13	-	O	Acompanhamento	do	Mercado	Financeiro
5.14	-	Análise	de	Investimentos	e	do	Mercado	Financeiro
5.15	-	Como	Analisar	o	Mercado	Financeiro?
5.16	-	Como	Investir	no	Mercado	de	Ações?
5.17	-	Buy	&	Hold	ou	Swing	Trade
5.18	-	Como	montar	uma	Carteira	de	Ações?	Buy	&	Hold
5.19	-	O	Mito	do	Investimento	em	IPO	-	Oferta	Pública	Inicial
5.20	-	Investir	em	uma	Oferta	Pública	Inicial	IPO
5.21	-	Como	Funciona	o	Aluguel	de	Ações?
O	 Módulo	 3	 de	 Estratégias	 de	 Investimento	 aborda	 as
características	 dos	 mercados	 futuros	 e	 operações	 estruturadas,
apresentando	 os	 procedimentos	 operacionais	 e	 características	 de
cada	 instrumento	 através	 de	 exemplos	 práticos	 e	 da	 análise	 da
relação	 risco/retorno	 em	 diferentes	 estratégias,	 tanto	 para
investimento	quanto	para	hedge.
5.22	-	O	que	são	Derivativos?
5.23	-	O	Mito	das	Operações	Long	&	Short
5.24	-	O	Mito	do	Investimento	no	Mercado	FOREX
5.25	-	Como	Investir	no	Mercado	a	Termo?
5.26	-	Estratégias	de	Investimento	no	Mercado	a	Termo
5.27	-	Como	Investir	no	Mercado	Futuro?
5.28	-	Como	Realizar	Operações	no	Mercado	Futuro?
5.29	 -	 Mini	 Contratos	 Futuros	 -	 Mini	 Índice,	 Mini	 Dólar	 e	 outras
Commodities
O	 Módulo	 4	 de	 Estratégias	 de	 Investimento	 aborda	 as
características	inerentes	ao	mercado	de	opções	e	seus	procedimentos
operacionais,	bem	como	os	riscos	envolvidos	e	o	potencial	de	retorno
na	 utilização	 desses	 derivativos	 como	 estratégias	 de	 investimento	 e
como	 proteção	 (hedge).	 Apresentamos	 um	 foco	 conceitual	 com
demonstrações	 de	 situações	 reais	 e	 aplicadas	 aos	 conceitos
abordados.
5.30	-	Como	Investir	no	Mercado	de	Opções?
5.31	-	Como	as	Opções	são	Organizadas?
5.32	 -	 Como	 Funciona	 a	 Relação	 entre	 as	 Opções	 e	 seu	 Ativo
Objeto?
5.33	-	Como	é	Formado	o	Prêmio	de	uma	Opção?
5.34	 -	 A	 Relação	 entre	 o	 Preço	 do	 Ativo	 Objeto	 e	 o	 Preço	 de
Exercício	da	Opção
5.35	 -	 A	 Relação	 entre	 o	 Preço	 de	 Mercado	 da	 Opção	 e	 a
Passagem	do	Tempo
5.36	-	A	Volatilidade	Histórica	do	Preço	do	Ativo	Objeto	e	o	Preço
das	Opções
O	 Módulo	 5	 de	 Estratégias	 de	 Investimento	 aborda	 as	 principais
estratégias	 no	 mercado	 de	 opções,	 contextualizando-as	 em
operações	 reais,	 desde	 a	 utilização	 desses	 instrumentos	 como
proteção	 para	 o	 investidor	 (hedge),	 até	 operações	 especulativas	 e
spreads	 (travas),	 avaliando	 a	 relação	 risco/retorno	 de	 cada
modalidade.	Por	último,	serão	abordadas	as	estratégias	de	day	trade
nos	 diferentes	 mercados,	 contextualizando-as	 e	 avaliando	 a	 relação
risco/retorno.
5.37	 -	 Conclusão	 sobre	 os	 Aspectos	 e	 Riscos	 do	 Mercado	 de
Opções
5.38	-	Estratégias	com	Opções	I	–	Hedge	e	Alavancagem
5.39	-	Estratégias	com	Opções	II	–	Venda	Coberta
5.40	-	Operações	de	Spread	-	Travas
5.41	-	Trava	de	Alta	/	Financiamento
5.42	-	Trava	de	Baixa	/	Reversão
5.43	-	Straddle	e	Strangle
5.44	-	Comprar	Opções	a	Seco
5.45	-	Como	Realizar	Operações	de	Day	Trade?
5.46	-	Em	Quais	Ativos	Realizar	Day	Trade?
5.47	-	Day	Trade	no	Mercado	de	Opções
5.48	-	A	Estrutura	Necessária	para	Realizar	Day	Trade
5.49	-	Considerações	Finais	Sobre	Investimentos	e	Bibliografia
O	Papel	do	Dinheiro	na	Vida	de	Cada	Um
	
“Hoje	a	maioria	dos	indivíduos	pode	direcionar	suas	energias
para	satisfazer	necessidades	que	vão	além	de	comida	e	abrigo,
mas	para	isso	precisam	de	dinheiro.	O	dinheiro	evoluiu	para	ser
o	 objeto	 de	 nossas	 necessidades	 porque	 ele	 representa	 a
maneira	 como	 nós	 podemos	 nos	 expressar	 como	 indivíduos.
Todo	 comportamento	 é	 uma	 forma	 de	 auto-expressão	 e
praticamente	 todas	 as	 maneiras	 para	 alguém	 se	 expressar	 na
sociedade	requerem	algum	dinheiro.	No	nível	mais	profundo	da
existência	 social	 e	 cultural,	 o	 dinheiro	 representa	 liberdade	 de
expressão”.
Mark	Douglas
Dinheiro	 é	 símbolo	 de	 liberdade.	 O	 investimento	 e	 a	 utilização
correta	 do	 dinheiro	 lhe	 permitirão	 desfrutar	 de	 uma	 vida	 mais
confortável	e	prazerosa.	Por	isso,	é	melhor	se	preocupar	em	ganhar
dinheiro	 hoje	 do	 que	 deixar	 para	 se	 preocupar	 com	 isso	 depois.	 O
“depois”	pode	ser	tarde	demais,	restando	apenas	arrependimentos	em
sua	 consciência	 caso	 você	 não	 reconheça	 o	 valor	 de	 aproveitar	 as
oportunidades	enquanto	elas	ainda	estiverem	disponíveis.
Contudo,	 o	 dinheiro	 servirá	 pouco	 para	 aquele	 que	 não
souber	administrar	seu	tempo,	pensar	com	inteligência,	ter	liberdade	e
se	satisfazer	com	os	prazeres	da	vida.	Para	as	pessoas	ricas	o	tempo
pode	ser	mais	um	aliado,	um	catalisador	no	processo	de	geração	de
renda.	 Muitas	 dessas	 pessoas	 buscam	 ainda	 um	 melhor
aproveitamento	de	seu	tempo,	pois	sabem	que	o	tempo	é	mais	que
dinheiro,	e	não	perdem	muito	dele	com	investimentos	que	não	gerem
resultados.	São	pessoas	que	não	desistem	facilmente	e	que	exercem
ativamente	o	seu	poder	de	criação	e	a	sua	inteligência	financeira.
O	tempo	é	a	maior	riqueza	de	nossas	vidas,	pois	é	irrecuperável.	E
quando	gastamos	o	dinheiro	estamos	na	verdade	gastando	o	tempo
que	fora	ou	que	será	necessário	para	ganharmos	esse	dinheiro.	Para
a	 maioria	 das	 pessoas	 à	 medida	 que	 o	 tempo	 passa	 o	 dinheiro
diminui,	trazendo	a	sensação	de	se	estar	correndo	atrás	do	mesmo	o
tempo	 todo,	 fadadas	 à	 escravidão	 assalariada.	 Cada	 vez	 mais
presa	em	uma	rotina	estressante	e	sem	perspectiva	de	mudança,	a
maioria	das	pessoas	não	enxerga	outra	saída	a	não	ser	vender	a	sua
força	 de	 trabalho,	 ainda	 que	 seja	 por	 um	 salário	 ínfimo,
permanentemente	 aflita	 com	 a	 angústia	 de	 não	 saber	 se
conseguirá	 dinheiro	 suficiente	 ao	 final	 do	 mês	 para	 cobrir	 os	 seus
gastos	e	pagar	as	suas	dívidas.	O	medo	do	chicote	fora	substituído
pelo	medo	da	falta	de	dinheiro.
“A	 verdadeira	 riqueza	 não	 precisa	 de	 alguém	 pobre	 para	 se
manifestar,	e	há	sempre	algo	que	possa	ser	compartilhado”.
Capital	e	Valor
A	maioria	das	pessoas	é	pobre	e	continua	pobre	porque	não	tem
tempo	 e	 nem	 é	 estimulada	 para	 pensar	 no	 motivo	 de	 estar	 nessa
condição.	Sua	luta	é	para	sobreviver	e	não	para	viver.	Trabalham	para
pagar	as	contas	e	se	alimentar,	e	não	para	quebrar	as	correntes	que
as	prendem	à	pobreza.	Assim,	é	preciso	refletir	se	a	sua	vida	está	te
levando	 junto	 à	 uma	 “manada”	 que	 caminha	 cegamente	 sem	 ter
noção	de	onde	está	indo	a	fim	de	receber	uma	recompensa	mínima
por	 seu	 esforço	 e	 por	 seu	 tempo.	 Essas	 pessoas	 dificilmente
conseguirão	 ter	 uma	 vida	 abundante	 e	 feliz,	 uma	 vez	 que	 foram
escravizadas	 fisicamente	 e	 mentalmente.	 A	 perseverança	 é	 a
capacidade	de	continuar	aplicando	esforços	flexíveis	mesmo	frente	à
sucessivos	desafios	ou	obstáculos.
O	 problema	 é	 que	 hoje	 em	 dia	 muitas	 pessoas	 simplesmente
prejudicam	 aquele	 que	 é	 a	 maior	 fonte	 de	 aporte	 para	 os	 seus
investimentos,	 o	 seu	 salário.	 São	 poucas	 as	 pessoas	 que	 nunca
ficaram	angustiadas	em	razão	de	não	conseguirem	fazer	com	que	o
salário	 durasse	 até	 o	 final	 do	 mês,	 ainda	 que	 apenas	 em	 alguns
momentos	da	vida.	Vivemos	um	momento	de	estímulo	ao	consumo	e,
consequentemente,	ao	endividamento,	em	que	a	maioria	das	pessoas
está	 fazendo	 a	 maior	 parte	 de	 suas	 compras	 a	 prazo,	 financiando
seus	 gastos	 em	 dezenas	 de	 prestações	 e	 tomando	 empréstimos
consignados.	Cada	uma	dessas	prestações	que	aparecem	na	fatura
de	seu	cartão	de	crédito	é	mais	um	item	que	prejudicará	o	seu	plano
de	construção	de	riqueza,	pois	a	capacidade	de	seu	salário	para	com
os	 seus	 investimentos	 fica	 comprometida	 à	 medida	 que	 você	 se
endivida.
Esse	 oportunismo	 de	 curto	 prazo	 deve	 ser	 encarado	 com
desconfiança	e	muito	cuidado.	Afinal,	o	endividamento	não	produtivo	é
a	principal	causa	de	empobrecimento	das	famílias	brasileiras,	sendo
que	80%	das	dívidas	assumidas	são	no	cartão	de	crédito	e	no	cheque
especial,	onde	são	cobrados	os	maiores	juros	do	mercado	e,	portanto,
devem	ser	as	primeiras	a	serem	quitadas,	ou	mesmo,	evitadas,	visto
que	 grande	 parte	 dessas	 dívidas	 são	 decorrentes	 de	 despesas	 não
essenciais,	 as	 quais	 poderiam	 ser	 cortadas	 sem	 causar	 grande
desconforto	ou	perda	significativa	de	qualidade	de	vida,	gerando	uma
maior	independência	e	segurança	financeira	no	longo	prazo.
Contudo,	 além	 de	 gastarem	 tudo	 que	 o	 ganham,	 em	 geral,	 as
pessoas	têm	o	hábito	de	assumir	dívidas	para	adquirir	itens	que	na
maioria	 das	 vezes	 são	 supérfluos	 e	 desnecessários,	 que	 não	 lhes
gerarão	 riqueza	 alguma.	 Ao	 invés	 de	 usarem	 seus	 recursos
financeiros	de	forma	inteligente	para	lhes	gerar	riqueza,	se	afundam
cada	vez	mais	num	ciclo	permanente	de	empobrecimento	através	do
endividamento	excessivo.	Não	é	sensato	ostentar	uma	vida	de	rico	no
presente	e	acabar	vivendo	como	pobre	no	futuro.	Gastar	mais	do	que
se	 ganha	 implica	 em	 trabalhar	 mais	 para	 pagar	 parcelas	 e	 juros,	 e
quanto	 maior	 a	 dívida	 maior	 será	 o	 tempo	 e	 o	 esforço	 necessários
para	pagá-los.
“Muitas	 pessoas	 gastam	 o	 dinheiro	 que	 ganharam	 para
comprar	 coisas	 das	 quais	 não	 precisam	 para	 impressionar
pessoas	das	quais	não	gostam”.
Will	Rogers
Isso	mostra	que	o	modelo	baseado	no	consumo	e	no	crédito	está
atingido	 o	 seu	 limite,	 tornando	 a	 estagflação	 a	 regra,	 quando	 a
economia	 cresce	 pouco,	 ou	 retrai,	 e	 a	 inflação	 se	 mantém	 elevada.
Para	aqueles	que	ainda	lembram	do	Brasil	da	década	de	80	fica	claro
o	grande	perigo	de	se	tentar	combater	crises	econômicas	através	da
impressão	 monetária,	 o	 que	 tem	 como	 resultado	 o	 aumento	 da
inflação	 e	 a	 desvalorização	 monetária.	 Os	 salários	 de	 uma	 maneira
geral	 se	 assemelham	 aos	 soldos	 dados	 para	 os	 escravos	 das
carvoarias,	 os	 quais	 apenas	 custeiam	 as	 necessidades	 básicas	 da
maioria	e	não	permitem	que	paguem	suas	dívidas	em	razão	dos	juros
altos,	ou	mesmo,	que	realizem	alguma	espécie	de	investimento.
Tudo	 isso	 faz	 parte	 de	 um	 complexo	 sistema	 social,	 político	 e
econômico	 que,	 juntamente	 com	 um	 sistema	 educacional
tecnicista	voltado	apenas	para	a	produção	de	bens	e	de	serviços,	tem
por	objetivo	manter	o	povo	em	seu	devido	lugar,	longe	das	decisões
importantes	e	perto	das	máquinas	fabris,	adestrando	as	massas	para
o	 trabalho	 ao	 mesmo	 tempo	 em	 que	 as	 aliena,	 o	 que	 facilita	 a
aceitação	por	parte	delas	dessa	realidade	maligna.	É	um	mecanismo
que	força	as	pessoas	a	se	concentrarem	primordialmente	no	aspecto
da	 sobrevivência	 animal	 em	 detrimento	 aos	 aspectos	 intelectuais	 e
sociais.
Como	 resultado	 a	 maioria	 das	 pessoas	 —	 as	 quais	 por	 sinal	 são
pobres	por	natureza	—	tem	uma	dificuldade	enorme	para	prosperar	na
vida.	A	maioria	apenas	reclama	da	vida	e	não	faz	nada	para	melhorá-
la,	até	o	momento	em	que	desiste,	por	acreditar	que	por	mais	que	se
esforce	o	máximo	que	conseguirá	será	um	“bom”	salário	e	uma	“boa”
aposentadoria.	São	aqueles	que	só	se	preocupam	em	acordar	cedo	e
pegar	o	ônibus	para	o	trabalho	e	preferem	ignorar	a	verdade	por	trás
do	 sistema	 em	 que	 estão	 inseridos,	 caminhando	 em	 uma	 rotina
estressante	e	sem	perspectiva	de	futuro.	A	ignorância	é	incentivada
em	nossa	sociedade	desde	a	infância	do	indivíduo,	aprisionando-o	por
toda	a	vida.
“A	verdade	o	libertará!”
A	 forma	 como	 lidamos	 com	 os	 problemas	 do	 dia	 a	 dia	 diz	 muito
sobre	 como	 será	 o	 nosso	 futuro.	 Infelizmente,	 muitos	 preferem	 se
acomodar	 e	 buscar	 a	 autocompaixão	 e	 o	 conforto	 como	 válvula	 de
escape	para	os	problemas	que	começam	a	surgir.	O	melhor	cenário	é
aquele	em	que	as	pessoas	assumem	a	responsabilidade	de	criarem
os	seus	próprios	futuros,	construindo	pontes	capazes	de	levá-las	a	um
futuro	 melhor.	 “Enquanto	 alguns	 choram	 outros	 agarram	 a
oportunidades	para	vender	lenços”.
Através	 da	 perseverança	 e	 do	 estudo	 você	 se	 tornará	 capaz	 de
converter	 os	 trabalhos	 monótonos	 em	 trabalhos	 criativos,	 que	 lhe
possibilitarão	 além	 de	 maiores	 retornos,	 perceber	 as	 oportunidades
que	 surgem	 no	 mercado,	 tornando-o	 capaz	 de	 entender	 todo	 o
ambiente	 no	 qual	 você	 está	 inserido	 e,	 acima	 de	 tudo,	 capaz	 de
entender-se	psicologicamente	como	ser	humano	através	da	reflexão
sobre	 as	 suas	 frustrações	 e	 as	 suas	 neuroses,	 males	 que	 minam
nossos	potenciais	e	liberdades	e	que	nos	afastam	da	compreensão	da
nossa	própria	existência.	Portanto,	compreender	a	sua	situação	atual
e	as	suas	possibilidades	o	ajudará	a	definir	o	melhor	caminho	a	ser
seguido	para	melhor	alcançar	os	resultados	desejados.
Para	prosperar,	antes	se	torna	essencial	passar	a	ter	um	orçamento
equilibrado,	sabendo	o	quanto	ganha,	o	quanto	gasta,	o	quanto	pode
investir	todo	mês	e,	principalmente,	viver	apenas	com	o	que	recebe
todo	mês	ao	invés	de	tornar	a	razão	da	sua	vida	trabalhar	para	pagar
dívidas	e	juros,	o	que	além	de	prejudicar	a	sua	capacidade	de	poupar
ainda	 deprecia	 as	 suas	 riquezas,	 as	 quais	 serão	 drenadas	 pelos
bancos.	 Isso	 significa	 simplificar	 o	 seu	 padrão	 de	 vida	 para	 que	 se
ajuste	 ao	 que	 você	 ganha	 todo	 mês,	 fazendo	 compras	 de	 modo
apropriado,	e	não	apenas	como	um	ato	de	consumismo.	É	viver	um
estilo	 de	 vida	 aceitável	 e	 que	 permita	 que	 você	 e	 sua	 família	 se
mantenham	 nesse	 padrão	 ao	 longo	 dos	 anos.	 Dessa	 forma,	 você
conseguirá	não	somente	poupar	e	enriquecer,	mas	também	manter	a
riqueza	que	acumulou,	tendo	muito	mais	qualidade	de	vida,	liberdade
e	segurança.
“Até	você	se	tornar	consciente,	o	inconsciente	irá	dirigir	a	sua
vida	e	você	continuará	chamando-o	de	destino”.
Cícero
Ganhar	dinheiro	é	difícil,	requer	tempo	e	trabalho,	contudo,	gastá-lo
é	 fácil	 e	 rápido.	 Pessoas	 financeiramente	 desequilibradas	 que	 não
conseguem	 guardar	 nada	 ao	 final	 do	 mês	 e	 que	 vivem
constantemente	endividadas	buscam	no	mercado	de	capitais	ou	em
outros	 investimentos	 de	 risco	 a	 ilusão	 do	 enriquecimento,	 solução
ideal	 para	 seus	 problemas.	 Contudo,	 solução	 que	 através	 dessa
atitude	provavelmente	lhes	trará	problemas	maiores	ainda.	E	de	fato,
às	vezes	a	solução	acaba	sendo	pior	do	que	o	próprio	problema.
Antes	 de	 se	 pensar	 no	 longo	 prazo	 é	 preciso	 garantir	 uma
estabilidade	 financeira	 no	 curto	 prazo.	 De	 nada	 adianta	 produzir	 e
trabalhar	mais	para	ganhar	mais	se	você	não	aprende	a	poupar.	Não
se	trata	apenas	do	quanto	você	ganha,	mas	do	quanto	você	consegue
poupar	e	da	maneira	como	você	investe	as	suas	economias.	Não	será
um	investimento	maravilhoso	que	lhe	tornará	rico,	mas	a	disciplina	de
não	gastar	mais	do	que	pode,	de	poupar	e	de	investir	periodicamente
o	 seu	 dinheiro.	 Nossas	 atitudes	 no	 presente	 irão	 determinar	 nossos
resultados	futuros.
Os	mais	espertos	aprendem	mais	com	os	erros	dos	outros	do	que
com	os	próprios	erros.	Isso	faz	com	que	ganhem	além	da	experiência,
mais	tempo,	o	qual	por	sua	vez	é	sinônimo	de	vida	e	de	dinheiro.	Essa
atitude	proativa	lhe	permitirá	desenvolver	um	modelo	sustentável	de
vida,	eliminando	gastos	desnecessários	e	evitando	contrair	dívidas,	de
forma	 a	 dar	 mais	 valor	 ao	 que	 se	 possui	 e	 evitar	 que	 os	 juros
compostos	 hajam	 sobre	 você,	 quando	 o	 ideal	 é	 que	 hajam	 para
você	através	dos	seus	investimentos.
“O	hábito	de	economizar	é	em	si	mesmo	um	ato	de	educação:
alimenta	 cada	 virtude,	 ensina	 abnegação,	 cultiva	 um	 senso	 de
ordem,	treina	a	premeditação	e	assim	expande	a	mente”.
T.T.	Munger
Acumular	 patrimônio	 significa	 adquirir	 mais	 ativos	 produtivos,	 os
quais	podem	ser	usados	para	criar	mais	riqueza	ou	que	apreciem	em
valor.	E	para	isso	é	essencial	investir	o	dinheiro	ao	longo	do	tempo.
Pessoas	que	constroem	patrimônio	e	acumulam	riqueza	ao	longo	dos
anos	 são	 muito	 bem	 “resolvidas”	 e	 organizadas,	 não	 veem	 tantas
frações	nas	faturas	de	seu	cartão	porque	fazem	planejamento	e	vivem
de	acordo	com	suas	possibilidades.	Compram	à	vista	com	desconto
quando	 podem	 e	 financiam	 apenas	 o	 estritamente	 necessário.	 Com
relação	 aos	 seus	 investimentos,	 poupam	 e	 investem	 parte	 de	 seu
dinheiro	 para	 quitar	 de	 uma	 só	 vez	 bens	 e	 serviços	 que	 precisam
usufruir	 e,	 sobretudo,	 estabelecem	 metas	 de	 consumo	 factíveis,
realistas,	 condizentes	 com	 a	 sua	 renda	 e	 que	 se	 encaixam	 no	 seu
orçamento,	o	qual	por	sua	vez	é	sustentável	no	longo	prazo.	
Além	 disso,	 através	 do	 estudo	 e	 da	 determinação	 essa	 pequena
parte	das	pessoas	consegue	identificar	boas	oportunidades	e	é	capaz
de	tirar	proveitos	delas	mesmo	durante	períodos	mais	difíceis,	quando
a	 maioria	 tende	 a	 se	 desmotivar	 ou	 é	 compelida	 a	 desistir	 e	 se
lamentar.	 A	 verdade	 é	 que	 grandes	 ideias	 apenas	 serão
transformadas	em	grandes	resultados	através	de	grandes	ações	e	de
um	grande	comprometimento.	Ao	nos	conscientizarmos	de	que	somos
responsáveis	pelo	que	somos	e	pelo	que	construimos	a	prosperidade
se	torna	uma	questão	de	escolha.
O	 seu	 salário	 já	 é	 muito	 comprometido	 com	 as	 deduções
obrigatórias	 por	 lei	 e	 outras	 necessárias	 para	 evitar	 situações	 de
emergência,	tais	como	plano	de	saúde	e	seguro	de	carro.	Em	alguns
casos	as	mordidas	do	Leão	e	do	INSS	juntas	chegam	a	comer	quase
45%	de	um	salário	bruto,	de	forma	que	o	saldo	final	líquido	que	entra
na	 conta	 representa	 uma	 parcela	 bem	 menor	 do	 saldo	 inicial	 bruto.
Diante	disso,	não	prejudique	ainda	mais	o	seu	salário	se	afundando
em	 dívidas.	 Liberte-se	 da	 escravidão	 dos	 financiamentos	 e	 dê	 uma
injeção	de	liquidez	em	seu	plano	de	independência	financeira.	Liberte-
se	da	rotina	das	massas	e	não	seja	mais	um	escravo	de	um	sistema
que	não	proporciona	uma	verdadeira	ascensão	social	e	intelectual.	Se
você	não	tomar	essa	atitude	hoje,	estará	na	mesma	situação	amanhã.
“Existem	 duas	 maneiras	 de	 conquistar	 e	 escravizar	 uma
nação.	Uma	é	pela	espada…	a	outra	é	pela	dívida”.
John	Adams
Aplicar	em	Renda	Fixa	ou	em	Renda	Variável,
Onde	Investir?
	
Todas	as	pessoas	devem	obrigatoriamente	possuir	um	mínimo	de
organização	e	educação	financeira	para	prosperarem	em	suas	vidas	e
consolidarem	 seus	 patrimônios.	 A	 educação	 é	 o	 melhor,	 senão,	 o
único	caminho	para	a	redução	da	desigualdade	social	no	Brasil.	Se
todos	 os	 brasileiros	 tiverem	 acesso	 à	 educação	 de	 forma
semelhante	e	a	disposição	de	buscá-la	terão	um	futuro	com	igualdade
de	 oportunidades	 e	 assim	 poderão	 construir	 uma	 sociedade	 menos
desigual.
Estudos	estatísticos	mostram	que	existe	uma	forte	correlação	entre
educação	 e	 nível	 de	 renda.	 A	 busca	 por	 educação	 lhe	 auxiliará	 no
desenvolvimento	 de	 suas	 habilidades	 financeiras	 e,
consequentemente,	no	seu	crescimento	pessoal,	além	aumentar	sua
capacidade	de	gerar	riqueza.	Você	deve	investir	com	inteligência	os
rendimentos	 de	 seu	 trabalho,	 equilibrar	 seus	 gastos	 com	 um	 eficaz
controle	 de	 orçamento,	 desenvolver	 uma	 cultura	 de	 poupança	 e
dedicar	 tempo	 para	 aprender	 a	 investir	 bem	 o	 seu	 dinheiro	 e	 para
descobrir	novas	oportunidades.	Investindo	mais	você	vende	dinheiro	e
compra	tempo	para	melhor	aproveitar	sua	vida.
Esteja	ciente	de	que	o	tempo	é	o	seu	maior	inimigo.	Quando	estiver
numa	 idade	 mais	 avançada	 você	 terá	 uma	 menor	 capacidade	 para
trabalhar.	A	partir	dos	50	anos	poucos	de	nós	conseguirão	trabalhar
no	mesmo	ritmo	de	quando	tínhamos	20	anos.	É	exatamente	por	isso
que	 é	 a	 partir	 dos	 vinte	 que	 devemos	 começar	 a	 nos	 prepararmos
para	o	horizonte	dos	cinqüenta,	ao	invés	de	perpetuar	a	“curtição”	dos
vinte	 até	 os	 cinqüenta,	 a	 fase	 em	 que	 iremos	 precisar	 de	 uma	 boa
reserva	de	capital	para	vivermos	bem.
“Eu	diria	que	sou	apenas	mais	um	ser	humano	insignificante,
que	nasceu,	viveu	e	morreu.	Procuro	fazer	o	melhor	que	posso
neste	mundo	com	os	recursos	que	possuo	e	com	o	tempo	que
me	resta.	Nada	de	especial.	Não	tenho	nada	de	extraordinário”.
Oscar	Niemayer
Qualquer	 indivíduo	 bem	 informado	 sabe	 que	 o	 sistema
previdenciário	brasileiro	é	um	esquema	em	pirâmide,	o	qual	é	fadado
à	falência	no	longo	prazo.	A	previdência	brasileira	é	estruturada	de	tal
forma	 que	 os	 trabalhadores	 de	 hoje	 pagam	 os	 benefícios	 dos
aposentados	de	hoje	na	mera	expectativa	de	que	os	trabalhadores	de
amanhã	 lhes	 repaguem	 quando	 se	 aposentarem.	 Entretanto,	 em
razão	 da	 população	 brasileira	 estar	 parando	 de	 crescer,	 no	 futuro
teremos	 cada	 vez	 menos	 trabalhadores	 para	 sustentar
uma	quantidade	cada	vez	maior	de	aposentados	e	pensionistas.
Além	 disso,	 o	 Governo	 estuda	 formas	 de	 alongar	 o	 tempo	 de
contribuição	para	a	aposentadoria	como	forma	de	reduzir	os	prejuízos
causados	 à	 previdência	 devido	 à	 sua	 má	 gestão	 e	 corrupção
governamental.	 E	 como	 se	 não	 bastasse,	 existem	 também	 diversos
problemas	 na	 Previdência	 Privada	 Complementar.	 Fundos	 como	 o
Postalis	 dos	 Correios	 e	 o	 Petros	 da	 Petrobras	 apresentam	 déficits
severos	 pelos	 mesmos	 motivos	 e	 seus	 contribuintes	 e	 aposentados
estão	 tendo	 que	 desembolsar	 mais	 dinheiro	 para	 cobri-los	 e
garantirem	as	suas	rendas	no	futuro.
Qualquer	assalariado	que	seja	mais	inteligente	e	tenha	um	pouco
mais	 de	 visão	 do	 que	 a	 maioria	 perceberá	 que	 trabalhará	 todos	 os
melhores	 30-35	 anos	 da	 sua	 vida	 para	 receber	 uma	 aposentadoria
baseada	 em	 um	 salário	 que	 atualmente	 já	 não	 cobre	 as	 suas
necessidades,	quanto	mais	daqui	a	30-35	anos.	Essa	aposentadoria
se	 desvalorizará	 se	 considerarmos	 o	 modelo	 de	 gestão	 pública
brasileira,	sem	mencionar	o	fato	de	que	essa	pessoa	aproveitará	sua
vida	 depois	 que	 já	 estiver	 idoso.	 Nada	 muito	 diferente	 da	 Lei	 dos
Sexagenários	promulgada	em	1885	no	Brasil,	que	garantia	liberdade
aos	escravos	com	mais	de	60	anos.
“Em	1970	o	camarada	se	aposentava	como	um	executivo	e,	10
anos	depois,	já	estava	vivendo	como	um	indigente.	Hoje	em	dia,
as	pessoas	já	se	aposentam	como	indigentes.	É	uma	vergonha.”
Luiz	Barsi
De	uma	maneira	geral,	grande	parte	da	população	busca	prazeres	e
satisfações	imediatas	seguindo	impulsos	e	comportamentos	primitivos
similares	aos	de	nossos	ancestrais	nômades.	Consumindo	tudo	o	que
possuem	 e	 o	 que	 conseguem	 quase	 que	 imediatamente	 ficam
despreparadas	 para	 o	 inverno,	 ou	 seja,	 ignoram	 os	 riscos	 futuros	 e
procrastinam	as	resoluções	dos	problemas	para	o	futuro.	Ao	contrário,
a	atitude	madura	e	responsável	seria	plantar	na	primavera	para	colher
no	verão	e	estocar	para	o	outono/inverno,	pois	viverá	melhor	aquele
que	perceber	a	necessidade	de	poupar	nos	momentos	de	abundância
de	forma	a	não	sofrer	durante	as	crises.
Para	 os	 jovens	 poupar	 é	 acima	 de	 tudo	 a	 renúncia	 ao	 prazer	 de
consumir,	de	gastar,	e	para	muitos	é	a	renúncia	de	viver	a	vida.	Não
há	 bom	 senso	 em	 nossa	 sociedade	 de	 consumo,	 desejar	 significa
precisar.	Não	é	raro	conhecermos	pessoas	que	ganham	muito	bem	e
que	estão	sempre	endividadas,	e	após	anos	e	anos	não	conseguem
acumular	 patrimônio	 algum.	 Por	 outro	 lado,	 há	 muitas	 pessoas	 que
ganham	 pouco	 mas	 que	 são	 poupadoras	 e,	 com	 muito	 esforço,
conseguem	 acumular	 um	 bom	 patrimônio	 com	 o	 passar	 dos	 anos.
Como	disse	Warren	Buffett,	investir	é	abandonar	o	consumo	agora,	a
fim	de	se	ter	a	capacidade	de	consumir	mais	em	uma	data	posterior.
Pessoas	 proativas	 e	 empreendedoras	 acreditam	 que	 o	 lucro	 é
melhor	do	que	o	salário,	visto	que	o	salário	representa	o	dinheiro	pago
pelo	 seu	 trabalho,	 ao	 passo	 que	 o	 lucro	 representa	 o	 seu	 dinheiro
trabalhando	 para	 você.	 Ainda	 assim,	 grande	 parte	 das	 pessoas	 só
percebe	as	oportunidades	que	desperdiçaram	quando	já	estão	velhas.
Após	 terem	 trabalhado	 longos	 anos	 chegam	 à	 conclusão	 de	 que
acumularam	 um	 pequeno	 patrimônio.	 Na	 maioria	 das	 vezes	 porque
não	souberam	como	poupar	e	como	colocar	o	dinheiro	para	trabalhar
para	 elas,	 ou	 seja,	 perderam	 a	 oportunidade	 de	 usufruir	 dos
rendimentos	 dos	 juros,	 dos	 aluguéis	 e	 dos	 retornos	 de	 bons
investimentos.	 O	 maior	 desafio	 de	 nossas	 vidas	 é	 termos	 recursos
suficientes	para	nos	mantermos	com	dignidade	durante	a	velhice.
“Toda	escolha	é	uma	renúncia,	todo	crime	uma	sentença”.
Capital	e	Valor
Entenda	 que	 independente	 do	 fato	 de	 você	 ser	 autônomo	 ou
assalariado,	 o	 seu	 tempo	 é	 limitado.	 E	 se	 você	 só	 conseguir	 gerar
dinheiro	vendendo	seu	tempo,	seu	rendimento	também	será	limitado.
Daí	a	importância	de	se	ter	um	orçamento	equilibrado,	de	se	procurar
sempre	 simplificar	 o	 seu	 padrão	 de	 vida	 e	 de	 investir	 bem
os	rendimentos	do	seu	trabalho	que	forem	poupados,	de	forma	que
gerem	riqueza	e	complementem	o	seu	patrimônio	ao	longo	dos	anos,
gerando	 assim	 um	 ciclo	 contínuo	 de	 enriquecimento	 que	 lhe
permitirá	usufruir	de	uma	maior	liberdade	de	tempo,	de	conforto	e	de
qualidade	de	vida.
Em	países	totalmente	desenvolvidos	poupar	é	um	hábito	arraigado
na	 população.	 As	 oportunidades	 de	 investimento	 se	 multiplicam	 de
forma	espontânea	em	suas	economias	a	partir	do	desejo	de	poupar
da	população.	E	esse	processo	é	constantemente	realimentado	pelos
intermediários	financeiros,	os	quais	buscam	novas	oportunidades	de
investimento,	 inclusive	 no	 exterior.	 Assim,	 nem	 mesmo	 as	 fronteiras
representam	obstáculos	para	a	vontade	de	poupar	e	de	investir.
Já	 em	 países	 que	 ainda	 não	 se	 desenvolveram	 completamente	 o
hábito	 de	 poupar	 não	 progride,	 os	 estímulos	 são	 escassos	 e	 as
oportunidades	 são	 mínimas.	 O	 que	 se	 percebe	 com	 o	 passar	 dos
anos	é	a	concentração	da	riqueza	e	a	divisão	da	pobreza.	Por	isso,
assim	como	a	educação	é	fundamental	difundir	no	Brasil	uma	cultura
de	poupança	de	longo	prazo	e	de	investimento.	Entretanto,	o	que	se
percebe	 por	 parte	 das	 empresas	 e	 do	 governo	 é	 exatamente	 o
contrário,	o	incentivo	ao	consumo	e	ao	endividamento	e	facilitação	de
empréstimos	e	créditos	cujos	juros	são	altos.
Poupar	 é	 um	 comportamento	 importante	 para	 qualquer	 indivíduo,
sendo	fundamental	para	que	um	país	se	livre	da	pobreza.	Se	ele	não
poupar	 uma	 parte	 do	 que	 ganha	 jamais	 alcançará	 a	 sua	 liberdade
financeira.	E,	além	disso,	é	essencial	tanto	para	este	indivíduo	como
para	 toda	 a	 economia	 de	 um	 país	 também	 saber	 como	 investir	 de
forma	 eficiente	 os	 recursos	 poupados,	 bem	 como	 evitar	 o
endividamento	 excessivo	 procurando	 manter	 um	 padrão	 de	 vida
compatível	 com	 a	 renda,	 o	 que	 permitirá	 que	 a	 riqueza	 acumulada
seja	 mantida	 e	 incrementada	 através	 de	 investimentos,
proporcionando	 assim	 mais	 qualidade	 de	 vida,	 liberdade	 e
prosperidade.
“A	leitura	é	a	arte	de	desatar	nós	cegos”.
Goethe
A	 grande	 incoerência	 é	 que	 as	 pessoas	 trabalham	 em	 média	 8
horas	 por	 dia	 (com	 sorte)	 mas	 não	 conseguem	 dedicar	 15	 minutos
para	 acompanhar	 os	 investimentos	 dos	 resultados	 deste	 trabalho	 e
estudar	 novas	 oportunidades.	 Investimentos	 que	 eventualmente
poderiam	lhes	render	mais	do	que	o	seu	salário	por	mês.	A	maioria
abre	 mão	 da	 responsabilidade	 e	 entrega	 o	 controle	 a	 terceiros,
normalmente	o	gerente	de	sua	conta	bancária.	Esse	conforto	pode	até
deixá-las	 menos	 ocupadas	 com	 as	 suas	 finanças,	 mas
dificilmente	lhes	fará	enriquecer.
Por	isso,	mantenha-se	sempre	informado	quanto	aos	rendimentos	e
riscos	 de	 seus	 investimentos.	 A	 única	 maneira	 de	 se	 aprender	 a
investir	de	forma	eficiente	é	prestando	contas	para	si	mesmo.	Além	de
gerar	 responsabilidade,	 tal	 disciplina	 lhe	 dará	 embasamento	 para
avaliar	 o	 resultado	 e	 definir	 o	 momento	 certo	 para	 encerrar	 um
investimento.	Essa	será	a	sua	verdadeira	independência	financeira.	O
que	por	sua	vez	não	se	trata	de	possuir	dinheiro	suficiente	para	não
precisar	mais	trabalhar,	mas	de	possuir	o	conhecimento	necessário	e
o	discernimento	para	não	depender	de	ninguém	que	lhe	diga	o	que	é
certo	fazer,	onde	investir	e	quais	decisões	financeiras	tomar.
“Se	 queres	 saber	 o	 valor	 do	 dinheiro,	 tente	 pedi-lo
emprestado.”
Benjhamin	Franklin
Para	 as	 pessoas	 comuns,	 as	 quais	 não	 tiveram	 o	 privilégio	 de
nascerem	ricas,	a	riqueza	é	o	resultado	do	trabalho	e	da	poupança.
As	pessoas	se	sentem	seguras	quando	sabem	o	que	vai	acontecer.
Segurança	 quer	 dizer	 ausência	 de	 excitação,	 de	 riscos,	 de	 desafio.
Para	 aquela	 pessoa	 que	 tem	 a	 necessidade	 de	 se	 sentir	 em	 total
controle	de	sua	vida,	de	seu	trabalho,	de	sua	casa	e,	principalmente,
de	 seu	 dinheiro,	 não	 se	 recomenda	 qualquer	 investimento	 de	 renda
variável.	 Você	 deve	 se	 perguntar	 se	 tem	 estômago	 para	 expor	 seu
dinheiro	 ao	 risco	 e	 às	 oscilações	 de	 preço,	 e	 ainda	 a	 não	 saber	 o
montante	que	irá	receber	ao	final	do	investimento.
Se	você	for	uma	daquelas	pessoas	o	mais	recomendável	é	investir
seu	dinheiro	em	fundos	de	DI	ou	CDB,	ou	mesmo,	em	caderneta	de
poupança.	 Investimentos	 em	 imóveis	 e	 títulos	 públicos,	 ao	 contrário
do	 que	 muita	 gente	 pensa,	 também	 são	 investimentos	 de	 renda
variável,	porém,	cujos	riscos	de	uma	maneira	geral	são	bem	menores
se	comparados	à	investimentos	no	mercado	de	capitais.	Em	relação	à
renda	 fixa,	 o	 que	 difere	 os	 diferentes	 tipos	 de	 investimentos	 é
basicamente	a	relação	entre	risco,	rentabilidade	e	liquidez.
Investimentos	 de	 renda	 fixa	 possuem	 baixíssimo	 risco	 e,
consequentemente,	 também	 possuem	 o	 menor	 potencial	 de
rentabilidade.	 Em	 comparação,	 os	 investimentos	 de	 renda	 variável
possuem	 um	 maior	 potencial	 de	 rentabilidade,	 caso	 deem	 certo,	 ao
custo	 de	 uma	 maior	 exposição	 ao	 risco	 de	 darem	 errado.
Rentabilidade	 e	 risco	 caminham	 juntos	 por	 serem	 diretamente
proporcionais,	ou	seja,	quanto	maior	a	rentabilidade	maior	deve	ser	o
risco	do	investimento	e	vice-versa.	É	fundamental	sempre	conhecer	o
risco	de	seus	investimentos	e	saber	se	este	perfil	de	risco	é	adequado
às	suas	características	pessoais	e	às	suas	possibilidades	financeiras.
“Todas	as	oportunidades	que	o	mercado	oferece	acompanham
riscos”
Capital	e	Valor
A	liquidez	por	sua	vez	é	a	facilidade	com	que	um	investimento	pode
ser	convertido	em	dinheiro.	É	uma	referência	ao	prazo	e	ao	custo	que
um	investimento	transforma-se	em	dinheiro.	A	liquidez	é	o	que	torna	a
especulação	possível,	já	que	permite	que	o	investidor	abra	ou	encerre
uma	posição	a	qualquer	instante	e	próximo	ao	preço	de	mercado,	pois
não	faltam	compradores	e	vendedores.
É	 importante	 compreender	 também	 a	 relação	 entre	 o	 resultado
esperado	 e	 o	 esforço	 aplicado.	 Pessoas	 que	 não	 tem	 tempo	 para
dedicar	a	seus	investimentos,	ou	seja,	que	não	podem	aplicar	grandes
esforços	 para	 eles,	 não	 podem	 esperar	 grandes	 resultados.	 Logo,
investimentos	de	renda	fixa	e	títulos	públicos	são	mais	indicados,	pois
para	 se	 obter	 lucros	 consistentes	 investindo	 em	 renda	 variável	 de
forma	responsável	é	preciso	estudar	e	acompanhar	o	mercado	com
frequência,	mesmo	que	apenas	por	alguns	minutos	todos	os	dias.
O	 que	 queremos	 deixar	 claro	 é:	 Você	 deve	 refletir	 se	 o	 resultado
que	 você	 espera	 vale	 o	 esforço	 que	 você	 terá	 que	 fazer.	 Seus
objetivos	 devem	 se	 enquadrar	 à	 sua	 realidade.	 Querer	 atingir	 um
objetivo	é	uma	coisa,	poder	atingi-lo	é	outra.	A	maioria	das	pessoas
dedica	 mais	 tempo	 para	 escolher	 um	 sapato	 ou	 uma	 roupa	 do	 que
para	estudar	e	compreender	os	termos	dos	seguros,	planos	de	saúde
e	 dos	 investimentos	 que	 realizam.	 E	 muitos	 dos	 investimentos	 que
fazem	acabam	dando	errado	principalmente	porque	utilizam	opiniões
ao	invés	de	fatos	para	tomarem	suas	decisões	financeiras.
“A	 verdade	 não	 resulta	 do	 número	 de	 pessoas	 que	 nela	 a
creem”.
Galileu	Galilei
Possuir	um	plano	de	investimento	nada	mais	é	do	que	realizar	um
esforço	consciente	e	ordenado	para	aplicar	o	seu	dinheiro.	Significa
pensar	 no	 melhor	 modo	 de	 alocar	 as	 suas	 poupanças	 em
investimentos	que	estejam	de	acordo	com	o	seu	perfil	de	risco	e	com
a	 sua	 disponibilidade	 de	 tempo.	 Você	 deverá	 acompanhar	 os
resultados	 e	 diversificar	 seus	 investimentos,	 buscando	 atender	 a
objetivos	 de	 renda	 e	 de	 crescimento	 de	 patrimônio	 que	 respondam
aos	seus	anseios	pessoais.	Com	o	decorrer	do	tempo,	a	participação
nos	 seus	 investimentos	 dos	 aportes	 extraídos	 de	 seu	 salário	 irá
gradualmente	diminuir	em	face	do	gradual	aumento	do	trabalho	dos
juros	 compostos,	 bem	 como	 do	 potencial	 de	 retorno	 de	 seus
investimentos.
Portanto,	você	deve	definir	qual	o	resultado	que	você	quer,	ou	seja,
qual	 rentabilidade	 anual	 você	 almeja.	 Se	 esta	 for	 de	 10%	 ao	 ano
(pequeno	 resultado)	 não	 há	 porque	 aplicar	 um	 grande	 esforço
(estudar,	 acompanhar,	 etc),	 logo,	 fique	 com	 a	 renda	 fixa,	 títulos
públicos	 ou	 debêntures.	 Mas	 se	 seu	 objetivo	 for	 uma	 rentabilidade
superior	 a	 10%	 ao	 ano	 você	 terá	 que	 aplicar	 um	 esforça	 maior,
destinando	parte	de	seu	capital	para	a	renda	variável.	Isso	significa
que	você	terá	de	estudar	e	acompanhar	o	mercado,	dedicando	tempo
para	 seu	 dinheiro.	 É	 preciso	 refletir	 se	 o	 preço	 que	 você	 terá	 que
pagar	compensará	o	resultado	almejado,	ou	seja,	uma	rentabilidade
maior	que	10%	ao	ano.
“O	 juro	 composto	 é	 a	 maior	 invenção	 da	 humanidade,	 pois
permite	uma	confiável	e	sistemática	acumulação	de	riqueza”.
Albert	Einstein
Tendo	definido	o	seu	objetivo	de	rentabilidade	você	poderá	decidir
segundo	 as	 suas	 possibilidades	 se	 investimentos	 de	 renda	 variável
são	ou	não	interessantes	para	você.	Nos	mercados	de	ações	e	futuros
o	risco	é	enorme,	já	que	além	da	volatilidade,	o	que	causa	grandes
oscilações	de	preço,	se	lida	com	o	imponderável.	A	qualquer	momento
os	preços	podem	tomar	um	rumo	contrário	em	função	da	atuação	de
investidores	institucionais	ou	em	razão	de	acontecimentos	novos.
Mas	 por	 outro	 lado,	 o	 mercado	 de	 renda	 variável	 oferece	 a
possibilidade	 de	 ganhos	 maiores	 do	 que	 as	 demais	 alternativas	 de
investimento,	ao	custo	de	uma	maior	exposição	ao	risco.	Os	melhores
fundos	 de	 investimento	 do	 mundo	 têm	 uma	 rentabilidade	 média	 de
20%	 a	 30%	 ao	 ano.	 Bons	 investidores	 conseguem	 manter	 uma
rentabilidade	média	anual	entre	30%	e	50%.	Ter	como	objetivo	uma
rentabilidade	 maior	 do	 que	 essa,	 principalmente	 se	 você	 estiver
iniciando	nessa	atividade,	é	uma	ilusão	perigosa	que	pode	levá-lo	a
perder	 grande	 parte	 do	 seu	 capital,	 ou	 mesmo,	 acabar	 devendo
dinheiro.
Em	 renda	 variável	 jamais	 se	 deve	 investir	 mais	 do	 que	 se	 pode
perder.	Uma	pessoa	que	precisará	do	seu	capital	para	pagar	contas
ou	empréstimos	no	curto	prazo	não	pode	assumir	riscos,	pois	todo	o
capital	e	a	sua	rentabilidade	estão	comprometidos.	Sendo	assim,	não
pode	fazer	qualquer	tipo	de	investimento	de	renda	variável.
Caso	 coloque	 seu	 capital	 em	 risco	 não	 poderá	 se	 dar	 ao	 luxo	 de
perder,	 pois	 seu	 futuro	 estará	 à	 mercê	 do	 mercado.	 Seu	 nível	 de
estresse	será	consideravelmente	alto,	o	que	fará	com	que	perca	toda
a	objetividade,	tendendo	a	agir	de	maneira	irracional	e	prejudicial	ao
seu	próprio	interesse.	As	decisões	se	tornarão	emocionais	em	razão
de	serem	influenciadas	pela	obrigação	de	se	ter	que	ganhar	porque	é
preciso,	 bem	 como	 pelas	 dolorosas	 conseqüências	 psicológicas
causadas	por	constantes	prejuízos.
“Não	pense	no	que	o	mercado	fará,	pois	você	não	tem	controle
algum	 sobre	 isso.	 Pense	 no	 que	 você	 vai	 fazer	 diante	 do
inesperado”.
William	Eckhardt
Quem	não	tem	tempo	para	estudar	e	para	acompanhar	o	mercado
também	 não	 deve	 assumir	 grandes	 riscos	 em	 renda	 variável,	 ainda
que	possua	capital	disponível	para	tanto.	No	nosso	ponto	de	vista,	o
investidor	deve	operar	de	acordo	com	suas	possibilidades	no	que	diz
respeito	a	tempo,	capital,	profissão,	obrigações	e	responsabilidade	e,
acima	de	tudo,	perfil	psicológico.	Ponderar	sobre	estes	aspectos	irá
ajudá-lo	 a	 definir	 em	 quais	 mercados	 você	 irá	 investir	 e	 quais
estratégias	 estará	 disposto	 a	 realizar	 na	 busca	 de	 seu	 objetivo	 de
rentabilidade.
Para	uma	rentabilidade	de	30%	a	50%	ao	ano	você	pode	comprar
ações	e	fazer	uma	renda	extra	alugando-as,	por	exemplo.	Contudo,
haverá	a	necessidade	de	estudar	o	mercado	e	os	fundamentos,	além
	de	acompanhar	a	sua	carteira	de	ações	quase	todos	os	dias,	ainda
que	por	poucos	minutos.
Dobrar	 o	 capital	 num	 ano	 é	 o	 sonho	 de	 qualquer	 investidor.	 Por
mais	ambicioso	que	possa	ser,	e	deve	ser,	se	existe	uma	maneira	de
realizar	este	sonho	é	especulando	nos	mercados	de	renda	variável.
Infelizmente,	para	aqueles	que	não	estudam	ou	que	não	tem	disciplina
o	sonho	pode	se	tornar	um	pesadelo.	Ao	invés	de	aumentarem	seu
capital	 poderão	 perder	 uma	 parcela	 significativa	 deste,	 ou	 mesmo,
todo	ele.
A	única	maneira	de	se	atingir	tal	retorno	é	aumentando	os	riscos	e	o
trabalho.	Assim,	se	seu	objetivo	for	uma	rentabilidade	superior	a	50%
você	 deve	 investir	 uma	 quantidade	 de	 dinheiro	 que	 não	 seja	 de
grande	necessidade	para	você,	pois	para	atingir	tal	retorno	terá	que
expor	este	capital	a	riscos	bem	mais	altos,	seja	de	grandes	oscilações
no	preço	do	ativo	ou	da	alavancagem	da	sua	posição.
Dificilmente	 você	 conseguirá	 isso	 apenas	 comprando	 ações.	 Será
necessário	 buscar	 ativos	 ou	 estratégias	 com	 potenciais	 de
rentabilidade	muito	superiores,	que	conseqüentemente	irão	expor	seu
capital	 a	 um	 risco	 maior,	 tal	 como	 estratégias	 com	 margem	 ou
alavancadas,	operando	no	mercado	a	termo,	de	opções	ou	de	futuros,
os	quais	necessitam	acompanhamento	constante	e	grande	dedicação.
“Claro,	 todo	 mundo	 quer	 ganhar;	 mas	 nem	 todo	 mundo	 quer
apostar,	e	é	aí	que	reside	uma	diferença	da	maior	importância”.
Max	Gunther
Assim,	 será	 preciso	 aplicar	 um	 grande	 esforço	 para	 se	 obter	 um
grande	resultado.	E	se	você	não	sabe	lidar	com	perdas	e	não	estiver
disposto	 a	 arriscar	 mais	 no	 intuito	 de	 ganhar	 mais,	 não	 opere
derivativos!
A	maioria	das	pessoas	que	entram	no	mercado	tem	a	expectativa
de	 que	 em	 pouco	 tempo	 estará	 sabendo	 operar	 bem	 e	 ganhando
muito	dinheiro.	Isso	ocorre	principalmente	com	aqueles	que	entram	no
mercado	 durante	 uma	 forte	 tendência	 de	 alta,	 quando	 todas	 as
operações	 acabam	 dando	 certo,	 afinal	 a	 tendência	 principal	 do
mercado	é	de	alta.
Isso	cria	nessas	pessoas	a	sensação	de	que	é	fácil	fazer	dinheiro
no	mercado.	Essa	ganância	de	principiante	as	induz	a	operarem	cada
vez	 mais	 e	 a	 aumentarem	 a	 quantidade	 de	 dinheiro	 em	 cada
operação,	ignorando	o	risco	e	o	gerenciamento	do	capital,	afinal	de
contas,	todo	mundo	está	ganhando.
Tal	 ilusão	 é	 mantida	 até	 o	 momento	 em	 que	 a	 tendência	 do
mercado	virar,	revelando	a	verdade	e	destruindo	o	capital	da	massa
desinformada.	A	história	se	repete	de	tempos	em	tempos	e	faz	com
que	 muitas	 pessoas	 destruam	 a	 poupança	 de	 uma	 vida	 inteira.	 A
grande	verdade	é	que	aprender	a	operar	no	mercado	custa	tempo	e
dinheiro.
“O	 otimista	 perde	 muito,	 o	 pessimista	 ganha	 pouco,	 seja
realista!”
Capital	e	Valor
Investimentos	de	Renda	Fixa
	
Pessoas	 que	 têm	 o	 hábito	 de	 poupar	 ainda	 quando	 jovens,
periodicamente	 fazendo	 novas	 aplicações	 em	 seus	 investimentos,
conseguem	 acumular	 um	 grande	 patrimônio	 no	 final	 de	 20	 a	 30
anos	 colocando	 os	 juros	 compostos	 para	 trabalhar	 a	 seu	 favor.	 Por
isso,	 procure	 poupar	 periodicamente	 um	 determinado	 percentual	 de
tudo	que	você	ganha.	Aqueles	que	deixam	para	guardar	o	que	sobra
apenas	ao	final	do	mês	tendem	a	gastar	de	mais,	não	sobrando	nada
para	poupar.
Antes	de	decidir	onde	investir	o	dinheiro	que	você	poupar	é	preciso
definir	o	horizonte	do	investimento.	Caso	você	precise	desse	capital
no	curto	prazo,	num	intervalo	de	1	a	3	meses,	o	ideal	para	você	será
investimentos	de	liquidez	diária,	tais	como	CDBs	e	CDIs	pós-fixados	e
caderneta	de	poupança.	Para	horizontes	de	longo	prazo,	a	partir	de	6
meses,	valerá	a	pena	abrir	mão	da	liquidez	diária	em	investimentos
que	lhe	proporcionarão	maior	rentabilidade,	tais	como	títulos	públicos,
debêntures,	LCI,	LCA,	CDBs	prefixados	e	fundos	de	renda	fixa.
Assim,	 na	 caderneta	 de	 poupança	 seriam	 mantidos	 apenas
os	 recursos	 necessários	 para	 cobrir	 os	 gastos	 do	 dia	 a	 dia	 e	 para
despesas	imprevistas	em	razão	da	liquidez	imediata,	cujo	preço	a	se
pagar	por	isso	será	o	baixo	rendimento	mensal,	abaixo	da	inflação.
“Se	você	é	capaz	de	distinguir	entre	o	bom	e	o	mau	conselho
você	não	precisa	de	conselho.”
Outra	questão	importante	é	que	não	basta	poupar,	é	preciso	saber
investir	 o	 seu	 dinheiro.	 Independente	 de	 estar	 na	 renda	 fixa	 ou	 na
variável	um	incremento	de	1%	ao	ano	na	rentabilidade	anual	de	um
investimento	 durante	 20	 anos	 fará	 uma	 expressiva	 diferença	 no
montante	 final	 atingido.	 Em	 razão	 disso,	 você	 deve	 sempre	 ficar
atento	às	taxas	de	administração	cobradas	pelos	bancos,	corretoras	e
administradoras	 de	 fundos	 de	 investimento.	 Lembre-se	 de
que	gerentes	de	banco	não	são	consultores	financeiros,	muito	menos
seus	 amigos.	 Esteja	 ciente	 de	 que	 cada	 investimento	 que	 eles	 te
oferecem,	 e	 você	 contrata,	 é	 uma	 venda,	 e	 alguns	 possuem	 taxas
altíssimas	 que	 podem	 eliminar	 o	 retorno	 do	 investimento,	 o	 qual
muitas	 vezes	 terá	 um	 resultado	 líquido	 inferior	 ao	 da	 caderneta	 de
poupança.
Pequenas	diferenças	nas	alíquotas	das	taxas	cobradas,	bem	como
na	taxa	de	retorno	oferecida,	farão	grande	diferença	na	rentabilidade
do	investimento	quando	projetadas	num	horizonte	de	alguns	anos.	E
também	 se	 torna	 fundamental	 pesquisar	 investimentos	 mais
vantajosos	 e	 que	 apresentem	 melhor	 rentabilidade	 no	 longo	 prazo,
como	é	o	caso	daqueles	que	remuneram	através	de	juros	compostos
tal	 como	 o	 CDI.	 Títulos	 públicos	 e	 debêntures,	 por	 outro	 lado,
remuneram	através	de	juros	simples.
Em	qualquer	tipo	de	investimento	é	fundamental	fazer	com	que	os
juros	trabalhem	a	seu	favor.	Estes	representam	a	remuneração	dada
pelo	aporte	do	capital.	Os	juros	podem	ser	capitalizados	segundo	os
regimes	simples	ou	compostos	(juros	sobre	juros).	No	juros	simples
somente	 o	 principal	 rende	 juros,	 o	 saldo	 cresce	 em	 progressão
aritmética,	ou	seja,	só	valor	inicial	investido	rende	juros.	É	o	caso	dos
títulos	públicos	e	de	algumas	debêntures.
No	 caso	 dos	 juros	 compostos,	 após	 cada	 período	 os	 juros	 pagos
são	incorporados	ao	capital	inicial	proporcionando	juros	sobre	juros.
Neste	 caso,	 o	 saldo	 total	 do	 investimento	 cresce	 em	 progressão
geométrica,	 ou	 seja,	 além	 do	 principal	 os	 retornos	 obtidos	 também
são	 corrigidos	 pelos	 juros	 do	 período	 subseqüente.	 É	 o	 caso	 da
poupança	e	da	maioria	dos	CDB’s,	CDI’s,	LCA’s	e	LCI’s.
“A	 sociedade	 produziu	 uma	 revolução	 na	 medicina	 que
aumentou	a	vida	do	homem,	mas	ela	não	foi	capaz	de	criar	uma
revolução	financeira	que	a	sustentasse	com	dignidade”.
John	F.	Kennedy
A	 avaliação	 desses	 fatores	 é	 fundamental	 para	 quem	 investe	 em
renda	 fixa,	 pois	 o	 horizonte	 desses	 investimentos	 é	 de	 longuíssimo
prazo.	 Altos	 custos	 com	 taxas	 de	 administração	 e	 impostos,
juntamente	com	a	depreciação	causada	pela	inflação,	podem	acabar
com	 a	 rentabilidade	 de	 um	 investimento	 de	 renda	 fixa,	 ou	 mesmo,
fazer	 com	 que	 tenha	 um	 resultado	 negativo	 no	 longo	 prazo	 caso	 a
depreciação	 causada	 pela	 inflação,	 taxas	 e	 impostos	 seja	 maior	 do
que	o	retorno	obtido	através	dos	juros.
Esse	 é	 o	 maior	 risco	 do	 investimento	 de	 renda	 fixa,	 a	 baixa
rentabilidade.	No	longo	prazo	isso	pode	fazer	com	que	você	não	atinja
seu	objetivo	de	rentabilidade.	O	Brasil	vive	um	momento	de	corte	de
juros,	 aumento	 da	 inflação	 e	 estímulo	 ao	 endividamento.	 Quando
descontados	o	imposto	de	renda	e	as	taxas	de	administração,	com	o
passar	dos	anos	investir	em	renda	fixa	praticamente	significa	perder
dinheiro.
O	 aumento	 da	 inflação	 reduz	 o	 retorno	 de	 qualquer	 investimento,
principalmente	 em	 ativos	 de	 renda	 fixa,	 e	 por	 diversas	 vezes	 os
governos	mostraram	que	perderam	o	controle	da	inflação,	levando	a
economia	 dos	 países	 a	 processos	 hiperinflacionários.	 Portanto
lembre-se:	 Seus	 investimentos	 terão	 que	 lhe	 render	 no	 mínimo	 a
inflação	 do	 ano	 para	 que	 você	 fique	 no	 “zero	 a	 zero”,	 o	 que
atualmente	 será	 muito	 difícil	 de	 se	 conseguir	 apenas	 com
investimentos	de	renda	fixa.
“Quantos	 milionários	 você	 conhece	 que	 viraram	 ricos
investindo	em	caderneta	de	poupança?	Caso	encerrado.”
Robert	G.	Allen
Uma	solução	seria	investir	em	renda	variável	mas	trabalhando	com
um	horizonte	mais	longo	(5	a	10	anos).	No	curto	prazo	a	volatilidade	e
os	movimentos	de	correção	da	tendência	dos	preços	são	tantos	que
dificilmente	 alguém	 que	 não	 acompanhe	 e	 não	 estude	 o	 mercado
conseguirá	ganhar	dinheiro	de	forma	consistente,	sendo	comprovado
que	 aqueles	 investidores	 que	 mantém	 posições	 de	 longo	 prazo	 têm
maior	rentabilidade	do	que	a	maioria	dos	“jogadores”	de	curto	prazo.
Quanto	menor	o	horizonte	de	um	investimento	de	renda	variável	maior
a	 dificuldade	 em	 tentar	 predizer	 o	 que	 irá	 acontecer	 e,
consequentemente,	de	se	obter	sucesso	operando	no	mercado	com
grande	frequência.
De	 fato,	 a	 maioria	 dos	 investidores	 que	 operam	 hoje	 no	 mercado
possui	ou	possuía	investimentos	de	renda	fixa.	Começaram	poupando
e	 investindo	 em	 renda	 fixa	 e	 a	 partir	 de	 certo	 momento	 foram	 aos
poucos	assumindo	riscos	no	mercado	de	renda	variável	em	busca	de
uma	maior	rentabilidade.
Tenha	sempre	em	mente	que	mais	importante	do	que	a	escolha	dos
ativos	em	que	você	vai	investir	é	saber	balancear	bem	seu	patrimônio.
Isso	quer	dizer	definir	percentuais	para	investimento	de	renda	fixa	e
de	 renda	 variável,	 bem	 como	 realocá-los	 de	 acordo	 com	 os	 seus
desempenhos	ao	longo	do	tempo	e	ajustá-los	às	mudanças	no	ciclo
econômico.
Não	existe	uma	proporção	padrão	que	se	aplique	a	todos	os	perfis
de	investidor.	Isso	vai	depender	diretamente	das	suas	possibilidades
financeiras,	do	seu	endividamento	e	responsabilidades,	do	tempo	que
você	 destina	 aos	 seus	 investimentos	 e,	 principalmente,	 da	 forma
como	 você	 se	 relaciona	 com	 o	 risco.	 O	 mais	 importante	 é	 nunca
destinar	 para	 renda	 variável	 aquele	 capital	 que	 você	 irá	 precisar	 no
curto	prazo.	Evite	empenhar	toda	sua	economia	e	de	seus	familiares	e
esteja	preparado	para	perder,	pois	o	mercado	é	o	que	ele	é,	não	é	o
que	você	quer	que	ele	seja	ou	o	que	você	está	precisando	que	ele
seja.
“Toda	ideia	revolucionária	provoca	três	estágios:’
1.	‘é	impossível	–	não	perderei	meu	tempo.’
2.	‘é	possível	mas	não	vale	o	esforço.’
3.	‘eu	sempre	disse	que	era	uma	boa	ideia”.
Aplicar	na	Caderneta	de	Poupança,	CDB,	CDI,	LCI
e	LCA
	
O	 termo	 “renda	 fixa”	 diz	 respeito	 aos	 investimentos	 em	 que	 se
conhece	previamente	o	fator	de	rentabilidade	que	será	conferido	ao
valor	aplicado.	Nesse	caso,	o	rendimento	pode	ser	pós	ou	prefixado.
Os	 investimentos	 de	 renda	 fixa	 e	 os	 títulos	 públicos	 além	 de
possuírem	 elevada	 liquidez	 possuem	 baixo	 risco	 para	 o	 investidor,
logicamente,	 ao	 custo	 de	 uma	 baixa	 rentabilidade.	 As	 pessoas	 que
buscam	 esses	 investimentos	 de	 uma	 maneira	 geral	 estão
“comprando”	 segurança,	 a	 garantia	 de	 que	 o	 investimento	 terá
rentabilidade	e	a	qualquer	momento	poderá	ser	resgatado.	Portanto,
segurança	significa	saber	o	que	vai	acontecer,	é	a	“ausência”	de	risco
e	de	excitação.
Alguns	investimentos	de	renda	fixa,	assim	como	os	títulos	públicos,
oferecem	 uma	 maior	 rentabilidade	 quando	 a	 data	 de	 resgate	 ou	 de
vencimento	seja	predeterminada.	Por	isso,	é	importante	saber	se	as
taxas	 de	 retorno	 do	 investimento	 estão	 atreladas	 a	 prazos	 de
carência.	Caso	estejam,	o	custo	desse	maior	retorno	será	a	liquidez,
pois	 se	 for	 necessário	 um	 resgate	 antecipado	 a	 rentabilidade	 ficará
prejudicada,	e	no	caso	dos	títulos	públicos	e	programas	previdências
privadas,	 o	 valor	 resgatado	 poderá	 ser	 até	 mesmo	 menor	 do	 que	 o
valor	investido	caso	o	preço	de	mercado	do	título	que	fora	comprado
se	 desvalorize	 ou	 em	 razão	 da	 elevada	 alíquota	 de	 impostos	 que
incidem	sobre	o	resgate	dos	planos	de	previdência	privada.
O	 imposto	 de	 renda	 cobrado	 sobre	 os	 rendimentos	 dos
investimentos	 de	 renda	 fixa	 e	 do	 Tesouro	 Direto	 incide	 na	 fonte,	 na
data	 de	 vencimento	 ou	 do	 resgate	 da	 aplicação.	 A	 alíquota	 é
regressiva	 de	 acordo	 com	 o	 prazo	 de	 permanência	 dos	 recursos.
Quanto	mais	tempo	os	recursos	permanecerem	aplicados	menor	será
o	percentual	do	imposto	de	renda	cobrado.
Até	180	dias	22,5%.
De	181	a	360	dias	20,0%.
De	361	a	720	das	17,5%.
Acima	de	720	dias	15,0%.
Com	exceção	da	poupança,	existe	incidência	de	IOF	nos	resgates
realizados	antes	de	30	dias,	limitado	ao	rendimento	da	aplicação.	A
partir	 do	 trigésimo	 dia	 a	 aplicação	 fica	 isenta	 da	 cobrança	 de
IOF.	 Existe	 uma	 enorme	 gama	 de	 investimentos	 de	 renda	 fixa,	 os
principais	 são	 as	 cadernetas	 de	 poupança,	 os	 CDBs,	 Fundos	 DI,
Fundos	 LCI	 ou	 LCA,	 alguns	 debêntures	 e	 alguns	 títulos	 do	 Tesouro
Nacional.
“Toda	vez	que	você	se	encontrar	do	lado	da	maioria	é	hora	de
parar	e	refletir”.
Mark	Twain
Caderneta	 de	 Poupança	 –	 O	 valor	 investido	 é	 corrigido	 a	 cada
período	 de	 30	 dias	 pela	 Taxa	 Referencial	 (TR)	 do	 período	 e
remunerado	 com	 uma	 taxa	 de	 juros	 de	 0,5%	 ao	 mês.	 Podem	 ser
resgatadas	 sem	 perda	 da	 remuneração	 a	 cada	 “aniversário”	 de	 30
dias,	a	partir	da	data	da	aplicação.	A	nova	regra	das	cadernetas	de
poupança	determina	que	quando	a	taxa	Selic	ficar	igual	ou	menor	que
8,5%	ao	ano	o	rendimento	anual	da	Poupança	passará	a	ser	70%	da
taxa	 Selic	 +	 TR.	 Além	 disso,	 os	 rendimentos	 da	 caderneta	 de
poupança	são	isentos	de	imposto	de	renda.
CDB	-	Certificados	de	Depósito	Bancário	–	São	títulos	nominativos
emitidos	pelos	bancos	e	vendidos	ao	público	como	forma	de	captação
de	recursos.	A	rentabilidade	dos	CDBs	é	expressa	em	forma	de	um
percentual	da	taxa	de	juros	de	mercado,	o	CDI.	Os	CDBs	podem	ser
prefixados	ou	pós-fixados.
O	 fator	 de	 rentabilidade	 dos	 prefixados	 leva	 em	 consideração	 o
valor	 que	 foi	 aplicado	 e	 o	 prazo	 de	 vencimento	 do	 investimento.
Assim,	existe	um	prazo	mínimo	para	manter	a	aplicação,	quanto	maior
o	 prazo	 de	 vencimento	 maior	 a	 taxa	 de	 rentabilidade.	 Quando
resgatados	num	prazo	menor	do	que	aquele	mínimo	previsto	(30,	60
ou	90	dias)	a	rentabilidade	estabelecida	ficará	comprometida.
No	 caso	 dos	 CDBs	 pós-fixados	 a	 sua	 liquidez	 pode	 ou	 não	 ser
diária.	 A	 diferença	 é	 que	 a	 rentabilidade	 está	 vinculada	 ao
desempenho	 de	 indicadores	 como	 os	 Certificados	 de	 Depósito
Interbancário	 (CDI)	 ou	 a	 Taxa	 de	 Referência	 (TR),	 e	 ainda,	 ao
percentual	contratado	no	momento	da	aplicação.
A	taxa	de	remuneração	dos	CDBs	CDIs	e	LCIs,	em	geral,	são	um
pouco	abaixo	da	Taxa	Referencial	SELIC	definida	pelo	COPOM	e	são
calculadas	 com	 base	 em	 dias	 úteis,	 ou	 seja,	 252	 dias	 por	 ano.	 O
principal	 risco	 envolvido	 é	 a	 mudança	 na	 taxa	 de	 juros	 e	 tem	 a
seguinte	 lógica	 predominante:	 se	 a	 taxa	 de	 mercado	 na	 hora	 do
resgate	 for	 maior	 que	 a	 contratada,	 o	 investidor	 deixou	 de
ganhar	 dinheiro;	 se	 for	 menor,	 garantiu	 rendimentos	 acima	 da	 taxa
atual.
Como	 a	 rentabilidade	 no	 caso	 dos	 prefixados	 é	 determinada	 na
hora	 da	 aplicação,	 o	 investidor	 saberá	 previamente	 o	 quanto	 irá
receber	 no	 vencimento.	 Isso	 o	 protege	 de	 uma	 redução	 na	 taxa	 de
juros,	 pois	 uma	 rentabilidade	 maior	 foi	 garantida	 no	 momento	 da
aplicação.	Por	outro	lado,	havendo	um	aumento	na	taxa	de	juros	os
CDBs	 pós-fixados	 oferecerão	 um	 rendimento	 maior	 ao	 investidor	 do
que	 os	 prefixados.	 Outra	 vantagem	 do	 CDB,	 DI	 e	 da	 caderneta	 de
poupança	 é	 que	 normalmente	 não	 existe	 cobrança	 de	 taxa	 de
administração	para	esses	investimentos.
Portanto,	o	investidor	ao	escolher	um	CDB	deve	ponderar	sobre	a
relação	entre	liquidez	e	rentabilidade,	levando	em	consideração	dois
importantes	fatores,	o	percentual	do	CDI	que	a	aplicação	irá	pagar	e	o
tempo	 mínimo	 previsto	 para	 vencimento.	 Caso	 ele	 não	 precise	 do
valor	a	se	aplicado	numa	data	próxima,	CDBs	com	vencimentos	mais
longos	 serão	 mais	 interessantes	 do	 que	 os	 que	 possuem	 liquidez
diária.	 Para	 despesas	 imediatas	 e	 capital	 de	 giro,	 o	 aspecto	 da
liquidez	 deve	 preponderar	 sobre	 o	 aspecto	 da	 rentabilidade,	 logo,
CDBs	com	liquidez	diária	serão	mais	indicados.
RDB	 -	 Recibo	 de	 Depósito	 Bancário	 –	 Possui	 as	 mesmas
características	de	um	CDB,	sendo	que	este	não	pode	ser	negociado
antes	 do	 vencimento,	 ou	 seja,	 o	 RDB	 não	 tem	 liquidez	 antes	 do
vencimento.	Se	o	investidor	precisar	do	recurso	antes	do	vencimento,
em	casos	excepcionais	o	RDB	poderá	ser	cancelado,	o	que	acarretará
ao	investidor	a	perda	de	todo	o	rendimento,	recebendo	apenas	o	valor
do	principal.
“A	educação	é	o	caminho	para	a	plena	liberdade”.
Capital	e	Valor
CDI	–	Certificado	de	Depósito	Interbancário	–	São	títulos	emitidos
pelos	 bancos	 como	 forma	 de	 captação	 ou	 aplicação	 de	 recursos
excedentes.	Caso	haja	descasamento,	uma	outra	instituição	financeira
que	possua	excesso	de	recursos	empresta	para	aquela	instituição	que
tenha	falta	de	recursos.	São	aplicações	com	prazo	de	1	dia	útil	cujo
objetivo	 é	 melhorar	 a	 liquidez	 de	 uma	 determinada	 instituição
financeira.	 A	 taxa	 média	 diária	 do	 CDI	 de	 um	 dia	 é	 utilizada	 como
referencial	para	o	custo	do	dinheiro	(juros).	Por	esse	motivo,	essa	taxa
também	é	utilizada	como	referencial	para	avaliar	a	rentabilidade	das
aplicações	 em	 fundos,	 a	 qual	 é	 repassa	 diariamente	 para	 seus
investidores.
Os	 CDBs	 pós-fixados	 indexados	 ao	 CDI	 são	 empréstimos	 que
investidores	fazem	ao	banco	ou	corretora,	em	troca	de	determinados
percentuais	 do	 CDI.	 O	 que	 algumas	 instituições	 fazem	 é
aumentar	 gradativamente	 o	 percentual	 do	 CDI	 pago	 à	 medida	 que
aumenta	o	tempo	de	permanência	do	investimento	no	produto.
LCI	 –	 Letra	 de	 Crédito	 Imobiliário	 –	 São	 títulos	 de	 renda	 fixa
baseados	 em	 empréstimos	 imobiliários.	 O	 lastro	 de	 uma	 LCI	 são
imóveis	 dados	 em	 garantia	 em	 financiamentos	 imobiliários,	 e	 com
base	no	valor	destes	bens,	a	instituição	emite	as	LCIs.	Este	lastro	é	o
que	garante	a	operação	de	crédito	e,	portanto,	o	pagamento	do	valor
tomado	 como	 empréstimo	 e	 o	 juro	 da	 operação.	 Os	 depósitos	 dos
investidores	 são	 emprestados	 a	 terceiros	 pela	 instituição,	 a	 qual
distribui	 parte	 da	 renda	 que	 obtém	 através	 dos	 juros	 para	 seus
cotistas	de	acordo	com	os	termos	da	LCI.
A	LCI	IGPM	é	um	título	de	renda	fixa	com	rendimento	atrelado	ao
IGPM	(Índice	Geral	de	Preços	de		Mercado)	acrescido	de	um	cupom
de	 juros	 e	 a	 LCI	 IPCA	 tem	 rendimento	 atrelado	 ao	 IPCA	 (Índice
Preços	 do	 Consumidor	 Amplo)	 acrescido	 de	 um	 cupom	 de	 juros.
Pagam	 a	 variação	 do	 IGPM/IPCA	 acrescida	 de	 um	 cupom	 de	 juros
definido	 no	 momento	 do	 investimento.	 A	 correção	 monetária	 será
paga	 no	 vencimento	 da	 aplicação,	 o	 qual	 pode	 ser	 de	 médio	 ou
de	longo	prazo.
LCA	 -	 Letra	 de	 Crédito	 Agrícola	 –	 São	 títulos	 de	 renda	 fixa
baseados	 em	 empréstimos	 contraídos	 no	 setor	 do	 agro	 negócio.
Esses	 títulos	 são	 lastreados	 em	 direitos	 creditórios	 originários	 de
negócios	realizados	por	agentes	da	cadeia	produtiva	do	agro	negócio.
A	instituição	financeira	utiliza	os	recursos	de	seus	cotistas	como	fonte
de	empréstimos	para	o	setor	do	agro	negócio.	Os	créditos	e	ativos	do
produtor,	 tal	 como	 a	 receita	 da	 venda	 da	 safra	 por	 exemplo,	 ficam
vinculados	 como	 garantia	 para	 o	 cumprimento	 dos	 pagamentos
referentes	ao	empréstimo.	Parte	do	resultado	dos	juros	obtidos	pela
instituição	 é	 repassada	 aos	 cotistas	 conforme	 os	 termos	 e	 o
regulamento	da	LCA.
“Bancos	são	estabelecimentos	que	nos	emprestam	um	guarda-
chuva	 num	 dia	 de	 sol	 e	 pede-o	 de	 volta	 quando	 começa	 a
chover”.
Mark	Twain
LCI’s	 e	 LCA’s	 funcionam	 como	 um	 CDB	 e	 podem	 ter	 sua
rentabilidade	prefixada	ou	indexada	ao	CDI	com	liquidez	diária.	Dessa
forma,	as	LCIs	são	ativos	de	renda	fixa,	bem	diferentes	dos	fundos	de
investimento	 imobiliário,	 os	 quais	 são	 ativos	 de	 renda	 variável.	 O
diferencial	dessa	categoria	de	investimento	é	a	isenção	do	Imposto	de
Renda	 e	 do	 IOF	 para	 pessoas	 físicas	 e,	 na	 maioria	 dos	 casos,
também	há	isenção	de	tarifas	e	taxas	de	administração,	o	que	acaba
se	tornando	um	grande	diferencial.
Os	valores	investidos	em	poupança,	CDB	e	CDI	são	remunerados
por	juros	compostos,	diferente	dos	investimentos	em	LCI,	LCA,	títulos
públicos	 e	 debêntures,	 os	 quais	 remuneram	 o	 valor	 inicial
semestralmente,	anualmente	ou	apenas	no	vencimento.
A	 cultura	 do	 consumo	 dita	 o	 comportamento	 da	 maioria	 das
pessoas	 e,	 das	 poucas	 que	 podem	 e	 querem	 investir,	 a	 maioria	 só
aplica	na	caderneta	de	poupança	que,	apesar	do	baixo	risco,	também
apresenta	um	baixíssimo	rendimento,	o	que	mal	serve	para	protegê-
las	 das	 perdas	 decorrentes	 da	 inflação.	 Ou	 seja,	 o	 ganho	 real	 é
praticamente	zero,	o	investimento	serve	apenas	para	juntar	dinheiro	e,
com	sorte,	ter	um	rendimento	que	se	“iguale”	ao	IPCA.
“As	 pessoas	 se	 dividem	 entre	 aquelas	 que	 poupam	 como	 se
vivessem	 para	 sempre	 e	 aquelas	 que	 gastam	 como	 se	 fossem
morrer	amanhã”.
Aristóteles
Investir	em	Debêntures	e	Títulos	Públicos	-	Tesouro
Direto
	
Quando	 uma	 empresa	 ou	 um	 governo	 deseja	 tomar	 dinheiro
emprestado	 do	 público,	 em	 longo	 prazo,	 é	 comum	 que	 faça	 isso
emitindo	dívida	na	forma	de	títulos	que	recebem	nomes	como	títulos
públicos,	 debêntures,	 notas	 promissórias	 ou	 bônus.	 O	 número	 de
emissões	de	títulos	de	dívida	excede	em	muito	o	número	de	emissões
de	ações,	pois	o	volume	de	empréstimos	tomados	pelas	empresas	e
pelos	governos	é	simplesmente	imenso.
A	 análise	 da	 rentabilidade	 de	 um	 título	 implica	 dimensionar	 em
valores	absolutos	o	fluxo	dos	rendimentos	futuros	oferecidos	por	cada
título	 e	 compará-los.	 É	 avaliar	 a	 renda	 futura	 que	 o	 capital	 aplicado
possa	 gerar,	 buscando	 sua	 maximização	 dentro	 do	 horizonte	 de
tempo	 do	 investimento.	 Isso	 exige	 a	 comparação	 com	 as	 demais
alternativas	existentes	no	mercado	para	que	a	decisão	tomada	seja	a
mais	interessante	para	o	investidor.
As	 taxas	 de	 juros	 de	 mercado	 variam	 ao	 longo	 do	 tempo.	 Já
os	 fluxos	 de	 caixa	 de	 um	 título	 de	 dívida,	 porém,	 permanecem	 os
mesmos,	 e	 é	 por	 isso	 que	 os	 títulos	 de	 dívida	 também	 são
chamados	 de	 títulos	 de	 renda	 fixa.	 Porém,	 há	 uma	 importantíssima
diferença	em	relação	a	investimentos	tradicionais	de	renda	fixa,	tais
como	a	poupança	e	o	CDB.	Como	resultado	da	variação	dos	juros	de
mercado,	o	valor	de	mercado	do	título	flutuará.	Quando	as	taxas	de
juros	 aumentam,	 o	 valor	 presente	 dos	 fluxos	 de	 caixa
restantes	 diminui,	 e	 o	 título	 vale	 menos.	 Quando	 as	 taxas	 de	 juros
caem,	o	título	vale	mais.	Torna-se	então	essencial	compreender	que
apesar	desses	investimentos	serem	considerados	como	de	renda	fixa,
haverá	 tanto	 a	 possibilidade	 do	 investidor	 ganhar	 acima	 da
rentabilidade	 pactuada	 quanto	 de	 perder	 dinheiro	 nestes
investimentos,	 diferentemente	 da	 poupança,	 do	 CDB	 e	 similares.
Portanto,	lembre-se:	Os	preços	dos	títulos	de	dívida	e	a	taxa	de	juros
sempre	se	movimentam	em	direções	opostas.
O	risco	da	taxa	de	juros	para	um	título	de	dívida	depende	do	quanto
o	preço	desse	título	é	sensível	às	variações	das	taxas	de	juros.	Essa
sensibilidade	 depende	 diretamente	 de	 duas	 coisas:	 prazo	 até	 o
vencimento	e	taxa	de	cupom.	Mantidas	as	demais	variáveis,	quanto
maior	for	o	prazo	até	o	vencimento,	maior	será	o	risco	da	taxa	de	juros
e	quanto	menor	for	a	taxa	de	cupom,	maior	será	o	risco	da	taxa	de
juros.	Logo,	os	preços	de	mercado	de	títulos	de	curto	prazo	variam
menos	em	razão	de	uma	mudança	na	taxa	de	juros	se	comparados	a
títulos	de	longo	prazo.	Além	disso,	alguns	títulos	podem	ser	indexados
à	inflação,	cuja	variação	desse	indicador	irá	influenciar	diretamente	o
preço	de	mercado	desses	títulos.
“Os	mercados	estão	constantemente	num	estado	de	incerteza
e	o	fluxo	de	capital	e	o	dinheiro	são	feitos	rejeitando	o	óbvio	e
apostando	no	inesperado”.
George	Soros
Debêntures	 –	 São	 títulos	 privados	 de	 renda	 fixa	 ou	 variável
emitidos	por	sociedades	anônimas.	São	empréstimos	contraídos	pela
empresa	 com	 os	 investidores	 a	 médio	 ou	 longo	 prazo	 para	 o
financiamento	dos	seus	negócios	e	garantidos	pelo	ativo	da	empresa.
No	caso	de	debêntures	não	conversíveis	em	ações,	o	empréstimo	é
liquidado	 financeiramente	 no	 prazo	 previsto.	 Quanto	 às	 debêntures
conversíveis	em	ações,	o	investidor	poderá	optar	pela	conversão	de
seu	valor	em	ações.
Todo	o	capital	investido	por	uma	empresa	em	seu	patrimônio,	seu
ativo	fixo,	pode	ser	transformado	em	ativo	líquido	através	do	mercado
de	 capitais.	 A	 empresa	 pode,	 com	 base	 no	 seu	 ativo	 fixo,	 emitir
Debêntures	no	mercado,	buscando	assim	recursos	para	aumentar	o
seu	 capital	 de	 giro.	 Estas	 obrigações	 emitidas	 passam	 a	 serem
negociadas	em	mercado	secundário,	transformando-se	em	ativos	de
boa	 liquidez	 para	 seus	 proprietários.	 Desta	 forma,	 o	 capital	 fixo	 da
empresa	passa	a	ser	representado	por	ativos	financeiros,	de	razoável
liquidez,	 e	 o	 dinheiro	 entra	 para	 a	 empresa	 por	 um	 prazo	 médio,
longo,	 ou	 mesmo,	 indeterminado,	 dependendo	 da	 natureza	 do	 título
emitido,	 aumentando	 o	 seu	 capital	 de	 giro	 e	 o	 volume	 de	 suas
transações.
Para	 emitir	 uma	 debênture	 uma	 companhia	 deve	 escolher	 uma
instituição	financeira	para	estruturar	e	coordenar	todo	o	processo	de
emissão.	É	essa	instituição	que	fará	o	underwriting	da	debênture,	ou
seja,	o	seu	lançamento	no	mercado	primário.	O	investidor	ao	adquirir
a	 debênture	 torna-se	 um	 debenturista,	 ou	 seja,	 um	 credor	 da
companhia	 emitente,	 tendo	 seu	 investimento	 remunerado	 de	 acordo
com	as	condições	e	os	prazos	definidos	na	escritura	de	emissão	da
debênture.
Uma	debênture	possui	um	rating	de	classificação,	efetuado	por	uma
empresa	especializada	independente	(agência	de	rating),	que	reflete
sua	 avaliação	 sobre	 o	 grau	 de	 risco	 envolvido	 em	 determinado
instrumento	 de	 dívida.	 No	 caso	 de	 uma	 emissão	 de	 debêntures,	 a
agência	avalia	a	probabilidade	da	companhia	emissora	não	honrar	os
compromissos	 financeiros	 assumidos	 na	 escritura	 de	 emissão
(risco	de	default).
Na	 escritura	 de	 emissão	 de	 uma	 debênture	 estão	 descritas	 as
condições	sob	as	quais	ela	será	emitida,	tais	como	direitos	conferidos
pelos	títulos,	deveres	da	emissora,	montante	da	emissão	e	quantidade
de	títulos,	datas	de	emissão	e	vencimento,	condições	de	amortização
e	 remuneração,	 juros,	 prêmio	 etc.	 A	 data	 de	 resgate	 de	 cada	 título
deve	estar	definida	na	escritura	de	emissão.	A	companhia	pode	ainda
emitir	títulos	sem	vencimento,	também	conhecidos	como	debêntures
perpétuas.
É	permitido	a	repactuação	das	condições	de	uma	debênture	para
que	 a	 companhia	 adeque	 seus	 títulos	 periodicamente	 às	 condições
vigentes	 no	 mercado.	 Na	 repactuação	 a	 emissora	 está	 obrigada	 a
recomprar	 os	 títulos	 dos	 debenturistas	 que	 não	 aceitarem	 as	 novas
condições	propostas.	Os	debenturistas	têm	proteção	legal	por	meio	da
escritura	de	emissão	e	do	agente	fiduciário.
O	preço	de	mercado	de	uma	debênture	é	calculado	atualizando-se
o	 preço	 de	 emissão	 do	 título	 conforme	 as	 condições	 descritas	 na
escritura	 de	 emissão,	 podendo	 a	 rentabilidade	 do	 título	 ser	 fixa,
variável,	 ou	 ainda,	 uma	 combinação	 de	 ambos,	 quando	 a
rentabilidade	fica	vinculada	a	uma	participação	dos	lucros	da	empresa
ou	à	algum	indicador	econômico.
“A	 educação	 tem	 raízes	 amargas,	 mas	 os	 seus	 frutos	 são
doces”.
Aristóteles
Tanto	as	debêntures	não	conversíveis	como	as	conversíveis	podem
ser	negociadas	no	mercado	secundário	a	qualquer	momento,	o	que
garante	 o	 resgate	 antecipado	 do	 valor	 investido	 e	 a	 liquidez	 dos
ativos.	O	fator	de	rentabilidade	de	uma	debênture	pode	ter	como	base
os	 coeficientes	 fixados	 para	 corrigir	 títulos	 públicos	 (Selic,	 IPCA),
variação	da	taxa	cambial	ou	outros	referenciais,	tal	como	o	CDI.
É	 muito	 comum	 a	 combinação	 de	 uma	 taxa	 de	 juros	 prefixada
acrescida	 da	 taxa	 anual	 algum	 indexador,	 IPCA,	 IGP-M,	 etc.	 De
maneira	 geral,	 quanto	 maior	 for	 a	 percepção	 de	 risco	 de	 uma
empresa,	maior	será	a	remuneração	que	suas	debêntures	pagarão	ao
investidor.	 Da	 mesma	 forma,	 as	 debêntures	 com	 prazos	 de	 resgate
mais	longos	também	oferecerão	uma	maior	rentabilidade.
Assim,	 o	 valor	 nominal	 atualizado	 de	 uma	 debênture	 equivale	 ao
seu	 preço	 de	 lançamento	 acrescido	 da	 rentabilidade	 do	 período
apurado,	a	qual	é	definida	pela	taxa	de	juro	que	o	título	foi	negociado
no	mercado	no	momento	de	seu	lançamento	(taxa	de	juro	nominal).
	 Como	 exemplo,	 o	 preço	 de	 uma	 debênture	 indexada	 à	 taxa	 Selic
sofrerá	influência	direta	caso	haja	variação	dessa	taxa.
Se	a	taxa	de	juros	subir	o	seu	valor	no	mercado	secundário	será
inferior	 ao	 seu	 valor	 nominal.	 Se	 a	 taxa	 de	 juro	 cair	 o	 seu	 valor	 de
negociação	 será	 maior	 que	 o	 nominal.	 Assim	 como	 nos	 títulos
públicos,	o	investidor	poderá	então	obter	um	retorno	maior	ou	menor
ao	 acordado	 no	 momento	 da	 compra,	 caso	 realize	 uma	 venda
antecipada	da	debênture.
Outro	fator	que	deve	ser	considerado	é	o	risco	de	inadimplência	das
empresas	 emissores	 de	 debêntures.	 Com	 frequência,	 as	 empresas
pagam	 para	 que	 suas	 dívidas	 sejam	 classificadas.	 As	 duas
principais	empresas	de	classificação	de	risco	de	títulos	de	dívida	são
a	Moody’s	e	a	Standard	&	Poor’s	(S&P).	As	classificações	do	risco	de
dívidas	 (ratings)	 são	 uma	 avaliação	 da	 qualidade	 de	 crédito	 da
empresa	 emitente.	 As	 definições	 de	 crédito	 usadas	 pela	 Moody’s	 e
pela	 S&P	 se	 baseiam	 na	 probabilidade	 de	 a	 empresa	 ficar
inadimplente	 e	 na	 proteção	 que	 os	 credores	 têm	 contra	 a
inadimplência.
“Os	 ricos	 compram	 ativos,	 os	 pobres	 só	 tem	 despesas	 e	 a
classe	média	compra	passivos	pensando	que	são	ativos.”.
Robert	Kiyosaki
A	classificação	mais	alta	que	a	dívida	de	uma	empresa	pode	ter	é
AAA	ou	Aaa,	e	tal	dívida	é	julgada	a	de	melhor	qualidade	e	de	mais
baixo	 grau	 de	 risco.Uma	 grande	 parte	 das	 dívidas	 corporativas
assume	 a	 forma	 de	 títulos	 de	 baixo	 grau,	 ou,	 especulativos	 (junk).
Esses	 títulos	 de	 dívida	 são	 classificados	 abaixo	 do	 grau	 de
investimento	 pelas	 principais	 agências	 de	 classificação.	 Por	 outro
lado,	justamente	por	oferecerem	maior	risco	normalmente	tais	títulos
oferecem	maiores	taxas	de	retornos	para	atrair	os	investidores.	Títulos
de	 dívida	 com	 grau	 de	 investimento	 são	 aqueles	 com	 classificação
mínima	BBB	pela	S&P	ou	Baa	pela	Moody’s.
As	 classificações	 do	 risco	 de	 crédito	 são	 importantes,	 porque
inadimplências	 realmente	 ocorrem,	 e,	 nestes	 casos,	 os	 investidores
podem	 sofrer	 grandes	 prejuízos.	 Em	 2000	 a	 AmeriServe	 Food
Distribution	 S/A,	 que	 abastecia	 restaurantes	 como	 o	 Burger	 King,
desde	 os	 hambúrgueres	 até	 os	 brindes,	 ficou	 inadimplente	 em
US$200	milhões	em	títulos	especulativos.	Depois	da	inadimplência,	os
títulos	 foram	 negociados	 a	 apenas	 US$0,18,	 deixando	 os
investidores	com	um	prejuízo	de	mais	de	US$160	milhões.
No	Brasil	as	debêntures	ainda	não	estão	muito	popularizadas	entre
os	investidores	pessoa	física.	Apesar	de	haver	um	grande	volume	de
dinheiro	 captado	 pelas	 empresas	 de	 capital	 aberto	 através	 do
lançamento	de	debêntures,	a	grande	heterogeneidade	desses	títulos	e
seu	baixo	incentivo	para	o	pequeno	investidor	fazem	com	que	sejam
majoritariamente	adquiridos	por	investidores	institucionais	através	de
operações	de	larga	escala,	o	que	reduz	o	número	de	negociações	no
mercado	secundário	e,	consequentemente,	diminui	sua	liquidez.	Outro
fator	 que	 gera	 desinteresse	 por	 parte	 do	 pequeno	 investidor	 é	 a
dificuldade	em	calcular	os	preços	“justos”	das	debêntures,	devido	ao
grande	número	de	variáveis	envolvidas.
A	emissão	de	debêntures	mais	homogêneas,	cujo	retorno	estivesse
atrelado	à	taxa	SELIC	mais	um	bônus	anual,	por	exemplo,	juntamente
com	 a	 pulverização	 em	 pequenos	 lotes	 na	 sua	 emissão,
possibilitaria	 o	 aumento	 da	 liquidez,	 aumentando	 assim	 a	 demanda
por	estes	títulos	entre	investidores	pessoa	física.	Portanto,	sendo	as
debêntures	 ativos	 com	 menor	 liquidez	 em	 relação	 à	 ações,	 o
investidor	 deverá	 ficar	 atento	 às	 condições	 de	 mercado	 quando
desejar	vender	uma	debênture	antes	de	seu	vencimento.
“Na	 vida	 as	 coisas	 são	 simples.	 São	 as	 pessoas	 que	 as
complicam”.
Capital	e	Valor
Títulos	 Públicos	 (Tesouro	 Direto)	 –	 São	 títulos	 emitidos	 pelos
governos	federal,	estadual	e	municipal	para	se	financiarem	e	cobrirem
suas	despesas.	São	chamados	de	títulos	de	dívida	pública.	Entre	os
principais	 títulos	 públicos	 federais	 estão	 as	 Notas	 do	 Tesouro
Nacional,	 Letras	 do	 Tesouro	 Nacional	 e	 as	 Letras	 Financeiras	 do
Tesouro.	Um	título	do	Tesouro	é	um	título	público	emitido	pelo	Tesouro
Nacional	e	constitui	parte	da	dívida	pública	do	país.	Já	o	CDB	e	as
Debêntures	 são	 títulos	 privados,	 ou	 seja,	 emitidos	 por	 instituições
financeiras	privadas.
Ao	contrário	do	que	muitos	acreditam	a	maioria	dos	títulos	públicos
não	são	investimentos	de	renda	fixa	assim	como	a	poupança	e	o	CDI.
O	preço	de	cada	título	além	de	ser	definido	a	mercado	em	função	da
maior	 ou	 menor	 demanda,	 sofre	 influência	 direta	 por	 variações	 dos
indexadores,	 tais	 como	 mudanças	 na	 taxa	 básica	 de	 juros	 e	 outros
índices	 como	 inflação	 (IPCA)	 e	 IGP-M.	 Quanto	 maior	 o	 prazo	 de
vencimento	de	título	maior	será	influência	dessas	variações	em	seu
preço.
No	 caso	 da	 venda	 antecipada	 do	 título	 pelo	 investidor,	 o	 Tesouro
Nacional	recompra	o	título	com	base	em	seu	valor	de	mercado.	Caso
o	 investidor	 mantenha	 seu	 título	 até	 o	 vencimento,	 receberá	 a
rentabilidade	 pactuada	 no	 momento	 da	 compra,	 independentemente
das	condições	de	mercado.
No	momento	da	compra	de	um	título	público	é	cobrada	uma	taxa	de
negociação	 de	 0,10%	 sobre	 o	 valor	 da	 operação.	 Há	 também	 uma
taxa	de	0,30%	ao	ano	sobre	o	valor	dos	títulos	referente	à	custódia
dos	mesmos	e	às	informações	e	movimentações	dos	saldos,	cobrada
a	 cada	 semestre	 ou	 no	 encerramento/vencimento	 da	 posição.	 Essa
taxa	 é	 cobrada	 proporcionalmente	 ao	 período	 em	 que	 o	 investidor
mantiver	 o	 título	 a	 cada	 semestre	 ou	 no	 encerramento	 da	 posição,
sendo	 calculada	 até	 o	 saldo	 de	 R$	 1.500.000,00	 por	 conta	 de
custódia.
Os	 agentes	 de	 custódia	 (corretoras)	 também	 cobram	 taxas	 de
serviços	 livremente	 acordadas	 com	 os	 investidores.	 As	 taxas
cobradas	 por	 instituição	 estão	 disponíveis	 para	 consulta	 no	 site	 do
Tesouro	 Direto,	 devendo	 o	 investidor	 confirmá-las	 no	 momento	 da
contratação.	 Algumas	 corretoras	 não	 cobram	 taxa	 de	 serviço	 sobre
operações	no	Tesouro	Direto,	o	que	torna	esse	tipo	de	investimento
muito	 atraente	 dado	 o	 baixo	 valor	 das	 taxas	 de	 administração	 em
relação	a	investimentos	em	fundos	de	renda	fixa.	Dentre	os	principais
aspectos	dos	títulos	públicos	estão:
Valor	de	Face	ou	Valor	Nominal:		Representa	o	montante	que	o
proprietário	 do	 título	 irá	 receber	 quando	 este	 vencer.	 No	 caso	 dos
títulos	prefixados	(LTN	e	NTN-F)	o	valor	de	face	é	de	R$	1000,00.	Já
no	caso	dos	pós-fixados	indexados	ao	IPCA	(NTN-B,	NTN-B	principal
e	NTN-C)	ao	IGP-M	(NTN-C)	e	à	taxa	SELIC	(LFT)	o	valor	pago	no
momento	 da	 compra	 é	 atualizado	 por	 esses	 índices	 ao	 longo	 do
tempo	e	no	seu	vencimento	o	investidor	recebe	o	valor	de	mercado	do
título.
Valor	de	Mercado:		É	o	preço	que	o	título	está	sendo	negociado
atualmente	 no	 mercado.	 Caso	 o	 investidor	 o	 venda	 antes	 do	 seu
vencimento,	será	esse	valor	que	receberá.
Data	de	Vencimento:	É	a	data	prevista	para	o	pagamento	do	valor
de	face	do	título,	momento	em	que	o	investimento	está	marcado	para
ser	encerrado	e	o	título	deixará	de	existir.	Contudo,	nada	impede	que
qualquer	título	seja	vendido	antecipadamente	pelo	preço	de	mercado.
Os	6	dígitos	que	acompanham	o	código	do	título	identificam	sua	data
de	vencimento.	Ex	NTN-F010117	–	Nota	do	Tesouro	Nacional	série	F
com	 vencimento	 em	 1º	 de	 janeiro	 de	 2017.	 O	 vencimento	 ocorre
automaticamente,	sendo	o	valor	de	face/mercado	depositado	na	conta
do	investidor	com	seu	agente	de	custódia.
Cupom	de	Juros:	Valor	pago	semestralmente	referente	aos	juros
dos	 títulos	 NTN-F,	 NTN-B	 e	 NTN-C.	 Funciona	 como	 uma	 receita
periódica	para	o	investidor,	esse	valor	é	pago	sobre	o	valor	de	compra
do	título	e	a	sua	taxa	é	acordado	no	momento	da	compra.	No	caso	de
uma	 NTN-F	 010117	 com	 taxa	 de	 10%	 a.a.,	 o	 pagamento	 dos	 juros
ocorrerá	nos	dias	1º	de	janeiro	e	1º	de	julho	de	cada	ano,	5%	em	cada
período.
Os	 títulos	 prefixados	 NTN-F	 recebem	 um	 cupom	 fixo	 de	 juros
semestral.	Os	títulos	pós-fixados	NTN-B	recebem	um	cupom	variável
de	 juros	 semestral.	 Uma	 parte	 do	 juros	 da	 NTN-B	 se	 refere	 a	 taxa
acordada	no	momento	da	compra	(parte	fixa)	e	a	outra	se	refere	ao
resultado	do	indexador		no	período	(parte	variável).
No	 caso	 dos	 demais	 títulos	 (LTN,	 LFT	 e	 NTN-B	 Principal)	 não
ocorrem	o	pagamento	semestral	de	juros.	O	valor	pago	pelo	título	no
momento	 da	 compra	 é	 corrigido	 com	 o	 passar	 do	 tempo	 pelo	 seu
indexador	e	pela	taxa	de	juros	acordada.	No	seu	vencimento	ou	na
venda	antecipada	o	investidor	receberá	o	preço	de	mercado	do	título,
tendo	 sido	 todo	 o	 seu	 rendimento	 embutido	 no	 seu	 preço.	 Vale
ressaltar	que	nesses	títulos	a	alíquota	de	IR	incide	apenas	uma	vez,
no	 momento	 da	 venda	 ou	 no	 vencimento	 do	 título,	 sendo	 um
diferencial	vantajoso	no	longo	prazo	em	relação	aos	títulos	que	pagam
cupons	semestrais.
“Se	 você	 não	 estiver	 gostando	 do	 andamento	 do	 mercado
ou	 não	 tem	 nenhuma	 boa	 razão	 para	 comprar,	 nunca	 é	 tarde
demais	para	vender	e	embolsar	o	dinheiro”.
Com	relação	à	liquidez,	o	investidor	pode	comprar	e	vender	títulos
públicos	 a	 qualquer	 dia.	 Existem	 basicamente	 dois	 tipos	 de	 títulos
públicos,	os	pós-fixados	e	os	prefixados.	Nos	títulos	prefixados	toda	a
rentabilidade	é	definida	no	momento	da	compra,	são	eles:
LTN	 –	 Letra	 do	 Tesouro	 Nacional	 –	 Possui	 fluxo	 de	 pagamento
simples,	ou	seja,	o	investidor	faz	a	aplicação	e	recebe	o	valor	de	face
(valor	 investido	 somado	 à	 rentabilidade)	 na	 data	 de	 vencimento	 do
título.	O	valor	de	vencimento	de	uma	LTN	é	de	R$	1000,00.	Logo,	um
investidor	que	compre	uma	LTN	em	01/01/2012	com	vencimento	em
01/01/2013	 e	 com	 taxa	 de	 10,10%	 ao	 ano	 por	 R$	 908,63,	 terá
acumulado	R$	91,77	de	juro	até	essa	data	de	vencimento.
Apesar	 do	 preço	 desse	 título	 ser	 definido	 a	 mercado,	 dado	 seu
menor	prazo	de	vencimento	em	relação	aos	demais	títulos,	uma	LTN
sofre	pouca	influência	das	variações	da	taxa	de	juros.	Os	títulos	de
curto	prazo	apresentam	maior	estabilidade	com	relação	à	flutuação	da
taxa	de	juros,	sendo	o	impacto	de	sua	elevação	ou	de	sua	redução
diluído	por	um	prazo	de	vencimento	muito	pequeno.
Dessa	maneira,	o	preço	das	LTNs	tende	a	se	valorizar	diariamente
com	o	passar	do	tempo,	sendo	o	valor	de	vencimento	(R$	1000,00)
garantido	 para	 quem	 mantiver	 o	 título	 até	 tal	 data.	 Dificilmente	 um
investidor	terá	prejuízo	caso	faça	uma	venda	antecipada	de	uma	LTN.
Abaixo	 temos	 um	 gráfico	 do	 preço	 de	 mercado	 de	 uma	 LTN	 com
vencimento	 em	 janeiro	 de	 2012.	 Seu	 preço	 de	 emissão	 foi	 de
R$	736,92	a	uma	taxa	de	11,41%	ao	ano.
“A	 ambição	 universal	 das	 pessoas	 é	 viver	 colhendo	 o	 que
nunca	plantaram.”
Adam	Smith
NTN-F	-	 Notas	 do	 Tesouro	 Nacional	 –	 São	 títulos	 prefixados	 que
possuem	 maiores	 prazos	 de	 vencimento	 em	 relação	 às	 LTNs.	 O
pagamento	dos	juros	ocorre	semestralmente	na	conta	do	investidor	e
o	 valor	 de	 vencimento	 também	 é	 de	 R$	 1000,00.	 Ao	 longo	 do
semestre	 o	 valor	 do	 título	 é	 acrescido	 dos	 juros,	 em	 janeiro	 e	 julho
este	 valor	 é	 descontado	 do	 título	 e	 pago	 diretamente	 na	 conta	 do
investidor	em	sua	corretora.
Por	 exemplo,	 um	 investidor	 que	 comprou	 uma	 NTN-F	 em
01/01/2011	com	vencimento	em	01/01/2017	e	com	taxa	de	12,13%	ao
ano	 por	 R$	 915,92,	 receberá	 o	 valor	 de	 R$	 1000,00	 na	 data	 de
vencimento.	Além	disso,	a	taxa	de	rentabilidade	acordada	será	paga
semestralmente	 durante	 esse	 período	 de	 6	 anos	 sob	 a	 forma	 de
cupom	semestral	no	valor	de	R$	55,50	por	semestre.
Em	razão	do	seu	prazo	de	vencimento	ser	mais	longo,	o	preço	de
uma	 NTN-F	 sofre	 grande	 influência	 de	 mudanças	 na	 taxa	 de	 juros.
Havendo	 corte	 na	 taxa	 de	 juros	 o	 valor	 de	 mercado	 do	 título	 irá	 se
valorizar	 e,	 havendo	 aumento	 irá	 se	 desvalorizar.	 Para	 aqueles	 que
pretendem	garantir	uma	taxa	fixa	de	juros	e	carregar	esse	título	até
seu	vencimento	essa	variação	no	seu	preço	de	mercado	não	será	tão
importante.
Entretanto,	caso	o	investidor	queira	vender	uma	NTN	antes	de	seu
vencimento	poderá	ter	prejuízo	caso	o	preço	de	mercado	no	momento
da	 venda	 estiver	 abaixo	 do	 preço	 em	 que	 comprou	 o	 título.	 Assim,
para	 quem	 pretende	 vender	 o	 título	 antes	 do	 vencimento	 o	 ideal	 é
comprá-lo	 quando	 a	 taxa	 de	 juros	 estiver	 em	 viés	 de	 baixa,	 pois	 o
potencial	de	aumento	no	preço	de	mercado	do	título	será	maior.
Por	 outro	 lado,	 a	 inflação	 afeta	 diretamente	 todos	 os	 títulos
prefixados,	 pois	 seu	 aumento	 faz	 com	 que	 o	 retorno	 real	 do	 título
diminua.	Por	exemplo,	um	título	prefixado	que	paga	uma	taxa	de	12%
ao	ano	num	cenário	de	inflação	de	6%	terá	uma	rentabilidade	nominal
de	6%.	Caso	a	inflação	aumente	para	8%	ao	ano	essa	rentabilidade
diminuirá	para	4%.
Vale	 ressaltar	 que	 o	 preço	 de	 mercado	 de	 uma	 NTF	 pode
ultrapassar	o	seu	valor	de	face,	situação	em	que	será	mais	vantajoso
para	 o	 investidor	 vendê-la	 quando	 próximo	 da	 data	 de	 vencimento,
pois	no	vencimento	receberá	do	Tesouro	Nacional	R$	1.000,00	pelo
título,	independente	de	seu	preço	de	mercado	estar	acima	ou	abaixo
desse	valor.
Abaixo	temos	o	gráfico	do	preço	de	mercado	de	uma	NTN-F	com
vencimento	 em	 janeiro	 de	 2017.	 É	 possível	 observar	 a	 grande
variação	de	seu	preço	de	mercado	em	função	das	alterações	na	taxa
de	juros	e	do	pagamento	dos	cupons	semestrais	de	juros.
“O	risco	é	uma	escolha	e	não	um	destino”.
Capital	e	Valor
De	 forma	 resumida,	 os	 títulos	 prefixados	 garantem	 uma
rentabilidade	 fixa	 até	 seu	 vencimento,	 definida	 no	 momento	 da
compra.	Em	razão	disso,	não	protegem	o	investidor	contra	elevações
da	 taxa	 de	 juros	 ou	 da	 inflação,	 sujeitando-o	 à	 perda	 de	 seu	 poder
aquisitivo	caso	isso	ocorra.
Por	 outro	 lado,	 num	 cenário	 econômico	 de	 corte	 de	 juros	 ou	 de
queda	 da	 inflação	 o	 investidor	 se	 protegerá	 melhor	 com	 títulos
prefixados,	pois	terá	travado	a	taxa	de	juros	mais	alta	no	momento	da
compra	do	título,	garantindo	uma	rentabilidade	maior	no	longo	prazo.
Os	títulos	pós-fixados,	por	sua	vez,	possuem	prazos	de	vencimento
muito	 maiores	 do	 que	 os	 prefixados.	 Maiores	 prazos	 significam,
portanto,	maior	sensibilidade	às	variações	de	preços	provocadas	por
variações	nas	taxas	de	juro	e	na	inflação.	Essa	maior	sensibilidade	se
aplica	tanto	para	aumentos	como	para	reduções	da	taxa	de	juros	e	da
inflação.	
Nesses	 títulos	 parte	 da	 rentabilidade	 é	 definida	 no	 momento	 da
compra	e	outra	fica	vinculada	a	algum	indicador.	Atualmente	eles	são
vinculados	 à	 variação	 da	 inflação	 anual	 (IPCA)	 ou	 do	 IGP-M,
acrescida	dos	juros	definidos	no	momento	da	compra,	ou,	vinculados
à	taxa	Selic.
Assim,	a	rentabilidade	nominal	é	incerta,	pois	depende	da	evolução
do	 indexador,	 e	 no	 caso	 das	 NTN-Bs,	 os	 títulos	 ficam	 sujeitos	 à
volatilidade	no	mercado	secundário,	em	função	das	expectativas	dos
agentes	financeiros	com	relação	à	inflação	e	à	taxa	Selic.	Já	as	LFTs
não	sofrem	com	a	variação	do	preço	de	mercado	assim	como	ocorre
com	 as	 NTN-F	 e	 mais	 ainda	 com	 as	 NTN-B,	 apenas	 a	 sua
rentabilidade	 aumentará	 ou	 diminuirá	 de	 acordo	 com	 a	 variação	 na
taxa	de	juros.	Os	títulos	pós-fixados	são:
NTN-B	Principal	–	Notas	do	Tesouro	Nacional	–	Série	B	–	Principal
–	 Assim	 como	 as	 LTN,	 possuem	 fluxo	 de	 pagamento	 simples.	 O
investidor	 faz	 a	 aplicação	 e	 recebe	 o	 valor	 de	 face	 na	 data	 de
vencimento	do	título	(valor	investido	somado	à	rentabilidade	acordada
no	 momento	 da	 compra	 acrescida	 do	 IPCA	 anual).	 O	 pagamento	 é
único	e	é	feito	na	data	de	vencimento.
Por	exemplo,	um	investidor	que	comprou	uma	NTN-B	Principal	em
13/12/2012	 com	 vencimento	 em	 15/05/2035	 pactuou	 uma	 taxa	 de
4,19%	ao	ano,	acrescida	do	IPCA	anual	durante	o	período.
“A	sobrevivência	no	mercado	financeiro	ás	vezes	implica	bater
rapidamente	em	retirada.”.
George	Soros
NTN-B	-	 Notas	 do	 Tesouro	 Nacional	 –	 Série	 B	 –	 Assim	 como	 as
NTN-F,	 o	 pagamento	 do	 juro	 acordado	 acrescido	 do	 IPCA	 ocorre
semestralmente	 na	 conta	 do	 investidor,	 o	 qual	 receberá	 o	 valor	 de
mercado	do	título	na	data	do	vencimento.
Por	 exemplo,	 um	 investidor	 que	 comprou	 uma	 NTN-B	 em
13/12/2012	 com	 vencimento	 em	 15/05/2035	 pactuou	 uma	 taxa	 de
3,93%	 ao	 ano,	 acrescida	 do	 IPCA	 anual	 durante	 o	 período.
Semestralmente	 será	 pago	 o	 cupom	 de	 juros	 referente	 a	 taxa	 de
1,96%,	acrescida	do	IPCA	do	último	semestre.
A	 rentabilidade	 dos	 títulos	 indexados	 à	 inflação	 é	 composta	 por
duas	partes	–	uma	variável	e	uma	fixa.	A	parte	fixa	é	o	juro	pactuado
no	momento	da	compra	e	a	parte	variável	é	o	valor	do	IPCA	anual.
Diferente	dos	títulos	prefixados,	em	que	a	variação	na	taxa	de	juros	é
o	fator	que	mais	influencia	o	preço	de	mercado	dos	títulos,	nos	títulos
pós-fixados	 indexados	 à	 inflação,	 tanto	 a	 redução	 da	 taxa	 de	 juros
como	o	aumento	do	IPCA	fazem	com	que	seu	preço	de	mercado	se
valorize.
Ao	contrário	da	NTN-B,	a	NTN-B	principal	não	paga	o	juro	+	IPCA
semestralmente,	 os	 quais	 são	 reinvestidos	 anualmente	 no	 próprio
título,	 funcionando	 assim	 como	 um	 tipo	 de	 juros	 compostos,	 o	 que
aumenta	significativamente	o	retorno	desse	título	no	longo	prazo.	Isso
porque	o	imposto	de	renda	é	pago	de	uma	só	vez	sobre	o	total	dos
rendimentos,	ao	contrário	dos	títulos	que	pagam	cupons	semestrais,
sobre	 os	 quais	 é	 descontada	 semestralmente	 a	 alíquota	 de	 IR,
diminuindo	a	sua	rentabilidade	no	longo	prazo	em	relação	aos	títulos
que	não	pagam	cupom	de	juros.
No	 gráfico	 abaixo	 temos	 a	 evolução	 do	 preço	 de	 uma	 NTN-B
principal	 com	 vencimento	 em	 2035.	 Esse	 título	 obteve	 uma	 grande
rentabilidade	entre	2011	e	meados	de	2012	em	função	de	um	cenário
de	redução	da	taxa	de	juros	e	aumento	da	inflação.
“O	truque	é:	quando	não	há	nada	a	fazer,	não	faça	nada.”.
Warren	Buffett
NTN-C	–	Notas	do	Tesouro	Nacional	Notas	do	Tesouro	Nacional	–
Série	C	–	Segue	as	mesmas	regras	da	NTN-B,	mas	é	indexado	ao
IGP-M.	 O	 pagamento	 do	 juro	 acordado	 é	 acrescido	 da	 variação	 do
IGP-M	 e	 ocorre	 semestralmente	 na	 conta	 do	 investidor,	 o	 qual
receberá	o	valor	de	mercado	do	título	na	data	do	vencimento.
Em	 condições	 inflacionárias	 normais	 os	 títulos	 do	 Tesouro	 Direto
indexados	 ao	 IPCA	 fornecem	 uma	 boa	 proteção	 contra	 a	 inflação,
proporcionando	 assim	 uma	 rentabilidade	 real,	 ou	 seja,	 o	 seu
rendimento	supera	o	IPCA	no	final	do	período	de	vigência.	Por	essa
razão,	 é	 bastante	 indicado	 para	 investidores	 que	 têm	 interesse	 na
formação	de	poupança	de	longo	prazo,	pois	garantem	a	rentabilidade
real,	ou	seja,	o	valor	investido	será	corrigido	pela	inflação	do	período.
E	 conforme	 dito	 anteriormente,	 a	 inflação	 é	 o	 fator	 que	 causa	 a
diminuição	do	poder	aquisitivo	ao	longo	do	tempo.
Contudo,	o	fato	é	que	na	prática	o	cálculo	dos	índices	de	inflação,
além	de	ser	arbitrário	e	controverso,	não	corresponde	à	inflação	dos
bens	 que	 são	 consumidos	 ou	 adquiridos	 pelo	 investidor.	 Ainda	 que
esteja	 de	 certa	 forma	 melhor	 protegido	 com	 títulos	 pós-fixados,
mesmo	assim	o	investidor	não	terá	uma	proteção	plena	do	valor	real
investido.
“O	 pessimista	 reclama	 do	 vento,	 o	 otimista	 espera	 que	 este
mude	de	direção,	o	realista	ajusta	as	velas	do	barco”.
William	Arthur	Ward
LFT	-	Letras	Financeiras	do	Tesouro	–	São	títulos	cuja	rentabilidade
é	vinculada	à	taxa	Selic.	Sua	remuneração	é	dada	pelo	acúmulo	da
taxa	 SELIC	 diária	 registrada	 entre	 a	 data	 da	 compra	 e	 a	 data	 de
vencimento	 do	 título.	 O	 pagamento	 é	 realizado	 por	 fluxo	 simples,	 o
investidor	 recebe	 o	 valor	 investido	 acrescido	 dos	 juros	 na	 data	 do
vencimento	ou	da	venda	do	título.	Seu	valor	de	mercado	é	corrigido
de	acordo	com	a	taxa	Selic	ao	longo	do	tempo.
Apenas	no	caso	das	LFTs	o	valor	do	título	não	flutua	em	razão	da
variação	 na	 	 taxa	 de	 juros,	 apenas	 sua	 rentabilidade.	 Ou	 seja,	 seu
preço	de	mercado	é	sempre	crescente,	incorporando	dia	a	dia	os	juros
calculados	com	base	na	taxa	SELIC.
Assim,	o	investidor	que	comprou	uma	LFT	a	R$	1.000,00	e	a	taxa
SELIC	no	momento	da	compra	estava	em	12%	ao	ano,	caso	o	valor
da	 SELIC	 se	 mantiver	 estável,	 ele	 terá	 um	 título	 com	 preço
aproximado	de	R$	1.010,00	no	mês	seguinte,	pois	o	título	incorporou
os	juros	pagos	naquele	período,	havendo	pouco	risco	de	flutuação	do
valor	de	face	do	título.
Caso	 haja	 redução	 da	 taxa	 Selic,	 a	 rentabilidade	 de	 uma	 LFT	 irá
diminuir	e,	caso	haja	aumento,	irá	aumentar.	Entretanto,	seu	preço	de
mercado	 nunca	 irá	 diminuir,	 apenas	 a	 sua	 rentabilidade	 é	 que	 irá
variar	de	acordo	com	a	evolução	da	taxa	Selic.	São	mais	indicados
para	investidores	com	extrema	aversão	ao	risco,	ou	seja,	aqueles	que
possam	 vir	 a	 precisar	 do	 valor	 investido	 em	 algum	 momento	 em
breve,	pois	com	esses	títulos	o	investidor	terá	baixíssimo	risco	de	que
o	preço	de	venda	seja	inferior	ao	preço	de	compra.
As	 LFT’s	 são	 títulos	 indicados	 principalmente	 para	 cenários
econômicos	com	tendência	de	aumento	na	taxa	de	juros	e	redução	da
inflação,	situação	em	que	os	preços	de	mercado	dos	demais	títulos
pós-fixados,	 bem	 como	 dos	 pré-fixados,	 diminuirão	 em	 razão	 dos
sucessivos	 aumentos	 da	 Selic.	 Além	 disso,	 a	 rentabilidade	 de	 uma
LFT	 irá	 aumentar	 de	 acordo	 com	 os	 aumentos	 da	 Selic,
diferentemente	 dos	 demais	 títulos,	 os	 quais	 além	 de	 estarem
proporcionando	 taxas	 menores	 em	 relação	 às	 atuais,	 terão	 seus
preços	de	mercado	prejudicados.
Num	 horizonte	 de	 longo	 prazo	 (acima	 de	 3	 anos),	 nenhum
investimento	de	renda	fixa	proporcionará	uma	rentabilidade	maior	do
que	LTNs	ou	LFTs,	ou	ainda,	maior	do	que	a	rentabilidade	de	um	título
pós-fixado.	Abaixo	temos	o	gráfico	do	preço	de	mercado	de	uma	LTF
emitida	 em	 13/11/2006	 com	 vencimento	 em	 7/3/2012,	 o	 preço	 de
mercado	 se	 valoriza	 diariamente	 de	 acordo	 com	 a	 taxa	 Selic	 do
período.
“A	 economia,	 que	 é	 uma	 virtude,	 é	 uma	 necessidade	 na
pobreza,	um	ato	de	juízo	na	mediania,	e	na	opulência	um	vício”.
Bernard	Fontenelle
Mudanças	 na	 taxa	 de	 juros	 causam	 significativos	 impactos	 na

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Estrategias de investimentos no mercado financeiro helio santiago-1-50

  • 1.
  • 2. Prefácio Para muitas pessoas os movimentos de alta e de baixa no mercado são misteriosos, sendo bastante influenciados por notícias, muitas vezes ocorrendo quando menos esperado. Mas a verdade é que o mercado não é tão difícil de ser entendido e acompanhado. É preciso apenas compreender a psicologia, as estratégias e a lógica envolvida neste complexo “jogo”. O mercado recompensa através de várias estratégias e possibilidades de negócios quando encarado com maturidade e bom senso. É uma atividade lucrativa e um desafio intelectual para aqueles que têm sucesso em gerenciar os riscos da renda variável e a disciplina para fazer o que deve ser feito de forma sistemática. Assim como em muitas situações da vida, persistência, paciência, confiança, competência, e acima de tudo, estar disposto a pagar o preço, trarão o resultado desejado. Nossa intenção ao escrever o conteúdo do Capital e Valor foi explicar o mercado de capitais e as estratégias de operações, bem como demonstrar os principais mecanismos para sua análise, desde uma perspectiva focada para investidores de longo prazo até estratégias para especuladores, fornecendo informações e mecanismos para que o investidor se torne auto-suficiente e conquiste sua independência financeira, pois para ganhar no mercado não se deve depender de ninguém. “Muitos querem aquilo que você tem hoje, mas quando souberem o preço que você pagou por isso irão desistir”. João C. Filho O conteúdo do Capital e Valor visa orientar o desenvolvimento de uma metodologia objetiva para operar e analisar o mercado de forma consciente, demonstrando as diferentes estratégias para momentos
  • 3. de alta e de baixa, incluindo técnicas de gerenciamento de risco e de proteção de capital. Não é um método milagroso de enriquecimento, tão pouco dicas de investimentos, mas uma visão realista sobre o mercado financeiro, embasada por informações de qualidade para investidores conscientes e racionais, cujo objetivo é lhe auxiliar a desenvolver o seu potencial de investir bem o seu dinheiro e a garantir a sua prosperidade. Através de uma linguagem simples e exemplos práticos o Capital e Valor apresenta informações e estudos para orientar e inserir o investidor no mercado financeiro. O conteúdo aborda as diversas estratégias operacionais, avaliando a relação entre risco e rentabilidade, bem como as técnicas de análise do mercado. Através de conhecimento e informações de qualidade você transformará a maneira como lida com o dinheiro e, principalmente, a forma como investe o seu patrimônio. Mais do que nunca o mercado de capitais está cada vez mais popularizado no Brasil e acessível para os investidores, sendo fundamental para a consolidação de uma cultura de poupança de longo prazo no país. Todo investimento deve ser encarado como um compromisso por quem o faz. Isso significa dedicar tempo para estudar, para acompanhá-lo e, principalmente, para avaliá-lo. Não tenha dúvida de que no longo prazo o retorno de seus investimentos será diretamente proporcional ao seu comprometimento aos mesmos. Com o passar do tempo as experiências no mercado acabam por revelar muito de nós mesmos, sendo uma atividade em que além do crescimento financeiro ocorre o crescimento como indivíduo. Temos então dois objetivos, fazer dinheiro e aprender. Perdendo ou ganhando é preciso tirar algum conhecimento dessas operações com o intuito de tornarmo-nos melhores investidores no futuro. O mercado nos testa constantemente, em cada situação existe uma profunda sabedoria a ser descoberta. Aceite o que o mercado lhe dá com humildade e bom humor, tenha prazer em aprender. Este conteúdo é dedicado a todos aqueles que tiveram a iniciativa e a coragem de buscar seu sucesso investindo no mercado de capitais. Lhe desejamos bons investimentos e sucesso! “Quando eu era jovem pensava que o dinheiro era a coisa mais importante do mundo. Hoje, tenho certeza.”
  • 5. Apresentação do Capital e Valor O Capital e Valor através de uma linguagem simples e exemplos práticos apresenta informações e estudos para orientar e inserir o investidor no mercado financeiro. O conteúdo é direcionado a todos que necessitem de educação financeira para se manterem atualizados, seja para fins pessoais ou profissionais, no intuito de que seus objetivos sejam atingidos por meio do conhecimento e da permanente inovação, promovendo o desenvolvimento de seus próprios métodos e estratégias de investimento e a prosperidade financeira. Embasado pelo conteúdo do Capital e Valor, o investidor tomará decisões mais conscientes e responsáveis, aproveitando melhor as oportunidades de investimento, reduzindo as incertezas, administrando melhor os riscos e maximizando os resultados dos seus investimentos. Por não estar vinculado a nenhum banco, corretora ou qualquer instituição financeira, as informações e as ferramentas disponibilizadas pelo Capital e Valor possuem total independência em defesa dos interesses do investidor. Através de uma visão realista sobre o mercado financeiro, nosso conteúdo aborda as diversas estratégias operacionais, avaliando a relação entre risco e rentabilidade, bem como as técnicas de análise do mercado. Através de conhecimento e informações de qualidade, você transformará a maneira como lida com o dinheiro e, principalmente, a forma como investe o seu patrimônio. Conquiste sua independência financeira aperfeiçoando os seus conhecimentos sobre análise técnica, análise fundamentalista e estratégias de investimento em ações, futuros, opções, títulos do tesouro, fundos de investimento, renda fixa, dentre outros. 5.0 – Estratégias de Investimentos - Abordamos as características dos diferentes tipos de investimentos, da renda fixa à variável, avaliando a relação entre o risco e o retorno dos principais produtos, tais como CDB, LCI, poupança, títulos públicos, fundos de investimento, ações, opções, contratos futuros, dentre outros. Utilizando exemplos práticos e demonstrações de situações reais, apresentamos os procedimentos operacionais e características de cada instrumento, bem como os riscos envolvidos e o potencial de
  • 7. 5.0 - Estratégias de Investimentos Neste primeiro módulo o Capital e Valor aborda as características dos principais produtos de renda fixa e variável e a importância da poupança de longo prazo e da educação financeira para o Brasil. O conteúdo possibilita ao investidor avaliar a relação entre o risco e o retorno dos principais produtos, tais como CDB, títulos públicos, fundos de investimento, debêntures e ações, bem como gerenciar os riscos e otimizar o retorno do investimento, embasando sua tomada de decisão. 5.01 - O Papel do Dinheiro na Vida de Cada Um 5.02 - Aplicar em Renda Fixa ou em Renda Variável, Onde Investir? 5.03 - Investimentos de Renda Fixa 5.04 - Aplicar na Caderneta de Poupança, CDB, CDI, LCI e LCA 5.05 - Investir em Debêntures e Títulos Públicos - Tesouro Direto 5.06 - Como Investir em Fundos De Investimentos? 5.07 - Investimentos de Renda Variável 5.08 - A Importância da Liquidez em um Investimento 5.09 - O Gerenciamento do Risco e do Capital Investido 5.10 - Drawdown – A Medida do Prejuízo em um Investimento O módulo 2 de Estratégias de Investimento aborda as características dos diferentes mercados de renda variável, embasando o investidor no processo de avaliação das opções de investimento e tomada de decisão utilizando demonstrações de situações reais e aplicadas aos conceitos abordados, especialmente no acompanhamento e análise do mercado de ações e suas estratégias de investimento. 5.11 - O que são Índices de Ações? O que é o Ibovespa? 5.12 - A Escolha do Mercado e do Tipo de Investimento 5.13 - O Acompanhamento do Mercado Financeiro 5.14 - Análise de Investimentos e do Mercado Financeiro 5.15 - Como Analisar o Mercado Financeiro?
  • 8. 5.16 - Como Investir no Mercado de Ações? 5.17 - Buy & Hold ou Swing Trade 5.18 - Como montar uma Carteira de Ações? Buy & Hold 5.19 - O Mito do Investimento em IPO - Oferta Pública Inicial 5.20 - Investir em uma Oferta Pública Inicial IPO 5.21 - Como Funciona o Aluguel de Ações? O Módulo 3 de Estratégias de Investimento aborda as características dos mercados futuros e operações estruturadas, apresentando os procedimentos operacionais e características de cada instrumento através de exemplos práticos e da análise da relação risco/retorno em diferentes estratégias, tanto para investimento quanto para hedge. 5.22 - O que são Derivativos? 5.23 - O Mito das Operações Long & Short 5.24 - O Mito do Investimento no Mercado FOREX 5.25 - Como Investir no Mercado a Termo? 5.26 - Estratégias de Investimento no Mercado a Termo 5.27 - Como Investir no Mercado Futuro? 5.28 - Como Realizar Operações no Mercado Futuro? 5.29 - Mini Contratos Futuros - Mini Índice, Mini Dólar e outras Commodities O Módulo 4 de Estratégias de Investimento aborda as características inerentes ao mercado de opções e seus procedimentos operacionais, bem como os riscos envolvidos e o potencial de retorno na utilização desses derivativos como estratégias de investimento e como proteção (hedge). Apresentamos um foco conceitual com demonstrações de situações reais e aplicadas aos conceitos abordados. 5.30 - Como Investir no Mercado de Opções? 5.31 - Como as Opções são Organizadas? 5.32 - Como Funciona a Relação entre as Opções e seu Ativo Objeto?
  • 9. 5.33 - Como é Formado o Prêmio de uma Opção? 5.34 - A Relação entre o Preço do Ativo Objeto e o Preço de Exercício da Opção 5.35 - A Relação entre o Preço de Mercado da Opção e a Passagem do Tempo 5.36 - A Volatilidade Histórica do Preço do Ativo Objeto e o Preço das Opções O Módulo 5 de Estratégias de Investimento aborda as principais estratégias no mercado de opções, contextualizando-as em operações reais, desde a utilização desses instrumentos como proteção para o investidor (hedge), até operações especulativas e spreads (travas), avaliando a relação risco/retorno de cada modalidade. Por último, serão abordadas as estratégias de day trade nos diferentes mercados, contextualizando-as e avaliando a relação risco/retorno. 5.37 - Conclusão sobre os Aspectos e Riscos do Mercado de Opções 5.38 - Estratégias com Opções I – Hedge e Alavancagem 5.39 - Estratégias com Opções II – Venda Coberta 5.40 - Operações de Spread - Travas 5.41 - Trava de Alta / Financiamento 5.42 - Trava de Baixa / Reversão 5.43 - Straddle e Strangle 5.44 - Comprar Opções a Seco 5.45 - Como Realizar Operações de Day Trade? 5.46 - Em Quais Ativos Realizar Day Trade? 5.47 - Day Trade no Mercado de Opções 5.48 - A Estrutura Necessária para Realizar Day Trade 5.49 - Considerações Finais Sobre Investimentos e Bibliografia
  • 10. O Papel do Dinheiro na Vida de Cada Um “Hoje a maioria dos indivíduos pode direcionar suas energias para satisfazer necessidades que vão além de comida e abrigo, mas para isso precisam de dinheiro. O dinheiro evoluiu para ser o objeto de nossas necessidades porque ele representa a maneira como nós podemos nos expressar como indivíduos. Todo comportamento é uma forma de auto-expressão e praticamente todas as maneiras para alguém se expressar na sociedade requerem algum dinheiro. No nível mais profundo da existência social e cultural, o dinheiro representa liberdade de expressão”. Mark Douglas Dinheiro é símbolo de liberdade. O investimento e a utilização correta do dinheiro lhe permitirão desfrutar de uma vida mais confortável e prazerosa. Por isso, é melhor se preocupar em ganhar dinheiro hoje do que deixar para se preocupar com isso depois. O “depois” pode ser tarde demais, restando apenas arrependimentos em sua consciência caso você não reconheça o valor de aproveitar as oportunidades enquanto elas ainda estiverem disponíveis. Contudo, o dinheiro servirá pouco para aquele que não souber administrar seu tempo, pensar com inteligência, ter liberdade e se satisfazer com os prazeres da vida. Para as pessoas ricas o tempo
  • 11. pode ser mais um aliado, um catalisador no processo de geração de renda. Muitas dessas pessoas buscam ainda um melhor aproveitamento de seu tempo, pois sabem que o tempo é mais que dinheiro, e não perdem muito dele com investimentos que não gerem resultados. São pessoas que não desistem facilmente e que exercem ativamente o seu poder de criação e a sua inteligência financeira. O tempo é a maior riqueza de nossas vidas, pois é irrecuperável. E quando gastamos o dinheiro estamos na verdade gastando o tempo que fora ou que será necessário para ganharmos esse dinheiro. Para a maioria das pessoas à medida que o tempo passa o dinheiro diminui, trazendo a sensação de se estar correndo atrás do mesmo o tempo todo, fadadas à escravidão assalariada. Cada vez mais presa em uma rotina estressante e sem perspectiva de mudança, a maioria das pessoas não enxerga outra saída a não ser vender a sua força de trabalho, ainda que seja por um salário ínfimo, permanentemente aflita com a angústia de não saber se conseguirá dinheiro suficiente ao final do mês para cobrir os seus gastos e pagar as suas dívidas. O medo do chicote fora substituído pelo medo da falta de dinheiro. “A verdadeira riqueza não precisa de alguém pobre para se manifestar, e há sempre algo que possa ser compartilhado”. Capital e Valor A maioria das pessoas é pobre e continua pobre porque não tem tempo e nem é estimulada para pensar no motivo de estar nessa condição. Sua luta é para sobreviver e não para viver. Trabalham para pagar as contas e se alimentar, e não para quebrar as correntes que as prendem à pobreza. Assim, é preciso refletir se a sua vida está te levando junto à uma “manada” que caminha cegamente sem ter noção de onde está indo a fim de receber uma recompensa mínima por seu esforço e por seu tempo. Essas pessoas dificilmente conseguirão ter uma vida abundante e feliz, uma vez que foram escravizadas fisicamente e mentalmente. A perseverança é a capacidade de continuar aplicando esforços flexíveis mesmo frente à sucessivos desafios ou obstáculos. O problema é que hoje em dia muitas pessoas simplesmente prejudicam aquele que é a maior fonte de aporte para os seus investimentos, o seu salário. São poucas as pessoas que nunca ficaram angustiadas em razão de não conseguirem fazer com que o
  • 12. salário durasse até o final do mês, ainda que apenas em alguns momentos da vida. Vivemos um momento de estímulo ao consumo e, consequentemente, ao endividamento, em que a maioria das pessoas está fazendo a maior parte de suas compras a prazo, financiando seus gastos em dezenas de prestações e tomando empréstimos consignados. Cada uma dessas prestações que aparecem na fatura de seu cartão de crédito é mais um item que prejudicará o seu plano de construção de riqueza, pois a capacidade de seu salário para com os seus investimentos fica comprometida à medida que você se endivida. Esse oportunismo de curto prazo deve ser encarado com desconfiança e muito cuidado. Afinal, o endividamento não produtivo é a principal causa de empobrecimento das famílias brasileiras, sendo que 80% das dívidas assumidas são no cartão de crédito e no cheque especial, onde são cobrados os maiores juros do mercado e, portanto, devem ser as primeiras a serem quitadas, ou mesmo, evitadas, visto que grande parte dessas dívidas são decorrentes de despesas não essenciais, as quais poderiam ser cortadas sem causar grande desconforto ou perda significativa de qualidade de vida, gerando uma maior independência e segurança financeira no longo prazo. Contudo, além de gastarem tudo que o ganham, em geral, as pessoas têm o hábito de assumir dívidas para adquirir itens que na maioria das vezes são supérfluos e desnecessários, que não lhes gerarão riqueza alguma. Ao invés de usarem seus recursos financeiros de forma inteligente para lhes gerar riqueza, se afundam cada vez mais num ciclo permanente de empobrecimento através do endividamento excessivo. Não é sensato ostentar uma vida de rico no presente e acabar vivendo como pobre no futuro. Gastar mais do que se ganha implica em trabalhar mais para pagar parcelas e juros, e quanto maior a dívida maior será o tempo e o esforço necessários para pagá-los. “Muitas pessoas gastam o dinheiro que ganharam para comprar coisas das quais não precisam para impressionar pessoas das quais não gostam”. Will Rogers Isso mostra que o modelo baseado no consumo e no crédito está atingido o seu limite, tornando a estagflação a regra, quando a economia cresce pouco, ou retrai, e a inflação se mantém elevada.
  • 13. Para aqueles que ainda lembram do Brasil da década de 80 fica claro o grande perigo de se tentar combater crises econômicas através da impressão monetária, o que tem como resultado o aumento da inflação e a desvalorização monetária. Os salários de uma maneira geral se assemelham aos soldos dados para os escravos das carvoarias, os quais apenas custeiam as necessidades básicas da maioria e não permitem que paguem suas dívidas em razão dos juros altos, ou mesmo, que realizem alguma espécie de investimento. Tudo isso faz parte de um complexo sistema social, político e econômico que, juntamente com um sistema educacional tecnicista voltado apenas para a produção de bens e de serviços, tem por objetivo manter o povo em seu devido lugar, longe das decisões importantes e perto das máquinas fabris, adestrando as massas para o trabalho ao mesmo tempo em que as aliena, o que facilita a aceitação por parte delas dessa realidade maligna. É um mecanismo que força as pessoas a se concentrarem primordialmente no aspecto da sobrevivência animal em detrimento aos aspectos intelectuais e sociais. Como resultado a maioria das pessoas — as quais por sinal são pobres por natureza — tem uma dificuldade enorme para prosperar na vida. A maioria apenas reclama da vida e não faz nada para melhorá- la, até o momento em que desiste, por acreditar que por mais que se esforce o máximo que conseguirá será um “bom” salário e uma “boa” aposentadoria. São aqueles que só se preocupam em acordar cedo e pegar o ônibus para o trabalho e preferem ignorar a verdade por trás do sistema em que estão inseridos, caminhando em uma rotina estressante e sem perspectiva de futuro. A ignorância é incentivada em nossa sociedade desde a infância do indivíduo, aprisionando-o por toda a vida. “A verdade o libertará!” A forma como lidamos com os problemas do dia a dia diz muito sobre como será o nosso futuro. Infelizmente, muitos preferem se acomodar e buscar a autocompaixão e o conforto como válvula de escape para os problemas que começam a surgir. O melhor cenário é aquele em que as pessoas assumem a responsabilidade de criarem os seus próprios futuros, construindo pontes capazes de levá-las a um futuro melhor. “Enquanto alguns choram outros agarram a oportunidades para vender lenços”.
  • 14. Através da perseverança e do estudo você se tornará capaz de converter os trabalhos monótonos em trabalhos criativos, que lhe possibilitarão além de maiores retornos, perceber as oportunidades que surgem no mercado, tornando-o capaz de entender todo o ambiente no qual você está inserido e, acima de tudo, capaz de entender-se psicologicamente como ser humano através da reflexão sobre as suas frustrações e as suas neuroses, males que minam nossos potenciais e liberdades e que nos afastam da compreensão da nossa própria existência. Portanto, compreender a sua situação atual e as suas possibilidades o ajudará a definir o melhor caminho a ser seguido para melhor alcançar os resultados desejados. Para prosperar, antes se torna essencial passar a ter um orçamento equilibrado, sabendo o quanto ganha, o quanto gasta, o quanto pode investir todo mês e, principalmente, viver apenas com o que recebe todo mês ao invés de tornar a razão da sua vida trabalhar para pagar dívidas e juros, o que além de prejudicar a sua capacidade de poupar ainda deprecia as suas riquezas, as quais serão drenadas pelos bancos. Isso significa simplificar o seu padrão de vida para que se ajuste ao que você ganha todo mês, fazendo compras de modo apropriado, e não apenas como um ato de consumismo. É viver um estilo de vida aceitável e que permita que você e sua família se mantenham nesse padrão ao longo dos anos. Dessa forma, você conseguirá não somente poupar e enriquecer, mas também manter a riqueza que acumulou, tendo muito mais qualidade de vida, liberdade e segurança. “Até você se tornar consciente, o inconsciente irá dirigir a sua vida e você continuará chamando-o de destino”. Cícero Ganhar dinheiro é difícil, requer tempo e trabalho, contudo, gastá-lo é fácil e rápido. Pessoas financeiramente desequilibradas que não conseguem guardar nada ao final do mês e que vivem constantemente endividadas buscam no mercado de capitais ou em outros investimentos de risco a ilusão do enriquecimento, solução ideal para seus problemas. Contudo, solução que através dessa atitude provavelmente lhes trará problemas maiores ainda. E de fato, às vezes a solução acaba sendo pior do que o próprio problema. Antes de se pensar no longo prazo é preciso garantir uma estabilidade financeira no curto prazo. De nada adianta produzir e
  • 15. trabalhar mais para ganhar mais se você não aprende a poupar. Não se trata apenas do quanto você ganha, mas do quanto você consegue poupar e da maneira como você investe as suas economias. Não será um investimento maravilhoso que lhe tornará rico, mas a disciplina de não gastar mais do que pode, de poupar e de investir periodicamente o seu dinheiro. Nossas atitudes no presente irão determinar nossos resultados futuros. Os mais espertos aprendem mais com os erros dos outros do que com os próprios erros. Isso faz com que ganhem além da experiência, mais tempo, o qual por sua vez é sinônimo de vida e de dinheiro. Essa atitude proativa lhe permitirá desenvolver um modelo sustentável de vida, eliminando gastos desnecessários e evitando contrair dívidas, de forma a dar mais valor ao que se possui e evitar que os juros compostos hajam sobre você, quando o ideal é que hajam para você através dos seus investimentos. “O hábito de economizar é em si mesmo um ato de educação: alimenta cada virtude, ensina abnegação, cultiva um senso de ordem, treina a premeditação e assim expande a mente”. T.T. Munger Acumular patrimônio significa adquirir mais ativos produtivos, os quais podem ser usados para criar mais riqueza ou que apreciem em valor. E para isso é essencial investir o dinheiro ao longo do tempo. Pessoas que constroem patrimônio e acumulam riqueza ao longo dos anos são muito bem “resolvidas” e organizadas, não veem tantas frações nas faturas de seu cartão porque fazem planejamento e vivem de acordo com suas possibilidades. Compram à vista com desconto quando podem e financiam apenas o estritamente necessário. Com relação aos seus investimentos, poupam e investem parte de seu dinheiro para quitar de uma só vez bens e serviços que precisam usufruir e, sobretudo, estabelecem metas de consumo factíveis, realistas, condizentes com a sua renda e que se encaixam no seu orçamento, o qual por sua vez é sustentável no longo prazo. Além disso, através do estudo e da determinação essa pequena parte das pessoas consegue identificar boas oportunidades e é capaz de tirar proveitos delas mesmo durante períodos mais difíceis, quando a maioria tende a se desmotivar ou é compelida a desistir e se lamentar. A verdade é que grandes ideias apenas serão transformadas em grandes resultados através de grandes ações e de
  • 16. um grande comprometimento. Ao nos conscientizarmos de que somos responsáveis pelo que somos e pelo que construimos a prosperidade se torna uma questão de escolha. O seu salário já é muito comprometido com as deduções obrigatórias por lei e outras necessárias para evitar situações de emergência, tais como plano de saúde e seguro de carro. Em alguns casos as mordidas do Leão e do INSS juntas chegam a comer quase 45% de um salário bruto, de forma que o saldo final líquido que entra na conta representa uma parcela bem menor do saldo inicial bruto. Diante disso, não prejudique ainda mais o seu salário se afundando em dívidas. Liberte-se da escravidão dos financiamentos e dê uma injeção de liquidez em seu plano de independência financeira. Liberte- se da rotina das massas e não seja mais um escravo de um sistema que não proporciona uma verdadeira ascensão social e intelectual. Se você não tomar essa atitude hoje, estará na mesma situação amanhã. “Existem duas maneiras de conquistar e escravizar uma nação. Uma é pela espada… a outra é pela dívida”. John Adams
  • 17. Aplicar em Renda Fixa ou em Renda Variável, Onde Investir? Todas as pessoas devem obrigatoriamente possuir um mínimo de organização e educação financeira para prosperarem em suas vidas e consolidarem seus patrimônios. A educação é o melhor, senão, o único caminho para a redução da desigualdade social no Brasil. Se todos os brasileiros tiverem acesso à educação de forma semelhante e a disposição de buscá-la terão um futuro com igualdade de oportunidades e assim poderão construir uma sociedade menos desigual. Estudos estatísticos mostram que existe uma forte correlação entre educação e nível de renda. A busca por educação lhe auxiliará no desenvolvimento de suas habilidades financeiras e, consequentemente, no seu crescimento pessoal, além aumentar sua capacidade de gerar riqueza. Você deve investir com inteligência os rendimentos de seu trabalho, equilibrar seus gastos com um eficaz controle de orçamento, desenvolver uma cultura de poupança e dedicar tempo para aprender a investir bem o seu dinheiro e para descobrir novas oportunidades. Investindo mais você vende dinheiro e compra tempo para melhor aproveitar sua vida. Esteja ciente de que o tempo é o seu maior inimigo. Quando estiver numa idade mais avançada você terá uma menor capacidade para trabalhar. A partir dos 50 anos poucos de nós conseguirão trabalhar
  • 18. no mesmo ritmo de quando tínhamos 20 anos. É exatamente por isso que é a partir dos vinte que devemos começar a nos prepararmos para o horizonte dos cinqüenta, ao invés de perpetuar a “curtição” dos vinte até os cinqüenta, a fase em que iremos precisar de uma boa reserva de capital para vivermos bem. “Eu diria que sou apenas mais um ser humano insignificante, que nasceu, viveu e morreu. Procuro fazer o melhor que posso neste mundo com os recursos que possuo e com o tempo que me resta. Nada de especial. Não tenho nada de extraordinário”. Oscar Niemayer Qualquer indivíduo bem informado sabe que o sistema previdenciário brasileiro é um esquema em pirâmide, o qual é fadado à falência no longo prazo. A previdência brasileira é estruturada de tal forma que os trabalhadores de hoje pagam os benefícios dos aposentados de hoje na mera expectativa de que os trabalhadores de amanhã lhes repaguem quando se aposentarem. Entretanto, em razão da população brasileira estar parando de crescer, no futuro teremos cada vez menos trabalhadores para sustentar uma quantidade cada vez maior de aposentados e pensionistas. Além disso, o Governo estuda formas de alongar o tempo de contribuição para a aposentadoria como forma de reduzir os prejuízos causados à previdência devido à sua má gestão e corrupção governamental. E como se não bastasse, existem também diversos problemas na Previdência Privada Complementar. Fundos como o Postalis dos Correios e o Petros da Petrobras apresentam déficits severos pelos mesmos motivos e seus contribuintes e aposentados estão tendo que desembolsar mais dinheiro para cobri-los e garantirem as suas rendas no futuro. Qualquer assalariado que seja mais inteligente e tenha um pouco mais de visão do que a maioria perceberá que trabalhará todos os melhores 30-35 anos da sua vida para receber uma aposentadoria baseada em um salário que atualmente já não cobre as suas necessidades, quanto mais daqui a 30-35 anos. Essa aposentadoria se desvalorizará se considerarmos o modelo de gestão pública brasileira, sem mencionar o fato de que essa pessoa aproveitará sua vida depois que já estiver idoso. Nada muito diferente da Lei dos Sexagenários promulgada em 1885 no Brasil, que garantia liberdade aos escravos com mais de 60 anos.
  • 19. “Em 1970 o camarada se aposentava como um executivo e, 10 anos depois, já estava vivendo como um indigente. Hoje em dia, as pessoas já se aposentam como indigentes. É uma vergonha.” Luiz Barsi De uma maneira geral, grande parte da população busca prazeres e satisfações imediatas seguindo impulsos e comportamentos primitivos similares aos de nossos ancestrais nômades. Consumindo tudo o que possuem e o que conseguem quase que imediatamente ficam despreparadas para o inverno, ou seja, ignoram os riscos futuros e procrastinam as resoluções dos problemas para o futuro. Ao contrário, a atitude madura e responsável seria plantar na primavera para colher no verão e estocar para o outono/inverno, pois viverá melhor aquele que perceber a necessidade de poupar nos momentos de abundância de forma a não sofrer durante as crises. Para os jovens poupar é acima de tudo a renúncia ao prazer de consumir, de gastar, e para muitos é a renúncia de viver a vida. Não há bom senso em nossa sociedade de consumo, desejar significa precisar. Não é raro conhecermos pessoas que ganham muito bem e que estão sempre endividadas, e após anos e anos não conseguem acumular patrimônio algum. Por outro lado, há muitas pessoas que ganham pouco mas que são poupadoras e, com muito esforço, conseguem acumular um bom patrimônio com o passar dos anos. Como disse Warren Buffett, investir é abandonar o consumo agora, a fim de se ter a capacidade de consumir mais em uma data posterior. Pessoas proativas e empreendedoras acreditam que o lucro é melhor do que o salário, visto que o salário representa o dinheiro pago pelo seu trabalho, ao passo que o lucro representa o seu dinheiro trabalhando para você. Ainda assim, grande parte das pessoas só percebe as oportunidades que desperdiçaram quando já estão velhas. Após terem trabalhado longos anos chegam à conclusão de que acumularam um pequeno patrimônio. Na maioria das vezes porque não souberam como poupar e como colocar o dinheiro para trabalhar para elas, ou seja, perderam a oportunidade de usufruir dos rendimentos dos juros, dos aluguéis e dos retornos de bons investimentos. O maior desafio de nossas vidas é termos recursos suficientes para nos mantermos com dignidade durante a velhice. “Toda escolha é uma renúncia, todo crime uma sentença”.
  • 20. Capital e Valor Entenda que independente do fato de você ser autônomo ou assalariado, o seu tempo é limitado. E se você só conseguir gerar dinheiro vendendo seu tempo, seu rendimento também será limitado. Daí a importância de se ter um orçamento equilibrado, de se procurar sempre simplificar o seu padrão de vida e de investir bem os rendimentos do seu trabalho que forem poupados, de forma que gerem riqueza e complementem o seu patrimônio ao longo dos anos, gerando assim um ciclo contínuo de enriquecimento que lhe permitirá usufruir de uma maior liberdade de tempo, de conforto e de qualidade de vida. Em países totalmente desenvolvidos poupar é um hábito arraigado na população. As oportunidades de investimento se multiplicam de forma espontânea em suas economias a partir do desejo de poupar da população. E esse processo é constantemente realimentado pelos intermediários financeiros, os quais buscam novas oportunidades de investimento, inclusive no exterior. Assim, nem mesmo as fronteiras representam obstáculos para a vontade de poupar e de investir. Já em países que ainda não se desenvolveram completamente o hábito de poupar não progride, os estímulos são escassos e as oportunidades são mínimas. O que se percebe com o passar dos anos é a concentração da riqueza e a divisão da pobreza. Por isso, assim como a educação é fundamental difundir no Brasil uma cultura de poupança de longo prazo e de investimento. Entretanto, o que se percebe por parte das empresas e do governo é exatamente o contrário, o incentivo ao consumo e ao endividamento e facilitação de empréstimos e créditos cujos juros são altos. Poupar é um comportamento importante para qualquer indivíduo, sendo fundamental para que um país se livre da pobreza. Se ele não poupar uma parte do que ganha jamais alcançará a sua liberdade financeira. E, além disso, é essencial tanto para este indivíduo como para toda a economia de um país também saber como investir de forma eficiente os recursos poupados, bem como evitar o endividamento excessivo procurando manter um padrão de vida compatível com a renda, o que permitirá que a riqueza acumulada seja mantida e incrementada através de investimentos, proporcionando assim mais qualidade de vida, liberdade e prosperidade.
  • 21. “A leitura é a arte de desatar nós cegos”. Goethe A grande incoerência é que as pessoas trabalham em média 8 horas por dia (com sorte) mas não conseguem dedicar 15 minutos para acompanhar os investimentos dos resultados deste trabalho e estudar novas oportunidades. Investimentos que eventualmente poderiam lhes render mais do que o seu salário por mês. A maioria abre mão da responsabilidade e entrega o controle a terceiros, normalmente o gerente de sua conta bancária. Esse conforto pode até deixá-las menos ocupadas com as suas finanças, mas dificilmente lhes fará enriquecer. Por isso, mantenha-se sempre informado quanto aos rendimentos e riscos de seus investimentos. A única maneira de se aprender a investir de forma eficiente é prestando contas para si mesmo. Além de gerar responsabilidade, tal disciplina lhe dará embasamento para avaliar o resultado e definir o momento certo para encerrar um investimento. Essa será a sua verdadeira independência financeira. O que por sua vez não se trata de possuir dinheiro suficiente para não precisar mais trabalhar, mas de possuir o conhecimento necessário e o discernimento para não depender de ninguém que lhe diga o que é certo fazer, onde investir e quais decisões financeiras tomar. “Se queres saber o valor do dinheiro, tente pedi-lo emprestado.” Benjhamin Franklin Para as pessoas comuns, as quais não tiveram o privilégio de nascerem ricas, a riqueza é o resultado do trabalho e da poupança. As pessoas se sentem seguras quando sabem o que vai acontecer. Segurança quer dizer ausência de excitação, de riscos, de desafio.
  • 22. Para aquela pessoa que tem a necessidade de se sentir em total controle de sua vida, de seu trabalho, de sua casa e, principalmente, de seu dinheiro, não se recomenda qualquer investimento de renda variável. Você deve se perguntar se tem estômago para expor seu dinheiro ao risco e às oscilações de preço, e ainda a não saber o montante que irá receber ao final do investimento. Se você for uma daquelas pessoas o mais recomendável é investir seu dinheiro em fundos de DI ou CDB, ou mesmo, em caderneta de poupança. Investimentos em imóveis e títulos públicos, ao contrário do que muita gente pensa, também são investimentos de renda variável, porém, cujos riscos de uma maneira geral são bem menores se comparados à investimentos no mercado de capitais. Em relação à renda fixa, o que difere os diferentes tipos de investimentos é basicamente a relação entre risco, rentabilidade e liquidez. Investimentos de renda fixa possuem baixíssimo risco e, consequentemente, também possuem o menor potencial de rentabilidade. Em comparação, os investimentos de renda variável possuem um maior potencial de rentabilidade, caso deem certo, ao custo de uma maior exposição ao risco de darem errado. Rentabilidade e risco caminham juntos por serem diretamente proporcionais, ou seja, quanto maior a rentabilidade maior deve ser o risco do investimento e vice-versa. É fundamental sempre conhecer o risco de seus investimentos e saber se este perfil de risco é adequado às suas características pessoais e às suas possibilidades financeiras. “Todas as oportunidades que o mercado oferece acompanham riscos” Capital e Valor A liquidez por sua vez é a facilidade com que um investimento pode ser convertido em dinheiro. É uma referência ao prazo e ao custo que um investimento transforma-se em dinheiro. A liquidez é o que torna a especulação possível, já que permite que o investidor abra ou encerre uma posição a qualquer instante e próximo ao preço de mercado, pois não faltam compradores e vendedores. É importante compreender também a relação entre o resultado esperado e o esforço aplicado. Pessoas que não tem tempo para dedicar a seus investimentos, ou seja, que não podem aplicar grandes esforços para eles, não podem esperar grandes resultados. Logo,
  • 23. investimentos de renda fixa e títulos públicos são mais indicados, pois para se obter lucros consistentes investindo em renda variável de forma responsável é preciso estudar e acompanhar o mercado com frequência, mesmo que apenas por alguns minutos todos os dias. O que queremos deixar claro é: Você deve refletir se o resultado que você espera vale o esforço que você terá que fazer. Seus objetivos devem se enquadrar à sua realidade. Querer atingir um objetivo é uma coisa, poder atingi-lo é outra. A maioria das pessoas dedica mais tempo para escolher um sapato ou uma roupa do que para estudar e compreender os termos dos seguros, planos de saúde e dos investimentos que realizam. E muitos dos investimentos que fazem acabam dando errado principalmente porque utilizam opiniões ao invés de fatos para tomarem suas decisões financeiras. “A verdade não resulta do número de pessoas que nela a creem”. Galileu Galilei Possuir um plano de investimento nada mais é do que realizar um esforço consciente e ordenado para aplicar o seu dinheiro. Significa pensar no melhor modo de alocar as suas poupanças em investimentos que estejam de acordo com o seu perfil de risco e com a sua disponibilidade de tempo. Você deverá acompanhar os resultados e diversificar seus investimentos, buscando atender a objetivos de renda e de crescimento de patrimônio que respondam aos seus anseios pessoais. Com o decorrer do tempo, a participação nos seus investimentos dos aportes extraídos de seu salário irá gradualmente diminuir em face do gradual aumento do trabalho dos juros compostos, bem como do potencial de retorno de seus investimentos. Portanto, você deve definir qual o resultado que você quer, ou seja, qual rentabilidade anual você almeja. Se esta for de 10% ao ano (pequeno resultado) não há porque aplicar um grande esforço (estudar, acompanhar, etc), logo, fique com a renda fixa, títulos públicos ou debêntures. Mas se seu objetivo for uma rentabilidade superior a 10% ao ano você terá que aplicar um esforça maior, destinando parte de seu capital para a renda variável. Isso significa que você terá de estudar e acompanhar o mercado, dedicando tempo para seu dinheiro. É preciso refletir se o preço que você terá que pagar compensará o resultado almejado, ou seja, uma rentabilidade
  • 24. maior que 10% ao ano. “O juro composto é a maior invenção da humanidade, pois permite uma confiável e sistemática acumulação de riqueza”. Albert Einstein Tendo definido o seu objetivo de rentabilidade você poderá decidir segundo as suas possibilidades se investimentos de renda variável são ou não interessantes para você. Nos mercados de ações e futuros o risco é enorme, já que além da volatilidade, o que causa grandes oscilações de preço, se lida com o imponderável. A qualquer momento os preços podem tomar um rumo contrário em função da atuação de investidores institucionais ou em razão de acontecimentos novos. Mas por outro lado, o mercado de renda variável oferece a possibilidade de ganhos maiores do que as demais alternativas de investimento, ao custo de uma maior exposição ao risco. Os melhores fundos de investimento do mundo têm uma rentabilidade média de 20% a 30% ao ano. Bons investidores conseguem manter uma rentabilidade média anual entre 30% e 50%. Ter como objetivo uma rentabilidade maior do que essa, principalmente se você estiver iniciando nessa atividade, é uma ilusão perigosa que pode levá-lo a perder grande parte do seu capital, ou mesmo, acabar devendo dinheiro. Em renda variável jamais se deve investir mais do que se pode perder. Uma pessoa que precisará do seu capital para pagar contas ou empréstimos no curto prazo não pode assumir riscos, pois todo o capital e a sua rentabilidade estão comprometidos. Sendo assim, não pode fazer qualquer tipo de investimento de renda variável. Caso coloque seu capital em risco não poderá se dar ao luxo de perder, pois seu futuro estará à mercê do mercado. Seu nível de estresse será consideravelmente alto, o que fará com que perca toda a objetividade, tendendo a agir de maneira irracional e prejudicial ao seu próprio interesse. As decisões se tornarão emocionais em razão de serem influenciadas pela obrigação de se ter que ganhar porque é preciso, bem como pelas dolorosas conseqüências psicológicas causadas por constantes prejuízos. “Não pense no que o mercado fará, pois você não tem controle algum sobre isso. Pense no que você vai fazer diante do inesperado”.
  • 25. William Eckhardt Quem não tem tempo para estudar e para acompanhar o mercado também não deve assumir grandes riscos em renda variável, ainda que possua capital disponível para tanto. No nosso ponto de vista, o investidor deve operar de acordo com suas possibilidades no que diz respeito a tempo, capital, profissão, obrigações e responsabilidade e, acima de tudo, perfil psicológico. Ponderar sobre estes aspectos irá ajudá-lo a definir em quais mercados você irá investir e quais estratégias estará disposto a realizar na busca de seu objetivo de rentabilidade. Para uma rentabilidade de 30% a 50% ao ano você pode comprar ações e fazer uma renda extra alugando-as, por exemplo. Contudo, haverá a necessidade de estudar o mercado e os fundamentos, além de acompanhar a sua carteira de ações quase todos os dias, ainda que por poucos minutos. Dobrar o capital num ano é o sonho de qualquer investidor. Por mais ambicioso que possa ser, e deve ser, se existe uma maneira de realizar este sonho é especulando nos mercados de renda variável. Infelizmente, para aqueles que não estudam ou que não tem disciplina o sonho pode se tornar um pesadelo. Ao invés de aumentarem seu capital poderão perder uma parcela significativa deste, ou mesmo, todo ele. A única maneira de se atingir tal retorno é aumentando os riscos e o trabalho. Assim, se seu objetivo for uma rentabilidade superior a 50% você deve investir uma quantidade de dinheiro que não seja de grande necessidade para você, pois para atingir tal retorno terá que expor este capital a riscos bem mais altos, seja de grandes oscilações no preço do ativo ou da alavancagem da sua posição. Dificilmente você conseguirá isso apenas comprando ações. Será
  • 26. necessário buscar ativos ou estratégias com potenciais de rentabilidade muito superiores, que conseqüentemente irão expor seu capital a um risco maior, tal como estratégias com margem ou alavancadas, operando no mercado a termo, de opções ou de futuros, os quais necessitam acompanhamento constante e grande dedicação. “Claro, todo mundo quer ganhar; mas nem todo mundo quer apostar, e é aí que reside uma diferença da maior importância”. Max Gunther Assim, será preciso aplicar um grande esforço para se obter um grande resultado. E se você não sabe lidar com perdas e não estiver disposto a arriscar mais no intuito de ganhar mais, não opere derivativos! A maioria das pessoas que entram no mercado tem a expectativa de que em pouco tempo estará sabendo operar bem e ganhando muito dinheiro. Isso ocorre principalmente com aqueles que entram no mercado durante uma forte tendência de alta, quando todas as operações acabam dando certo, afinal a tendência principal do mercado é de alta. Isso cria nessas pessoas a sensação de que é fácil fazer dinheiro no mercado. Essa ganância de principiante as induz a operarem cada vez mais e a aumentarem a quantidade de dinheiro em cada operação, ignorando o risco e o gerenciamento do capital, afinal de contas, todo mundo está ganhando. Tal ilusão é mantida até o momento em que a tendência do mercado virar, revelando a verdade e destruindo o capital da massa desinformada. A história se repete de tempos em tempos e faz com que muitas pessoas destruam a poupança de uma vida inteira. A grande verdade é que aprender a operar no mercado custa tempo e dinheiro. “O otimista perde muito, o pessimista ganha pouco, seja realista!” Capital e Valor
  • 27. Investimentos de Renda Fixa Pessoas que têm o hábito de poupar ainda quando jovens, periodicamente fazendo novas aplicações em seus investimentos, conseguem acumular um grande patrimônio no final de 20 a 30 anos colocando os juros compostos para trabalhar a seu favor. Por isso, procure poupar periodicamente um determinado percentual de tudo que você ganha. Aqueles que deixam para guardar o que sobra apenas ao final do mês tendem a gastar de mais, não sobrando nada para poupar. Antes de decidir onde investir o dinheiro que você poupar é preciso definir o horizonte do investimento. Caso você precise desse capital no curto prazo, num intervalo de 1 a 3 meses, o ideal para você será investimentos de liquidez diária, tais como CDBs e CDIs pós-fixados e caderneta de poupança. Para horizontes de longo prazo, a partir de 6 meses, valerá a pena abrir mão da liquidez diária em investimentos que lhe proporcionarão maior rentabilidade, tais como títulos públicos, debêntures, LCI, LCA, CDBs prefixados e fundos de renda fixa. Assim, na caderneta de poupança seriam mantidos apenas os recursos necessários para cobrir os gastos do dia a dia e para despesas imprevistas em razão da liquidez imediata, cujo preço a se pagar por isso será o baixo rendimento mensal, abaixo da inflação. “Se você é capaz de distinguir entre o bom e o mau conselho você não precisa de conselho.” Outra questão importante é que não basta poupar, é preciso saber investir o seu dinheiro. Independente de estar na renda fixa ou na
  • 28. variável um incremento de 1% ao ano na rentabilidade anual de um investimento durante 20 anos fará uma expressiva diferença no montante final atingido. Em razão disso, você deve sempre ficar atento às taxas de administração cobradas pelos bancos, corretoras e administradoras de fundos de investimento. Lembre-se de que gerentes de banco não são consultores financeiros, muito menos seus amigos. Esteja ciente de que cada investimento que eles te oferecem, e você contrata, é uma venda, e alguns possuem taxas altíssimas que podem eliminar o retorno do investimento, o qual muitas vezes terá um resultado líquido inferior ao da caderneta de poupança. Pequenas diferenças nas alíquotas das taxas cobradas, bem como na taxa de retorno oferecida, farão grande diferença na rentabilidade do investimento quando projetadas num horizonte de alguns anos. E também se torna fundamental pesquisar investimentos mais vantajosos e que apresentem melhor rentabilidade no longo prazo, como é o caso daqueles que remuneram através de juros compostos tal como o CDI. Títulos públicos e debêntures, por outro lado, remuneram através de juros simples. Em qualquer tipo de investimento é fundamental fazer com que os juros trabalhem a seu favor. Estes representam a remuneração dada pelo aporte do capital. Os juros podem ser capitalizados segundo os regimes simples ou compostos (juros sobre juros). No juros simples somente o principal rende juros, o saldo cresce em progressão aritmética, ou seja, só valor inicial investido rende juros. É o caso dos títulos públicos e de algumas debêntures. No caso dos juros compostos, após cada período os juros pagos são incorporados ao capital inicial proporcionando juros sobre juros. Neste caso, o saldo total do investimento cresce em progressão geométrica, ou seja, além do principal os retornos obtidos também são corrigidos pelos juros do período subseqüente. É o caso da poupança e da maioria dos CDB’s, CDI’s, LCA’s e LCI’s. “A sociedade produziu uma revolução na medicina que aumentou a vida do homem, mas ela não foi capaz de criar uma revolução financeira que a sustentasse com dignidade”. John F. Kennedy A avaliação desses fatores é fundamental para quem investe em
  • 29. renda fixa, pois o horizonte desses investimentos é de longuíssimo prazo. Altos custos com taxas de administração e impostos, juntamente com a depreciação causada pela inflação, podem acabar com a rentabilidade de um investimento de renda fixa, ou mesmo, fazer com que tenha um resultado negativo no longo prazo caso a depreciação causada pela inflação, taxas e impostos seja maior do que o retorno obtido através dos juros. Esse é o maior risco do investimento de renda fixa, a baixa rentabilidade. No longo prazo isso pode fazer com que você não atinja seu objetivo de rentabilidade. O Brasil vive um momento de corte de juros, aumento da inflação e estímulo ao endividamento. Quando descontados o imposto de renda e as taxas de administração, com o passar dos anos investir em renda fixa praticamente significa perder dinheiro. O aumento da inflação reduz o retorno de qualquer investimento, principalmente em ativos de renda fixa, e por diversas vezes os governos mostraram que perderam o controle da inflação, levando a economia dos países a processos hiperinflacionários. Portanto lembre-se: Seus investimentos terão que lhe render no mínimo a inflação do ano para que você fique no “zero a zero”, o que atualmente será muito difícil de se conseguir apenas com investimentos de renda fixa. “Quantos milionários você conhece que viraram ricos investindo em caderneta de poupança? Caso encerrado.” Robert G. Allen Uma solução seria investir em renda variável mas trabalhando com um horizonte mais longo (5 a 10 anos). No curto prazo a volatilidade e os movimentos de correção da tendência dos preços são tantos que dificilmente alguém que não acompanhe e não estude o mercado conseguirá ganhar dinheiro de forma consistente, sendo comprovado
  • 30. que aqueles investidores que mantém posições de longo prazo têm maior rentabilidade do que a maioria dos “jogadores” de curto prazo. Quanto menor o horizonte de um investimento de renda variável maior a dificuldade em tentar predizer o que irá acontecer e, consequentemente, de se obter sucesso operando no mercado com grande frequência. De fato, a maioria dos investidores que operam hoje no mercado possui ou possuía investimentos de renda fixa. Começaram poupando e investindo em renda fixa e a partir de certo momento foram aos poucos assumindo riscos no mercado de renda variável em busca de uma maior rentabilidade. Tenha sempre em mente que mais importante do que a escolha dos ativos em que você vai investir é saber balancear bem seu patrimônio. Isso quer dizer definir percentuais para investimento de renda fixa e de renda variável, bem como realocá-los de acordo com os seus desempenhos ao longo do tempo e ajustá-los às mudanças no ciclo econômico. Não existe uma proporção padrão que se aplique a todos os perfis de investidor. Isso vai depender diretamente das suas possibilidades financeiras, do seu endividamento e responsabilidades, do tempo que você destina aos seus investimentos e, principalmente, da forma como você se relaciona com o risco. O mais importante é nunca destinar para renda variável aquele capital que você irá precisar no curto prazo. Evite empenhar toda sua economia e de seus familiares e esteja preparado para perder, pois o mercado é o que ele é, não é o que você quer que ele seja ou o que você está precisando que ele seja. “Toda ideia revolucionária provoca três estágios:’ 1. ‘é impossível – não perderei meu tempo.’ 2. ‘é possível mas não vale o esforço.’ 3. ‘eu sempre disse que era uma boa ideia”.
  • 31. Aplicar na Caderneta de Poupança, CDB, CDI, LCI e LCA O termo “renda fixa” diz respeito aos investimentos em que se conhece previamente o fator de rentabilidade que será conferido ao valor aplicado. Nesse caso, o rendimento pode ser pós ou prefixado. Os investimentos de renda fixa e os títulos públicos além de possuírem elevada liquidez possuem baixo risco para o investidor, logicamente, ao custo de uma baixa rentabilidade. As pessoas que buscam esses investimentos de uma maneira geral estão “comprando” segurança, a garantia de que o investimento terá rentabilidade e a qualquer momento poderá ser resgatado. Portanto, segurança significa saber o que vai acontecer, é a “ausência” de risco e de excitação. Alguns investimentos de renda fixa, assim como os títulos públicos, oferecem uma maior rentabilidade quando a data de resgate ou de vencimento seja predeterminada. Por isso, é importante saber se as taxas de retorno do investimento estão atreladas a prazos de carência. Caso estejam, o custo desse maior retorno será a liquidez, pois se for necessário um resgate antecipado a rentabilidade ficará prejudicada, e no caso dos títulos públicos e programas previdências privadas, o valor resgatado poderá ser até mesmo menor do que o valor investido caso o preço de mercado do título que fora comprado se desvalorize ou em razão da elevada alíquota de impostos que incidem sobre o resgate dos planos de previdência privada. O imposto de renda cobrado sobre os rendimentos dos investimentos de renda fixa e do Tesouro Direto incide na fonte, na data de vencimento ou do resgate da aplicação. A alíquota é
  • 32. regressiva de acordo com o prazo de permanência dos recursos. Quanto mais tempo os recursos permanecerem aplicados menor será o percentual do imposto de renda cobrado. Até 180 dias 22,5%. De 181 a 360 dias 20,0%. De 361 a 720 das 17,5%. Acima de 720 dias 15,0%. Com exceção da poupança, existe incidência de IOF nos resgates realizados antes de 30 dias, limitado ao rendimento da aplicação. A partir do trigésimo dia a aplicação fica isenta da cobrança de IOF. Existe uma enorme gama de investimentos de renda fixa, os principais são as cadernetas de poupança, os CDBs, Fundos DI, Fundos LCI ou LCA, alguns debêntures e alguns títulos do Tesouro Nacional. “Toda vez que você se encontrar do lado da maioria é hora de parar e refletir”. Mark Twain Caderneta de Poupança – O valor investido é corrigido a cada período de 30 dias pela Taxa Referencial (TR) do período e remunerado com uma taxa de juros de 0,5% ao mês. Podem ser resgatadas sem perda da remuneração a cada “aniversário” de 30 dias, a partir da data da aplicação. A nova regra das cadernetas de poupança determina que quando a taxa Selic ficar igual ou menor que 8,5% ao ano o rendimento anual da Poupança passará a ser 70% da taxa Selic + TR. Além disso, os rendimentos da caderneta de poupança são isentos de imposto de renda. CDB - Certificados de Depósito Bancário – São títulos nominativos emitidos pelos bancos e vendidos ao público como forma de captação de recursos. A rentabilidade dos CDBs é expressa em forma de um percentual da taxa de juros de mercado, o CDI. Os CDBs podem ser prefixados ou pós-fixados. O fator de rentabilidade dos prefixados leva em consideração o valor que foi aplicado e o prazo de vencimento do investimento. Assim, existe um prazo mínimo para manter a aplicação, quanto maior o prazo de vencimento maior a taxa de rentabilidade. Quando resgatados num prazo menor do que aquele mínimo previsto (30, 60 ou 90 dias) a rentabilidade estabelecida ficará comprometida.
  • 33. No caso dos CDBs pós-fixados a sua liquidez pode ou não ser diária. A diferença é que a rentabilidade está vinculada ao desempenho de indicadores como os Certificados de Depósito Interbancário (CDI) ou a Taxa de Referência (TR), e ainda, ao percentual contratado no momento da aplicação. A taxa de remuneração dos CDBs CDIs e LCIs, em geral, são um pouco abaixo da Taxa Referencial SELIC definida pelo COPOM e são calculadas com base em dias úteis, ou seja, 252 dias por ano. O principal risco envolvido é a mudança na taxa de juros e tem a seguinte lógica predominante: se a taxa de mercado na hora do resgate for maior que a contratada, o investidor deixou de ganhar dinheiro; se for menor, garantiu rendimentos acima da taxa atual. Como a rentabilidade no caso dos prefixados é determinada na hora da aplicação, o investidor saberá previamente o quanto irá receber no vencimento. Isso o protege de uma redução na taxa de juros, pois uma rentabilidade maior foi garantida no momento da aplicação. Por outro lado, havendo um aumento na taxa de juros os CDBs pós-fixados oferecerão um rendimento maior ao investidor do que os prefixados. Outra vantagem do CDB, DI e da caderneta de poupança é que normalmente não existe cobrança de taxa de administração para esses investimentos. Portanto, o investidor ao escolher um CDB deve ponderar sobre a relação entre liquidez e rentabilidade, levando em consideração dois importantes fatores, o percentual do CDI que a aplicação irá pagar e o tempo mínimo previsto para vencimento. Caso ele não precise do valor a se aplicado numa data próxima, CDBs com vencimentos mais longos serão mais interessantes do que os que possuem liquidez diária. Para despesas imediatas e capital de giro, o aspecto da liquidez deve preponderar sobre o aspecto da rentabilidade, logo, CDBs com liquidez diária serão mais indicados. RDB - Recibo de Depósito Bancário – Possui as mesmas características de um CDB, sendo que este não pode ser negociado antes do vencimento, ou seja, o RDB não tem liquidez antes do vencimento. Se o investidor precisar do recurso antes do vencimento, em casos excepcionais o RDB poderá ser cancelado, o que acarretará ao investidor a perda de todo o rendimento, recebendo apenas o valor do principal.
  • 34. “A educação é o caminho para a plena liberdade”. Capital e Valor CDI – Certificado de Depósito Interbancário – São títulos emitidos pelos bancos como forma de captação ou aplicação de recursos excedentes. Caso haja descasamento, uma outra instituição financeira que possua excesso de recursos empresta para aquela instituição que tenha falta de recursos. São aplicações com prazo de 1 dia útil cujo objetivo é melhorar a liquidez de uma determinada instituição financeira. A taxa média diária do CDI de um dia é utilizada como referencial para o custo do dinheiro (juros). Por esse motivo, essa taxa também é utilizada como referencial para avaliar a rentabilidade das aplicações em fundos, a qual é repassa diariamente para seus investidores. Os CDBs pós-fixados indexados ao CDI são empréstimos que investidores fazem ao banco ou corretora, em troca de determinados percentuais do CDI. O que algumas instituições fazem é aumentar gradativamente o percentual do CDI pago à medida que aumenta o tempo de permanência do investimento no produto. LCI – Letra de Crédito Imobiliário – São títulos de renda fixa baseados em empréstimos imobiliários. O lastro de uma LCI são imóveis dados em garantia em financiamentos imobiliários, e com base no valor destes bens, a instituição emite as LCIs. Este lastro é o que garante a operação de crédito e, portanto, o pagamento do valor tomado como empréstimo e o juro da operação. Os depósitos dos investidores são emprestados a terceiros pela instituição, a qual distribui parte da renda que obtém através dos juros para seus cotistas de acordo com os termos da LCI. A LCI IGPM é um título de renda fixa com rendimento atrelado ao IGPM (Índice Geral de Preços de Mercado) acrescido de um cupom de juros e a LCI IPCA tem rendimento atrelado ao IPCA (Índice Preços do Consumidor Amplo) acrescido de um cupom de juros. Pagam a variação do IGPM/IPCA acrescida de um cupom de juros definido no momento do investimento. A correção monetária será paga no vencimento da aplicação, o qual pode ser de médio ou de longo prazo. LCA - Letra de Crédito Agrícola – São títulos de renda fixa baseados em empréstimos contraídos no setor do agro negócio.
  • 35. Esses títulos são lastreados em direitos creditórios originários de negócios realizados por agentes da cadeia produtiva do agro negócio. A instituição financeira utiliza os recursos de seus cotistas como fonte de empréstimos para o setor do agro negócio. Os créditos e ativos do produtor, tal como a receita da venda da safra por exemplo, ficam vinculados como garantia para o cumprimento dos pagamentos referentes ao empréstimo. Parte do resultado dos juros obtidos pela instituição é repassada aos cotistas conforme os termos e o regulamento da LCA. “Bancos são estabelecimentos que nos emprestam um guarda- chuva num dia de sol e pede-o de volta quando começa a chover”. Mark Twain LCI’s e LCA’s funcionam como um CDB e podem ter sua rentabilidade prefixada ou indexada ao CDI com liquidez diária. Dessa forma, as LCIs são ativos de renda fixa, bem diferentes dos fundos de investimento imobiliário, os quais são ativos de renda variável. O diferencial dessa categoria de investimento é a isenção do Imposto de Renda e do IOF para pessoas físicas e, na maioria dos casos, também há isenção de tarifas e taxas de administração, o que acaba se tornando um grande diferencial. Os valores investidos em poupança, CDB e CDI são remunerados por juros compostos, diferente dos investimentos em LCI, LCA, títulos públicos e debêntures, os quais remuneram o valor inicial semestralmente, anualmente ou apenas no vencimento. A cultura do consumo dita o comportamento da maioria das pessoas e, das poucas que podem e querem investir, a maioria só aplica na caderneta de poupança que, apesar do baixo risco, também apresenta um baixíssimo rendimento, o que mal serve para protegê- las das perdas decorrentes da inflação. Ou seja, o ganho real é praticamente zero, o investimento serve apenas para juntar dinheiro e, com sorte, ter um rendimento que se “iguale” ao IPCA. “As pessoas se dividem entre aquelas que poupam como se vivessem para sempre e aquelas que gastam como se fossem morrer amanhã”. Aristóteles
  • 36. Investir em Debêntures e Títulos Públicos - Tesouro Direto Quando uma empresa ou um governo deseja tomar dinheiro emprestado do público, em longo prazo, é comum que faça isso emitindo dívida na forma de títulos que recebem nomes como títulos públicos, debêntures, notas promissórias ou bônus. O número de emissões de títulos de dívida excede em muito o número de emissões de ações, pois o volume de empréstimos tomados pelas empresas e pelos governos é simplesmente imenso. A análise da rentabilidade de um título implica dimensionar em valores absolutos o fluxo dos rendimentos futuros oferecidos por cada título e compará-los. É avaliar a renda futura que o capital aplicado possa gerar, buscando sua maximização dentro do horizonte de tempo do investimento. Isso exige a comparação com as demais alternativas existentes no mercado para que a decisão tomada seja a mais interessante para o investidor. As taxas de juros de mercado variam ao longo do tempo. Já os fluxos de caixa de um título de dívida, porém, permanecem os mesmos, e é por isso que os títulos de dívida também são chamados de títulos de renda fixa. Porém, há uma importantíssima diferença em relação a investimentos tradicionais de renda fixa, tais como a poupança e o CDB. Como resultado da variação dos juros de mercado, o valor de mercado do título flutuará. Quando as taxas de juros aumentam, o valor presente dos fluxos de caixa restantes diminui, e o título vale menos. Quando as taxas de juros caem, o título vale mais. Torna-se então essencial compreender que apesar desses investimentos serem considerados como de renda fixa,
  • 37. haverá tanto a possibilidade do investidor ganhar acima da rentabilidade pactuada quanto de perder dinheiro nestes investimentos, diferentemente da poupança, do CDB e similares. Portanto, lembre-se: Os preços dos títulos de dívida e a taxa de juros sempre se movimentam em direções opostas. O risco da taxa de juros para um título de dívida depende do quanto o preço desse título é sensível às variações das taxas de juros. Essa sensibilidade depende diretamente de duas coisas: prazo até o vencimento e taxa de cupom. Mantidas as demais variáveis, quanto maior for o prazo até o vencimento, maior será o risco da taxa de juros e quanto menor for a taxa de cupom, maior será o risco da taxa de juros. Logo, os preços de mercado de títulos de curto prazo variam menos em razão de uma mudança na taxa de juros se comparados a títulos de longo prazo. Além disso, alguns títulos podem ser indexados à inflação, cuja variação desse indicador irá influenciar diretamente o preço de mercado desses títulos. “Os mercados estão constantemente num estado de incerteza e o fluxo de capital e o dinheiro são feitos rejeitando o óbvio e apostando no inesperado”. George Soros Debêntures – São títulos privados de renda fixa ou variável emitidos por sociedades anônimas. São empréstimos contraídos pela empresa com os investidores a médio ou longo prazo para o financiamento dos seus negócios e garantidos pelo ativo da empresa. No caso de debêntures não conversíveis em ações, o empréstimo é liquidado financeiramente no prazo previsto. Quanto às debêntures conversíveis em ações, o investidor poderá optar pela conversão de seu valor em ações. Todo o capital investido por uma empresa em seu patrimônio, seu ativo fixo, pode ser transformado em ativo líquido através do mercado de capitais. A empresa pode, com base no seu ativo fixo, emitir Debêntures no mercado, buscando assim recursos para aumentar o seu capital de giro. Estas obrigações emitidas passam a serem negociadas em mercado secundário, transformando-se em ativos de boa liquidez para seus proprietários. Desta forma, o capital fixo da empresa passa a ser representado por ativos financeiros, de razoável liquidez, e o dinheiro entra para a empresa por um prazo médio, longo, ou mesmo, indeterminado, dependendo da natureza do título
  • 38. emitido, aumentando o seu capital de giro e o volume de suas transações. Para emitir uma debênture uma companhia deve escolher uma instituição financeira para estruturar e coordenar todo o processo de emissão. É essa instituição que fará o underwriting da debênture, ou seja, o seu lançamento no mercado primário. O investidor ao adquirir a debênture torna-se um debenturista, ou seja, um credor da companhia emitente, tendo seu investimento remunerado de acordo com as condições e os prazos definidos na escritura de emissão da debênture. Uma debênture possui um rating de classificação, efetuado por uma empresa especializada independente (agência de rating), que reflete sua avaliação sobre o grau de risco envolvido em determinado instrumento de dívida. No caso de uma emissão de debêntures, a agência avalia a probabilidade da companhia emissora não honrar os compromissos financeiros assumidos na escritura de emissão (risco de default). Na escritura de emissão de uma debênture estão descritas as condições sob as quais ela será emitida, tais como direitos conferidos pelos títulos, deveres da emissora, montante da emissão e quantidade de títulos, datas de emissão e vencimento, condições de amortização e remuneração, juros, prêmio etc. A data de resgate de cada título deve estar definida na escritura de emissão. A companhia pode ainda emitir títulos sem vencimento, também conhecidos como debêntures perpétuas. É permitido a repactuação das condições de uma debênture para que a companhia adeque seus títulos periodicamente às condições vigentes no mercado. Na repactuação a emissora está obrigada a recomprar os títulos dos debenturistas que não aceitarem as novas condições propostas. Os debenturistas têm proteção legal por meio da escritura de emissão e do agente fiduciário. O preço de mercado de uma debênture é calculado atualizando-se o preço de emissão do título conforme as condições descritas na escritura de emissão, podendo a rentabilidade do título ser fixa, variável, ou ainda, uma combinação de ambos, quando a rentabilidade fica vinculada a uma participação dos lucros da empresa ou à algum indicador econômico.
  • 39. “A educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são doces”. Aristóteles Tanto as debêntures não conversíveis como as conversíveis podem ser negociadas no mercado secundário a qualquer momento, o que garante o resgate antecipado do valor investido e a liquidez dos ativos. O fator de rentabilidade de uma debênture pode ter como base os coeficientes fixados para corrigir títulos públicos (Selic, IPCA), variação da taxa cambial ou outros referenciais, tal como o CDI. É muito comum a combinação de uma taxa de juros prefixada acrescida da taxa anual algum indexador, IPCA, IGP-M, etc. De maneira geral, quanto maior for a percepção de risco de uma empresa, maior será a remuneração que suas debêntures pagarão ao investidor. Da mesma forma, as debêntures com prazos de resgate mais longos também oferecerão uma maior rentabilidade. Assim, o valor nominal atualizado de uma debênture equivale ao seu preço de lançamento acrescido da rentabilidade do período apurado, a qual é definida pela taxa de juro que o título foi negociado no mercado no momento de seu lançamento (taxa de juro nominal). Como exemplo, o preço de uma debênture indexada à taxa Selic sofrerá influência direta caso haja variação dessa taxa. Se a taxa de juros subir o seu valor no mercado secundário será inferior ao seu valor nominal. Se a taxa de juro cair o seu valor de negociação será maior que o nominal. Assim como nos títulos públicos, o investidor poderá então obter um retorno maior ou menor ao acordado no momento da compra, caso realize uma venda antecipada da debênture. Outro fator que deve ser considerado é o risco de inadimplência das empresas emissores de debêntures. Com frequência, as empresas pagam para que suas dívidas sejam classificadas. As duas principais empresas de classificação de risco de títulos de dívida são a Moody’s e a Standard & Poor’s (S&P). As classificações do risco de dívidas (ratings) são uma avaliação da qualidade de crédito da empresa emitente. As definições de crédito usadas pela Moody’s e pela S&P se baseiam na probabilidade de a empresa ficar inadimplente e na proteção que os credores têm contra a inadimplência.
  • 40. “Os ricos compram ativos, os pobres só tem despesas e a classe média compra passivos pensando que são ativos.”. Robert Kiyosaki A classificação mais alta que a dívida de uma empresa pode ter é AAA ou Aaa, e tal dívida é julgada a de melhor qualidade e de mais baixo grau de risco.Uma grande parte das dívidas corporativas assume a forma de títulos de baixo grau, ou, especulativos (junk). Esses títulos de dívida são classificados abaixo do grau de investimento pelas principais agências de classificação. Por outro lado, justamente por oferecerem maior risco normalmente tais títulos oferecem maiores taxas de retornos para atrair os investidores. Títulos de dívida com grau de investimento são aqueles com classificação mínima BBB pela S&P ou Baa pela Moody’s. As classificações do risco de crédito são importantes, porque inadimplências realmente ocorrem, e, nestes casos, os investidores podem sofrer grandes prejuízos. Em 2000 a AmeriServe Food Distribution S/A, que abastecia restaurantes como o Burger King, desde os hambúrgueres até os brindes, ficou inadimplente em US$200 milhões em títulos especulativos. Depois da inadimplência, os títulos foram negociados a apenas US$0,18, deixando os investidores com um prejuízo de mais de US$160 milhões. No Brasil as debêntures ainda não estão muito popularizadas entre os investidores pessoa física. Apesar de haver um grande volume de dinheiro captado pelas empresas de capital aberto através do lançamento de debêntures, a grande heterogeneidade desses títulos e seu baixo incentivo para o pequeno investidor fazem com que sejam majoritariamente adquiridos por investidores institucionais através de operações de larga escala, o que reduz o número de negociações no
  • 41. mercado secundário e, consequentemente, diminui sua liquidez. Outro fator que gera desinteresse por parte do pequeno investidor é a dificuldade em calcular os preços “justos” das debêntures, devido ao grande número de variáveis envolvidas. A emissão de debêntures mais homogêneas, cujo retorno estivesse atrelado à taxa SELIC mais um bônus anual, por exemplo, juntamente com a pulverização em pequenos lotes na sua emissão, possibilitaria o aumento da liquidez, aumentando assim a demanda por estes títulos entre investidores pessoa física. Portanto, sendo as debêntures ativos com menor liquidez em relação à ações, o investidor deverá ficar atento às condições de mercado quando desejar vender uma debênture antes de seu vencimento. “Na vida as coisas são simples. São as pessoas que as complicam”. Capital e Valor Títulos Públicos (Tesouro Direto) – São títulos emitidos pelos governos federal, estadual e municipal para se financiarem e cobrirem suas despesas. São chamados de títulos de dívida pública. Entre os principais títulos públicos federais estão as Notas do Tesouro Nacional, Letras do Tesouro Nacional e as Letras Financeiras do Tesouro. Um título do Tesouro é um título público emitido pelo Tesouro Nacional e constitui parte da dívida pública do país. Já o CDB e as Debêntures são títulos privados, ou seja, emitidos por instituições financeiras privadas. Ao contrário do que muitos acreditam a maioria dos títulos públicos não são investimentos de renda fixa assim como a poupança e o CDI. O preço de cada título além de ser definido a mercado em função da maior ou menor demanda, sofre influência direta por variações dos indexadores, tais como mudanças na taxa básica de juros e outros índices como inflação (IPCA) e IGP-M. Quanto maior o prazo de vencimento de título maior será influência dessas variações em seu preço. No caso da venda antecipada do título pelo investidor, o Tesouro Nacional recompra o título com base em seu valor de mercado. Caso
  • 42. o investidor mantenha seu título até o vencimento, receberá a rentabilidade pactuada no momento da compra, independentemente das condições de mercado. No momento da compra de um título público é cobrada uma taxa de negociação de 0,10% sobre o valor da operação. Há também uma taxa de 0,30% ao ano sobre o valor dos títulos referente à custódia dos mesmos e às informações e movimentações dos saldos, cobrada a cada semestre ou no encerramento/vencimento da posição. Essa taxa é cobrada proporcionalmente ao período em que o investidor mantiver o título a cada semestre ou no encerramento da posição, sendo calculada até o saldo de R$ 1.500.000,00 por conta de custódia. Os agentes de custódia (corretoras) também cobram taxas de serviços livremente acordadas com os investidores. As taxas cobradas por instituição estão disponíveis para consulta no site do Tesouro Direto, devendo o investidor confirmá-las no momento da contratação. Algumas corretoras não cobram taxa de serviço sobre operações no Tesouro Direto, o que torna esse tipo de investimento muito atraente dado o baixo valor das taxas de administração em relação a investimentos em fundos de renda fixa. Dentre os principais aspectos dos títulos públicos estão: Valor de Face ou Valor Nominal: Representa o montante que o proprietário do título irá receber quando este vencer. No caso dos títulos prefixados (LTN e NTN-F) o valor de face é de R$ 1000,00. Já no caso dos pós-fixados indexados ao IPCA (NTN-B, NTN-B principal e NTN-C) ao IGP-M (NTN-C) e à taxa SELIC (LFT) o valor pago no momento da compra é atualizado por esses índices ao longo do tempo e no seu vencimento o investidor recebe o valor de mercado do título. Valor de Mercado: É o preço que o título está sendo negociado atualmente no mercado. Caso o investidor o venda antes do seu vencimento, será esse valor que receberá. Data de Vencimento: É a data prevista para o pagamento do valor de face do título, momento em que o investimento está marcado para ser encerrado e o título deixará de existir. Contudo, nada impede que qualquer título seja vendido antecipadamente pelo preço de mercado. Os 6 dígitos que acompanham o código do título identificam sua data de vencimento. Ex NTN-F010117 – Nota do Tesouro Nacional série F
  • 43. com vencimento em 1º de janeiro de 2017. O vencimento ocorre automaticamente, sendo o valor de face/mercado depositado na conta do investidor com seu agente de custódia. Cupom de Juros: Valor pago semestralmente referente aos juros dos títulos NTN-F, NTN-B e NTN-C. Funciona como uma receita periódica para o investidor, esse valor é pago sobre o valor de compra do título e a sua taxa é acordado no momento da compra. No caso de uma NTN-F 010117 com taxa de 10% a.a., o pagamento dos juros ocorrerá nos dias 1º de janeiro e 1º de julho de cada ano, 5% em cada período. Os títulos prefixados NTN-F recebem um cupom fixo de juros semestral. Os títulos pós-fixados NTN-B recebem um cupom variável de juros semestral. Uma parte do juros da NTN-B se refere a taxa acordada no momento da compra (parte fixa) e a outra se refere ao resultado do indexador no período (parte variável). No caso dos demais títulos (LTN, LFT e NTN-B Principal) não ocorrem o pagamento semestral de juros. O valor pago pelo título no momento da compra é corrigido com o passar do tempo pelo seu indexador e pela taxa de juros acordada. No seu vencimento ou na venda antecipada o investidor receberá o preço de mercado do título, tendo sido todo o seu rendimento embutido no seu preço. Vale ressaltar que nesses títulos a alíquota de IR incide apenas uma vez, no momento da venda ou no vencimento do título, sendo um diferencial vantajoso no longo prazo em relação aos títulos que pagam cupons semestrais. “Se você não estiver gostando do andamento do mercado ou não tem nenhuma boa razão para comprar, nunca é tarde demais para vender e embolsar o dinheiro”. Com relação à liquidez, o investidor pode comprar e vender títulos públicos a qualquer dia. Existem basicamente dois tipos de títulos públicos, os pós-fixados e os prefixados. Nos títulos prefixados toda a rentabilidade é definida no momento da compra, são eles: LTN – Letra do Tesouro Nacional – Possui fluxo de pagamento simples, ou seja, o investidor faz a aplicação e recebe o valor de face (valor investido somado à rentabilidade) na data de vencimento do título. O valor de vencimento de uma LTN é de R$ 1000,00. Logo, um investidor que compre uma LTN em 01/01/2012 com vencimento em
  • 44. 01/01/2013 e com taxa de 10,10% ao ano por R$ 908,63, terá acumulado R$ 91,77 de juro até essa data de vencimento. Apesar do preço desse título ser definido a mercado, dado seu menor prazo de vencimento em relação aos demais títulos, uma LTN sofre pouca influência das variações da taxa de juros. Os títulos de curto prazo apresentam maior estabilidade com relação à flutuação da taxa de juros, sendo o impacto de sua elevação ou de sua redução diluído por um prazo de vencimento muito pequeno. Dessa maneira, o preço das LTNs tende a se valorizar diariamente com o passar do tempo, sendo o valor de vencimento (R$ 1000,00) garantido para quem mantiver o título até tal data. Dificilmente um investidor terá prejuízo caso faça uma venda antecipada de uma LTN. Abaixo temos um gráfico do preço de mercado de uma LTN com vencimento em janeiro de 2012. Seu preço de emissão foi de R$ 736,92 a uma taxa de 11,41% ao ano. “A ambição universal das pessoas é viver colhendo o que nunca plantaram.” Adam Smith NTN-F - Notas do Tesouro Nacional – São títulos prefixados que possuem maiores prazos de vencimento em relação às LTNs. O pagamento dos juros ocorre semestralmente na conta do investidor e o valor de vencimento também é de R$ 1000,00. Ao longo do semestre o valor do título é acrescido dos juros, em janeiro e julho este valor é descontado do título e pago diretamente na conta do
  • 45. investidor em sua corretora. Por exemplo, um investidor que comprou uma NTN-F em 01/01/2011 com vencimento em 01/01/2017 e com taxa de 12,13% ao ano por R$ 915,92, receberá o valor de R$ 1000,00 na data de vencimento. Além disso, a taxa de rentabilidade acordada será paga semestralmente durante esse período de 6 anos sob a forma de cupom semestral no valor de R$ 55,50 por semestre. Em razão do seu prazo de vencimento ser mais longo, o preço de uma NTN-F sofre grande influência de mudanças na taxa de juros. Havendo corte na taxa de juros o valor de mercado do título irá se valorizar e, havendo aumento irá se desvalorizar. Para aqueles que pretendem garantir uma taxa fixa de juros e carregar esse título até seu vencimento essa variação no seu preço de mercado não será tão importante. Entretanto, caso o investidor queira vender uma NTN antes de seu vencimento poderá ter prejuízo caso o preço de mercado no momento da venda estiver abaixo do preço em que comprou o título. Assim, para quem pretende vender o título antes do vencimento o ideal é comprá-lo quando a taxa de juros estiver em viés de baixa, pois o potencial de aumento no preço de mercado do título será maior. Por outro lado, a inflação afeta diretamente todos os títulos prefixados, pois seu aumento faz com que o retorno real do título diminua. Por exemplo, um título prefixado que paga uma taxa de 12% ao ano num cenário de inflação de 6% terá uma rentabilidade nominal de 6%. Caso a inflação aumente para 8% ao ano essa rentabilidade diminuirá para 4%. Vale ressaltar que o preço de mercado de uma NTF pode ultrapassar o seu valor de face, situação em que será mais vantajoso para o investidor vendê-la quando próximo da data de vencimento, pois no vencimento receberá do Tesouro Nacional R$ 1.000,00 pelo título, independente de seu preço de mercado estar acima ou abaixo desse valor. Abaixo temos o gráfico do preço de mercado de uma NTN-F com vencimento em janeiro de 2017. É possível observar a grande variação de seu preço de mercado em função das alterações na taxa de juros e do pagamento dos cupons semestrais de juros.
  • 46. “O risco é uma escolha e não um destino”. Capital e Valor De forma resumida, os títulos prefixados garantem uma rentabilidade fixa até seu vencimento, definida no momento da compra. Em razão disso, não protegem o investidor contra elevações da taxa de juros ou da inflação, sujeitando-o à perda de seu poder aquisitivo caso isso ocorra. Por outro lado, num cenário econômico de corte de juros ou de queda da inflação o investidor se protegerá melhor com títulos prefixados, pois terá travado a taxa de juros mais alta no momento da compra do título, garantindo uma rentabilidade maior no longo prazo. Os títulos pós-fixados, por sua vez, possuem prazos de vencimento muito maiores do que os prefixados. Maiores prazos significam, portanto, maior sensibilidade às variações de preços provocadas por variações nas taxas de juro e na inflação. Essa maior sensibilidade se aplica tanto para aumentos como para reduções da taxa de juros e da inflação. Nesses títulos parte da rentabilidade é definida no momento da compra e outra fica vinculada a algum indicador. Atualmente eles são vinculados à variação da inflação anual (IPCA) ou do IGP-M, acrescida dos juros definidos no momento da compra, ou, vinculados à taxa Selic. Assim, a rentabilidade nominal é incerta, pois depende da evolução do indexador, e no caso das NTN-Bs, os títulos ficam sujeitos à
  • 47. volatilidade no mercado secundário, em função das expectativas dos agentes financeiros com relação à inflação e à taxa Selic. Já as LFTs não sofrem com a variação do preço de mercado assim como ocorre com as NTN-F e mais ainda com as NTN-B, apenas a sua rentabilidade aumentará ou diminuirá de acordo com a variação na taxa de juros. Os títulos pós-fixados são: NTN-B Principal – Notas do Tesouro Nacional – Série B – Principal – Assim como as LTN, possuem fluxo de pagamento simples. O investidor faz a aplicação e recebe o valor de face na data de vencimento do título (valor investido somado à rentabilidade acordada no momento da compra acrescida do IPCA anual). O pagamento é único e é feito na data de vencimento. Por exemplo, um investidor que comprou uma NTN-B Principal em 13/12/2012 com vencimento em 15/05/2035 pactuou uma taxa de 4,19% ao ano, acrescida do IPCA anual durante o período. “A sobrevivência no mercado financeiro ás vezes implica bater rapidamente em retirada.”. George Soros NTN-B - Notas do Tesouro Nacional – Série B – Assim como as NTN-F, o pagamento do juro acordado acrescido do IPCA ocorre semestralmente na conta do investidor, o qual receberá o valor de mercado do título na data do vencimento. Por exemplo, um investidor que comprou uma NTN-B em 13/12/2012 com vencimento em 15/05/2035 pactuou uma taxa de 3,93% ao ano, acrescida do IPCA anual durante o período. Semestralmente será pago o cupom de juros referente a taxa de 1,96%, acrescida do IPCA do último semestre. A rentabilidade dos títulos indexados à inflação é composta por duas partes – uma variável e uma fixa. A parte fixa é o juro pactuado no momento da compra e a parte variável é o valor do IPCA anual. Diferente dos títulos prefixados, em que a variação na taxa de juros é o fator que mais influencia o preço de mercado dos títulos, nos títulos pós-fixados indexados à inflação, tanto a redução da taxa de juros como o aumento do IPCA fazem com que seu preço de mercado se valorize. Ao contrário da NTN-B, a NTN-B principal não paga o juro + IPCA semestralmente, os quais são reinvestidos anualmente no próprio
  • 48. título, funcionando assim como um tipo de juros compostos, o que aumenta significativamente o retorno desse título no longo prazo. Isso porque o imposto de renda é pago de uma só vez sobre o total dos rendimentos, ao contrário dos títulos que pagam cupons semestrais, sobre os quais é descontada semestralmente a alíquota de IR, diminuindo a sua rentabilidade no longo prazo em relação aos títulos que não pagam cupom de juros. No gráfico abaixo temos a evolução do preço de uma NTN-B principal com vencimento em 2035. Esse título obteve uma grande rentabilidade entre 2011 e meados de 2012 em função de um cenário de redução da taxa de juros e aumento da inflação. “O truque é: quando não há nada a fazer, não faça nada.”. Warren Buffett NTN-C – Notas do Tesouro Nacional Notas do Tesouro Nacional – Série C – Segue as mesmas regras da NTN-B, mas é indexado ao IGP-M. O pagamento do juro acordado é acrescido da variação do IGP-M e ocorre semestralmente na conta do investidor, o qual receberá o valor de mercado do título na data do vencimento. Em condições inflacionárias normais os títulos do Tesouro Direto indexados ao IPCA fornecem uma boa proteção contra a inflação, proporcionando assim uma rentabilidade real, ou seja, o seu rendimento supera o IPCA no final do período de vigência. Por essa
  • 49. razão, é bastante indicado para investidores que têm interesse na formação de poupança de longo prazo, pois garantem a rentabilidade real, ou seja, o valor investido será corrigido pela inflação do período. E conforme dito anteriormente, a inflação é o fator que causa a diminuição do poder aquisitivo ao longo do tempo. Contudo, o fato é que na prática o cálculo dos índices de inflação, além de ser arbitrário e controverso, não corresponde à inflação dos bens que são consumidos ou adquiridos pelo investidor. Ainda que esteja de certa forma melhor protegido com títulos pós-fixados, mesmo assim o investidor não terá uma proteção plena do valor real investido. “O pessimista reclama do vento, o otimista espera que este mude de direção, o realista ajusta as velas do barco”. William Arthur Ward LFT - Letras Financeiras do Tesouro – São títulos cuja rentabilidade é vinculada à taxa Selic. Sua remuneração é dada pelo acúmulo da taxa SELIC diária registrada entre a data da compra e a data de vencimento do título. O pagamento é realizado por fluxo simples, o investidor recebe o valor investido acrescido dos juros na data do vencimento ou da venda do título. Seu valor de mercado é corrigido de acordo com a taxa Selic ao longo do tempo. Apenas no caso das LFTs o valor do título não flutua em razão da variação na taxa de juros, apenas sua rentabilidade. Ou seja, seu preço de mercado é sempre crescente, incorporando dia a dia os juros calculados com base na taxa SELIC. Assim, o investidor que comprou uma LFT a R$ 1.000,00 e a taxa SELIC no momento da compra estava em 12% ao ano, caso o valor da SELIC se mantiver estável, ele terá um título com preço aproximado de R$ 1.010,00 no mês seguinte, pois o título incorporou os juros pagos naquele período, havendo pouco risco de flutuação do valor de face do título. Caso haja redução da taxa Selic, a rentabilidade de uma LFT irá diminuir e, caso haja aumento, irá aumentar. Entretanto, seu preço de mercado nunca irá diminuir, apenas a sua rentabilidade é que irá variar de acordo com a evolução da taxa Selic. São mais indicados para investidores com extrema aversão ao risco, ou seja, aqueles que possam vir a precisar do valor investido em algum momento em
  • 50. breve, pois com esses títulos o investidor terá baixíssimo risco de que o preço de venda seja inferior ao preço de compra. As LFT’s são títulos indicados principalmente para cenários econômicos com tendência de aumento na taxa de juros e redução da inflação, situação em que os preços de mercado dos demais títulos pós-fixados, bem como dos pré-fixados, diminuirão em razão dos sucessivos aumentos da Selic. Além disso, a rentabilidade de uma LFT irá aumentar de acordo com os aumentos da Selic, diferentemente dos demais títulos, os quais além de estarem proporcionando taxas menores em relação às atuais, terão seus preços de mercado prejudicados. Num horizonte de longo prazo (acima de 3 anos), nenhum investimento de renda fixa proporcionará uma rentabilidade maior do que LTNs ou LFTs, ou ainda, maior do que a rentabilidade de um título pós-fixado. Abaixo temos o gráfico do preço de mercado de uma LTF emitida em 13/11/2006 com vencimento em 7/3/2012, o preço de mercado se valoriza diariamente de acordo com a taxa Selic do período. “A economia, que é uma virtude, é uma necessidade na pobreza, um ato de juízo na mediania, e na opulência um vício”. Bernard Fontenelle Mudanças na taxa de juros causam significativos impactos na