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Titulo original:
Alien Wi;:dom. The Umits ofJlelleniwtion
Tradução autorizada da primdra edição ern brochum publicll.dll cm 1990
por Cambridge úniverslty Press, de Cambridge, Inglaterra.
Copyright <t'.l C1unhrl<lgç lulvcr,,Jty Prc11.:1, 197S
Copyright© 1991 da edição rm língua portuguesa:
Jorge Zahar Editor Ltda.
ru11. Mél!.ko 31 sobreloja
20031 Rio Uc J1u1dn>, IU
Todos os direitos reservados.
A reprodução não-autorizada desta publicação, no todo
ou cm pllrte, cnustitul vlolaçio do copyright. (Lei 5,988) ,J ;
,,.:;'],6~-i- k~ ,J
Capa: Tira Linhas Studlo ,../,_<zr/~;r-,,.,...~ :,'"' t',;>,,~"'
lustra..;:;o da capa: Mll()a do reino de Alcxandrt., o Grande r t:-4 ., .~~rJ
.- / .fv
Editoiação cletrõolca: TopTextos Edições Gnl.ficas Ltda.
Impressão: Tavares e fristio Ltda.
ISBN: 0-521-38761-'2 (ed. orig., brochura)
ISBN: 85-7 l 10· 179-5 (JZE, RJ)
Sumário
MOMIGLIANO, Arnaldo. Os limites
da helenização. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar Editor, 1991 .
Prefácio, 7
1 Os Gregos e seus Vizinhos no Mundo Helenístico, 9
2 Políbio e Posidônio, 27
3 Os Celtas e os Gregos, 51
4 A Descoberta Helenística do Judaísmo, 71
5 Gregos, Judeus e Romanos de Antioco ID a Pompeu, 89
6 Iranianos e Gregos, 111
Bibliografia Selecionada, 133
Índice Onomástiéo, 153
,..
'·
Per mia madre,
presente sempre nel suo vigile amore
(Torino 1884 - campo nazista di stenninio 1943)
Sl. 79.2-3
Prefácio.
;21_ matéria deste livro foi apresentada em maio de 1973 na Univer-
sidade de Cambridge como Conferências Trevelyan e, em fevereiro-
março de 1974, sob forma revisada, como Conferências A. Flexner no
Bryn Mawr College. Mantive a forma de conferência, acrescentando
apenas uma bibliografia a cada capitulo. Meu objetivo foi estimular a
discussão a respeito de um assunto importante, sem ceder a especulã-
ções.
Devo muita gratidão às duas instituições que tão generosamente me
convidaram e acolheram. Em Cambridge, me vi entre velhos amigos;
no Bryn Mawr, ganhei novos amigos. Foi um período feliz em ambos
os lugares. Gostaria de agradecer especialmente aos professoresOwen
Chadwick e M. I. Fiilley, de Cambridge, ao diretor Wofford, àprofes-
sora Agues Michels e ao professor Russell Scott, do Bryn Mawr.
University College London
Agosto de 1974
A.M.
7
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..'
1
Os Gregos e seus Vizinhos no
Mundo Helenístico
CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
I
O historiador judicioso nunca cessará de meditar sobre o nariz de
Cleópatra. Sé aquele nariz tivesse agradado aos deuses como agradou
a César e Antônio, um vago gnosticismo alexandrino poderia ter
pre:alecido_em vez~ d/r~!r,lin~ cristã impos~ pelas.~uas Romas, a
antiga no Tibre e a noVfá no'i'í~sforo. Ter-se-ta perm1t1do aos celtas
continuar recolhendo visco em suas florestas. Teríamos menos
livros a respeito da rainha Cleópatra e do rei Artur, porém ainda
mais livros a respeito de Tutancâmon e de Alex'lltdre Magno. Mas
um etruscólogo que falava latim, e não um egijifó1u(s!'que falava
grego, trouxe para a Grã-Bretanha os frutos da vitória do imperialismo
romano sobre o sistema helenístico. Temos de encarar os fatos.
Por sua vez, a vitória do imperialismo romano pode ser descrita
como o resul~µe.qU11tro'fa1õres:"li"ffôva"0
orientação-dada,por0
Roma
às.foiçasSÔCÍ~i_s:- .2~Jeiú,(9Jsa.~lia.~,,9a,~iíliga,ltilia}'à'à'ôsoluta
_;_,fJdii'paêillàêl"ê:dê.qüãlqiiecixército.heléhíslico..para..e11(1:,m!i!,J2?.Wma-
. E2;;:cfW'CimrptroetilÍÍ;1'1ha;·a-ptll1osa41csagr<:gação~iM,Hizirçiio•<!'ITTlTêi1
~~w.Q.ug.wcAJilli~!lllC•.pr9s.s.~g_uLu...durnnte.séculos,erpor-,-fim,
possibilitou ao;w:orr.anos.controlms,riqueza:,,da.Europa-.Ocidental"do
1,J:ráríi1ç"1,:;;if;J',~j§J~<!.2J2~!lÚ.bio;.,e,,por"últi1110;,,a,cooperação,de
i11tcl~ê,,g,,cgi:1iw:om,políticos,e,esctitores.,italianos•na''Cri11çãu'"tle
uma nova,,~ul_!J!.!kliiliMi.i&,q~_&,ls;J,~~l)Ji.l.g~,.~--V,ida,,sob,,o,domínio .
...ro.mrnG~.o....os~.P-Sze:::O~~_an-es resistiram aos romanos, assim
como haviam resistido aos seléucidss. Os judeus não tiveram oportu-
nidade, mas no decorrer de suas labutas um de seus grupos minoritários
alcançou a autonomia e desaliou o império romano de uma forma mais
fundamental como jamais os antigos adoradores do Templo de Jerusa-
lém desafiaram. Quanto à dinastia arsáeida da Partia, por volta de 247
9
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10 os limites da heleru''l.lll;ão
a.e., reivindicou a independência e cumpriu a palavra. Durante nove
séculos o Irã se manteve livre. Não só o seu exército, mas também a
sua tradição religiosa, era uma força a ser !evadi. em conta. • .
Quatro dos cinco protagonistas desta história -·gre<:JJ;:!l!acedomos,
romanos,judeus .eceltas.~.se encontraram pela primeira vez.no.periodo
helenístico. De (@to,wra.!.9dQ~ !l,'i ~fsi!os Prá1~"""'"""11'1'gQ.fü~Q'~lJO-
brirarn,os,,romanos,,os,celtaS'esOS':ludç,µ&.depo1&de,.AleJ<"'1dre-Ma,gno.
Há nisso um traço de paradoxo..J)JJ,oml.e s<culos J!Mill.9W..!L~gr~gas
prospuaram,!lll'>Itália•não•muitti"llií'&é"d~'R"Omíi':"Í'éfõ"menoS"tleSdê~o
século~V~a,G,,Massali~!iv&raaem,eort'llltõ"'diretoccom.,os,celtas·.1'0s
..,J!!~·"l~anknuma,rc,gtãi:f'tjí:i'qile'mê!:ênilti~::g:"g°.5.':~iJx!ltç~f~
t<;_<z.!!:t~§MOS,e,que,mru:cadores;gn,gQ:r,1"JSl1J>Narn,c?m,,frequen
. çl"""Qfilm!!i@Q.§~!JJ!.e.,i:edo.sehvraramhcontrole-heleníst1c<Ye·sempre
·~e-àe-Rama,..etam-também-a-única-na,;ã0.q11~eg?5
haviam.sonl!eci,!.9-•}J!H.1.Ua.w.40,.antes-0e,Alexfilldte.J)3,fa.to,A!!l!Pt.no
.J?~~ l!l!lªJmtra,história:•havia'<iominado,os,.gregos,..Mas at~ p~a
os iranianos a era helenística significou uma mudança em avaltaçao:
o-profeta-Zoroastro·tomou·o·lugar,d<Hei..Giro~omo,a,figura•iraniana
,Jl!!,,~.&~J;;W~!ͧ_2:':~.~E,oma,substituiu,"R•P~i;;.~rm4!E;!r,,!;.'.1.:!
,,,Q.:;,,gr.egos,erallli·dtr~ - . . . . .
e~do..remoto,.emb<,_1'8JemíMel;.osmages,,t,inham;1m0
pouco•dO:P;es~-
·gio·.da.,região'mis'íetíõslrd~ô1Ide"Vieranr·e.oferec1am,bens-espmtuars
pi;ópr.ios. •
Assim .a eP1,helenlstiea,.assistiu,l!"Ul1i"aeontecim6nO,,lOtelectual.de
p~~;,.:.~~t~gru:il!:.iu;.Q!!fum~~-nniuãff6'li'm'i'ãS"éi'*
l_i~çiJ~,_!!f::S.9!!.'l-quaisantesJhe&tinham,sidof'::'tieam:nte,~esconhe•
c:idas .e~J1ma..qu.e..iora:.conhecida..soh.,condr1oeS"'mU1t0"di~es.
Pareceu-me que a descoberta dos romanos, celtas e judeus pelos gregos
e a sua reavaliação da civilização iraniana podiam ser iso~ada: como
o tema destas conferências Trevelyan. Os pormenores nao sao bem
conhecidos, mas o quadro geral é claro. Há, naturalmente, _cois~s a
serem ditàs também sobre o Egito e Cartago. Hermes Tnmeg1sto
emergiu do Egito mais ou menos na mesma época em que Zoroastro e
os magos se tomaram figuras respeitadas entre os gregos. Terão ~e ~r
considerados conjuntamente. Em ambos os casos a escola platon.•c.a
desempenhou um papel essencial. Embora Platão nunca tenha_ex.pl~ct-
tn<lo q11c Tot, o inventor da ciência, era idêntico a Hermes, a 1dentlfi-
cação é expressa por Aristóxeno de Tarento e Hecateu de Abder~
(Estobeu 2, Prooem.. 6, p. 20 W!chsmu~ - Ari:5tóxe~o.fr. 23 Wehrh;
Diodoro 1.16). A..husca de heró1ss_ul,uraL'.L!:.gUtfts..r.tl!.ll.!9.§Q'l.J!.unca se/ · . - ~ ~ -
osgregos e seus vizinhos... 11
restrin,g_ia a um sq.p,aJs.Por,,volta,do·inicio'tlô-s~cülô'lh:<3,.já,abtangia
b~,J.liãg~, sa5.<JQQJ~.egípcios-e<lruidasfc6ro<Ysabemos1>elos
autores,citadof.pQY)JógenêsI:;àef'êi&'êm'sewproêmio. O grupo conti-
nuou crescendo até Santo Agostinho, ou melhor, sua fonte, fazer com
que incluísse todos os bárbaros: "Atlantici Libyes, Aegyptii, Indi,
Persae, Chaldaei, Scythae, Ga!li, Hispani" (Civ. dei 8.9). Duas consi-
derações, no entanto, me persuadiram a;"deíxar·~Egjt9,'jl::grm-gs!J!'da
minh.a•.in.Yse.!'.tig;içi<;>-<>P.!?-W~i,J;a"""ç!J;§.Jl~1Wl,!J?,...?~~W),àtJ..t;J.~S.ª-.~~q,l;
gq,.,gos:comO",um,palsA!!IS!Li<?.~{.JP9J..9!!9>J,com'costumes,mtr1gan-
~-Jamaís faí,~wJJt,.@!R~,uma~l'Q.~nAia,,pç,füia. Era antes um
repositório de conhecimento invulgar. Heródoto deu duas razões es-
sencialmente contraditótías,para ·lhe .·dispensar.Janto..do,,seu·-tempo,
Pl!.l'!leiro. que.~'.na,maioria-dos,seus··hábitos·,e,costumes,,os,egípGio&
inverl~Jl!J'Jl.~tawente,os.procedimentos,usuais da'humanidad~ (2.35)
e;'·§êgund1>,-quec:,s gregos e:xtraem tantas_cle.sµasnoções religios~.e
.,·'cientificas dos ·egípcids·'qti'é''a:té-mesmo'aqueles,,iique são·chamados
seguidores<le-Orfeu·e.deBaco são naverdadêsegüídôres·dOO"eg!pci'os
~~'~"S"l'}!á.&Q.ras::. (2.81). Durantç o ger!odo hel,e!J{§li~~e,
,B.Çt'l!lllOnalter~ãa,u01livel<fflF'll'>'ll'ltas'ã:o,greg""1"'8glto,,emhoribfosse
00!!""""'3S'cêll'Sãcnlffierorés'"'frití!egisto,como:um,deus,eo-eonheeimen-
tq~~undo~lugar;"'l!.cu!111,a,,,egípeia,,nati-declíoo1,1,-~tç. o
11ertoão-helenistieo-per<juo,,estav1!"80~ontrew~'fêg&"'"ê"""
passou•.&t.epresell1a.,,l;ro,,es~to,,ittferiOI""dlr1~:i-1_5!!llrçí!rl..0,.:,:capí,t~&,
heIJ:!!élko,.da,c.língua.se,dawescrita·~como,Claire.Préaux,denominou
(Chron. d'Égypte 35, p. 151, 1943), tomou o sacerdote que falava
egípcio - para não mencionar o camponês - singularmente incapaz de
se comunicar com os gregos. A criação da literatura copta nas novas
condições da cristandade indica a vitalidade dessa cultura oculta. Mas
os gregos helenísticos preferiam as imàgens fantasiosas de um Egito
eterno ao pensamento egípcio de sua época.
!,..J;Jl)tura Çj!!aglnesa,-por...outro.J.ado;"'IJÍ!o"de-clinou:-foí,,.assassintlda
pelQ§JOmanol', gue, tµ,uiJQ §imbo.li.camente;"doll1'aln'11'1)rinciPl!Jli!!.~
~go.,a.0$,Eis,nút!ifdall (Pifo. N.H. 18.22}~:Eli-fularia,àe.muito.,lxim
gràdô~s'õbre"widéias"Clos>eartàginesesrse,ao filenos '85 amhteêssemCli,
G@,,tago, eam9 as e!da,I,,,. f~aJeias-,Ja..Sú,la,~s
h~tételes,tratam,C"8ragoJipJ1JJR~Ouma.PQ~·
Por volta de 240-230 a.C. Era.tóstenes reuniu cartagineses, romanos,
persas e Indianos como os povos bátbaros que mais se aproximavam dos
padrões da civilização grega e especificou que os cartagineses e os
romanos eram os mais bem governados (Estrabão 1.4.9, p. 66).
,,
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12 os limites da helenização
Na segunda guerra púnica Aníbal teve o apoio de historiadores
gregos, como Silenus de Caleacte eSosylus de Espart:i, e, natura:me.n-
te, fez aliança com Filipe V da Macedôr.!,. Na.próx1ma.conferenc1a,
ay,tesentarei•·algumas indicações de que por volta de 190-185 a.C.
havla.na..Grécia,.muitos-quewiam,A.nlb.?l.como,um,posslve!.salva<lor
··a;;romanos.-&difamaçã:õllfillãtáte.uios-0at:taginesesseria•encontrada
Qp..hifilQriador.'...~scidtr'liil"Sféília, ainda antes qtJ_e alguns ora-
.. dores e escritores romanos transformassem fii'nica jide~ em lema
político. Mas, é di;;cvtlvel Sf mui~1$,1,'l.~.W.m.lJJilP~&>!l!ílfWS
p~rop~g-~.,J,_tSl},S,9.1/.MGteili.tar,nelas(cfüR:°"·exem-
plo, 9.26.9; 31.21.6). Ãpesa~tã~Ji;.e;;o.cecctalv.eúÊnio;-,h0?'Y.e
at.,..escri1ores·láflfiôs'tjnt~s'í!''l:êêu§hrã'l!J'•)!'se>uni?ª~º:""15te"·
na~i!BST,JJ,do.no'f'oe1:11/µs,d~J;1J~J!)lõ,Çi.itQ,é.J,~:~,ep;os,.r~d1g1u,uma
pequena:,peça,,extremamente,sotdana,s.obre,cAnfüal,,.Yrr~íllo'CSteve'a
P'llJ.l!b!!~.4.Mle1ti,,,,g,111/l+!,-ji~parw,,Jinéi~Sód,s~~1lores'•gregos
irop_ç_dais,.como••Pltitàl'éõ'e"Kplliii:b'ãce1liü'ai:íi"'o"i'.j'tre'Sê"t"õí.'if:l1â'ã"'d'êscr!·
çfüilite&!PitS.9JJre.l!çJoµal,doscartagineses's~"éõnsi:éléflll"lJ:tíe,l'1mita
Jj(lçsJJnJ1à;sua'cOnttãI1âff!ôlt'?ni~Grài?l:11"}üfés;DuwtiJ.C~Q.§éc.ulo,l!,a~.
J;_::~~erhavido."'1m.sentimento..de,perigo·e•interesses"cõfüfüs'-en!r'e.,,,
gregose,cartagines.es.,Ele foi reforçado pela considerável contribuição
de homens de origem fenícia à filosofia grega. Jâmblico dá nomes de
pitagóricos cartagineses (Vira Pythagor. 21.128; 36. 267). !;/.lllll. !!ª.;;.,
P,®Gll.§.ci!!Ji;lmlª.~...Fl/;S,~.%ll.Cj~j~'ll!!kl~«~P.,~RJ,*~~~e,gs
rollU!.~l?.§.Jª,Q,ti~es~desJn!ído<@attâgír,"tl's'tfft'êlê"étulfts'e!trtagmeses·,
~<;Q!!!.9.,,9/1.4.Jl!eJ.e~.1JaÍ.$,,gr.egos;,;~40rnariam,pró~r6lifátlOs. Por v?lta de
163 um jovem cartaginês chamado Asdnlbal foi para Atenas etres ~os
depois entrou para a Academia sob a_ direção de Caf1;eades. F1':"u
famoso com o nome grego de Clitômaco e em 127 fot reconhecido
como o dirigente oficial de sua escola. Dedicou livros aL. Censorinus,,
cônsul em 149, e ao poeta Lucílio. Por volta de 140, louvou, ou talvez
adulou, Cipião Emiliano. Não contradiz a sua de;oção aos romanos.º
fato de ter escrito uma consolação para os cartagmeses após a destrut·
çãoda cidadeem 146.Cícero ainda leu essa obra (Tuscul. 3.54) e, c?mo
era muito insensível a essas questões, não percebeu o horror da situa-
ção. Desperta curiosidade saber onde estavam os cartagineses a qu_em
Clitômaco distribuiu a sua consolação. Ele fora apanhado na e_sp1ral
que fez de seu contemporâneo Pol!bio o defensor da lei e da ordem
romanas. Outro desses cartagineses desgarrados que no século II a.C.
perambulavam entre a Grécia e Roma deve ser provavelmente reco-
nhecido em Procles, filho de Eucrates, um cartaginês, a quem Pausâ-
..'
os gregos e seus.vizinhos... 13
nias cita duas vezes. Por uma das citações (4.35.4) ficamos sabendo
que·f:ocles comparou Alexandre com Pirro e considerou o primei.ro
supenorem fortuna, mas o segundo um melhor tático. Na outra citação
(2.21.~), ele parece ter tomado a Górgona Medusa morta por Perseu
como mtegrante de um p<No líbioselvagem: "ele (Procles) havia visto
um homem desse povo trazido para Roma", Os nomes de Procles e
seu pai, que soam a grego, são mais provavelmente sinais de heleniza-
ção do que de uma origem grega. Procles estava utilizando sua mteli-
g~ncia no tipo de jogos intelectuais - interpretações racionalistas de
m!l°:', comparações de chefes militares populares - que atraíam 0
público gre~o e romano. Também ele, de um modo mais superficial,
parece ter sido apanhado_ na espiral greco-romana. Infelizmente, não
há dados suficientes para fornecer um relato coerente de como os
· cartagineses e os gregos se viam nos séculos me II a.e. e como Roma
veio a se beneficiar com a situação - não menos pela Importação de
um es.cravo afric:'110 que se t:3rnou o mais consumado dos dramaturgos
helemzados da hteratura latina, Terêncio. · ·
D~arei,..portantn,..J1..,.p.tiru;lllM,p.ru;t.tklla,,mlnha;.,oonferêne!ã"-110,-.
estudo..das·0
relaç-ões'cúltutifis•entresgregl>ll;,,oman=,"celtasi"4udl,~. . d ""' ,,
.. }!"'!'.!!!ll-P5~te.o.peáod&helenístiee,-.Rett:oc~,ã,,idm!e'Clássica-'-'
da,.Gréeja,apenas..na..medida,emJW!lJsse,seja,necessário,à,cornpreensão
de,époeas,pômfiloTl!!;:"0 qué"d~o"Verifica:r·é·colJlO"OS"gte-goS'Vfenm:r"
a,.-co~ee.e1:~•av~liat"cesses~gro1iõs''de-··11ãêl"'gregOS'-sem"rela-ç-ão"'à""sí"if'º
pr.ópna&1,Y!~!lt!~..Jlsp.Jl!:i1Y~~çi;~,uuwb11-
mt..a!l1.~!@,l.!'.,,s~ru11,;~.j,11yição"'gregacroasc,div.elili/l&~ç§.ç§><1,,41a
r~~nlifi~ul,.em..no~~~~ à,
apm.;J!W:ção"!lrega;,;f>;-<JüeZnãõ!'êifp'er.~'1ti!õi!'!râ-"seKOiQl,l,t;&._Ç,,ÍJ!,i,;""
trnconl<e1"""foJ;l!lPÁl?!!~,!W,W.ll©®rnano,sobre,11S,1'<llaçQ<lS,intelectuais-
entresgr.egQ,S•..,judeus,omce!tas'l!'lrafildílb's-11ssimcqueino,,sécµlQ,!J.a.(;:.
O··poder-romano.começou·a·seNJentid<HO,a-da.Jtália.,.A~i.nfluênciatde
,Rómass-obte11™entes'daljoe!CS<que,en1mram-em-·contatcrcom,ein'oi:--
ri!pida,e.,forte" ·
II
· A çJyHização,helenlsti&'~rifüuiéceu grcga'fla-,1tn.,,.___ ···"·-·e.5,.e
~e~~~fiitl;;fitir~~pos~;~~:.
111ª. e Anti~uia, ·exatamente tanto quanto em Atenas, era a supe-
nondade da hngua e dos hábitos gregos. Mas nos séculos III e II a.e.
,,
,,. l
,,
14 os limites da helenização
surgiram correntes de pensamento que reduziram a distância entre
gregos e não-gregos. ~gJJ;gl),1?,,.<!P!:e<?c~itaram,,,~n,i,g~w.MilRJt
owrtunidad.;;:~<!Iie,,aos,.gregoSc,na,,lJJlgl!,gr,1,g1b?,l&Q,ªf>Pt~~as
pr.9p;:ias,hist6riJU,•.Í.ra.diçii._<1/U"1'1igio~slgfii'ff[ôú'qfe'1ooé'ú'§';''
,roman0S7egljx!rosffe'lí'lrlõs;"lráb1lõn"ic5S''e"at&<ndianos-(editos'lle+.çó>-
"'ka),sdnserlrann1a,literatut'lf'grega•,c0tl,/;!lil.S,pt9prias-'CO!abora,;~
qye)(anto,fez,,pelos,lfdios'11Q§A<rn19.,,Y,,Jl&,.§.!,,J<>rnou4ml'll'esemp-enho,
rntineiro. No-panteãa gi;ego-foram-1ldmilidOS'mais-deu=estran~
do-qnetmrqua!querépoca-desd"ti"l!pí'~<Hl·rP.er-sua,ver,'os'b'árbarOS
. 11ii.o.só.aceitaram-os,deuses,gregos~como.,assimilaranH11UÍtos,dos,seus
deuses-gregos. Es5,>l,Jlllb§ID.CJ.C.UfilllO,<l)SS,i§.l!;!!li,tlCPdllJ.t;;,J:o.iwPai:t.cular-
!Jl.,Ç~Dllmssucedido'·tfa>ItáHa,(Etrutíã'"êRoma),deixou·sua•ml!l'cifem
.Carta.ll?•~9.i.il,rjik,~,,9.?'."'.PJ!ÍQ,JQJ,mA!§llc.e.<!L<!P;;JJJtZJudéiaybastmte"'
,J11§.!g_gjft9},;li:ti~íJMsgP,9]_iiii.~,,e,.~fe.t<l.U.,PÇO,,llle11.os,a.,i<;9119~a,
sm~s.sê;icia,.da.re!LgiãaJndiana,porJneio,da,ar-te,gândara._A.noç!Q ·
r bárbaro con uist ilidade eaccilll.ÇãQ s;ntreagueles
que_se..Ci1!1$,.ÍJ:erallaI11-J,regos. ~.,.w..a.-G,-Os-f.ilósofOU
his.tJlriad.Órtis:gregos..ha.v,iam"d~eresse-pordou-
trinas...e>-G<>StUIDOS-e5trangeiros-e"temleram,,,,~.ll,es-reeanheeer-certo-
~alor. A história dosestudos de Pitágoras com professores bárbaros já
pode ser encontrada em fontes do século IV e talvez seja mais antiga.
Hermes Trirnegisto, Zoroastro e seus magos e, em menor grau, Moisés
e Abraão se tornaram figuras respeitadas com doutrinas própriassobre
as ações da natureza. J)!o.entanto,..aJnflutl1Sl~intelectJ_atdosJi.>!.tbaro&--
~§...çg.:;sJ,U9ít.00 w11nlAJ.l,~§~.medi.~AAe~-l'l~ei:.am
<;apa.zes,de,s""'*f'~~Nenhum grego lia os Upanixades, os
Galhas e os livros da sabedoria egípcios. Era realmente muito difícil
encontrar um não-judeu lendo a Bíblia em grego mesmo quando ela se
tornou acessível nessa lúigua. pa,a.1.adll.faiant&~F<>go a)Ítgca ljnfill.ª
oo-eivlJizaçã€>-'pet111aneea.sendo.q...~o. Mesmo no século I d.C. o
autor de Perip/us mari Erythraei não consegue achar um feito maior
para um rei da Etiópia - a fim de contrabalançar a sua famigerada
avidez por dinheiro - do que o seu conhecimento do grego. Fílon, o
Judeu, louvou Augusto por expandir o território do helenismo (Leg. ad
Gaium 147).
O~~IÇ.,~2.tllWll!J),li:S)Ç&:.;!Í!M1<WÇS:~!.1'W.:911yj,l!q~NgQS;Í;µ)!
Qh.v-~eo~~iooêe.dru;.gr-cg=bn,,,osJtabitan-
~ i s e, falando de modo geral, correspondia à situação pol!tica.
M~~s~~tilih11-COlldi~.4~~fi,!:ar .º,9U(' W,...
µ;ibitante!r-ló'éâ1s""Jfiê"il'"di'Ztlfm"'"'<!tê~~r
osgregos e seus vizinhos... 15
~ . ' .. , . Jlabitantes !geais.astutamen.t<>-f&zlaín
~ e.o,;,g~~Jl!Vl!tn'O~&f-a!avam•de,-aoord0,0011HSSo.
. -, . d&"reC1ptoca1laõ"'rnv'ôrecm"!l"Sirreerida~o,,.YM!ad ·
en'tendimento~"'uand =c--,.... · • , e1ro,d . _ · '< . ?"ªº ,iáV11l"-premeneia,,sobejavlllll"l!"lltopia,,,e.a
i e_&JJza.çao;<-0nd_eshavta-um-propósit0'1mediat0n,tt;VilJ~illnM>'pro ~-
gan~,,.a:"dulaçao,e"l!S'l!CUSaçôes'l'ecfprocas. Apesar disso o mu!io
~edtterra~eo encontrara uma lúigua comum e a acompacliou uma
11:eratura mc_omparavelmenteabertaa toda sorte de problemas discus-
soes e emoçoes. '
Asingularidadede tal situaçãoserá mais evidenteseacompararmos
com o que podeserdenominado de a situaçãoclássica do mundo anti
entre 600 e 300 a.e. Depois de Vom UrspnmdundZiel derGeschichfeº
~;lar! Jaspers - o primeiro livro original sobre história a surgir eO:
9 na ~lemanha do pós-guerra -, tomou-se lugar-<:omum falar de
A:1;nze1t, o tempo axial, que incluía a CWna de Confúcio e Lao-tse
a ia de Buda, o Irã de Zoroastro, a Palestina dos profetas e aGréci;
dos filós.ofos, trágicos e historiadores. Há nessa formulação uma par-
cela. multo real da verdade. Todas essas civilizações dominavam-a
escnta e apresentavam uma complexa organização política que con·u-
gavar,overno central e autoridades locais, nm cuidadoso planejame~to
d~s ~1dades,.uma avançada tecnologia do metal e a prática da diploma-
c,a 1_nternac10nal. Em todas essas civilizações existe uma profunda
tensao entre as forças políticas e os movimentos intelectuais. Em toda
par:e se obs~':'am tentativas de difundir maior pureza, maior justiça .
maior perfeiçao e uma explicação mais universal das coisas .N '
°:odel?s de realidade, seja mística, profética ou lacionalmente,a r~::~
d1da, sao pr~postoscomo critica e alternativa aos modelos dom~nt
~~mos na. idade da crítica - e a crítica social transpira até mesmo:~i_n~!cadas 1,111agens dos Ga~as de Zoroastro. A personalidade dos
~nucos esta radada a emerg1r: eles siio os mestres cujos pensamentos
atual:11ente amda valem e cujos nomes recordamos.
Nao me ca~ aq~iJentarl'X · . .. . ov· tos
a ..cl.e,,na.ture~Q.d.ifei:i:11,J,~...como ns .... · ...... _.,. ...--· ·--
~-i ~ · · ··"'" ;· .~- ..~,,.....~,..Wll~. G que nõS .,
~ , ,que-eram rntlept:nden~os QJJtQS e, pela q11e sa~i!l.QS
~":"""'m,,;'Burante·d'!!n~ram~- '
h.g.gua 1ntemaei@ ~da ~ · ~na~·mesma=OB:OO,,.(ij~e~~o
a~n Aiex.;dre....Q..aremai~O rr<i~ratlji'rofun-da1nente11a-'"-' , ~
o a I(iílJ 'U' - E . o,oeta"'
._.. - . -'ia exceçoes. u tomaria como uma delas as cartas em
~aracteres assírios enviadas da Pérsia para Espa!'la que os atenienses
interceptaram e conseguiram traduzir em 425 a C ., . - pois seguramente
16 os limites da helenização os gregos e seus vizinhos... 17
por Assyria grammata Tucídides deve se referir a um texto aramaico ~charam..,:n.1lohidos.naquel,r-confrontá rgeral~de:valo~g,:egg,s
(4.50). Se Demócrito, de quem se acredita tenha se apropriado dos ecJµ,dJ:JJ~.9u.e..,d.enom4'i!!!l%_~filP.J omanos'!lunea-1:?
provérbios de Ahiqar, na verdade não os conhecia, pelo menos Teo- ,,,....~_íão,~"Sct'Í-~~~~~;'.1'"él1:ç'P.!;:,:,m,l!ll!li;!!!í!i~e · , ·
frasto conhecia (Dióg. Laérc. 5.50; Clem. Alex. Stromata 1.15.69). ~ '····•--·•,paPIH"<iil'umà'-posiçiio,desfmya,e,preseftãfillrr'êõm'fàlótl!dadê'tfiif'i&-te
Mas.,a..pa=la da literatm.aramaiea.qu.1..entto).l.elll..ci~ .,,mntimoot0<ile,.su:ridentidado,-e..superiotidade):,P..aga1latn"'1os.-cgregos
ción.a14ove-tersld<1~m-qun'li1fdlr~mda<k. A mescla de pru,aJhes,ensinaréll'iiõ'sêll''s·aber;eemuitas,vezes-sequeMinhamcdepagar
hebraico e aramaico que encontramos em dois livros da Bíblia sugere país erram..sens~eserav,es.13ntretftnt();i'-ao"3SSimilar..:~mat.seUfuitaBtos
que, pelo menos entre osjudeus, o aramaico era escrito para um público deuses,gregos;-c0lll!ellçôe5'literárilt"§;'ft5rmas-smisticas,,idéiaS'.ftloséfi-
que não era mais internacional do que aquele capaz de ler hebraico. -,i:,9.s_ljlm~s.ooiais-;;c0locaram..-,,,.osbmesmos,~aossgI:i'gOS.,11l!l.ml
~<!~,"111~~.~~.'ttiliZ!!f.JH!~,8.?,_çQ,;u,muita,frJ;.qiJ.ência..Q.§JJ,!.jtJJS s.iJ!!l!.Ç,ii,e1,,r:t,<;_(p,.9.ca,inigualável;;,umtõ"'ma1s'J)Orque'fizeramcda"Pfépria
se grnwiiiJia.m.oi.!frigues.para,0,prop>to,oonsumo,maS-0-volume·de>suJ> 1/&gu&u~J;!).Salllt>Ulo"Jue,pooÍa.nl'alii!al"e-om,o..g,rego
.!R<?L<:>.gJ~!!S.!kPmd!!ç.ão.em,,grego,indica,q.ue.,vJsa,v.am,os.le.itor.<:J;.gi;gl~ _,s •rruiswilil:.&§.id.él~~gasacom,,e.ltççpJllil~,JJf,;,'J§io~(.embora~~
Não consigo ver qualquer intenção desse tipo nos Livros de Esdras e gr:i:gos,nunoa•tenhãm"ãêeitãdô"inteiramênte,G';fato)~,Nenhuma,o.u.t.ca.""
de Daniel. ~Hngua..antigaceonseguiucfazei:dsso. Não erasimplesmente uma conse-
Achsenzeit, o tempo axial, é o desenvolvimento de várias civiliza- qüência da semelhança entre as lfnguas indo-européias, pois o celta, o
ções em linhas paralelas. Caracteristicamente, o Achsenzeit não esul persa, o sânscrito eo páli também eram línguas indo-européias. ~Jl.e;~
centrado na Mesopotâmia e no Egito, duas civilizações que mantinham o'sécmlo,Ul;!!;,Go.<:xistira,um,helenismcr+trtino;:jamai&ídênti:eo,ao,grego,
muito contalo entre si e com a Pérsia, a Judéia e a Grécia. Mas a põréÍf:lj'ãín"ifül"sêp1ir.Wehlelb. Os homens que o criaram se tornaranrem
Mesopotâmia : ?~gilo ainda viviam em um mu~do que fora con~tru_íd.o d?i~ sé_cu!os o_s sen_J:ores do_°:u?do de fala grega..P~IJ:Ois.,disso':'1 ·. (), ..{J/v1·~
no segundo milento sobre o poder da monarqma - a monarqma d1v1- :k, )lts.tmçao.entre-lrelen1snrc>'g,egõ'é'!'omanopermaneceu.vahdâ;-masna9,,,, 1,q""" j,>/,_,)
namente protegida da Mesopotâmia e a monarquia di;ina do _Egi:º· , ,Jv!r" ,havia b~!:1;~t~,pol(tica.,en~~~_,1-JJ;,V.Olu~&rilitã,os,ilmi<ll1<e . r"""4.4-- e&. !
Não t!veram de enf:entar prot:5tos e reformas ~o meto d? pn~etro ~fel( ., ,~~iíi:itJJ1U!9illnlffie_...~ia!), ra helenístt a i:rv? ~J,l~I ç;i, ,[
milêruo a.e. No Egito predommava u:11a morahdade do s~lenc10 e.a ,o ~~v,t;v ,!'i!I!!JU>s,1;'':~clliflfní?~'!sffií', - ...·- ..Jr, ·~.!'º~sa ..• çµ!l~ooa U-"''''t:", i
Mesopotâmia - quer assíria, quer caldéia - parece ter se aplica.do maJS_j/Ú'; 1 :hf e ·~.,_ç;,J)l~ÇOOS!'ftntrgas. Desde a época de Ilia muitos fatores !
em conquistar os outros do que em criticar a si mesma, Os.homens.da 1"t .f/' · contribuíram para a erosão da visão de mundo helenística, màs o homo i
~a,Judéia;-Jra.,4ndi':'.'~~!;:!!;~!õrm"ílfl1mºb~-~!.11'ª~s_'."S" d!'. Europaeus se m"?teve int':'.ectualment~ condicionad~ por seus ante-
med1ante-suas·crft1ê1!s"à:·''<it'i!em trad1cwnal nao,se,comuméiltimfe"ila'O, l.t · passados belenisllcos. Owaogu)o Gréçrn Roma311de1a::aliíiliZbfã'.::lm
,çrfap@,._u;na,d,v,illzaçãe,inte.IDí!Sig_iwl,,Q,que.sc.o~~4Ql!idade,da çenJro e.é,pmJ,á~ça,no..-0entto,enquanto~anismo
i,ç!_a~~J!Í,S~~:;..1?,~'Ila,preporcionou,,>iJ;?tJlaç.ii.9r.in~J;IlªC(01í~l~às êO.!;J.Í.!!.!/!iLx~S.,~ligião..dp,,Qcidenti,..,A~~M~poJâmia.e o
,idê1as;-'embora rêc!uzrsse~fortemente;,o,,seu,1mpaeto"re-volu.Ç!.Qfil!lº· Eg.Jt&sewantem·ma1s'Ol'.l'llltn0Stlnllea,erud1ça0<helenlsttca,o,reolocou
·· ÇowJ?.ª1:!!9ª4',~!Jl.P.O,~lal,precedente'/a"idad!»he~stic8"'>-""íl~il'f1 éomo.deten1Qie&.da.saber,hárbaJ:o,,,Aindac~~Jµgar,.,de.c<les1aqu~
~. qg,~ç_cya<k,m,.. Até São Paulo entrar em cena, a atmosfera geral é de ~!!)~_J;<fü~,!!,ll~Ji;J!W.os;,e,eni,particular,aos,cartagineseSf'POI'
respeitabilidade. sUas instit.Ulçoes .e.côloniza.'"ª9,p.o.,que,os,gregos,se-recc0oh!;~ªJ1.es-
.O qiie acenma a fisiooarnia singl!w;,.d;J....ci0.li.zàção.Jielcnísti~ ~Õim,~q'i;"e'1<;~llflenanuperfici!ilmente IQWdas,,pela
p~l, especial,9u.~.doisJ?,IPOS ~~~~l'U.9!i ;-~9Ji.J19Sll,'l,Os:romanos . :~m~jj.9.J,.__ç~!iGll erepres_çn.tav.am-&omaior~terror--para-groges, e
~':'.l,".,_;~. ~ll;sem~c!a,JlâJudeus.,pç.rm<We,çg,Ml,~ rg!J.lanosj,foram'5tfiíplcsm1'll'te'ãeixados,fora.do.chorizonte--de"trlldicio-
'c~':=~J1i~.2.~gw;i~J,,~~~,=~.,,"..,,R.1~,x_W'.s.Ae~yzy,;,;i;,e na! Wl!f~Rpsi<!~!llª! ç~ilil'Aõll· A ~age°: que da';'~~ deles ainda é.ª
.,;;rma,,1>m"'f><'l"'tllasi.,i!fo,.,,,ntanto,-~comparararn,~.91!!!!},IJJ!!1/-~suas de Pos1do010. Permite-se que Vercmgétonx, Boadtceta e alguns drm-
i9,~~;.C,Q.!!1.. '1!11,~..81;!;,g~e,ru:f;gand;_.:,tl.rs'rptóP,rias.s;i:!'}<§8"i" da~ l~mbrem aos,alunos da comunidade euro~éia que os ~eltas de fato
aQ$.C:!!W',ll.!l0iJnU1twcôStl'.lífléíl· enoç ...lllJS"!si,p..t;.Q~i;.sso..,.,.c.poc º.~• extsuram na época dos romanos. O .conhçç1mcnJo roédto acerca da
. ..
,.
.
/
18 os limites da helenização os gregos e seus vizinhos... 19
- ~ ~homem,ínstroldo,a.tujlj.,n_ij,gJ_.sup;,rior.àquek,ase.i:..encon- ram crédito porque Demétrio Poliorcetes se referiu ao ..parentesco
-tf.ád0-e~ntQtc;§,g!J'.g!)Ss&,mmanes. 6,té hoii,.J)ão..há..?brigação.em entre romanos e gregos" quando protestou em Roma contra os piratas
<!!~25!!!1faU!o,tradicional.de,se--conhe:er--qualq~er·coisa-acerca.da ·L---·····. de Anzio - provavelmente após 295 a.e. (Estrabão 5.3.5, p. 232).
&IJJgª'_porque•os-gfeg'l§-'é'bs-romanos·nao,conhecrn~·nada ou..~uase_,, .·i)'. fº",, ·n,,mnte PS-_.!Jlas=V-.,!,Y"'a.G.,Ai.1s,.ç;,.racterlsticas,"<!ontrasllfntes
,n.a.AA,!!:rç's~tíôé;Õela'. O século XVIlI executou a ma10r operaçao de 10 o<v- smars::J1.m,,as,relaqões•entressRoma--e,0-,mundo,grogo. Ikmn.J~fü;,:
resgate de civi.liza.. ções esquecidas que a humanidade já t~temunho?. j. w.· O'<'./§. f •rel~õe.§-..C.•PJ!J!.CtÇW.49y,.~JP,.!~.i,,dJµiJ1.ipJd9.{l.OiqUeJlOll,ll&men~
?s chineses, os _indianos. ':....•º..s _ce.l!J!s.foram os. beneficrndos mais . ;/"f V'"'.1...'. ,~§~r~,.·dm.que,no,sJ,.ç!!l<?:,M.J,. ~ ..·. ~~.lro_l)õ.:litanOS"petce.-
l!Ilpqrtantes. Mas as consequenciassó fora_m sentidas por profe~o:es (.,r' i . . ./ ~~Jl~!i.-J,/?,l!!,.Q.J.!l!<i>ll1,9.a.çl.e.JJ;;,4i§Ui,n1;.1.,kmd1~~mta..Rmesmo
universitários; filósofos, poetas e excêq_l;pcos. .A.cultura helerusi.ica _, · ··· / .os"lgregos.0Cidentaisr-cowex-0eçã&áe-Mru;s<tli"?lhes1>restmam multõ
interferiu nos dese.11volvimentos paralelos d.,_cultu111§J!l~ivid1iai.s que '!)<>ll~Ç.ão. A tradição cronista tem.poucos.fatos.a.rel'!!J!!:;_ª1.i;um<L"""
nos séculos anterior~ se haviam estendido dà;Chin~ à Gréc(ª· Ela Ç.Oll,!Jffilk'9~eteJ1i~,em-épocas,de,eseasse2:sç,loQ[çJ!'!.,ª,,Dç!fQ;!.~~
reconheceu e ao mesmo tempo limitou a importância do Egito, da 4estroiçãcFdêNeii:")lfuhM'm.,es,çi;itQt,.gI.<;go~xiJ.jQ.l!,,íl,ll,!l!J1Jt.·e.ll•nhum
Mesopotâmia e sobretudo do Irã. Criou uma situação privilegiada ~e !ii;;totiadoi:.gr-ege,narrOl"li'süll"hislória. })eoro1,m l.íldo, g de,:;ç~o~vi-
estímulo e desafio· mútuos entre gregos e romanos e, numa área ma!S ~ociaL!l~Olllil<,.ll,separou,da-.Etrúritresa"assemelhoTuã~nma
limitada, entre judeus e gregos. $:idadfügrega,,e.;foi.Jsso,qu&Heráclidessdo,P-ont0,reuonlreceu.
III
A situnçfio cspccin1 de Roma nesse triângulo é que merece n atcnç~o
maior e virá em primeiro lugar em nossa consideração. Não ha".1ª
desafio nas relações iniciais entre romanos e gregos. A Roma monat,._.
q,ui,::_a...~,®,]ka,JnJl.1iêns::ia....d,.,,.,,,11urn-etrusca,.e.a,,culturn>e01rusca
abs.óJ:Y..tJJ..UJnaJ.™,qnanl!da~e,deµsos+gregos. _Çada.noMa.r.lesco-
~rqueot~nfâti'tíi"O'S'"COnt~Tre11ls"';o!ll"·os
,.c.ln>SôOS<'n<>'séeuk,••Y.P. A revclnçiio mais recente é o estnbelec1mento
grego em Graviscae, um dos portos de Caere, com o seu templo e a sua
oferenda votiva grega de Sóstrato de Egina. Sabemos agora onde esse
homerri enriqueceu: na Itália, e não em Tartesso, como fora erronea-
mente deduzido a partir de Heródoto 4.152.
O exetnp~~.E.'J,.!P.J,Li:;li.~qR~.Jl,0lI~}ml!~S.W4kmJ!Wls
técruêãsê'iioç§"!l,!tl.9,/lJggJfis.!!.l!.si;!t.§~amente,um,Ycerdade1r-2;.çn_t~n-
,._. "'""---d- . ·1· - O trus aneeei:am mJsteru,-
tliffi~~~~~~~R~~-'i'~l}~~J~U?fS~?~~.;,1,,;-,1;$cf''··''"·Ç,9§~.~-·-,,,,~<--e-.~~~,,....-~.,,:-.:.
,;i1?.§'.;.'tfuiLi~~gr.1,ggs.~=uma;,das,;.mmta~"razoes••pofo:<JUl"'~Jnda~s~o
·· mi~t~5!_2.s.9,'LPªI!J,;:!!Q§, Se os remanes--t~ll~egmOO:~"efflna
'elrysCª,lfeiicJ.iQllSitlO'Ptífififffã'õ"tê'ri.,,ham~<!~ga-,-
lçOlis}e/Jenis,já na metade do século IV a.e. (Plut. Ca'.n. ~2). Ames°:a
idéia pooêlêr sido sugerida por füisJótelesquande,a.tJ:i!UW!.Ü!JJ,l,AAǪº
d~~us.quo.,.,.olta,,.;;m~ói~ (Dionís. Hal. 1.72.3).. As
histórias a respeito de certo parentesco entre romanos e gregos obtive-
.- A orgarúzação centurial serviana - inspirada ou não pelo,mo,delo
soloniano "."s quatro classes - fe':_ de Rom.• um_• cidadeE:á~:
As Doze Tabuas - moldadas ou nao na legislaçao greg~~~~O,=
)lt9l!),IJl,Jl,R_9.!ll!!JlJil.;l,!;Q1).SJilll!ÇÍiQ&!Ç.!ill:.S~.oo,gt~,Ç.ãO
qa,,p/eb..,,ç,JLSJJJblll'O!lFossi.v,i,par41olpaçãe,no,,g011em<>"}>•r-eeem,nã0-ter
P.a!'Ald9.J!!kªnÍ!:ͪ,,IDJl.§.,,SJo.h.sj!msg~CQID~Q;;Ú'ec11M>,.l!l'~!!ll9,S
.gLe.&Q.~,~º~~ue..é .igi/~,}.l,!PQtl!llte;,,a;,,p/ebs>roma.11a,,p.arece,,tel!,:se
~cssa.d~jii;çlÕfiifoiífu:peln'féliíj'lltõ"e"pê'lô~'i"p'rêêeltos,morals.;gre"'ffi
~&911.s Ç).temp!Q,/J&,Geres,,,J;iem~-:_queJ:oicJ.!l~.!!gw;ado,.ellh4!!l,,ª.C.
e,r:;!c.censiderado,um4,.êJlJmí.rJ2,P!e!ltu,,.-~fQ.i,g~~*1~tW~~,&~Jl.PS
~sl!JJll,~.!!,!,~!M2!J-ª.lle!lI&là!! (Plln. N.H. 35.154; Cíc. Pro BaJbo 55).
AJ»;,.tillli.ç.ªº"dQÀlPJlSelhp,misto,patdoio,plehellidetilfvirbs11i!rf§ftldun-
~&:l",4l,fililij~!al,p_a~dade,;das,,dua5'!>1ltsses,nas>fois.,de,l,idmo
<>$6,ctio;dM'º't,J!,11,,,2li,!l.tt!ll91-9.~Jl.O.~.Q~,~J!JoJinham-presOíhiV'elmente
-~~1100ldt7gfe!l{f'S'tf,tffihílni"dé'êõll'§ültãf-$'livroS'sibilinos.
PQLflnl,.A..çigioso,.que..o~p.ti~,ffi&l1~.'fil.~;.iS9~-.9JS!!,q.tnás-
t~j"romana--pertençl!!!La..doi&•cõnsules,;plclwis.;;,,Q~'ellJ..if!lil9;,,
C~fEi~!l1~~'~11l,&.:,8ti~~,l;l;.9!liJJ~.§,gpl!ys.,;Ç,!?!l§IÍ ,em•304,a,.O.
Se~!gg,çJ!Q,Jl!JLRQmª,,p_or,Y~olJM!e~3S,,il.o,c.ultg,g_rng5),?"fü)&R,~
~~~~~~~~!~f,i~~~~J~,~~~t?':*~~~~d~~~~~~lli'·~:rr·_:._. CV
os gregos segundo nonnas diplomáticas adequadas quando se envol-
veu com eles durante a conquista da Itália meridional nas últimas
décadas do século IV. Por volta de 333, Roma fez uma espécie de
tratado com Alexandre, o Molosso, durante a sua campanha italiana;
1
20 os limites da helenização
o súbito desaparecimento de AJexandre retirou do acontecimento a sua
importância potencial. Sete anos depois, Nápoles se tornou aliada do
aequo iure de Roma. Significativamente, foi a um cônsul de sobreno-
me grego, Q. Publilius Philo, que foi confiada a ofensiva na Campânia
que levou a esse pacto em 326.
~orna, não a Grécia, preparou as condições qué iriam tornar as
rclaÇõcs entre ambas um caso tão singular. Os gregos não forarn alén1
daquele mínimo de atenção que a sua posição exigia. Observaram o
saque de Roma pelos gauleses, porq11e Massalia não podia negligetfdar
um tal movimentq;:.da't;Q!'.)'jfüliiç~.es...cél!iç.a;;,..e.~porqg_<;.JJ§.,,Íl!Yas.o;:.es
cons.tituíam••um·pêrigo·também;para.a,Magna,Gooa, além de serem
utilizados por Dionísio I como mercenários. ~ l , t . ~ m
àooiüa~egos,.J.el!l;l.tam>aprendeM»língu8fcaceital:i111<.<!~l.@S.gléi;,,,,
..gg:;,e.u:fonnula,am•acsua.<;QQ§!i,filxi,9~&M,~~Jm.!1í!,Ç~q11,1,,;tJgyns
~~ÇJJ-~...,f,1,W,4'~f!llll!ll.~!lJesô/1s~s.uas,,~p,r,ifü,,~onstit.,;i-
'ÇQ!,l,,Jllo'fiftã1"õô'sêêúltl'·rv;-'ôs''atistõêráticos.,FábiO's;"'<i1Jê"atbentão
tiIM1~W,.,§,~{i&,.:J:,~SQ1.W.epi<,oss,como,,especialistas:,em,,Jí;igl)~~-!!11SQa1,e
as51J~!?.S,,el)1Uscosr•resolveram·,,se:·.voltar•para:•a•·língua•,ecallm"gi'CgãS'e
para,,0c,.q.ip!gmaeiuno,munfl%!:!ll.~llico. O que levou C. Fábio Pictor a
pintar o templo de Salus em 302 a.e. - "sordidum studium" (Val.
Máx. 8.14.16) - ainda é motivo de conjeturas. Mas em 273 dois dos três
embaixadores junto a Ptolomeu Filadelfo eram Fábics (Vai. Máx. 4.3.9).
..Q~os..aão-reagHam-oa.melbor,JJãpJ'oi;am,além,àa,superfíele,,
~roman~,!16-;§,<i,,!!!i.1l'lf!'l)l_,c!,{!!!!1.~A~rl!!.ll&,.!JA~ncia,,de.pcimeira
~.JJ!.ta os e~é~&.egos de Pirro em_camgQ,Ax;J;t~··~..• • »-..~~~ . . , = ~ ~ •
,PtgJgmeus,:,pQt,~.ecrnm,os"v1zinhos,dos,eartàg'üíeses:equa,er.i:m.aha os•
dt:s. ro~8..!/,QJ{J/?lJ/A,fllhP~imeirps."rei&rh"leJ1ístille&"""'tental'sse.,to.rnar
JlJÂÍgóialà.~ô""'<e"ÍnesJl<l'ra~têneia,,Jm,l~.!!:..&!~r[adorj,ciliano
'em...29wcresidenteoemPAteliiiS;'foi,o.prj..me,iJg,,;1.rxWtiL!mJljg~,jfilo~-
ç§,1;s sobre·opassadQàO,So,rcornallOS', Ele não foi o primeiro ase interessar
,,-'por Roma - Teofrasto, com certeza, e talvez Cálias de Siracusa o
antecederam. Hierônimo de Cárdia, contemporâneo seu, fez uma di-
gressão sobre Roma em sua história dos diádocos. 1'li!,gyém mais,
porém - ao que saibamos - dett-tantll' ãténçao e flurt&esp~;:;;:;'R-emã'
<J.Jl-ªJJJo>Efime1;,;Jl.J.Wl..$J!L~~ente. Ele tinha uma data
própria para a fundação de Roma, colheu informações diretas sobre os
penates de Lavlnio, descreveu o ritual do cavalo de outuhro no Campo
de Marte, atribuiu a Sérvio Túlio a adoção da cunhagem etc. Obvia-
mente, ele dispunha de um relato mínucioso sobre as origens de Roma.
Após ler algumas coisas de Timeu, não vejo motivo para duvidar de
os gregds e seus vizinhos... 21
que Licofrão escreveu Alexandra por volta de 1-70 a.e. Se for assim,
as linhas 1.226-31 devem ser interpretadas como um reconhecimento
da nova situação mediante uma fórmula tradicional: agora, Roma
domina a terra e o mar. Mas se alguém se recusa a acreditar que por
volta de 270 a.C. Licofrão podia dizer a respeito dos romanos: "E
depois disso a fama da raça dos meus antepassados será exaltada ao
máximo pelos seus descendentes que com as suas lanças conquistarão
a primeira coroa da glória, obtendo o cetro e a monarquia ela terra e do
mar", não discutiremos sobre a data de Alexandra. Já se escreveu
bastante sobre isso. Há outras indicações de que os gregos começaram
a perceber as peculiaridades da vida social romana e do comportamen-
to romano em questões internacionais. Na verdade, o famoso conjunto
de valores romanos - jides, constantia, severitas, gravitas, dignitas,
a11ctoritas etc. etc. - foi descoberto pela primeira vez durante a Pri-
meira Guerra Mundial por professores alemães e ajudou os seus alunos
a marcar passo enquanto Hitler estava resolvendo o que fazer com os
clássicos. M..l!§JllgunaaspooteswllH!nos-earaeteristioosforan..realmen~
te ªRte,:i•d9§. 11<:los gct&ges41o.sécuJo.JlLa.G,, . _
.- lyi_des r2Jw,na cheg-0u às moedas da Lócricla aproximadamente em
274 a.e, (B. V. Head, iilsiôr?ã"Níímõrnm';-I04);a dévôtii:i de Déêío
etEJ,i::ntino.)!parentem(ê;ite atraiu a Atenção do historiador éõnlêiffpô-
râneo Duris (76 F 56 Jacoby);'lí'repieéiisãoêxêmplafdé uma matrona
romana a seu filho foi relatada por Calímaco em Aetia (fr. 107 Pfeif-
fer). Eratóstenes admirava o sistema polftico romano e o cartaginês
(Estrabão 1.4.9). Aristos de Salamis, em Chipre, que provavelmente
viveu na metade do século III a.C., é citado por Arriano (7.15.5) como
tendo sido um dois historiadores que não só se referiu a urna embaixada
dos romanos junto a Alexandre Magno, como também fez Alexandre
..•,-profetizar-a.futura,grandeza·de·Roma; de tão impressionádõquelíêoÜ
pelos emissários. Infelizmente, o·texto de Arriano é ambíguo acerca
da autoria da profecia. No final do século, Filipe V da Macedônia
apresentou a política romana relativa à cidadania como um modelo aos
relutantes habitantes de Larissa (Sy/1.3 543). Esses são exemplos.repi0
· sag~,mas,demonstràm·que·õi:rgregos,-ainda,quev'ãgamê!Ite-;-estavam
.!!~i,!l,1ltil!!~l'..l/,l.Jl.Omll..~!g_2,,,!!.~não.pesstflã'm.
Eagradável pensar nos Fábios aprendendo grego, ao mesmo tempo
que osgregos admiravam afides romana. Mas talvez devamos dar mais
atenção a outro fato. Crperíodo>.decisiv<>,.tla assiajl,a9iiQ<da..:ullura
.grega em J}gmaA-o.das,prlmeiras,,duas~.Jl:!l~to
lu'.!',ª11},c.~~J;.~J;,,..l®;m.,~~~~g!t~.J;~gmQmÇllll
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22 os limites da helerúzação
c.2§tumc;,:;~glllu:cl.m.en!os.~gos..c0m,J11pid~l.s!)J:J,§,g:JH1<,,l;íª,o,.}lJ,We
~,;.irut.nto..corresponàentli'n·ó,interesse'gr15gô':potR,om~.,,PQ!f;Jl-'?.J!~
,.perceberum0
declínio'lle0a1en·çã0'para,com•,as,pecpli;i:ri00,,l.eM,Q.ffl!l,S,
Agora que os venceclcn:.e.s de ,Pirro,estavam envolvidos num conflito
aparentemente infindável com Cartago, os romanos pareciam se retirar
do horizonte dos intelectuais gregos. Entre as sutis observações do
periodo de aproximadamente 270-240 a.C. e a adulação de poemas
como o de Melinno - que, embora sem data, se coloca naturalmente
no inicio do século II - temos de reconhecer um intervalo. l'.!~.t
2".Q:100 a,~,:~ent0<os'l>nOS'em,que;,(!,$J;W,P,<fü1,,a.tragédia,
a c,ow!)dia.s,,~oogJ,~~.gu,_gw;§.M,QL!!ªra~,P,/l<~.J>.,_~r
!1'fil.!19.~1le..os-,,r0man0s-se-lança,amJ,!)UJçji.w:._t;fa-'d<>'li~
cllllJ!ll,Ae,u!ifil'Ifá'çào'>estrangeira,eJ<,<úamente,quartdÕ"e'Stávãil1"envol""'
vJc;!9§.;!'J)},gl)tnas,e:iJt.n!!wtes,qpm,ou.t.raenaçiio,estrangeira,·contillHhll
·•·srrumd.<;;;S~~JlJ$~1l!llilS.Jl3.ÇQÇ,!j,,ÇJTu,S.Uas,.JJ9rn,;;_w1;is
Jg.çscrutáV~iS'W~.WM~. S1tfkÇY.X~-?~,~S9.~~tJS!~R,ID...~8AÍ~~
,~ias,gri;,g,!;wu,helenizadas~~~çµi~;:tAAª~ª
~Jll!,para.~111~,,~{a.s,esS!!,,.eX.llÍ$J!;Çl!f'sl!,ií.R'"'4$,llficiente,;"""6i,in11-
lJ!Ção,da·,JíngüáFdõs1*ôsltimês'Se"ctenças,,1ireg~dls.tillguJ'llílkmla
0 criação.de-umg4iu,ratuNf.rlá'êl<lna1'qle';é!imidllâ'll'l:ilnlít{lãt>'à0iroQqJ;,los
a!.!J,çls.s.,J11Umedialámen1tM>rigi1w.l,e<'l-lll.OCOnfiante,esrgre1;§i'va. Dificil-
mente poderia haver um par de personalidades mais irreprimível do·,
q11e..Névio.e,Gatão(OS'Criadores,respectivamente,da·•epopç.jª_.g~$Íl,l/1)!l
e,drama,romanos e,da,prosa,Hterária·latina. ~~1ª.çi,Q;!,iÇ,/i[!.,füJ2t~W,!?-
em,latim•env01Ve6"1i'dmens<éllja4íngua"nativ1!.&t1í;s.em,.À!Í)!.td~,9,,L~.tlln
ou. proy~vel111SJ1.!k,!!.i@oer-alf.l4Pri,m~JÍ!)g!,!g,À~Í)!i,g,Andr-011l~q,eFa o
,gfii_fü:&mf°J:ala;,;;,m;,~Q;J)/J~!),,Ç,9!!f9,$;l;l,C&J!,{?.êWOvP.I;O;aVeboonte
ta1!.'.!1mJaJ.aY.M>ScÓ,quando,cEian.ça;,.PJauto,de,v,e.,tei.sido.e4uça~
,,IÍmbdo,-,e,,'Fer.ên~i.9,.AYld_"1]temento,começeu,_Ç,9IP,P,,PJÍJJ.Í,CÓ, .Q"ÇJ?,!Jl$;,,
dió,_~~!ÍSÍ,o""Q:.cíli°"'era"'fa[?,gJ~d,;,.ceJ.ta..,p.!:>x~llaSiLU})$.U~ID
~,'!1lcrp.J!a,J!ália,.setentriona,J (São Jerônimo, Chron. a. 1838, p. 138
Helm), e...apaFentetí'fe'fITê'õ"primêirO'cescri1or.,,g1;Jild9,!Wl,Jl.~ª
'cidade de Milão. Eu seria mais cauteloso quanto a M. Pacúvio, o
ttagediógrafo, parente de ílnio. Originava-se de Brundisium, o local
onde foi encontrada a mais famosa inscrição messápia (Whatmough n•
474), mas em 244 a.C. Brundisium se tornou colônia latina e manteve
ligações duradouras com a Tarentum grega, para a qual Pacúvio pdr
fim se retirou. Ele pode ter falado apenas grego e latim.
~.a.risleefíltlf$'f6ml!ni:&·ê'!!é~i1'ê'Jtb-lF'erír'tllmis
~~!c~s ou en_; di1
s.c2.~6
~~-~l'.-O,IIlallos,;tinham
osgregos eseus vizinhos... 23
UQJa antiga trn,diçiig À~!ll.xer.crônicas-,que>se'mantev~nas.mãQ§Jle
.!lQnlífices.:,u;jstQcJ:á.Uçw;,;,Somente.111mitistócrata"romilllo'"'•tal.;.,;~ele
P.JÓ~~,.!~ft,~fce:-,=om0,Eábi9~!9,p.2cp11~guiu~~~,,&~a
,~d1_çao:e~torMr ã'""vetsliobnativã~tlac,histórilf~JWtéessívek-ao
r_u,blic.0'111Strúldo"<im<geral1'=motestav-1'azendo.os,,habitantes,de
~crevend&'hísi'/Sriã"'~.gregÔ"'-&<Fábioolli11tQt,1 ·l..,nl • J.:, • • 'i"'
~!!l;.J..QllJ>~"';"".'W.l'!.!l&,~,,ª9ma.,_,!)!ilo.,dev.e.,.i1Ps.;Ji.l!!!/~.!!l!t.M!!;,,;'
,li!J?-bé.mJ!:!!llª""~lizado~fontêS"'gregas•guando.,elas,ç;;!!'y.JU11.J],L~vgní-
vetsrtal,como..D1ocJes·de Peparethus acerca de-Rômulo (Plut. Rom.
3.80):'J,~zer-sàis<cursos,.públ_icos.:,em"•grego-·era..mais,·temerário.••Há
j~~icaçõesd~ que os roiíiãnos fizeram papel rid!culo diante de platéias
,11regas_~runentadas. Em 282 a.e., o grego deficiente de L. Postu-
.riiius..Megell~ desper~ú hilaridade em Tarentum ~ contribuiu para a
guerra subseqüente (D10n. Hal. 19.5; Apian. Samn. 7). Mas lentamente
surgiu uma ?ifereqçª_capital entreromanos e•gregos. Flam!nio (PluL
Fiam. 6),.P~L?~Gracos (C!c.Brutus 20.79), e Lutatius Catulus (C!c.
pe orat. 2.7?8)~~r~f~~e.Q modelo.de procônsul
llltolerável e mfehz, P. Lil:'íiiio Crasso DivesMúéiano cônsul em 131
"}ooifreplicar aos peticionários gregos em cinco di;letos diferente;
(Yal. ~áx. 8:7.6;.Q~int. Inst. Orar. 1L2.50). e'!!Jia ao IOQ!._ano rçso!yer
~~~~la ª..~~..p.:ubl~~2~~~.,çi~~ru,W},l?J;!;Ji~t!!&(l~Ç)JJ§ejà_,tçpm,pÚ
>%'~-~~-Jilliil10 f,mlc,_conseguia passar habilmente de uma
l!ngua para a outra (Lív. 45.8.8; 29.3). Sómente no caso de Calão
podemos suspeitar de que ele não tinha alternativa senão falar em
lati~, embora·Plutarco--esteja-convençig,o__<k....9.~_e, se desejasse, ele
p~ado.em0
grego~lut Cal. 12), · . - - - - -
Q§..gtegos-,'f)CloaquesseÍl'flunca>th,er,am;e:l;l,101ha,,S.á,pooiamifalar,aos
-~118~m_;;~/M?;!'ll?f/IBÍ!ti!QSJ10manos.'<1eéidmse,queriam,,inrérp'rete
"'Olkgj~~es-supet"-que'em-280.a.G;;;,Çigea.§~.4iâfe~rego
nç Sena.tv.mm=,eJ'oi-.trru!.Y.zl<!o.p.9i:,,l!lJJ11ll.~J:P):llle (Plut. Pyr;( 18).
~~lérprete,,,é"'6Speciticamente.Jn,encionad~
m1ssa.Q~J!:§~Jilp~9.fq:;.;c~!ll,PQme.di,,,{Jel~,:,gjl!!,4-WretC'llti!"Urtnlos-
ssnac;lotes.,~9Jlrn~.(ê>,ul. Gel!. N.A. 6.14.9; Macr. Sat 1.5.16).,Na,,;_
época..deSula,,A.polôui&Mólon.f~ioo,na~senadQ,J:omano.sen{
attXffiô"'llê"ffitétpret<>tJ+aL Máx. 2.2.3). " .
Com ess:' tranqüila assimilação da cultura grega, não havia dificul-
dade °':P:ctal para ado~ar uma família com ascendência grega em
competiçao com as famlltas troianas mais bem estabelecidas. No fmal
· d~ século ma.e., a tradição de um povoamento arcadiano no Lácio
foi aceita por Fábio Pictor (fr. l Peter). S~ll2~-que.,EtAAs!J:R,~~"
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24 os limites da helenização
difundido no Láçio um dialeto gregQ.._que,.devidament.e.o!llt~1,1.J!Q,~~
D,:l*§ÍRfmeM,~(Varrão fr. 295 Funaioli; ~i?n. HaL L90J). Os.
s.abinQs~.1'-l<e!S,~@le)AAf,'sf.11'Jt,misteros•lacedemon10Srlllodernes,.Bles
adquiriram-ascendência;espartaruL(Dion. Hal. 2.49; Plut. Num. 1.1).
Segundo Sérvio,.ip_sgaCalão contou.a-história de.que,Q.lacp!],Í_Q,1;a.1]_1J.ê,
um ÇS>l).~PLãíie.oAekl<;,w;l!9~;,-!l.gr~~.P,ífll8,Ji~J.iJ,fr, 51-2 P.). Os
sabinos Cláudios se tornaram-naturalmente os patronos de.seus par~-
tes espartanos (SueCTib. 6.2; cf. Dio. 54.7.2; Sílio Itálico 8.412)'. Qs""
··Fábios,-replic,íí;~t;at1ndicàiído'descendêneia.deoHé,cules. O mais
antigo testemunho que conheço da devoção especial dos Fábios por
Hércules remonta a Fábio Cunctator na segunda guerra púnica (Pl!n.
N. H. 34.40). É praticamente certo que Friedrich Muenzer estava equi-
vocado ao considerar a lenda herculana dos Fábios uma invenção de
um arqueólogo augustano (P. -W., s.v. Fabii). É verdade, no entanto,
que em geral os aristocratas romanos eram cautelosos quanto a origens
divinas. ,·~P.ll§§!lÀOS~greg'ós''óii"'ttoiários•i:já.ceram,s-sufidentes<pam
SJ!~l~tarassuas reivjndicaç.Qes.de.pajrr.
..'f..~claro,,que,.,não.-tenho,dntençãoo,de"SUgerir:0
qu-e•~SSá'"'teVôlução
intelectJJ11.l0
9.,1lll.JJ,!i,çjJm;µen,,,polltic.a·,avançou•sem"transtomos. Em·...
-+73 ou em 154 a.C. filósofos epicuristas,JQt;!fl,All'J,L~OS de Roma
(Aten. 12.547a). Em-U>l-houve..u·m.senatus-..consultum"proihin4,Q a
rc.sidência"em,.,Roma.a~filósefos..,e<l'.J}Qr)i:_q:; (Suetôn. De gramm. et
rhetor. 25 Brugnoli; cf. Aul. Gél. N.A. 15.11.1). As atitudes contradi-
tórias de Calão não necessitam de outras explanações. ç;alão pmvax..el-
~te...conhecia~melhor.,,dQ.ll!!~qualqneMle&;seus,oohtemporâneps
l~oda,,helenlstica,bisoriográfica,-,agJ:(çpJa,(:,Jll.ili~Me._.
!ml):.ega_y.a..a.uma.fúi;i<1,§i.!JE.!!Jl.d~.P!.l.t!;~J?.M§.S!Í!QLt;iUU):.~~...s9bn;!~do
c...~!J!D.lJ2~tutdi®~tegos~-.,~Hurarunt inter SC-bãrbãr°:> nccnre om?es
róe<licina" (Plín. N.H. 29.14). Uma geração antes, Névto fora reduzido
. ao silêncio após um conflito' com o aristocrata Metelo. Ele foi a
principio aprisionado e depois obrigado a deixar Roma; diz-se que
morreu na cidade púnica de Utica, local singular para um intelectual
romano em desgraça ir (São Jerônimo, Chron. a. 1816, p. 135 Helm).
Os pormenores são incertos demais para qualquer discussão proveito-
sa, mas o significado do episódio é que, por volta de 200 a.e:,~
• . . b 'b'l'dad d . trod •
~qntor~"'r(}_~!mf>..,f:!'~i!!P!i~~.9,..,..~J~.~"V~!:iAA~!.,,:,!JL:""1&.t~"'~~01,Y;l.. . uar
,0,l!!M;J.l.Q!Â~i,!!':JiR~t<!iidií'ldei!pali!liQ!f~~~c!g~ç,lll9'Y (Cl:. Verr.
Actio prima, 1.10.29 e Ps. -Asconius ad. 1. p. 215 Stangl),.,Q§,J!!.!.eJ.<li',,,
.~~gr.egos,e''romáiiôs-1iveramc;de:-.apre_1J,der,,,c1i~~,§;1m,~,lkf~~ellm~
çãg_, su_)~.!.l~Jl..dl~.,J:.CSP!<i_tQ,,p~!bRfdt;J;!!,.,,J!.!?"'2!n!,~1e,;-A,.wa.19na.,d_os-~_::;::;6,-!:;.:"..,.,_-.,•.+ • • -· '"~-""0."'11_.';'~~~Wf:~
osgregos e seus vizinhos... 25
.c;§&Q!P,~§SJ<fftJje.i.tou.e.foirecompensada..LiY,!9Andrônico,.e>;::ǧÇf"VO
grego, àlcançou respeitabilidade e influência; foi-lhe permitido ter o
seu próprio "collegium''., um privilégio cobiçado (Festo p. 333 M.. -
446 L.). :Ênio foi levado da Sardenha para Roma por Calão: uma ;
informação (C~rn. Nep. Cato 1.4) que não me parece ter sido
Ú,validada pelo professor B. Badian (Ennius, Fondation Hardt En-
tretiens XVII, p. 155-6, 1972). Cícero descreveu :Ênio como amigo
dos Cipiões (Cic. Pro Arch. 9.22) e dos Fúlvios Nobiliores (Tusc.
Disp. 1.3; Brutus 79). Terêncio desfrutava do convívio de Cipião
Emiliano e C. Lélio. Pelos prólogos de Heautontimorumenos e
Adelphoe, ficamõ~ sabendo que os seus rivais tentaram desacredi-
tá-lo por isso. Réí"ém ení Roma desde 167, Pollbio entrou natural-
mente para o mesmo círculo em condições de clientela semelhantes.
Vis!{l,Ç,Q.W!Ul.!llJPP9,.Jl..aSSimilaçã<Mla culn_ira,e;da,língulf'.greg,,s,f0i .
w.1G-r-ápl!Ja. &>s,,fttósofoS'.,e»retóricoo'"Jí'reg'âs~"'1ol:nímlffi"par1é"'w
row~,i.,,~.9Wí),E!J! ~)_,bÇ.,,~ll@?RJ!.lg~m.t,entava,instalar,uma'"'
esco1ª.,de.e1oqüênciaem,la!.!m.,;s:Jl!!,~!@.I.X.Ç.!Hlf~".,P)t:a,.atender,alguma
liill,!lll!.sPOPUlari.s,,,,-.,.,os....!:.e1l.@.ffi"A;;,.,épç,<;a,.se,mostraw,m.,Xim!".IA.~Je
,22l,4:~tl~~..;iç~dec);g,l!Yam•,favorcdare.tórica.grega&.!'llll!J:11,~_ll_tJµa
(Suet. De gramm. et rhetor. 25; Cfc. De orar. 3.14.93). Como se
poderia esperar, os professores de eloqüência latina também logo se
tornaram respeitáveis. Mas Cícero contou a um de seus corresponden-
tes que fora dissuadido pelos 111ais velhos e superiores de freqüentar
tal escola: "continebar autem doctissimorum hominum autoritate"
(Suet. De rhetor. 26). Q.Jlr,;,&g,J!!,.,t9!:MW,JWI.JÍ,f~<-C.Rll)..J).Ulsózlo
dJ..Jll'.ll..,l;.,S!!~.ten@ç»'.g~(l,01i.mpérlo,.·10m,mo.,,
. Nu~g9.JtçJJ<.!!1.QêAetem!~tL~!.l&~,l!.fl1'5.~~2"-~J!/l.Rf)Jj,afüw0
ri~..à.1l!?,;;J;§J4;,,l,rnp.l(cJ.!R.1.lǧSA>,!Oif2r,2c,,§_i,)J.,E~.9/i,,:,'lR~i:!9.Bll!J!:~;'~~:ª
a~nder.a,:;e,.exp,tjmi!',,e,pe.l1$!1!,&Pk•gtego:)fe111.podemos>fazer m~ts
cf.~.9A!lSA>.!li};utilJ,eyg,bre.asconseqüênc~"':.do de,;çoll)Jç.s!ffi~J,!.l<!,,il,e:>,!'l.t•m
j?r.Pi;t~j,~i~gQS, Gaetano Salvemm1 c?s~mava ~firmar que Mus-
''sõlmlll'êãbou em desgraça porque sempre d!Zla Ja a Hitlerno momento
errado. Vaidoso, Mussolini não queria admitir que o seu alemão era
insuficiente para uma conversa diplomática. 0;.gr,egos..pelo.m.ep_QS,!1Íͺ
tentara!ll,.o.cu!tar,ocseu•déscóriliê'Cimé'niô.,,_dó'latim,Mas,será,que~e},l;Jl
~~;;;ndexam,inteiramente'como•era0
temívekessa,nação;que,,c_onse>"
g'U[ll';"pçrsu;;:.Íirlfolfüf'as'iclli"'Niãg'ifã"Gft!Eíli~"'câ"llipãlíi'íi;-úõitrr.We-""Kfrlêli'
a Útliizar,o.seu.,conhecimentodo,grego,para,a,eriação1delíiína"literãtil'i'ã"
.~:;~~~~=~;=~=:;=~
26 os limites da he/enizaçáo
,tanto~,fizcram),,mns,para.'e'í.:itêfídêfã:s'êôiíqüistlis'romaf!.aS,,Na·,próximá
conferência,,c.ll;Il<lll<lS.cde·',O:os'"pêrgúnilff''êm•·que,;medida«!,15',S,,Jqram
!Jw,.s.ucedidos•êõil'haõ<pouco>Jatittr>à,sua,disposi~ão;.Q.zgrego.ecom-
pulsório;,todos,·nós;concordam<lS,,.,;jndispensávelà·mai:>Uifoção,d.eJI1Tu<
Í!Jll)écio mas oJatlln,compulsótfoé-necessári<>·pàta>salvaf'â'lgíl'éii';Vd'e
.!lmJmpério'l'
1
1
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2
Políbio e Posidônio
Ouantas lágrimas estão subentendidas na simples palavra grega
edJtnien, ..ele chorou"? Pode-se confiar nos eruditos versados nos
clássicos para responder a tais perguntas. A ocorrência é famosa, os
protagonistas são ilustres. Cipião Emiliano chorando por Cartago em
chamas, Políbioconvenientemente presente e pronto a obter a resposta
certa: "Voltando-se em seguida para mim e agarrando a minha mão,
Cipião disse - Um momento glorioso, Políbio, mas tenho um terrível
pressentimento de que um dia a mesma sentença será proferida contra
o meu país" (38.21.1). O texto mutilado da passagem de Polfbio nos
foi transmitido por Excerpta de sententiis e a palavra-chave edákruen,
"ele chorou", tem .de ser suprida com base em Diodoro (32.24) com
a corroboração de Apiano, Punica 132 - sabe-se que eles utilizaram
Políbio direta ou indiretamente. O complemento parece estar correto.
Cipião chorou de fato e portanto os eruditos versados nos clássicos têm
o direito de perguntar quantas lágrimas ele derramou. Como observa
o Professor A. E.: Astin em seu livro muito valioso sobre Cipião
Emiliano (1967): "Por edákrnen Diodoro (Pollbio) não tem necessa-
riamente d.e querer dizer que Cipião derramou uma torrente de lágri-
mas, que ele realmente chorou. Também é possível imaginar olhos
úmidos, com uma ou duas lágrimas -escorrendo em cada face, e isso
seria muito mais compatível como elogio de Pollbio ao comportamen-
to de Cipião, o de 'um grande e perfeito'homem, em suma um homem
digno d.e ser lembrado' "(p. 285).
Se os eruditos versados nos clássicos têm o direito de contar lágri-
mas, não deviam porém permitirque preconceitos colegiais perturbas-
sem a sua apreciação histórica. Polfüio estava preparado para aceitar
muitas e muitas lágrimas de seu ilustre amigo e protetor. Ele registrara
27
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1
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1
28 os limites da heleniz.ar;ão
com calorosa aprovação aslágrimas de Antioco III quando o rebelde
Aqueu lhe foi trazido "de mãos e pés atados" (8.20.9). Ele n.ar:r:a as
lágrjmas.de-Gipião0
Màiór'iro~~vaJiar-,as humilhações.a. que.M_<lainas
11_obres estavamsúbmetidas após ele.tomarCar:thago Nova ( 10.18.13).
Í'olilíió não inventou essas situações. É praticamente certo que foi de
uma fonte romana - uma carta autobiográfica de Cipião Nasica - que
Plutarco extraiu a sua descrição de Emllio Paulo, pai de.Cipião Emi-
liano,'.a" n,ceber.o.rei Í'erseu corno prisio~eiro: ~Emílio viu nele um
grande homem cuja queda se devia ao ressentimento dos deuses e à sua
própria má sorte, e se ergueu e foi ao seu encontro, acompanhado pelos
amigos e com lágrimas nos olhos" (Aem·Paul. 26.5:6). No relato de
Plutarco e portanto (segundo creio) de Cipião Nasica, foi um ensejo
para Emílio Paulo se entregar a um discurso sobre a Fortuna. É
irrelevante determinar se os generais romanos aprenderam a chorar
com os seus equivalentes helenísticos no mesmo momento em que
aprenderam com eles a escrever cartas autobiográficas acerca de suas
vitórias. Os rotnanos não tiveram de esperar que os gregos descobris-
sem que eles eram mortais. Em seu triunfo, o general vitorioso devia
ser acompanhado por um escravo que lhe repetisse a intervalos conve-
nientes: "Respice post te, hominem te memento" (fertul. Apol. 33.4;
Arr. Diss. 3.24.85; Zoo. 7.21.9) - embora isso também possa ser
discutivelmente umà intromissão helenística em um ritual romano.
O que importa é qu9 em Rom~ Polfbio encontrou pessoas que não
diferiam dos gregos instruídos em interesses, idéias e reações emocio-
nais. Pelo menos alguns dos principais romanos sentiam e se compor-
tavam de uma forma que lhe parecia perfeitamente compreensível e
notavelmente sensata. Segundo o seu próprio relato, assim que foi
levado para Roma em 167 a.e. como refém, se tornou amigo dos dois
filhos sobreviventes de EmllioiPaulo ao compartilhar alguns livros
com eles. Tinha, então, cerca d:e trinta e cinco anos e o mais novo
. desses filhos, que ao ser adotado na gens Cornelia se tornara Públio
Cornélia Cipião Emiliano, o futuro destruidor de Cartago, tinha cerca
de dezoito anos. Quando Polfbio e Cipião se acharam sozinhos nas
imediações do Fórum (Polfbio continua a nos contar), Cipião, •'coran-
do ligeiramente, se dirigiu a ele de modo tranqUilo e amável: - Pol!bio,
já que somos dois, ix>r que você constantemente conversa com o meu
irmão e lhe dirige todas as perguntas e explicações, mas me ignora?
(31.23.8-9). Seguiu-se um entendimento de fato, depois do que Cipião,
''segurando a mão direita de Polfbio nas suas e apertando-a calorosa-
mente, disse: - Quisera poderver o dia em que você,julgando que nada
Políbio e Posidônio 29
tem importância maior, dedicasse a sua atenção a mim e unisse a sua
vida à minha"(31.24). É óbviç_qurJ>olfbioqc:,~angidamente trans-
formou esse encontro em uní-episQ!!io soêrátiêô, e Paul Friedlãnder se
recordou da cena de abertura de "Griiâler·Adibiades" (Am. Journ.
Phil. 66, p. 337-51, 1945 - Plato I, 322-32, 1958). O titulo do seu
artigo - Sócrates entra em Roma - sem dúvida se justifica numa base
mais ampla. Um século mais tarde, Cícero atribuiu a Cipião Emiliano
e seus amigos a divulgação em Roma da doutrina de Sócrates. Como
· ele afirma em De republica (3.5): "Cipião e seus amigos acrescenta-
ram ao uso nativo de nossos antepassados a doutrina de Sócrates vinda
do exterior." ·
Pol!hio-podia-não ter escrito a sua história como escreveu se não
.. t~1J.C.Q.1Jtrado ~~a uma aris;ocrtciaque i,le podia__c~mpreen,
~er...iri_sti!!!!'{.aJlle.pt!',PºisJ!.q~pai;tilh~ya,~.sua atitl/de!Ju.°'ntp__à_vida,.A ,
··ª§ç____CODllJDl-ÍPJ...,llfQPQIÇ.tP,ºfü:a.,JlÇE)Q.fil_tração em.__l'!fga, escala ~k
P.l'!!~!'!Ç.QIOS.CSQ~IDIJl.~len/sJifil'i~..~9,lllM!.l!Dl!llt.JL~tS)tlJ.~11,("_;..--
-JJ.Qt..,Mas temos de levar em conta umà. certa dose de concessões
mútuas. Em Quaestiones Convivia/es (IV, Proemium), Plutarco relata
um dos conselhos que Políbio supostamente teria dado a Cipião após
. tomá-lo a seu cargo: ..Nunca retorne do Fórum enquanto não tiver feito
de um dos seus concidadãos um novo amigo." J.:;.s()__deI_TIODJr~~que
P~líbio:eompr<,~nd_eu muit() cedo,osistema:de.9Jn!éíii2íi?:ÕU seja, de
chentelas,<que·-•sustentava,,·o'poder•·da·,aristocracia.~fôfüãi:íij;'·cõm·..o·.
mesmo des"_~_>.aJ:;1ço.e.afinidade.ele.peneJXQUJJ~gu~)S.Ç[!)Jlf<';,b;;d;d~~-·
reg~J;":"~~õfivenções-"e ..'inesperadas-reações:,r()inanas·.;,effi,;que,:-muitos
outfos.pol!ticos·helenísticos·perderam orum(),.J'Phbj'!.,,nJlllc,i,_se.emba,
· ras~ei~culdad"_~~-~Jt:~rgt?,~íí:9..nas..descrições.dos.,~!ll.l/,'/Hllcd?.
,;o~mrnes.~Q.!llanç,sN.As.suas.canímliaâas.pelã!ftuãs.~de:Rõm~.deyem te.(
sido acompa~'!.c!:ls.por.umacons.tant.e.s.ensaçãodedéjà-l!u.Ele:dá:;;:;;·G-
a ,.impressãô'ãe reconhecer do que de descobri,..,faltaslhe--a se~~çã_o
., d~UíJ!Iê'Sã:'"É''b~pFO't'ó'lip'o'í:lo""füsíoriãclor'qU~- nunca se assombra
"----;xatameiite como Heródoto é o protótipo de historiador que sempre s; ·
assombra. É claro que possuía noções de experiência militar e diplo-
mática que o auxiliavam, e estava firmemente convencido de que a
constituição romana se achava aberta à análise em termos gregq_s. Não
pretendia ser absolutamente original em sua teoria cíclica das altera-
ções constitucionais. Mas mesmo que fosse mais original do que ele
próprio pretendia, estava apenas compondo uma das muitas variações
sobre um esquema grego. Além disso, possuía um aguçado senso de
desvio da norma em qualquer sociedade. Louvou a generosidade de
'1.
,·
1
1
30 os limires da helenização
Cipião Emiliano para· com seus parenks .com a observação: ··Tal
procedimento seria naturalmente admirado cm qualquer lugar, mas em
Roma era um prodígio; pois ali absolutamente ninguém ced~ ~ada a
ninguém se puder evitá-lo".(31.26.9). Curiosamente, na descnç~o ~s
instiruições romanas ele parece ter sido auxiliado por ·co~pendtos
acessíveis a funcionários e magistrados romanos. ·
· A sua descrição do acampamento militar rç,m~no,(6.27;42) é quas~
certamente extraída de um livro e .mesmo·ª descrição de um recruta-
menté, romano no Capitólio .(6.19-21) parúe ter sido tirada deu~
relato escrito, já que, ·como o Professor Ilrurit recel).temente .mostrou
em minúcias;· dificilmente pode ter correspondido a métodos contem-
porâneos .(lr1:1Uan Manp,ower 225 B.C.-A.D. ~4: p. ~25-34'._197.2:
Talvéz tenhamos de~ll!ikiJ.,que,nemsemprePollb1ovenficava.osfatos _
mesmõcqúai'icl(;qer1a,sido,Já.s!lia,30~l0".,;Jâ111<.9Utro&ocasos;><em;!!1;;;$)!?:::Í1
. ··não,e,;tay;,,1)rCS"!1tefS"a:l:rémõ'sljffiffOi'CÓni7s1ãdó"'pÕf1'ooté~'é(mte:ii~~-
.râneas...PluíãrcÓ,,observou~que,,cl~e..Ml-'lk:-"Ontemporaneo":"1p1ao
Nasica,discor/4rarn,.a.,respeitõ''d,tdêterfüin·ados·detalhes,daliatalha,de,.s.
fü1na (Aem. Pau/;I 6:2).,Q~pi:e~t1p,o,~o,cg,nsJ;i.n.tq!e,Rlllfliiode,qmfôs''"'
rçJii!fü:>1.,,~~):~,1;§~~!~~,!)!lh!l},1:_tS4f!Çl,W'~S.<;l.~$fil.e;~Cll,<
4~ elll~~uas•ãç'oês •efiyolv,e,,11:1,~sup.os1.ç~;.,,rr},o!!JS0'1,,lck'Wto~~W,
,,;ni;,:~ão·estádividid,fp'ór'éõiif!JtÍ:!sJnwJ!1-9WJ;.4Il.ter=,e~c&?YIC-
" ões· ~)..que,.e1a.con1ro.la,sem,,I'!.i.iQre,s,J:!ificuldade&aS;,l)?,~"'S;,QJt>·
tl;;.;':,'a~R;;;~';;-§)ati~;;;..;;~;~iados;"t')"quê'1'r'seil"ôbje1ivo,de
....;.c···'"~"""r~·"· •
.2omi,n,!xfüU!ÍJ!A.(!I~.t,eminentem~UJ~ll.L~ã0;apr~entac111,mt/.8
"'-lÍEÍ.Í>iÇJlÍ~- Pçnnitam-me ilustrar conjuntamente esses.tres pontos de ·
fonna concisa. . . . . . . '
temos de recorrer.a Lívio e a 'fontes s.ecundárias para depoim.en'.
tos Sobre os conflitos no inteÍior da· classe dominante romana e entre
romanos e aliados na. primeira metade do século li •:C, Políbio
parece não te.r percebido as contendas dentro de Roma q~e ~com-
panhavam o que pode se nos afigurar como o aspecto mais mco.?·
trqverso da expansão romana na Ligúria e noJ'ie~~nte. Ele nao
menciona que Cipião Nasica. era contrário à destru.1çao de ~?rtago
porque ·Roma,necessitava de u~a .rival ~ara se man~e~ eqmhbrada
e atenta. Rep_etidamente ,têm sido mamfestadat duvidas sobre. a
autenticidade-do discurso de Nasica no Senado romano para apotar
o seu ponto d"' vista. O silêncio de Polfbio tem fornecido a principal
base para esse cetismo (W. Hoffmann, in R. Klein, Das ~raa:~den-
ken der Rõmér, p. 224, 1966). Mas o discurso de Nas1ca JS era
conhecido por Diodoro (34.33.4; cf. Plut. Cato maior 27.1-2;
,.
Po/{bio e Posidônio 31
Apiano Pun. 69.315) e conseqüentemente por sua fonte no século I
a.C.: o seu contéudo concorda com uma opinião que a fonte de Ap.iano
Pun. 65.298-91 atribuiu a Cipião Africano. O silênciode.P.olíbiotalvez
.n.ãw;ignifiqueJJ,a~além,de.JIUe.eie,tendia.,a.jgnorar4lS,diferen'Çl!S'"de
&f>WÃ.<1.!'JJ,ll;!l.~&!'ll~-P.ffitetores-romanos,,!~}q~e.de:,:,ç~x.i;,!J!.iL.~l!l.latl.t.Q,
'!ie,.pmdêJJ&i!,"ª"'·~··ªp.i:essava.a...r.ept:tiJ,2§.g.~çEjOs,,çle,Çal(i,9.,1Re§tg,g
qul!Jl,dO.$,s<lJrigifil!tSQRl!iL,.QS,grew~;;'..<&J!a.,:y;er:dad.e-contra-0,p.róp.rio
,,:eqJ,(biÇ>;,(31.25-5; 35.6; 36.14; 39.1)::'Mas·de,não.nos.n;l)!!J,!l~,qJJ.aI;KllJ!k
~e.,quatro.acusa·çõe&'q~as,ocssiões,foram•apresêiitiiílíis"êàfil'j/á.
Q,Jãp (Plín. N.H. 7.100; Plut. Cato maior 15.4). Mesmo que não
queiramos levar muito a sério as contendas entre Catão e Quinctius
Flamlnio (PluL Calo maior 17.1; 19.2) e entre Catão e os irmãos P. e.
L. Cipião (Plut. Cato maior 3.5-6; Nepos Cal. 1.3), que são evidentes
na tradição biográfica posterior, é verdade queJ:.pJ!]:,io-é,,xago"g
..hastante.a.t~9,do julgamento·de·Cipião.A(ricano.a ponto·de levar
um historiador como De Sanctis (Sr. dei Romani IV, 1, p. 594) à
conclusão falsa de que Africano nunca foi julgado (Políb. 23.)4)J!gi,,.
J:'QliQi.QJJiie,se.encontra,nada-acerca·do-escãndalo'da5'ba.(:'IJ:a!S,,nlli!a,
ac..e.J.:f;!l..~edidai;.e.9Jltr..l!,on&J.a!i!!9,§~P.P.Ji!?JCemplo em 187 a.e. (Lív.
39.3).. !'1.:t;'.~!~1.faJJJl.!!9.S,llJl,ll.!!J!.S.,fragment,fs•da''isífà''his"tórial"n:'ª:;,
nã~P.§:ª(~tJ:l!l!JS!i~}?,9U!'c,Cl!q!.!l!l,to,a"parte,grega'da,suacnJ!.IT81,Y~,,,
IJEPl".!i~çQnfütos:intemos;ca:história;daJtáliacé,milagrosamente
i~!/,t!,t'l.~.Sl!!!.f!lt<;>s. JiP.MglJmc.nt.o do.silênci=ão-é•<Nínico. Talvez
mais significativo seja o que Políbio faz daquela delícia .do antro,
pólogo, os cortejos funerários em que os aristocratas romanos con-
tratavam pessoas para desfilar mascaradas como os seus
antep.assados.D.ell'elliós,a.Políbio,JJ,J)n.iç,~;dçs~rlção:desséioolitejo -
,Q~Q!!!LIJlO~!J;;!.,Q.stÍl,discemilliéíítôinstintivo. É também inegável que
ele vê uma parte da verdade - essas cerimônias acostumavam os
jovens em geral a respeitar os mais velhos e superiores e a almejar
a mesma glória (PoHb. 6.543); eram festivais cfvicos.'Mlis:Pôllliio.
..s».eglige1ú:ia"êônlíltêíltlirél~:i":'.i.ííYtro"llspecto1e,a"exib)ção,de,,-citJ.to
• ~OS,,!lltepJiSS:y:los·;C)":de:ofgulhó•fafuiliiiri''á'afirmação,de•determina-
.,cd'#:s;geJJles,.contrawutra,5,,g-1;~!.es,do'iSell''lra'dicionaM!ireitmde,domi-
'~naro<l'.<> dosoo11&klua~·<>S· cori.flitos.Jn,temos,da"'1-risoo<;ra~
e,..as,..tensõés-<enlre"rollllt1!65-<>-nfu>.,romam,s.nawltálla;,P-<>lfi>io.cti.Qll
;11m1r...1mo,,fel'll'elli~qffi:'írs"êóh4'fíi'i!ít'E'rtfflfá'trà1Fs'é"temMm.fáeeis,de.
.....,.compreender,,.,,difíc"êi,;,cdescont"5tar..Sugeri><cemtVêi"'à"U1!ill"jllatéia·
· J'ranc.csa.que,li.J:rla«edueativo,,um.,livro,a,respeitoode,-.Les,si/ences,dw"'
&,laneLJ!ol~be. '
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32 os liínites da helenização
Não necessito enfatizar aqui a questão de que ninguém pode esperar
· que Pollbio estude a dinâmica tlo imperialismo romano..A própria
palavra imperialismo é moderna. Não conheço nenhuma tentativa séria
de entender a dinâmica de qualquer.imperialismo - antigo ou recente
- anterior a lmperialism deJ. A. Hobson, de 1902. Se eu estiver errado,
estou errado na companhia do camarada Vladimir Ilitch Ulianov que,
em seu livro de 1917, Imperialismo, etapa superior do capitalismo,
·adotou a mesma opinião. Até mesmo reflexões sobre o espírito militar
dos romanos tal como Grandeur des Romains et /eur décadence, de
Montesquieu - apesar de sugeridas por Polfbio - são inimagináveis na
antiguidade. Mas os antigos dispensaram certa atenção aos indivíduos
que começaram guerras eàjustiça ou injustiça de seus atos: ocasional-·
mente, foram além dos indivíduos para discutir os conflitos de interes-
se entre estados. Heródoto fez Atossn aconselhar Xerxes a conquistar
a Grécia; Teopompo colocou a personalidade de Filipe no in!do da sua
história da conquista macedônica da Grécia. Tucídides se salientou ao
transferir a verdadeira causa da Guerra do Peloponeso para medos mais
personificados despertados por Atenas nos peloponesos,)?.ol/bio.pro%,
St;gU<; ·~. bn~i;;.ii-de.re~~A,l,ili~l!,l!Lw!!~~9Jl!hJ;l;~).}w;s
J1â<M'lftil!íitô!festãe>en,y,olvidos.,Ele,.clta.,AnlbaJff'illpê'"';'Perseu,~
cbef&'et1lliõs'ê'ifij'l!eUS<C01110,.responsáy.eis,poi:.guerra&q.~J.lflderiam
11'1".e.V,Ítado. ~l!JJLCXC.eçáo,(a.que.emJ>.i;t;..XJ;,;!J,!Otna!!ClllO&)r,;I&,.
·nãu~flirpéfgffilt:ífer"tlê~sé"típS"f~n6Wmr1r"'oma.l!P.Sw~ "
001>pa~'l!rbin'áftâ'tlá'Sanlenha,pelo5'romanosr.embora<francamen-
~dmitida"Co!Ilü"Ínjusta'(q,,2lhs2lf'tlii:04l5tá"diretamente,,liga·da'.Sâs"
origens•da,segunda',guerr<Lp.únipa. J:;nquant=o.exa.,Qljl)J!1,QAotnpor,
~mento.Aos4:1:çgQ§,~Jil!lÍneses,,maeedôniosse,p.Q,~J.fü.l.0&,0rien-
- tais.P.aj(bio,.se.-amolda-.aQ.padrão"'®,,,1/JJ!,i!fÍík,llil§.>hist.oriadores
gregosrpar~,.O.HP.mª1:!Q.~~Ç,t~ll;,!!4f.,xctçã'6')Q,sptt,impfi'tso,pa1'a
dominãr''ifã6'if'ifha1i!íil'áfffi'eWf;cont~~/llíí'l>"'.!No"Sli~'sõ';"enfãffz~e
l . d'f . . . • lí .a gl1,..I:!WJJJ>.,,;;;l=~r~1llt,,,l;!!lQ!ll!,í!UCY!,SUa,const1t!lIÇaJ1.,pp_,.l!CíkÇ,,e,m
g!:J'.Jt.w-os.se.11.sd1ábitos;lYcostum'êiH!iês'dêf;'iifho,avanço,,nosênti!lo
,tlQ,,.domfnío,m.lAÃi;il. lsw-nã&exclui-jufzOS'ne'glltivos"Sóbre4ndivf""-
~s..qi,w.se mostraram-inferitir~~pa"dfões-.normais,de
pi;_udência esabedoda;_~,té.mesmo..CJáud.io,Mareeloc&censurado,por
CSil1Lfalla41e,.po1dência. GlQ.32..Z-12.).,Mas..os.:-r-0ma=nun.ca<são••
~p.ql!lkaJiásica. ·
É1'6bYtó"êjúê'Pó'!lbíô~si,-idbiílifita<cotií'ó'suc~sso"tõllí'ãnõ'.'Pfü>'isso;
não•111,1ttl!'iPi~ts!:f'.!fy,W,mnairistóri~nl;<il,pam'Os,greges,;,
,;,quanto;•.paracoS'1'õilfãMs: ~ep~el~.d~l:rró·qtiê'sê'ditigê"•·
. -·--··''•"- ---:-
Políbio e Posidônio 33
a0&g1:~gRt;,,.<;,onhec.em.pouco,aS<instituiçõesromimas;,nliS;"deifütr&
la,;lp,. se :refen,.a,,Jeito...,,...,mano~6.11.3-8)~e;evidentementLç;;lá
.,,o)hand<>"~le'S'pOrS0oiê'tr'b1IIbro. Explica,aos~gr~gQ§4!QJ:,,ql!,t;c,QS
r-Omanosveticerame:explica.,a,Q§J:om2pos9~gnificado&as,condições
,da-slllL.aprópri8"'11itória, Mas isso não deve ser tomado como uma
capitulação moral e intelectual aos romanos. p9llbio.-.agÇ.J;,Q..mQ_um "
grego.que•tetíf·'J:lfferê~sli"vital110'funcionamento,adequa:do,.da,hege:''
nla,romana,sobre·a,Q!t,çia,J:!ão.encontrasatisfação no;eomportamento
dêls"r1)õri!nossapós,11".deStruiçãô"'dê'i::õruí'íõl'/fo•diz,(Livro 38).,:Qe fato• • -~·,,,~,-J....
..l.p.1dente,que,os·aconteo1IDentos,de.,lA,(í.•tanto.em.Cartago..quanto.,em
Gotlnto,.o-enebel'àln:"dê'ãllfargura'·e•ansledade:fu.atamente-porque,,a-
ei;sa.altura,J:le,se,tomara,um..imporumte. agen!J:..do.d9wÍ.JlL~JS!!M.n.9,,e
~J~m<>emc..qu~,~!!!@!WSJ2.W&Y.l!l!l.,~§Jltiu,,,a'"necessidad&rde
cenlill!)J!l:.U)!lb.hlstór1a•.de;;J..66,a;;;l4.6.para'1110Strar,como.o,;;_t:omanos
.sJB:ll!llJl.QJ;!JJ:l!!lh.l?,,mu:iJ1~~,.<!i!!2il.Y~LQJJ!leJ~,;,llbio,acrl'§~t~!9J~?-~Jll
,.,!Ji$tória,após,l4.6,-mas .onde·ós'áêtési:iinos,estão'°latos,,M"'ªiedaÍi.ÍÍ,e
a11di.e,1;tfü•Ei!,.!'.$/J,.Qj,gl!,'t,~1/!SBl%lS. No Livro 3, Pol!bio explica por
que tenciona expandir a exposição para abranger os vinte anos seguin-
tes ao dizer: "Uma vez que os juízos a respeito de vencedores e
vencidos baseados unicamente nos combates efetivos não são defini-
tivos (...) tenho de acrescentar um relato da política posterior dos
conquistadores e de seu método de domínio universal, bem como das
diversas opiniões e avaliações de seus dominadores mantidas pelos
restantes" (3.4.4-6). ~Mestruição de CarJ3111,~em 146,..ele
r~~as.•opipiõesc,eontrastantes.dos,gregos,.sobrtl"'O"!)roélrdifi'teiito
....;fomano.,(J.,p_,2)~lll.!>~r:;i.J!fil.,;i,tQ.in,.omumfmas,extraor-
_diaári0,,,porque"'el&pâttrê'lp'àrif'"dà'~destruiçãos;di:,,,Ǫtt,g_Q,;e,.Ç.9mo,_
.,,nunea··cõlocâvitetifí!Uvitl,til's'ptinc!piôs'básicos•da,expan.s.ã.o,J:Oma:--
!1.8,J!ÍÍ.Q•.dexi:mos ·P!iliiert&,ll!POJJ;.nJ!!_'l4iu;.Q!SU!,Í&§.~~pi:o."-0lkou
nãif'~ça'êrd,f'ê~'ftã'fô~"ó"'qITT!""é~fn"êdirá"'é''impoctantesfuque
~~)liii4,e.tJ!li,5Jzdleaessár.i~nsmitit•ás"'óJ5rtfro-Trtr!IS!li'nt'ês"Cdõs
gregofücontetifpôrã~ê,;sssenhotes.romanos,,Estava,o.biiam!)no
.-tecpJ&.Q.c.up~,d_q.,,com,,o,futuro_,4~1!~<l$.lMt~,s~,,l/:!~t~..J;,'ifrQ/JE~,1W
terror0 para,mantenca:supremai:ia. Como dtz naquela parte do Livro
3 que é um acréscimo posterior: ..Nenhum homem de alguma
inteligência vai à guerra com os seus vizinhos meramente a fim de
esmagar um adversário" (3.4.10). Se no Livro 32 Diodoro faz eco
a Pollbio, temos..aí,nova•confirmação..de.que,;Rolíhlo.,&'i!k.RQW<l
entrando.nacfase.de.sJ,tterroN~,,repn;§§!!o". Dadas as suas premissas
e a situação em que ele se encontrava, é discutfvel se poderia ter
·,1
1
1,
'
34 os limites da he/erúzação
feito mais do que transmitir a expressão de descontentamento genera-
lizado e ao mesmo tempo indicar que algo mudara na classe governante
romana.
Polibio preparou o terreno para outros intelectuais gregos que
aceitaram o domínio romano e colaboraram com ele. O objetivo deles
não era descobrir as raízes do imperialismo romano ou sequer persua-
dir os gregos de que era aceitável,,Sµa,tarefa;era·persuadir.-os,!fderes•"•
r,.omanos a~coropottarem,.de-form:rqtre·mo'ãlienasse'a·'IDaitlri:rdosc,
súdit~çonseqfümtemente,nffe.Q,cp.lqs~se.emjlgi.&QJJ.,posição<laque.,
-les,prov-incianos.d~lllll§.'<>.!llt&Ql!l:..l.1axfam.,.iclentificado.os,seus,in~-
Lt!!iSCS.com•odômfiliói'ômiifl'ô:'O&retna'rn'iS'):>Userl!Yil'fillrà1í'liifüs'soe.jais
nas.cidades'g'retãS''ê'ttêtáítt"áOSSricôs'timãyátantia,implícita-At1.SQbre-
~ªJ)réciarhav.iasmuitas,pessoa,n;ue,;se,sentitãrií:'pãtas,pela~,
rt;pJ;e§,§il;,atéA,::,a~j!)l~ôS:l2SÍais;meri'õrês'ftal como a de Dyme na ·
Acaia por võftii 'aê ·il6 a.e., tão tipicamente descrita na carta do
procônsul romano Quinto Fábio Máximo aos magistrados da cidade:
abolição de débito e contratos (SIC? 684). :tvfasseiatessencial,paiàios"'
kt,.tlWJJ.d.QSJ>insistií''i'.jtie'°tàl'<p'êlítiC!kt.n~o.,Jo~çcn);aJidaqa,por~sâqul;"
deJ,JJlliçã0cbrutal;<tlf§trioliiç1iO'ti~gl~gente•ruf'fó~ilãlf,e;c)J,5f"@"ito;'
,,geral,ao,b.em,,estai"d0s':pfôvi1(ciãnos. .1;4es.m,;,~.9-b,S:-!'.,l;l('ª'[Q~·'J;t;Jt!i,'l'J!;
'lJ!.,~.J!ol1~l!J;,,l)J.!l§,,IWQÍ1m«ver·,quesios'•lfdere.s.,,romanos,-estavá:m
bafilÇ_am.e.n1'l...i.~~.adôs<nil'pf'Õj5fio'Jlb1l1!fre"i!a·,própria,riqueza,;A's·
.,suas.•propi:iedades,,a,quantidadê::de:seus ·escravos,:Nodasasuutras
· i.tiôiéâções,de.,aprov.eitamento ,.unilatera!0se:,1omavam,.a·,,·cada,dia
,,m~Is;:,Pa.<;~J.9.s. Para Polfbio, e mais tarde para o seu continuador
Posidõnfo; àantiga simplicidade romana era tranqüilizadora (Polib.
6.57.5; 31.25; 36.9; Posid. fr. 59 Jacoby). Podemos supor que o
contemporâneo de Polibio, o filósofo estóico Panécio de Rodes, não
jo discord~va disso. Pelo menos, sabemos por Cícero que Panécio
5,~,o '7
registrou - aparentemente com aprovação - ""flOntoiide"Vista,,f!.e-
ti, .#~)Cjpião.,Emiliano;dewqlfe~1r0mensa.e)(1!,IJ11,.l.9fuRi;i94.Jmrulnuoouc~9
1
~:~l,...!~!~!1!t~~~!!:!!:~!E:u:!!!!j!:1~i!its!!:i;;;anos de convivência com ele.
Todas as contribuições à teoria do imperialismo romano que estu-
diosos modernos têm atribuído a Panécio são naturalmente meros
produtos da imaginação. Não há um fragmento de Panécio que trate de
assuntos políticos e o que Cícero derivou em De ofjiciis de Peri
Kathekontos de Panécio (Cic. AdAtticum 16.11.4; De o/fieiis 3.2.7-10)
Pol{bio e Posidõnio 35'
não tem relação com conquista ou governo provincial: Daí o Profe~sor 1
Pohlenz extraiu todo um livro com o título promissor de Anttkes _....,
Führertum Mas permanece o fato de que Panécio v.iveu por algum/
tempo em Roma, corno afirma (73) o lndex Stoicorum Hercul~nensis,
uma fonte excelente e parece não haver motivo para duvidar da.
afirmação de Cícero ~rn Pro Muréna de que ele era hóspede de CipiãÓ
(31.56). Além disso, temos a inquestionável lll;forma7ão de seu ~l~~o
Posidônio de que, por volta de 140 a.e., ele foi conv1dad? por Ctpiao
para ser seu companheiro na viagem diplomática ao Oriente (f:. 30
Jacoby). A passagem de De o/fieiis, de Cícero, em que estamos mte-
ressados proporciona alguma indicação sobre a área de acordo 1
entre o ~hefe romano e o seu prestimoso cliente filósofo. ~.Q)S ~ n'.
achavam que sue~~;>,!Jl~Jr-d<l!l)l!lõl~J!.QS.tep:i:fümtav.am,um•~rigo. !'v~~&t
ffé/illJglll'íôrfüi':;~(liscutíverqire-0·podéF}l'O'lfttcoestav:a çm:olv1do. O . c1 1
c;~';ciõ"'~bérn t~~~ praticame~~e i~discutlvel que Pan~cioÇ.xJrnl!, ·, J9,1,,,;* .•
do..comentáno.Jle,C:1p;;,.Q.a,,ç,q?5l'q~tPCJ.!k.9,Ç,:JllL~,q!l.8))l,o,,mais..pP,l~ç,p.§.<l / ' ?
-eJi.çw.,sucedido..um,home!lhe;,ma1S"0
necessitarwdo..c9~~1)J.~Js,S i ·
wigos..Essa erà claramente a posição em que ele deseJ~JI coloear (('
Cipião em relação a si mesmo.. A preocupffção':1e'Panéc10; a~si?'·com~ •
a de Políbio era estimpJar.aqueles·a·queinconstderava-oS"mmssiruluen.
t;;;:r;;;m:i;;~~l:;";d~os,,roman01;,a,:.11ã,<);;ªQ.ll~ar do poder.
~.-A mesma atitude é identificável nos fragmentos das histórias de
,,}'ç>~}/,§.91,0, o aluno de P~_ip_~rn meio.a toda a sua obra filo~fica, :..,, ( v-,,..;, 05
rt;,5.gfi':e,l!,§;l;,,l~lll)f,;.~~~QjfuJ<?,,ll~~~cllêÓOdo,a~;J,46 N,k,l:,,.f!íej'
. a.e. É incerto se Posidônío conclmu as suas h1Stónas com os aconte- C)N~o,
'·ê'unêntos da ditadura de Sula ou se as ampliou para incluir as guerras // ,/
orientais de Pompeu. Mas se a sua história não se estende até 63 a.C.,
temos de supor que escreveu uma monografia à parte sobre as guerras
de Pompeu - a diferença não é grande. Entre aproxi?'adam~nte 100 e
50 a.e. Posidônio' esteve em atividade; em 86, foi embaixador e?'
Roma e conheceu Mário. A convivência inicial com Públio Rutlho
Rufo na escola de Panécio deve ter lhe proporcionado uma primeira
amostra dos otimates romanos: mais tarde, teve Pompeu e Cícero entre
os seus admiradores.
Posidônio,J'.orneceu.uma,.espéde,,de.teoria•pai:a,;iusti~<f.'pode~
poÍític~,a-conquista. Ele parece t~resentaCW"'llllr~és~
ev.ol.11ç~.soberania-desde.-...-i-da"roade•d~ur""".w~
(Sen. Ep. 90). Até,,,ndM&be~'íi'B'sêõp'tlnliã"lrpêffitl!ll'ente"depen-
~de.clientçi;~t:á<mLOSflaiscómcfôS'Clientes,doscchefes,celtas (~rs.
15.17.18 Jacoby) e o~ servo§d!J!,~9]!.d.<),1gn;g!,R$~Jii;.~çle!t,;Ponuca'"""'ç.._-.,,,·,,r::..,_~
1
1.
36 os limites da helenização
chamados mariandyni (fr. 8 Jacoby). Ele pode até ter louvado especi-
ficamente o domínio romano sobre a Espanha, embora as passagens de
Estrabão citadas para provar isso me pareçam apenas pensamentos do
próprio Estrabão louvando a pax romana de Augusto. enciaJ,.no
e~to,,&que,Posid~ree<>upaw.a,muit&eom'fl'fül'bulênei<l,soei
9""SU"""'fl0Cat'airtda"'que~não,afetasse.,i1,,sua"'ilb'a:•1na:ruJf'Rodesrlão
setiament&q1lirtítõ'õ'irontiu@J,s;.,gtegow
· Q._desconten~ento com.Roma afinal ·resultarl!'•em,rebellõessde>
es.ctij_i@:ê:a;;:~lasSêif·mais~-:báixas,,~indiretaziou~..tíl'êStilO~~'diretam·efite
ªl'?}.~~J..!.'3~.!'l'!~Je,;.qµe, nas,.duas.extremidad_C§..opostas,doJW,PÇ!Í,Q.,,,
rom;g,,p,,ç;,t,ayam,tentando.defender a ·próptiaindependência;,as•tribos
.CS.1''!1-W.Qlas.eMitridates,•rei do Ponto. As•apreensões'ife'Polfbioquanto•
~lJIJ.g..Ç!f,,E.Qma,:,ecre"elaramjustifiCJ!d_as,--e,essa<>:,ta'lvez•tenba·sido
uti!á'das,pMcipais•razôes'pôfqtiê"Pósidôfiio•resolveu•darcoiitio:üidatle
JWJl.Slhtrabalho,;,fosidônio..considera:va"ufu•m~l·&traba!ho,esefãi'ô',de
•Jll',l,l.J<;.,'l!J:l?·Achavaque·os_habitãiitêstle-Quio;quC'segundo'a-tradiçã.o
)iaviannlifünditlO'ães~lélãô'na··Gréci11,.merecsram~.t,,puniçã<hde
.,serem'fü;éirâvizlrôds;'qifê'lhés'füi··infposta·por•Mitridate,s ,por"'motiv.os,.,
mtJH.o...diferentes (fr. 38 .Jacoby), EleA!e'S'crevêtl'e!i'.i''CV~sõ'ff!ll'rià"S"'II"
,..j~dos,tra:balhadorê§''ru:"'iffiil$?esêfiivizãdOS>eeera4ntbiramente,sen-
§.Ív,el,aoMfrimeritõ"'ílôs"liumildess(como o Professor Strasbur~er nos
.,.lembrou em Joum. Rom. Stud. 55, p. 40-53, !965):Ma:s<l!ãõlf8ffuipêÍi"é!ll~
,pp,1,_~fü~ntimentwa'Se''sõlí<lãnza:r;rom,os,rebeJ~~&;q;,,~IJyi;r:,Jvos.
.~a,de®rição,daitirânia,demóétática·de,Atenião;,o·aris.tg~).i!"O,qne em
87 comandou,o·mov:imento anti,romatió'em·Areííâs'5
{5a;''!iiiâj/;íx(mâfs··-
sÍ1ostilidê'ffiii1Íâ~pi'5p'ülírt'll1Fliteratnra,grega - e co~ço poucos retratos
comparáveis em outras literaturas (fr. 36 Jacoby). Foi igualmente franco
a respeito das guerrasservisna Sicília (comopodemos deduzir deDiodoro
q~e o a~mpanha). ~JU'l!.s.l~i.P pi:pbl~rncomo eyirar ósui:gimoote,.dc,..
~l&fu.1ll0l.l.mente&:J)reog1pa:.r.a:se.DJ.1Us,com&1,pi:e..vJ;nção,do,que,eoom,1><
~ 9 @1 seja como for, na época em que escreveu já se demonstrara
ue a repressão podia ser seguramente deixada nas mãos dos romanos.
. P~preve~<i'SfgnHicava,o,uso'niooêtãll&'dã•forçai'OJtrata,.
~.dd.<:l§.11Q!Jrw,e_11,tpQQS,çsç_ravos•.Eleadoton.em.difen:ntes.
~lítit.tfdé'ilífPólfbíõ''e'Panéeiá':-
Jsso pode ser inferido do caminho tomado por Diodoro no que resta.
dos Livros 32-7. Não estou de forma alguma inclinado a considerar
Diodoro um mero copista de suas fontes, e sei muito bem que usando
critérios estilísticos se poderia provar que Sir Ronald Syme é o autor
de alguns dos livros escritos por seus alunos, Mas essas passagens de·
Políbio e Posidõnio 37
Diodoro são diferentes de tudo o mais de Diodoro: o estilo tem uma
novà vitalidade, os retratos evocam personalidades singular~s e irre-
primíveis, os juízos políticos e morais são muito mais ~oa1s do que
nos livros anteriores. O retrato do chefe dos escravos s1c1hanos, Euno,
irresistivelmente nos faz lembrar do fragmento de Posidónio sobre
atenião, De fato, um fragmento do·oitavo liv.ro de Posidôoio citado por
Ateneu 12.59, p, 542b (• fr, 7 Jacoby) é muitíssimo semelhante a
Diodoro 34.34. De forma bastante instrutiva, dá detalhes sobre um
proprietário de terras siciliano, Darnófilo, que de outro modo teríamos
atribuído ao siciliano Diodoro. Creio que por essa vez não precisamos
sentir escrúpulos em considerar Diodoro um sumarizador fiel do que
deve ter sido um capítulo çonciso e cuidadoso d~ Posidôoio sobre a
guerra dos escravos na Sicília.
Se isso for correto, confüma que Posidônio tinha conhecimento da
situação desesperada dos escravos ·antes da rebelíão. Diodoro .afirma
1 ente, 'ºOs escra>eos -"lODllen'•ªos,:pe)•<,sUas;.nrovar.õe:fl('fré-C aram . ,.../~.---· -.,.:...,.~,~~---··......_~..~,µ,k- --· ~'~""'·"'*""'-~..>,~'"Y.B;'.2f _
qÜC)lte!I)entejllaltrata~O.!c-t;;,açoitagps;~)étU;/1<,,tp<!.o,.<;_llleµd!IDeITTo;nao
p9ªf9m;ii_íí~iíiiriõ;_iratamento'.i'('34',2-)1)1;;'Gi:iffii'(j7
5êúêcomportamel!fo
OJi!!!,),J;l,WÍ.§.!})Q&alsouo/ta,súíi;fitõpria'dêstfíiiç~õ''ê~!l:~d~.~:1i~é~Ǫs
.ao_,SJlu~paíJ>i;;.,(-34.35), A.cc@J1dar1edades.-de"f-01adoro-otFseJa;,de,;
E<ÍiiJl&!iio,""~!!~r~!.ç..~,PPA!l?,~f,3,</,lll/lÍ,t:,qu.e•me,smQ,Jl,!!J.ll<;,,~.;JlYe.'1ª
os....~~WS~l.!l&Ji.QMlIOPtÍetá?os.,.~~·tinbam,,s1do_
99.ruJP.$,os,pata,eonr.eles,•A,filha•do'cruekE>amofila..r-HZera;t~do,~~~-
.Pooia,p.ar.a,!JQru;Q!~,/l/>..-<;5,~11!lY.OS,que,eram,açoita~fil'l~,rse~,~Pª!~:~:_ ...
-assim..osceseravOS'llã'õ"s&não4~mo·a-·conduz1ram-· a
~i,_,tç,~Ç,rJos,parentes,em>€-atan,rl,/ (34.391.,Q.his.lo..rlru!Jllllà.~end~
a solidariedade,aos,ebefes;,Euno.:.:.e..n=twuill11l"fim.que,conv,nha-à.
SlJ.a veui<:a;ia: ',(34.23)...'.J;ampeueo-el~Jl~tdl:ltt ai!cga!i0ade-(OO'ffl11is
:preeisamente~o,procedimente,frenélio<>'8'ilegall.1}·dosiíutt'O'~'fübet,
,des'f36.1·1), Compre·êndê''bem·qu·e·Os'pübres.entre,o;;Ji.9JJ1ens,hvre:rse
!JW!alll,.80§:-.,!t&Ç_~;.c..!/Alfª-_~,.,,4~Ue>tooa,;a,-,estrú!'úta
·• ~ia! rstwa.eáJ,pi;rlgo (36.11). Aps,pouc6s;li'p1lliag'eme'â'ilê'ga!idàde
potpJll'te.-dos;naseidosJi.vJ;l;§Jêl!.Ç,t:g.ei;acoroJ>..i.'WPJlie&~~
-~de Posidôpjo,..J,s...gueiras...d.Q.s..&.SJ:.r.w>s..nã.o,.pod!:JILSetaSCparadasJ!as
·guet!!l!S<Civis'1flíê"vihrem"Sulr'vida. A-oposição·de--GipiãoJlasica~~ .
destruição -de--Cartago...aparece,Jão~destacadal!l~llW,,,-ll~"'r,<;lAt<>.-1e:""'
Diodorc,·::·é110romtifdé"Posidônio=.porque,secaehav.a,que..!e,antev1nf
a .possibilidade·de"gilêttà'éiVil'efü'Rófna••se,Gartago,fosse,elim~nada:
•'mas·uma.vm;,,que''ll"l!ida'ã&iri,~tJ)!essÇ,d!J!l!!lcklar-.en,.,ev1dente.
.demais_qucJiav:eria,guerrw'Civil tià'me!fópolee que o ódio à•autoridade,,,;
,1
!
1,
'


1
38 os limites da helenização
??-::'.~J:!!-ªPJ.~.~J,2,l~,.os.a]íado.s..de&:idc,,-i!J:.~Rªcídade,_ç à
ahdade_a ue.iis !Il_ªJl!~trados romanos c,,s s u ~ " (34.33.5).
Aereditavit-s"t"qu'e'Giplão, . asiwquas"'fl"'disser"'1100,só-a agità'ção
?º§,.Ç/,!'.11$,.~~~~~guem,Jflclal.ê~
1tahang~,,~n,u:alment.,-;Posidôni9.-!JàQ..Ql!.!;t;l.qualquer.simpatia..pelos
Grac:Q§,, No relato de Diodoro, Caio Graco "tomou o elemento inferior
no estado supremo sobre os seus superiores (...) e dessas manobras
adveio,,a.ilegalidade.Jatal-e;a. derrocada-do-estado•' (34.25)'.''Que-os ...
romanos~-'abandonanu'rl:0•1nodo'de'vi&f'dísêiplinadorfrugal.e.au.s.tero
q!!'..osJeyara_a,tal,.g,;:andeza,e•calram.na.bosca.perniciosa..do.}uxo.e,na.
IL~endosidade'' (37.2.1}·era';'llll"!llesma,-perspectíva;~visto,·comõ''á~'
"l!.1J!ia,primordial~da~Guerra,,,Socia-h->A"lição,a-,•set··itiferida•era,a-,da.:
m<Wi:raçiio,.~Niiii'-só-no..exerclcio,do.podei;.p<>l!lioo-os"hõí'neí'fs'"lli'ltt,
Jll;)ltes0
dev.cm"seriJ!teµ.ciQ§íl}""R!!A,Ç,2!,t~-~.&,Ç2.JJlU<;â..Q,inferlor,"mas
l/Ullll!m.na",vida MªnicllULJfu::w~~::"se,fÕ:i~m.sensatos ~.-stratar,com
..br1w.dur&OSc!iCUS>eslJt1Wes. (:;)1l11nto"mtrls~+-<!esv-ir,t.,ade-e!ll"
ci:ucld,,d~litll!tle-;-mais-a.caráJ<:J:flaqueles"submetidõs"à·esse
poder..é"embrutecidcw.o.oponto.,,da,,Ji;raei-Onalídade'' (34.2.33). Qs
{?.9.lf~lc.oS..;tom_un.os_.4,9:_,:p!'~2~~~?.-~~<;?.~~~zi,:1;1~~iÇJ?tt,._g_l,l~;:,E.ositl()nio~rflãiS·.
ª.~.,;"?,~.!Jlg_~SHfilf§,:~~JJ~z;-:~t%.,.~~âJ!#.4Pl,,,pip4~-~ªç~_Q.~J!J:n#.Q:l:{
l.µ;thaJJ,,S!,i!.li&-c:icJ11pacidilJJJ'A:la;Q,Q~ll!c,!lH!1MJfb.,liomens como Rutf-
l!o Rufo ou Lucius Sempronius Ascllio, um benfeitor da Sicília
<?iod. 37.5; 8). Quanto aocptesênié;Põsidôfu'ô''tihliã'Jjóuca,opçii_o:
Un/1a-de,contar.,cotrt•ocse11-"ilí1stre,;amigo,Pompeu.
P
~P?l,.'1,'!l!:.!3.,~f:!/J,,<:'.;/,e,')/,~,!~,,sl,Jt,i:!siniJ».i9,JQ!Ilano~quesseparnia
. OSJdonm,oe)'ol/61o;;aatdenuficação,de,tl!J1,ÇfJ;,~,Çê,W'i!.,!'1ª_.sse.sJ19l§ce,"'
'1n~tru!da,&:,g~~~,!~§g~ª"~~k~XlK~e2J~,~.l,)lJ)P/rio'1'oma.n~'S~'tbffiâ~a
eV,1den1e-pors1·mesma:' fot.~!',,C.,Y,fU:lf,~t1e,,deucaJlos1don1o•auton,,
c!.ide;e~~Qragem::pa-ra1fafát:'ãóertâni1Kte"'·-~--11ID-attlêffilJrâ?11õ.~"'1"omanoS)'
os,se_us,el'IOS"eªdélitos,,,!J?Jjpio.,,gas.l;lra~a-,-maior"!)arte_,do,.s~u,,.t~ropp
.,;IPUSi!1!,dS,,'!é,gregos,.e,romanP!,,pot.que,01;:r,omallos,esJ!l.1,1amJa4ad05;.a
léMC<>r. ~e.ao.tratak.dos.acontçcjmentOS!.A<414"7-;oa,G,.,_e!e,,!llll>'9U
à,posição.de.;crític&-0autc,loso.da:so.cie.da.d.e,,romanaee,de-.seus,1néJpgQs
~rno. J?osidónio.QJ!x.a,como.,certa.a,vitória..de.Rot11a.e..an_alisou
,lkSéri~e,crises,qu<>-'em,,sua,,época.,o"estado.,roin:aii.;;:;,;;tu:ã~ss;r~'.
Embora, em sua análise negativa do domínio romano, estivesse obri-
gado a dar prioridade à Itália e ao Oriente helenístico, não lhe esc·apou
que o Ocidente bárbaro estava envolvido na crise. Sabia que essas
s?"iedades da Gália e da Espanha possuíam as suas próprias normas e
virtudes e as descreveu com óbvia simpatia. Posteriormente, teremos
Polibio e Posidônio 39
mais a dizer a es.se respeito. Não era ele que iria negar aos romanos o
acesso à riqueza dos bárbaros. Como Políbio, repetimos, ele não punha
em dúvida as conquistas romanas enquanto tais. Mas se referia aos
negociantes italianos conio exploradores da Espanha e da Gália (fr.
116-7) e mostrou como os defensores nativos da Numância davam
valor à liberdade (Diod. 34.4.1-2). ,
E~ste-assim.uma-coerência-U.o.íáY..el=rclates--de-Eohàio..c.PQ§i·
--·dónio.e.este,,es_!J!Yª:c.erJQ.c:J.I1.pJC.CJender.teu:0nttn!MldO•&•Obra..daqueJe~
~artindo,,,®.unig"'~.E!l~!~:~J!i~l.~'"~~~g?~~,fa.Lq,i:,çJg.ª-lf.Q,,~1Y.§s9~~-
, pretaram _cot110_ccg1_te~c:9.U,Ç.§P9M{ÍXJ;!§,.•Ç,(ll)U;!J:nçap,_aos,lnle.:.
J"S5es e Bocéss~s.ada..cl,o.;;;.<:..alta..grl.ga.,~Utilizaram-a_·técnica,de~
pesquisa .gu.e.Ji.axiam,herllado,de.seus'anteêessores-:·'A:ntesdc,Pollbio a
)i'~iplomáticttCn,mmrn1111trà4im'"'tão'l'.Jêl'S'f!i·ca=competente-
.JD.enta.eserit.a-,e_«>·agudeza'da"llnálíse,socialde•Posidônio,permaneceu""''
~insÜper~à'âélü-;antetôàãtãirtlg'iiicbde.
l':[o--en!ftn!e;,·ll'ind.i!::n.<>&sresta,a.Jmp.tçs~Q,Jlç,.9H,ç,~;;;;.ll8-,<lois,gregos,,,,
-nunc&cónfpmliêÍ[râro'êônfplê'tãÍÍÍffitê''õ"tjTr'é"J}ri,ífíhlãõiFéstava,ocor-
rendo··nõ"ôfgâhismcf2sodal,que,8e',tomara,,a,,garantiacda1:sua,,própria
sobnl'vívcilllln-, Paradoxalmente, tanto Políb!o quanto Posidôn!o eram
vítimas de sua apreciação de Roma. ~Q.~.9JLSi~.ir !l~e Roma devi~ ser
tra~davsorio,.h;1tegrant9,;JJa:~corp,llpi(l~Qe.b~iy_i)_~~~1~:~q~wti'iíQ,~'g~~go,
!!Af!,p.odiamcaplicar,aoiestudocda,,v.idl1,xom•lllh"!!H~le.s;;mé1odóS'-ljue,ii,
, utiH;,.a;,am;,conun11itacccompettn_çi_a4 ;parn,descrévercos:bárbaros,,Não
,havia-nenhuma"-'tentati.'l8',de,,,11ce.r,Jloma,,,pot'.eassi1I1>adizer",P.1d,~!Jl,
.~distáncia-.como,algo,estranho;,;-!Ilisterioso.,,na·"1íligü·ace"''iià"'.rêligiãó,
,,.m.edonho,nos''rituaís·e"temlvehna,-guerra. Se Políbio tivesse tratado
Roma da mesma forma que, segundo um fragmento do Livro 34, parece
ter tratado Alexandria, teríamos lucrado em conhecimento. Aquela
meia página remanescente sobre Alexandria, com os três grupos'de
pessoas, é memorável: os egípcios, "uma raça arguta e civilizada"; os
mercenários, ··um grupo numeroso, rude einculto''; e os alexandrinos,
•'um povo não verdadeiramente civilizado(...) mas ainda assim supe-
rior aos mercenários pois, apesar de ser mestiço, veio de uma linhagem
grega e não esqueceu os costumes gregos" (34.14). Políbio conclui
com um verso de Homero que nunca teria utifü.ado para Roma, por
mais apropriada que a adaptação pudesse ter sido: "Para o Egito a
estrada é longa e perigosa" (Odis. 4.48~5J~J,m~m~U~&~.<!?Y&.;~-.
'~~~!_~-__m,__--__el)al'_~__9u_f J>._os____ i,<M'>EJ,_º"'~~teuJJ_.-,-~___~_XJ11'_.JJ_._~T-_CJl_.ll~2,_,c_,~!fl_,Jt<:!l'lª .
,taqll,eJ,!,'."'~11fs,,~J?gt~.!lC.!tJJ!ieJai):oin,gue,os,s0cus,cç)t.a_sw1yam,,pal)I
~J'~~--- um mcxlelo para a nação francesa para qualquer extravagán-
1
1, !
1
40 os limites da helenização
eia passa~ e futura. Nem Pollbio nem Rosidônio.de.dkamJJ.m.p.&,nsa-
~!]!!.o.s~':1?:"'lll_::~ªº·fenô':'eno4J!J;,lll!fJ!!f1!,.Q.C,füJ!mna.de.sUa&·vidas:
a.helemzaça<r'11ã···cl!lt1;'3'"1tlllil!lia,-,Nl!,.(l:~~&.,,vez.-em"'luando
,.,.?J~~IT!W!c.&1!1.W.D.;<nos,1sola-dõ§'ô'túnhecimentodo-gre·g-õ;'íí'ãâ~·1rcroe
cos~um.es.gregos&Jt/:Q!)cordância.cq111,.iM.ias..gregas. Mas isso ocorre
muit~ menos si~t?maticamente do quese esperaria. As caracterizações
de T1tus Flam1runus e Emílio Paulo que encontramos em Políbio
(18.12.3-5; 31.22.1-4) não enfatizam a sua helenização. Em Posidônio
pare~e ter havido uma digressão em honra de M. Cláudio Marcelo, 0
herói da segu.nda guerra ~única. A razão para essa digressão é obscura;
pode ser devida à proteçao concedida a Posidônio por algum descen-
de~te de Marcelo. Marcelo é apresentado como o modelo do romano
anttg.o e o seu filelenismo é mencionado apenas como uma atitude
polfttca ~fr. 43 Jacoby). Nem )'pllbio.,nem,J>osidônio-•demonstrarn
ql~lq11'f.W18,ffi'!%~.nç§Hf&.r!l.epto.deumaJitératnra.nalíngua·latina·que
~~Y!!,.nxaJl.Zl!n<!o~çpmca-gr!ga, Por Políbio não ficaríamos sabendo
que ele era contemporâneo de í'lnio, Plauto e Terêncio. Posidônio não
mostra :onsciência de v.iver após Ácio e Lucílio e ser contemporâneo
~e Varrao - na verdade, a rigor sequer tinha consciência das potencia-
hdades de seu aluno Cícero no universo ·da mente. Nenlnun,,deles
~terlid~obra,de•peesiaJatina.,,embora.pelo,mena&•Políbió
d~r,~tomado,fluetite'tíêssa<lfügiíf:'·fiíêsmõ'8<utiliZãlç'ã1>1'ditê!lf'íle
htstoti g .••• 1 • • •
a ·º=•ll!!O.$;.Jl9.LC~!Í,d.l!YJ<1osa. O que Políbto tem em comum
com Ca~o, sobretudo acerca da constituição romana, não significa
necessariamente q~e ele leu Ca!iio. Jl!a,reã1fdââê;-Polibio-'pareeeAet
,fla,<!QJJJXk,p~ssa<ad1antercEsta,Y.Jt,.iJll,!lJ?jJi!,l'cí'l!!:!~llJ~,,ª!>.Qm,,çido,com a
de1J1onstraçao'de•cotihi;ç!m1wto,da,lfnguli:>tf~óstfillfes'•grêgos'efífre"'
. os,seus conte1J1rv>Tilneos J•tinos. "·ns . . • · d•·.,.~·.e'·~'-'·""""·-+;·os:.t:;~"f/.!s~.--:-.ú,•,,,-~,.""''!·'··!',,,~ ura,.,aq;_geraçao,.,.ma1s.~-nov:a ;,_ e
""~.f~=-~OS,',que;,durante,a,,guerra;,~0;11',~Ç}g,Ç.l,,~qrn,,~af.~.l]Í['/',Çf,,.P!',!a
---!.Clªo,,grng.ª.,Jl.OS.,costumes,spçJJl,1§;.(31.25.4) e se nne justamente a
~arcus P?rcms Ca!iio para ridicularizar Aulus Postumius pela sua
mtempest1va exibição de fluência em grego (39.1). Em tudo isso
podem ter existido bons motivos de prudência. O ..próprio-Políbio
f.9mec.eAJmaJndicaçã0<ao'!lizet,queAulus,Postumius,-:.,s1omou,acultnra
,grega,.desagradávela.os,o..!)1,1l(i.J.l.~.mais,velhos,e,ihrstreff6miffl~,q<O,,-~
rçs.ultado;a:1!õ'~êirumto;,,foi.q~.111~1ª,,~portlll!te'iialtetação,,na,,v,ida
rowwas~o1;Q!=.JXªl!,t_,;!!,J/j!~!'E!,.~,mx.e,},§!!J>S,w.,sial. Nem Políbio
nem Pos1doruo perceberam a superioridade que os llderes romanos
alcançaram. pelo simples fato de poderem falar grego e pensar em
grego, ao passo que os líderes gregos necessitavam de intérpretes para
Po/(bio e Posidônío 41
entender o latim. Mesmo em termos exclusiyllllleqte, políticos,,parece
jarnaisJJ;f..QÇ.Qtndo.a.llólíbiõ:êl?osiilôíiiÕ;que.o.domínio<le,uma,llngúa
µtrangein;,~Rl'§í'J!..W/l,.,~$f,ll!lf,1,lc.QS,!Omanos,·Esta,y@l-,f.'!.!IW,!!1'®Pº
•.§Jtntlgas ymudes rom)llllls.pµa,a,explkação.do êxito romano, mas.os
r-0manostinham.conq!.is,t,d0,poder.ao.porem,deJ.a,!Q.QS.antigoshábitos
"'Í>manes. Um corolário é a ausência de qualquer comentário sobre a
substituição do grego pelo latim como a principal língua cultural no
resto da Itália e sobre a difusão do latim nas províncias ocidentais - o
que, pelo menos na época de Posidônio, deve ter sido evidente. Se.a
longa e complexa passagem de Ateneu 6 (273a-275b}, que Fehx
Jacoby ·dá como fragmento 59, pode .ser considerada um resumo.
fidedigno das opiniões de Posidônio sobre a civilização romana, duas
características se apresentam: a) por,t:Q,.11it11&~J!í/,.ll§l,Ql!8llO~conser-
vWl)lk=a•extrtli.la<simpliêidãdé'i"de"viffiíFb}messe,Jongo,;per{odo,
ap,;;~11deraiií'iíitiiiãtiêéfilciis,côni'diferentes.esJ!êP.gei,i;os(gregos;etrusc
Ç.9§,:iSa.mttltas,e;il)i:_l]?~},."'9:;;,s;::.US;prlnçípio~J!;iJj,lµcionais'êom,Q~
espar{anos,<Afüeratnrá;ecaíiles<Jfilf'gre"gala"niiõ'sfro;mencionadãsl"Pelo
q~-~lll!h<;ll}.~JMl)J:,~!~ç~g'4.'?]9µHlí'l!,,&0!1:Qftlele!l?:foiJ1m·~p~c?°
de,seu,;).ge.n~0pa11egms1a;Feofanes,de,M1tilene,-.e,naoile;P.os1don10.
A~olfbi&~dôiJ.io,>em,e·xaminâl''l!S"formas.da
helenização,de,Roma,eta.,.sinrpm~àa,posição.incômoda,de'ambos-em
,,~!!!.'1'.HíPria,;civ.imação. 0;:helenismo···que·i:stava"'chegando"a-.Roma..
inclu!a.muita&daqueles,ttaços,que,na,sua,terra,J!.o.1J1ens,des!l3Jndok
~~J,;tá.ti~2.i,s.Ws,.!'!:<am*.d,~grn!!.á.Yceis. Gemo.-0 i:iovim.ento-dós
Úrl!.eos-mostrou,.ainda.llllYil!. pensadores·gregos.que.1Dc.ent.lllU'&flMh
reÍorma.sociar.B,s,drt:ulll!ê~tlFum-deles,A.cQméçlia e a sátira ,
romanas..nos.pod;;m.,~ri:s,tr~fAQ,Q.tm,'l.§;,,,,imª.&Í!l<;;;.S,LO_qge_p,®:ciam
.aos..Q!!i.Q~.dos arͧ,Ql:.rn~regos. A.religjijQ..J!ra..a.maior dificulda~e:
.!Lllll"-Ql$.9!.9S.1l<.~j_&~!.!H.~R~.z Õ,!;.,f.Q!l,ler ~~s.
111J1rueh~~..tok.ç4,,"ç)(tase,mistério.e.fJJteldade ótual. Eratos- ·
tenes relatou com óbvia solidariedade que Ars!noe ID Filipátor era
hostil à multidão celebrando um dos festivais dionisíacos caros a seu
maridoPtolomeu IV FiHpátor (241 F 16Jacoby). M ~ o..
~-Jm.P8SSO.adiante,1.1,g,.lg!JOJ;J!J;.ll§..P.!!$llJlªis W,!!.l!!!l~e..ct011ológ1ca
~~te.maLpodeJ!L,S,Ç~~W!,~ .~~Ç,~popul~q!!~<!f
(le,IJiõnlsio nÕ~[Ôp<if'Volta..de,,.2,10,,,a,C.,...'.fambém,.fÕt::õmi.ss'.'''ª'"
~rise,religiosa,em,Roma,dllf11Ilte.,a,s.egl/11,da,gµei;rl!,P.lllllÇlt,,,"."'
JlOr.ele.nada..sabemos,acerca,<lll§c.§!!l,!ifl#~JJlJ:llJmQ~,.daquela.,épo-0a.
F~íVl!l;pãtâ'1tl!.n'sformar.,Qipião,Africanci,num,in~cru.!'~loso
manipulador·de'êôstiirrésféligiosos,dec<JUe,ele,não•compattil!íaVa.
Os gregos descobrem seus vizinhos
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  • 1. ./ ., ·, ! Titulo original: Alien Wi;:dom. The Umits ofJlelleniwtion Tradução autorizada da primdra edição ern brochum publicll.dll cm 1990 por Cambridge úniverslty Press, de Cambridge, Inglaterra. Copyright <t'.l C1unhrl<lgç lulvcr,,Jty Prc11.:1, 197S Copyright© 1991 da edição rm língua portuguesa: Jorge Zahar Editor Ltda. ru11. Mél!.ko 31 sobreloja 20031 Rio Uc J1u1dn>, IU Todos os direitos reservados. A reprodução não-autorizada desta publicação, no todo ou cm pllrte, cnustitul vlolaçio do copyright. (Lei 5,988) ,J ; ,,.:;'],6~-i- k~ ,J Capa: Tira Linhas Studlo ,../,_<zr/~;r-,,.,...~ :,'"' t',;>,,~"' lustra..;:;o da capa: Mll()a do reino de Alcxandrt., o Grande r t:-4 ., .~~rJ .- / .fv Editoiação cletrõolca: TopTextos Edições Gnl.ficas Ltda. Impressão: Tavares e fristio Ltda. ISBN: 0-521-38761-'2 (ed. orig., brochura) ISBN: 85-7 l 10· 179-5 (JZE, RJ) Sumário MOMIGLIANO, Arnaldo. Os limites da helenização. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1991 . Prefácio, 7 1 Os Gregos e seus Vizinhos no Mundo Helenístico, 9 2 Políbio e Posidônio, 27 3 Os Celtas e os Gregos, 51 4 A Descoberta Helenística do Judaísmo, 71 5 Gregos, Judeus e Romanos de Antioco ID a Pompeu, 89 6 Iranianos e Gregos, 111 Bibliografia Selecionada, 133 Índice Onomástiéo, 153
  • 2. ,.. '· Per mia madre, presente sempre nel suo vigile amore (Torino 1884 - campo nazista di stenninio 1943) Sl. 79.2-3 Prefácio. ;21_ matéria deste livro foi apresentada em maio de 1973 na Univer- sidade de Cambridge como Conferências Trevelyan e, em fevereiro- março de 1974, sob forma revisada, como Conferências A. Flexner no Bryn Mawr College. Mantive a forma de conferência, acrescentando apenas uma bibliografia a cada capitulo. Meu objetivo foi estimular a discussão a respeito de um assunto importante, sem ceder a especulã- ções. Devo muita gratidão às duas instituições que tão generosamente me convidaram e acolheram. Em Cambridge, me vi entre velhos amigos; no Bryn Mawr, ganhei novos amigos. Foi um período feliz em ambos os lugares. Gostaria de agradecer especialmente aos professoresOwen Chadwick e M. I. Fiilley, de Cambridge, ao diretor Wofford, àprofes- sora Agues Michels e ao professor Russell Scott, do Bryn Mawr. University College London Agosto de 1974 A.M. 7
  • 3. ./ ,1 ..' 1 Os Gregos e seus Vizinhos no Mundo Helenístico CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES I O historiador judicioso nunca cessará de meditar sobre o nariz de Cleópatra. Sé aquele nariz tivesse agradado aos deuses como agradou a César e Antônio, um vago gnosticismo alexandrino poderia ter pre:alecido_em vez~ d/r~!r,lin~ cristã impos~ pelas.~uas Romas, a antiga no Tibre e a noVfá no'i'í~sforo. Ter-se-ta perm1t1do aos celtas continuar recolhendo visco em suas florestas. Teríamos menos livros a respeito da rainha Cleópatra e do rei Artur, porém ainda mais livros a respeito de Tutancâmon e de Alex'lltdre Magno. Mas um etruscólogo que falava latim, e não um egijifó1u(s!'que falava grego, trouxe para a Grã-Bretanha os frutos da vitória do imperialismo romano sobre o sistema helenístico. Temos de encarar os fatos. Por sua vez, a vitória do imperialismo romano pode ser descrita como o resul~µe.qU11tro'fa1õres:"li"ffôva"0 orientação-dada,por0 Roma às.foiçasSÔCÍ~i_s:- .2~Jeiú,(9Jsa.~lia.~,,9a,~iíliga,ltilia}'à'à'ôsoluta _;_,fJdii'paêillàêl"ê:dê.qüãlqiiecixército.heléhíslico..para..e11(1:,m!i!,J2?.Wma- . E2;;:cfW'CimrptroetilÍÍ;1'1ha;·a-ptll1osa41csagr<:gação~iM,Hizirçiio•<!'ITTlTêi1 ~~w.Q.ug.wcAJilli~!lllC•.pr9s.s.~g_uLu...durnnte.séculos,erpor-,-fim, possibilitou ao;w:orr.anos.controlms,riqueza:,,da.Europa-.Ocidental"do 1,J:ráríi1ç"1,:;;if;J',~j§J~<!.2J2~!lÚ.bio;.,e,,por"últi1110;,,a,cooperação,de i11tcl~ê,,g,,cgi:1iw:om,políticos,e,esctitores.,italianos•na''Cri11çãu'"tle uma nova,,~ul_!J!.!kliiliMi.i&,q~_&,ls;J,~~l)Ji.l.g~,.~--V,ida,,sob,,o,domínio . ...ro.mrnG~.o....os~.P-Sze:::O~~_an-es resistiram aos romanos, assim como haviam resistido aos seléucidss. Os judeus não tiveram oportu- nidade, mas no decorrer de suas labutas um de seus grupos minoritários alcançou a autonomia e desaliou o império romano de uma forma mais fundamental como jamais os antigos adoradores do Templo de Jerusa- lém desafiaram. Quanto à dinastia arsáeida da Partia, por volta de 247 9
  • 4. !• '· ' '' 10 os limites da heleru''l.lll;ão a.e., reivindicou a independência e cumpriu a palavra. Durante nove séculos o Irã se manteve livre. Não só o seu exército, mas também a sua tradição religiosa, era uma força a ser !evadi. em conta. • . Quatro dos cinco protagonistas desta história -·gre<:JJ;:!l!acedomos, romanos,judeus .eceltas.~.se encontraram pela primeira vez.no.periodo helenístico. De (@to,wra.!.9dQ~ !l,'i ~fsi!os Prá1~"""'"""11'1'gQ.fü~Q'~lJO- brirarn,os,,romanos,,os,celtaS'esOS':ludç,µ&.depo1&de,.AleJ<"'1dre-Ma,gno. Há nisso um traço de paradoxo..J)JJ,oml.e s<culos J!Mill.9W..!L~gr~gas prospuaram,!lll'>Itália•não•muitti"llií'&é"d~'R"Omíi':"Í'éfõ"menoS"tleSdê~o século~V~a,G,,Massali~!iv&raaem,eort'llltõ"'diretoccom.,os,celtas·.1'0s ..,J!!~·"l~anknuma,rc,gtãi:f'tjí:i'qile'mê!:ênilti~::g:"g°.5.':~iJx!ltç~f~ t<;_<z.!!:t~§MOS,e,que,mru:cadores;gn,gQ:r,1"JSl1J>Narn,c?m,,frequen . çl"""Qfilm!!i@Q.§~!JJ!.e.,i:edo.sehvraramhcontrole-heleníst1c<Ye·sempre ·~e-àe-Rama,..etam-também-a-única-na,;ã0.q11~eg?5 haviam.sonl!eci,!.9-•}J!H.1.Ua.w.40,.antes-0e,Alexfilldte.J)3,fa.to,A!!l!Pt.no .J?~~ l!l!lªJmtra,história:•havia'<iominado,os,.gregos,..Mas at~ p~a os iranianos a era helenística significou uma mudança em avaltaçao: o-profeta-Zoroastro·tomou·o·lugar,d<Hei..Giro~omo,a,figura•iraniana ,Jl!!,,~.&~J;;W~!ͧ_2:':~.~E,oma,substituiu,"R•P~i;;.~rm4!E;!r,,!;.'.1.:! ,,,Q.:;,,gr.egos,erallli·dtr~ - . . . . . e~do..remoto,.emb<,_1'8JemíMel;.osmages,,t,inham;1m0 pouco•dO:P;es~- ·gio·.da.,região'mis'íetíõslrd~ô1Ide"Vieranr·e.oferec1am,bens-espmtuars pi;ópr.ios. • Assim .a eP1,helenlstiea,.assistiu,l!"Ul1i"aeontecim6nO,,lOtelectual.de p~~;,.:.~~t~gru:il!:.iu;.Q!!fum~~-nniuãff6'li'm'i'ãS"éi'* l_i~çiJ~,_!!f::S.9!!.'l-quaisantesJhe&tinham,sidof'::'tieam:nte,~esconhe• c:idas .e~J1ma..qu.e..iora:.conhecida..soh.,condr1oeS"'mU1t0"di~es. Pareceu-me que a descoberta dos romanos, celtas e judeus pelos gregos e a sua reavaliação da civilização iraniana podiam ser iso~ada: como o tema destas conferências Trevelyan. Os pormenores nao sao bem conhecidos, mas o quadro geral é claro. Há, naturalmente, _cois~s a serem ditàs também sobre o Egito e Cartago. Hermes Tnmeg1sto emergiu do Egito mais ou menos na mesma época em que Zoroastro e os magos se tomaram figuras respeitadas entre os gregos. Terão ~e ~r considerados conjuntamente. Em ambos os casos a escola platon.•c.a desempenhou um papel essencial. Embora Platão nunca tenha_ex.pl~ct- tn<lo q11c Tot, o inventor da ciência, era idêntico a Hermes, a 1dentlfi- cação é expressa por Aristóxeno de Tarento e Hecateu de Abder~ (Estobeu 2, Prooem.. 6, p. 20 W!chsmu~ - Ari:5tóxe~o.fr. 23 Wehrh; Diodoro 1.16). A..husca de heró1ss_ul,uraL'.L!:.gUtfts..r.tl!.ll.!9.§Q'l.J!.unca se/ · . - ~ ~ - osgregos e seus vizinhos... 11 restrin,g_ia a um sq.p,aJs.Por,,volta,do·inicio'tlô-s~cülô'lh:<3,.já,abtangia b~,J.liãg~, sa5.<JQQJ~.egípcios-e<lruidasfc6ro<Ysabemos1>elos autores,citadof.pQY)JógenêsI:;àef'êi&'êm'sewproêmio. O grupo conti- nuou crescendo até Santo Agostinho, ou melhor, sua fonte, fazer com que incluísse todos os bárbaros: "Atlantici Libyes, Aegyptii, Indi, Persae, Chaldaei, Scythae, Ga!li, Hispani" (Civ. dei 8.9). Duas consi- derações, no entanto, me persuadiram a;"deíxar·~Egjt9,'jl::grm-gs!J!'da minh.a•.in.Yse.!'.tig;içi<;>-<>P.!?-W~i,J;a"""ç!J;§.Jl~1Wl,!J?,...?~~W),àtJ..t;J.~S.ª-.~~q,l; gq,.,gos:comO",um,palsA!!IS!Li<?.~{.JP9J..9!!9>J,com'costumes,mtr1gan- ~-Jamaís faí,~wJJt,.@!R~,uma~l'Q.~nAia,,pç,füia. Era antes um repositório de conhecimento invulgar. Heródoto deu duas razões es- sencialmente contraditótías,para ·lhe .·dispensar.Janto..do,,seu·-tempo, Pl!.l'!leiro. que.~'.na,maioria-dos,seus··hábitos·,e,costumes,,os,egípGio& inverl~Jl!J'Jl.~tawente,os.procedimentos,usuais da'humanidad~ (2.35) e;'·§êgund1>,-quec:,s gregos e:xtraem tantas_cle.sµasnoções religios~.e .,·'cientificas dos ·egípcids·'qti'é''a:té-mesmo'aqueles,,iique são·chamados seguidores<le-Orfeu·e.deBaco são naverdadêsegüídôres·dOO"eg!pci'os ~~'~"S"l'}!á.&Q.ras::. (2.81). Durantç o ger!odo hel,e!J{§li~~e, ,B.Çt'l!lllOnalter~ãa,u01livel<fflF'll'>'ll'ltas'ã:o,greg""1"'8glto,,emhoribfosse 00!!""""'3S'cêll'Sãcnlffierorés'"'frití!egisto,como:um,deus,eo-eonheeimen- tq~~undo~lugar;"'l!.cu!111,a,,,egípeia,,nati-declíoo1,1,-~tç. o 11ertoão-helenistieo-per<juo,,estav1!"80~ontrew~'fêg&"'"ê""" passou•.&t.epresell1a.,,l;ro,,es~to,,ittferiOI""dlr1~:i-1_5!!llrçí!rl..0,.:,:capí,t~&, heIJ:!!élko,.da,c.língua.se,dawescrita·~como,Claire.Préaux,denominou (Chron. d'Égypte 35, p. 151, 1943), tomou o sacerdote que falava egípcio - para não mencionar o camponês - singularmente incapaz de se comunicar com os gregos. A criação da literatura copta nas novas condições da cristandade indica a vitalidade dessa cultura oculta. Mas os gregos helenísticos preferiam as imàgens fantasiosas de um Egito eterno ao pensamento egípcio de sua época. !,..J;Jl)tura Çj!!aglnesa,-por...outro.J.ado;"'IJÍ!o"de-clinou:-foí,,.assassintlda pelQ§JOmanol', gue, tµ,uiJQ §imbo.li.camente;"doll1'aln'11'1)rinciPl!Jli!!.~ ~go.,a.0$,Eis,nút!ifdall (Pifo. N.H. 18.22}~:Eli-fularia,àe.muito.,lxim gràdô~s'õbre"widéias"Clos>eartàginesesrse,ao filenos '85 amhteêssemCli, G@,,tago, eam9 as e!da,I,,,. f~aJeias-,Ja..Sú,la,~s h~tételes,tratam,C"8ragoJipJ1JJR~Ouma.PQ~· Por volta de 240-230 a.C. Era.tóstenes reuniu cartagineses, romanos, persas e Indianos como os povos bátbaros que mais se aproximavam dos padrões da civilização grega e especificou que os cartagineses e os romanos eram os mais bem governados (Estrabão 1.4.9, p. 66).
  • 5. ,, !; '' 12 os limites da helenização Na segunda guerra púnica Aníbal teve o apoio de historiadores gregos, como Silenus de Caleacte eSosylus de Espart:i, e, natura:me.n- te, fez aliança com Filipe V da Macedôr.!,. Na.próx1ma.conferenc1a, ay,tesentarei•·algumas indicações de que por volta de 190-185 a.C. havla.na..Grécia,.muitos-quewiam,A.nlb.?l.como,um,posslve!.salva<lor ··a;;romanos.-&difamaçã:õllfillãtáte.uios-0at:taginesesseria•encontrada Qp..hifilQriador.'...~scidtr'liil"Sféília, ainda antes qtJ_e alguns ora- .. dores e escritores romanos transformassem fii'nica jide~ em lema político. Mas, é di;;cvtlvel Sf mui~1$,1,'l.~.W.m.lJJilP~&>!l!ílfWS p~rop~g-~.,J,_tSl},S,9.1/.MGteili.tar,nelas(cfüR:°"·exem- plo, 9.26.9; 31.21.6). Ãpesa~tã~Ji;.e;;o.cecctalv.eúÊnio;-,h0?'Y.e at.,..escri1ores·láflfiôs'tjnt~s'í!''l:êêu§hrã'l!J'•)!'se>uni?ª~º:""15te"· na~i!BST,JJ,do.no'f'oe1:11/µs,d~J;1J~J!)lõ,Çi.itQ,é.J,~:~,ep;os,.r~d1g1u,uma pequena:,peça,,extremamente,sotdana,s.obre,cAnfüal,,.Yrr~íllo'CSteve'a P'llJ.l!b!!~.4.Mle1ti,,,,g,111/l+!,-ji~parw,,Jinéi~Sód,s~~1lores'•gregos irop_ç_dais,.como••Pltitàl'éõ'e"Kplliii:b'ãce1liü'ai:íi"'o"i'.j'tre'Sê"t"õí.'if:l1â'ã"'d'êscr!· çfüilite&!PitS.9JJre.l!çJoµal,doscartagineses's~"éõnsi:éléflll"lJ:tíe,l'1mita Jj(lçsJJnJ1à;sua'cOnttãI1âff!ôlt'?ni~Grài?l:11"}üfés;DuwtiJ.C~Q.§éc.ulo,l!,a~. J;_::~~erhavido."'1m.sentimento..de,perigo·e•interesses"cõfüfüs'-en!r'e.,,, gregose,cartagines.es.,Ele foi reforçado pela considerável contribuição de homens de origem fenícia à filosofia grega. Jâmblico dá nomes de pitagóricos cartagineses (Vira Pythagor. 21.128; 36. 267). !;/.lllll. !!ª.;;., P,®Gll.§.ci!!Ji;lmlª.~...Fl/;S,~.%ll.Cj~j~'ll!!kl~«~P.,~RJ,*~~~e,gs rollU!.~l?.§.Jª,Q,ti~es~desJn!ído<@attâgír,"tl's'tfft'êlê"étulfts'e!trtagmeses·, ~<;Q!!!.9.,,9/1.4.Jl!eJ.e~.1JaÍ.$,,gr.egos;,;~40rnariam,pró~r6lifátlOs. Por v?lta de 163 um jovem cartaginês chamado Asdnlbal foi para Atenas etres ~os depois entrou para a Academia sob a_ direção de Caf1;eades. F1':"u famoso com o nome grego de Clitômaco e em 127 fot reconhecido como o dirigente oficial de sua escola. Dedicou livros aL. Censorinus,, cônsul em 149, e ao poeta Lucílio. Por volta de 140, louvou, ou talvez adulou, Cipião Emiliano. Não contradiz a sua de;oção aos romanos.º fato de ter escrito uma consolação para os cartagmeses após a destrut· çãoda cidadeem 146.Cícero ainda leu essa obra (Tuscul. 3.54) e, c?mo era muito insensível a essas questões, não percebeu o horror da situa- ção. Desperta curiosidade saber onde estavam os cartagineses a qu_em Clitômaco distribuiu a sua consolação. Ele fora apanhado na e_sp1ral que fez de seu contemporâneo Pol!bio o defensor da lei e da ordem romanas. Outro desses cartagineses desgarrados que no século II a.C. perambulavam entre a Grécia e Roma deve ser provavelmente reco- nhecido em Procles, filho de Eucrates, um cartaginês, a quem Pausâ- ..' os gregos e seus.vizinhos... 13 nias cita duas vezes. Por uma das citações (4.35.4) ficamos sabendo que·f:ocles comparou Alexandre com Pirro e considerou o primei.ro supenorem fortuna, mas o segundo um melhor tático. Na outra citação (2.21.~), ele parece ter tomado a Górgona Medusa morta por Perseu como mtegrante de um p<No líbioselvagem: "ele (Procles) havia visto um homem desse povo trazido para Roma", Os nomes de Procles e seu pai, que soam a grego, são mais provavelmente sinais de heleniza- ção do que de uma origem grega. Procles estava utilizando sua mteli- g~ncia no tipo de jogos intelectuais - interpretações racionalistas de m!l°:', comparações de chefes militares populares - que atraíam 0 público gre~o e romano. Também ele, de um modo mais superficial, parece ter sido apanhado_ na espiral greco-romana. Infelizmente, não há dados suficientes para fornecer um relato coerente de como os · cartagineses e os gregos se viam nos séculos me II a.e. e como Roma veio a se beneficiar com a situação - não menos pela Importação de um es.cravo afric:'110 que se t:3rnou o mais consumado dos dramaturgos helemzados da hteratura latina, Terêncio. · · D~arei,..portantn,..J1..,.p.tiru;lllM,p.ru;t.tklla,,mlnha;.,oonferêne!ã"-110,-. estudo..das·0 relaç-ões'cúltutifis•entresgregl>ll;,,oman=,"celtasi"4udl,~. . d ""' ,, .. }!"'!'.!!!ll-P5~te.o.peáod&helenístiee,-.Rett:oc~,ã,,idm!e'Clássica-'-' da,.Gréeja,apenas..na..medida,emJW!lJsse,seja,necessário,à,cornpreensão de,époeas,pômfiloTl!!;:"0 qué"d~o"Verifica:r·é·colJlO"OS"gte-goS'Vfenm:r" a,.-co~ee.e1:~•av~liat"cesses~gro1iõs''de-··11ãêl"'gregOS'-sem"rela-ç-ão"'à""sí"if'º pr.ópna&1,Y!~!lt!~..Jlsp.Jl!:i1Y~~çi;~,uuwb11- mt..a!l1.~!@,l.!'.,,s~ru11,;~.j,11yição"'gregacroasc,div.elili/l&~ç§.ç§><1,,41a r~~nlifi~ul,.em..no~~~~ à, apm.;J!W:ção"!lrega;,;f>;-<JüeZnãõ!'êifp'er.~'1ti!õi!'!râ-"seKOiQl,l,t;&._Ç,,ÍJ!,i,;"" trnconl<e1"""foJ;l!lPÁl?!!~,!W,W.ll©®rnano,sobre,11S,1'<llaçQ<lS,intelectuais- entresgr.egQ,S•..,judeus,omce!tas'l!'lrafildílb's-11ssimcqueino,,sécµlQ,!J.a.(;:. O··poder-romano.começou·a·seNJentid<HO,a-da.Jtália.,.A~i.nfluênciatde ,Rómass-obte11™entes'daljoe!CS<que,en1mram-em-·contatcrcom,ein'oi:-- ri!pida,e.,forte" · II · A çJyHização,helenlsti&'~rifüuiéceu grcga'fla-,1tn.,,.___ ···"·-·e.5,.e ~e~~~fiitl;;fitir~~pos~;~~:. 111ª. e Anti~uia, ·exatamente tanto quanto em Atenas, era a supe- nondade da hngua e dos hábitos gregos. Mas nos séculos III e II a.e.
  • 6. ,, ,,. l ,, 14 os limites da helenização surgiram correntes de pensamento que reduziram a distância entre gregos e não-gregos. ~gJJ;gl),1?,,.<!P!:e<?c~itaram,,,~n,i,g~w.MilRJt owrtunidad.;;:~<!Iie,,aos,.gregoSc,na,,lJJlgl!,gr,1,g1b?,l&Q,ªf>Pt~~as pr.9p;:ias,hist6riJU,•.Í.ra.diçii._<1/U"1'1igio~slgfii'ff[ôú'qfe'1ooé'ú'§';'' ,roman0S7egljx!rosffe'lí'lrlõs;"lráb1lõn"ic5S''e"at&<ndianos-(editos'lle+.çó>- "'ka),sdnserlrann1a,literatut'lf'grega•,c0tl,/;!lil.S,pt9prias-'CO!abora,;~ qye)(anto,fez,,pelos,lfdios'11Q§A<rn19.,,Y,,Jl&,.§.!,,J<>rnou4ml'll'esemp-enho, rntineiro. No-panteãa gi;ego-foram-1ldmilidOS'mais-deu=estran~ do-qnetmrqua!querépoca-desd"ti"l!pí'~<Hl·rP.er-sua,ver,'os'b'árbarOS . 11ii.o.só.aceitaram-os,deuses,gregos~como.,assimilaranH11UÍtos,dos,seus deuses-gregos. Es5,>l,Jlllb§ID.CJ.C.UfilllO,<l)SS,i§.l!;!!li,tlCPdllJ.t;;,J:o.iwPai:t.cular- !Jl.,Ç~Dllmssucedido'·tfa>ItáHa,(Etrutíã'"êRoma),deixou·sua•ml!l'cifem .Carta.ll?•~9.i.il,rjik,~,,9.?'."'.PJ!ÍQ,JQJ,mA!§llc.e.<!L<!P;;JJJtZJudéiaybastmte"' ,J11§.!g_gjft9},;li:ti~íJMsgP,9]_iiii.~,,e,.~fe.t<l.U.,PÇO,,llle11.os,a.,i<;9119~a, sm~s.sê;icia,.da.re!LgiãaJndiana,porJneio,da,ar-te,gândara._A.noç!Q · r bárbaro con uist ilidade eaccilll.ÇãQ s;ntreagueles que_se..Ci1!1$,.ÍJ:erallaI11-J,regos. ~.,.w..a.-G,-Os-f.ilósofOU his.tJlriad.Órtis:gregos..ha.v,iam"d~eresse-pordou- trinas...e>-G<>StUIDOS-e5trangeiros-e"temleram,,,,~.ll,es-reeanheeer-certo- ~alor. A história dosestudos de Pitágoras com professores bárbaros já pode ser encontrada em fontes do século IV e talvez seja mais antiga. Hermes Trirnegisto, Zoroastro e seus magos e, em menor grau, Moisés e Abraão se tornaram figuras respeitadas com doutrinas própriassobre as ações da natureza. J)!o.entanto,..aJnflutl1Sl~intelectJ_atdosJi.>!.tbaro&-- ~§...çg.:;sJ,U9ít.00 w11nlAJ.l,~§~.medi.~AAe~-l'l~ei:.am <;apa.zes,de,s""'*f'~~Nenhum grego lia os Upanixades, os Galhas e os livros da sabedoria egípcios. Era realmente muito difícil encontrar um não-judeu lendo a Bíblia em grego mesmo quando ela se tornou acessível nessa lúigua. pa,a.1.adll.faiant&~F<>go a)Ítgca ljnfill.ª oo-eivlJizaçã€>-'pet111aneea.sendo.q...~o. Mesmo no século I d.C. o autor de Perip/us mari Erythraei não consegue achar um feito maior para um rei da Etiópia - a fim de contrabalançar a sua famigerada avidez por dinheiro - do que o seu conhecimento do grego. Fílon, o Judeu, louvou Augusto por expandir o território do helenismo (Leg. ad Gaium 147). O~~IÇ.,~2.tllWll!J),li:S)Ç&:.;!Í!M1<WÇS:~!.1'W.:911yj,l!q~NgQS;Í;µ)! Qh.v-~eo~~iooêe.dru;.gr-cg=bn,,,osJtabitan- ~ i s e, falando de modo geral, correspondia à situação pol!tica. M~~s~~tilih11-COlldi~.4~~fi,!:ar .º,9U(' W,... µ;ibitante!r-ló'éâ1s""Jfiê"il'"di'Ztlfm"'"'<!tê~~r osgregos e seus vizinhos... 15 ~ . ' .. , . Jlabitantes !geais.astutamen.t<>-f&zlaín ~ e.o,;,g~~Jl!Vl!tn'O~&f-a!avam•de,-aoord0,0011HSSo. . -, . d&"reC1ptoca1laõ"'rnv'ôrecm"!l"Sirreerida~o,,.YM!ad · en'tendimento~"'uand =c--,.... · • , e1ro,d . _ · '< . ?"ªº ,iáV11l"-premeneia,,sobejavlllll"l!"lltopia,,,e.a i e_&JJza.çao;<-0nd_eshavta-um-propósit0'1mediat0n,tt;VilJ~illnM>'pro ~- gan~,,.a:"dulaçao,e"l!S'l!CUSaçôes'l'ecfprocas. Apesar disso o mu!io ~edtterra~eo encontrara uma lúigua comum e a acompacliou uma 11:eratura mc_omparavelmenteabertaa toda sorte de problemas discus- soes e emoçoes. ' Asingularidadede tal situaçãoserá mais evidenteseacompararmos com o que podeserdenominado de a situaçãoclássica do mundo anti entre 600 e 300 a.e. Depois de Vom UrspnmdundZiel derGeschichfeº ~;lar! Jaspers - o primeiro livro original sobre história a surgir eO: 9 na ~lemanha do pós-guerra -, tomou-se lugar-<:omum falar de A:1;nze1t, o tempo axial, que incluía a CWna de Confúcio e Lao-tse a ia de Buda, o Irã de Zoroastro, a Palestina dos profetas e aGréci; dos filós.ofos, trágicos e historiadores. Há nessa formulação uma par- cela. multo real da verdade. Todas essas civilizações dominavam-a escnta e apresentavam uma complexa organização política que con·u- gavar,overno central e autoridades locais, nm cuidadoso planejame~to d~s ~1dades,.uma avançada tecnologia do metal e a prática da diploma- c,a 1_nternac10nal. Em todas essas civilizações existe uma profunda tensao entre as forças políticas e os movimentos intelectuais. Em toda par:e se obs~':'am tentativas de difundir maior pureza, maior justiça . maior perfeiçao e uma explicação mais universal das coisas .N ' °:odel?s de realidade, seja mística, profética ou lacionalmente,a r~::~ d1da, sao pr~postoscomo critica e alternativa aos modelos dom~nt ~~mos na. idade da crítica - e a crítica social transpira até mesmo:~i_n~!cadas 1,111agens dos Ga~as de Zoroastro. A personalidade dos ~nucos esta radada a emerg1r: eles siio os mestres cujos pensamentos atual:11ente amda valem e cujos nomes recordamos. Nao me ca~ aq~iJentarl'X · . .. . ov· tos a ..cl.e,,na.ture~Q.d.ifei:i:11,J,~...como ns .... · ...... _.,. ...--· ·-- ~-i ~ · · ··"'" ;· .~- ..~,,.....~,..Wll~. G que nõS ., ~ , ,que-eram rntlept:nden~os QJJtQS e, pela q11e sa~i!l.QS ~":"""'m,,;'Burante·d'!!n~ram~- ' h.g.gua 1ntemaei@ ~da ~ · ~na~·mesma=OB:OO,,.(ij~e~~o a~n Aiex.;dre....Q..aremai~O rr<i~ratlji'rofun-da1nente11a-'"-' , ~ o a I(iílJ 'U' - E . o,oeta"' ._.. - . -'ia exceçoes. u tomaria como uma delas as cartas em ~aracteres assírios enviadas da Pérsia para Espa!'la que os atenienses interceptaram e conseguiram traduzir em 425 a C ., . - pois seguramente
  • 7. 16 os limites da helenização os gregos e seus vizinhos... 17 por Assyria grammata Tucídides deve se referir a um texto aramaico ~charam..,:n.1lohidos.naquel,r-confrontá rgeral~de:valo~g,:egg,s (4.50). Se Demócrito, de quem se acredita tenha se apropriado dos ecJµ,dJ:JJ~.9u.e..,d.enom4'i!!!l%_~filP.J omanos'!lunea-1:? provérbios de Ahiqar, na verdade não os conhecia, pelo menos Teo- ,,,....~_íão,~"Sct'Í-~~~~~;'.1'"él1:ç'P.!;:,:,m,l!ll!li;!!!í!i~e · , · frasto conhecia (Dióg. Laérc. 5.50; Clem. Alex. Stromata 1.15.69). ~ '····•--·•,paPIH"<iil'umà'-posiçiio,desfmya,e,preseftãfillrr'êõm'fàlótl!dadê'tfiif'i&-te Mas.,a..pa=la da literatm.aramaiea.qu.1..entto).l.elll..ci~ .,,mntimoot0<ile,.su:ridentidado,-e..superiotidade):,P..aga1latn"'1os.-cgregos ción.a14ove-tersld<1~m-qun'li1fdlr~mda<k. A mescla de pru,aJhes,ensinaréll'iiõ'sêll''s·aber;eemuitas,vezes-sequeMinhamcdepagar hebraico e aramaico que encontramos em dois livros da Bíblia sugere país erram..sens~eserav,es.13ntretftnt();i'-ao"3SSimilar..:~mat.seUfuitaBtos que, pelo menos entre osjudeus, o aramaico era escrito para um público deuses,gregos;-c0lll!ellçôe5'literárilt"§;'ft5rmas-smisticas,,idéiaS'.ftloséfi- que não era mais internacional do que aquele capaz de ler hebraico. -,i:,9.s_ljlm~s.ooiais-;;c0locaram..-,,,.osbmesmos,~aossgI:i'gOS.,11l!l.ml ~<!~,"111~~.~~.'ttiliZ!!f.JH!~,8.?,_çQ,;u,muita,frJ;.qiJ.ência..Q.§JJ,!.jtJJS s.iJ!!l!.Ç,ii,e1,,r:t,<;_(p,.9.ca,inigualável;;,umtõ"'ma1s'J)Orque'fizeramcda"Pfépria se grnwiiiJia.m.oi.!frigues.para,0,prop>to,oonsumo,maS-0-volume·de>suJ> 1/&gu&u~J;!).Salllt>Ulo"Jue,pooÍa.nl'alii!al"e-om,o..g,rego .!R<?L<:>.gJ~!!S.!kPmd!!ç.ão.em,,grego,indica,q.ue.,vJsa,v.am,os.le.itor.<:J;.gi;gl~ _,s •rruiswilil:.&§.id.él~~gasacom,,e.ltççpJllil~,JJf,;,'J§io~(.embora~~ Não consigo ver qualquer intenção desse tipo nos Livros de Esdras e gr:i:gos,nunoa•tenhãm"ãêeitãdô"inteiramênte,G';fato)~,Nenhuma,o.u.t.ca."" de Daniel. ~Hngua..antigaceonseguiucfazei:dsso. Não erasimplesmente uma conse- Achsenzeit, o tempo axial, é o desenvolvimento de várias civiliza- qüência da semelhança entre as lfnguas indo-européias, pois o celta, o ções em linhas paralelas. Caracteristicamente, o Achsenzeit não esul persa, o sânscrito eo páli também eram línguas indo-européias. ~Jl.e;~ centrado na Mesopotâmia e no Egito, duas civilizações que mantinham o'sécmlo,Ul;!!;,Go.<:xistira,um,helenismcr+trtino;:jamai&ídênti:eo,ao,grego, muito contalo entre si e com a Pérsia, a Judéia e a Grécia. Mas a põréÍf:lj'ãín"ifül"sêp1ir.Wehlelb. Os homens que o criaram se tornaranrem Mesopotâmia : ?~gilo ainda viviam em um mu~do que fora con~tru_íd.o d?i~ sé_cu!os o_s sen_J:ores do_°:u?do de fala grega..P~IJ:Ois.,disso':'1 ·. (), ..{J/v1·~ no segundo milento sobre o poder da monarqma - a monarqma d1v1- :k, )lts.tmçao.entre-lrelen1snrc>'g,egõ'é'!'omanopermaneceu.vahdâ;-masna9,,,, 1,q""" j,>/,_,) namente protegida da Mesopotâmia e a monarquia di;ina do _Egi:º· , ,Jv!r" ,havia b~!:1;~t~,pol(tica.,en~~~_,1-JJ;,V.Olu~&rilitã,os,ilmi<ll1<e . r"""4.4-- e&. ! Não t!veram de enf:entar prot:5tos e reformas ~o meto d? pn~etro ~fel( ., ,~~iíi:itJJ1U!9illnlffie_...~ia!), ra helenístt a i:rv? ~J,l~I ç;i, ,[ milêruo a.e. No Egito predommava u:11a morahdade do s~lenc10 e.a ,o ~~v,t;v ,!'i!I!!JU>s,1;'':~clliflfní?~'!sffií', - ...·- ..Jr, ·~.!'º~sa ..• çµ!l~ooa U-"''''t:", i Mesopotâmia - quer assíria, quer caldéia - parece ter se aplica.do maJS_j/Ú'; 1 :hf e ·~.,_ç;,J)l~ÇOOS!'ftntrgas. Desde a época de Ilia muitos fatores ! em conquistar os outros do que em criticar a si mesma, Os.homens.da 1"t .f/' · contribuíram para a erosão da visão de mundo helenística, màs o homo i ~a,Judéia;-Jra.,4ndi':'.'~~!;:!!;~!õrm"ílfl1mºb~-~!.11'ª~s_'."S" d!'. Europaeus se m"?teve int':'.ectualment~ condicionad~ por seus ante- med1ante-suas·crft1ê1!s"à:·''<it'i!em trad1cwnal nao,se,comuméiltimfe"ila'O, l.t · passados belenisllcos. Owaogu)o Gréçrn Roma311de1a::aliíiliZbfã'.::lm ,çrfap@,._u;na,d,v,illzaçãe,inte.IDí!Sig_iwl,,Q,que.sc.o~~4Ql!idade,da çenJro e.é,pmJ,á~ça,no..-0entto,enquanto~anismo i,ç!_a~~J!Í,S~~:;..1?,~'Ila,preporcionou,,>iJ;?tJlaç.ii.9r.in~J;IlªC(01í~l~às êO.!;J.Í.!!.!/!iLx~S.,~ligião..dp,,Qcidenti,..,A~~M~poJâmia.e o ,idê1as;-'embora rêc!uzrsse~fortemente;,o,,seu,1mpaeto"re-volu.Ç!.Qfil!lº· Eg.Jt&sewantem·ma1s'Ol'.l'llltn0Stlnllea,erud1ça0<helenlsttca,o,reolocou ·· ÇowJ?.ª1:!!9ª4',~!Jl.P.O,~lal,precedente'/a"idad!»he~stic8"'>-""íl~il'f1 éomo.deten1Qie&.da.saber,hárbaJ:o,,,Aindac~~Jµgar,.,de.c<les1aqu~ ~. qg,~ç_cya<k,m,.. Até São Paulo entrar em cena, a atmosfera geral é de ~!!)~_J;<fü~,!!,ll~Ji;J!W.os;,e,eni,particular,aos,cartagineseSf'POI' respeitabilidade. sUas instit.Ulçoes .e.côloniza.'"ª9,p.o.,que,os,gregos,se-recc0oh!;~ªJ1.es- .O qiie acenma a fisiooarnia singl!w;,.d;J....ci0.li.zàção.Jielcnísti~ ~Õim,~q'i;"e'1<;~llflenanuperfici!ilmente IQWdas,,pela p~l, especial,9u.~.doisJ?,IPOS ~~~~l'U.9!i ;-~9Ji.J19Sll,'l,Os:romanos . :~m~jj.9.J,.__ç~!iGll erepres_çn.tav.am-&omaior~terror--para-groges, e ~':'.l,".,_;~. ~ll;sem~c!a,JlâJudeus.,pç.rm<We,çg,Ml,~ rg!J.lanosj,foram'5tfiíplcsm1'll'te'ãeixados,fora.do.chorizonte--de"trlldicio- 'c~':=~J1i~.2.~gw;i~J,,~~~,=~.,,"..,,R.1~,x_W'.s.Ae~yzy,;,;i;,e na! Wl!f~Rpsi<!~!llª! ç~ilil'Aõll· A ~age°: que da';'~~ deles ainda é.ª .,;;rma,,1>m"'f><'l"'tllasi.,i!fo,.,,,ntanto,-~comparararn,~.91!!!!},IJJ!!1/-~suas de Pos1do010. Permite-se que Vercmgétonx, Boadtceta e alguns drm- i9,~~;.C,Q.!!1.. '1!11,~..81;!;,g~e,ru:f;gand;_.:,tl.rs'rptóP,rias.s;i:!'}<§8"i" da~ l~mbrem aos,alunos da comunidade euro~éia que os ~eltas de fato aQ$.C:!!W',ll.!l0iJnU1twcôStl'.lífléíl· enoç ...lllJS"!si,p..t;.Q~i;.sso..,.,.c.poc º.~• extsuram na época dos romanos. O .conhçç1mcnJo roédto acerca da . .. ,. . /
  • 8. 18 os limites da helenização os gregos e seus vizinhos... 19 - ~ ~homem,ínstroldo,a.tujlj.,n_ij,gJ_.sup;,rior.àquek,ase.i:..encon- ram crédito porque Demétrio Poliorcetes se referiu ao ..parentesco -tf.ád0-e~ntQtc;§,g!J'.g!)Ss&,mmanes. 6,té hoii,.J)ão..há..?brigação.em entre romanos e gregos" quando protestou em Roma contra os piratas <!!~25!!!1faU!o,tradicional.de,se--conhe:er--qualq~er·coisa-acerca.da ·L---·····. de Anzio - provavelmente após 295 a.e. (Estrabão 5.3.5, p. 232). &IJJgª'_porque•os-gfeg'l§-'é'bs-romanos·nao,conhecrn~·nada ou..~uase_,, .·i)'. fº",, ·n,,mnte PS-_.!Jlas=V-.,!,Y"'a.G.,Ai.1s,.ç;,.racterlsticas,"<!ontrasllfntes ,n.a.AA,!!:rç's~tíôé;Õela'. O século XVIlI executou a ma10r operaçao de 10 o<v- smars::J1.m,,as,relaqões•entressRoma--e,0-,mundo,grogo. Ikmn.J~fü;,: resgate de civi.liza.. ções esquecidas que a humanidade já t~temunho?. j. w.· O'<'./§. f •rel~õe.§-..C.•PJ!J!.CtÇW.49y,.~JP,.!~.i,,dJµiJ1.ipJd9.{l.OiqUeJlOll,ll&men~ ?s chineses, os _indianos. ':....•º..s _ce.l!J!s.foram os. beneficrndos mais . ;/"f V'"'.1...'. ,~§~r~,.·dm.que,no,sJ,.ç!!l<?:,M.J,. ~ ..·. ~~.lro_l)õ.:litanOS"petce.- l!Ilpqrtantes. Mas as consequenciassó fora_m sentidas por profe~o:es (.,r' i . . ./ ~~Jl~!i.-J,/?,l!!,.Q.J.!l!<i>ll1,9.a.çl.e.JJ;;,4i§Ui,n1;.1.,kmd1~~mta..Rmesmo universitários; filósofos, poetas e excêq_l;pcos. .A.cultura helerusi.ica _, · ··· / .os"lgregos.0Cidentaisr-cowex-0eçã&áe-Mru;s<tli"?lhes1>restmam multõ interferiu nos dese.11volvimentos paralelos d.,_cultu111§J!l~ivid1iai.s que '!)<>ll~Ç.ão. A tradição cronista tem.poucos.fatos.a.rel'!!J!!:;_ª1.i;um<L""" nos séculos anterior~ se haviam estendido dà;Chin~ à Gréc(ª· Ela Ç.Oll,!Jffilk'9~eteJ1i~,em-épocas,de,eseasse2:sç,loQ[çJ!'!.,ª,,Dç!fQ;!.~~ reconheceu e ao mesmo tempo limitou a importância do Egito, da 4estroiçãcFdêNeii:")lfuhM'm.,es,çi;itQt,.gI.<;go~xiJ.jQ.l!,,íl,ll,!l!J1Jt.·e.ll•nhum Mesopotâmia e sobretudo do Irã. Criou uma situação privilegiada ~e !ii;;totiadoi:.gr-ege,narrOl"li'süll"hislória. })eoro1,m l.íldo, g de,:;ç~o~vi- estímulo e desafio· mútuos entre gregos e romanos e, numa área ma!S ~ociaL!l~Olllil<,.ll,separou,da-.Etrúritresa"assemelhoTuã~nma limitada, entre judeus e gregos. $:idadfügrega,,e.;foi.Jsso,qu&Heráclidessdo,P-ont0,reuonlreceu. III A situnçfio cspccin1 de Roma nesse triângulo é que merece n atcnç~o maior e virá em primeiro lugar em nossa consideração. Não ha".1ª desafio nas relações iniciais entre romanos e gregos. A Roma monat,._. q,ui,::_a...~,®,]ka,JnJl.1iêns::ia....d,.,,.,,,11urn-etrusca,.e.a,,culturn>e01rusca abs.óJ:Y..tJJ..UJnaJ.™,qnanl!da~e,deµsos+gregos. _Çada.noMa.r.lesco- ~rqueot~nfâti'tíi"O'S'"COnt~Tre11ls"';o!ll"·os ,.c.ln>SôOS<'n<>'séeuk,••Y.P. A revclnçiio mais recente é o estnbelec1mento grego em Graviscae, um dos portos de Caere, com o seu templo e a sua oferenda votiva grega de Sóstrato de Egina. Sabemos agora onde esse homerri enriqueceu: na Itália, e não em Tartesso, como fora erronea- mente deduzido a partir de Heródoto 4.152. O exetnp~~.E.'J,.!P.J,Li:;li.~qR~.Jl,0lI~}ml!~S.W4kmJ!Wls técruêãsê'iioç§"!l,!tl.9,/lJggJfis.!!.l!.si;!t.§~amente,um,Ycerdade1r-2;.çn_t~n- ,._. "'""---d- . ·1· - O trus aneeei:am mJsteru,- tliffi~~~~~~~R~~-'i'~l}~~J~U?fS~?~~.;,1,,;-,1;$cf''··''"·Ç,9§~.~-·-,,,,~<--e-.~~~,,....-~.,,:-.:. ,;i1?.§'.;.'tfuiLi~~gr.1,ggs.~=uma;,das,;.mmta~"razoes••pofo:<JUl"'~Jnda~s~o ·· mi~t~5!_2.s.9,'LPªI!J,;:!!Q§, Se os remanes--t~ll~egmOO:~"efflna 'elrysCª,lfeiicJ.iQllSitlO'Ptífififffã'õ"tê'ri.,,ham~<!~ga-,- lçOlis}e/Jenis,já na metade do século IV a.e. (Plut. Ca'.n. ~2). Ames°:a idéia pooêlêr sido sugerida por füisJótelesquande,a.tJ:i!UW!.Ü!JJ,l,AAǪº d~~us.quo.,.,.olta,,.;;m~ói~ (Dionís. Hal. 1.72.3).. As histórias a respeito de certo parentesco entre romanos e gregos obtive- .- A orgarúzação centurial serviana - inspirada ou não pelo,mo,delo soloniano "."s quatro classes - fe':_ de Rom.• um_• cidadeE:á~: As Doze Tabuas - moldadas ou nao na legislaçao greg~~~~O,= )lt9l!),IJl,Jl,R_9.!ll!!JlJil.;l,!;Q1).SJilll!ÇÍiQ&!Ç.!ill:.S~.oo,gt~,Ç.ãO qa,,p/eb..,,ç,JLSJJJblll'O!lFossi.v,i,par41olpaçãe,no,,g011em<>"}>•r-eeem,nã0-ter P.a!'Ald9.J!!kªnÍ!:ͪ,,IDJl.§.,,SJo.h.sj!msg~CQID~Q;;Ú'ec11M>,.l!l'~!!ll9,S .gLe.&Q.~,~º~~ue..é .igi/~,}.l,!PQtl!llte;,,a;,,p/ebs>roma.11a,,p.arece,,tel!,:se ~cssa.d~jii;çlÕfiifoiífu:peln'féliíj'lltõ"e"pê'lô~'i"p'rêêeltos,morals.;gre"'ffi ~&911.s Ç).temp!Q,/J&,Geres,,,J;iem~-:_queJ:oicJ.!l~.!!gw;ado,.ellh4!!l,,ª.C. e,r:;!c.censiderado,um4,.êJlJmí.rJ2,P!e!ltu,,.-~fQ.i,g~~*1~tW~~,&~Jl.PS ~sl!JJll,~.!!,!,~!M2!J-ª.lle!lI&là!! (Plln. N.H. 35.154; Cíc. Pro BaJbo 55). AJ»;,.tillli.ç.ªº"dQÀlPJlSelhp,misto,patdoio,plehellidetilfvirbs11i!rf§ftldun- ~&:l",4l,fililij~!al,p_a~dade,;das,,dua5'!>1ltsses,nas>fois.,de,l,idmo <>$6,ctio;dM'º't,J!,11,,,2li,!l.tt!ll91-9.~Jl.O.~.Q~,~J!JoJinham-presOíhiV'elmente -~~1100ldt7gfe!l{f'S'tf,tffihílni"dé'êõll'§ültãf-$'livroS'sibilinos. PQLflnl,.A..çigioso,.que..o~p.ti~,ffi&l1~.'fil.~;.iS9~-.9JS!!,q.tnás- t~j"romana--pertençl!!!La..doi&•cõnsules,;plclwis.;;,,Q~'ellJ..if!lil9;,, C~fEi~!l1~~'~11l,&.:,8ti~~,l;l;.9!liJJ~.§,gpl!ys.,;Ç,!?!l§IÍ ,em•304,a,.O. Se~!gg,çJ!Q,Jl!JLRQmª,,p_or,Y~olJM!e~3S,,il.o,c.ultg,g_rng5),?"fü)&R,~ ~~~~~~~~!~f,i~~~~J~,~~~t?':*~~~~d~~~~~~lli'·~:rr·_:._. CV os gregos segundo nonnas diplomáticas adequadas quando se envol- veu com eles durante a conquista da Itália meridional nas últimas décadas do século IV. Por volta de 333, Roma fez uma espécie de tratado com Alexandre, o Molosso, durante a sua campanha italiana;
  • 9. 1 20 os limites da helenização o súbito desaparecimento de AJexandre retirou do acontecimento a sua importância potencial. Sete anos depois, Nápoles se tornou aliada do aequo iure de Roma. Significativamente, foi a um cônsul de sobreno- me grego, Q. Publilius Philo, que foi confiada a ofensiva na Campânia que levou a esse pacto em 326. ~orna, não a Grécia, preparou as condições qué iriam tornar as rclaÇõcs entre ambas um caso tão singular. Os gregos não forarn alén1 daquele mínimo de atenção que a sua posição exigia. Observaram o saque de Roma pelos gauleses, porq11e Massalia não podia negligetfdar um tal movimentq;:.da't;Q!'.)'jfüliiç~.es...cél!iç.a;;,..e.~porqg_<;.JJ§.,,Íl!Yas.o;:.es cons.tituíam••um·pêrigo·também;para.a,Magna,Gooa, além de serem utilizados por Dionísio I como mercenários. ~ l , t . ~ m àooiüa~egos,.J.el!l;l.tam>aprendeM»língu8fcaceital:i111<.<!~l.@S.gléi;,,,, ..gg:;,e.u:fonnula,am•acsua.<;QQ§!i,filxi,9~&M,~~Jm.!1í!,Ç~q11,1,,;tJgyns ~~ÇJJ-~...,f,1,W,4'~f!llll!ll.~!lJesô/1s~s.uas,,~p,r,ifü,,~onstit.,;i- 'ÇQ!,l,,Jllo'fiftã1"õô'sêêúltl'·rv;-'ôs''atistõêráticos.,FábiO's;"'<i1Jê"atbentão tiIM1~W,.,§,~{i&,.:J:,~SQ1.W.epi<,oss,como,,especialistas:,em,,Jí;igl)~~-!!11SQa1,e as51J~!?.S,,el)1Uscosr•resolveram·,,se:·.voltar•para:•a•·língua•,ecallm"gi'CgãS'e para,,0c,.q.ip!gmaeiuno,munfl%!:!ll.~llico. O que levou C. Fábio Pictor a pintar o templo de Salus em 302 a.e. - "sordidum studium" (Val. Máx. 8.14.16) - ainda é motivo de conjeturas. Mas em 273 dois dos três embaixadores junto a Ptolomeu Filadelfo eram Fábics (Vai. Máx. 4.3.9). ..Q~os..aão-reagHam-oa.melbor,JJãpJ'oi;am,além,àa,superfíele,, ~roman~,!16-;§,<i,,!!!i.1l'lf!'l)l_,c!,{!!!!1.~A~rl!!.ll&,.!JA~ncia,,de.pcimeira ~.JJ!.ta os e~é~&.egos de Pirro em_camgQ,Ax;J;t~··~..• • »-..~~~ . . , = ~ ~ • ,PtgJgmeus,:,pQt,~.ecrnm,os"v1zinhos,dos,eartàg'üíeses:equa,er.i:m.aha os• dt:s. ro~8..!/,QJ{J/?lJ/A,fllhP~imeirps."rei&rh"leJ1ístille&"""'tental'sse.,to.rnar JlJÂÍgóialà.~ô""'<e"ÍnesJl<l'ra~têneia,,Jm,l~.!!:..&!~r[adorj,ciliano 'em...29wcresidenteoemPAteliiiS;'foi,o.prj..me,iJg,,;1.rxWtiL!mJljg~,jfilo~- ç§,1;s sobre·opassadQàO,So,rcornallOS', Ele não foi o primeiro ase interessar ,,-'por Roma - Teofrasto, com certeza, e talvez Cálias de Siracusa o antecederam. Hierônimo de Cárdia, contemporâneo seu, fez uma di- gressão sobre Roma em sua história dos diádocos. 1'li!,gyém mais, porém - ao que saibamos - dett-tantll' ãténçao e flurt&esp~;:;;:;'R-emã' <J.Jl-ªJJJo>Efime1;,;Jl.J.Wl..$J!L~~ente. Ele tinha uma data própria para a fundação de Roma, colheu informações diretas sobre os penates de Lavlnio, descreveu o ritual do cavalo de outuhro no Campo de Marte, atribuiu a Sérvio Túlio a adoção da cunhagem etc. Obvia- mente, ele dispunha de um relato mínucioso sobre as origens de Roma. Após ler algumas coisas de Timeu, não vejo motivo para duvidar de os gregds e seus vizinhos... 21 que Licofrão escreveu Alexandra por volta de 1-70 a.e. Se for assim, as linhas 1.226-31 devem ser interpretadas como um reconhecimento da nova situação mediante uma fórmula tradicional: agora, Roma domina a terra e o mar. Mas se alguém se recusa a acreditar que por volta de 270 a.C. Licofrão podia dizer a respeito dos romanos: "E depois disso a fama da raça dos meus antepassados será exaltada ao máximo pelos seus descendentes que com as suas lanças conquistarão a primeira coroa da glória, obtendo o cetro e a monarquia ela terra e do mar", não discutiremos sobre a data de Alexandra. Já se escreveu bastante sobre isso. Há outras indicações de que os gregos começaram a perceber as peculiaridades da vida social romana e do comportamen- to romano em questões internacionais. Na verdade, o famoso conjunto de valores romanos - jides, constantia, severitas, gravitas, dignitas, a11ctoritas etc. etc. - foi descoberto pela primeira vez durante a Pri- meira Guerra Mundial por professores alemães e ajudou os seus alunos a marcar passo enquanto Hitler estava resolvendo o que fazer com os clássicos. M..l!§JllgunaaspooteswllH!nos-earaeteristioosforan..realmen~ te ªRte,:i•d9§. 11<:los gct&ges41o.sécuJo.JlLa.G,, . _ .- lyi_des r2Jw,na cheg-0u às moedas da Lócricla aproximadamente em 274 a.e, (B. V. Head, iilsiôr?ã"Níímõrnm';-I04);a dévôtii:i de Déêío etEJ,i::ntino.)!parentem(ê;ite atraiu a Atenção do historiador éõnlêiffpô- râneo Duris (76 F 56 Jacoby);'lí'repieéiisãoêxêmplafdé uma matrona romana a seu filho foi relatada por Calímaco em Aetia (fr. 107 Pfeif- fer). Eratóstenes admirava o sistema polftico romano e o cartaginês (Estrabão 1.4.9). Aristos de Salamis, em Chipre, que provavelmente viveu na metade do século III a.C., é citado por Arriano (7.15.5) como tendo sido um dois historiadores que não só se referiu a urna embaixada dos romanos junto a Alexandre Magno, como também fez Alexandre ..•,-profetizar-a.futura,grandeza·de·Roma; de tão impressionádõquelíêoÜ pelos emissários. Infelizmente, o·texto de Arriano é ambíguo acerca da autoria da profecia. No final do século, Filipe V da Macedônia apresentou a política romana relativa à cidadania como um modelo aos relutantes habitantes de Larissa (Sy/1.3 543). Esses são exemplos.repi0 · sag~,mas,demonstràm·que·õi:rgregos,-ainda,quev'ãgamê!Ite-;-estavam .!!~i,!l,1ltil!!~l'..l/,l.Jl.Omll..~!g_2,,,!!.~não.pesstflã'm. Eagradável pensar nos Fábios aprendendo grego, ao mesmo tempo que osgregos admiravam afides romana. Mas talvez devamos dar mais atenção a outro fato. Crperíodo>.decisiv<>,.tla assiajl,a9iiQ<da..:ullura .grega em J}gmaA-o.das,prlmeiras,,duas~.Jl:!l~to lu'.!',ª11},c.~~J;.~J;,,..l®;m.,~~~~g!t~.J;~gmQmÇllll ~ í1
  • 10. l 1 J ·I,! j j .. .1 1 1 ' J ,i•'1 .] j '1i '/ 1 l 22 os limites da helerúzação c.2§tumc;,:;~glllu:cl.m.en!os.~gos..c0m,J11pid~l.s!)J:J,§,g:JH1<,,l;íª,o,.}lJ,We ~,;.irut.nto..corresponàentli'n·ó,interesse'gr15gô':potR,om~.,,PQ!f;Jl-'?.J!~ ,.perceberum0 declínio'lle0a1en·çã0'para,com•,as,pecpli;i:ri00,,l.eM,Q.ffl!l,S, Agora que os venceclcn:.e.s de ,Pirro,estavam envolvidos num conflito aparentemente infindável com Cartago, os romanos pareciam se retirar do horizonte dos intelectuais gregos. Entre as sutis observações do periodo de aproximadamente 270-240 a.C. e a adulação de poemas como o de Melinno - que, embora sem data, se coloca naturalmente no inicio do século II - temos de reconhecer um intervalo. l'.!~.t 2".Q:100 a,~,:~ent0<os'l>nOS'em,que;,(!,$J;W,P,<fü1,,a.tragédia, a c,ow!)dia.s,,~oogJ,~~.gu,_gw;§.M,QL!!ªra~,P,/l<~.J>.,_~r !1'fil.!19.~1le..os-,,r0man0s-se-lança,amJ,!)UJçji.w:._t;fa-'d<>'li~ cllllJ!ll,Ae,u!ifil'Ifá'çào'>estrangeira,eJ<,<úamente,quartdÕ"e'Stávãil1"envol""' vJc;!9§.;!'J)},gl)tnas,e:iJt.n!!wtes,qpm,ou.t.raenaçiio,estrangeira,·contillHhll ·•·srrumd.<;;;S~~JlJ$~1l!llilS.Jl3.ÇQÇ,!j,,ÇJTu,S.Uas,.JJ9rn,;;_w1;is Jg.çscrutáV~iS'W~.WM~. S1tfkÇY.X~-?~,~S9.~~tJS!~R,ID...~8AÍ~~ ,~ias,gri;,g,!;wu,helenizadas~~~çµi~;:tAAª~ª ~Jll!,para.~111~,,~{a.s,esS!!,,.eX.llÍ$J!;Çl!f'sl!,ií.R'"'4$,llficiente,;"""6i,in11- lJ!Ção,da·,JíngüáFdõs1*ôsltimês'Se"ctenças,,1ireg~dls.tillguJ'llílkmla 0 criação.de-umg4iu,ratuNf.rlá'êl<lna1'qle';é!imidllâ'll'l:ilnlít{lãt>'à0iroQqJ;,los a!.!J,çls.s.,J11Umedialámen1tM>rigi1w.l,e<'l-lll.OCOnfiante,esrgre1;§i'va. Dificil- mente poderia haver um par de personalidades mais irreprimível do·, q11e..Névio.e,Gatão(OS'Criadores,respectivamente,da·•epopç.jª_.g~$Íl,l/1)!l e,drama,romanos e,da,prosa,Hterária·latina. ~~1ª.çi,Q;!,iÇ,/i[!.,füJ2t~W,!?- em,latim•env01Ve6"1i'dmens<éllja4íngua"nativ1!.&t1í;s.em,.À!Í)!.td~,9,,L~.tlln ou. proy~vel111SJ1.!k,!!.i@oer-alf.l4Pri,m~JÍ!)g!,!g,À~Í)!i,g,Andr-011l~q,eFa o ,gfii_fü:&mf°J:ala;,;;,m;,~Q;J)/J~!),,Ç,9!!f9,$;l;l,C&J!,{?.êWOvP.I;O;aVeboonte ta1!.'.!1mJaJ.aY.M>ScÓ,quando,cEian.ça;,.PJauto,de,v,e.,tei.sido.e4uça~ ,,IÍmbdo,-,e,,'Fer.ên~i.9,.AYld_"1]temento,começeu,_Ç,9IP,P,,PJÍJJ.Í,CÓ, .Q"ÇJ?,!Jl$;,, dió,_~~!ÍSÍ,o""Q:.cíli°"'era"'fa[?,gJ~d,;,.ceJ.ta..,p.!:>x~llaSiLU})$.U~ID ~,'!1lcrp.J!a,J!ália,.setentriona,J (São Jerônimo, Chron. a. 1838, p. 138 Helm), e...apaFentetí'fe'fITê'õ"primêirO'cescri1or.,,g1;Jild9,!Wl,Jl.~ª 'cidade de Milão. Eu seria mais cauteloso quanto a M. Pacúvio, o ttagediógrafo, parente de ílnio. Originava-se de Brundisium, o local onde foi encontrada a mais famosa inscrição messápia (Whatmough n• 474), mas em 244 a.C. Brundisium se tornou colônia latina e manteve ligações duradouras com a Tarentum grega, para a qual Pacúvio pdr fim se retirou. Ele pode ter falado apenas grego e latim. ~.a.risleefíltlf$'f6ml!ni:&·ê'!!é~i1'ê'Jtb-lF'erír'tllmis ~~!c~s ou en_; di1 s.c2.~6 ~~-~l'.-O,IIlallos,;tinham osgregos eseus vizinhos... 23 UQJa antiga trn,diçiig À~!ll.xer.crônicas-,que>se'mantev~nas.mãQ§Jle .!lQnlífices.:,u;jstQcJ:á.Uçw;,;,Somente.111mitistócrata"romilllo'"'•tal.;.,;~ele P.JÓ~~,.!~ft,~fce:-,=om0,Eábi9~!9,p.2cp11~guiu~~~,,&~a ,~d1_çao:e~torMr ã'""vetsliobnativã~tlac,histórilf~JWtéessívek-ao r_u,blic.0'111Strúldo"<im<geral1'=motestav-1'azendo.os,,habitantes,de ~crevend&'hísi'/Sriã"'~.gregÔ"'-&<Fábioolli11tQt,1 ·l..,nl • J.:, • • 'i"' ~!!l;.J..QllJ>~"';"".'W.l'!.!l&,~,,ª9ma.,_,!)!ilo.,dev.e.,.i1Ps.;Ji.l!!!/~.!!l!t.M!!;,,;' ,li!J?-bé.mJ!:!!llª""~lizado~fontêS"'gregas•guando.,elas,ç;;!!'y.JU11.J],L~vgní- vetsrtal,como..D1ocJes·de Peparethus acerca de-Rômulo (Plut. Rom. 3.80):'J,~zer-sàis<cursos,.públ_icos.:,em"•grego-·era..mais,·temerário.••Há j~~icaçõesd~ que os roiíiãnos fizeram papel rid!culo diante de platéias ,11regas_~runentadas. Em 282 a.e., o grego deficiente de L. Postu- .riiius..Megell~ desper~ú hilaridade em Tarentum ~ contribuiu para a guerra subseqüente (D10n. Hal. 19.5; Apian. Samn. 7). Mas lentamente surgiu uma ?ifereqçª_capital entreromanos e•gregos. Flam!nio (PluL Fiam. 6),.P~L?~Gracos (C!c.Brutus 20.79), e Lutatius Catulus (C!c. pe orat. 2.7?8)~~r~f~~e.Q modelo.de procônsul llltolerável e mfehz, P. Lil:'íiiio Crasso DivesMúéiano cônsul em 131 "}ooifreplicar aos peticionários gregos em cinco di;letos diferente; (Yal. ~áx. 8:7.6;.Q~int. Inst. Orar. 1L2.50). e'!!Jia ao IOQ!._ano rçso!yer ~~~~la ª..~~..p.:ubl~~2~~~.,çi~~ru,W},l?J;!;Ji~t!!&(l~Ç)JJ§ejà_,tçpm,pÚ >%'~-~~-Jilliil10 f,mlc,_conseguia passar habilmente de uma l!ngua para a outra (Lív. 45.8.8; 29.3). Sómente no caso de Calão podemos suspeitar de que ele não tinha alternativa senão falar em lati~, embora·Plutarco--esteja-convençig,o__<k....9.~_e, se desejasse, ele p~ado.em0 grego~lut Cal. 12), · . - - - - - Q§..gtegos-,'f)CloaquesseÍl'flunca>th,er,am;e:l;l,101ha,,S.á,pooiamifalar,aos -~118~m_;;~/M?;!'ll?f/IBÍ!ti!QSJ10manos.'<1eéidmse,queriam,,inrérp'rete "'Olkgj~~es-supet"-que'em-280.a.G;;;,Çigea.§~.4iâfe~rego nç Sena.tv.mm=,eJ'oi-.trru!.Y.zl<!o.p.9i:,,l!lJJ11ll.~J:P):llle (Plut. Pyr;( 18). ~~lérprete,,,é"'6Speciticamente.Jn,encionad~ m1ssa.Q~J!:§~Jilp~9.fq:;.;c~!ll,PQme.di,,,{Jel~,:,gjl!!,4-WretC'llti!"Urtnlos- ssnac;lotes.,~9Jlrn~.(ê>,ul. Gel!. N.A. 6.14.9; Macr. Sat 1.5.16).,Na,,;_ época..deSula,,A.polôui&Mólon.f~ioo,na~senadQ,J:omano.sen{ attXffiô"'llê"ffitétpret<>tJ+aL Máx. 2.2.3). " . Com ess:' tranqüila assimilação da cultura grega, não havia dificul- dade °':P:ctal para ado~ar uma família com ascendência grega em competiçao com as famlltas troianas mais bem estabelecidas. No fmal · d~ século ma.e., a tradição de um povoamento arcadiano no Lácio foi aceita por Fábio Pictor (fr. l Peter). S~ll2~-que.,EtAAs!J:R,~~"
  • 11. J i f. '1 i 1 24 os limites da helenização difundido no Láçio um dialeto gregQ.._que,.devidament.e.o!llt~1,1.J!Q,~~ D,:l*§ÍRfmeM,~(Varrão fr. 295 Funaioli; ~i?n. HaL L90J). Os. s.abinQs~.1'-l<e!S,~@le)AAf,'sf.11'Jt,misteros•lacedemon10Srlllodernes,.Bles adquiriram-ascendência;espartaruL(Dion. Hal. 2.49; Plut. Num. 1.1). Segundo Sérvio,.ip_sgaCalão contou.a-história de.que,Q.lacp!],Í_Q,1;a.1]_1J.ê, um ÇS>l).~PLãíie.oAekl<;,w;l!9~;,-!l.gr~~.P,ífll8,Ji~J.iJ,fr, 51-2 P.). Os sabinos Cláudios se tornaram-naturalmente os patronos de.seus par~- tes espartanos (SueCTib. 6.2; cf. Dio. 54.7.2; Sílio Itálico 8.412)'. Qs"" ··Fábios,-replic,íí;~t;at1ndicàiído'descendêneia.deoHé,cules. O mais antigo testemunho que conheço da devoção especial dos Fábios por Hércules remonta a Fábio Cunctator na segunda guerra púnica (Pl!n. N. H. 34.40). É praticamente certo que Friedrich Muenzer estava equi- vocado ao considerar a lenda herculana dos Fábios uma invenção de um arqueólogo augustano (P. -W., s.v. Fabii). É verdade, no entanto, que em geral os aristocratas romanos eram cautelosos quanto a origens divinas. ,·~P.ll§§!lÀOS~greg'ós''óii"'ttoiários•i:já.ceram,s-sufidentes<pam SJ!~l~tarassuas reivjndicaç.Qes.de.pajrr. ..'f..~claro,,que,.,não.-tenho,dntençãoo,de"SUgerir:0 qu-e•~SSá'"'teVôlução intelectJJ11.l0 9.,1lll.JJ,!i,çjJm;µen,,,polltic.a·,avançou•sem"transtomos. Em·... -+73 ou em 154 a.C. filósofos epicuristas,JQt;!fl,All'J,L~OS de Roma (Aten. 12.547a). Em-U>l-houve..u·m.senatus-..consultum"proihin4,Q a rc.sidência"em,.,Roma.a~filósefos..,e<l'.J}Qr)i:_q:; (Suetôn. De gramm. et rhetor. 25 Brugnoli; cf. Aul. Gél. N.A. 15.11.1). As atitudes contradi- tórias de Calão não necessitam de outras explanações. ç;alão pmvax..el- ~te...conhecia~melhor.,,dQ.ll!!~qualqneMle&;seus,oohtemporâneps l~oda,,helenlstica,bisoriográfica,-,agJ:(çpJa,(:,Jll.ili~Me._. !ml):.ega_y.a..a.uma.fúi;i<1,§i.!JE.!!Jl.d~.P!.l.t!;~J?.M§.S!Í!QLt;iUU):.~~...s9bn;!~do c...~!J!D.lJ2~tutdi®~tegos~-.,~Hurarunt inter SC-bãrbãr°:> nccnre om?es róe<licina" (Plín. N.H. 29.14). Uma geração antes, Névto fora reduzido . ao silêncio após um conflito' com o aristocrata Metelo. Ele foi a principio aprisionado e depois obrigado a deixar Roma; diz-se que morreu na cidade púnica de Utica, local singular para um intelectual romano em desgraça ir (São Jerônimo, Chron. a. 1816, p. 135 Helm). Os pormenores são incertos demais para qualquer discussão proveito- sa, mas o significado do episódio é que, por volta de 200 a.e:,~ • . . b 'b'l'dad d . trod • ~qntor~"'r(}_~!mf>..,f:!'~i!!P!i~~.9,..,..~J~.~"V~!:iAA~!.,,:,!JL:""1&.t~"'~~01,Y;l.. . uar ,0,l!!M;J.l.Q!Â~i,!!':JiR~t<!iidií'ldei!pali!liQ!f~~~c!g~ç,lll9'Y (Cl:. Verr. Actio prima, 1.10.29 e Ps. -Asconius ad. 1. p. 215 Stangl),.,Q§,J!!.!.eJ.<li',,, .~~gr.egos,e''romáiiôs-1iveramc;de:-.apre_1J,der,,,c1i~~,§;1m,~,lkf~~ellm~ çãg_, su_)~.!.l~Jl..dl~.,J:.CSP!<i_tQ,,p~!bRfdt;J;!!,.,,J!.!?"'2!n!,~1e,;-A,.wa.19na.,d_os-~_::;::;6,-!:;.:"..,.,_-.,•.+ • • -· '"~-""0."'11_.';'~~~Wf:~ osgregos e seus vizinhos... 25 .c;§&Q!P,~§SJ<fftJje.i.tou.e.foirecompensada..LiY,!9Andrônico,.e>;::ǧÇf"VO grego, àlcançou respeitabilidade e influência; foi-lhe permitido ter o seu próprio "collegium''., um privilégio cobiçado (Festo p. 333 M.. - 446 L.). :Ênio foi levado da Sardenha para Roma por Calão: uma ; informação (C~rn. Nep. Cato 1.4) que não me parece ter sido Ú,validada pelo professor B. Badian (Ennius, Fondation Hardt En- tretiens XVII, p. 155-6, 1972). Cícero descreveu :Ênio como amigo dos Cipiões (Cic. Pro Arch. 9.22) e dos Fúlvios Nobiliores (Tusc. Disp. 1.3; Brutus 79). Terêncio desfrutava do convívio de Cipião Emiliano e C. Lélio. Pelos prólogos de Heautontimorumenos e Adelphoe, ficamõ~ sabendo que os seus rivais tentaram desacredi- tá-lo por isso. Réí"ém ení Roma desde 167, Pollbio entrou natural- mente para o mesmo círculo em condições de clientela semelhantes. Vis!{l,Ç,Q.W!Ul.!llJPP9,.Jl..aSSimilaçã<Mla culn_ira,e;da,língulf'.greg,,s,f0i . w.1G-r-ápl!Ja. &>s,,fttósofoS'.,e»retóricoo'"Jí'reg'âs~"'1ol:nímlffi"par1é"'w row~,i.,,~.9Wí),E!J! ~)_,bÇ.,,~ll@?RJ!.lg~m.t,entava,instalar,uma'"' esco1ª.,de.e1oqüênciaem,la!.!m.,;s:Jl!!,~!@.I.X.Ç.!Hlf~".,P)t:a,.atender,alguma liill,!lll!.sPOPUlari.s,,,,-.,.,os....!:.e1l.@.ffi"A;;,.,épç,<;a,.se,mostraw,m.,Xim!".IA.~Je ,22l,4:~tl~~..;iç~dec);g,l!Yam•,favorcdare.tórica.grega&.!'llll!J:11,~_ll_tJµa (Suet. De gramm. et rhetor. 25; Cfc. De orar. 3.14.93). Como se poderia esperar, os professores de eloqüência latina também logo se tornaram respeitáveis. Mas Cícero contou a um de seus corresponden- tes que fora dissuadido pelos 111ais velhos e superiores de freqüentar tal escola: "continebar autem doctissimorum hominum autoritate" (Suet. De rhetor. 26). Q.Jlr,;,&g,J!!,.,t9!:MW,JWI.JÍ,f~<-C.Rll)..J).Ulsózlo dJ..Jll'.ll..,l;.,S!!~.ten@ç»'.g~(l,01i.mpérlo,.·10m,mo.,, . Nu~g9.JtçJJ<.!!1.QêAetem!~tL~!.l&~,l!.fl1'5.~~2"-~J!/l.Rf)Jj,afüw0 ri~..à.1l!?,;;J;§J4;,,l,rnp.l(cJ.!R.1.lǧSA>,!Oif2r,2c,,§_i,)J.,E~.9/i,,:,'lR~i:!9.Bll!J!:~;'~~:ª a~nder.a,:;e,.exp,tjmi!',,e,pe.l1$!1!,&Pk•gtego:)fe111.podemos>fazer m~ts cf.~.9A!lSA>.!li};utilJ,eyg,bre.asconseqüênc~"':.do de,;çoll)Jç.s!ffi~J,!.l<!,,il,e:>,!'l.t•m j?r.Pi;t~j,~i~gQS, Gaetano Salvemm1 c?s~mava ~firmar que Mus- ''sõlmlll'êãbou em desgraça porque sempre d!Zla Ja a Hitlerno momento errado. Vaidoso, Mussolini não queria admitir que o seu alemão era insuficiente para uma conversa diplomática. 0;.gr,egos..pelo.m.ep_QS,!1Íͺ tentara!ll,.o.cu!tar,ocseu•déscóriliê'Cimé'niô.,,_dó'latim,Mas,será,que~e},l;Jl ~~;;;ndexam,inteiramente'como•era0 temívekessa,nação;que,,c_onse>" g'U[ll';"pçrsu;;:.Íirlfolfüf'as'iclli"'Niãg'ifã"Gft!Eíli~"'câ"llipãlíi'íi;-úõitrr.We-""Kfrlêli' a Útliizar,o.seu.,conhecimentodo,grego,para,a,eriação1delíiína"literãtil'i'ã" .~:;~~~~=~;=~=:;=~
  • 12. 26 os limites da he/enizaçáo ,tanto~,fizcram),,mns,para.'e'í.:itêfídêfã:s'êôiíqüistlis'romaf!.aS,,Na·,próximá conferência,,c.ll;Il<lll<lS.cde·',O:os'"pêrgúnilff''êm•·que,;medida«!,15',S,,Jqram !Jw,.s.ucedidos•êõil'haõ<pouco>Jatittr>à,sua,disposi~ão;.Q.zgrego.ecom- pulsório;,todos,·nós;concordam<lS,,.,;jndispensávelà·mai:>Uifoção,d.eJI1Tu< Í!Jll)écio mas oJatlln,compulsótfoé-necessári<>·pàta>salvaf'â'lgíl'éii';Vd'e .!lmJmpério'l' 1 1 j 2 Políbio e Posidônio Ouantas lágrimas estão subentendidas na simples palavra grega edJtnien, ..ele chorou"? Pode-se confiar nos eruditos versados nos clássicos para responder a tais perguntas. A ocorrência é famosa, os protagonistas são ilustres. Cipião Emiliano chorando por Cartago em chamas, Políbioconvenientemente presente e pronto a obter a resposta certa: "Voltando-se em seguida para mim e agarrando a minha mão, Cipião disse - Um momento glorioso, Políbio, mas tenho um terrível pressentimento de que um dia a mesma sentença será proferida contra o meu país" (38.21.1). O texto mutilado da passagem de Polfbio nos foi transmitido por Excerpta de sententiis e a palavra-chave edákruen, "ele chorou", tem .de ser suprida com base em Diodoro (32.24) com a corroboração de Apiano, Punica 132 - sabe-se que eles utilizaram Políbio direta ou indiretamente. O complemento parece estar correto. Cipião chorou de fato e portanto os eruditos versados nos clássicos têm o direito de perguntar quantas lágrimas ele derramou. Como observa o Professor A. E.: Astin em seu livro muito valioso sobre Cipião Emiliano (1967): "Por edákrnen Diodoro (Pollbio) não tem necessa- riamente d.e querer dizer que Cipião derramou uma torrente de lágri- mas, que ele realmente chorou. Também é possível imaginar olhos úmidos, com uma ou duas lágrimas -escorrendo em cada face, e isso seria muito mais compatível como elogio de Pollbio ao comportamen- to de Cipião, o de 'um grande e perfeito'homem, em suma um homem digno d.e ser lembrado' "(p. 285). Se os eruditos versados nos clássicos têm o direito de contar lágri- mas, não deviam porém permitirque preconceitos colegiais perturbas- sem a sua apreciação histórica. Polfüio estava preparado para aceitar muitas e muitas lágrimas de seu ilustre amigo e protetor. Ele registrara 27
  • 13. 1 ' 1 1 i 1 28 os limites da heleniz.ar;ão com calorosa aprovação aslágrimas de Antioco III quando o rebelde Aqueu lhe foi trazido "de mãos e pés atados" (8.20.9). Ele n.ar:r:a as lágrjmas.de-Gipião0 Màiór'iro~~vaJiar-,as humilhações.a. que.M_<lainas 11_obres estavamsúbmetidas após ele.tomarCar:thago Nova ( 10.18.13). Í'olilíió não inventou essas situações. É praticamente certo que foi de uma fonte romana - uma carta autobiográfica de Cipião Nasica - que Plutarco extraiu a sua descrição de Emllio Paulo, pai de.Cipião Emi- liano,'.a" n,ceber.o.rei Í'erseu corno prisio~eiro: ~Emílio viu nele um grande homem cuja queda se devia ao ressentimento dos deuses e à sua própria má sorte, e se ergueu e foi ao seu encontro, acompanhado pelos amigos e com lágrimas nos olhos" (Aem·Paul. 26.5:6). No relato de Plutarco e portanto (segundo creio) de Cipião Nasica, foi um ensejo para Emílio Paulo se entregar a um discurso sobre a Fortuna. É irrelevante determinar se os generais romanos aprenderam a chorar com os seus equivalentes helenísticos no mesmo momento em que aprenderam com eles a escrever cartas autobiográficas acerca de suas vitórias. Os rotnanos não tiveram de esperar que os gregos descobris- sem que eles eram mortais. Em seu triunfo, o general vitorioso devia ser acompanhado por um escravo que lhe repetisse a intervalos conve- nientes: "Respice post te, hominem te memento" (fertul. Apol. 33.4; Arr. Diss. 3.24.85; Zoo. 7.21.9) - embora isso também possa ser discutivelmente umà intromissão helenística em um ritual romano. O que importa é qu9 em Rom~ Polfbio encontrou pessoas que não diferiam dos gregos instruídos em interesses, idéias e reações emocio- nais. Pelo menos alguns dos principais romanos sentiam e se compor- tavam de uma forma que lhe parecia perfeitamente compreensível e notavelmente sensata. Segundo o seu próprio relato, assim que foi levado para Roma em 167 a.e. como refém, se tornou amigo dos dois filhos sobreviventes de EmllioiPaulo ao compartilhar alguns livros com eles. Tinha, então, cerca d:e trinta e cinco anos e o mais novo . desses filhos, que ao ser adotado na gens Cornelia se tornara Públio Cornélia Cipião Emiliano, o futuro destruidor de Cartago, tinha cerca de dezoito anos. Quando Polfbio e Cipião se acharam sozinhos nas imediações do Fórum (Polfbio continua a nos contar), Cipião, •'coran- do ligeiramente, se dirigiu a ele de modo tranqUilo e amável: - Pol!bio, já que somos dois, ix>r que você constantemente conversa com o meu irmão e lhe dirige todas as perguntas e explicações, mas me ignora? (31.23.8-9). Seguiu-se um entendimento de fato, depois do que Cipião, ''segurando a mão direita de Polfbio nas suas e apertando-a calorosa- mente, disse: - Quisera poderver o dia em que você,julgando que nada Políbio e Posidônio 29 tem importância maior, dedicasse a sua atenção a mim e unisse a sua vida à minha"(31.24). É óbviç_qurJ>olfbioqc:,~angidamente trans- formou esse encontro em uní-episQ!!io soêrátiêô, e Paul Friedlãnder se recordou da cena de abertura de "Griiâler·Adibiades" (Am. Journ. Phil. 66, p. 337-51, 1945 - Plato I, 322-32, 1958). O titulo do seu artigo - Sócrates entra em Roma - sem dúvida se justifica numa base mais ampla. Um século mais tarde, Cícero atribuiu a Cipião Emiliano e seus amigos a divulgação em Roma da doutrina de Sócrates. Como · ele afirma em De republica (3.5): "Cipião e seus amigos acrescenta- ram ao uso nativo de nossos antepassados a doutrina de Sócrates vinda do exterior." · Pol!hio-podia-não ter escrito a sua história como escreveu se não .. t~1J.C.Q.1Jtrado ~~a uma aris;ocrtciaque i,le podia__c~mpreen, ~er...iri_sti!!!!'{.aJlle.pt!',PºisJ!.q~pai;tilh~ya,~.sua atitl/de!Ju.°'ntp__à_vida,.A , ··ª§ç____CODllJDl-ÍPJ...,llfQPQIÇ.tP,ºfü:a.,JlÇE)Q.fil_tração em.__l'!fga, escala ~k P.l'!!~!'!Ç.QIOS.CSQ~IDIJl.~len/sJifil'i~..~9,lllM!.l!Dl!llt.JL~tS)tlJ.~11,("_;..-- -JJ.Qt..,Mas temos de levar em conta umà. certa dose de concessões mútuas. Em Quaestiones Convivia/es (IV, Proemium), Plutarco relata um dos conselhos que Políbio supostamente teria dado a Cipião após . tomá-lo a seu cargo: ..Nunca retorne do Fórum enquanto não tiver feito de um dos seus concidadãos um novo amigo." J.:;.s()__deI_TIODJr~~que P~líbio:eompr<,~nd_eu muit() cedo,osistema:de.9Jn!éíii2íi?:ÕU seja, de chentelas,<que·-•sustentava,,·o'poder•·da·,aristocracia.~fôfüãi:íij;'·cõm·..o·. mesmo des"_~_>.aJ:;1ço.e.afinidade.ele.peneJXQUJJ~gu~)S.Ç[!)Jlf<';,b;;d;d~~-· reg~J;":"~~õfivenções-"e ..'inesperadas-reações:,r()inanas·.;,effi,;que,:-muitos outfos.pol!ticos·helenísticos·perderam orum(),.J'Phbj'!.,,nJlllc,i,_se.emba, · ras~ei~culdad"_~~-~Jt:~rgt?,~íí:9..nas..descrições.dos.,~!ll.l/,'/Hllcd?. ,;o~mrnes.~Q.!llanç,sN.As.suas.canímliaâas.pelã!ftuãs.~de:Rõm~.deyem te.( sido acompa~'!.c!:ls.por.umacons.tant.e.s.ensaçãodedéjà-l!u.Ele:dá:;;:;;·G- a ,.impressãô'ãe reconhecer do que de descobri,..,faltaslhe--a se~~çã_o ., d~UíJ!Iê'Sã:'"É''b~pFO't'ó'lip'o'í:lo""füsíoriãclor'qU~- nunca se assombra "----;xatameiite como Heródoto é o protótipo de historiador que sempre s; · assombra. É claro que possuía noções de experiência militar e diplo- mática que o auxiliavam, e estava firmemente convencido de que a constituição romana se achava aberta à análise em termos gregq_s. Não pretendia ser absolutamente original em sua teoria cíclica das altera- ções constitucionais. Mas mesmo que fosse mais original do que ele próprio pretendia, estava apenas compondo uma das muitas variações sobre um esquema grego. Além disso, possuía um aguçado senso de desvio da norma em qualquer sociedade. Louvou a generosidade de
  • 14. '1. ,· 1 1 30 os limires da helenização Cipião Emiliano para· com seus parenks .com a observação: ··Tal procedimento seria naturalmente admirado cm qualquer lugar, mas em Roma era um prodígio; pois ali absolutamente ninguém ced~ ~ada a ninguém se puder evitá-lo".(31.26.9). Curiosamente, na descnç~o ~s instiruições romanas ele parece ter sido auxiliado por ·co~pendtos acessíveis a funcionários e magistrados romanos. · · A sua descrição do acampamento militar rç,m~no,(6.27;42) é quas~ certamente extraída de um livro e .mesmo·ª descrição de um recruta- menté, romano no Capitólio .(6.19-21) parúe ter sido tirada deu~ relato escrito, já que, ·como o Professor Ilrurit recel).temente .mostrou em minúcias;· dificilmente pode ter correspondido a métodos contem- porâneos .(lr1:1Uan Manp,ower 225 B.C.-A.D. ~4: p. ~25-34'._197.2: Talvéz tenhamos de~ll!ikiJ.,que,nemsemprePollb1ovenficava.osfatos _ mesmõcqúai'icl(;qer1a,sido,Já.s!lia,30~l0".,;Jâ111<.9Utro&ocasos;><em;!!1;;;$)!?:::Í1 . ··não,e,;tay;,,1)rCS"!1tefS"a:l:rémõ'sljffiffOi'CÓni7s1ãdó"'pÕf1'ooté~'é(mte:ii~~- .râneas...PluíãrcÓ,,observou~que,,cl~e..Ml-'lk:-"Ontemporaneo":"1p1ao Nasica,discor/4rarn,.a.,respeitõ''d,tdêterfüin·ados·detalhes,daliatalha,de,.s. fü1na (Aem. Pau/;I 6:2).,Q~pi:e~t1p,o,~o,cg,nsJ;i.n.tq!e,Rlllfliiode,qmfôs''"' rçJii!fü:>1.,,~~):~,1;§~~!~~,!)!lh!l},1:_tS4f!Çl,W'~S.<;l.~$fil.e;~Cll,< 4~ elll~~uas•ãç'oês •efiyolv,e,,11:1,~sup.os1.ç~;.,,rr},o!!JS0'1,,lck'Wto~~W, ,,;ni;,:~ão·estádividid,fp'ór'éõiif!JtÍ:!sJnwJ!1-9WJ;.4Il.ter=,e~c&?YIC- " ões· ~)..que,.e1a.con1ro.la,sem,,I'!.i.iQre,s,J:!ificuldade&aS;,l)?,~"'S;,QJt>· tl;;.;':,'a~R;;;~';;-§)ati~;;;..;;~;~iados;"t')"quê'1'r'seil"ôbje1ivo,de ....;.c···'"~"""r~·"· • .2omi,n,!xfüU!ÍJ!A.(!I~.t,eminentem~UJ~ll.L~ã0;apr~entac111,mt/.8 "'-lÍEÍ.Í>iÇJlÍ~- Pçnnitam-me ilustrar conjuntamente esses.tres pontos de · fonna concisa. . . . . . . ' temos de recorrer.a Lívio e a 'fontes s.ecundárias para depoim.en'. tos Sobre os conflitos no inteÍior da· classe dominante romana e entre romanos e aliados na. primeira metade do século li •:C, Políbio parece não te.r percebido as contendas dentro de Roma q~e ~com- panhavam o que pode se nos afigurar como o aspecto mais mco.?· trqverso da expansão romana na Ligúria e noJ'ie~~nte. Ele nao menciona que Cipião Nasica. era contrário à destru.1çao de ~?rtago porque ·Roma,necessitava de u~a .rival ~ara se man~e~ eqmhbrada e atenta. Rep_etidamente ,têm sido mamfestadat duvidas sobre. a autenticidade-do discurso de Nasica no Senado romano para apotar o seu ponto d"' vista. O silêncio de Polfbio tem fornecido a principal base para esse cetismo (W. Hoffmann, in R. Klein, Das ~raa:~den- ken der Rõmér, p. 224, 1966). Mas o discurso de Nas1ca JS era conhecido por Diodoro (34.33.4; cf. Plut. Cato maior 27.1-2; ,. Po/{bio e Posidônio 31 Apiano Pun. 69.315) e conseqüentemente por sua fonte no século I a.C.: o seu contéudo concorda com uma opinião que a fonte de Ap.iano Pun. 65.298-91 atribuiu a Cipião Africano. O silênciode.P.olíbiotalvez .n.ãw;ignifiqueJJ,a~além,de.JIUe.eie,tendia.,a.jgnorar4lS,diferen'Çl!S'"de &f>WÃ.<1.!'JJ,ll;!l.~&!'ll~-P.ffitetores-romanos,,!~}q~e.de:,:,ç~x.i;,!J!.iL.~l!l.latl.t.Q, '!ie,.pmdêJJ&i!,"ª"'·~··ªp.i:essava.a...r.ept:tiJ,2§.g.~çEjOs,,çle,Çal(i,9.,1Re§tg,g qul!Jl,dO.$,s<lJrigifil!tSQRl!iL,.QS,grew~;;'..<&J!a.,:y;er:dad.e-contra-0,p.róp.rio ,,:eqJ,(biÇ>;,(31.25-5; 35.6; 36.14; 39.1)::'Mas·de,não.nos.n;l)!!J,!l~,qJJ.aI;KllJ!k ~e.,quatro.acusa·çõe&'q~as,ocssiões,foram•apresêiitiiílíis"êàfil'j/á. Q,Jãp (Plín. N.H. 7.100; Plut. Cato maior 15.4). Mesmo que não queiramos levar muito a sério as contendas entre Catão e Quinctius Flamlnio (PluL Calo maior 17.1; 19.2) e entre Catão e os irmãos P. e. L. Cipião (Plut. Cato maior 3.5-6; Nepos Cal. 1.3), que são evidentes na tradição biográfica posterior, é verdade queJ:.pJ!]:,io-é,,xago"g ..hastante.a.t~9,do julgamento·de·Cipião.A(ricano.a ponto·de levar um historiador como De Sanctis (Sr. dei Romani IV, 1, p. 594) à conclusão falsa de que Africano nunca foi julgado (Políb. 23.)4)J!gi,,. J:'QliQi.QJJiie,se.encontra,nada-acerca·do-escãndalo'da5'ba.(:'IJ:a!S,,nlli!a, ac..e.J.:f;!l..~edidai;.e.9Jltr..l!,on&J.a!i!!9,§~P.P.Ji!?JCemplo em 187 a.e. (Lív. 39.3).. !'1.:t;'.~!~1.faJJJl.!!9.S,llJl,ll.!!J!.S.,fragment,fs•da''isífà''his"tórial"n:'ª:;, nã~P.§:ª(~tJ:l!l!JS!i~}?,9U!'c,Cl!q!.!l!l,to,a"parte,grega'da,suacnJ!.IT81,Y~,,, IJEPl".!i~çQnfütos:intemos;ca:história;daJtáliacé,milagrosamente i~!/,t!,t'l.~.Sl!!!.f!lt<;>s. JiP.MglJmc.nt.o do.silênci=ão-é•<Nínico. Talvez mais significativo seja o que Políbio faz daquela delícia .do antro, pólogo, os cortejos funerários em que os aristocratas romanos con- tratavam pessoas para desfilar mascaradas como os seus antep.assados.D.ell'elliós,a.Políbio,JJ,J)n.iç,~;dçs~rlção:desséioolitejo - ,Q~Q!!!LIJlO~!J;;!.,Q.stÍl,discemilliéíítôinstintivo. É também inegável que ele vê uma parte da verdade - essas cerimônias acostumavam os jovens em geral a respeitar os mais velhos e superiores e a almejar a mesma glória (PoHb. 6.543); eram festivais cfvicos.'Mlis:Pôllliio. ..s».eglige1ú:ia"êônlíltêíltlirél~:i":'.i.ííYtro"llspecto1e,a"exib)ção,de,,-citJ.to • ~OS,,!lltepJiSS:y:los·;C)":de:ofgulhó•fafuiliiiri''á'afirmação,de•determina- .,cd'#:s;geJJles,.contrawutra,5,,g-1;~!.es,do'iSell''lra'dicionaM!ireitmde,domi- '~naro<l'.<> dosoo11&klua~·<>S· cori.flitos.Jn,temos,da"'1-risoo<;ra~ e,..as,..tensõés-<enlre"rollllt1!65-<>-nfu>.,romam,s.nawltálla;,P-<>lfi>io.cti.Qll ;11m1r...1mo,,fel'll'elli~qffi:'írs"êóh4'fíi'i!ít'E'rtfflfá'trà1Fs'é"temMm.fáeeis,de. .....,.compreender,,.,,difíc"êi,;,cdescont"5tar..Sugeri><cemtVêi"'à"U1!ill"jllatéia· · J'ranc.csa.que,li.J:rla«edueativo,,um.,livro,a,respeitoode,-.Les,si/ences,dw"' &,laneLJ!ol~be. '
  • 15. • 1 ' i, 1 ! li l ,, i 1, ! 32 os liínites da helenização Não necessito enfatizar aqui a questão de que ninguém pode esperar · que Pollbio estude a dinâmica tlo imperialismo romano..A própria palavra imperialismo é moderna. Não conheço nenhuma tentativa séria de entender a dinâmica de qualquer.imperialismo - antigo ou recente - anterior a lmperialism deJ. A. Hobson, de 1902. Se eu estiver errado, estou errado na companhia do camarada Vladimir Ilitch Ulianov que, em seu livro de 1917, Imperialismo, etapa superior do capitalismo, ·adotou a mesma opinião. Até mesmo reflexões sobre o espírito militar dos romanos tal como Grandeur des Romains et /eur décadence, de Montesquieu - apesar de sugeridas por Polfbio - são inimagináveis na antiguidade. Mas os antigos dispensaram certa atenção aos indivíduos que começaram guerras eàjustiça ou injustiça de seus atos: ocasional-· mente, foram além dos indivíduos para discutir os conflitos de interes- se entre estados. Heródoto fez Atossn aconselhar Xerxes a conquistar a Grécia; Teopompo colocou a personalidade de Filipe no in!do da sua história da conquista macedônica da Grécia. Tucídides se salientou ao transferir a verdadeira causa da Guerra do Peloponeso para medos mais personificados despertados por Atenas nos peloponesos,)?.ol/bio.pro%, St;gU<; ·~. bn~i;;.ii-de.re~~A,l,ili~l!,l!Lw!!~~9Jl!hJ;l;~).}w;s J1â<M'lftil!íitô!festãe>en,y,olvidos.,Ele,.clta.,AnlbaJff'illpê'"';'Perseu,~ cbef&'et1lliõs'ê'ifij'l!eUS<C01110,.responsáy.eis,poi:.guerra&q.~J.lflderiam 11'1".e.V,Ítado. ~l!JJLCXC.eçáo,(a.que.emJ>.i;t;..XJ;,;!J,!Otna!!ClllO&)r,;I&,. ·nãu~flirpéfgffilt:ífer"tlê~sé"típS"f~n6Wmr1r"'oma.l!P.Sw~ " 001>pa~'l!rbin'áftâ'tlá'Sanlenha,pelo5'romanosr.embora<francamen- ~dmitida"Co!Ilü"Ínjusta'(q,,2lhs2lf'tlii:04l5tá"diretamente,,liga·da'.Sâs" origens•da,segunda',guerr<Lp.únipa. J:;nquant=o.exa.,Qljl)J!1,QAotnpor, ~mento.Aos4:1:çgQ§,~Jil!lÍneses,,maeedôniosse,p.Q,~J.fü.l.0&,0rien- - tais.P.aj(bio,.se.-amolda-.aQ.padrão"'®,,,1/JJ!,i!fÍík,llil§.>hist.oriadores gregosrpar~,.O.HP.mª1:!Q.~~Ç,t~ll;,!!4f.,xctçã'6')Q,sptt,impfi'tso,pa1'a dominãr''ifã6'if'ifha1i!íil'áfffi'eWf;cont~~/llíí'l>"'.!No"Sli~'sõ';"enfãffz~e l . d'f . . . • lí .a gl1,..I:!WJJJ>.,,;;;l=~r~1llt,,,l;!!lQ!ll!,í!UCY!,SUa,const1t!lIÇaJ1.,pp_,.l!CíkÇ,,e,m g!:J'.Jt.w-os.se.11.sd1ábitos;lYcostum'êiH!iês'dêf;'iifho,avanço,,nosênti!lo ,tlQ,,.domfnío,m.lAÃi;il. lsw-nã&exclui-jufzOS'ne'glltivos"Sóbre4ndivf""- ~s..qi,w.se mostraram-inferitir~~pa"dfões-.normais,de pi;_udência esabedoda;_~,té.mesmo..CJáud.io,Mareeloc&censurado,por CSil1Lfalla41e,.po1dência. GlQ.32..Z-12.).,Mas..os.:-r-0ma=nun.ca<são•• ~p.ql!lkaJiásica. · É1'6bYtó"êjúê'Pó'!lbíô~si,-idbiílifita<cotií'ó'suc~sso"tõllí'ãnõ'.'Pfü>'isso; não•111,1ttl!'iPi~ts!:f'.!fy,W,mnairistóri~nl;<il,pam'Os,greges,;, ,;,quanto;•.paracoS'1'õilfãMs: ~ep~el~.d~l:rró·qtiê'sê'ditigê"•· . -·--··''•"- ---:- Políbio e Posidônio 33 a0&g1:~gRt;,,.<;,onhec.em.pouco,aS<instituiçõesromimas;,nliS;"deifütr& la,;lp,. se :refen,.a,,Jeito...,,...,mano~6.11.3-8)~e;evidentementLç;;lá .,,o)hand<>"~le'S'pOrS0oiê'tr'b1IIbro. Explica,aos~gr~gQ§4!QJ:,,ql!,t;c,QS r-Omanosveticerame:explica.,a,Q§J:om2pos9~gnificado&as,condições ,da-slllL.aprópri8"'11itória, Mas isso não deve ser tomado como uma capitulação moral e intelectual aos romanos. p9llbio.-.agÇ.J;,Q..mQ_um " grego.que•tetíf·'J:lfferê~sli"vital110'funcionamento,adequa:do,.da,hege:'' nla,romana,sobre·a,Q!t,çia,J:!ão.encontrasatisfação no;eomportamento dêls"r1)õri!nossapós,11".deStruiçãô"'dê'i::õruí'íõl'/fo•diz,(Livro 38).,:Qe fato• • -~·,,,~,-J.... ..l.p.1dente,que,os·aconteo1IDentos,de.,lA,(í.•tanto.em.Cartago..quanto.,em Gotlnto,.o-enebel'àln:"dê'ãllfargura'·e•ansledade:fu.atamente-porque,,a- ei;sa.altura,J:le,se,tomara,um..imporumte. agen!J:..do.d9wÍ.JlL~JS!!M.n.9,,e ~J~m<>emc..qu~,~!!!@!WSJ2.W&Y.l!l!l.,~§Jltiu,,,a'"necessidad&rde cenlill!)J!l:.U)!lb.hlstór1a•.de;;J..66,a;;;l4.6.para'1110Strar,como.o,;;_t:omanos .sJB:ll!llJl.QJ;!JJ:l!!lh.l?,,mu:iJ1~~,.<!i!!2il.Y~LQJJ!leJ~,;,llbio,acrl'§~t~!9J~?-~Jll ,.,!Ji$tória,após,l4.6,-mas .onde·ós'áêtési:iinos,estão'°latos,,M"'ªiedaÍi.ÍÍ,e a11di.e,1;tfü•Ei!,.!'.$/J,.Qj,gl!,'t,~1/!SBl%lS. No Livro 3, Pol!bio explica por que tenciona expandir a exposição para abranger os vinte anos seguin- tes ao dizer: "Uma vez que os juízos a respeito de vencedores e vencidos baseados unicamente nos combates efetivos não são defini- tivos (...) tenho de acrescentar um relato da política posterior dos conquistadores e de seu método de domínio universal, bem como das diversas opiniões e avaliações de seus dominadores mantidas pelos restantes" (3.4.4-6). ~Mestruição de CarJ3111,~em 146,..ele r~~as.•opipiõesc,eontrastantes.dos,gregos,.sobrtl"'O"!)roélrdifi'teiito ....;fomano.,(J.,p_,2)~lll.!>~r:;i.J!fil.,;i,tQ.in,.omumfmas,extraor- _diaári0,,,porque"'el&pâttrê'lp'àrif'"dà'~destruiçãos;di:,,,Ǫtt,g_Q,;e,.Ç.9mo,_ .,,nunea··cõlocâvitetifí!Uvitl,til's'ptinc!piôs'básicos•da,expan.s.ã.o,J:Oma:-- !1.8,J!ÍÍ.Q•.dexi:mos ·P!iliiert&,ll!POJJ;.nJ!!_'l4iu;.Q!SU!,Í&§.~~pi:o."-0lkou nãif'~ça'êrd,f'ê~'ftã'fô~"ó"'qITT!""é~fn"êdirá"'é''impoctantesfuque ~~)liii4,e.tJ!li,5Jzdleaessár.i~nsmitit•ás"'óJ5rtfro-Trtr!IS!li'nt'ês"Cdõs gregofücontetifpôrã~ê,;sssenhotes.romanos,,Estava,o.biiam!)no .-tecpJ&.Q.c.up~,d_q.,,com,,o,futuro_,4~1!~<l$.lMt~,s~,,l/:!~t~..J;,'ifrQ/JE~,1W terror0 para,mantenca:supremai:ia. Como dtz naquela parte do Livro 3 que é um acréscimo posterior: ..Nenhum homem de alguma inteligência vai à guerra com os seus vizinhos meramente a fim de esmagar um adversário" (3.4.10). Se no Livro 32 Diodoro faz eco a Pollbio, temos..aí,nova•confirmação..de.que,;Rolíhlo.,&'i!k.RQW<l entrando.nacfase.de.sJ,tterroN~,,repn;§§!!o". Dadas as suas premissas e a situação em que ele se encontrava, é discutfvel se poderia ter
  • 16. ·,1 1 1, ' 34 os limites da he/erúzação feito mais do que transmitir a expressão de descontentamento genera- lizado e ao mesmo tempo indicar que algo mudara na classe governante romana. Polibio preparou o terreno para outros intelectuais gregos que aceitaram o domínio romano e colaboraram com ele. O objetivo deles não era descobrir as raízes do imperialismo romano ou sequer persua- dir os gregos de que era aceitável,,Sµa,tarefa;era·persuadir.-os,!fderes•"• r,.omanos a~coropottarem,.de-form:rqtre·mo'ãlienasse'a·'IDaitlri:rdosc, súdit~çonseqfümtemente,nffe.Q,cp.lqs~se.emjlgi.&QJJ.,posição<laque., -les,prov-incianos.d~lllll§.'<>.!llt&Ql!l:..l.1axfam.,.iclentificado.os,seus,in~- Lt!!iSCS.com•odômfiliói'ômiifl'ô:'O&retna'rn'iS'):>Userl!Yil'fillrà1í'liifüs'soe.jais nas.cidades'g'retãS''ê'ttêtáítt"áOSSricôs'timãyátantia,implícita-At1.SQbre- ~ªJ)réciarhav.iasmuitas,pessoa,n;ue,;se,sentitãrií:'pãtas,pela~, rt;pJ;e§,§il;,atéA,::,a~j!)l~ôS:l2SÍais;meri'õrês'ftal como a de Dyme na · Acaia por võftii 'aê ·il6 a.e., tão tipicamente descrita na carta do procônsul romano Quinto Fábio Máximo aos magistrados da cidade: abolição de débito e contratos (SIC? 684). :tvfasseiatessencial,paiàios"' kt,.tlWJJ.d.QSJ>insistií''i'.jtie'°tàl'<p'êlítiC!kt.n~o.,Jo~çcn);aJidaqa,por~sâqul;" deJ,JJlliçã0cbrutal;<tlf§trioliiç1iO'ti~gl~gente•ruf'fó~ilãlf,e;c)J,5f"@"ito;' ,,geral,ao,b.em,,estai"d0s':pfôvi1(ciãnos. .1;4es.m,;,~.9-b,S:-!'.,l;l('ª'[Q~·'J;t;Jt!i,'l'J!; 'lJ!.,~.J!ol1~l!J;,,l)J.!l§,,IWQÍ1m«ver·,quesios'•lfdere.s.,,romanos,-estavá:m bafilÇ_am.e.n1'l...i.~~.adôs<nil'pf'Õj5fio'Jlb1l1!fre"i!a·,própria,riqueza,;A's· .,suas.•propi:iedades,,a,quantidadê::de:seus ·escravos,:Nodasasuutras · i.tiôiéâções,de.,aprov.eitamento ,.unilatera!0se:,1omavam,.a·,,·cada,dia ,,m~Is;:,Pa.<;~J.9.s. Para Polfbio, e mais tarde para o seu continuador Posidõnfo; àantiga simplicidade romana era tranqüilizadora (Polib. 6.57.5; 31.25; 36.9; Posid. fr. 59 Jacoby). Podemos supor que o contemporâneo de Polibio, o filósofo estóico Panécio de Rodes, não jo discord~va disso. Pelo menos, sabemos por Cícero que Panécio 5,~,o '7 registrou - aparentemente com aprovação - ""flOntoiide"Vista,,f!.e- ti, .#~)Cjpião.,Emiliano;dewqlfe~1r0mensa.e)(1!,IJ11,.l.9fuRi;i94.Jmrulnuoouc~9 1 ~:~l,...!~!~!1!t~~~!!:!!:~!E:u:!!!!j!:1~i!its!!:i;;;anos de convivência com ele. Todas as contribuições à teoria do imperialismo romano que estu- diosos modernos têm atribuído a Panécio são naturalmente meros produtos da imaginação. Não há um fragmento de Panécio que trate de assuntos políticos e o que Cícero derivou em De ofjiciis de Peri Kathekontos de Panécio (Cic. AdAtticum 16.11.4; De o/fieiis 3.2.7-10) Pol{bio e Posidõnio 35' não tem relação com conquista ou governo provincial: Daí o Profe~sor 1 Pohlenz extraiu todo um livro com o título promissor de Anttkes _...., Führertum Mas permanece o fato de que Panécio v.iveu por algum/ tempo em Roma, corno afirma (73) o lndex Stoicorum Hercul~nensis, uma fonte excelente e parece não haver motivo para duvidar da. afirmação de Cícero ~rn Pro Muréna de que ele era hóspede de CipiãÓ (31.56). Além disso, temos a inquestionável lll;forma7ão de seu ~l~~o Posidônio de que, por volta de 140 a.e., ele foi conv1dad? por Ctpiao para ser seu companheiro na viagem diplomática ao Oriente (f:. 30 Jacoby). A passagem de De o/fieiis, de Cícero, em que estamos mte- ressados proporciona alguma indicação sobre a área de acordo 1 entre o ~hefe romano e o seu prestimoso cliente filósofo. ~.Q)S ~ n'. achavam que sue~~;>,!Jl~Jr-d<l!l)l!lõl~J!.QS.tep:i:fümtav.am,um•~rigo. !'v~~&t ffé/illJglll'íôrfüi':;~(liscutíverqire-0·podéF}l'O'lfttcoestav:a çm:olv1do. O . c1 1 c;~';ciõ"'~bérn t~~~ praticame~~e i~discutlvel que Pan~cioÇ.xJrnl!, ·, J9,1,,,;* .• do..comentáno.Jle,C:1p;;,.Q.a,,ç,q?5l'q~tPCJ.!k.9,Ç,:JllL~,q!l.8))l,o,,mais..pP,l~ç,p.§.<l / ' ? -eJi.çw.,sucedido..um,home!lhe;,ma1S"0 necessitarwdo..c9~~1)J.~Js,S i · wigos..Essa erà claramente a posição em que ele deseJ~JI coloear ((' Cipião em relação a si mesmo.. A preocupffção':1e'Panéc10; a~si?'·com~ • a de Políbio era estimpJar.aqueles·a·queinconstderava-oS"mmssiruluen. t;;;:r;;;m:i;;~~l:;";d~os,,roman01;,a,:.11ã,<);;ªQ.ll~ar do poder. ~.-A mesma atitude é identificável nos fragmentos das histórias de ,,}'ç>~}/,§.91,0, o aluno de P~_ip_~rn meio.a toda a sua obra filo~fica, :..,, ( v-,,..;, 05 rt;,5.gfi':e,l!,§;l;,,l~lll)f,;.~~~QjfuJ<?,,ll~~~cllêÓOdo,a~;J,46 N,k,l:,,.f!íej' . a.e. É incerto se Posidônío conclmu as suas h1Stónas com os aconte- C)N~o, '·ê'unêntos da ditadura de Sula ou se as ampliou para incluir as guerras // ,/ orientais de Pompeu. Mas se a sua história não se estende até 63 a.C., temos de supor que escreveu uma monografia à parte sobre as guerras de Pompeu - a diferença não é grande. Entre aproxi?'adam~nte 100 e 50 a.e. Posidônio' esteve em atividade; em 86, foi embaixador e?' Roma e conheceu Mário. A convivência inicial com Públio Rutlho Rufo na escola de Panécio deve ter lhe proporcionado uma primeira amostra dos otimates romanos: mais tarde, teve Pompeu e Cícero entre os seus admiradores. Posidônio,J'.orneceu.uma,.espéde,,de.teoria•pai:a,;iusti~<f.'pode~ poÍític~,a-conquista. Ele parece t~resentaCW"'llllr~és~ ev.ol.11ç~.soberania-desde.-...-i-da"roade•d~ur""".w~ (Sen. Ep. 90). Até,,,ndM&be~'íi'B'sêõp'tlnliã"lrpêffitl!ll'ente"depen- ~de.clientçi;~t:á<mLOSflaiscómcfôS'Clientes,doscchefes,celtas (~rs. 15.17.18 Jacoby) e o~ servo§d!J!,~9]!.d.<),1gn;g!,R$~Jii;.~çle!t,;Ponuca'"""'ç.._-.,,,·,,r::..,_~
  • 17. 1 1. 36 os limites da helenização chamados mariandyni (fr. 8 Jacoby). Ele pode até ter louvado especi- ficamente o domínio romano sobre a Espanha, embora as passagens de Estrabão citadas para provar isso me pareçam apenas pensamentos do próprio Estrabão louvando a pax romana de Augusto. enciaJ,.no e~to,,&que,Posid~ree<>upaw.a,muit&eom'fl'fül'bulênei<l,soei 9""SU"""'fl0Cat'airtda"'que~não,afetasse.,i1,,sua"'ilb'a:•1na:ruJf'Rodesrlão setiament&q1lirtítõ'õ'irontiu@J,s;.,gtegow · Q._desconten~ento com.Roma afinal ·resultarl!'•em,rebellõessde> es.ctij_i@:ê:a;;:~lasSêif·mais~-:báixas,,~indiretaziou~..tíl'êStilO~~'diretam·efite ªl'?}.~~J..!.'3~.!'l'!~Je,;.qµe, nas,.duas.extremidad_C§..opostas,doJW,PÇ!Í,Q.,,, rom;g,,p,,ç;,t,ayam,tentando.defender a ·próptiaindependência;,as•tribos .CS.1''!1-W.Qlas.eMitridates,•rei do Ponto. As•apreensões'ife'Polfbioquanto• ~lJIJ.g..Ç!f,,E.Qma,:,ecre"elaramjustifiCJ!d_as,--e,essa<>:,ta'lvez•tenba·sido uti!á'das,pMcipais•razôes'pôfqtiê"Pósidôfiio•resolveu•darcoiitio:üidatle JWJl.Slhtrabalho,;,fosidônio..considera:va"ufu•m~l·&traba!ho,esefãi'ô',de •Jll',l,l.J<;.,'l!J:l?·Achavaque·os_habitãiitêstle-Quio;quC'segundo'a-tradiçã.o )iaviannlifünditlO'ães~lélãô'na··Gréci11,.merecsram~.t,,puniçã<hde .,serem'fü;éirâvizlrôds;'qifê'lhés'füi··infposta·por•Mitridate,s ,por"'motiv.os,., mtJH.o...diferentes (fr. 38 .Jacoby), EleA!e'S'crevêtl'e!i'.i''CV~sõ'ff!ll'rià"S"'II" ,..j~dos,tra:balhadorê§''ru:"'iffiil$?esêfiivizãdOS>eeera4ntbiramente,sen- §.Ív,el,aoMfrimeritõ"'ílôs"liumildess(como o Professor Strasbur~er nos .,.lembrou em Joum. Rom. Stud. 55, p. 40-53, !965):Ma:s<l!ãõlf8ffuipêÍi"é!ll~ ,pp,1,_~fü~ntimentwa'Se''sõlí<lãnza:r;rom,os,rebeJ~~&;q;,,~IJyi;r:,Jvos. .~a,de®rição,daitirânia,demóétática·de,Atenião;,o·aris.tg~).i!"O,qne em 87 comandou,o·mov:imento anti,romatió'em·Areííâs'5 {5a;''!iiiâj/;íx(mâfs··- sÍ1ostilidê'ffiii1Íâ~pi'5p'ülírt'll1Fliteratnra,grega - e co~ço poucos retratos comparáveis em outras literaturas (fr. 36 Jacoby). Foi igualmente franco a respeito das guerrasservisna Sicília (comopodemos deduzir deDiodoro q~e o a~mpanha). ~JU'l!.s.l~i.P pi:pbl~rncomo eyirar ósui:gimoote,.dc,.. ~l&fu.1ll0l.l.mente&:J)reog1pa:.r.a:se.DJ.1Us,com&1,pi:e..vJ;nção,do,que,eoom,1>< ~ 9 @1 seja como for, na época em que escreveu já se demonstrara ue a repressão podia ser seguramente deixada nas mãos dos romanos. . P~preve~<i'SfgnHicava,o,uso'niooêtãll&'dã•forçai'OJtrata,. ~.dd.<:l§.11Q!Jrw,e_11,tpQQS,çsç_ravos•.Eleadoton.em.difen:ntes. ~lítit.tfdé'ilífPólfbíõ''e'Panéeiá':- Jsso pode ser inferido do caminho tomado por Diodoro no que resta. dos Livros 32-7. Não estou de forma alguma inclinado a considerar Diodoro um mero copista de suas fontes, e sei muito bem que usando critérios estilísticos se poderia provar que Sir Ronald Syme é o autor de alguns dos livros escritos por seus alunos, Mas essas passagens de· Políbio e Posidõnio 37 Diodoro são diferentes de tudo o mais de Diodoro: o estilo tem uma novà vitalidade, os retratos evocam personalidades singular~s e irre- primíveis, os juízos políticos e morais são muito mais ~oa1s do que nos livros anteriores. O retrato do chefe dos escravos s1c1hanos, Euno, irresistivelmente nos faz lembrar do fragmento de Posidónio sobre atenião, De fato, um fragmento do·oitavo liv.ro de Posidôoio citado por Ateneu 12.59, p, 542b (• fr, 7 Jacoby) é muitíssimo semelhante a Diodoro 34.34. De forma bastante instrutiva, dá detalhes sobre um proprietário de terras siciliano, Darnófilo, que de outro modo teríamos atribuído ao siciliano Diodoro. Creio que por essa vez não precisamos sentir escrúpulos em considerar Diodoro um sumarizador fiel do que deve ter sido um capítulo çonciso e cuidadoso d~ Posidôoio sobre a guerra dos escravos na Sicília. Se isso for correto, confüma que Posidônio tinha conhecimento da situação desesperada dos escravos ·antes da rebelíão. Diodoro .afirma 1 ente, 'ºOs escra>eos -"lODllen'•ªos,:pe)•<,sUas;.nrovar.õe:fl('fré-C aram . ,.../~.---· -.,.:...,.~,~~---··......_~..~,µ,k- --· ~'~""'·"'*""'-~..>,~'"Y.B;'.2f _ qÜC)lte!I)entejllaltrata~O.!c-t;;,açoitagps;~)étU;/1<,,tp<!.o,.<;_llleµd!IDeITTo;nao p9ªf9m;ii_íí~iíiiriõ;_iratamento'.i'('34',2-)1)1;;'Gi:iffii'(j7 5êúêcomportamel!fo OJi!!!,),J;l,WÍ.§.!})Q&alsouo/ta,súíi;fitõpria'dêstfíiiç~õ''ê~!l:~d~.~:1i~é~Ǫs .ao_,SJlu~paíJ>i;;.,(-34.35), A.cc@J1dar1edades.-de"f-01adoro-otFseJa;,de,; E<ÍiiJl&!iio,""~!!~r~!.ç..~,PPA!l?,~f,3,</,lll/lÍ,t:,qu.e•me,smQ,Jl,!!J.ll<;,,~.;JlYe.'1ª os....~~WS~l.!l&Ji.QMlIOPtÍetá?os.,.~~·tinbam,,s1do_ 99.ruJP.$,os,pata,eonr.eles,•A,filha•do'cruekE>amofila..r-HZera;t~do,~~~- .Pooia,p.ar.a,!JQru;Q!~,/l/>..-<;5,~11!lY.OS,que,eram,açoita~fil'l~,rse~,~Pª!~:~:_ ... -assim..osceseravOS'llã'õ"s&não4~mo·a-·conduz1ram-· a ~i,_,tç,~Ç,rJos,parentes,em>€-atan,rl,/ (34.391.,Q.his.lo..rlru!Jllllà.~end~ a solidariedade,aos,ebefes;,Euno.:.:.e..n=twuill11l"fim.que,conv,nha-à. SlJ.a veui<:a;ia: ',(34.23)...'.J;ampeueo-el~Jl~tdl:ltt ai!cga!i0ade-(OO'ffl11is :preeisamente~o,procedimente,frenélio<>'8'ilegall.1}·dosiíutt'O'~'fübet, ,des'f36.1·1), Compre·êndê''bem·qu·e·Os'pübres.entre,o;;Ji.9JJ1ens,hvre:rse !JW!alll,.80§:-.,!t&Ç_~;.c..!/Alfª-_~,.,,4~Ue>tooa,;a,-,estrú!'úta ·• ~ia! rstwa.eáJ,pi;rlgo (36.11). Aps,pouc6s;li'p1lliag'eme'â'ilê'ga!idàde potpJll'te.-dos;naseidosJi.vJ;l;§Jêl!.Ç,t:g.ei;acoroJ>..i.'WPJlie&~~ -~de Posidôpjo,..J,s...gueiras...d.Q.s..&.SJ:.r.w>s..nã.o,.pod!:JILSetaSCparadasJ!as ·guet!!l!S<Civis'1flíê"vihrem"Sulr'vida. A-oposição·de--GipiãoJlasica~~ . destruição -de--Cartago...aparece,Jão~destacadal!l~llW,,,-ll~"'r,<;lAt<>.-1e:""' Diodorc,·::·é110romtifdé"Posidônio=.porque,secaehav.a,que..!e,antev1nf a .possibilidade·de"gilêttà'éiVil'efü'Rófna••se,Gartago,fosse,elim~nada: •'mas·uma.vm;,,que''ll"l!ida'ã&iri,~tJ)!essÇ,d!J!l!!lcklar-.en,.,ev1dente. .demais_qucJiav:eria,guerrw'Civil tià'me!fópolee que o ódio à•autoridade,,,;
  • 18. ,1 ! 1, ' 1 38 os limites da helenização ??-::'.~J:!!-ªPJ.~.~J,2,l~,.os.a]íado.s..de&:idc,,-i!J:.~Rªcídade,_ç à ahdade_a ue.iis !Il_ªJl!~trados romanos c,,s s u ~ " (34.33.5). Aereditavit-s"t"qu'e'Giplão, . asiwquas"'fl"'disser"'1100,só-a agità'ção ?º§,.Ç/,!'.11$,.~~~~~guem,Jflclal.ê~ 1tahang~,,~n,u:alment.,-;Posidôni9.-!JàQ..Ql!.!;t;l.qualquer.simpatia..pelos Grac:Q§,, No relato de Diodoro, Caio Graco "tomou o elemento inferior no estado supremo sobre os seus superiores (...) e dessas manobras adveio,,a.ilegalidade.Jatal-e;a. derrocada-do-estado•' (34.25)'.''Que-os ... romanos~-'abandonanu'rl:0•1nodo'de'vi&f'dísêiplinadorfrugal.e.au.s.tero q!!'..osJeyara_a,tal,.g,;:andeza,e•calram.na.bosca.perniciosa..do.}uxo.e,na. IL~endosidade'' (37.2.1}·era';'llll"!llesma,-perspectíva;~visto,·comõ''á~' "l!.1J!ia,primordial~da~Guerra,,,Socia-h->A"lição,a-,•set··itiferida•era,a-,da.: m<Wi:raçiio,.~Niiii'-só-no..exerclcio,do.podei;.p<>l!lioo-os"hõí'neí'fs'"lli'ltt, Jll;)ltes0 dev.cm"seriJ!teµ.ciQ§íl}""R!!A,Ç,2!,t~-~.&,Ç2.JJlU<;â..Q,inferlor,"mas l/Ullll!m.na",vida MªnicllULJfu::w~~::"se,fÕ:i~m.sensatos ~.-stratar,com ..br1w.dur&OSc!iCUS>eslJt1Wes. (:;)1l11nto"mtrls~+-<!esv-ir,t.,ade-e!ll" ci:ucld,,d~litll!tle-;-mais-a.caráJ<:J:flaqueles"submetidõs"à·esse poder..é"embrutecidcw.o.oponto.,,da,,Ji;raei-Onalídade'' (34.2.33). Qs {?.9.lf~lc.oS..;tom_un.os_.4,9:_,:p!'~2~~~?.-~~<;?.~~~zi,:1;1~~iÇJ?tt,._g_l,l~;:,E.ositl()nio~rflãiS·. ª.~.,;"?,~.!Jlg_~SHfilf§,:~~JJ~z;-:~t%.,.~~âJ!#.4Pl,,,pip4~-~ªç~_Q.~J!J:n#.Q:l:{ l.µ;thaJJ,,S!,i!.li&-c:icJ11pacidilJJJ'A:la;Q,Q~ll!c,!lH!1MJfb.,liomens como Rutf- l!o Rufo ou Lucius Sempronius Ascllio, um benfeitor da Sicília <?iod. 37.5; 8). Quanto aocptesênié;Põsidôfu'ô''tihliã'Jjóuca,opçii_o: Un/1a-de,contar.,cotrt•ocse11-"ilí1stre,;amigo,Pompeu. P ~P?l,.'1,'!l!:.!3.,~f:!/J,,<:'.;/,e,')/,~,!~,,sl,Jt,i:!siniJ».i9,JQ!Ilano~quesseparnia . OSJdonm,oe)'ol/61o;;aatdenuficação,de,tl!J1,ÇfJ;,~,Çê,W'i!.,!'1ª_.sse.sJ19l§ce,"' '1n~tru!da,&:,g~~~,!~§g~ª"~~k~XlK~e2J~,~.l,)lJ)P/rio'1'oma.n~'S~'tbffiâ~a eV,1den1e-pors1·mesma:' fot.~!',,C.,Y,fU:lf,~t1e,,deucaJlos1don1o•auton,, c!.ide;e~~Qragem::pa-ra1fafát:'ãóertâni1Kte"'·-~--11ID-attlêffilJrâ?11õ.~"'1"omanoS)' os,se_us,el'IOS"eªdélitos,,,!J?Jjpio.,,gas.l;lra~a-,-maior"!)arte_,do,.s~u,,.t~ropp .,;IPUSi!1!,dS,,'!é,gregos,.e,romanP!,,pot.que,01;:r,omallos,esJ!l.1,1amJa4ad05;.a léMC<>r. ~e.ao.tratak.dos.acontçcjmentOS!.A<414"7-;oa,G,.,_e!e,,!llll>'9U à,posição.de.;crític&-0autc,loso.da:so.cie.da.d.e,,romanaee,de-.seus,1néJpgQs ~rno. J?osidónio.QJ!x.a,como.,certa.a,vitória..de.Rot11a.e..an_alisou ,lkSéri~e,crises,qu<>-'em,,sua,,época.,o"estado.,roin:aii.;;:;,;;tu:ã~ss;r~'. Embora, em sua análise negativa do domínio romano, estivesse obri- gado a dar prioridade à Itália e ao Oriente helenístico, não lhe esc·apou que o Ocidente bárbaro estava envolvido na crise. Sabia que essas s?"iedades da Gália e da Espanha possuíam as suas próprias normas e virtudes e as descreveu com óbvia simpatia. Posteriormente, teremos Polibio e Posidônio 39 mais a dizer a es.se respeito. Não era ele que iria negar aos romanos o acesso à riqueza dos bárbaros. Como Políbio, repetimos, ele não punha em dúvida as conquistas romanas enquanto tais. Mas se referia aos negociantes italianos conio exploradores da Espanha e da Gália (fr. 116-7) e mostrou como os defensores nativos da Numância davam valor à liberdade (Diod. 34.4.1-2). , E~ste-assim.uma-coerência-U.o.íáY..el=rclates--de-Eohàio..c.PQ§i· --·dónio.e.este,,es_!J!Yª:c.erJQ.c:J.I1.pJC.CJender.teu:0nttn!MldO•&•Obra..daqueJe~ ~artindo,,,®.unig"'~.E!l~!~:~J!i~l.~'"~~~g?~~,fa.Lq,i:,çJg.ª-lf.Q,,~1Y.§s9~~- , pretaram _cot110_ccg1_te~c:9.U,Ç.§P9M{ÍXJ;!§,.•Ç,(ll)U;!J:nçap,_aos,lnle.:. J"S5es e Bocéss~s.ada..cl,o.;;;.<:..alta..grl.ga.,~Utilizaram-a_·técnica,de~ pesquisa .gu.e.Ji.axiam,herllado,de.seus'anteêessores-:·'A:ntesdc,Pollbio a )i'~iplomáticttCn,mmrn1111trà4im'"'tão'l'.Jêl'S'f!i·ca=competente- .JD.enta.eserit.a-,e_«>·agudeza'da"llnálíse,socialde•Posidônio,permaneceu""'' ~insÜper~à'âélü-;antetôàãtãirtlg'iiicbde. l':[o--en!ftn!e;,·ll'ind.i!::n.<>&sresta,a.Jmp.tçs~Q,Jlç,.9H,ç,~;;;;.ll8-,<lois,gregos,,,, -nunc&cónfpmliêÍ[râro'êônfplê'tãÍÍÍffitê''õ"tjTr'é"J}ri,ífíhlãõiFéstava,ocor- rendo··nõ"ôfgâhismcf2sodal,que,8e',tomara,,a,,garantiacda1:sua,,própria sobnl'vívcilllln-, Paradoxalmente, tanto Políb!o quanto Posidôn!o eram vítimas de sua apreciação de Roma. ~Q.~.9JLSi~.ir !l~e Roma devi~ ser tra~davsorio,.h;1tegrant9,;JJa:~corp,llpi(l~Qe.b~iy_i)_~~~1~:~q~wti'iíQ,~'g~~go, !!Af!,p.odiamcaplicar,aoiestudocda,,v.idl1,xom•lllh"!!H~le.s;;mé1odóS'-ljue,ii, , utiH;,.a;,am;,conun11itacccompettn_çi_a4 ;parn,descrévercos:bárbaros,,Não ,havia-nenhuma"-'tentati.'l8',de,,,11ce.r,Jloma,,,pot'.eassi1I1>adizer",P.1d,~!Jl, .~distáncia-.como,algo,estranho;,;-!Ilisterioso.,,na·"1íligü·ace"''iià"'.rêligiãó, ,,.m.edonho,nos''rituaís·e"temlvehna,-guerra. Se Políbio tivesse tratado Roma da mesma forma que, segundo um fragmento do Livro 34, parece ter tratado Alexandria, teríamos lucrado em conhecimento. Aquela meia página remanescente sobre Alexandria, com os três grupos'de pessoas, é memorável: os egípcios, "uma raça arguta e civilizada"; os mercenários, ··um grupo numeroso, rude einculto''; e os alexandrinos, •'um povo não verdadeiramente civilizado(...) mas ainda assim supe- rior aos mercenários pois, apesar de ser mestiço, veio de uma linhagem grega e não esqueceu os costumes gregos" (34.14). Políbio conclui com um verso de Homero que nunca teria utifü.ado para Roma, por mais apropriada que a adaptação pudesse ter sido: "Para o Egito a estrada é longa e perigosa" (Odis. 4.48~5J~J,m~m~U~&~.<!?Y&.;~-. '~~~!_~-__m,__--__el)al'_~__9u_f J>._os____ i,<M'>EJ,_º"'~~teuJJ_.-,-~___~_XJ11'_.JJ_._~T-_CJl_.ll~2,_,c_,~!fl_,Jt<:!l'lª . ,taqll,eJ,!,'."'~11fs,,~J?gt~.!lC.!tJJ!ieJai):oin,gue,os,s0cus,cç)t.a_sw1yam,,pal)I ~J'~~--- um mcxlelo para a nação francesa para qualquer extravagán-
  • 19. 1 1, ! 1 40 os limites da helenização eia passa~ e futura. Nem Pollbio nem Rosidônio.de.dkamJJ.m.p.&,nsa- ~!]!!.o.s~':1?:"'lll_::~ªº·fenô':'eno4J!J;,lll!fJ!!f1!,.Q.C,füJ!mna.de.sUa&·vidas: a.helemzaça<r'11ã···cl!lt1;'3'"1tlllil!lia,-,Nl!,.(l:~~&.,,vez.-em"'luando ,.,.?J~~IT!W!c.&1!1.W.D.;<nos,1sola-dõ§'ô'túnhecimentodo-gre·g-õ;'íí'ãâ~·1rcroe cos~um.es.gregos&Jt/:Q!)cordância.cq111,.iM.ias..gregas. Mas isso ocorre muit~ menos si~t?maticamente do quese esperaria. As caracterizações de T1tus Flam1runus e Emílio Paulo que encontramos em Políbio (18.12.3-5; 31.22.1-4) não enfatizam a sua helenização. Em Posidônio pare~e ter havido uma digressão em honra de M. Cláudio Marcelo, 0 herói da segu.nda guerra ~única. A razão para essa digressão é obscura; pode ser devida à proteçao concedida a Posidônio por algum descen- de~te de Marcelo. Marcelo é apresentado como o modelo do romano anttg.o e o seu filelenismo é mencionado apenas como uma atitude polfttca ~fr. 43 Jacoby). Nem )'pllbio.,nem,J>osidônio-•demonstrarn ql~lq11'f.W18,ffi'!%~.nç§Hf&.r!l.epto.deumaJitératnra.nalíngua·latina·que ~~Y!!,.nxaJl.Zl!n<!o~çpmca-gr!ga, Por Políbio não ficaríamos sabendo que ele era contemporâneo de í'lnio, Plauto e Terêncio. Posidônio não mostra :onsciência de v.iver após Ácio e Lucílio e ser contemporâneo ~e Varrao - na verdade, a rigor sequer tinha consciência das potencia- hdades de seu aluno Cícero no universo ·da mente. Nenlnun,,deles ~terlid~obra,de•peesiaJatina.,,embora.pelo,mena&•Políbió d~r,~tomado,fluetite'tíêssa<lfügiíf:'·fiíêsmõ'8<utiliZãlç'ã1>1'ditê!lf'íle htstoti g .••• 1 • • • a ·º=•ll!!O.$;.Jl9.LC~!Í,d.l!YJ<1osa. O que Políbto tem em comum com Ca~o, sobretudo acerca da constituição romana, não significa necessariamente q~e ele leu Ca!iio. Jl!a,reã1fdââê;-Polibio-'pareeeAet ,fla,<!QJJJXk,p~ssa<ad1antercEsta,Y.Jt,.iJll,!lJ?jJi!,l'cí'l!!:!~llJ~,,ª!>.Qm,,çido,com a de1J1onstraçao'de•cotihi;ç!m1wto,da,lfnguli:>tf~óstfillfes'•grêgos'efífre"' . os,seus conte1J1rv>Tilneos J•tinos. "·ns . . • · d•·.,.~·.e'·~'-'·""""·-+;·os:.t:;~"f/.!s~.--:-.ú,•,,,-~,.""''!·'··!',,,~ ura,.,aq;_geraçao,.,.ma1s.~-nov:a ;,_ e ""~.f~=-~OS,',que;,durante,a,,guerra;,~0;11',~Ç}g,Ç.l,,~qrn,,~af.~.l]Í['/',Çf,,.P!',!a ---!.Clªo,,grng.ª.,Jl.OS.,costumes,spçJJl,1§;.(31.25.4) e se nne justamente a ~arcus P?rcms Ca!iio para ridicularizar Aulus Postumius pela sua mtempest1va exibição de fluência em grego (39.1). Em tudo isso podem ter existido bons motivos de prudência. O ..próprio-Políbio f.9mec.eAJmaJndicaçã0<ao'!lizet,queAulus,Postumius,-:.,s1omou,acultnra ,grega,.desagradávela.os,o..!)1,1l(i.J.l.~.mais,velhos,e,ihrstreff6miffl~,q<O,,-~ rçs.ultado;a:1!õ'~êirumto;,,foi.q~.111~1ª,,~portlll!te'iialtetação,,na,,v,ida rowwas~o1;Q!=.JXªl!,t_,;!!,J/j!~!'E!,.~,mx.e,},§!!J>S,w.,sial. Nem Políbio nem Pos1doruo perceberam a superioridade que os llderes romanos alcançaram. pelo simples fato de poderem falar grego e pensar em grego, ao passo que os líderes gregos necessitavam de intérpretes para Po/(bio e Posidônío 41 entender o latim. Mesmo em termos exclusiyllllleqte, políticos,,parece jarnaisJJ;f..QÇ.Qtndo.a.llólíbiõ:êl?osiilôíiiÕ;que.o.domínio<le,uma,llngúa µtrangein;,~Rl'§í'J!..W/l,.,~$f,ll!lf,1,lc.QS,!Omanos,·Esta,y@l-,f.'!.!IW,!!1'®Pº •.§Jtntlgas ymudes rom)llllls.pµa,a,explkação.do êxito romano, mas.os r-0manostinham.conq!.is,t,d0,poder.ao.porem,deJ.a,!Q.QS.antigoshábitos "'Í>manes. Um corolário é a ausência de qualquer comentário sobre a substituição do grego pelo latim como a principal língua cultural no resto da Itália e sobre a difusão do latim nas províncias ocidentais - o que, pelo menos na época de Posidônio, deve ter sido evidente. Se.a longa e complexa passagem de Ateneu 6 (273a-275b}, que Fehx Jacoby ·dá como fragmento 59, pode .ser considerada um resumo. fidedigno das opiniões de Posidônio sobre a civilização romana, duas características se apresentam: a) por,t:Q,.11it11&~J!í/,.ll§l,Ql!8llO~conser- vWl)lk=a•extrtli.la<simpliêidãdé'i"de"viffiíFb}messe,Jongo,;per{odo, ap,;;~11deraiií'iíitiiiãtiêéfilciis,côni'diferentes.esJ!êP.gei,i;os(gregos;etrusc Ç.9§,:iSa.mttltas,e;il)i:_l]?~},."'9:;;,s;::.US;prlnçípio~J!;iJj,lµcionais'êom,Q~ espar{anos,<Afüeratnrá;ecaíiles<Jfilf'gre"gala"niiõ'sfro;mencionadãsl"Pelo q~-~lll!h<;ll}.~JMl)J:,~!~ç~g'4.'?]9µHlí'l!,,&0!1:Qftlele!l?:foiJ1m·~p~c?° de,seu,;).ge.n~0pa11egms1a;Feofanes,de,M1tilene,-.e,naoile;P.os1don10. A~olfbi&~dôiJ.io,>em,e·xaminâl''l!S"formas.da helenização,de,Roma,eta.,.sinrpm~àa,posição.incômoda,de'ambos-em ,,~!!!.'1'.HíPria,;civ.imação. 0;:helenismo···que·i:stava"'chegando"a-.Roma.. inclu!a.muita&daqueles,ttaços,que,na,sua,terra,J!.o.1J1ens,des!l3Jndok ~~J,;tá.ti~2.i,s.Ws,.!'!:<am*.d,~grn!!.á.Yceis. Gemo.-0 i:iovim.ento-dós Úrl!.eos-mostrou,.ainda.llllYil!. pensadores·gregos.que.1Dc.ent.lllU'&flMh reÍorma.sociar.B,s,drt:ulll!ê~tlFum-deles,A.cQméçlia e a sátira , romanas..nos.pod;;m.,~ri:s,tr~fAQ,Q.tm,'l.§;,,,,imª.&Í!l<;;;.S,LO_qge_p,®:ciam .aos..Q!!i.Q~.dos arͧ,Ql:.rn~regos. A.religjijQ..J!ra..a.maior dificulda~e: .!Lllll"-Ql$.9!.9S.1l<.~j_&~!.!H.~R~.z Õ,!;.,f.Q!l,ler ~~s. 111J1rueh~~..tok.ç4,,"ç)(tase,mistério.e.fJJteldade ótual. Eratos- · tenes relatou com óbvia solidariedade que Ars!noe ID Filipátor era hostil à multidão celebrando um dos festivais dionisíacos caros a seu maridoPtolomeu IV FiHpátor (241 F 16Jacoby). M ~ o.. ~-Jm.P8SSO.adiante,1.1,g,.lg!JOJ;J!J;.ll§..P.!!$llJlªis W,!!.l!!!l~e..ct011ológ1ca ~~te.maLpodeJ!L,S,Ç~~W!,~ .~~Ç,~popul~q!!~<!f (le,IJiõnlsio nÕ~[Ôp<if'Volta..de,,.2,10,,,a,C.,...'.fambém,.fÕt::õmi.ss'.'''ª'" ~rise,religiosa,em,Roma,dllf11Ilte.,a,s.egl/11,da,gµei;rl!,P.lllllÇlt,,,"."' JlOr.ele.nada..sabemos,acerca,<lll§c.§!!l,!ifl#~JJlJ:llJmQ~,.daquela.,épo-0a. F~íVl!l;pãtâ'1tl!.n'sformar.,Qipião,Africanci,num,in~cru.!'~loso manipulador·de'êôstiirrésféligiosos,dec<JUe,ele,não•compattil!íaVa.