1. A chama da alma
Há muitos anos, existia um rei muito rico, porém, desapegado de sua riqueza.
Ele era um grande doador e, curiosamente, quanto mais ele doava, mais seu
povo retribuía e os cofres do palácio se enchiam de riquezas.
Um dia, um sábio que estava passando por muitas dificuldades, resolveu
procurar o rei, pois queria descobrir qual era o segredo daquele monarcatão
querido e tão rico. Apesar de sábio, ele não conseguia entender como é que o
rei, que não estudava as sagradas escrituras nem levava uma vida de
penitência e renúncia, mas, ao contrário, vivia rodeado deluxo e riquezas, não
se tornará uma pessoa extremamente materialista.
Ele, o sábio, havia renunciado a todos os bens terrenos. Estudava e meditava
o dia todo e, ainda assim, tinha muitos conflitos em sua alma. Sentia-se
atormentado. Já o rei, era virtuoso e amado por todos mesmo sem ter
renunciado a nenhum de seus bens.
Ao ver-sena frente do rei, o sábio perguntou-lhequal era o segredo para viver
daquela forma. O rei respondeu:
— Parasaber o meu segredo,acenda uma lamparina e, segurando-a, caminhe
por todas as dependências do palácio. Porém, não deixe que a chama da
lamparina se apague. Se isso acontecer, vocêcairá morto no mesmo instante.
O sábio pegou uma lamparina, acendeu-a e começou a visitar todas as salas
do palácio. Duas horas depois, voltou à presença do rei, que lhe perguntou:
— Conseguiu ver todas as minhas riquezas?
O sábio, que ainda estava tremendo, afinal, temia perder a vida se a chama
apagasse, respondeu:
— Majestade, eu não vi absolutamente nada. Estava tão preocupado em
manter acesa a chama da lamparina que só fui passando pelas salas, sem
conseguir prestar atenção.
Com o olhar cheio de misericórdia, o rei, então, contou-lhe o seu segredo:
— Pois é assim que eu vivo. Toda a minha atenção está sempre voltada a
manter acesa a chama da minha alma; embora eu tenha tantas riquezas, não
deixo que elas afetem a minha vida.
Tenho consciência de que preciso iluminar o mundo com minha presença e
não o contrário.
Autor desconhecido
2. Ensinamento
Nessa história,temosrepresentadososdoisgrandesgruposemque aspessoas
se dividem:
1) o grupo das pessoas insatisfeitas, que estão sempre reclamando que nada
sai como esperavam, que vivem irritadas e acabam sentindo raiva da vida,
representadas pelo sábio;
2) o grupo daspessoas tranquilas, ajustadase confiantes, que são candidatas
à vitória nas atividades às quais se dedicam, que são sempre agradáveis,
sociáveis e incentivadoras, que estão sempre se empenhando em desenvolver
virtudese que,quandose tornamlíderes, são criativase dignas,representadas
pelo rei.
É do segundo grupo de pessoas que saem os promotoresde desenvolvimento
da sociedade, os gênios criadores e os grandes cultivadores da verdade.