A revista Cidade Biz é a mais nova publicação de Itapetininga e nasce no aniversário de 250 anos do município. Em seu nome, a revista já diz a que veio: trazer aos leitores os acontecimentos mais relevantes da cidade, sempre com credibilidade e transparência. E o termo biz, abreviação de business, que significa negócios em inglês, reforça nossa proposta: movimentar o mercado itapetiningano, aproximando empresas e seu público.
1. CIDADEBIZ 1
CidadeBiz
N º 1
NOVEMBRO 2020
ITAPETININGA COMPLETA
250 ANOS
UMA POVOAÇÃO NO CAMINHO
DAS TROPAS
CIDADE É A 13º COM MELHOR
INFRAESTRUTURA PARA INVESTIDORES
2. CIDADEBIZ 2
CIDADEBIZ 3
Chegando no seu 250º aniversário, Itapetininga é,
mais do que nunca, uma cidade em plena expansão.
Oficialmente criada no dia 5 de novembro de 1770,
hoje é o 3º maior município do estado, sendo o 2º
maior em número de condomínios residenciais
aprovados à venda da região sul de São Paulo,
perdendo apenas para Sorocaba.
Com uma população estimada pelo IBGE de 165
mil habitantes e uma densidade demográfica de
pouco mais de 80 habitantes por km², é uma cidade
em constante verticalização.
E foi com a visão de garantir qualidade de vida
para quem escolhe viver aqui que a família Franciosi
começou a sua história de amor por essa cidade,
trazendodaItáliaparacáasuamãodeobradedicada,
culminando na fundação da Imobiliária Franciosi.
O fundador da Franciosi Imóveis, Eres Paolo
Franciosi,contouqueaochegaremnaterradobolinho
de frango, os seus pais, Albino e Lídia, trabalharam
de forma incansável em diversos setores, mas foi na
construção civil que se firmaram.
Um bom exemplo de como essa história linda
se mescla com a história de Itapetininga é o Bairro
Jardim Itália, que foi colonizado pelos imigrantes
italianos e até hoje abriga muitas casas construídas
pelo Sr. Albino.
Recém formado como Engenheiro Civil, Eres
montou a Franciosi Construtora e Imóveis, com o
objetivo de administrar e construir imóveis na cidade.
Masnãofoiumatrajetóriafácil,jáquenos37anosde
atuação enfrentou todos os desafios que permeiam
o nascer e crescer de uma empresa: momentos do
mercado, a oscilação dos planos econômicos e as
diversas crises. “Na época da inflação era um caos,
os aluguéis mudavam dia a dia e tínhamos muita
incerteza”, destaca Eres, hoje engenheiro e advogado.
Itapetininga é uma cidade de gente trabalhadora, prova disso é a evolução dos
negócios que fazem dela um lugar próspero e em constante modernização
Itapetininga 250 anos: uma história
de amor e evolução
Espero que tenhamos
consciência e lucidez
para acompanhar
o mercado e para
desenvolver cada vez
mais o nosso negócio
em todos os sentidos.
Atualmente, a imobiliária está consolidada no
mercado e em fase de sucessão familiar, com os
netos do Sr. Albino, Paolo e Fábio, envolvidos no
negócio.Mas,afamíliaFranciosinãoéfeitaapenas
de laços de sangue. Segundo Eres, foi justamente
o alinhamento e a união da equipe no momento
da pandemia que trouxe um horizonte limpo e
próspero para o futuro da imobiliária, mesmo
com as adversidades do período.
Sobre os planos para o futuro, Eres destaca que
“é importante ter longevidade, mas precisamos
nos basear na continuidade, na evolução.
Espero que tenhamos consciência e lucidez
para acompanhar o mercado e para desenvolver
cada vez mais o nosso negócio em todos os
sentidos, baseados sempre na modernização e o
aprimoramento, e assim contribuir cada vez mais
para o crescimento da nossa amada Itapetininga,
que nos recebeu com tanto carinho lá naquele
tempo”.
A Franciosi é mais uma família que, como a de
diversos moradores, depositou a esperança em
Itapetininga e hoje agradece e parabeniza os 250
anos dessa linda cidade.
“
- Eres Franciosi
Por Franciosi Imóveis
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3. CIDADEBIZ 4
CIDADEBIZ 5
1ª edição da revista Cidade Biz
celebra os 250 anos de Itapetininga
A revista Cidade Biz é a mais nova publicação de Itapetininga e
nasce no aniversário de 250 anos do município. Em seu nome, a
revistajádizaqueveio:trazeraosleitoresosacontecimentosmais
relevantes da cidade, sempre com credibilidade e transparência.
E o termo biz, abreviação de business, que significa negócios
em inglês, reforça nossa proposta: movimentar o mercado
itapetiningano, aproximando empresas e seu público.
Com a missão de ser uma vitrine de primeira linha para as
principais marcas, produtos e serviços de Itapetininga, a revista
Cidade Biz estabelece relacionamentos de longo prazo com os
clientes e parceiros, oferecendo-lhes uma proposta de valor:
produtos de alta qualidade que constroem suas marcas de
acordo com as suas necessidades.
A publicação integra os projetos do Site Cidade Itapetininga,
quefoilançadoemjunhode2020eseconsolidacomooprincipal
portal de notícias de Itapetininga.
Moderno e enérgico, o Cidade Itapetininga está
comprometido com a cobertura de assuntos importantes e
temas que impactam a vida dos moradores de Itapetininga
e região, como economia, política, cultura, saúde, negócios,
emprego e educação.
Everton Dias
Editor de Jornalismo
Mary Barros
Gerente de Negócios
Odilon Rezende
Diretor Comercial
Bianca Pereira
Diretora de Arte
PUBLICAÇÃO SEMESTRAL DO SITE CIDADE ITAPETININGA
Escreva para a Redação: jornalismo@cidadeitapetininga,com.br
Comercial - Odilon Rezende: (15) 99709-4451
Negócios e parcerias: Mary Barros (15) 99806-8560
Rua Campos Salles, 70, Centro - Itapetininga-SP
DICEÍNDICEÍNDICEÍN
Itapetininga completa 250 anos06
Uma povoação no caminho
das tropas
08
cidade é a 13 º com melhor
infraestruturaparainvestidores
14
Ano jubilar dos 250 anos da
paróquia N.S. dos Prazeres
16
Feira livre resiste em quase
um século de atividades
20 com 165 mil habitantes,
itapetininga encanta visitantes26
itapetininga 360 º28
novo cofesa deve gerar
300 empregos
30
entre itapetininga e a raposo,
uma cidade chamada paquetá
38
as três escolas: símbolo de
nossa cidade
32
4. CIDADEBIZ 6
CIDADEBIZ 7
N estedia5denovembro,acidadedeItapetininga
comemora seus 250 anos de fundação. O
marco de fundação da então Vila de Nossa Senhora dos
Prazeres foi a realização de uma Missa solene, celebrada
pelo vigário da nova paróquia, padre Inácio de Araújo
Ferreira, em 5 de novembro de 1770. E somente, em
1855, a vila tornou-se município de Itapetininga e Nossa
Senhora dos Prazeres instituída padroeira da cidade.
Vocábulo de origem tupi-guarani, segundo Theodoro
Sampaio, Itapetininga significa pedra enxuta ou laje
sêca, pois, deriva de itapé - corruptela de itapeva =
pedra, laje e tininga = sêca, enxuta.
A exemplo de muitas cidades da região, Itapetininga
também se desenvolveu na esteira do tropeirismo.
O local foi ponto de descanso dos tropeiros, que
montavam ranchos e arraiais para o pouso, antes de
seguirem em direção ao Sul.
O primeiro núcleo de tropeiros na região de
Itapetininga surgiu em 1724, quando descobriu-se que
o pasto no local era abundante e a terra fértil para o
plantio. A estes fatores somou-se a distância da vila de
Sorocaba - doze léguas -
que correspondia a uma
jornada de tropa solta.
Por volta de 1760, um
grupo de portugueses,
chefiado por Domingos
José Vieira, deixou o
primeiro núcleo (hoje,
bairro do Porto) e formou
outro, em um local alto
e circundado por dois
ribeirões.
Itapetininga completa 250 anos
A exemplo de muitas cidades da região, Itapetininga também se desenvolveu na
esteira do tropeirismo. O local foi ponto de descanso dos tropeiros, que montavam
ranchos e arraiais para o pouso, antes de seguirem em direção ao Sul
Nessa época houve uma disputa entre os dois núcleos
que queriam ser elevados à condição de vila. Resultado:
em 17 de abril Simão Barbosa Franco foi nomeado para
fundar a administrar o novo povoado, cabendo a ele a
escolha do núcleo principal. Historiadores contam que
uma mula roana, marchadeira, ofertada como presente
a Simão Barbosa, garantiu a vitória de Domingos José
Vieira.
A vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga
foi oficialmente criada no dia 5 de novembro de 1770,
quando foi celebrada uma missa solene pelo vigário da
nova paróquia, padre Inácio de Araújo Ferreira. É nessa
data que convencionou-se comemorar o aniversário
da cidade, que mais tarde ficou conhecida como
Itapetininga.
Além de Simão Barbosa Franco e Domingos José
Vieira, o ituano Salvador de Oliveira Leme- o ‘Sarutaya’-
se inclui entre os fundadores históricos da cidade, já que
foi o segundo capitão-mor de Itapetininga (o primeiro
foi Domingos José Vieira).
A emancipação da vila
de Itapetininga aconteceu
em 1852, através da Lei nº
11, de 17 de julho daquele
ano. A lei concedia
autonomia judiciária,
criando a comarca de
Itapetininga. A vila, porém,
só tornou-se cidade, de
fato, em 13 de março de
1855.
Para conhecer mais sobre a história de
Itapetininga, o interessado pode ir até o no
Centro Cultural e Histórico, no Largo dos
Amores. Inaugurado em 1830, o prédio já abrigou
a cadeia pública e a Prefeitura Municipal. Hoje o
espaço é cenário de exposições, cursos, oficinas
e apresentações culturais. O local também
concentra o Memorial Júlio Prestes, que reúne
cartas e documentos pessoais da vida do ex-
presidente.
5. CIDADEBIZ 8
CIDADEBIZ 9
Q uem observa
Itapetininga nos dias
atuais, com uma economia
fortemente voltada para a
agricultura e com indústrias de
grande porte que se destacam
nacionalmente, pode não saber
que nem sempre foi assim.
Durante os dois primeiros
séculos da colonização do
Brasil, Itapetininga não obteve
uma posição de destaque no
contexto da colônia brasileira,
pois não fazia parte da economia
que produzia em grande escala,
geralmenteaçúcar,paraexportar
para a Europa.
Os escassos habitantes de
Itapetininga dedicavam-se
a uma tímida economia de
subsistência, produzindo o
necessário para sobreviver,
utilizando muitas vezes mão de
obra indígena obtida através do
bandeirantismo.
Através de suas andanças
pelo interior, os bandeirantes
paulistas encontram, na última
década do século XVII, ouro na
região do atual Estado de Minas
Gerais. Essa descoberta mudaria
a situação da província de
São Paulo e de Itapetininga no
contexto da colônia.
A descoberta do ouro gerou
um rápido deslocamento de
pessoas para a região das minas,
Maquete Vila de Itapetininga - Pouso de Tropeiro (1770)
Maquete Páteo da Matriz (1770)
Vila de Nossa Senhora dos Prazeres
de Itapetininga: uma povoação
no Caminho das Tropas
Leandro Marcos de Meira
Historiador e Pedagogo
Tropeiros Pobres de São Paulo / Jean-Baptiste Debret
pessoas essas que destinavam todos os seus
recursos para a atividade mineradora, altamente
lucrativa.
Desta forma, a região das minas passou a
demandar uma grande quantidade de alimentos
e animais (de carga e de corte) vindos de outras
partes da colônia. Isso favoreceu a integração da
região de São Paulo, assim como de todo o sul da
colônia, a um intenso mercado interno.
É nesse contexto que Itapetininga ganha
destaque, mais especificamente integrando a
chamada rota dos tropeiros.
Itapetininga na rota dos tropeiros
Diante da demanda por animais vindos do Sul,
foi aberto, por volta de 1730, o chamado caminho
do Viamão, que ligava essa região do Rio Grande
do Sul à Vila de Sorocaba, na então província de
São Paulo.
Por estar localizada no limite setentrional da
áreadecamposdecriaçãoeinvernadas,Sorocaba
acabou por ocupar lugar privilegiado com relação
à circulação das tropas e boiadas vindas do sul,
pois paravam para descansar antes de seguir ao
Norte, onde as áreas de pastagens eram mais
raras.
Segundo Maria Theresa Schorer Petrone,
isso pode explicar o aparecimento, em Sorocaba,
da famosa feira e do registro destinado a cobrar
diversos impostos sobre os animais que por
aí transitavam. Com a abertura do Caminho
do Viamão e a criação da feira de muares de
Sorocaba, diversas povoações foram surgindo ao
longo do trajeto, dentre elas Itapetininga.
Localizada também no limite setentrional das
áreas de campos de criação e invernada, a doze
léguas da vila de Sorocaba, ou seja, a um dia de
jornada, Itapetininga passa a se desenvolver a
partir de 1750, mesma época da primeira feira de
mulas realizada em Sorocaba.
Formou-se assim o povoado de Porto Velho
(atual bairro do Porto), localizado às margens
do rio Itapetininga, que funcionava como último
pouso dos tropeiros que vinham do Sul com
destino a Sorocaba.
Dentro deste espaço, Itapetininga torna-se
referêncianoquedizrespeitoaáreasdeinvernada
- locais onde paravam as tropas para descanso e
pastagem antes de serem comercializados na feira
de Sorocaba.
Como o solo nessa região não era propício
à agricultura, Domingos José Vieira formou um
novo arraial a 6 quilômetros dali, onde hoje se
encontra o centro da cidade. Itapetininga passa a
condição de Vila no dia 5 de novembro de 1770,
sendo chamada de Vila de Nossa Senhora dos
Prazeres de Itapetininga, mas só se emancipa
definitivamente de Sorocaba em 1771.
Características populacionais
de Itapetininga
Na época em que Itapetininga é elevada à
condição de Vila, a extração de ouro na região
das minas já se apresentava em pleno declínio.
No entanto, em finais do século XVIII e início do
século XIX, a população de Itapetininga expandiu-
se a uma taxa excepcional, uma vez que entre os
anos de 1782 e 1798, sua população apresentou
um acentuado crescimento, passando de 1578
habitantes na primeira ocasião, para 3717
habitantes em 1798.
6. CIDADEBIZ 10
CIDADEBIZ 11
Cabe ainda destacar que dos
544 cabeças de domicílio que
declararam sua ocupação no censo
de 1798, 392 diziam-se agricultores.
Podemos observar com isso que o
definhamento da mineração em
Minas Gerais, a partir de 1760, não
teria arrastado consigo a economia
de Itapetininga.
Pelo contrário, a introdução e
aumento das culturas voltadas
para a exportação, primeiro o
açúcar, depois o café, na região de
São Paulo, acabou por aumentar a
demanda por alimentos e animais
de carga, favorecendo assim, as
áreas voltadas para o comércio de
gêneros agropecuários, como era o
caso de Itapetininga.
Outro fator que contribuiu para
a ampliação do mercado interno
foi a chegada da família real no
Rio de Janeiro, em 1808. Desde
então, o Rio de Janeiro se tornou
a principal praça demandante
de abastecimento do Brasil,
favorecendo a exportação de
gêneros alimentícios de regiões
como Itapetininga para aquela
localidade.
Itapetininga continuou
apresentando, nas primeiras
décadas do século XIX, um
acentuado crescimento
populacional. Enquanto a
população de Itapetininga era
composta por 6430 habitantes em
1820, esse número cresce para
9354 em 1830, atingindo 11510
habitantes em 1836. Tal aumento
demográfico certamente está
associado às transformações
na dinâmica econômica pela
qual passou a capitania e depois
província de São Paulo durante a
primeira metade do século XIX.
Itapetininga e o desenvolvimento
do comércio interno
Nesse período, Itapetininga
desponta como fornecedora de
animaisegênerosalimentíciospara
o mercado interno da província
e mesmo para os mercados
inter-provinciais, principalmente
atendendo ao mercado do Rio de
Janeiro. Observamos assim, uma
transição de uma economia de
subsistência para uma economia
de abastecimento interno.
Um exemplo dessa transição
podeserobservadanodomicíliode
Bartolomeu de Medeiros. No censo
de 1798, Bartolomeu, com 55 anos,
aparece vivendo com sua esposa,
Ana Nunes Vieira, seus sete filhos, e
quatro escravos, sendo essas duas
crianças e dois adolescentes. Neste
censo, Bartolomeu aponta como
principal atividade que planta para
o sustento de sua casa.
Já no censo referente ao ano
de 1820, Bartolomeu de Medeiros,
vivendo com sua esposa, dois
filhos, e possuindo cinco cativos,
declara ser agricultor, tendo
colhido 200 alqueires de milho,
além de feijão e arroz. Bartolomeu
afirma ainda ter vendido o
excedente dessa produção.
Vemos então que, em algum
momento no intervalo entre 1798
e 1820, o domicílio chefiado por
Bartolomeu de Medeiros deixou
de praticar apenas a agricultura
de subsistência, para passar a
fornecer gêneros alimentícios
para o mercado interno provincial.
Itapetininga desenvolve
sua aptidão para a agricultura,
aspecto que apresenta até hoje.
Com o crescimento econômico
e populacional, cresce também
a necessidade por escravos,
chegando a possuir, em 1836, 23%
da população cativa.
AimportânciadeItapetininga
no movimento tropeiro
Entretanto, Itapetininga
mantém sua atividade tropeira,
chegando a manter uma barreira,
local de cobrança de impostos
por animais, entre 1854 e início
de 1860. Quem passa hoje pela
atual Rua Quintino Bocaiúva
dificilmente sabe que ali era a Rua
das Tropas, por onde passavam as
tropas provenientes do Sul.
Itapetininga ganha ainda mais
relevância no contexto tropeiro a
partir de 1897, quando por causa
de um surto de febre amarela, a
feira de muares é transferida de
Sorocaba para Itapetininga. Esse
fato traz grandes transformações
para a vida de Itapetininga,
pois com o aumento do fluxo
de pessoas por conta da feira
aumenta a demanda por serviços
e produtos, acentuando a vida
urbana.
Em época de feira, o Largo dos
Amores vivia cheio de pessoas,
apreciando o movimento. A feira
é mantida até meados da década
de 1930, quando finalmente
os caminhões e trens passam
a substituir com eficiência os
muares.
Tudo isso reforça a crença
de que não podemos deixar
de destacar a importância de
Itapetininga no tropeirismo
para a história do Brasil como
elemento fundamental de união
do Sul com o Centro, nem deixar
de destacar a importância da
economia de abastecimento
interno, que manteve viável
as grandes atividades como a
mineração, a produção do açúcar
e a cafeicultura.
Rua Quintino Bocaiuva (Anos 30)
Largo dos Amores (1912)
8. CIDADEBIZ 14
CIDADEBIZ 15
CIDADEBIZ 14
I tapetininga é destaque entre
as 100 melhores cidades
de porte médio do Brasil com as
melhores oportunidades para
investimentos empresariais em
2019. Estudo realizado pela
Consultoria Urban Systems, para
a revista Exame, apontou que
Itapetininga ocupa a 13ª posição
no ranking em Infraestrutura no
Brasil. Se for considerado apenas
o estado de São Paulo, Itapetininga
está em 9º lugar. No eixo que
envolve Desenvolvimento Social,
o ranking classifica o município
em 41º lugar no âmbito nacional
e 30ª colocação paulista. Foram
consideradas como cidades de
porte médio aquelas entre 100 mil e
300 mil habitantes. De acordo com
o IBGE, há mais de 250 municípios
nesta faixa populacional no país.
De acordo com especialistas,
os números são importantes e
reforçam o momento positivo do
município na atração de empresas
de grandes marcas que baseiam
suas consultorias em pesquisas
e indicadores econômicos de
potencial local nas escolhas para
novos investimentos.
Com a inserção do nome de
Itapetininga no levantamento, a
cidade amplia sua imagem junto
aos investidores, tanto nacional
como internacionalmente. A revista
Exame é um site exclusivo em
negócios no Brasil. A publicação,
uma das mais conceituadas do
país, tem frequência mensal
de 16 milhões de visitantes.
Com periodicidade quinzenal,
a revista tem uma circulação
de aproximadamente 150 mil
exemplares, sendo uma média de
115 mil assinaturas.
O ranking das melhores
cidades para fazer negócios é
calculado através da metodologia
estatística chamada: Índice de
Qualidade Mercadológica (IQM).
As análises de riscos precisas
e indicadores cada vez mais
assertivos são fundamentais, nos
dias de hoje, para a sobrevivência
e desenvolvimento de qualquer
negócio, fator indispensável para
que os empresários tenham um
conhecimento prévio imparcial das
cidades.
De acordo com o levantamento,
a pesquisa traz ainda recorte
dos municípios em quatro
principais eixos importantes para
o desenvolvimento de negócios,
com a junção de indicadores do
estudo principal, acrescido de
novos indicadores. Os eixos são:
desenvolvimento econômico,
capital humano, desenvolvimento
social e infraestrutura. Conforme os
pesquisadores, os números servem
como parâmetro para o mercado,
com informações comerciais,
urbanísticas, econômicas e
infraestruturais.
Pesquisa indica Itapetininga como a 13ª
cidade de porte médio do Brasil com melhor
infraestrutura para atrair investidores
9. CIDADEBIZ 16
CIDADEBIZ 17
Ano jubilar dos 250 anos da cidade
de Itapetininga e da Paróquia
Nossa Senhora dos Prazeres
E stamos às portas das comemorações
dos 250 anos da fundação da cidade
de Itapetininga e da criação da Paróquia Nossa
Senhora dos Prazeres. São 250 anos de história e
250 anos de evangelização.
Nodia05denovembrode1770foioficialmente
criada a Vila de Nossa Senhora dos Prazeres e
uma missa solene foi celebrada pelo Padre Inácio
de Araújo Ferreira.
Quanto à origem do título Nossa Senhora dos
Prazeres, conta-se que em meados do século XVI,
uma imagem da Virgem Maria apareceu junto
à fonte da quinta dos Condes em Alcântara,
Portugal, tendo comunicado àquela água a
virtude de curar os doentes que dela bebessem.
Nessa ocasião, a mesma Virgem apareceu a
uma inocente menina, mandando dizer a seus
pais e vizinhos que edificassem naquele lugar
uma capela, onde Ela fosse servida e invocada
por todos sob o título de Nossa Senhora dos
Prazeres. Feita a ermida, colocaram ali a imagem
encontrada na fonte, a qual logo começou a
operar maravilhas.
No Brasil existem algumas Igrejas dedicadas a
esta invocação em Alagoas, Santa Catarina, Minas
Gerais e São Paulo, porém a mais famosa é a que
se ergue nos Montes Guararapes, perto de Recife-
PE.
Em 1862, o Padre Albuquerque iniciou a
construção da segunda Igreja Matriz. Ela foi
inaugurada em 1885 e foi demolida cerca de 60
anos depois, pois já não abrigava o crescente
número de fiéis.
No dia 16 de setembro de 1945, o Sr. Bispo
Diocesano de Sorocaba, Dom José Carlos de
Aguirre lançou a pedra fundamental da atual
Igreja Matriz de Itapetininga, sendo Pároco, o
Padre Antônio Brunetti.
Um projeto arrojado e ousado, de autoria
do renomado arquiteto Benedito Calixto de
Jesus Neto foi apresentado, o mesmo arquiteto
da Basílica Nacional de Nossa Senhora da
Conceição Aparecida, em Aparecida-SP. Ele é
autor de mais 300 projetos de Igrejas no Brasil.
A nova Igreja Matriz possui 2,7 mil m² de área
construída e levou mais de 20 anos para ser
construída. A primeira missa foi celebrada no
novo templo em 1951. Grande parte da obra foi
terminada no tempo do Cônego Luiz de Almeida
Moraes. A construção foi supervisionada pelo
saudoso Comendador Prof. Antônio Antunes
Alves.
A Igreja é um majestoso templo de estilo
românico, com formato de cruz latina, com uma
torre lateral do lado esquerdo e o batistério do
lado direito. Possui no seu interior um cemitério,
onde estão sepultados 6 padres que viveram e
trabalharam nessa Igreja.
Durante a construção foram utilizados 800
eucaliptosde800m,paraestaqueamento.Sendo
180 eucaliptos para estaqueamento da primeira
ala e 200 para a segunda e os demais em outras
etapas da obra.
Em1951foiconcluídoofechamentodacúpula
daCatedral.Asrosáceasevitraisforamcolocadas
em 1953. A construção da torre ocorreu de 1955
a 1958. A construção das escadas do coro e da
torre foram terminadas em 1956. Em 1958 foi
concluída a instalação elétrica e a colocação
de para-raios. Nesse ano, foram adquiridos 100
bancos de canela.
Os idealizadores da obra, demonstrando
grande sensibilidade artística, contrataram o
notável escultor Alfredo Oliviani para esculpir em
madeira a imagem da Padroeira, Nossa Senhora
dos Prazeres (ao centro da atual Igreja), cópia
Padre Reinaldo Ramos
autêntica da imagem da mesma
invocação, trazida de Portugal nos
meados do século XVII e que se
encontra na Igreja dos Guararapes,
em Pernambuco.
Para completar as obras da
Igreja foi contratado novamente
o escultor Alfredo Oliviani para
esculpir as maquetes do Calvário
e dos quatro evangelistas, sendo
mais tarde modeladas em gesso
pelo famoso artista Gildo Zampol
e que, hoje, ornamentam a nave
principal e as duas laterais da
Igreja, inauguradas pelo Padre
Mário Donato Sampaio, em 28 de
maio de 1985.
Até o ano de 1958, a cidade de
Itapetininga possuía uma única
Paróquia e a vida religiosa da
cidade estava sob os cuidados de
um único Pároco, como seu pastor
próprio. Na atualidade, a cidade
conta com 11 Paróquias e muitas
outras comunidades.
Nodia19dejulhode1998,coma
criação da Diocese de Itapetininga,
pelo saudoso Papa João Paulo II,
a Igreja Matriz de Nossa Senhora
dos Prazeres foi elevada à Catedral,
com a chegada de seu primeiro
bispo diocesano, Dom Gorgônio
Alves da Encarnação Neto.
Atualmente, sou o Pároco e Cura
da Catedral, mas me precederam
32 Párocos, além de inúmeros
Vigários Paroquiais (auxiliares
na Paróquia). Sou o primeiro
Itapetiningano a ocupar o presente
ofício de Pároco nesta Igreja.
A Igreja Catedral é
verdadeiramente um cartão postal
da cidade de Itapetininga. Recebe
anualmente muitos visitantes que,
ao entrarem no interior da Igreja,
ficam encantados e maravilhados
com sua exuberância e beleza.
Nesses 250 anos de
evangelização, a Igreja Católica
fez história na vida de incontáveis
pessoas: batizados, casamentos,
funerais, festas religiosas, missas...
História que continua a ser escrita
na perpetuidade de suas solenes
celebrações.
Sob os auspícios de Nossa
Senhora dos Prazeres, materna
intercessora e Mãe da Alegria,
contemplam-se as raízes religiosas
embrenhadas no coração desta
gente. Há 250 anos a cidade está
sob sua proteção e bênção.
Deus seja louvado pela
bendita herança recebida dos
antepassados (padres e familiares)
quetestemunharamelevarampara
frente a evangelização desta terra e
fizeram deste povo depositários de
uma história e de uma tradição que
merece “MEMÓRIA”.
Que o Bom Deus continue a
abençoar a cidade para que os
filhos da terra contemplem “dias
novos” no transpor do ano jubilar,
plenos de esperança, a fim de que
as gerações, de hoje e de amanhã,
protagonizem prosperidades.
11. CIDADEBIZ 20
CIDADEBIZ 21
A feira livre de Itapetininga, com quase um século, é uma das
maiores do interior paulista. Com 92 anos de fundação, a
feira livre pede passagem para se tornar patrimônio histórico da
cidade. Desde 1928 em atividade, os feirantes se integram na
economia, e se consolidam símbolo vivo da cultura local. São 220
barracas, lado a lado, entrelaçadas que transformam as manhãs
das quintas-feiras, mas sobretudo, aos domingos quando atraem
20 mil visitantes que se interagem no consumo alimentar e no
lazer de forma lúdica e leve. Fomenta lembranças e contribui para
a identidade do município.
Na relação entre feirantes e clientes, aproximação ganha
contornos especiais. São sons, cores, sabores, vozes e barulhos
nas barracas azuis e brancas. Começam entre o pastel, percorrem
os estandes de legumes, frutas, verduras, hortaliças, orgânicos,
grãos,ervas,queijos,passamporroupas,brinquedos,floriculturas,
peixarias, galinhas caipiras, cereais, farinhas, até envolverem as
músicas, cantorias e chegarem à feira da barganha. O rural ocupa
o cenário urbano, desdenha o mundo tecnológico e rejeita a vida
fria digital.
O geógrafo Ricardo Hirata Ferreira, com doutorado pela USP,
avalia que se mantém resistente ao tempo, por isso, pode ser
consideradaumpatrimôniohistóricoimaterial.“Afeiraéummarco
de resistência que permaneceu e que permanece no tempo,
enquanto um fator ou elemento em movimento histórico. É um
espaço aberto de encontro das pessoas, não apenas de comércio”,
sintetizou. “Tratar a feira como patrimônio, traz segurança de
permanecer ao longo do tempo”, acrescentou.
Hirata destacou também que outra frente de resistência é em
relação aos surgimentos e avanços dos supermercados, que
investem milhões de reais em suas unidades e se debruçam
na guerra de marketing sobre sua imagem. É um contraste ao
olhar para a simplicidade das barracas de lona e estruturas de
madeira ou ferro, que suportam frio, sol e chuva. A feira esbanja
sorrisos, laços de afetividade e interação entre as pessoas ao ar
livre. O circuito que se lança num patamar cultural e turístico, pois
extrapola a venda de um produto.
A cada fato político relevante ou durante as eleições, a feira se
tornaopalcoparaadiscussãoentreaspessoas.“Alémdeumespaço
de sociabilidade, onde as pessoas conversam, se comunicam olho
no olho sobre suas famílias, seu cotidiano e o que está acontecendo
na cidade. Quando têm eleições políticas, o debate vai para as ruas
e sempre está presente na feira livre de Itapetininga”, observa o
especialista. Este cunho político, ressalta a importância e riqueza
da preservação deste local.
“E pode se tornar um patrimônio cultural. Porque história, ela
já tem. Já entrou na tradição do município”, contou. A realização
às quintas e aos domingos deste evento também rompe com o
domínio dos carros ao reconfigurar a dinâmica urbana. “A rua não
é de uso exclusivo dos automóveis. A cidade não pode ser refém
dos veículos. Mas a rua é um espaço de conversação entre as
pessoas e de troca”, arrematou. Ele acrescenta que o local poderia
ser potencializado pelo governo municipal, com apresentações de
peças de teatro, de bandas e cantores, porém com melhoria da
infraestrutura para o público.
Para o feirante Oswaldo Molina, há três anos no local com uma
barraca de goiaba, a tradição garante a presença do público. “O
consumidor procura produtos direto da roça, sem a presença
do atravessador. Embora, neste período, aumentaram os artigos
vindos da Ceasa”, relatou. Porém, a atração de pessoas é reforçada
pela oferta de lazer. “É um momento de passeio com a família e
conversar com amigos, já que não tem muito aonde ir na cidade”,
explicou.
Ele continuou: “Quem vem cedo, está interessado em comprar
um produto mais fresquinho. Depois das dez horas, para passear,
comer um pastel”, ensinou. Com uma calma característica do
campo, entre a degustação de uma laranja, explicava que há 30
anos é produtor rural. “Eu nasci na roça. Mexo com isso a vida toda.
Tenho 55 anos de idade, desde os 12 já trabalhava. Mas peguei
firme mesmo depois que casei. Aí tem que trabalhar”, enfatizou
sorrindo.
Um dos mais antigos feirantes é Noel Filho, há 30 anos com
barraca de verduras e legumes, que reforça que a tradição se
assenta na múltipla variedade de produtos e preços. “Aqui as
pessoas podem escolher. Se a cenoura está cara ou está feia, elas
podem ir para outra banca. No supermercado, se o tomate está
com aparência ruim, não tem outra opção”, sintetizou diante da
multidão que desfila às quintas e aos domingos. Mas a vida do
produtor não é fácil.
“Levamos 40 dias pra produzir um pé de alface que custa um
real. Para vender por um real e pouco. São 40 dias para ganhar um
dinheiro”, apontou Noel. Dono de uma chácara de 6 mil metros,
no Mato Seco, em que cultiva a verdura. “Só vendo o que produzo.
Porém, tem que cuidar todos os dias. Molhar diariamente”, contou
diante do peso do trabalho. “Mas dá para sobreviver”, disse,
olhando para o neto que já atende na barraca e aprende o ofício
na feira livre. Depois da entrevista, se levantou do banco da praça
e foi arrumar a banca. Trabalho que começou às 4 da manhã e que
feirantes repetem há um século na cidade.
Feira Livre resiste em quase um século de atividades
Feira Livre (1930)
14. CIDADEBIZ 26
CIDADEBIZ 27
D istante a 180 quilômetros da capital paulista,
Itapetininga é uma cidade acolhedora e
despontanosúltimosanoscomoumadasmelhores
para se viver e investir. Apesar do crescimento e
desenvolvimento, a cidade mantém o seu perfil de
interior, oferecendo segurança e tranquilidade para
moradores e visitantes.
Itapetininga ganhou 1.625 habitantes no período
de um ano e atingiu a marca de 165.526 habitantes.
Os dados constam de levantamento divulgado pelo
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)
em agosto deste ano. Os números apontam para
um crescimento de 0,99% em comparação ao
ano anterior, quando a cidade somava 163.901
habitantes.
Polo comercial e de serviços, Itapetininga é
referência para as demais cidades da região. A
principal rua do comércio é a Campos Salles,
mas também se destacam outras dezenas de vias
centrais, como a Virgílio de Rezende e Silva Jardim.
Também conta com um shopping center com
dezenas de lojas, uma praça de alimentação e salas
de cinema.
A cidade se destaca na atração de empresas e
geraçãodeempregos.SegundooMapadeEmpresas,
do Ministério da Economia, no primeiro semestre
de 2020, o município teve saldo positivo de 747
empresas abertas. São 14.800 empreendimentos
ativos. Levando em consideração a população de
18 a 60 anos, o município tem uma empresa para
cada sete habitantes.
Itapetininga é também conhecida como “Terra
das Escolas” por sua longa tradição educacional,
refletida na alta qualidade de suas escolas,
professores e alunos e também por abrigar um
suntuoso conjunto arquitetônico escolar com três
escolas projetado pelo renomado arquiteto Ramos
de Azevedo.
Ao todo, o município possui 26 escolas estaduais,
83 escolas municipais e 22 colégios particulares.
São cinco escolas técnicas com 26 cursos
profissionalizantes e seis faculdades oferecendo
54 cursos de graduação. Entre elas a Faculdade
de Tecnologia do Estado de São Paulo ( Fatec) e o
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
de São Paulo (IFSP).
A cidade também contará, a partir do ano que
vem, com uma faculdade de Medicina com a
instalação do campus da Universidade de São
Caetano do Sul. Por meio de uma parceria entre a
instituição de ensino e o poder público municipal,
serão utilizadas as instalações da Universidade
Aberto do Brasil (UAB) e da antiga sede da escola
agrícola Anália Franco.
Novos Empreendimentos
Itapetininga também vive um ótimo momento
na construção civil com o lançamento de
empreendimentos imobiliários. Além de gerar
emprego e renda, são milhares de novas moradias
na cidade. Um dos exemplos é o bairro Vida Nova
Itapetininga, localizado próximo ao Vale São
Fernando. Foram construídas cerca de mil moradias
no local. Segundo a Prefeitura de Itapetininga,
de 2017 até 2020, foram aprovados 67 novos
empreendimentos imobiliários na cidade.
Com 165 mil habitantes, Itapetininga é
acolhedora e encanta visitantes
Por Everton Dias/Cidade Itapetininga
16. CIDADEBIZ 30
CIDADEBIZ 31
A Rede Cofesa de Supermercados, há
44 anos na cidade, está construindo a sua
segunda loja em Itapetininga, na região da
Rodoviária, na avenida José de Almeida
Carvalho. Segundo Gumercindo Ferreira
dos Santos Jr., diretor geral da Rede Cofesa,
a nova unidade deve ficar pronta em 2021
e deve gerar mais de 300 empregos diretos.
Segundo ele, será a maior e mais
moderna loja do grupo. “Queremos
oferecer o que há de melhor para nossa
clientela, estamos nos esforçando para isso.
Serão 20 mil metros de área construída,
que irão abrigar um supermercado e lojas
adjacentes”, afirmou.
De acordo com o diretor, o projeto na
cidade será inovador. “Estamos procurando
o que há de melhor e mais moderno para as
novasinstalaçõesdoCofesaemItapetininga,
nos preocupamos em seguir as últimas
tendências sem esquecer da preocupação
com a sustentabilidade, buscando menor
agressão ao meio ambiente”, disse.
Ele afirmou que as obras entraram em
nova fase. “O momento inicial é mais
moroso, encontramos um solo com mais
entulhos que o esperado o que dificultou
a terraplanagem, mas a tendência é que
agora o desenvolvimento seja com uma
dinâmica mais ágil”, afirmou.
Itapetininga
Ele conta que em Itapetininga, o Cofesa
foi inaugurado em agosto de 1976 e que a
trajetória de sucesso na cidade foi fruto de
muito trabalho. “Itapetininga é uma cidade
muito importante para a rede Cofesa. É um
município que se destaca, não apenas pelo
tamanho, sendo a maior onde temos filial
atualmente, mas também pelo potencial de
crescimento que ela apresenta”, afirmou.
Segundo ele, a família mantém uma
ligação muito próxima com a cidade.
“Uma ligação antiga e muito próxima. “Nos
instalamos aqui há 44 anos e queremos
agora estreitar ainda mais esta relação. Só
temos a agradecer. Nestes anos em que
aqui estivemos, com um povo hospitaleiro
que nos acolheu tão bem, Itapetininga se
diferencia nos cativando tanto a ponto
de tomarmos está iniciativa em expandir
nossos negócios nesta cidade”, disse.
A história do Grupo Cofesa começou há
mais de 50 anos, quando foi inaugurado
um armazém na cidade de Itararé. Com a
administração do proprietário Gumercindo
Ferreira dos Santos, o tempo passou e a loja
cresceu, alcançando as cidades da região,
como Itapeva, Capão Bonito, Itapetininga e
grandes centros como São Paulo e Curitiba.
O Grupo Cofesa mantém 8 lojas
de supermercados, além de atacado,
lojas de eletromóveis e rádio difusora,
além de agropecuária e o grupo
Super G supermercados. Ao todo são
aproximadamente mil colaboradores.
Novo Cofesa terá 20 mil m² de área construída
e deve gerar mais de 300 empregos
Por Everton Dias/Cidade Itapetininga
17. CIDADEBIZ 32
CIDADEBIZ 33
As 3 escolas :
símbolo de nossa cidade
Q uase no final do século
XIX, Itapetininga passava
por um momento de grande
euforia. Entre os principais
acontecimentos, destacou-se a
chegada dos trilhos da Estrada
de Ferro Sorocabana, no ano
de 1895. Porém, um ano antes,
seus cidadãos comemoravam
eufóricosapublicaçãododecreto
estadual nº 245. A cidade seria
sede da primeira Escola Normal
no interior. Acontecimento que
se deve ao prestígio do coronel
Fernando Prestes e sua aliança
com o senador Peixoto Gomide.
Apesar da publicação do
decreto, sua pedra fundamental
seria lançada em maio de
1896. Mas, a espera valeria a
pena. Com materiais quase
que totalmente importados da
Europa, o monumental conjunto
arquitetônico, comandado pelo
engenheiro Ricardo Calcagno, é
entregue em 1901.
O idealizador da fascinante
obra, é o renomado Ramos de
Azevedo. A escolha do arquiteto
paraprojetarasprimeirasescolas
públicas do período mostra o
esforço republicano em destacá-
las na propaganda de sua ação
política.
Em seu projeto original,
Azevedo dispõe as três escolas
(Normal, Complementar e
Modelo Preliminar) num eixo
longitudinal paralelo à rua
interligando os prédios por um
passadiço – infelizmente nunca
executado. Este conjunto é um
caso único no Estado, sendo
até hoje, uma das mais notáveis
contribuições urbanístico-
arquitetônicas criadas pela
iniciativa pública.
Em 1906, Peixoto Gomide
comete suicídio. Importantes
líderes da cidade decidem que a
Escola Normal ganharia o nome
de seu patrono.
AEscolaNormalatuacomoum
polo de atração a estudantes de
todas localidades do Estado e do
Brasil. Nas primeiras décadas do
século XX, a cidade desenvolve-
se culturalmente, bem como
em outros setores. Itapetininga
formava em torno de 25 % dos
professores primários.
Em 1935, após a desocupação
pelas tropas legalistas, os prédios
passaram por uma imensa
reforma, como o alinhamento
do gradil fronteiriço junto aos
edifícios, a construção de quatro
salas e, sobre elas, o salão nobre.
Somente 53 anos depois,
outro significativo restauro
acontecerá, graças a mobilização
de professores, comunidade e
o apoio fundamental de um ex-
aluno, o Secretário da Educação,
Chopin Tavares de Lima.
Outra significativa conquista
para nossa cidade é o
tombamento da EE Peixoto
Gomide e seus edifícios vizinhos,
em dezembro de 2002.
Símbolo da cidade,
atualmente com 126 anos de
idade, continua a ser motivo de
orgulho para seus habitantes.
Um pouco de sua história foi
registrada no livro “Escola
Estadual Peixoto Gomide – 120
Anos em 120 Páginas”, lançado
em 2015.
Milton Cardoso
18. CIDADEBIZ 34
CIDADEBIZ 35
Pontos fortes
Com sua estrutura distribuída entre a sede
social,nocentrodacidade,easedecampestre
(próxima à rodovia Raposo Tavares), o clube
disponibiliza aos sócios: academias, piscina
(incluindo uma aquecida para hidroginástica),
sauna, biblioteca, lanchonete, restaurante,
quadras poliesportivas, campos de futebol
para várias categorias, quadras de tênis,
quiosques, pistas de cooper e caminhadas,
espaço criança e salas para a prática de yoga,
pilates, GAP e artes marciais.
A diretoria do clube trabalhando para
oferecer sempre mais. A busca por oferecer
sempre mais ao associado e seus familiares é
constante, com investimentos frequentes na
melhoria da estrutura
U m clube é como uma grande família.
Assim é o Clube Venâncio Ayres. Em
2020 completou 132 anos de fundação; sua
história confunde-se com a própria história da
cidade e não foram poucos os associados e
presidentes que ocuparam lugar de destaque
na sociedade local.
Contando com excelente estrutura para
seus associados, o CVA foi fundado em 2
de fevereiro de 1888 e recebeu seu nome
em homenagem ao itapetiningano ilustre
Venâncio Ayres, conhecido por seus ideais
democráticos e de liberdade. O primeiro
presidente foi José Xavier de Toledo, juiz de
direito na época.
Atualmente, a instituição é presidida por
Nelson José Abrão Jamel, empresário atuante
na cidade. No total, foram 44 presidentes,
muitos dos quais se destacaram na política
local.
“Entre o passado, o presente eo futuro,
o clube tem a sua marca registrada entre a
população, onde muitos que passaram por
aqui deixaram saudades, e levaram boas
lembranças de tempos vividos nas atividades
relacionadasaoCVAeserãosemprelembrados
como grandes nomes que ajudaram este
clube a ser hoje um dos melhores clubes do
interior de São Paulo”, diz o atual Presidente.
Clube Venâncio Ayres, uma tradição
em Itapetininga
Instituição é a mais antiga em seu segmento no Interior do Estado
Entre o passado,
o presente e o
futuro, o clube
tem a sua marca
registrada entre a
população
“
- Nelson José Abrão Jamel
19. CIDADEBIZ 36
CIDADEBIZ 37
I tapetininga completa seus 250
anos e, nesse tempo, teve por
testemunha um rio perene, sinuoso e
não recomendado a navegabilidade,
mas suas riquezas naturais exuberantes
chamam a atenção por onde passa.
O Rio Itapetininga é amado pela
população ribeirinha pela suas
extraordinárias peculiaridades.
Conta a história que foi Theodoro
Sampaio (1855-1937) quem definiu
a nascente do Rio Itapetininga como
sendo na confluência dos rios Turvo e
Pinhal, em Pilar do Sul. Porém estudos
recentes apontam que sua nascente
principal brota no município de Piedade
com o nome de Rio Turvo, que ao
receber as águas do Rio Pinhal, passa a
se chamar Rio Itapetininga.
São mais de 170 quilômetros de raras
belezas naturais em suas matas ciliares
que compõem um cenário único de sua
flora com espécies como ingá, sangra
d’água, capixinguí, bromélia, orquídea,
embaúba, entre outras.
Para falar do reino animal, seus
moradores mais vistos são pacas,
tatus, capivaras, ariranhas e até onça
parda já foi mencionada em relatos
de pescadores. Estudos indicam que
já foram catalogados em torno de 180
espécies de aves, 24 de peixes e mais de
16 espécies de mamíferos.
Uma das principais dádivas de nosso
querido Rio Itapetininga se encontra no
bairro da Chapadinha, de onde se faz
a coleta de suas águas para abastecer
uma população de quase 170 mil
habitantes do município que deu
nome ao Rio Itapetininga. Uma cidade
em pleno crescimento tanto horizontal
quanto vertical.
Atualmente, um fato que merece a
atenção especial dos gestores públicos
é o plantio de mudas nativas em
suas margens e recuperação de suas
nascentes.
Após cumprir a missão de saciar a
sede da população, nosso rio sofre a
pior influência antrópica negativa. No
bairro Curuça, recebe as águas de um
afluente chamado Ribeirão Ponte Alta,
que infelizmente é classificado como
classe IV pela Companhia Ambiental do
Estado de São Paulo (Cetesb) ou seja,
o mais alto grau de poluição que um
corpo hídrico pode receber.
Mesmo assim seu deflúvio segue
mansamente absorvendo toda
contaminação provocada pelo ser
humano e ao longo de seu percurso,
humilhado pela ação humana, vai se
autodepurando molécula por molécula
até encontrar o equilíbrio da vida.
Continuando sua jornada, passa
pelos bairros do Ita Recreio e Rechã,
onde recebe mais um afluente: o Rio
Capivari. Daí em diante, nosso rio se
avoluma, atende grandes outorgas de
produtoresrurais,outorgasclandestinas
e, como um paciente na UTI, pede
socorro, quando finalmente despeja
suas águas no Rio Paranapanema na
cidade de Campina do Monte Alegre.
Rio Itapetininga: 170 quilômetros de raras
belezas naturais
Por Carlos Poranga / Professor e ambientalista
20. CIDADEBIZ 38
CIDADEBIZ 39
U ma cidade dentro de Itapetininga.
Assim pode ser chamada a região do
Paquetá, localizada a oeste da área urbana do
município, entre a avenida Cinco de Novembro
e a rodovia Raposo Tavares (SP-270). São
cerca de 15 bairros e uma estimativa de 40 mil
habitantes, distribuídos em mais de 150 mil
metros quadrados.
A área começou a ser ocupada quando, há
maisde40anos,FlávioSoaresHungriacomeçou
a vender lotes, oferecendo aos interessados
carência de dois anos para começar a pagar
as 36 prestações em que geralmente o imóvel
era vendido. Hungria (pai do João Flávio Soares
Hungria, ex-vice prefeito de Itapetininga)
também oferecia 10 mil tijolos de uma olaria de
sua propriedade.
Entre os principais bairros estão: Vila Rio
Branco, Vila Regina, Vila Hungria, Vila Reis, Vila
Sônia, Vila Alves, Vila Palmeira, Jardim Leonel,
Parque Athenas do Sul e Jardim Shangrilá.
Nos últimos anos, novos empreendimentos
imobiliários têm surgido na região que é um
importante polo comercial do município.
Em conversa com o site Cidade Itapetininga,
o empresário Itapetiningano Zecaborba Soares
Hungria afirma que valeu a pena investir na
região. “Tenho muito carinho por aquele lado
da cidade”, garante o empresário.
Zecaborba começou com uma mercearia no
Mercado Municipal (área central da cidade) e
nos anos 80 iniciou um processo de expansão,
instalando uma unidade nas proximidades da
estação rodoviária e em seguida na Vila Rio
Branco e depois na Vila Regina, dois bairros que
estão localizados na região do Paquetá.
Borba, como o empresário é conhecido,
lembra que, há 50 anos, toda a região era
conhecida apenas como Paquetá. “O Paquetá
era muito conhecido na época. Por causa do
cemitério; ia muita gente pra lá. Outros bairros
eram pouco visitados”, recorda o empresário,
acrescentando que “ainda não existiam as vilas
Regina, Hungria e Reis. Depois, um grupo de
empreendedores, como Flávio Hungria e Durval
Reis, entre outros, foi investindo e criando os
bairros”, conta Borba.
Carinho e crescimento
“O Paquetá é um bairro muito simpático e
cresceu muito. Tenho muito carinho por aquele
lado da cidade”, afirma Zecaborba, “o bairro
mudou muito e para melhor”, acrescenta. Ele
lembra que o bairro possui até uma unidade do
Sesi (Serviço Social da Indústria).
O empresário ressalta que Itapetininga “tem
crescido por todos os lados. Eu ando pela
cidade e vejo isso. Quando você asfalta as ruas
de um bairro, isso chama o desenvolvimento, é
uma maravilha”.
Com espírito empreendedor, Borba continua
investindo naquele lado da cidade. Foi lá que
se instalou o Vencedor, empreendimento
atacadista que conta com a participação do
empresário. “É preciso dizer que os prefeitos
Aleixo e Fernando Rosa fizeram melhorias no
bairro, assim como a prefeita Simone está
fazendo”.
Para o empresário, valeu a pena investir
no Paquetá. “É um bairro tradicional. Existem
famílias que moram há 80 anos na Vila Rio
branco; são tradicionais na cidade”, finaliza
Borba.
Entre Itapetininga e a Raposo Tavares,
uma cidade chamada Paquetá
Por Cidade Itapetininga/ Marco Vieira de Moraes
21. CIDADEBIZ 40
CIDADEBIZ 41
Mensagem do Padre Valdori Alexandre Rosa
S ou natural de Angatuba, aos 19 anos mudei para o
Seminário de Itapetininga, cidade que permaneço
desde que fui ordenado em 2007 como padre Diocesano.
Logo após a ordenação fui vigário na Catedral Nossa Senhora
dos Prezares durante três anos e em 2011 me tornei pároco
da Paróquia São Paulo Apóstolo onde estou até hoje. Em
2018 fui convidado, e como prefiro dizer fui chamado por
Deus para estar à frente do hospital Dr. Léo Orsi Bernardes
como Diretor Presidente (voluntário) e com muita satisfação
aceitei essa missão, árdua, porém muito gratificante. Para
um padre cuidar dos doentes é sempre um grande privilégio!
O hospital é referência para 13 municípios e atualmente
estamos trabalhando eficazmente com técnica, agilidade
e humanização para atender a todos que chegam até nós.
Hoje, aos 41 anos, resido em Itapetininga onde já passei
metade de minha vida, e o meu coração também pertence
a ela. A minha vida está aonde Deus quer que eu permaneça
e hoje pertenço a essa cidade, da qual estou doando tudo o
que tenho por amor. Feliz aniversário Itapetininga, cidade
muito querida pelos seus 250 anos e nada mais oportuno
que parabenizar o povo dessa cidade que sempre me
acolheu com muito carinho! Peço que Deus abençoe esse
município do qual tenho “orgulho” de servir.
S
ou natural de Angatuba, aos 19 anos
mudei para o Seminário de Itapetininga,
cidade que permaneço desde que fui
ordenado em 2007 como padre Diocesano.
Logo após a ordenação fui vigário na Catedral
Nossa Senhora dos Prezares durante três anos
e em 2011 me tornei pároco da Paróquia São
Paulo Apóstolo onde estou até hoje. Em 2018
fui convidado, e como prefiro dizer fui
chamado por Deus para estar à frente do
hospital Dr. Léo Orsi Bernardes como Diretor
Presidente (voluntário) e com muita satisfação
aceitei essa missão, árdua, porém muito
gratificante. Para um padre cuidar dos doentes
é sempre um grande privilégio! O hospital é
referência para 13 municípios e atualmente
estamos trabalhando eficazmente com técnica,
agilidade e humanização para atender a todos
que chegam até nós. Hoje, aos 41 anos, resido
em Itapetininga onde já passei metade de
minha vida, e o meu coração também pertence
a ela. A minha vida está aonde Deus quer que
eu permaneça e hoje pertenço a essa cidade,
da qual estou doando tudo o que tenho por
amor. Feliz aniversário Itapetininga, cidade
muito querida pelos seus 250 anos e nada
mais oportuno que parabenizar o povo dessa
cidade que sempre me acolheu com muito
carinho! Peço que Deus abençoe esse
município do qual tenho “orgulho” de servir.
"A minha vida está
aonde Deus quer que eu
permaneça e hoje
pertenço a essa cidade,
da qual estou doando
tudo o que tenho
por amor"
Padre Valdori é Pároco da Paróquia São Paulo
Apóstolo. Diretor Presidente do Hospital
Dr. Léo Orsi Bernardes e Exorcista da
Diocese de Itapetininga.
Mensagem do Padre
Valdori Alexandre Rosa
Padre Valdori é Pároco da Paróquia São Paulo Apóstolo. Diretor Presidente
do Hospital Dr. Léo Orsi Bernardes e Exorcista da Diocese de Itapetininga
A minha vida está aonde
Deus quer que eu permaneça
e hoje pertenço a essa
cidade, da qual estou doando
tudo o que tenho por amor
“
- Padre Valdori
S
ou natural de Angatuba, aos 19 anos
mudei para o Seminário de Itapetininga,
cidade que permaneço desde que fui
ordenado em 2007 como padre Diocesano.
Logo após a ordenação fui vigário na Catedral
Nossa Senhora dos Prezares durante três anos
e em 2011 me tornei pároco da Paróquia São
Paulo Apóstolo onde estou até hoje. Em 2018
fui convidado, e como prefiro dizer fui
chamado por Deus para estar à frente do
gratificante. Para um padre cuidar dos doentes
é sempre um grande privilégio! O hospital é
referência para 13 municípios e atualmente
estamos trabalhando eficazmente com técnica,
agilidade e humanização para atender a todos
que chegam até nós. Hoje, aos 41 anos, resido
em Itapetininga onde já passei metade de
minha vida, e o meu coração também pertence
a ela. A minha vida está aonde Deus quer que
eu permaneça e hoje pertenço a essa cidade,
da qual estou doando tudo o que tenho por
amor. Feliz aniversário Itapetininga, cidade
muito querida pelos seus 250 anos e nada
mais oportuno que parabenizar o povo dessa
cidade que sempre me acolheu com muito
carinho! Peço que Deus abençoe esse
município do qual tenho “orgulho” de servir.
"A minha vida está
aonde Deus quer que eu
permaneça e hoje
pertenço a essa cidade,
da qual estou doando
tudo o que tenho
Padre Valdori é Pároco da Paróquia São Paulo
Apóstolo. Diretor Presidente do Hospital
Dr. Léo Orsi Bernardes e Exorcista da
Diocese de Itapetininga.
Mensagem do Padre
Valdori Alexandre Rosa
22. CIDADEBIZ 42
CIDADEBIZ 43
O livro amarelado e com
sinais visíveis do tempo
registra a liberdade do escravo
Sebastiam (o sobrenome é
ilegível) em 29 de março de
1773 na Vila de Nossa Senhora
dos Prazeres de Itapetininga.
“É liberto desde aquele dia
para todo sempre”, registra o
documento.
No mesmo livro, há
mais registros da época da
escravidão, como cartas de
alforria e também alguns
documentos que mostram a
compra e venda de escravos no
município, na época em que a
escravidão ainda era permitida
no país.
Essa rica documentação faz
parte do acervo do 1° Tabelião
de Notas e de Protesto de
Itapetininga que passou a
funcionar três anos após a
fundação da Vila de Nossa
Senhora dos Prazeres de
Itapetininga, em 1773.
De acordo com o tabelião
Raphael Pereira dos Santos, o
material encontra-se protegido
e preservado junto a outros
documentos como escrituras de
casas e fazendas. “São centenas
de cartas de alforria, escrituras
que concediam liberdade por
meiooneroso,ouseja,oescravo
trabalhava por certo tempo e
depois o proprietário dava a
carta para ele”, explica.
Segundo o tabelião, as
cartas de alforria estão entre
os primeiros livros do cartório.
Para que a carta fosse dada ou
paga à um escravo, essa deveria
ser assinada em comum acordo
entre o senhor ou a senhora que
detinham a posse do escravo.
“Era registrada em cartório para
trazer segurança jurídica às
partes e dar publicidade ao ato”,
diz o tabelião.
Para ele, a existência desses
livros no cartório é uma forma
de preservar parte da História.
“Bem antes da Independência
do Brasil e três anos após a
fundaçãodaViladeItapetininga,
já vigorava o cartório. Em 1773,
foi registrado o primeiro ato”,
explica.
A escrevente do cartório,
Maria Carolina Vieira de Queiroz,
explica que os documentos,
escritos à mão, são ricos em
detalhes e a naturalidade
como as cartas de alforrias são
descritas chama a atenção.
“Nas escrituras, os escravos
eram atribuídos como objetos,
propriedades e não como
pessoas”, diz. Segundo ela,
todos esses documentos
históricos foram digitalizados
e estão disponíveis para
consultas.
Cartório de Itapetininga preserva
documentos da época da escravidão
Liberdade negociada
Esses documentos históricos inspiraram o
trabalho acadêmico “Liberdade Negociada: a
prática da alforria em Itapetininga-SP, de autoria de
Leandro Marcos de Meira na Universidade Federal
do Paraná. O trabalho fez um levantamento das
escrituras do 1° Tabelião de Notas e de Protesto de
Itapetininga no período de 1820 a 1850.
Segundo o trabalho, no período estudado,
Itapetininga tinha uma economia voltada para a
criação e comércio de animais e para produção
de gêneros alimentícios para subsistência e para
abastecimento interno. Apesar do predomínio da
produção agrícola, outras atividades também eram
praticadas em Itapetininga, como pecuária, cana de
açúcar e mineração, embora em menor grau.
Neste contexto, o estudo verificou que o padrão
do escravo alforriado em Itapetininga era de
adulto, homem ou mulher, nascidos no Brasil e que
conseguiu a liberdade mediante alguma forma de
pagamento (dinheiro ou obrigação de serviços).
O estudo também constatou que a maior parte
dos alforriados saiu de pequenos e médios grupos
de escravos que eram utilizados na produção de
gêneros alimentícios para abastecimento interno.
Ainda segundo o estudo, a negociação para a carta
de alforria poderia levar boa parte da vida dos
sujeitos envolvidos.
População escrava em Itapetininga
O estudo também levantou a população dos
escravos em Itapetininga de 1782 a 1836. No ano
inicial do estudo, o município tinha 123 escravos
(8% da população de Itapetininga). Em 1798,
passou para 426 (11,5%). A partir do século XIX, o
número de escravos aumentou significativamente,
saltando de 509 escravos em 1820 para 2.700 em
1836, representando 23% da população que era de
11.510 habitantes.
Segundo o trabalho, o aumento pode ser
explicado pela ampliação do setor da agricultura
comercial de exportação em São Paulo, fazendo
com que aumente o número de escravos para a
província. Em paralelo, cresce também o mercado
interno de alimentos e animais fazendo com que
mais pessoas entrassem no mercado demandando
assim mais escravos para trabalhar na econômica
local. “Isso explicaria o boom na população escrava
de Itapetininga a partir da década de 1820”, diz o
estudo.
O material encontra-se protegido e preservado junto a outros documentos
como escrituras de casas e fazendas no 1° Tabelião de Notas e de Protesto
de Itapetininga. Foto: Foto: Maria Carolina Vieira de Queiroz.
A escrevente Maria Carolina Vieira de Queiroz e o tabelião Raphael Pereira
dos Santos analisam livros onde estão as escrituras da épocada escravidão
em Itapetininga. Foto: Cidade Itapetinininga.
Cartas de alforria e escrituras de compra e venda de escravos fazem parte do acervo histórico
do 1° Tabelião de Notas e de Protesto de Itapetininga. Foto: Maria Carolina Vieira de Queiroz.
Por Everton Dias/Cidade Itapetininga
23. CIDADEBIZ 44
CIDADEBIZ 45
Com cerca de 1,5 mil habitantes, a
comunidade do Rio Acima é composta
por três bairros (Campo Largo, Faxinal
do Rio Acima e o bairro Rio Acima
propriamente dito). A localidade
ganhou esse nome justamente por ser
o primeiro bairro do município após
o local onde nasce o Rio Itapetininga,
ficando na divisa com outros
municípios.
Sua economia é impulsionada
pela produção agropecuária,
principalmente estufas e fazendas,
com grandes plantações de milho e
soja, além de um rebanho bubalino
que produz até cinco mil litros diários
de leite, destinados à produção de
muçarela.
Embora pertença a Itapetininga,
a comunidade faz divisa com outros
municípios, como Sarapuí, Pilar do
Sul e São Miguel Arcanjo. Devido à
grande distância da área urbana de
Itapetininga (que pode variar entre
37 a 60 km, dependendo do caminho
escolhido), os moradores optam
por fazer compras básicas nas áreas
urbanas dos municípios vizinhos.
A distância também seria o principal
motivo, segundo moradores, do
abandono do bairro por parte da
administração pública de Itapetininga,
uma situação que vem mudando nos
últimos anos, ainda de acordo com
habitantes locais.
‘Itapetininga começa aqui’, diz
morador
Nascido no bairro e hoje com 38
anos, o comerciante Marcos Roberto
Ferreira de Barros, o Marquinho,
acredita que o Rio Acima é onde
começa Itapetininga. “Muitas pessoas
falam que o bairro é muito longe e que
é o fim de Itapetininga, mas eu penso o
contrário e acho que aqui é o começo,
pois o Rio Itapetininga nasce aqui em
cima. Então, estamos no primeiro
bairro que o rio passa antes de seguir
para Itapetininga”, explica.
Marquinho está a frente do bar do
Carneiro, o primeiro do bairro e que
funciona há exatamente 62 anos no
local. O local é ponto de encontro
de amigos e visitantes e sempre está
cheio, principalmente aos finais de
semana. “Começou com o meu avô
depois passou para o meu pai e agora
sou eu que cuido. Umas das marcas do
nosso bar é a amizade”, diz ele.
Ele acredita que seu avô, Belarmino
Ferreira de Barros, também tenha
nascido no bairro, mas não sabe
precisar a data. Segundo ele, o bar da
família é pioneiro na comunidade e foi
fundado por seu avô (no começo, era
uma vendinha), que também criava
porcos.
“O bairro aqui é muito bom, não é
porque eu moro aqui, mas é um bairro
bom de se viver, praticamente todos
nós somos nascidos aqui no bairro,
somos parentes um do outro e nunca
saímos daqui’, conta o comerciante.
Melhorias
Marquinho diz que o bairro “tem
melhorado muito. Praticamente quase
em tudo, melhorou os comércios, as
estradas melhoraram bastante” disse.
O comerciante acredita que o bairro vai
“crescer muito”. Na avaliação dele, “tá
vindo muita gente de fora, construindo
bastante chácaras, estão sendo feitos
loteamentos próximos ao rio, e sempre
tem gente que gosta de pescar, vem
e acaba gostando do lugar e ficando”,
concluiu.
Bairros movimentam mais
de R$ 4 milhões por mês
O ar tranquilo e a atmosfera de
interior podem passar a impressão
que a comunidade não tem atividade
econômica forte, mas não é isso
que acontecem com os bairros da
região. Segundo Antônio Carlos
Pedote, presidente da Associação de
Moradores, Agricultores, Pecuaristas e
Afins do Faxinal do Rio Acima e Região
(AMAPAFRAR), as principais atividades
econômicas dos bairros, estufas e
fazendas de soja, trigo e criação de
búfalos, movimentam cerca de R$ 1
milhão por semana, o que dá em torno
de R$ 4 milhões por mês.
“A economia aqui é basicamente
agrícola. São muitas estufas. Os
cálculos dizem que a movimentação
aqui é de mais ou menos R$ 800
mil por semana só nas estufas; nós
temos também grandes fazendas no
bairro, que são produtoras de milho
e soja, basicamente, todas com área
plantada acima de 50 alqueires. Temos
também grandes rebanhos de búfalo,
com produção, em época boa, de
quatro a cinco mil litros de leite por
dia, que são destinados à produção de
muçarela. Isso dá por volta de R$ 200
mil por semana. Os três bairros juntos
movimentam cerca de R$ 1 milhão por
semana; a nossa economia está bem
alavancada”, disse.
Rio Acima: o bairro onde Itapetininga começa
Comunidade pertence a Itapetininga, mas fica mais próxima das áreas urbanas de Sarapui, São
Miguel Arcanjo e Pilar do Sul
Marcos Roberto Ferreira de Barros
e seu pai Francisco Ferreira de Barros
Por Everton Dias/ Marco Vieira de Moraes - Cidade Itapetininga
Morador Antônio Carlos Pedote
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O programa Cada Gota Vale iniciou
suas atividades em 2017 e e ajuda
a transformar óleo de cozinha em energia
renovável em Itapetininga.
A iniciativa é do morador e empreendedor
Adonis de Jesus que desenvolve o projeto nas
escolas e entidades da cidade. Em pouco mais
de 3 anos, o projeto já coletou 50 mil litros de
óleo.
Cada litro de óleo de fritura descartado
incorretamente pode contaminar cerca de 20
mil litros de água potável. O descarte incorreto
também pode prejudicar o solo, a saúde das
pessoas e também dos animais.
Esse mesmo litro de óleo, quando
recebe destinação adequada, pode gerar
aproximadamente 987 ml de biodiesel,
combustível limpo e renovável utilizado para
abastecer ônibus, caminhões e máquinas
agrícolas, por exemplo.
Segundo Adonis de Jesus, com o projeto, o
óleo que ia direto pro ralo da pia, agora tem
um destino sustentável. O óleo arrecadado
é levado para um galpão, onde passa por um
processo de purificação.
Depois, fica armazenado em contêineres até
ser retirado por empresas parceiras. Todo óleo
arrecadado é transformado em biodiesel, que
é considerado o combustível mais puro que
existe.
A transformação do óleo em biodiesel
A transformação do óleo de cozinha em
energia renovável começa pela filtragem, que
retiratodooresíduodeixadopelafritura.Depois
é removida toda a água misturada ao produto.
A depender do óleo, ele passará por uma
purificação química que irá retirar os últimos
resíduos. Esse óleo “limpo” recebe então
a adição de álcool e de uma substância
catalisadora.
Colocado no reator e agitado a temperaturas
específicas, ele se transforma em
biocombustível e após o refino pode ser usado
em motores capacitados para queimá-lo.
Palestras
O Projeto Cada Gota Vale também realiza
palestras nas escolas. A ideia é mostrar o
descarte correto do resíduo, que muita gente
não sabe como fazer e acaba prejudicando o
meio ambiente.
Por meio dessas palestras, o projeto
também dissemina práticas sustentáveis
entre a população ao difundir a idéia de que
a qualidade de vida e o futuro do planeta
dependem de todos nós.
Disque coleta
Moradores de Itapetininga e região que
desejam fazer o descarte de cozinha, pode
entrar em contato pelo WhatsApp (15) 99674-
8069 . Uma equipe vai até o local para fazer a
retirada. Os interessados também podem levar
o óleo até a sede do projeto que fica na Avenida
Antônio Fogaça de Almeida Neto, Nº 1432, no
Jardim Fogaça.
Projeto ‘Cada Gota Vale’ é destaque
na área ambiental em Itapetininga
Por Everton Dias/Cidade Itapetininga
27. CIDADEBIZ 52
CIDADEBIZ 53
N o final do século 19, Itapetininga
ganhou um presente que iria
impulsionar o desenvolvimento da cidade: a
chegada da ferrovia. Com a vinda da Estrada
de Ferro Sorocabana, em 1885, Itapetininga
ganha um importante canal de escoamento
daproduçãoagrícolaeummeiodetransporte
inovador para a época, que reduziria o tempo
de viagem para a capital paulista.
A conquista também fornece uma ideia
do poder político e econômico da cidade da
época(equeperdurariaatéaprimeirametade
do século 20), pois os trilhos chegavam aqui
apenas 10 anos depois de Sorocaba e menos
de 20 anos após a inauguração da primeira
ferrovia do Estado: a Jundiaí-Santos.
Durante muitos anos, a EFS contribui para
gerar emprego e renda na cidade. E não são
poucos os itapetininganos que possuem
estreita relação com os trilhos, seja porque
trabalharam na empresa, ou porque são
filhos de quem trabalhou (ou possuem
parentes que trabalharam). O conjunto de
casas na rua Alfredo Maia, construídas para
os funcionários da empresa, mostra bem o
poder e a influência que a estrada de ferro
tinha no município.
Muito bairros surgiram, cresceram e
prosperaram ao largo dos trilhos, como a
Vila Santana, O Olho D´água, Vila Célia, Mato
Seco e os distritos de Morro do Alto e Rechã,
só para citar alguns.
Chegada da estrada de ferro
impulsionou o progresso
Estado
Com o grande
desenvolvimento econômico
baseado na cultura do café, foi
inaugurada em 1867 a primeira
ferrovia da então Província de
São Paulo, conectando Jundiaí
ao Porto de Santos. A via férrea
operada pelos ingleses da São
Paulo Railway Company (SPR)
teve seu primeiro processo de
renovação nos anos de 1890,
quando foram implantadas
e modernizadas diversas
estações,entreelasaEstaçãoda
Luz, um dos maiores terminais
ferroviários de passageiros do
País ainda hoje em operação.
Passados mais de 150 anos
de sua implantação em nosso
Estado, essa ferrovia mantém
ainda evidentes características
do padrão tecnológico
britânico, com a presença
de estações com arquitetura
preservada, oficinas, depósitos
e equipamentos de operação
ferroviária.
Mudanças
As cidades de Sorocaba
(SP) e Jundiaí (SP) mudaram
radicalmente após a chegada
das ferrovias Sorocabana
e Inglesa. A economia
teve grande ascensão e os
progressos tecnológicos e
culturais nas cidades refletem
na importância que elas têm
hoje para o estado de Sâo
Paulo.
As ferrovias deram um
novo significado histórico
para a região. No dia 13 de
junho de 1872, a estrada de
ferro Sorocabana começou
a ser construída e a vida da
população, até então marcada
fortemente pelo tropeirismo,
deu uma forte guinada.
Sorocaba foi escolhida para
ter uma ferrovia porque a
produção regional de algodão
para o porto de Santos que,
até aquele momento era feito
no lombo de muares, crescia
consideravelmente e a solução
mais moderna foi adotada. O
trecho Sorocaba – São Paulo da
ferrovia demorou três anos para
ficar pronto e foi inaugurado
em 10 de julho de 1875.
O algodão que saia de
SorocabaechegavaaSãoPaulo
era transferido para os vagões
da São Paulo Railway, também
conhecida como Inglesa, que
ligava Jundiaí a Santos e foi a
primeira ferrovia construída em
solo paulista. A Inglesa, que foi
inaugurada em 1867 e tinha o
monopólio do transporte de
mercadorias até o porto de
Santos.
Cartão Postal - Estação Sorocabana (Anos 10)
Cartão Postal - Estação Sorocabana (Anos 10)
28. CIDADEBIZ 54
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N ascida da devoção a Santa
Ana, a Vila Santana, no final
da avenida Peixoto Gomide, surgiu
como uma vila operária, composta
por funcionários da Companhia
Soares Hungria, cuja fazenda, com
aproximadamente 3 mil alqueires,
estendia-se desde o atual distrito
de Morro do Alto até a Vila Regina.
A empresa atuava na produção e
beneficiamento do algodão, óleo
e também fornecia energia elétrica
para as casas de seus funcionários,
coisa rara na época.
“A energia era fornecida por
um gerador a diesel”, afirma o
ambientalista Luiz Moreira Júnior,
nascido, criado e ainda morador
da comunidade. “Essa era a
única fonte de energia elétrica na
cidade, observa Luizinho Moreira.
Segundo ele, a vila já existia antes
da inauguração da Escola Peixoto
Gomide, em 1894.
A localização do bairro e da
indústria tinha uma razão de ser:
a proximidade com o Ribeirão dos
Cavalos e a enorme quantidade
de nascentes que existiam – e
ainda existem – na comunidade e
abasteciam o ribeirão, cuja água
era utilizada pela indústria e pelos
funcionários em suas residências.
Incêndio
Tudo ia bem para a empresa e
seusoperáriosquando,em1909,um
incêndio que parecia “impossível de
se debelar” atingiu o depósito da
companhia, onde hoje é a antiga
garagem da Viação Cometa.
“Quando seu Acácio e seu Alcindo
(Soares Hungria) foram verificar a
extensão do prejuízo, tiveram uma
grande surpresa”, conta Luizinho
Moreira. Segundo ele, que ouviu
o relato do próprio Acácio, os
empresários estavam preocupados,
acreditando que haviam perdido
toda a safra de algodão, que
estava armazenado em fardos.
“Chegando ao local, notaram que
o fogo queimou apenas metade
do galpão”, relata Moreira, “para
espanto deles, as chamas pararam
onde havia uma capelinha de Santa
Ana, que era de devoção da família”.
Ainda segundo Moreira,
agradecidos pelo fenômeno, os
empresários reservaram no alto
do morro, após o Ribeirão da Serra
(hoje Ribeirão dos Cavalos), uma
área onde foi erguido um cruzeiro,
que passou a ser frequentado
pelos funcionários da companhia.
“Os trabalhadores moravam
aqui embaixo, onde hoje é a rua
Francisco Correa Franco”, explica
Luizinho Moreira.
Com o tempo, uma capela foi
erguida no local e residências
foram sendo construídas em volta.
Primeiro, foram os trabalhadores
da Cia Soares Hungria, que erguiam
suas casas em áreas doadas pela
empresa, que fornecia também
os tijolos para a obra, todos
identificados pela letra H.
“Os tijolos eram fabricados pela
olaria do tijuco
preto, que também
pertencia à família
Hungria. Instalada
ao lado do ribeirão,
a olaria tinha uma
roda d’água que
retirava a água
do ribeirão para a
indústria e também
para os moradores”,
afirma Luiz Moreira
Júnior. Logo, vieram
os funcionários da
ferrovia, que vinha
desde o Morro do Alto até onde hoje
é a antiga estação da Fepasa (foto).
Finalmente, vieram os integrantes
do 5º Batalhão de Caçadores, entre
eles, Luiz Moreira, pai de Luizinho.
Durvalino Toledo
Descendente de escravos e
funcionário da olaria, Durvalino
Toledo foi um dos primeiros
moradores da vila e uma de suas
principais lideranças. Combatente
na Revolução de 30, ajudou a
fundar a Associação dos Amigos
de Vila Santana e o extinto clube 13
de maio. “A família Toledo trouxe a
culturaafro,osambaeofutebolpara
a comunidade”, afirma Luizinho,
lembrando que Durvalino Toledo
também criou a Escola de Samba
Escurinhos da Cidade, a primeira
agremiação do tipo em Itapetininga
e que hoje se chama Aristocratas
Samba e Cultura. A comunidade
continuou a crescer e se fortalecer
com a chegada de imigrantes, como
as famílias Gehring (que possuía
um curtume) e Kupper, que se
instalaram nas proximidades do
que hoje é a vila Olho D’água.
Vila Santana: o bairro que nasceu
da devoção a uma santa
Por Cidade Itapetininga/ Marco Vieira de Moraes
29. CIDADEBIZ 56
CIDADEBIZ 57
A lenda de um lobisomem que habitava
o cemitério do Santíssimo, instalado no
Fórum Velho, centro da cidade, marcou várias
geraçõesdeitapetininganos.Ocemitériofuncionou
até 1898, quando foi transferido para o Paquetá,
hoje, Vila Rio Branco. Foram levadas as ossadas
para o novo cemitério. O professor Juvenal Pereira
Paiva escreveu a lenda do Lobisomem e como um
“grupo de homens” conseguiu espantar o animal
desconhecido. Conforme o escritor, o suspeito de
ser o lobisomem era um carpinteiro.
“Dizia-se que todas as sextas-feiras, à meia-
noite, dele saía, por cima do muro, um enorme cão
negro, de dorso longo e recurvado, que percorria
parte da cidade em corrida de fuga acelerada, pelo
meio da rua, grandes orelhas caídas da cabeça
sempre abaixada e peluda, meio escondida entre
as pernas dianteiras.”
Os curiosos, conta o professor, notavam que o
animal após percorrer algumas, ruas, voltava ao
cemitério. Logo depois o vulto deixava o local.
A aparência era de um carpinteiro, que gozava
de honra na cidade. De corpo alto, tinha um
comportamento reservado e rosto triste.
“Segundo as opiniões, de duas uma: ou era ele
um cão perdido, medroso ou morto, encarnado
em homem; ou era um homem mesmo,
enfeitiçado, que uma noite por semana encarnava
um cão assustado, solitário e errante; tudo por
efeito de bruxaria. Naqueles tempos mal se falava
em espiritismo; nada de meta-psíquica nem
parapsicologia.”
Para enfrentar o possível animal, um grupo de
jovens queria desfazer a magia, envolvendo o
corpo do lobisomem em um grande pano de baeta
vermelha. O plano seria executado na esquina da
rua da Flores, onde hoje é a rua Saldanha Marinho.
“Interceptaram, de surpresa, a disparada do
lobisomem e o amaranharam em um grande pano
de baeta vermelha. A assombração, enrodada na
armadilha e atacada pelos cães que a perseguiam,
no desespero de libertar-se, dava salto de fúria
infernal levantando enorme poeira, à luz da lua; e
soltava latidos estranhos, como gritos humanos,
uivantes, terríveis, que puseram em fuga os
autores do ataque, apavorados, eles próprios, com
a reação horrenda do fantasma.”
No dia seguinte foram verificar o resultado.
De acordo com a lenda escrita pelo professor,
o carpinteiro estava machucado no rosto e nas
mãos, com cortes produzidos por dentes de
cachorro. Em suas barbas, os autores viram
vestígios, provavelmente, de lã vermelha de baeta.
O desaparecimento do lobisomem foi creditado,
por um lado, pela magia desfeita e de outro pela
transferência dos túmulos.
“Quando o pobre homem passava, já velho,
grande e taciturno, a passos largos, as crianças
na rua, instintivamente, paravam de brincar,
enfileirando-se junto à parede. Entreolhavam-se
receosas, seguiam de vista o vulto até bem longe
e cochichavam: Ele já foi lobisomem!... ”, finalizava
o conto.
LENDA DE ITAPETININGA: Lobisomem
habitava o cemitério do Santíssimo
31. CIDADEBIZ 60
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