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ARTROLOGIA
Faculdade de Motricidade Humana
Anatomofisiologia I – 2004-05
Prof. RAUL OLIVEIRA
FISIOLOGIA ARTICULAR - TEMAS
Constituintes articulares e
suas funções
Tipos de articulações e
classificação
Eixos e movimentos articulares
Inervação articular
Factores de estabilidade articular
1. Articulações imóveis – o movimento é praticamente
nulo. A ligação entre os ossos estabelece-se através de
bordos e não por superfícies ósseas. Ex. Ossos do crâneo
CLASSIFICAÇÃO GRAU DE MOBILIDADE
Kahle e colegas, 1991
3. Articulações móveis – apresentam movimentos de
maior amplitude e constituem a maior parte do sistema
articular.
2. Articulações semi-móveis – apresentam movimentos
de pequena amplitude. Ex. Sínfise púbica.
CRITÉRIO - presença da membrana sinovial
CLASSIFICAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES
1. DIARTROSES, SINOVIAIS ou articulações móveis
2. ADIARTROSES OU ASSINOVIAIS
(impropriamente chamadas imóveis)
DIARTROSES - ARTICULAÇÕES MÓVEIS
ELEMENTOS de uma ARTICULAÇÃO MÓVEL
2
ELEMENTOS DE UMA ARTICULAÇÃO MÓVEL
SUPERFÍCIES ARTICULARES - zonas de contacto
entre os ossos de uma articulação normalmente
revestidas de cartilagem hialina.
CONSTITUINTES PRINCIPAIS DE UMA ARTICULAÇÃO
CARTILAGEM ARTICULAR - reveste as superfícies articulares
Espessura variável
Nos adultos, não é enervada
nem irrigada, sendo o líquido
sinovial a sua principal fonte
de nutrição - mecanismo de
imbibição
O MOVIMENTO NORMAL é essencial para a manter todas as
características da cartilagem histoquímicas e biomecânicas
FUNÇÕES DA CARTILAGEM ARTICULAR
1. Assegura uma função de revestimento que protege o
osso.
2. Garante uma congruência articular com diminuição
das forças de atrito facilitando o movimento articular
com baixo coeficiente de fricção.
3. Transmissão e distribuição de elevadas forças
compressivas e de cargas de deformação do osso
subcondral.
MEIOS DE UNIÃO : CÁPSULA ARTICULAR E LIGAMENTOS
Elementos de contenção estática/passiva que garantem a
estabilidade articular
Cápsula articular - Estrutura
fibrosa que envolve as articulações
móveis delimitando uma cavidade
articular, separando o meio intra-
articular do meio periarticular.
É revestida internamente pela membrana sinovial e
externamente reforçada pelos ligamentos
Apresenta irrigação e é enervada
Ligamentos – Estruturas de tecido fibroso que
reforçam a função estabilizadora da cápsula.
A) Ligamentos articulares:
1) ligamentos capsulares
2) ligamentos extra-capsulares
São vascularizados e enervados (mecanoreceptores)
TIPOS DE LIGAMENTOS
B) Ligamentos intra-articulares
3
D) Ligamentos que oferecem
superfície articular
TIPOS DE LIGAMENTOS
C) Ligamentos à distancia
ou ligamentos comuns a
várias articulações
(ligamentos da coluna vertebral).
FUNÇÕES DOS LIGAMENTOS
1) Factores de limitação da mobilidade (movimentos
extremos nos planos fisiológicos ou movimentos em planos
não desejados) reforçando a cápsula na sua função de
manter a estabilidade articular. FUNÇÃO MECÂNICA
2) Sensíveis aos movimentos extremos, limitando-os
mecanicamente e desencadeando informações que
accionam os mecanismos de protecção activa (contracção
dos músculos periarticulares) - MEIOS DE ESTABILIDADE
DINÂMICA.
MEMBRANA SINOVIAL
Reveste o interior da cápsula e todas as superfícies
não cobertas por cartilagem hialina.
É vascularizada (rede de capilares vasculares e
linfáticos) e enervada, pelo que tem capacidades
regenerativas importantes.
4) Constitui um filtro para as trocas entre a cavidade articular
e os tecidos, com capacidades de depuração e fagocitárias.
FUNÇÕES DA MEMBRANA SINOVIAL
1) Preenchimento dos espaços livres intra-articulares;
2) Permitem o movimento articular sem causar danos
3) Produz e reabsorve o liquido sinovial mantendo o
equilíbrio fisiológico quanto ao seu volume e sua
composição.
LIQUIDO SINOVIAL
Liquido claro, incolor ou amarelado, mais viscoso do que a
água, mucoso (pH ligeiramente alcalino, 7,3 em repouso).
O movimento articular estimula a produção de liquido sinovial.
3) Tem um efeito de coaptação articular, contribuindo para a
manutenção da união entre as superfícies em contacto, através
de um mecanismo de vácuo.
2) Actua como fluido lubrificante, diminuindo o coeficiente de
fricção entre as superfícies articulares.
1) Principal fonte de nutrição da cartilagem articular
A região mais central do menisco, está directamente ligada ao
amortecimento e dissipação das forças axiais, e é constituída por
tecido cartilagíneo. É uma zona avascular.
FIBROCARTILAGENS INTER-ARTICULARES - MENISCOS
Localizadas no espaço intra-articular e constituídas por
fibrocartilagens
A região fibrosa do menisco
pode estar ligada à cápsula
articular ou aos ligamentos de
reforço com a função de
preencher espaços, melhorando
a congruência articular. É
vascularizada.
4
FUNÇÕES dos MENISCOS
DEBRUNS OU FIBROCARTILAGENS PERIFÉRICAS
Estruturas fibro-cartilagíneas em
forma de anel, dispostas
periféricamente nas superfícies
articulares
Aumentam a superfície de
contacto articular (ex. debrum
glenoideu ou cotiloideu) melhorando a
congruência e a estabilidade
articular.
BOLSAS SEROSAS
Servem para minimizar as forças de atrito e de fricção entre
as estruturas músculo-tendinosas que cruzam/atravessam
a região periarticular e a cápsula articular
Articulação tíbio-társica:
tendões, bainhas sinoviais e
retinaculuns
Wyke (1967), identificou 4 tipos de receptores articulares
INERVAÇÃO ARTICULAR
As estruturas articulares informam o SN acerca do sentido
de posição articular e dos movimentos articulares
Baixo limiar de excitabilidade. Receptores de adaptação
lenta e mtº sensíveis ao stress mecânico (variações de
pressões intra e extra-articulares).
RECEPTORES DE TIPO I –RUFFINI
Pequenos mecanoreceptores localizados nas camadas
periféricas das cápsulas articulares.
Contribuem para dar o “sentido” de posição articular, a
direcção dos movimentos, as alterações da pressão
atmosférica
5
Apenas são estimulados quando a articulação é submetida a
uma mudança brusca de movimento e por um tempo reduzido.
RECEPTORES DE TIPO II – PACINNI
Grandes e localizam-se nas camadas profundas das cápsulas
articulares, no tecido adiposo intra-articular e extra-articular.
Baixo limiar de excitabilidade e de adaptação rápida
Sensíveis à variação de velocidade do movimento (aceleração)
RECEPTORES DE TIPO III - TERMINAÇÕES
DE GOLGI
Localizam-se nos ligamentos intra-articulares e extra-
articulares das articulações periféricas
Dão informações sobre o sentido de posição articular e são
sensíveis à tracção longitudinal permanente.
Têm elevado limiar de excitabilidade e são de adaptação muito
lenta.
RECEPTORES DE TIPO IV
Sistema nocioceptivo
Terminações nervosas livres
Plexo de fibras amielínicas que se distribuem pela cápsula articular,
membrana sinovial, ligamentos, almofadas de tecido adiposo, osso,
periósteo, tendões, fascias e aponevroses, vasos sanguíneos.
São de elevado limiar de excitabilidade e não adaptáveis.
O Sistema é activado qd as fibras são expostas a stress
mecânico (p.ex em movimentos que ultrapassam os limites de resistência
biomecânica) ou a factores de irritação química (libertação de
histamina, exsudado inflamatório).
FACTORES DE ESTABILIDADE ARTICULAR FUNCIONAL
1. Arquitectura osteoarticular - Osteocinemática e
artrocinemática
2. Complexo capsulo-ligamentar - função mecânica e
sensorial
3. Estruturas músculo-tendinosas - Estabilidade dinâmica
4. Estruturas aponevróticas (envolvimento exterior)
5. Factor carga/ pressão atmosférica
COORDENAÇÃO NEURO-MUSCULAR

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  • 1. 1 ARTROLOGIA Faculdade de Motricidade Humana Anatomofisiologia I – 2004-05 Prof. RAUL OLIVEIRA FISIOLOGIA ARTICULAR - TEMAS Constituintes articulares e suas funções Tipos de articulações e classificação Eixos e movimentos articulares Inervação articular Factores de estabilidade articular 1. Articulações imóveis – o movimento é praticamente nulo. A ligação entre os ossos estabelece-se através de bordos e não por superfícies ósseas. Ex. Ossos do crâneo CLASSIFICAÇÃO GRAU DE MOBILIDADE Kahle e colegas, 1991 3. Articulações móveis – apresentam movimentos de maior amplitude e constituem a maior parte do sistema articular. 2. Articulações semi-móveis – apresentam movimentos de pequena amplitude. Ex. Sínfise púbica. CRITÉRIO - presença da membrana sinovial CLASSIFICAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES 1. DIARTROSES, SINOVIAIS ou articulações móveis 2. ADIARTROSES OU ASSINOVIAIS (impropriamente chamadas imóveis) DIARTROSES - ARTICULAÇÕES MÓVEIS ELEMENTOS de uma ARTICULAÇÃO MÓVEL
  • 2. 2 ELEMENTOS DE UMA ARTICULAÇÃO MÓVEL SUPERFÍCIES ARTICULARES - zonas de contacto entre os ossos de uma articulação normalmente revestidas de cartilagem hialina. CONSTITUINTES PRINCIPAIS DE UMA ARTICULAÇÃO CARTILAGEM ARTICULAR - reveste as superfícies articulares Espessura variável Nos adultos, não é enervada nem irrigada, sendo o líquido sinovial a sua principal fonte de nutrição - mecanismo de imbibição O MOVIMENTO NORMAL é essencial para a manter todas as características da cartilagem histoquímicas e biomecânicas FUNÇÕES DA CARTILAGEM ARTICULAR 1. Assegura uma função de revestimento que protege o osso. 2. Garante uma congruência articular com diminuição das forças de atrito facilitando o movimento articular com baixo coeficiente de fricção. 3. Transmissão e distribuição de elevadas forças compressivas e de cargas de deformação do osso subcondral. MEIOS DE UNIÃO : CÁPSULA ARTICULAR E LIGAMENTOS Elementos de contenção estática/passiva que garantem a estabilidade articular Cápsula articular - Estrutura fibrosa que envolve as articulações móveis delimitando uma cavidade articular, separando o meio intra- articular do meio periarticular. É revestida internamente pela membrana sinovial e externamente reforçada pelos ligamentos Apresenta irrigação e é enervada Ligamentos – Estruturas de tecido fibroso que reforçam a função estabilizadora da cápsula. A) Ligamentos articulares: 1) ligamentos capsulares 2) ligamentos extra-capsulares São vascularizados e enervados (mecanoreceptores) TIPOS DE LIGAMENTOS B) Ligamentos intra-articulares
  • 3. 3 D) Ligamentos que oferecem superfície articular TIPOS DE LIGAMENTOS C) Ligamentos à distancia ou ligamentos comuns a várias articulações (ligamentos da coluna vertebral). FUNÇÕES DOS LIGAMENTOS 1) Factores de limitação da mobilidade (movimentos extremos nos planos fisiológicos ou movimentos em planos não desejados) reforçando a cápsula na sua função de manter a estabilidade articular. FUNÇÃO MECÂNICA 2) Sensíveis aos movimentos extremos, limitando-os mecanicamente e desencadeando informações que accionam os mecanismos de protecção activa (contracção dos músculos periarticulares) - MEIOS DE ESTABILIDADE DINÂMICA. MEMBRANA SINOVIAL Reveste o interior da cápsula e todas as superfícies não cobertas por cartilagem hialina. É vascularizada (rede de capilares vasculares e linfáticos) e enervada, pelo que tem capacidades regenerativas importantes. 4) Constitui um filtro para as trocas entre a cavidade articular e os tecidos, com capacidades de depuração e fagocitárias. FUNÇÕES DA MEMBRANA SINOVIAL 1) Preenchimento dos espaços livres intra-articulares; 2) Permitem o movimento articular sem causar danos 3) Produz e reabsorve o liquido sinovial mantendo o equilíbrio fisiológico quanto ao seu volume e sua composição. LIQUIDO SINOVIAL Liquido claro, incolor ou amarelado, mais viscoso do que a água, mucoso (pH ligeiramente alcalino, 7,3 em repouso). O movimento articular estimula a produção de liquido sinovial. 3) Tem um efeito de coaptação articular, contribuindo para a manutenção da união entre as superfícies em contacto, através de um mecanismo de vácuo. 2) Actua como fluido lubrificante, diminuindo o coeficiente de fricção entre as superfícies articulares. 1) Principal fonte de nutrição da cartilagem articular A região mais central do menisco, está directamente ligada ao amortecimento e dissipação das forças axiais, e é constituída por tecido cartilagíneo. É uma zona avascular. FIBROCARTILAGENS INTER-ARTICULARES - MENISCOS Localizadas no espaço intra-articular e constituídas por fibrocartilagens A região fibrosa do menisco pode estar ligada à cápsula articular ou aos ligamentos de reforço com a função de preencher espaços, melhorando a congruência articular. É vascularizada.
  • 4. 4 FUNÇÕES dos MENISCOS DEBRUNS OU FIBROCARTILAGENS PERIFÉRICAS Estruturas fibro-cartilagíneas em forma de anel, dispostas periféricamente nas superfícies articulares Aumentam a superfície de contacto articular (ex. debrum glenoideu ou cotiloideu) melhorando a congruência e a estabilidade articular. BOLSAS SEROSAS Servem para minimizar as forças de atrito e de fricção entre as estruturas músculo-tendinosas que cruzam/atravessam a região periarticular e a cápsula articular Articulação tíbio-társica: tendões, bainhas sinoviais e retinaculuns Wyke (1967), identificou 4 tipos de receptores articulares INERVAÇÃO ARTICULAR As estruturas articulares informam o SN acerca do sentido de posição articular e dos movimentos articulares Baixo limiar de excitabilidade. Receptores de adaptação lenta e mtº sensíveis ao stress mecânico (variações de pressões intra e extra-articulares). RECEPTORES DE TIPO I –RUFFINI Pequenos mecanoreceptores localizados nas camadas periféricas das cápsulas articulares. Contribuem para dar o “sentido” de posição articular, a direcção dos movimentos, as alterações da pressão atmosférica
  • 5. 5 Apenas são estimulados quando a articulação é submetida a uma mudança brusca de movimento e por um tempo reduzido. RECEPTORES DE TIPO II – PACINNI Grandes e localizam-se nas camadas profundas das cápsulas articulares, no tecido adiposo intra-articular e extra-articular. Baixo limiar de excitabilidade e de adaptação rápida Sensíveis à variação de velocidade do movimento (aceleração) RECEPTORES DE TIPO III - TERMINAÇÕES DE GOLGI Localizam-se nos ligamentos intra-articulares e extra- articulares das articulações periféricas Dão informações sobre o sentido de posição articular e são sensíveis à tracção longitudinal permanente. Têm elevado limiar de excitabilidade e são de adaptação muito lenta. RECEPTORES DE TIPO IV Sistema nocioceptivo Terminações nervosas livres Plexo de fibras amielínicas que se distribuem pela cápsula articular, membrana sinovial, ligamentos, almofadas de tecido adiposo, osso, periósteo, tendões, fascias e aponevroses, vasos sanguíneos. São de elevado limiar de excitabilidade e não adaptáveis. O Sistema é activado qd as fibras são expostas a stress mecânico (p.ex em movimentos que ultrapassam os limites de resistência biomecânica) ou a factores de irritação química (libertação de histamina, exsudado inflamatório). FACTORES DE ESTABILIDADE ARTICULAR FUNCIONAL 1. Arquitectura osteoarticular - Osteocinemática e artrocinemática 2. Complexo capsulo-ligamentar - função mecânica e sensorial 3. Estruturas músculo-tendinosas - Estabilidade dinâmica 4. Estruturas aponevróticas (envolvimento exterior) 5. Factor carga/ pressão atmosférica COORDENAÇÃO NEURO-MUSCULAR