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1
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO LESTE DE MG
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO
Deyverson Franclein Paranhos Avelino
ALIMENTAÇÃO ITINERANTE
Coronel Fabriciano
2015
2
Deyverson Franclein ParanhosAvelino
ALIMENTAÇÃO ITINERANTE
Monografia apresentada pelo acadêmico
Deyverson Franclein como exigencia do
curso de graduação em Arquietura e
Urbanismo do Centro Universitário do
Leste de MG.
Orientador: Vinícios Ávila
Coronel Fabriciano
2015
3
AGRADECIMENTOS
Ao
Prof. Vinicius Ávila do UNILESTE
pelas orientações acadêmicas.
Minha mãe e meu pai, Marlene e Serafim
por me apoiar nessa trajetória
Minha esposa, Mara Assis
devido a compreensão das horas ausentes..
8
LISTA DE ILUSTRAÇÕES:
FIGURA 1. Origem do comércio e evolução do homem ...............................17
FIGURA 2. Intervenção Rotativos.................................. ...............................33
FIGURA 3.Adaptação Rotativos........................................ ............................34
FIGURA 4. Rolando massinha........................................ ...............................35
FIGURA 5. Questionério de entrevista do comércio......................................37
FIGURA 6. Mapeamento de possíveis itinerancias em Timóteo ...................39
FIGURA 7. Fotos de Timóteo......................................... ...............................40
FIGURA 8. Diagrama de horários................................... ...............................41
FIGURA 9. Rota dos sabores em Coronel Fabriciano.... ...............................42
FIGURA 10. Itinerancia intermunicipal.......................... ...............................43
FIGURA 11. Carros para adaptações.............................. ...............................45
FIGURA 12. Spinter........................................................ ...............................45
FIGURA 13. Veículos usados para adaptações............... ...............................46
9
LISTA DE ABREVIAÇÕES:
AEA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENGENHARIA AUTOMOTIVA
CEFET CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA
CONTRAN CONSELHO NACIONAL DE TRANSITO
FIPE FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS
INMETRO INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, QUALIDADE E
TECNOLOGIA
TPU TERMO DE PERMISSÃO DE USO
10
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...........................................................................13
2. OBJETIVOS................................................................................14
2.1 Objetivo geral..............................................................14
2.1 Objetivos específicos de pesquisa...............................15
3. JUSTIFICATIVA.......................................................................15
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..................................................16
4.1 Origem do comércio....................................................16
4.2 Comércio itinerante.....................................................18
4.3O Comércio e a identidade social ................................21
4.4 Abordagem social do comércio...................................24
4.5 Comércio de alimento itinerante .................................26
4.6 Legislações para comércio itinerante..........................28
4.6.1 Legislações.....................................................29
5. PROPOSTAS ANÁLOGAS......................................................32
6. SEMINÁRIO..............................................................................35
7. APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA DE TCC2.....................38
7.1 Possibilidades para proposta de TCC2........................44
8. CONCLUSÃO.............................................................................47
9. REFERÊNCIAS..........................................................................49
11
RESUMO
O comércio itinerante é uma das atividades comerciais mais antigas do mundo.
Evoluiu ao longo do tempo e se renova a cada dia de forma a atender as
necessidades reais de cada época. Em meio as inovações e o surgimento de
novas formas de comercializar, o seguimento itinerante se destaca como uma
forma direta e rápida de atendimento ao cliente. Aliado as mudanças sociais e
aos avanços tecnológicos como a internet se firma a cada dia como uma opção
forte de comercialização. Estudar a atuação urbana do comércio itinerante no
ambiente e suas influencias é um dos propósitos buscados pela pesquisa. A
dinâmica urbana e o corpo no espaço se tornaram alvos de estudo indispensáveis
para as respostas sobre as melhores formas de atuação comercial a qual justifica
esse trabalho. A pesquisa foi sustentada por estudos sobre o comércio em geral,
desde a necessidade de seu surgimento a suas adaptações ao longo do tempo que
influenciam nos dias atuais, pois dessa forma foi possível identificar os
momentos em que a necessidade de evolução prevaleceu. Claramente foi
compreendido o porquê das novas formas de comercialização que se originaram
a partir da simples troca dos antepassados se fez necessária. Após pesquisas
históricas e referencias atuais surge um novo modelo de comércio itinerante, o
de alimentação. O FOOD TRUCK. O qual ainda tímido e desregrado é possível
identificar falhas e propor soluções. E através de pesquisas técnicas ficaram
evidenciadas as preferencias da população e os reflexos na sociedade Urbana.
Palavras chave: [História do comercio, necessidade de evolução, corpo no
espaço, Sociedade urbana].
12
ABSTRACT
The itinerant trade is one of the oldest commercial activities in the world. It
evolved over time and is renewed every day to meet the real needs of each era.
Among the innovations and the emergence of new forms of marketing, the
itinerant follow-up stands out as a direct and fast customer service. Allied social
and technological advances such as the internet changes every day it stands as a
strong option marketing. Study the urban action of itinerant trade on the
environment and their influence is one of the purposes sought by the survey. The
urban dynamics and the body in space have become indispensable to study
targets the answers about the best forms of commercial activity which justifies
this work. The research was supported by studies on trade in general, from the
need for its emergence to its adaptations over time that influence today, because
that way we could identify the times when the need for evolution prevailed. It
was clearly understood why the new forms of marketing that originated from the
simple exchange of ancestors was needed. After historical and current references
research emerges a new itinerant trade model, the supply. The FOOD TRUCK.
Which still shy and unruly can identify gaps and propose solutions. And through
technical research were highlighted the preferences of the population and
reflections on the Urban Society.
Keywords: History of trade, the need for evolution, body in space, urban society.
13
1. INTRODUÇÃO
Ja dizia o filósofo Marco Túlio Cícero (107 a.C.) “O prazer dos banquetes
não está na abundância dos pratos e, sim, na reunião dos amigos e na
conversação". Cada vez mais os brasileiros estão procurando comida fora de
casa. O aumento da classe média no país abriu uma porta significativa ao setor
alimentício, onde registrou um crescimento de 12,5% apenas em 2012. Os lucros
da área gourmet saíram de 13% para 17% ao ano nos últimos 20 anos, e o
mercado ainda carece de novos estabelecimentos. Atualmente 31% das pessoas
do país consomem comida na rua semanalmente, número que em um futuro
próximo deve atingir 50% (até 2020). (SEBRAE 2012)
Segundo Antônio Carlos De Faria, responsável pelos estudos e divulgação
do folheto Anuário Brasileiro da Alimentação Fora do Lar (2012) e também do
Portal Alimentação Fora do Lar (2012), a prosperidade do setor é uma crescente
realidade. Dentre as diversas opções de comercio de alimentos que a população
pode desfrutar em meio a correria do dia a dia estão os ambulantes que fornecem
alimentação rápida e de forma itinerante, ou seja, são pessoas a pé com
carrinhos ou em carros adaptados que saem em circulação pela cidades em busca
de seus clientes.
A regulamentação da lei da comida de rua já é discutida e praticada na
cidade de São Paulo e deve se alastrar para o restante do país. As normas
regulamentadoras permite a venda de alimentos em espaços públicos, liberando
também o uso de veículos adaptados para esse tipo de seguimento.
Evidentemente esse modelo representa uma grande oportunidade para quem
quer se aventurar no ramo, porém, é importante saber que legalização para a
venda de alimentos na rua depende do alvará das prefeituras. Ou seja, Significa
que não basta escolher um ponto, estacionar o veículo e vender.
14
Dentre as dificuldades para quem vende comida na rua estão às condições
do tempo como chuva, frio e calor forte que podem afastar a clientela. Bem
diferente de um lugar fechado e com ar-condicionado. Por outro lado, trata-se de
um ramo até então bem-sucedido. Os comerciantes itinerantes existem em várias
partes do mundo como Nova York, Londres e Paris. Chefs de cozinha
renomados de São Paulo já sinalizaram que vão investir em tal empreendimento
porque sabem ser um nicho com perspectivas muito interessantes. (DAHE.
RENATA, 2015).
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo geral
A pesquisa tem como foco entender a dinâmica funcional de atuação dos
comerciantes itinerantes, buscando no passado o surgimento de sua necessidade
e também sua evolução até os dias atuais, analisando o progresso das formas de
garantia da qualidade de atendimento e desenvolvimento dos produtos a serem
oferecidos por parte do empresário. Ao mesmo tempo entender de que forma os
cuidados e medidas tomadas atende as expectativas dos consumidores. Fazendo
uma comparativa com restaurantes não itinerantes, a qual conta com amplos
espaços de preparo e fornecimento de alimentos.
Outro fator importante a ser estudado são os meios e formas a qual essa
“cultura” pode e irá influenciar, seja no espaço geográfico, nos costumes
conservadores de cada individuo e até mesmo na quebra de rotina e da paisagem
urbana. O estudo tem como objetivo amplo diagnosticar os impactos de um
empreendimento como esse, analisando de quais formas ele poderá influenciar o
15
estilo de vida da população.
2.2. Objetivos expecificos de pesquisa
Dentre as áreas especificas a serem estudadas estão a origem do comércio,
afim de entender a partir de qual momento as necessidades do comércio
itinerante se fizeram necessárias, o comércio itinerante e toda a sua abrangência
de tipologias, o comércio e a identidade social que ele representa no cotidiano
das pessoas, abordagem social do comércio itinerante a fim de entender as
formas de captação e resposta social a evolução das formas de comércio,
percepções criadas e legislações respeitadas para comércio de comida itinerante,
aceitação urbana e as referencias existentes para objeto de estudo. Entender
especificamente a relação do corpo a partir do micro espaço em relação ao
macro espaço das cidades.
3. JUSTIFICATIVA
O ramo alimentício tende a crescer, e há pesquisas que apontam o desejo
dos brasileiros em empreender. Para o arquiteto que antes projetava restaurantes
e lanchonetes apenas para o “chão de terra” tem agora outras possibilidades com
comercio itinerante. Um desafio para novas propostas de projetos sobre rodas.
(SEBRAE 2012)
O que é proposto hoje em tecnologia de adaptações e legislações para
funcionamento dos carros de comida itinerante no Brasil em sua maioria não
atende as reais necessidades do empreendedor, são cópias de países como a
16
Inglaterra e EUA que vivem de uma cultura diferente, sendo necessária uma
releitura por parte do comercio brasileiro para se adaptar a realidade local de
atuação.
Enfim, as pessoas continuaram se alimentando, muitas na correria do dia a
dia do trabalho e outras no lazer. Dentre os diversos motivos que levam as
pessoas a se alimentarem na rua esta a resposta do crescimento do setor. Porém
algumas respostas ainda têm de ser buscadas como: Quais as dificuldades em
atender as necessidades do comerciante e dos clientes no mutante espaço do
comercio itinerante? Obedecendo as legislações tanto de adaptações de carros
como as necessidades de um restaurante? Como atrair clientes? Como atuar?
São respostas ainda pouco conhecidas. Uma exigência é certa, os comerciantes
itinerantes necessitam de uma forma de projetar além do m² ( metro quadrado) é
necessário pensar o projeto tridimensionalmente atento ao seu espaço por
volume, considerando mais profundamente as condições climáticas e
geográficas.
“Por trás de cada um desses carros de comida tem a história de alguém
que em algum momento resolveu mudar de vida... muitas vezes jogar tudo para
o alto e recomeçar de outro jeito”. (DAHE. RENATA, 2015).
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4.1. Origens do comércio
“O desenvolvimento das trocas naturais foi o primeiro passo para que a
atividade comercial se firmasse”. (RAINER. SOUSA, 2015)
17
FIGURA 1: Origem do Comércio e evolução do Homem.¹
Fonte: Página - Comércio Exterior O que é? 2012.
Atualmente é impossível identificar com precisão a origem do comércio,
porém há indícios históricos de tipologias comerciais mais relevantes ao fim da
antiguidade e inicio da era medieval.
Caracterizando o comércio ainda na era medieval, podemos identificar a
figura do homem ou chefe familiar em especificas habilidade de trabalho, que
para um maior ganho de produção dedicava maior parte de seu tempo na
realização de suas atividades como a caça, a pesca e o plantio. Desse modo,
garantia o sustento de sua família por um determinado tempo. Porém, ao se
dedicarem a essas determinadas atividades para seu sustento, esses trabalhadores
conhecidos como camponeses não teriam tempo para seu sustento, esses
trabalhadores conhecidos como camponeses não teriam tempo para se dedicar a
1 - Disponivel em: <http://slideplayer.com.br/slide/1777117/> acessado em março de 2015.
18
realização de outras atividades que também integravam parte de suas outras
necessidades essenciais, como vestuário, e ferramentas.
Buscando suprir a falta de produtos que se faziam necessária, os
camponeses recorriam à produção de outros para então trocar o que ambos
tinham de excedentes. Assim, as primeiras atividades comerciais se baseavam
em trocas naturais em que as partes estipulavam livremente a quantidade e os
produtos que poderiam envolver as suas negociações.
Além da troca de mercadorias para abastecimento de suas próprias
necessidades algumas iguarias como o milho, arroz, feijão e principalmente o sal
foram uma das primeiras moedas de troca, sugerindo até mesmo a origem da
palavra salário e eram formas de pagamento de impostos para o rei na era
medieval. Com o fim do feudalismo e o nascimento do capitalismo o comércio
ganhou ainda mais forças e os camponeses deram origem aos comerciantes que
em busca de suprir suas necessidades e ter uma maior variedade, saiam do
campo com sua produção excedente e circulavam com carroças e "balaios" pelos
povoados trocando seus produtos. E dessa forma originou-se a primeira
tipologia de comércio itinerante.
4.2. Comércio Itinerante
Inicialmente os comerciantes itinerantes atendiam aos povoados locais e
mais tarde foi de extrema importância no abastecimento dos centros de
concentração de guerras provenientes das cruzadas. Era também muito comum
haver comercialização entre os comerciantes itinerantes locais com viajantes que
passavam pelos povoados rumo a outros destinos.
19
Depois de algum tempo, por praticidade de venda e o fim das constantes
guerras, os comerciantes itinerantes passaram a se encontrar em lugares
específicos dos povoados, facilitando assim o encontro e a comercialização de
seus produtos em locais de maior aglomeração de pessoas. Logo, naturalmente
esses encontros se tornavam acontecimentos culturais que atendiam aos anseios
populares. Surgiram então as primeiras tipologias de comércio fixo, muito
semelhante às feiras dos dias atuais e que mudava totalmente a rotina e a
dinâmica do comércio antes itinerante, fazendo com que a partir de então o
comerciante em seu ponto fixo esperasse o cliente, e não mais buscasse por eles.
Com natural evolução, a comercialização tornou-se cada vez mais
complexa e envolvia uma variedade cada vez maior de produtores, exigindo dos
comerciantes uma maior dinamicidade das formas de atendimento, transporte e
venda de seus produtos.
Embora após séculos da consolidação da nova forma fixa de comercializar
e a popularização da moeda como base de troca não houve a extinção das formas
de comercialização itinerante, e mesmo havendo lojas, mercearias, bares e
padarias em locais fixos da cidade muito parecidos fisicamente com a que se
conhece atualmente eram crescentes o número de ambulantes que nela
circulavam e comercializavam. Reflexo do aumento cada vez maior da
transposição do homem do campo para a cidade, que criava uma necessidade
cada vez maior de abastecimento alimentar. Independente de sua tipologia,
itinerante ou fixa, a população buscava variedade.
Já em 1700, com uma forma de comercialização mais ampla e definida,
houve a criação das primeiras normas e legislação especifica de diferentes
governos a fim de controlar e taxar as tipologias de comércio, e incluía
principalmente as formas itinerantes de comercialização. Em cidades como New
York, antes conhecida como Nova Amsterdam houve uma autorização dos
governantes para a atuação dos comerciantes itinerantes, que igualmente aos
20
comerciantes fixos pagavam impostos para atuação na cidade. No entanto, a
concorrência dos “itinerantes” que aumentavam cada vez mais não estava
agradando os empresários e era “mal vista” pelo comércio fixo, que alegavam
um prejuízo ao setor econômico da cidade, por se apropriavam do espaço em
frente as suas lojas, nas calçadas, atrapalhando a venda e a circulação das
pessoas, além de não garantirem a qualidade dos produtos que vendiam.
As prefeituras e os governantes sabiam que simplesmente extinguindo os
comerciantes itinerantes provocariam um desfalque ao abastecimento das
cidades e ao mesmo tempo aumentariam o número de vagabundos pelas ruas
provocando um caos público.
Os comerciantes itinerantes por sua vez lucravam cada vez mais em
proximidades de locais com maior numero de circulação de pessoas, como
igrejas e escolas. Alguns governos sobre pressão de grandes empresários
acabavam removendo os ambulantes das calçadas, fornecendo um espaço
específico para eles. Espaço que diferente das formas de transição anteriores
(Itinerante para fixa) não aconteceu naturalmente e de forma espontânea, e sim
por forças de medidas econômicas e políticas. Ações que teoricamente evitavam
conflitos com os empresários de lojas fixas e ao mesmo tempo ordenavam os
espaços públicos. No entanto ao mesmo tempo em que essas medidas
favoreciam os comerciantes itinerantes e a cidade, trazendo o comerciante
itinerante para um local de comércio fixo, abriam vagas para o surgimento de
novos comerciantes itinerantes que tornavam a ambular pela cidade.
Além dos comerciantes itinerantes que viam uma oportunidade de
crescimento em suas vendas na cidade, outro fator influenciaria mais tarde a
continuidade da forma itinerante de comércio, a indústria. Em pleno vapor a
indústria em meados do século XIX contava amplamente com o comércio
itinerante. As linhas férreas, por exemplo, abasteciam seus empregados levando
em carrinhos adaptados alimentos e bebidas nos trechos onde estivessem
21
possibilitando assim o desenvolvimento da indústria e o avanço mundial.
(RAINER. SOUSA, 2015)
Enfim as atividades comerciais começaram de forma itinerante, com
“carrinhos” puxados a mão e carroças, tornando-se um empreendimento de
locais fixo devido a cultura de troca em encontros centralizados e em ambientes
com maior densidade populacional. Porém a forma de comércio itinerante
persistiu devido a necessidade de diferentes setores econômicos durante a
história e também ao empreendedorismo de comerciantes que buscavam clientes
onde eles estivessem, garantindo uma maior rentabilidade.
O comércio passou por grandes evoluções que garantiram maior conforto
e comodidade aos clientes nos dias atuais. Graças a evolução do comércio no
passado há grandes centros de comercialização atualmente, como magazines os
shopping centers e a venda pela internet, formas de comércio que não eram
imaginadas há 100 anos. (RAINER. SOUSA, 2015)
4.3. O comércio e a identidade social
Atualmente o comércio tem diversas maneiras de vender seus produtos:
na própria loja, à distância, pela internet ou itinerante. São variadas as opções
que se desenvolveram do comércio tradicional ao longo da história. Esse
desenvolvimento é a resposta para as necessidades da população que carece cada
vez mais de tempo e praticidade, é algo que a população na dinâmica do dia-a-
dia se identifica. No entanto, muito se ganhou e se perdeu na evolução
comercial, reflexo da nova e diferente rotina do homem contemporâneo.
A forma de comercialização itinerante é um seguimento do comércio
tradicional que mais tem se destacado no cenário do comercio mundial,
22
impulsionado pela divulgação via internet. E Por diferentes fatores ligados a
dinâmica urbana o comércio itinerante passa por constantes ajustes de atuação
na sociedade, fazendo com que auto se renovem e atendam as novas exigências
da população, respeitando a cidade e adequando-se ao seu espaço.
“A compreensão do tempo e do espaço, é originada através
de processos materiais que são utilizados pela representação
da vida social, logo cada sociedade, cada meio, reproduz
sentimentos diferentes, proporcionando o surgimento do
espaço de maneira individualizada de acordo com as
origens, pois as relações de poder sempre estão implícitas
nas práticas temporais e espaciais”. (Harvey 1996).
Ao analisar o conceito de espaço dado por Harvey é notável o sentido
dado a cidade como um espaço que sofre interferências de um todo, partindo de
anseios individuais.
Para a compreensão das interferências do comércio sobre sociedade, é
necessária a definição de um conceito básico criado a partir dessa relação. A
IDENTIDADE.
Os comerciantes itinerantes tornam os espaços a qual ocupam e
comercializam em um ponto mais humanizado e de grande peso econômico,
justificado pela a movimentação de fluxos de pessoas, veículos e produtos.
Individualmente todos tem uma história de identidade com algum lugar ou
espaço da cidade, e a simples passagem por determinados lugares contribuem
para a sua dinâmica de funcionamento. Juntamente com a identidade de um
lugar estão inseridos as lembranças e os sentimentos que justificam a atração
que levam a preferência por ele. Os motivos que a levam a estabelecer esse
vínculo sentimental para determinados espaços podem ser fruto de
23
“preferencias”. Podendo ser preferencias alimentares, de lazer, ou de
simplesmente uma preferência de trajeto na rotina para o trabalho.
Os locais de atuação do comércio itinerante tem caráter diversificado e
popular, neles circulam compradores, trabalhadores dentre outros personagens
da vida real. Estas pessoas, examinam, consomem e se permitem fazer parte da
rotina confusa da cidade. Os comerciantes itinerantes por sua vez se tornaram
uma das principais fontes de relações sociais, criaram um espaço de trocas de
saberes e de hábitos culturais, estabelecendo vínculos com as pessoas além do
espaço ocupado ou dos produtos oferecidos, passam a ser humanos em meio a
objetos e viram referências vivas entre prédios arranha céu e a cidade de
concreto.
Ao se incluírem como parte da cidade, os comerciantes itinerantes passam
a vivenciar as condições que ela propõe. Nela provam de experiências diversas,
como o incomodo ao comerciante de loja fixa quando se esta irregular a clientes
mal humorados. Provam da falta de atenção provocada pelas pessoas na correria
do trabalho e ao mesmo tempo saboreiam da alegria de ser percebido por
clientes que encontram o que queriam e saem satisfeitos.
Os comerciantes itinerantes se dissolvem nas grandes paisagens da cidade
e são um movimento considerado pequeno que atendem a uma parcela de menor
poder econômico, no entanto essa parcela de menor poder econômico é maioria
no país. Sendo assim geram um impacto econômico razoável para determinadas
regiões, onde em algumas pequenas cidades são a única opção de comercio
existente. No entanto raramente são pensados ou incluídos em programas de
ordenação da cidade e até então não são previstos na rotina urbana. Tornam-se
uma mancha em mapas sem titulação urbana.
Mesmo sem apoio governamental o crescimento do comércio itinerante é
constante na maioria dos centros urbanos, eles se tornaram uma manifestação de
24
identidade nos espaços públicos da cidade, afinal é o uso do território, e não o
território enquanto físico que fazem dele um elemento de convivência social.
“O território é constituído de formas, mas o utilizado são objetos e ações
que igualam a um espaço humano, ou seja, habitado, é o que expressa”.
(SANTOS, 1988).
O espaço tem sua forma, porém sem a intervenção humana deixa de ser
um ambiente com identidade de “lugar”, passam a ser um espaço onde os
acontecimentos da cidade não existem. (SANTOS, 1988).
A criação de identidade com o comércio itinerante é limitada. Pois trata-se
de um acontecimento temporário na paisagem urbana e na rotina social da
população. É uma arquitetura mutante, onde a identidade criada é desapegada de
localização geográfica.
4.4. Abordagem social do comércio
Ao analisarmos um shopping, nota-se um oferecimento de uma grande
variedade de produtos, com praças de alimentação, ambientes climatizados,
cheiros controlados, que atrai para o consumismo, no entanto ao mesmo tempo
expulsa com cadeiras não confortáveis e espaços micro. As praças de
alimentação dos shoppings são um suporte a lojas onde a maior necessidade é a
do consumo, onde tudo o que se precisa esta concentrado em um mesmo local,
dividido em galerias. Nos shoppings onde tudo parece perfeito a relação social
falha. Torna-se um ambiente de passagem onde quanto mais gente circulando,
comprando e abrindo espaço para novos compradores melhor. Não ha um
encontro sadio, de descontração com amigos sem preocupação com o entorno,
não há paisagens livres de poluição visual, não ha vento nem sol. Há apenas
circulação.
25
A abordagem comercial atual conta com diversas ferramentas de
divulgação, e são variadas as formas de captação dos clientes. Desde outdoor,
panfletos, carros de som e a internet sendo a ferramenta mais explorada nos dias
de hoje. A comodidade oferecida aos clientes que utilizam a internet tornou-se
alvo das grandes e atentas empresas de serviços que oferecem seus produtos, e é
muito comum não contarem mais com espaços físicos para o atendimento aos
clientes, abrindo mão de lojas fixas para mostruários virtuais.
Ao frequentar feiras ou centros comerciais populares é comum a
abordagem por ambulantes e comerciantes aos gritos promovendo e
barganhando seus produtos. Hoje no espaço virtual da internet não é muito
diferente, afinal, quem nunca se irritou ao abrir o e-mail, ou sites qualquer e ser
bombardeado por janelas comerciais pop-ups oferecendo produtos, desviando
sua atenção e até impedindo sua finalidade de busca?
É interessante observar que cada vez mais as pessoas consomem e
interagem com o mundo sem sair de casa, sintomas do mundo globalizado.
Buscam longe o que querem, sem sair da cadeira. E se de um lado o ambulante
não entra e nem grita promoções dentro das casas do outro o comercio virtual
invade sua privacidade e pechincha sem voz.
O ambiente virtual esta ganhando cada vez mais espaço na rotina social
das pessoas. Elas conversam, namoram, pedem refeições, fazem consultas
médicas, “vivem virtualmente”. Desvalorizando ambientes de encontros físicos,
tornando a interação social dispensável. No entanto a extinção do espaço
comercial é parcial, e “ainda” não é possível viver 100% virtualmente.
Ao analisar o ramo alimentício uma lanchonete, por exemplo, que
trabalha com produtos de entrega a domicilio certamente a cozinha e as formas
de preparo continuam nos moldes tradicionais, necessitando de espaços para o
26
preparo e despacho dos pedidos de alimentos. Porém em ambientes cada vez
mais reduzidos.
A nova abordagem comercial itinerante tem o proposito de atender da
melhor forma seus clientes, adaptando-se as necessidades rotineiras da
população. Levando o alimento onde estiverem, atento as tecnologias de pedidos
virtuais produzindo e preparando alimentos em espaços dinâmicos de trabalho,
tendo a agilidade na entrega o ponto forte de um empreendimento, é o que o
fazem popular, e são características de identidade do comércio itinerante.
4.5. Comércio de alimento itinerante
O comércio de alimento itinerante tornou-se realidade para
empreendedores do Brasil e do mundo. Atende as necessidades de fornecimento
alimentar de forma rápida e econômica atraindo cada vez mais adeptos.
Atualmente o seguimento representa uma forma de renda para 2% da população
brasileira. (IBGE 2014)
São diversas as formas de fornecimento e distribuição do comércio
itinerante. Bicicletas, carrinhos de mão adaptados, carrocinhas, carros, trailers e
até mesmo ônibus. Porem mesmo em veículos totalmente diversos todos tem
uma necessidade em comum, a adaptação espacial.
As carrocinhas de pipoca, por exemplo, são adaptadas com pequenos
compartimentos para separar os ingredientes de estoque, dos temperos, dos
saquinhos e a fonte de combustíveis (gás). São cercados por vidro para que se
veja o produto e, no entanto não se pode tocar. Os carrinhos de pipoca são leves
e tem escala de empreendimento pequeno e mesmo assim não são isentos de
atender as regras de legislação existentes para funcionamento.
27
O comércio itinerante, exclusivamente os automotores assim como
qualquer outro seguem as regras e legislações e de funcionamento dos demais.
No entanto além das regras validas para todos, os automotores seguem normas
especificas da legislação de transito. E qualquer adaptação para esse seguimento
itinerante e automotor deve obedecer as normas do DETRAN e CONTRAN.
(SEBRAE 2014).
No Brasil já existem empresas especializadas em adaptações de veículos
para tal empreendimento. No entanto em sua maioria obedecem a pedidos de
clientes sem qualquer conhecimento técnico que desconhecem suas reais
necessidades de espaço. E vale lembrar que para cada tipologia de comércio
haveria de existir um projeto diferente a qual o estudo dos espaços deveriam se
tornar específicos.
Os movimentos e esforços ergonômicos para o preparo de um macarrão
na chapa, por exemplo, é diferente para o preparo de um sanduiche, mesmo
ambos projetados para o mesmo espaço a dinâmica, e até mesmo a ordem de
acréscimo dos ingredientes são objetos de estudos e percepções para o
desenvolvimento de projetos que futuramente em termo de uso agilizariam o
preparo e fornecimento de alimento aos clientes.
Muitas normas para o projeto e execução de cozinhas em locais fixos já
existem, porém o carro de comida itinerante é novidade e é essa a maior
dificuldade quando se pretende empreender. Até então não há uma normalização
especifica de como montar e funcionar um comércio de comida itinerante. O que
se pode fazer então é analisar as legislações existentes e propor soluções dentro
do que é permitido.
A atuação do comércio itinerante vai além das teorias urbanas e
percepções do corpo, ela esbarra nos conflitos da cidade, em normas de
segurança, direitos tributários e passa a ser uma intervenção entre milhares que
28
nela já existe, a qual terá de se adaptar e adequar as necessidades da rotina
urbana e aos interesses característicos de um empreendimento comercial,
propondo soluções técnicas para tais situações.
Os espaços adaptados para o comércio de comida itinerante devem passar
por uma série de análises além das percepções individuais da cada
empreendimento, em geral todos tem que atender as normas e legislações
existentes que regem o seguimento.
4.6. Legislação para comércios itinerantes
A infraestrutura necessária para montar um comércio de alimento
itinerante deve ser planejada para poder atender às necessidades de preparação e
comercialização dos alimentos, segundo às exigências da Anvisa (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária) municipal e estadual, Prefeitura, Denatran
(Departamento Nacional de Trânsito e Detran (Departamento Estadual de
Trânsito) e Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e
Tecnologia). (SEBRAE 2014).
Fazer de um veículo um negócio sobre rodas exige cuidados. Especialistas
afirmam que as alterações não devem envolver as partes mecânica e elétrica
originais do veículo. "Sem o devido cuidado, o carro pode sofrer pane e ter o
funcionamento prejudicado", diz o diretor de segurança veicular da AEA
(Associação Brasileira de Engenharia Automotiva), Marcus Aguiar. (SEBRAE
2014).
29
4.6.1. LEGISLAÇÕES
 Legislação de transito
O planejamento da cozinha seguindo as regras existentes, assim como a
realização das manutenções preventivas e programadas garantirá o correto
funcionamento do comércio itinerante.
Algumas normas são claras quanto a adaptação de veículos, ela não
permite mudar altura e largura de veículos por exemplo. E qualquer modificação
no veículo deve seguir as determinações da Resolução 292, do Contran
(Conselho Nacional de Trânsito). Alterações no conjunto de molas e no sistema
de suspensão são proibidas também pela norma.
Se houver a necessidade de instalção deequipamentos elétricos, como
chuveiros elétricos, secadores e fornos é preciso checar se a bateria do
automóvel tem potência suficiente para fazer os aparelhos funcionarem. Caso
contrário, o empreendedor precisará de outra fonte de energia. E ser ligados a
um gerador alternativo ou mesmo a tomadas fixas para funcionarem.
Antes de fazer qualquer alteração no veículo o empresário precisa
comunicar o DETRAN (Departamento de Trânsito). Depois de modificado, o
automóvel precisa passar por uma avaliação em um posto regional do órgão para
emissão do CSV (Certificado de Segurança Veicular). Com o CSV em mãos, o
empreendedor deve ir novamente ao DETRAN para alterar a documentação do
veículo.
Há veículos pequenos, médios e grandes. No planejamento de qual
comprar, o empreendedor deverá levar em conta que comida deseja
30
comercializar, que equipamentos serão necessários dentro do veículo para
garantir a segurança dos alimentos vendidos, as questões relativas à parte
elétrica e hidráulica, material de divulgação da marca, como adesivagem e
pintura e, enfim, quanto poderá investir no negócio. (SEBRAE 2014).
 Legislações municipais
O Brasil tem apenas dois estados (RJ e SP) com legislação especifica em
vigor para cozinhas sobre rodas. Ambas em fase de implantação. (SEBRAE
2014).
As duas leis demarcam as condições de uso dos equipamentos, a
necessidade do termo de permissão de uso (TPU), as obrigações dos
permissionários, a exigência de seguir as legislações sanitárias existentes.
(SEBRAE 2014)
Dentro do âmbito municipal o código de postura é o órgão que reúne o
conjunto de normas que regulam a utilização do espaço urbano pelos cidadãos.
É uma lei que regulamenta a melhor convivência das pessoas dentro de sua
cidade. O código foi criado para organizar o perímetro urbano, fazendo com que
o interesse de todos prevaleça sobre o interesse individual.
A utilização de passeios públicos, a instalação de mobiliário urbano, o
exercício de atividades profissionais ao ar livre e a instalação de faixas e
cartazes de publicidade visuais e sonoros em locais públicos são alguns dos itens
contemplados pelo regulamento municipal.
31
 Vigilancia sanitátia / ANVISA
No Brasil há legislação de âmbito nacional, desde 2004, (RDC 216 e
agora RDC 49) que orienta todos os aspectos relativos às boas práticas. Todos os
proprietários de comércio itinerante devem seguir as orientações para que
garantam a elaboração de alimentos seguros, livres de contaminação. (SEBRAE
2014)
A legislação sanitária exige normas semelhantes ao do código de posturas,
porém mais especificas a cada tipo de atividade e alimento. Ela estabelece
procedimentos técnicos para manipulação, descarte de resíduos para a
conservação do ambiente.
 Normas de segurança / Bombeiros
Para os comerciantes itinerantes a segurança dos eventos está baseada na
legislação de combate e prevenção de incendio. A utilização de energia elétrica,
gás e produtos químicos se não for corretamente planejada e executada poderá
podera colocar em riscos o proprietário, quem trabalhará no automóvel e os
clientes que estão próximos no momento das vendas.
Para atender as necessidades de segurança a cada projeto é necessário
uma análise por parte do corpo de bombeiros, que investigara as circunstancia
de funcionamento para cada tipologia de moradia ou comercio. Para então
estabelecer medidas de prevenção e formas de combate a um eventual incêndio.
32
5. Propostas análogas
 Rotativos
Elaborado por Wellington Cançado e Simone Cortezão projeto visa a
ocupação itinerante de vagas de Estacionamento Rotativo em espaços públicos
em regiões centrais do país, a intervenção dos ROTATIVOS foi realizada de 06
a 10 de novembro de 2006 em São Paulo como um dos projetos selecionados
para a FIAT Mostra Brasil.
As intervenções do projeto Rotativo ocupam os espaços públicos da
cidade. É uma arquitetura sem localização fixa que oferecem programas
variados para o atendimento ao público. A proposta usa veículos utilitários que
são transformados em ambientes interiores e paisagens sobre rodas e
organizados que oferecem espaços para descanso, reflexão, diversão e serviços
variados.
O objetivo é levar atividades culturais e cotidianas para a rotina da
população, oferecendo cinema, galeria de arte, restaurante e terraços-jardim,
além de produzir, expor e disponibilizar vídeos, publicações independentes,
trabalhos de artistas e designers, informações, imagens, sabores, objetos e outros
suprimentos culturais.
Baseados na legislação da cidade de belo horizonte, os Rotativos criaram
uma forma de atuar dentro da cidade de acordo com as leis impostas por ela.
Partindo da ideia que a cidade é pensada para o trafego visando a valorização de
vias veiculares. E foi observando essa tendencia veicular é que os Rotativos
criaram uma estratégia de utilização de espaços urbanos.
A maioria das capitais e grandes cidades brasileiras tem algum sistema de
controle para estacionamento em vagas públicas. Conhecido em Minas Gerais
33
como Faixa-azul, esses espaços são administrados em sua maioria por empresas
privadas que detêm concessões e têm como objetivo de promover o aumento das
vagas para estacionamento, melhorar a circulação do tráfego, controlar o uso do
espaço público, aumentar a circulação de pessoas em determinadas áreas e
arrecadar dinheiro para a cidade.
O projeto de intervenção dos Rotativos tem um ideal de que as áreas
públicas devem ser utilizadas para atividades coletivas de interesse público,
sejam elas serviços ou jardins. Sendo assim, os Rotativos propõem o aluguel e a
ocupação de vagas em horário comerciais nas regiões centrais, durante sete dias
corridos, para uma frota de cinco itinerantes, através da compra de
aproximadamente 350 cartões de estacionamento rotativo.
Os automoveis são obrigados a circular pela cidade, cumprindo os prazos
máximos de ocupação de cada vaga. No último dia, os carros se encontram em
algum ponto da cidade, de acordo com a disponibilidade de vagas contínuas,
formando uma ocupação coletiva e articulada que resultará num equipamento
público e numa praça linear suspensa, formados pela junção dos veículos.
FIGURA 2: Intervenção Rotativos¹
Fonte: Página da Fiat/ Mostra Brasil. Belo Horizonte: Cria!Cultura, 2006.
1-Disponível.em:<http://danielescobar.com.br/v1/wp-content/uploads/catalogo/fiatMostra.pdf>
acessado em março de 2015
34
FIGURA 3: Adaptação Rotativos¹
Fonte: Página da Fiat/ Mostra Brasil. Belo Horizonte: Cria!Cultura, 2006.
 Rolando Massinha
Além do ponto de vista urbano de atuação do comercio itinerante na
cidade, há tambem o ponto de vista do empreendedor, que vê no comercio
itinerante uma opção de trabalho e estilo de vida. É o caso Rolando Vanucci, um
dos precursores da comida de rua preparada dentro de uma kombi, sucesso há
sete anos na Av. Sumaré. A oportunidade surgiu da necessidade de trabalhar e
virou modelo de empreendedorismo para muita gente.
Rolando massinha atende proximo a centros comerciais a fim de captar
trabalhadores que circulam pela cidade, normalmente comerciantes em horario
de almoço. Sendo assim pode ser classificado como um empreendimento que
atende a necessidade do trabalhador por dar suporte a alimentação da população
nos intervalos de trabalho.
1-Disponível.em:<http://danielescobar.com.br/v1/wp-content/uploads/catalogo/fiatMostra.pdf>
acessado em março de 2015
35
FIGURA 4: Rolando massinha¹
Fonte: Página da UOL/ Melhores Food Truck’s do Brasil 2014.
6. SEMINÁRIO - SEMANA INTEGRADA
Em pesquisa proposta para a faculdade de arquitetura e urbanismo do
UNILESTE/MG, em um período do semestre conhecido como semana integrada
onde o aluno propõe e expõe suas ideias a respeito de diferentes temas do curso
me propus a levantar dados sobre satisfação e preferencia popular quanto ao
consumo alimentício fora do lar, contribuindo assim para o desenvolvimento
desta monografia.
A ideia da pesquisa era levantar dados numéricos para a geração de
gráficos demonstrativos para objeto de estudos. Ao fim da pesquisa e análise das
respostas ficou notável que as preferencias do consumidor eram variantes quanto
ao local e de suas preferencias, impossibilitando a criação de diagramas
numericos, sendo a converssa partida da então proposta esquisa de maior
relevancia. Ao fim das converssas e após análises gerais das respostas em
1- Disponivel-em:<http://comidasebebidas.uol.com.br/noticias/redacao/2014/07/16/conheca-dez-dos-
melhores-food-trucks-de-sao-paulo.htm> acessado em março de 2015.
36
comum os entrevistados tinham exigências de qualidade para consumo de
alimentos validos para qualquer ambiente.
As observações que iam alem do questionário alternavam de acordo com a
realidade de cada entrevistado. E em tais observações foi possível identificar e
concluir que a maioria dos consumidores tem preferencia por algum lugar na
hora de consumir alimentos fora de casa, porem frequentaria qualquer outro que
atendessem as expectativas e exigências criadas.
As exigências dos consumidores pesquisados primeiramente são com a
higiene do local, e a maioria dispensa comida preparada ao ar livre, como
churrasquinhos. Boa parte dos participantes almoça no trabalho e não abririam
mão da comida tradicional para um sanduiche ou qualquer outro lanche rápido
exceto nos momentos de lazer.
A qualidade do alimento foi muito questionada, e é um dos fatores que
levam a maioria das pessoas a preferirem um almoço em um restaurante nos dias
de trabalho, seguida pela proximidade e disponibilidade de oferecimento onde se
encontram ou trabalham, já que não há opção para a maioria pesquisada de
outros restaurantes ou formas de alimentação proximas, já que o almoço em sua
maioria é bancado por empresas que fornecem o almoço ao funcionário no local.
Dentre os fatores que mais afastam e espantam os clientes de algum
empreendimento é o mau atendimento, demora na entrega do pedido, má
localização e o custo alto dos alimentos.
Foi perguntado também se conhecem ou ouviram falar especificamente
dos veiculos adaptados para alimentação os FOOD TRUCK’s. A maioria já viu
de alguma forma, alguns em filmes, outros em novelas e internet. No entanto
ninguém entre os entrevistados até então havia consumido ou visto a tipologia
especificamente do FOOD TRUCK pessoalmente na região.
37
Enfim, diante das respostas obtidas a partir observações voluntarias,
conclui-se que a expectativa da maioria dos consumidores é de uma alimentação
saudável, que atenda as expectativas de qualidade e higiene. Que tenha a opção
desejada para cada momento de sua rotina, como trabalho e lazer. A localização
é de estrema importância, e para alguns é imprescindível a opção de entrega. As
exigências devem atender as expectativas de consumo esperado por cada cliente
e ao mesmo tempo ter um preço acessível.
Abaixo imagem do questionário utilizado para entrevista, se tornando ele
um motivo para aproximação das pessoas, pois as respostas e observações
adiquiridas foram alem das perguntas feitas, sendo os comentários e observações
ainda mais valiosas como merito de estudo.
FIGURA 5: Questionário de entrvista do comércio.
Fonte: Elaborada pelo autor
38
7. APRESENTAÇÃO DE PROPOSTA TCC2
A tipologia itinerante inicialmente atrai diferentes consumidores pela
novidade e praticidade. Porém tais características não são suficientes para
assegurar a fidelidade dos clientes para que continuem sendo constantes
consumidores.
Embora seja muito comum o comércio ambulante nas ruas pouco se nota
um estudo para melhor atuação no perimetro urbano. É perceptivel a falta de
evolução de atuação dos comerciantes itinerantes ao que diz respeito ao espaço,
publico e a imagem. Ao longo do estudo foi possivel perceber que em grande
maioria a atuação itinerante acontece de forma espontanea. Carros adptados de
forma rustica sem qualquer preocupação com o resultado da imagem final.
Sendo a imagem visual uma das principais formas de captação dos clientes.
Assim como a falta de preocupação com a imagem, falta tambem
preocupação por parte dos comerciantes itinerantes com o espaço de atuação. É
muito cumum se deparar com comerciantes itinerantes interditando o fluxo
natural das vias, se apropriando das calçadas e atrapalhando a passagem das
pessoas. E o estudo espacial não é apenas fluxo, é tambem uma preocupação
fazer um diagnóstico da melhor opção de local de atuação para obter melhores
lucros dentro da legislação atual.
 Itinerancia Municipal - Timóteo
Estudando mais profundamente a cidade de Timóteo, foi possivel mapear
e identificar os principais pontos de possiveis atuação do comércio de
alimentação itinerante, lembrando que o centro de Timóteo oferece 500 vagas de
39
estacionamento rotativo. Houve então a observação do percurso onde durante os
dias e em diferentes horarios a captação de clientes são mais favoraveis na
cidade, criando assim uma itinerancia. Veja no diagrama abaixo:
FIGURA 6: Mapeamento de possiveis itinerancias em Timóteo.¹
Fonte: Elaborada pelo autor a partir do google maps/ 2015
40
 01 – RODOVIARIA, ESCOLA ANTÔNIO SILVA, CEFET.
É um dos melhores pontos de captação dos clientes, pois é a partir da rodoviária que toda a
população da cidade que utiliza os serviços de onibus coletivo se locomove para chegar aos
destinos finais, como a escola, trabalho, centro comercial.
 02 – CORETO, GINÁSIO COBERTO, IGREJA CATÓLICA/ CENTRO, ESCRITÓRIO APERAM.
É uma área de grande circulação de pessoas, é proxima a principal praça do centro da
cidade onde acontece a maioria dos eventos unicipais. É também muito proximo a igreja
católica, que em determinados horários há uma disposição paior de pessoas que saem da
missa e vão para o lazer da praça, além dos trabalhadores do escritório central da APERAM,
podendo ser possiveis clientes aos horários de almoço.
 03 – FEIRA LIVRE/TIMIRIM, IGREJA DO TIMIRIM, CLUBE CAMPESTRE.
É um ponto proximo ao centro onde acontece a feira livre de timóteo, um comércio
popular que em ponto extratégico e dias marcados poderiam ser de grande rentabilidade por
sua proximidade a igreja e ao clube campestre.
 04 – PRAÇAS DO OLARIA, CAMPO DO OLARIA, AVENIDA ACESITA.
É uma praça rescentemente revitalizada, proxima ao campo do bairro Olária onde há
grande circulação de pessoas. Tornou-se comum o lazer para essa área, e a avenida Acesita
conta com cada vez mais novos empreendimentos, e sua maioria para a alimentação.
FIGURA 7: Fotos de Timóteo.¹
Fonte: Elaborada pelo autor a partir do Google MAPS / 2015
1-Disponivel-em:< https://maps.google.com/Timóteo> acessado em abril de 2015.
41
FIGURA 8: Diagrama de horários.
Fonte: Elaborada pelo autor
1-Disponivel-em:< https://maps.google.com/timóteo> acessado em abril de 2015.
42
 Itinerancia Intermunicipal
Outra opção para o comércio itinerante além da cidade de Timóteo estam
as outras cidades do vale do aço, como Coronel Fabriciano e Ipatinga.
Na imagem abaixo o evento gastronomico Rota dos sabores da cidade de
Coronel Fabriciano / MG. Durante o evento ha exposição das comidas típicas da
região. O evento anual colocou a cidade de Coronel Fabriciano na rota
gastronomica e se tornou o principal polo gurmet do leste de Minas Gerais.
FIGURA 9: Rota dos sabores, Praça da Estação em Coronel Fabriciano/ MG.¹
Fonte: Site da prefeitura de Coronel Fabriciano.
1-Disponivel-em:< www.fabriciano.mg.gov.br> acessado em maio de 2015.
43
Além da praça da estação, outra opção de atuação intermunicipal para a
cidade de Coronel Fabriciano seria a Porta da faculdade, como o Unileste/mg
onde as atividades ja acontecem.
Em Ipatinga uma boa opção de atuação seria as proximidades do parque
Ipanema, proximo também ao estadium do ipatingão, onde o maior público seria
os que estão à procura de lazer.
FIGURA 10: Itinerancia intermunicipal.
Fonte: Elaborada pelo autor a partir do Google MAPS / 2015
44
7.1 Possibilidades para projeto de tcc2
Após estudar as possiveis linhas itinerarias, o seguimento dealimentação
itinerante conduzido por veículos motorizados vem se destacando como uma das
melhores alternativa de empreendimento. Ele se tornou atrativo. Virou uma
opção economicamente razoável para o empreendedor, uma comodidade para o
consumidor e uma nova proposta de projeto para o arquiteto. O comércio
itinerante por veículos adaptados representa a renovação social acompanhada de
tecnologia em meio a uma população de relações cada vez mais limitadas, pois
liga diferentes pontos e interage com diferentes regiões.
 Veículos adaptados
Entre as opções itinerantes os veiculos adaptaveis são uma boa alternativa.
Existe atualmente a possibilidade de adaptar um veículo comuns ou os que ja
saem fabrica adaptados, possibilitando e facilitando um futuro empreendimento.
Segundo a diretora comercial de uma empresa especializada em adaptação de
veículos, Gislene Gonçalves Viana, os modelos mais utilizados como negócios
móveis são vans e furgões.
Na lista, entram Citroën Jumper, Fiat Ducato, Iveco Daily, Mercedez
Sprinter, Peugeot Boxer e Renault Master. O valor desses veículos 0 km varia de
R$ 75 mil a R$ 110 mil, de acordo com a tabela Fipe, referência para consulta
de preços de automóveis.
45
FIGURA 11: Carros para adaptação¹
Fonte: Montagem do autor a partir de imagens do google imagens/ maio. 2015.
Em questão de espaço, o carro mais atrativo é a Mercedez Sprinter. Ela
oferece um espaço maior “em planta” e mais alto, facilitando a locomoção de
uma pessoa no seu interior.
FIGURA 12: Sprinter²
Fonte: Google imagens
1-Disponivel-em:< https://maps.google.com/imagens> acessado em abril de 2015.
2-Disponivel-em:< https://maps.google.com/imagens/sprinter> acessado em abril de 2015.
46
Outros comuns usados são Fiorino, Kombi e Townernormalmente. Com
base na tabela FIPE, os preços variam de R$ 25 mil a R$ 60 mil para modelos 0
km, ja os usados variam em até R$ 15 mil.
FIGURA 13: Veiculos usados para adaptações.¹
Fonte: Montagem do autor a partir de imagens do google imagens/ maio. 2015.
Como continuidade desse trabalho, tenho como necessidade uma proposta
de projeto para a elaboração de um comercio de alimento itinerante, onde os
conceitos de uso, permanencia e intervenção no espaço sejam criados a partir
das teorias estudadas e conhecimentos adiquiridos. Valorizando a pessoa e seu
entorno, tendo a dinâmica do micro espaço e o convivio social a principal
diretriz do projeto.
Por fim, o comercio itinerante atual necessita de uma melhor compreensão
de seu publico, que aliado ao diagnóstico do espaço e da imagem repassa a
população uma credibilidade que atrai ao consumo e as transformam em clientes
tornando no minimo agradavel a paisagem urbana de quem esta em seu entorno.
São variadas as opções de carros para adaptações assim como tambem
deve ser variada as propostas de projeto.
1-Disponivel-em:< https://maps.google.com/imagens> acessado em abril de 2015.
47
8. CONCLUSÃO
“Se não esta bom, ligue o carro, siga em frente e estacione em outro
lugar.” (Deyverson 2015)
No Brasil, como resultado da globalização muitas pessoas viram a
possibilidade de empreender e expandir seus negócios ou abrir um primeiro
restaurante num modelo diferente, com contato direto com o público, de baixo
custo, sem a necessidade de manter um ponto comercial fixo.
A tendência virou moda e incentiva o empreendedorismo, pois muitos
consumidores passaram a buscar os caminhões como forma de acesso a
alimentos mais sofisticados e a preços acessíveis.
Em geral, pode-se resumir o comércio itinerante como uma das
alternativas de comércio convencionais mais populares existentes. No entanto
ele vai muito além da venda e da compra de produtos.
Ao ponto de vista arquitetônico é preciso entender a dinâmica do
comércio e seu entorno. É preciso ter a noção de que qualquer interferência na
rotina urbana repercute aos acontecimentos do dia-a-dia, sendo favoráveis ou
não a cidade e as pessoas.
A analise de situação do comércio itinerante nos leva a perceber que não
apenas os carros sofreram adaptações, mas também o estilo de vida da cada um
e a rotina urbana de todos.
Ao longo do estudo para a elaboração dessa monografia foi possível
avaliar onde a tipologia comercial itinerante falha e as medidas que apos
reflexão poderiam a corrigi-la. Foi compreendida a relação do corpo
naturalmente itinerante no espaço, também itinerante. Uma resposta mutante as
mudanças sociais e aos acontecimentos rotineiros da cidade.
48
Enfim, os problemas do comercio itinerante e sua atuação na cidade não
foram resolvidos, eles foram estudados e compreendidos. As respostas as
duvidas que embasaram a pesquisa foram sim respondida, e carecem de
continuidade como proposta de projeto, aperfeiçoando métodos de atuação para
melhor uso do espaço e composição do ambiente itinerante, atendo as
necessidades da rotina social da população no trabalho e no laser a partir de
conhecimentos adiquiridos.
49
REFERÊNCIAS:
ABRASEL – Associação Brasileira de bares e restaurantes. Disponivel em:
< http://www.pe.abrasel.com.br/noticias/510-11022014-ipca-recua-para-055-
em-janeiro-menor-taxa-para-o-mes-em-cinco-anos>. Acesso em: 26 de março.
2015.
ANVISA – Agencia nacional de vigilância sanitária. Resolucao RDC 216 e
agora RDC 49 de 07 de dezembro de 2004. Dispõe sobre o Regulamento
Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Diario Oficial
da Uniao de 10 de dezembro de 2004.
DAHE, RENATA - nutri news, Food Truck a comida sobre rodas é a nova
moda. Disponivel em: <URL: http://nutrinews.com.br/revistas/ed274.pdf>.
Acessado em 06 fevereiro de 2015.
FAG BRASIL. Veículos especializados. Disponivel em:
<http://fagbrasil.com/food-truck/ > acessado em maio de 2015.
FIAT - mostra Brasil (ROTATIVOS). Disponível em:
<http://danielescobar.com.br/v1/wpcontent/uploads/catalogo/fiatMostra.pdf>
Acessado em 3 de julho de 2103.
G1. NOTICIAS - Mercado de food truck é tendência de bom negócio.
Disponível em:
<http://g1.globo.com/economia/pme/noticia/2015/01/mercado-de-food-trucks-e-
tendencia-de-bom-negocios> acessado em janeiro de 2015.
50
HARVEY, D. Condições pós moderna: uma pesquisa sobre as origens da
mudança cultural. 8ª Ed. São Paulo, 1996.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica. Cidades@.
Disponivel em:
<http://www.ibge.gov.br/cidadesat/default.php>. Acesso em: 26 de março. 2015.
SANTOS, M. Território e sociedade. 2ª Ed. São Paulo. Ed. Fundação Abramo
2000.
SEBRAE – Serviço Brasileiro de apoio a micro e pequenas. Uma nova
tendência. Disponivel em:
< http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/Food-Truck:-uma-nova-
tend%C3%AAncia>. Acesso em: 30 de março. 2015.
WIKPÉDIA, a enciclopédia livre – food truck. Disponivel em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Food_truck >
RAINER. SOUSA – Brasil escola; História do comércio. Disponivel em:
http://www.brasilescola.com/historia/historia-do-comercio.htm. Acessado em 12
de março 2015.

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Alimentação itinerante postar

  • 1. 1 CENTRO UNIVERSITÁRIO DO LESTE DE MG FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO Deyverson Franclein Paranhos Avelino ALIMENTAÇÃO ITINERANTE Coronel Fabriciano 2015
  • 2. 2 Deyverson Franclein ParanhosAvelino ALIMENTAÇÃO ITINERANTE Monografia apresentada pelo acadêmico Deyverson Franclein como exigencia do curso de graduação em Arquietura e Urbanismo do Centro Universitário do Leste de MG. Orientador: Vinícios Ávila Coronel Fabriciano 2015
  • 3. 3 AGRADECIMENTOS Ao Prof. Vinicius Ávila do UNILESTE pelas orientações acadêmicas. Minha mãe e meu pai, Marlene e Serafim por me apoiar nessa trajetória Minha esposa, Mara Assis devido a compreensão das horas ausentes..
  • 4. 8 LISTA DE ILUSTRAÇÕES: FIGURA 1. Origem do comércio e evolução do homem ...............................17 FIGURA 2. Intervenção Rotativos.................................. ...............................33 FIGURA 3.Adaptação Rotativos........................................ ............................34 FIGURA 4. Rolando massinha........................................ ...............................35 FIGURA 5. Questionério de entrevista do comércio......................................37 FIGURA 6. Mapeamento de possíveis itinerancias em Timóteo ...................39 FIGURA 7. Fotos de Timóteo......................................... ...............................40 FIGURA 8. Diagrama de horários................................... ...............................41 FIGURA 9. Rota dos sabores em Coronel Fabriciano.... ...............................42 FIGURA 10. Itinerancia intermunicipal.......................... ...............................43 FIGURA 11. Carros para adaptações.............................. ...............................45 FIGURA 12. Spinter........................................................ ...............................45 FIGURA 13. Veículos usados para adaptações............... ...............................46
  • 5. 9 LISTA DE ABREVIAÇÕES: AEA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENGENHARIA AUTOMOTIVA CEFET CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CONTRAN CONSELHO NACIONAL DE TRANSITO FIPE FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS INMETRO INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, QUALIDADE E TECNOLOGIA TPU TERMO DE PERMISSÃO DE USO
  • 6. 10 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...........................................................................13 2. OBJETIVOS................................................................................14 2.1 Objetivo geral..............................................................14 2.1 Objetivos específicos de pesquisa...............................15 3. JUSTIFICATIVA.......................................................................15 4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..................................................16 4.1 Origem do comércio....................................................16 4.2 Comércio itinerante.....................................................18 4.3O Comércio e a identidade social ................................21 4.4 Abordagem social do comércio...................................24 4.5 Comércio de alimento itinerante .................................26 4.6 Legislações para comércio itinerante..........................28 4.6.1 Legislações.....................................................29 5. PROPOSTAS ANÁLOGAS......................................................32 6. SEMINÁRIO..............................................................................35 7. APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA DE TCC2.....................38 7.1 Possibilidades para proposta de TCC2........................44 8. CONCLUSÃO.............................................................................47 9. REFERÊNCIAS..........................................................................49
  • 7. 11 RESUMO O comércio itinerante é uma das atividades comerciais mais antigas do mundo. Evoluiu ao longo do tempo e se renova a cada dia de forma a atender as necessidades reais de cada época. Em meio as inovações e o surgimento de novas formas de comercializar, o seguimento itinerante se destaca como uma forma direta e rápida de atendimento ao cliente. Aliado as mudanças sociais e aos avanços tecnológicos como a internet se firma a cada dia como uma opção forte de comercialização. Estudar a atuação urbana do comércio itinerante no ambiente e suas influencias é um dos propósitos buscados pela pesquisa. A dinâmica urbana e o corpo no espaço se tornaram alvos de estudo indispensáveis para as respostas sobre as melhores formas de atuação comercial a qual justifica esse trabalho. A pesquisa foi sustentada por estudos sobre o comércio em geral, desde a necessidade de seu surgimento a suas adaptações ao longo do tempo que influenciam nos dias atuais, pois dessa forma foi possível identificar os momentos em que a necessidade de evolução prevaleceu. Claramente foi compreendido o porquê das novas formas de comercialização que se originaram a partir da simples troca dos antepassados se fez necessária. Após pesquisas históricas e referencias atuais surge um novo modelo de comércio itinerante, o de alimentação. O FOOD TRUCK. O qual ainda tímido e desregrado é possível identificar falhas e propor soluções. E através de pesquisas técnicas ficaram evidenciadas as preferencias da população e os reflexos na sociedade Urbana. Palavras chave: [História do comercio, necessidade de evolução, corpo no espaço, Sociedade urbana].
  • 8. 12 ABSTRACT The itinerant trade is one of the oldest commercial activities in the world. It evolved over time and is renewed every day to meet the real needs of each era. Among the innovations and the emergence of new forms of marketing, the itinerant follow-up stands out as a direct and fast customer service. Allied social and technological advances such as the internet changes every day it stands as a strong option marketing. Study the urban action of itinerant trade on the environment and their influence is one of the purposes sought by the survey. The urban dynamics and the body in space have become indispensable to study targets the answers about the best forms of commercial activity which justifies this work. The research was supported by studies on trade in general, from the need for its emergence to its adaptations over time that influence today, because that way we could identify the times when the need for evolution prevailed. It was clearly understood why the new forms of marketing that originated from the simple exchange of ancestors was needed. After historical and current references research emerges a new itinerant trade model, the supply. The FOOD TRUCK. Which still shy and unruly can identify gaps and propose solutions. And through technical research were highlighted the preferences of the population and reflections on the Urban Society. Keywords: History of trade, the need for evolution, body in space, urban society.
  • 9. 13 1. INTRODUÇÃO Ja dizia o filósofo Marco Túlio Cícero (107 a.C.) “O prazer dos banquetes não está na abundância dos pratos e, sim, na reunião dos amigos e na conversação". Cada vez mais os brasileiros estão procurando comida fora de casa. O aumento da classe média no país abriu uma porta significativa ao setor alimentício, onde registrou um crescimento de 12,5% apenas em 2012. Os lucros da área gourmet saíram de 13% para 17% ao ano nos últimos 20 anos, e o mercado ainda carece de novos estabelecimentos. Atualmente 31% das pessoas do país consomem comida na rua semanalmente, número que em um futuro próximo deve atingir 50% (até 2020). (SEBRAE 2012) Segundo Antônio Carlos De Faria, responsável pelos estudos e divulgação do folheto Anuário Brasileiro da Alimentação Fora do Lar (2012) e também do Portal Alimentação Fora do Lar (2012), a prosperidade do setor é uma crescente realidade. Dentre as diversas opções de comercio de alimentos que a população pode desfrutar em meio a correria do dia a dia estão os ambulantes que fornecem alimentação rápida e de forma itinerante, ou seja, são pessoas a pé com carrinhos ou em carros adaptados que saem em circulação pela cidades em busca de seus clientes. A regulamentação da lei da comida de rua já é discutida e praticada na cidade de São Paulo e deve se alastrar para o restante do país. As normas regulamentadoras permite a venda de alimentos em espaços públicos, liberando também o uso de veículos adaptados para esse tipo de seguimento. Evidentemente esse modelo representa uma grande oportunidade para quem quer se aventurar no ramo, porém, é importante saber que legalização para a venda de alimentos na rua depende do alvará das prefeituras. Ou seja, Significa que não basta escolher um ponto, estacionar o veículo e vender.
  • 10. 14 Dentre as dificuldades para quem vende comida na rua estão às condições do tempo como chuva, frio e calor forte que podem afastar a clientela. Bem diferente de um lugar fechado e com ar-condicionado. Por outro lado, trata-se de um ramo até então bem-sucedido. Os comerciantes itinerantes existem em várias partes do mundo como Nova York, Londres e Paris. Chefs de cozinha renomados de São Paulo já sinalizaram que vão investir em tal empreendimento porque sabem ser um nicho com perspectivas muito interessantes. (DAHE. RENATA, 2015). 2. OBJETIVOS 2.1. Objetivo geral A pesquisa tem como foco entender a dinâmica funcional de atuação dos comerciantes itinerantes, buscando no passado o surgimento de sua necessidade e também sua evolução até os dias atuais, analisando o progresso das formas de garantia da qualidade de atendimento e desenvolvimento dos produtos a serem oferecidos por parte do empresário. Ao mesmo tempo entender de que forma os cuidados e medidas tomadas atende as expectativas dos consumidores. Fazendo uma comparativa com restaurantes não itinerantes, a qual conta com amplos espaços de preparo e fornecimento de alimentos. Outro fator importante a ser estudado são os meios e formas a qual essa “cultura” pode e irá influenciar, seja no espaço geográfico, nos costumes conservadores de cada individuo e até mesmo na quebra de rotina e da paisagem urbana. O estudo tem como objetivo amplo diagnosticar os impactos de um empreendimento como esse, analisando de quais formas ele poderá influenciar o
  • 11. 15 estilo de vida da população. 2.2. Objetivos expecificos de pesquisa Dentre as áreas especificas a serem estudadas estão a origem do comércio, afim de entender a partir de qual momento as necessidades do comércio itinerante se fizeram necessárias, o comércio itinerante e toda a sua abrangência de tipologias, o comércio e a identidade social que ele representa no cotidiano das pessoas, abordagem social do comércio itinerante a fim de entender as formas de captação e resposta social a evolução das formas de comércio, percepções criadas e legislações respeitadas para comércio de comida itinerante, aceitação urbana e as referencias existentes para objeto de estudo. Entender especificamente a relação do corpo a partir do micro espaço em relação ao macro espaço das cidades. 3. JUSTIFICATIVA O ramo alimentício tende a crescer, e há pesquisas que apontam o desejo dos brasileiros em empreender. Para o arquiteto que antes projetava restaurantes e lanchonetes apenas para o “chão de terra” tem agora outras possibilidades com comercio itinerante. Um desafio para novas propostas de projetos sobre rodas. (SEBRAE 2012) O que é proposto hoje em tecnologia de adaptações e legislações para funcionamento dos carros de comida itinerante no Brasil em sua maioria não atende as reais necessidades do empreendedor, são cópias de países como a
  • 12. 16 Inglaterra e EUA que vivem de uma cultura diferente, sendo necessária uma releitura por parte do comercio brasileiro para se adaptar a realidade local de atuação. Enfim, as pessoas continuaram se alimentando, muitas na correria do dia a dia do trabalho e outras no lazer. Dentre os diversos motivos que levam as pessoas a se alimentarem na rua esta a resposta do crescimento do setor. Porém algumas respostas ainda têm de ser buscadas como: Quais as dificuldades em atender as necessidades do comerciante e dos clientes no mutante espaço do comercio itinerante? Obedecendo as legislações tanto de adaptações de carros como as necessidades de um restaurante? Como atrair clientes? Como atuar? São respostas ainda pouco conhecidas. Uma exigência é certa, os comerciantes itinerantes necessitam de uma forma de projetar além do m² ( metro quadrado) é necessário pensar o projeto tridimensionalmente atento ao seu espaço por volume, considerando mais profundamente as condições climáticas e geográficas. “Por trás de cada um desses carros de comida tem a história de alguém que em algum momento resolveu mudar de vida... muitas vezes jogar tudo para o alto e recomeçar de outro jeito”. (DAHE. RENATA, 2015). 4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 4.1. Origens do comércio “O desenvolvimento das trocas naturais foi o primeiro passo para que a atividade comercial se firmasse”. (RAINER. SOUSA, 2015)
  • 13. 17 FIGURA 1: Origem do Comércio e evolução do Homem.¹ Fonte: Página - Comércio Exterior O que é? 2012. Atualmente é impossível identificar com precisão a origem do comércio, porém há indícios históricos de tipologias comerciais mais relevantes ao fim da antiguidade e inicio da era medieval. Caracterizando o comércio ainda na era medieval, podemos identificar a figura do homem ou chefe familiar em especificas habilidade de trabalho, que para um maior ganho de produção dedicava maior parte de seu tempo na realização de suas atividades como a caça, a pesca e o plantio. Desse modo, garantia o sustento de sua família por um determinado tempo. Porém, ao se dedicarem a essas determinadas atividades para seu sustento, esses trabalhadores conhecidos como camponeses não teriam tempo para seu sustento, esses trabalhadores conhecidos como camponeses não teriam tempo para se dedicar a 1 - Disponivel em: <http://slideplayer.com.br/slide/1777117/> acessado em março de 2015.
  • 14. 18 realização de outras atividades que também integravam parte de suas outras necessidades essenciais, como vestuário, e ferramentas. Buscando suprir a falta de produtos que se faziam necessária, os camponeses recorriam à produção de outros para então trocar o que ambos tinham de excedentes. Assim, as primeiras atividades comerciais se baseavam em trocas naturais em que as partes estipulavam livremente a quantidade e os produtos que poderiam envolver as suas negociações. Além da troca de mercadorias para abastecimento de suas próprias necessidades algumas iguarias como o milho, arroz, feijão e principalmente o sal foram uma das primeiras moedas de troca, sugerindo até mesmo a origem da palavra salário e eram formas de pagamento de impostos para o rei na era medieval. Com o fim do feudalismo e o nascimento do capitalismo o comércio ganhou ainda mais forças e os camponeses deram origem aos comerciantes que em busca de suprir suas necessidades e ter uma maior variedade, saiam do campo com sua produção excedente e circulavam com carroças e "balaios" pelos povoados trocando seus produtos. E dessa forma originou-se a primeira tipologia de comércio itinerante. 4.2. Comércio Itinerante Inicialmente os comerciantes itinerantes atendiam aos povoados locais e mais tarde foi de extrema importância no abastecimento dos centros de concentração de guerras provenientes das cruzadas. Era também muito comum haver comercialização entre os comerciantes itinerantes locais com viajantes que passavam pelos povoados rumo a outros destinos.
  • 15. 19 Depois de algum tempo, por praticidade de venda e o fim das constantes guerras, os comerciantes itinerantes passaram a se encontrar em lugares específicos dos povoados, facilitando assim o encontro e a comercialização de seus produtos em locais de maior aglomeração de pessoas. Logo, naturalmente esses encontros se tornavam acontecimentos culturais que atendiam aos anseios populares. Surgiram então as primeiras tipologias de comércio fixo, muito semelhante às feiras dos dias atuais e que mudava totalmente a rotina e a dinâmica do comércio antes itinerante, fazendo com que a partir de então o comerciante em seu ponto fixo esperasse o cliente, e não mais buscasse por eles. Com natural evolução, a comercialização tornou-se cada vez mais complexa e envolvia uma variedade cada vez maior de produtores, exigindo dos comerciantes uma maior dinamicidade das formas de atendimento, transporte e venda de seus produtos. Embora após séculos da consolidação da nova forma fixa de comercializar e a popularização da moeda como base de troca não houve a extinção das formas de comercialização itinerante, e mesmo havendo lojas, mercearias, bares e padarias em locais fixos da cidade muito parecidos fisicamente com a que se conhece atualmente eram crescentes o número de ambulantes que nela circulavam e comercializavam. Reflexo do aumento cada vez maior da transposição do homem do campo para a cidade, que criava uma necessidade cada vez maior de abastecimento alimentar. Independente de sua tipologia, itinerante ou fixa, a população buscava variedade. Já em 1700, com uma forma de comercialização mais ampla e definida, houve a criação das primeiras normas e legislação especifica de diferentes governos a fim de controlar e taxar as tipologias de comércio, e incluía principalmente as formas itinerantes de comercialização. Em cidades como New York, antes conhecida como Nova Amsterdam houve uma autorização dos governantes para a atuação dos comerciantes itinerantes, que igualmente aos
  • 16. 20 comerciantes fixos pagavam impostos para atuação na cidade. No entanto, a concorrência dos “itinerantes” que aumentavam cada vez mais não estava agradando os empresários e era “mal vista” pelo comércio fixo, que alegavam um prejuízo ao setor econômico da cidade, por se apropriavam do espaço em frente as suas lojas, nas calçadas, atrapalhando a venda e a circulação das pessoas, além de não garantirem a qualidade dos produtos que vendiam. As prefeituras e os governantes sabiam que simplesmente extinguindo os comerciantes itinerantes provocariam um desfalque ao abastecimento das cidades e ao mesmo tempo aumentariam o número de vagabundos pelas ruas provocando um caos público. Os comerciantes itinerantes por sua vez lucravam cada vez mais em proximidades de locais com maior numero de circulação de pessoas, como igrejas e escolas. Alguns governos sobre pressão de grandes empresários acabavam removendo os ambulantes das calçadas, fornecendo um espaço específico para eles. Espaço que diferente das formas de transição anteriores (Itinerante para fixa) não aconteceu naturalmente e de forma espontânea, e sim por forças de medidas econômicas e políticas. Ações que teoricamente evitavam conflitos com os empresários de lojas fixas e ao mesmo tempo ordenavam os espaços públicos. No entanto ao mesmo tempo em que essas medidas favoreciam os comerciantes itinerantes e a cidade, trazendo o comerciante itinerante para um local de comércio fixo, abriam vagas para o surgimento de novos comerciantes itinerantes que tornavam a ambular pela cidade. Além dos comerciantes itinerantes que viam uma oportunidade de crescimento em suas vendas na cidade, outro fator influenciaria mais tarde a continuidade da forma itinerante de comércio, a indústria. Em pleno vapor a indústria em meados do século XIX contava amplamente com o comércio itinerante. As linhas férreas, por exemplo, abasteciam seus empregados levando em carrinhos adaptados alimentos e bebidas nos trechos onde estivessem
  • 17. 21 possibilitando assim o desenvolvimento da indústria e o avanço mundial. (RAINER. SOUSA, 2015) Enfim as atividades comerciais começaram de forma itinerante, com “carrinhos” puxados a mão e carroças, tornando-se um empreendimento de locais fixo devido a cultura de troca em encontros centralizados e em ambientes com maior densidade populacional. Porém a forma de comércio itinerante persistiu devido a necessidade de diferentes setores econômicos durante a história e também ao empreendedorismo de comerciantes que buscavam clientes onde eles estivessem, garantindo uma maior rentabilidade. O comércio passou por grandes evoluções que garantiram maior conforto e comodidade aos clientes nos dias atuais. Graças a evolução do comércio no passado há grandes centros de comercialização atualmente, como magazines os shopping centers e a venda pela internet, formas de comércio que não eram imaginadas há 100 anos. (RAINER. SOUSA, 2015) 4.3. O comércio e a identidade social Atualmente o comércio tem diversas maneiras de vender seus produtos: na própria loja, à distância, pela internet ou itinerante. São variadas as opções que se desenvolveram do comércio tradicional ao longo da história. Esse desenvolvimento é a resposta para as necessidades da população que carece cada vez mais de tempo e praticidade, é algo que a população na dinâmica do dia-a- dia se identifica. No entanto, muito se ganhou e se perdeu na evolução comercial, reflexo da nova e diferente rotina do homem contemporâneo. A forma de comercialização itinerante é um seguimento do comércio tradicional que mais tem se destacado no cenário do comercio mundial,
  • 18. 22 impulsionado pela divulgação via internet. E Por diferentes fatores ligados a dinâmica urbana o comércio itinerante passa por constantes ajustes de atuação na sociedade, fazendo com que auto se renovem e atendam as novas exigências da população, respeitando a cidade e adequando-se ao seu espaço. “A compreensão do tempo e do espaço, é originada através de processos materiais que são utilizados pela representação da vida social, logo cada sociedade, cada meio, reproduz sentimentos diferentes, proporcionando o surgimento do espaço de maneira individualizada de acordo com as origens, pois as relações de poder sempre estão implícitas nas práticas temporais e espaciais”. (Harvey 1996). Ao analisar o conceito de espaço dado por Harvey é notável o sentido dado a cidade como um espaço que sofre interferências de um todo, partindo de anseios individuais. Para a compreensão das interferências do comércio sobre sociedade, é necessária a definição de um conceito básico criado a partir dessa relação. A IDENTIDADE. Os comerciantes itinerantes tornam os espaços a qual ocupam e comercializam em um ponto mais humanizado e de grande peso econômico, justificado pela a movimentação de fluxos de pessoas, veículos e produtos. Individualmente todos tem uma história de identidade com algum lugar ou espaço da cidade, e a simples passagem por determinados lugares contribuem para a sua dinâmica de funcionamento. Juntamente com a identidade de um lugar estão inseridos as lembranças e os sentimentos que justificam a atração que levam a preferência por ele. Os motivos que a levam a estabelecer esse vínculo sentimental para determinados espaços podem ser fruto de
  • 19. 23 “preferencias”. Podendo ser preferencias alimentares, de lazer, ou de simplesmente uma preferência de trajeto na rotina para o trabalho. Os locais de atuação do comércio itinerante tem caráter diversificado e popular, neles circulam compradores, trabalhadores dentre outros personagens da vida real. Estas pessoas, examinam, consomem e se permitem fazer parte da rotina confusa da cidade. Os comerciantes itinerantes por sua vez se tornaram uma das principais fontes de relações sociais, criaram um espaço de trocas de saberes e de hábitos culturais, estabelecendo vínculos com as pessoas além do espaço ocupado ou dos produtos oferecidos, passam a ser humanos em meio a objetos e viram referências vivas entre prédios arranha céu e a cidade de concreto. Ao se incluírem como parte da cidade, os comerciantes itinerantes passam a vivenciar as condições que ela propõe. Nela provam de experiências diversas, como o incomodo ao comerciante de loja fixa quando se esta irregular a clientes mal humorados. Provam da falta de atenção provocada pelas pessoas na correria do trabalho e ao mesmo tempo saboreiam da alegria de ser percebido por clientes que encontram o que queriam e saem satisfeitos. Os comerciantes itinerantes se dissolvem nas grandes paisagens da cidade e são um movimento considerado pequeno que atendem a uma parcela de menor poder econômico, no entanto essa parcela de menor poder econômico é maioria no país. Sendo assim geram um impacto econômico razoável para determinadas regiões, onde em algumas pequenas cidades são a única opção de comercio existente. No entanto raramente são pensados ou incluídos em programas de ordenação da cidade e até então não são previstos na rotina urbana. Tornam-se uma mancha em mapas sem titulação urbana. Mesmo sem apoio governamental o crescimento do comércio itinerante é constante na maioria dos centros urbanos, eles se tornaram uma manifestação de
  • 20. 24 identidade nos espaços públicos da cidade, afinal é o uso do território, e não o território enquanto físico que fazem dele um elemento de convivência social. “O território é constituído de formas, mas o utilizado são objetos e ações que igualam a um espaço humano, ou seja, habitado, é o que expressa”. (SANTOS, 1988). O espaço tem sua forma, porém sem a intervenção humana deixa de ser um ambiente com identidade de “lugar”, passam a ser um espaço onde os acontecimentos da cidade não existem. (SANTOS, 1988). A criação de identidade com o comércio itinerante é limitada. Pois trata-se de um acontecimento temporário na paisagem urbana e na rotina social da população. É uma arquitetura mutante, onde a identidade criada é desapegada de localização geográfica. 4.4. Abordagem social do comércio Ao analisarmos um shopping, nota-se um oferecimento de uma grande variedade de produtos, com praças de alimentação, ambientes climatizados, cheiros controlados, que atrai para o consumismo, no entanto ao mesmo tempo expulsa com cadeiras não confortáveis e espaços micro. As praças de alimentação dos shoppings são um suporte a lojas onde a maior necessidade é a do consumo, onde tudo o que se precisa esta concentrado em um mesmo local, dividido em galerias. Nos shoppings onde tudo parece perfeito a relação social falha. Torna-se um ambiente de passagem onde quanto mais gente circulando, comprando e abrindo espaço para novos compradores melhor. Não ha um encontro sadio, de descontração com amigos sem preocupação com o entorno, não há paisagens livres de poluição visual, não ha vento nem sol. Há apenas circulação.
  • 21. 25 A abordagem comercial atual conta com diversas ferramentas de divulgação, e são variadas as formas de captação dos clientes. Desde outdoor, panfletos, carros de som e a internet sendo a ferramenta mais explorada nos dias de hoje. A comodidade oferecida aos clientes que utilizam a internet tornou-se alvo das grandes e atentas empresas de serviços que oferecem seus produtos, e é muito comum não contarem mais com espaços físicos para o atendimento aos clientes, abrindo mão de lojas fixas para mostruários virtuais. Ao frequentar feiras ou centros comerciais populares é comum a abordagem por ambulantes e comerciantes aos gritos promovendo e barganhando seus produtos. Hoje no espaço virtual da internet não é muito diferente, afinal, quem nunca se irritou ao abrir o e-mail, ou sites qualquer e ser bombardeado por janelas comerciais pop-ups oferecendo produtos, desviando sua atenção e até impedindo sua finalidade de busca? É interessante observar que cada vez mais as pessoas consomem e interagem com o mundo sem sair de casa, sintomas do mundo globalizado. Buscam longe o que querem, sem sair da cadeira. E se de um lado o ambulante não entra e nem grita promoções dentro das casas do outro o comercio virtual invade sua privacidade e pechincha sem voz. O ambiente virtual esta ganhando cada vez mais espaço na rotina social das pessoas. Elas conversam, namoram, pedem refeições, fazem consultas médicas, “vivem virtualmente”. Desvalorizando ambientes de encontros físicos, tornando a interação social dispensável. No entanto a extinção do espaço comercial é parcial, e “ainda” não é possível viver 100% virtualmente. Ao analisar o ramo alimentício uma lanchonete, por exemplo, que trabalha com produtos de entrega a domicilio certamente a cozinha e as formas de preparo continuam nos moldes tradicionais, necessitando de espaços para o
  • 22. 26 preparo e despacho dos pedidos de alimentos. Porém em ambientes cada vez mais reduzidos. A nova abordagem comercial itinerante tem o proposito de atender da melhor forma seus clientes, adaptando-se as necessidades rotineiras da população. Levando o alimento onde estiverem, atento as tecnologias de pedidos virtuais produzindo e preparando alimentos em espaços dinâmicos de trabalho, tendo a agilidade na entrega o ponto forte de um empreendimento, é o que o fazem popular, e são características de identidade do comércio itinerante. 4.5. Comércio de alimento itinerante O comércio de alimento itinerante tornou-se realidade para empreendedores do Brasil e do mundo. Atende as necessidades de fornecimento alimentar de forma rápida e econômica atraindo cada vez mais adeptos. Atualmente o seguimento representa uma forma de renda para 2% da população brasileira. (IBGE 2014) São diversas as formas de fornecimento e distribuição do comércio itinerante. Bicicletas, carrinhos de mão adaptados, carrocinhas, carros, trailers e até mesmo ônibus. Porem mesmo em veículos totalmente diversos todos tem uma necessidade em comum, a adaptação espacial. As carrocinhas de pipoca, por exemplo, são adaptadas com pequenos compartimentos para separar os ingredientes de estoque, dos temperos, dos saquinhos e a fonte de combustíveis (gás). São cercados por vidro para que se veja o produto e, no entanto não se pode tocar. Os carrinhos de pipoca são leves e tem escala de empreendimento pequeno e mesmo assim não são isentos de atender as regras de legislação existentes para funcionamento.
  • 23. 27 O comércio itinerante, exclusivamente os automotores assim como qualquer outro seguem as regras e legislações e de funcionamento dos demais. No entanto além das regras validas para todos, os automotores seguem normas especificas da legislação de transito. E qualquer adaptação para esse seguimento itinerante e automotor deve obedecer as normas do DETRAN e CONTRAN. (SEBRAE 2014). No Brasil já existem empresas especializadas em adaptações de veículos para tal empreendimento. No entanto em sua maioria obedecem a pedidos de clientes sem qualquer conhecimento técnico que desconhecem suas reais necessidades de espaço. E vale lembrar que para cada tipologia de comércio haveria de existir um projeto diferente a qual o estudo dos espaços deveriam se tornar específicos. Os movimentos e esforços ergonômicos para o preparo de um macarrão na chapa, por exemplo, é diferente para o preparo de um sanduiche, mesmo ambos projetados para o mesmo espaço a dinâmica, e até mesmo a ordem de acréscimo dos ingredientes são objetos de estudos e percepções para o desenvolvimento de projetos que futuramente em termo de uso agilizariam o preparo e fornecimento de alimento aos clientes. Muitas normas para o projeto e execução de cozinhas em locais fixos já existem, porém o carro de comida itinerante é novidade e é essa a maior dificuldade quando se pretende empreender. Até então não há uma normalização especifica de como montar e funcionar um comércio de comida itinerante. O que se pode fazer então é analisar as legislações existentes e propor soluções dentro do que é permitido. A atuação do comércio itinerante vai além das teorias urbanas e percepções do corpo, ela esbarra nos conflitos da cidade, em normas de segurança, direitos tributários e passa a ser uma intervenção entre milhares que
  • 24. 28 nela já existe, a qual terá de se adaptar e adequar as necessidades da rotina urbana e aos interesses característicos de um empreendimento comercial, propondo soluções técnicas para tais situações. Os espaços adaptados para o comércio de comida itinerante devem passar por uma série de análises além das percepções individuais da cada empreendimento, em geral todos tem que atender as normas e legislações existentes que regem o seguimento. 4.6. Legislação para comércios itinerantes A infraestrutura necessária para montar um comércio de alimento itinerante deve ser planejada para poder atender às necessidades de preparação e comercialização dos alimentos, segundo às exigências da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) municipal e estadual, Prefeitura, Denatran (Departamento Nacional de Trânsito e Detran (Departamento Estadual de Trânsito) e Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). (SEBRAE 2014). Fazer de um veículo um negócio sobre rodas exige cuidados. Especialistas afirmam que as alterações não devem envolver as partes mecânica e elétrica originais do veículo. "Sem o devido cuidado, o carro pode sofrer pane e ter o funcionamento prejudicado", diz o diretor de segurança veicular da AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva), Marcus Aguiar. (SEBRAE 2014).
  • 25. 29 4.6.1. LEGISLAÇÕES  Legislação de transito O planejamento da cozinha seguindo as regras existentes, assim como a realização das manutenções preventivas e programadas garantirá o correto funcionamento do comércio itinerante. Algumas normas são claras quanto a adaptação de veículos, ela não permite mudar altura e largura de veículos por exemplo. E qualquer modificação no veículo deve seguir as determinações da Resolução 292, do Contran (Conselho Nacional de Trânsito). Alterações no conjunto de molas e no sistema de suspensão são proibidas também pela norma. Se houver a necessidade de instalção deequipamentos elétricos, como chuveiros elétricos, secadores e fornos é preciso checar se a bateria do automóvel tem potência suficiente para fazer os aparelhos funcionarem. Caso contrário, o empreendedor precisará de outra fonte de energia. E ser ligados a um gerador alternativo ou mesmo a tomadas fixas para funcionarem. Antes de fazer qualquer alteração no veículo o empresário precisa comunicar o DETRAN (Departamento de Trânsito). Depois de modificado, o automóvel precisa passar por uma avaliação em um posto regional do órgão para emissão do CSV (Certificado de Segurança Veicular). Com o CSV em mãos, o empreendedor deve ir novamente ao DETRAN para alterar a documentação do veículo. Há veículos pequenos, médios e grandes. No planejamento de qual comprar, o empreendedor deverá levar em conta que comida deseja
  • 26. 30 comercializar, que equipamentos serão necessários dentro do veículo para garantir a segurança dos alimentos vendidos, as questões relativas à parte elétrica e hidráulica, material de divulgação da marca, como adesivagem e pintura e, enfim, quanto poderá investir no negócio. (SEBRAE 2014).  Legislações municipais O Brasil tem apenas dois estados (RJ e SP) com legislação especifica em vigor para cozinhas sobre rodas. Ambas em fase de implantação. (SEBRAE 2014). As duas leis demarcam as condições de uso dos equipamentos, a necessidade do termo de permissão de uso (TPU), as obrigações dos permissionários, a exigência de seguir as legislações sanitárias existentes. (SEBRAE 2014) Dentro do âmbito municipal o código de postura é o órgão que reúne o conjunto de normas que regulam a utilização do espaço urbano pelos cidadãos. É uma lei que regulamenta a melhor convivência das pessoas dentro de sua cidade. O código foi criado para organizar o perímetro urbano, fazendo com que o interesse de todos prevaleça sobre o interesse individual. A utilização de passeios públicos, a instalação de mobiliário urbano, o exercício de atividades profissionais ao ar livre e a instalação de faixas e cartazes de publicidade visuais e sonoros em locais públicos são alguns dos itens contemplados pelo regulamento municipal.
  • 27. 31  Vigilancia sanitátia / ANVISA No Brasil há legislação de âmbito nacional, desde 2004, (RDC 216 e agora RDC 49) que orienta todos os aspectos relativos às boas práticas. Todos os proprietários de comércio itinerante devem seguir as orientações para que garantam a elaboração de alimentos seguros, livres de contaminação. (SEBRAE 2014) A legislação sanitária exige normas semelhantes ao do código de posturas, porém mais especificas a cada tipo de atividade e alimento. Ela estabelece procedimentos técnicos para manipulação, descarte de resíduos para a conservação do ambiente.  Normas de segurança / Bombeiros Para os comerciantes itinerantes a segurança dos eventos está baseada na legislação de combate e prevenção de incendio. A utilização de energia elétrica, gás e produtos químicos se não for corretamente planejada e executada poderá podera colocar em riscos o proprietário, quem trabalhará no automóvel e os clientes que estão próximos no momento das vendas. Para atender as necessidades de segurança a cada projeto é necessário uma análise por parte do corpo de bombeiros, que investigara as circunstancia de funcionamento para cada tipologia de moradia ou comercio. Para então estabelecer medidas de prevenção e formas de combate a um eventual incêndio.
  • 28. 32 5. Propostas análogas  Rotativos Elaborado por Wellington Cançado e Simone Cortezão projeto visa a ocupação itinerante de vagas de Estacionamento Rotativo em espaços públicos em regiões centrais do país, a intervenção dos ROTATIVOS foi realizada de 06 a 10 de novembro de 2006 em São Paulo como um dos projetos selecionados para a FIAT Mostra Brasil. As intervenções do projeto Rotativo ocupam os espaços públicos da cidade. É uma arquitetura sem localização fixa que oferecem programas variados para o atendimento ao público. A proposta usa veículos utilitários que são transformados em ambientes interiores e paisagens sobre rodas e organizados que oferecem espaços para descanso, reflexão, diversão e serviços variados. O objetivo é levar atividades culturais e cotidianas para a rotina da população, oferecendo cinema, galeria de arte, restaurante e terraços-jardim, além de produzir, expor e disponibilizar vídeos, publicações independentes, trabalhos de artistas e designers, informações, imagens, sabores, objetos e outros suprimentos culturais. Baseados na legislação da cidade de belo horizonte, os Rotativos criaram uma forma de atuar dentro da cidade de acordo com as leis impostas por ela. Partindo da ideia que a cidade é pensada para o trafego visando a valorização de vias veiculares. E foi observando essa tendencia veicular é que os Rotativos criaram uma estratégia de utilização de espaços urbanos. A maioria das capitais e grandes cidades brasileiras tem algum sistema de controle para estacionamento em vagas públicas. Conhecido em Minas Gerais
  • 29. 33 como Faixa-azul, esses espaços são administrados em sua maioria por empresas privadas que detêm concessões e têm como objetivo de promover o aumento das vagas para estacionamento, melhorar a circulação do tráfego, controlar o uso do espaço público, aumentar a circulação de pessoas em determinadas áreas e arrecadar dinheiro para a cidade. O projeto de intervenção dos Rotativos tem um ideal de que as áreas públicas devem ser utilizadas para atividades coletivas de interesse público, sejam elas serviços ou jardins. Sendo assim, os Rotativos propõem o aluguel e a ocupação de vagas em horário comerciais nas regiões centrais, durante sete dias corridos, para uma frota de cinco itinerantes, através da compra de aproximadamente 350 cartões de estacionamento rotativo. Os automoveis são obrigados a circular pela cidade, cumprindo os prazos máximos de ocupação de cada vaga. No último dia, os carros se encontram em algum ponto da cidade, de acordo com a disponibilidade de vagas contínuas, formando uma ocupação coletiva e articulada que resultará num equipamento público e numa praça linear suspensa, formados pela junção dos veículos. FIGURA 2: Intervenção Rotativos¹ Fonte: Página da Fiat/ Mostra Brasil. Belo Horizonte: Cria!Cultura, 2006. 1-Disponível.em:<http://danielescobar.com.br/v1/wp-content/uploads/catalogo/fiatMostra.pdf> acessado em março de 2015
  • 30. 34 FIGURA 3: Adaptação Rotativos¹ Fonte: Página da Fiat/ Mostra Brasil. Belo Horizonte: Cria!Cultura, 2006.  Rolando Massinha Além do ponto de vista urbano de atuação do comercio itinerante na cidade, há tambem o ponto de vista do empreendedor, que vê no comercio itinerante uma opção de trabalho e estilo de vida. É o caso Rolando Vanucci, um dos precursores da comida de rua preparada dentro de uma kombi, sucesso há sete anos na Av. Sumaré. A oportunidade surgiu da necessidade de trabalhar e virou modelo de empreendedorismo para muita gente. Rolando massinha atende proximo a centros comerciais a fim de captar trabalhadores que circulam pela cidade, normalmente comerciantes em horario de almoço. Sendo assim pode ser classificado como um empreendimento que atende a necessidade do trabalhador por dar suporte a alimentação da população nos intervalos de trabalho. 1-Disponível.em:<http://danielescobar.com.br/v1/wp-content/uploads/catalogo/fiatMostra.pdf> acessado em março de 2015
  • 31. 35 FIGURA 4: Rolando massinha¹ Fonte: Página da UOL/ Melhores Food Truck’s do Brasil 2014. 6. SEMINÁRIO - SEMANA INTEGRADA Em pesquisa proposta para a faculdade de arquitetura e urbanismo do UNILESTE/MG, em um período do semestre conhecido como semana integrada onde o aluno propõe e expõe suas ideias a respeito de diferentes temas do curso me propus a levantar dados sobre satisfação e preferencia popular quanto ao consumo alimentício fora do lar, contribuindo assim para o desenvolvimento desta monografia. A ideia da pesquisa era levantar dados numéricos para a geração de gráficos demonstrativos para objeto de estudos. Ao fim da pesquisa e análise das respostas ficou notável que as preferencias do consumidor eram variantes quanto ao local e de suas preferencias, impossibilitando a criação de diagramas numericos, sendo a converssa partida da então proposta esquisa de maior relevancia. Ao fim das converssas e após análises gerais das respostas em 1- Disponivel-em:<http://comidasebebidas.uol.com.br/noticias/redacao/2014/07/16/conheca-dez-dos- melhores-food-trucks-de-sao-paulo.htm> acessado em março de 2015.
  • 32. 36 comum os entrevistados tinham exigências de qualidade para consumo de alimentos validos para qualquer ambiente. As observações que iam alem do questionário alternavam de acordo com a realidade de cada entrevistado. E em tais observações foi possível identificar e concluir que a maioria dos consumidores tem preferencia por algum lugar na hora de consumir alimentos fora de casa, porem frequentaria qualquer outro que atendessem as expectativas e exigências criadas. As exigências dos consumidores pesquisados primeiramente são com a higiene do local, e a maioria dispensa comida preparada ao ar livre, como churrasquinhos. Boa parte dos participantes almoça no trabalho e não abririam mão da comida tradicional para um sanduiche ou qualquer outro lanche rápido exceto nos momentos de lazer. A qualidade do alimento foi muito questionada, e é um dos fatores que levam a maioria das pessoas a preferirem um almoço em um restaurante nos dias de trabalho, seguida pela proximidade e disponibilidade de oferecimento onde se encontram ou trabalham, já que não há opção para a maioria pesquisada de outros restaurantes ou formas de alimentação proximas, já que o almoço em sua maioria é bancado por empresas que fornecem o almoço ao funcionário no local. Dentre os fatores que mais afastam e espantam os clientes de algum empreendimento é o mau atendimento, demora na entrega do pedido, má localização e o custo alto dos alimentos. Foi perguntado também se conhecem ou ouviram falar especificamente dos veiculos adaptados para alimentação os FOOD TRUCK’s. A maioria já viu de alguma forma, alguns em filmes, outros em novelas e internet. No entanto ninguém entre os entrevistados até então havia consumido ou visto a tipologia especificamente do FOOD TRUCK pessoalmente na região.
  • 33. 37 Enfim, diante das respostas obtidas a partir observações voluntarias, conclui-se que a expectativa da maioria dos consumidores é de uma alimentação saudável, que atenda as expectativas de qualidade e higiene. Que tenha a opção desejada para cada momento de sua rotina, como trabalho e lazer. A localização é de estrema importância, e para alguns é imprescindível a opção de entrega. As exigências devem atender as expectativas de consumo esperado por cada cliente e ao mesmo tempo ter um preço acessível. Abaixo imagem do questionário utilizado para entrevista, se tornando ele um motivo para aproximação das pessoas, pois as respostas e observações adiquiridas foram alem das perguntas feitas, sendo os comentários e observações ainda mais valiosas como merito de estudo. FIGURA 5: Questionário de entrvista do comércio. Fonte: Elaborada pelo autor
  • 34. 38 7. APRESENTAÇÃO DE PROPOSTA TCC2 A tipologia itinerante inicialmente atrai diferentes consumidores pela novidade e praticidade. Porém tais características não são suficientes para assegurar a fidelidade dos clientes para que continuem sendo constantes consumidores. Embora seja muito comum o comércio ambulante nas ruas pouco se nota um estudo para melhor atuação no perimetro urbano. É perceptivel a falta de evolução de atuação dos comerciantes itinerantes ao que diz respeito ao espaço, publico e a imagem. Ao longo do estudo foi possivel perceber que em grande maioria a atuação itinerante acontece de forma espontanea. Carros adptados de forma rustica sem qualquer preocupação com o resultado da imagem final. Sendo a imagem visual uma das principais formas de captação dos clientes. Assim como a falta de preocupação com a imagem, falta tambem preocupação por parte dos comerciantes itinerantes com o espaço de atuação. É muito cumum se deparar com comerciantes itinerantes interditando o fluxo natural das vias, se apropriando das calçadas e atrapalhando a passagem das pessoas. E o estudo espacial não é apenas fluxo, é tambem uma preocupação fazer um diagnóstico da melhor opção de local de atuação para obter melhores lucros dentro da legislação atual.  Itinerancia Municipal - Timóteo Estudando mais profundamente a cidade de Timóteo, foi possivel mapear e identificar os principais pontos de possiveis atuação do comércio de alimentação itinerante, lembrando que o centro de Timóteo oferece 500 vagas de
  • 35. 39 estacionamento rotativo. Houve então a observação do percurso onde durante os dias e em diferentes horarios a captação de clientes são mais favoraveis na cidade, criando assim uma itinerancia. Veja no diagrama abaixo: FIGURA 6: Mapeamento de possiveis itinerancias em Timóteo.¹ Fonte: Elaborada pelo autor a partir do google maps/ 2015
  • 36. 40  01 – RODOVIARIA, ESCOLA ANTÔNIO SILVA, CEFET. É um dos melhores pontos de captação dos clientes, pois é a partir da rodoviária que toda a população da cidade que utiliza os serviços de onibus coletivo se locomove para chegar aos destinos finais, como a escola, trabalho, centro comercial.  02 – CORETO, GINÁSIO COBERTO, IGREJA CATÓLICA/ CENTRO, ESCRITÓRIO APERAM. É uma área de grande circulação de pessoas, é proxima a principal praça do centro da cidade onde acontece a maioria dos eventos unicipais. É também muito proximo a igreja católica, que em determinados horários há uma disposição paior de pessoas que saem da missa e vão para o lazer da praça, além dos trabalhadores do escritório central da APERAM, podendo ser possiveis clientes aos horários de almoço.  03 – FEIRA LIVRE/TIMIRIM, IGREJA DO TIMIRIM, CLUBE CAMPESTRE. É um ponto proximo ao centro onde acontece a feira livre de timóteo, um comércio popular que em ponto extratégico e dias marcados poderiam ser de grande rentabilidade por sua proximidade a igreja e ao clube campestre.  04 – PRAÇAS DO OLARIA, CAMPO DO OLARIA, AVENIDA ACESITA. É uma praça rescentemente revitalizada, proxima ao campo do bairro Olária onde há grande circulação de pessoas. Tornou-se comum o lazer para essa área, e a avenida Acesita conta com cada vez mais novos empreendimentos, e sua maioria para a alimentação. FIGURA 7: Fotos de Timóteo.¹ Fonte: Elaborada pelo autor a partir do Google MAPS / 2015 1-Disponivel-em:< https://maps.google.com/Timóteo> acessado em abril de 2015.
  • 37. 41 FIGURA 8: Diagrama de horários. Fonte: Elaborada pelo autor 1-Disponivel-em:< https://maps.google.com/timóteo> acessado em abril de 2015.
  • 38. 42  Itinerancia Intermunicipal Outra opção para o comércio itinerante além da cidade de Timóteo estam as outras cidades do vale do aço, como Coronel Fabriciano e Ipatinga. Na imagem abaixo o evento gastronomico Rota dos sabores da cidade de Coronel Fabriciano / MG. Durante o evento ha exposição das comidas típicas da região. O evento anual colocou a cidade de Coronel Fabriciano na rota gastronomica e se tornou o principal polo gurmet do leste de Minas Gerais. FIGURA 9: Rota dos sabores, Praça da Estação em Coronel Fabriciano/ MG.¹ Fonte: Site da prefeitura de Coronel Fabriciano. 1-Disponivel-em:< www.fabriciano.mg.gov.br> acessado em maio de 2015.
  • 39. 43 Além da praça da estação, outra opção de atuação intermunicipal para a cidade de Coronel Fabriciano seria a Porta da faculdade, como o Unileste/mg onde as atividades ja acontecem. Em Ipatinga uma boa opção de atuação seria as proximidades do parque Ipanema, proximo também ao estadium do ipatingão, onde o maior público seria os que estão à procura de lazer. FIGURA 10: Itinerancia intermunicipal. Fonte: Elaborada pelo autor a partir do Google MAPS / 2015
  • 40. 44 7.1 Possibilidades para projeto de tcc2 Após estudar as possiveis linhas itinerarias, o seguimento dealimentação itinerante conduzido por veículos motorizados vem se destacando como uma das melhores alternativa de empreendimento. Ele se tornou atrativo. Virou uma opção economicamente razoável para o empreendedor, uma comodidade para o consumidor e uma nova proposta de projeto para o arquiteto. O comércio itinerante por veículos adaptados representa a renovação social acompanhada de tecnologia em meio a uma população de relações cada vez mais limitadas, pois liga diferentes pontos e interage com diferentes regiões.  Veículos adaptados Entre as opções itinerantes os veiculos adaptaveis são uma boa alternativa. Existe atualmente a possibilidade de adaptar um veículo comuns ou os que ja saem fabrica adaptados, possibilitando e facilitando um futuro empreendimento. Segundo a diretora comercial de uma empresa especializada em adaptação de veículos, Gislene Gonçalves Viana, os modelos mais utilizados como negócios móveis são vans e furgões. Na lista, entram Citroën Jumper, Fiat Ducato, Iveco Daily, Mercedez Sprinter, Peugeot Boxer e Renault Master. O valor desses veículos 0 km varia de R$ 75 mil a R$ 110 mil, de acordo com a tabela Fipe, referência para consulta de preços de automóveis.
  • 41. 45 FIGURA 11: Carros para adaptação¹ Fonte: Montagem do autor a partir de imagens do google imagens/ maio. 2015. Em questão de espaço, o carro mais atrativo é a Mercedez Sprinter. Ela oferece um espaço maior “em planta” e mais alto, facilitando a locomoção de uma pessoa no seu interior. FIGURA 12: Sprinter² Fonte: Google imagens 1-Disponivel-em:< https://maps.google.com/imagens> acessado em abril de 2015. 2-Disponivel-em:< https://maps.google.com/imagens/sprinter> acessado em abril de 2015.
  • 42. 46 Outros comuns usados são Fiorino, Kombi e Townernormalmente. Com base na tabela FIPE, os preços variam de R$ 25 mil a R$ 60 mil para modelos 0 km, ja os usados variam em até R$ 15 mil. FIGURA 13: Veiculos usados para adaptações.¹ Fonte: Montagem do autor a partir de imagens do google imagens/ maio. 2015. Como continuidade desse trabalho, tenho como necessidade uma proposta de projeto para a elaboração de um comercio de alimento itinerante, onde os conceitos de uso, permanencia e intervenção no espaço sejam criados a partir das teorias estudadas e conhecimentos adiquiridos. Valorizando a pessoa e seu entorno, tendo a dinâmica do micro espaço e o convivio social a principal diretriz do projeto. Por fim, o comercio itinerante atual necessita de uma melhor compreensão de seu publico, que aliado ao diagnóstico do espaço e da imagem repassa a população uma credibilidade que atrai ao consumo e as transformam em clientes tornando no minimo agradavel a paisagem urbana de quem esta em seu entorno. São variadas as opções de carros para adaptações assim como tambem deve ser variada as propostas de projeto. 1-Disponivel-em:< https://maps.google.com/imagens> acessado em abril de 2015.
  • 43. 47 8. CONCLUSÃO “Se não esta bom, ligue o carro, siga em frente e estacione em outro lugar.” (Deyverson 2015) No Brasil, como resultado da globalização muitas pessoas viram a possibilidade de empreender e expandir seus negócios ou abrir um primeiro restaurante num modelo diferente, com contato direto com o público, de baixo custo, sem a necessidade de manter um ponto comercial fixo. A tendência virou moda e incentiva o empreendedorismo, pois muitos consumidores passaram a buscar os caminhões como forma de acesso a alimentos mais sofisticados e a preços acessíveis. Em geral, pode-se resumir o comércio itinerante como uma das alternativas de comércio convencionais mais populares existentes. No entanto ele vai muito além da venda e da compra de produtos. Ao ponto de vista arquitetônico é preciso entender a dinâmica do comércio e seu entorno. É preciso ter a noção de que qualquer interferência na rotina urbana repercute aos acontecimentos do dia-a-dia, sendo favoráveis ou não a cidade e as pessoas. A analise de situação do comércio itinerante nos leva a perceber que não apenas os carros sofreram adaptações, mas também o estilo de vida da cada um e a rotina urbana de todos. Ao longo do estudo para a elaboração dessa monografia foi possível avaliar onde a tipologia comercial itinerante falha e as medidas que apos reflexão poderiam a corrigi-la. Foi compreendida a relação do corpo naturalmente itinerante no espaço, também itinerante. Uma resposta mutante as mudanças sociais e aos acontecimentos rotineiros da cidade.
  • 44. 48 Enfim, os problemas do comercio itinerante e sua atuação na cidade não foram resolvidos, eles foram estudados e compreendidos. As respostas as duvidas que embasaram a pesquisa foram sim respondida, e carecem de continuidade como proposta de projeto, aperfeiçoando métodos de atuação para melhor uso do espaço e composição do ambiente itinerante, atendo as necessidades da rotina social da população no trabalho e no laser a partir de conhecimentos adiquiridos.
  • 45. 49 REFERÊNCIAS: ABRASEL – Associação Brasileira de bares e restaurantes. Disponivel em: < http://www.pe.abrasel.com.br/noticias/510-11022014-ipca-recua-para-055- em-janeiro-menor-taxa-para-o-mes-em-cinco-anos>. Acesso em: 26 de março. 2015. ANVISA – Agencia nacional de vigilância sanitária. Resolucao RDC 216 e agora RDC 49 de 07 de dezembro de 2004. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Diario Oficial da Uniao de 10 de dezembro de 2004. DAHE, RENATA - nutri news, Food Truck a comida sobre rodas é a nova moda. Disponivel em: <URL: http://nutrinews.com.br/revistas/ed274.pdf>. Acessado em 06 fevereiro de 2015. FAG BRASIL. Veículos especializados. Disponivel em: <http://fagbrasil.com/food-truck/ > acessado em maio de 2015. FIAT - mostra Brasil (ROTATIVOS). Disponível em: <http://danielescobar.com.br/v1/wpcontent/uploads/catalogo/fiatMostra.pdf> Acessado em 3 de julho de 2103. G1. NOTICIAS - Mercado de food truck é tendência de bom negócio. Disponível em: <http://g1.globo.com/economia/pme/noticia/2015/01/mercado-de-food-trucks-e- tendencia-de-bom-negocios> acessado em janeiro de 2015.
  • 46. 50 HARVEY, D. Condições pós moderna: uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural. 8ª Ed. São Paulo, 1996. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica. Cidades@. Disponivel em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/default.php>. Acesso em: 26 de março. 2015. SANTOS, M. Território e sociedade. 2ª Ed. São Paulo. Ed. Fundação Abramo 2000. SEBRAE – Serviço Brasileiro de apoio a micro e pequenas. Uma nova tendência. Disponivel em: < http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/Food-Truck:-uma-nova- tend%C3%AAncia>. Acesso em: 30 de março. 2015. WIKPÉDIA, a enciclopédia livre – food truck. Disponivel em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Food_truck > RAINER. SOUSA – Brasil escola; História do comércio. Disponivel em: http://www.brasilescola.com/historia/historia-do-comercio.htm. Acessado em 12 de março 2015.