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PELETIZAÇÃO DE RAÇÕES: DEFINIÇÕES E VANTAGENS NA NUTRIÇÃO DE AVES.
Conference Paper · September 2012
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Clederson Idenio Schmitt
Universidade Federal de Pelotas
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VIII SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
IX ENCONTRO DE ZOOTECNIA DA UNESP – DRACENA
26 e 27 DE SETEMBRO DE 2012
1
PELETIZAÇÃO DE RAÇÕES:
DEFINIÇÕES E VANTAGENS NA NUTRIÇÃO DE AVES.
¹SCHMITT, C. I.; 3
RICCI, G. D.,2
COUTINHO, G. S. , 4
SUZIN, L., 5
SCAPINI, L. B., 6
SUREK,
D., 7
LORENZONI. A.; 1
HENRICH, F.
1 Acadêmicos do Curso de Medicina Veterinária da UNICRUZ – Universidade de Cruz Alta- Curso de Medicina Veterinária-
Campus Universitário, Rod. Jacob Della Meia km 5,6, Distrito de Parada Benito, Cx 858, cep. 98020-290.Cruz Alta - RS
2 Acadêmico do curso de Agronomia da Ufpel – Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Campus Capão do Leão Cx 354,
Cep: 96010900, Pelotas – RS.
3Acadêmica do Curso de Zootecnia da UNESP campus Botucatu, Distrito de Rubião Junior, Botucatu - SP
4 Acadêmica do curso de Engenharia Ambiental da Unc campus Concórdia, Rua Vitor Sopelsa, 3000, Bairro Salete,
Concórdia SC.
5 Acadêmica do curso de medicina veterinária da UFPR Campus Palotina, Rua Pioneiro 2153, Cep: 85950000, Palotina PR.
6 Doutorando em zootecnia pela UFPR campus Curitiba, Rua dos Funcionários 1540, Juvevê, Cep: 80035050, Curitiba PR.
7
Med. Vet Esp. e Professor do Curso de Medicina Veterinária da UNICRUZ – Universidade de Cruz Alta- Curso de Medicina
Veterinária- Campus Universitário, Rod. Jacob Della Meia km 5,6, Distrito de Parada Benito, Cx 858, cep. 98020-290.Cruz
Alta - RS
INTRODUÇÃO
Hoje o Brasil ocupa o primeiro lugar nas exportações de frango no mundo e sendo o
terceiro maior produtor, e para poder suprir toda essa demandas da produção de frangos
precisaram ter uma ração suficiente e de qualidade. Nesse aspecto de produção de rações o
IFIF (2009) aponta que o Brasil é o quarto maior produtor mundial de rações, sendo
superado apenas pelos Estados Unidos da América, União Europeia e China, sendo estes,
juntamente com o Brasil, responsáveis por cerca de 70% da produção mundial de rações.
Segundo a UBA (2009), no Brasil, em 2008, foram produzidas cerca de 60 milhões de
toneladas de ração. Desse total, foram destinadas 32 milhões de toneladas à alimentação
avícola, dos quais 87,5% à nutrição de frangos de corte. E já faz algum tempo, os benefícios
do processamento de rações foram reconhecidos pela indústria avícola. Técnicas como a
peletização e a extrusão são utilizadas, frequentemente em função de seus benefícios sobre
o manejo da alimentação e desempenho animal (McKinney e Teeter, 2004), com o objetivo
de esclarecer os benefícios da peletização da ração de frangos reunimos informações
atualizadas nesta revisão bibliográfica.
A PELETIZAÇÃO DA RAÇÃO
A peletização é um processo físico-químico que ocorre com a ração farelada é
transformada em granulada, conforme Klein (2009) define a peletização como a
transformação da ração farelada em granulada por um processo físico-químico, por meio da
adição de vapor à ração farelada e sua submissão a faixas específicas de temperatura,
umidade e pressão, durante um tempo determinado. Os benefícios da peletização podem
ser resumidos em maiores ganhos de peso em função do maior consumo, reflexo de melhor
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IX ENCONTRO DE ZOOTECNIA DA UNESP – DRACENA
26 e 27 DE SETEMBRO DE 2012
2
palatabilidade e preferência das aves, facilidade de apreensão, que leva à menor
movimentação e menor tempo gasto com alimentação, além de melhor digestibilidade dos
nutrientes e, consequentemente, melhor aproveitamento da energia (Lara et al., 2008).
Além disso, podemos citar que a peletização vai apresentar uma maior
digestibilidade dos carboidratos na dieta, é o que aponta Gadzirayi et al.; (2006) que ao
processo de peletização são atribuídos diversos benefícios, como maior digestibilidade de
carboidratos e proteínas da dieta, menor gasto de energia de mantença, redução do
desperdício e diminuição da contaminação microbiana na ração. Os mesmos autores
apontam um ponto importante que a peletização da ração traz é uma redução de 18% do
desperdício de ração, em relação às dietas fareladas (ração farelada), isso ocorre devido que
a peletização faz uma maior agregação das partículas em comparação a farelada e
consequentemente impede a separação, seleção ou ainda consumo de maiores preferências
pelos frangos. A peletização também aumenta a eficiência de retenção da energia
metabolizável aparente, sendo essa melhor eficiência justificada pela melhor conversão
alimentar das aves alimentadas com rações peletizadas ou trituradas (McKinney e Teeter,
2004).
Já López e Baião (2004) e Klein (2009) apontam que a peletização no ponto de vista
da fabricação apresenta vantagens, como aumento da palatabilidade, facilita e estimula a
ingestão devido à mudança da forma física, além do que evita ou reduz a seleção e
ingredientes, aumenta a densidade da ração o que reduz a necessidade de espaços para
armazenamento e custos de transportes e consequentemente a ração peletizada diminui as
perdas de ração no transporte, ou por não ocorrer à geração de pó como na farelada. Os
mesmos autores ainda citam que a ração peletizada vai até influenciar na cama aviária, nos
aspectos de redução de microrganismos que estão presentes na ração e isso leva o aumento
da durabilidade da ração consequentemente vai atuar diretamente sobre o desempenho
zootécnico na questão de rendimento (ganho de peso) das aves. Como citado por López e
Baião (2004) e Klein (2009) que abordam os benefícios da peletização no quesito de
fabricação que vai contribuir para o desempenho zootécnico, e nesse sentido o trabalho de
Lara et al.;(2008) vem afirmar os achados de Gadzirayi et al.; (2006) que apontou os
benefícios da ração peletizada como o ganho de peso, porém o trabalho de Lara et al.;(2008)
avaliaram o efeito da forma física da ração (farelada e peletizada) sobre o desempenho e o
rendimento de cortes de frangos de corte de 1 a 45 dias de idade, constataram que em
relação ao desempenho, a peletização melhorou o ganho de peso das aves em comparação
a ração farelada. Eles também avaliaram rendimentos de cortes dos frangos, onde tiveram
que o rendimento de cortes, nas aves alimentadas com ração farelada e peletizada
responderam de maneira semelhante, diferindo apenas em relação à percentagem de moela,
nesse caso evidenciando o efeito da forma física da ração, devido à menor velocidade de
passagem da ração farelada comparada com a da ração peletizada, o que provocaria maior
estimulação mecânica do trato gastrointestinal e, consequentemente, maior atividade dos
músculos da moela, ou seja, a ração peletizada provocou um aumento da moela por causa
do estímulo mecânico que ocorre antes de ir para o restante do trato gastrointestinal.
Um ponto importante a ressaltar é a qualidade dos péletes, pois quanto mais integro
melhor a conversão alimentar do frango e nesse aspecto McKinney e Teeter (2004)
ressaltam que rações contendo péletes íntegros com um percentual superior a 40% vão
apresentar uma melhor conversão alimentar e melhor ganho de peso, isso quando
VIII SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
IX ENCONTRO DE ZOOTECNIA DA UNESP – DRACENA
26 e 27 DE SETEMBRO DE 2012
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comparada com uma ração farelada. Os mesmos autores explicam que isso é decorrente da
melhora do pélete e ainda em relação às aves, elas vão gastar menor tempo para consumir a
ração e isso representa uma redução da atividade dessa maneira melhorando o
aproveitamento da energia (maior valor calórico real) e levando a maior disposição de
tecidos. Assim também é o que foi observado no trabalho desenvolvido por MAIORKA et al.
(2005) onde eles verificaram que a peletização melhorou o consumo de ração e a eficiência
de retenção da energia metabolizável aparente, quando comparada a dietas fareladas,
porém, notaram que frangos de corte consumindo rações peletizadas apresentam maior
quantidade de gordura abdominal e total na carcaça e vísceras, sendo assim comprovatório
o que foi descrito por McKinney e Teeter (2004) que a ração peletizada leva a deposição de
gordura. Outro ponto abordado pelo MAIORKA et al.; (2005) foi que os benefícios da
peletização foram mais evidentes em rações de baixa energia, já que o aumento dos níveis
energéticos de uma dieta, além de proporcionar a melhoria na eficiência alimentar, diminui o
consumo de ração, que é a variável com mais influência nos resultados positivos da
peletização.
CONCLUSÃO
Foi possível observar que hoje a ração peletizada apresenta inúmeras vantagens,
que vão desde transporte ao desempenho zootécnico, pois o processo de peletização faz o
agregamento das partículas da ração através de um processo químico-físico. Um dos
principais pontos abordados nas pesquisas foi o ganho de peso das aves, isso ficou evidente
em todos os autores pesquisados que a ração peletizada se sobre sai em qualidade
comparando com a ração farelada, apresentando melhor consumo pelos frangos.
E observou-se que a ração peletizada vai gerar uma maior energia para o animal e
consequentemente isso vai ser depositado em forma de gordura na carne, foram um dos
outros aspectos encontrados por alguns autores em suas pesquisas. Podemos sim, dizer que
vale a pena o uso da ração peletizada na avicultura por ela apresentar ganhos zootécnicos
aos animais e para o produtor a vantagem de menor desperdício de ração seja por ela não
ser farelada (em pó), diminuição do espaço físico da armazenagem.
REFERENCIAS
GADZIRAYI, C.T.; MUTANDWA, E.; CHIHIYA, J.; MLAMBO, R. A Comparative Economic
Analysis of Mash and Pelleted Feed in Broiler Production under Deep Litter Housing System.
International Journal of Poultry Science, v.7, p.629- 631, 2006.
INTERNATIONAL FEED INDUSTRY FEDERATION – IFIF. Global feed statistics. Dispovalor
em: http://www.ifif.org/global_stats1.php Acesso em: 26 ago. 2009.
INSUMOS. In: Relatório Anual UBA 2009. UBA. 81p.
KLEIN, A.A. Peletização de rações: Aspectos técnicos, custos e benefícios e inovações
tecnológicas. In: Conferência Apinco de Ciência e Tecnologia Avícolas, 2009, Porto
Alegre. Anais... Porto Alegre: FACTA, p. 173-193, 2009.
VIII SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
IX ENCONTRO DE ZOOTECNIA DA UNESP – DRACENA
26 e 27 DE SETEMBRO DE 2012
4
LARA, L.J.C.; BAIÃO, N.C.; ROCHA, J.S.R.; LANA, A.M.Q.; CANÇADO, S.V.; FONTES,
D.O.; LEITE, R.S. Influência da forma física da ração e da linhagem sobre o desempenho e
rendimento de cortes de frangos de corte. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e
Zootecnia, v.60, n.4, p.970-978, 2008.
LÓPEZ, C.A.A; BAIÃO, N.C. Efeitos do tamanho da partícula e da forma física da ração
sobre o desempenho, rendimento de carcaça e peso dos órgãos digestivos de frangos de
corte. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.56, n.2, p.214-221, 2004.
MAIORKA, A.; DAHLKE, F. ; PENZ Jr., A. M. ; KESSLER, A. M. Diets formulated on total or
digestible amino acid basis with different energy levels and physical form on broiler
performance. Revista Brasileira de Ciência Avícola, v. 7, n. 1, p. 47-50, 2005.
McKINNEY, L.; TEETER, R. Caloric value of pelleting. Publication of Cobb-Vantress, Inc,
2002. P. 1-5. (Comunicado técnico). 2002.
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Peletizao

  • 1. See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/275351513 PELETIZAÇÃO DE RAÇÕES: DEFINIÇÕES E VANTAGENS NA NUTRIÇÃO DE AVES. Conference Paper · September 2012 CITATIONS 0 READS 1,039 8 authors, including: Some of the authors of this publication are also working on these related projects: Bem-estar ovino View project Nutrição Energética de Suínos e Aves View project Clederson Idenio Schmitt Universidade Federal de Pelotas 12 PUBLICATIONS   5 CITATIONS    SEE PROFILE All content following this page was uploaded by Clederson Idenio Schmitt on 24 April 2015. The user has requested enhancement of the downloaded file.
  • 2. VIII SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA IX ENCONTRO DE ZOOTECNIA DA UNESP – DRACENA 26 e 27 DE SETEMBRO DE 2012 1 PELETIZAÇÃO DE RAÇÕES: DEFINIÇÕES E VANTAGENS NA NUTRIÇÃO DE AVES. ¹SCHMITT, C. I.; 3 RICCI, G. D.,2 COUTINHO, G. S. , 4 SUZIN, L., 5 SCAPINI, L. B., 6 SUREK, D., 7 LORENZONI. A.; 1 HENRICH, F. 1 Acadêmicos do Curso de Medicina Veterinária da UNICRUZ – Universidade de Cruz Alta- Curso de Medicina Veterinária- Campus Universitário, Rod. Jacob Della Meia km 5,6, Distrito de Parada Benito, Cx 858, cep. 98020-290.Cruz Alta - RS 2 Acadêmico do curso de Agronomia da Ufpel – Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Campus Capão do Leão Cx 354, Cep: 96010900, Pelotas – RS. 3Acadêmica do Curso de Zootecnia da UNESP campus Botucatu, Distrito de Rubião Junior, Botucatu - SP 4 Acadêmica do curso de Engenharia Ambiental da Unc campus Concórdia, Rua Vitor Sopelsa, 3000, Bairro Salete, Concórdia SC. 5 Acadêmica do curso de medicina veterinária da UFPR Campus Palotina, Rua Pioneiro 2153, Cep: 85950000, Palotina PR. 6 Doutorando em zootecnia pela UFPR campus Curitiba, Rua dos Funcionários 1540, Juvevê, Cep: 80035050, Curitiba PR. 7 Med. Vet Esp. e Professor do Curso de Medicina Veterinária da UNICRUZ – Universidade de Cruz Alta- Curso de Medicina Veterinária- Campus Universitário, Rod. Jacob Della Meia km 5,6, Distrito de Parada Benito, Cx 858, cep. 98020-290.Cruz Alta - RS INTRODUÇÃO Hoje o Brasil ocupa o primeiro lugar nas exportações de frango no mundo e sendo o terceiro maior produtor, e para poder suprir toda essa demandas da produção de frangos precisaram ter uma ração suficiente e de qualidade. Nesse aspecto de produção de rações o IFIF (2009) aponta que o Brasil é o quarto maior produtor mundial de rações, sendo superado apenas pelos Estados Unidos da América, União Europeia e China, sendo estes, juntamente com o Brasil, responsáveis por cerca de 70% da produção mundial de rações. Segundo a UBA (2009), no Brasil, em 2008, foram produzidas cerca de 60 milhões de toneladas de ração. Desse total, foram destinadas 32 milhões de toneladas à alimentação avícola, dos quais 87,5% à nutrição de frangos de corte. E já faz algum tempo, os benefícios do processamento de rações foram reconhecidos pela indústria avícola. Técnicas como a peletização e a extrusão são utilizadas, frequentemente em função de seus benefícios sobre o manejo da alimentação e desempenho animal (McKinney e Teeter, 2004), com o objetivo de esclarecer os benefícios da peletização da ração de frangos reunimos informações atualizadas nesta revisão bibliográfica. A PELETIZAÇÃO DA RAÇÃO A peletização é um processo físico-químico que ocorre com a ração farelada é transformada em granulada, conforme Klein (2009) define a peletização como a transformação da ração farelada em granulada por um processo físico-químico, por meio da adição de vapor à ração farelada e sua submissão a faixas específicas de temperatura, umidade e pressão, durante um tempo determinado. Os benefícios da peletização podem ser resumidos em maiores ganhos de peso em função do maior consumo, reflexo de melhor
  • 3. VIII SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA IX ENCONTRO DE ZOOTECNIA DA UNESP – DRACENA 26 e 27 DE SETEMBRO DE 2012 2 palatabilidade e preferência das aves, facilidade de apreensão, que leva à menor movimentação e menor tempo gasto com alimentação, além de melhor digestibilidade dos nutrientes e, consequentemente, melhor aproveitamento da energia (Lara et al., 2008). Além disso, podemos citar que a peletização vai apresentar uma maior digestibilidade dos carboidratos na dieta, é o que aponta Gadzirayi et al.; (2006) que ao processo de peletização são atribuídos diversos benefícios, como maior digestibilidade de carboidratos e proteínas da dieta, menor gasto de energia de mantença, redução do desperdício e diminuição da contaminação microbiana na ração. Os mesmos autores apontam um ponto importante que a peletização da ração traz é uma redução de 18% do desperdício de ração, em relação às dietas fareladas (ração farelada), isso ocorre devido que a peletização faz uma maior agregação das partículas em comparação a farelada e consequentemente impede a separação, seleção ou ainda consumo de maiores preferências pelos frangos. A peletização também aumenta a eficiência de retenção da energia metabolizável aparente, sendo essa melhor eficiência justificada pela melhor conversão alimentar das aves alimentadas com rações peletizadas ou trituradas (McKinney e Teeter, 2004). Já López e Baião (2004) e Klein (2009) apontam que a peletização no ponto de vista da fabricação apresenta vantagens, como aumento da palatabilidade, facilita e estimula a ingestão devido à mudança da forma física, além do que evita ou reduz a seleção e ingredientes, aumenta a densidade da ração o que reduz a necessidade de espaços para armazenamento e custos de transportes e consequentemente a ração peletizada diminui as perdas de ração no transporte, ou por não ocorrer à geração de pó como na farelada. Os mesmos autores ainda citam que a ração peletizada vai até influenciar na cama aviária, nos aspectos de redução de microrganismos que estão presentes na ração e isso leva o aumento da durabilidade da ração consequentemente vai atuar diretamente sobre o desempenho zootécnico na questão de rendimento (ganho de peso) das aves. Como citado por López e Baião (2004) e Klein (2009) que abordam os benefícios da peletização no quesito de fabricação que vai contribuir para o desempenho zootécnico, e nesse sentido o trabalho de Lara et al.;(2008) vem afirmar os achados de Gadzirayi et al.; (2006) que apontou os benefícios da ração peletizada como o ganho de peso, porém o trabalho de Lara et al.;(2008) avaliaram o efeito da forma física da ração (farelada e peletizada) sobre o desempenho e o rendimento de cortes de frangos de corte de 1 a 45 dias de idade, constataram que em relação ao desempenho, a peletização melhorou o ganho de peso das aves em comparação a ração farelada. Eles também avaliaram rendimentos de cortes dos frangos, onde tiveram que o rendimento de cortes, nas aves alimentadas com ração farelada e peletizada responderam de maneira semelhante, diferindo apenas em relação à percentagem de moela, nesse caso evidenciando o efeito da forma física da ração, devido à menor velocidade de passagem da ração farelada comparada com a da ração peletizada, o que provocaria maior estimulação mecânica do trato gastrointestinal e, consequentemente, maior atividade dos músculos da moela, ou seja, a ração peletizada provocou um aumento da moela por causa do estímulo mecânico que ocorre antes de ir para o restante do trato gastrointestinal. Um ponto importante a ressaltar é a qualidade dos péletes, pois quanto mais integro melhor a conversão alimentar do frango e nesse aspecto McKinney e Teeter (2004) ressaltam que rações contendo péletes íntegros com um percentual superior a 40% vão apresentar uma melhor conversão alimentar e melhor ganho de peso, isso quando
  • 4. VIII SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA IX ENCONTRO DE ZOOTECNIA DA UNESP – DRACENA 26 e 27 DE SETEMBRO DE 2012 3 comparada com uma ração farelada. Os mesmos autores explicam que isso é decorrente da melhora do pélete e ainda em relação às aves, elas vão gastar menor tempo para consumir a ração e isso representa uma redução da atividade dessa maneira melhorando o aproveitamento da energia (maior valor calórico real) e levando a maior disposição de tecidos. Assim também é o que foi observado no trabalho desenvolvido por MAIORKA et al. (2005) onde eles verificaram que a peletização melhorou o consumo de ração e a eficiência de retenção da energia metabolizável aparente, quando comparada a dietas fareladas, porém, notaram que frangos de corte consumindo rações peletizadas apresentam maior quantidade de gordura abdominal e total na carcaça e vísceras, sendo assim comprovatório o que foi descrito por McKinney e Teeter (2004) que a ração peletizada leva a deposição de gordura. Outro ponto abordado pelo MAIORKA et al.; (2005) foi que os benefícios da peletização foram mais evidentes em rações de baixa energia, já que o aumento dos níveis energéticos de uma dieta, além de proporcionar a melhoria na eficiência alimentar, diminui o consumo de ração, que é a variável com mais influência nos resultados positivos da peletização. CONCLUSÃO Foi possível observar que hoje a ração peletizada apresenta inúmeras vantagens, que vão desde transporte ao desempenho zootécnico, pois o processo de peletização faz o agregamento das partículas da ração através de um processo químico-físico. Um dos principais pontos abordados nas pesquisas foi o ganho de peso das aves, isso ficou evidente em todos os autores pesquisados que a ração peletizada se sobre sai em qualidade comparando com a ração farelada, apresentando melhor consumo pelos frangos. E observou-se que a ração peletizada vai gerar uma maior energia para o animal e consequentemente isso vai ser depositado em forma de gordura na carne, foram um dos outros aspectos encontrados por alguns autores em suas pesquisas. Podemos sim, dizer que vale a pena o uso da ração peletizada na avicultura por ela apresentar ganhos zootécnicos aos animais e para o produtor a vantagem de menor desperdício de ração seja por ela não ser farelada (em pó), diminuição do espaço físico da armazenagem. REFERENCIAS GADZIRAYI, C.T.; MUTANDWA, E.; CHIHIYA, J.; MLAMBO, R. A Comparative Economic Analysis of Mash and Pelleted Feed in Broiler Production under Deep Litter Housing System. International Journal of Poultry Science, v.7, p.629- 631, 2006. INTERNATIONAL FEED INDUSTRY FEDERATION – IFIF. Global feed statistics. Dispovalor em: http://www.ifif.org/global_stats1.php Acesso em: 26 ago. 2009. INSUMOS. In: Relatório Anual UBA 2009. UBA. 81p. KLEIN, A.A. Peletização de rações: Aspectos técnicos, custos e benefícios e inovações tecnológicas. In: Conferência Apinco de Ciência e Tecnologia Avícolas, 2009, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: FACTA, p. 173-193, 2009.
  • 5. VIII SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA IX ENCONTRO DE ZOOTECNIA DA UNESP – DRACENA 26 e 27 DE SETEMBRO DE 2012 4 LARA, L.J.C.; BAIÃO, N.C.; ROCHA, J.S.R.; LANA, A.M.Q.; CANÇADO, S.V.; FONTES, D.O.; LEITE, R.S. Influência da forma física da ração e da linhagem sobre o desempenho e rendimento de cortes de frangos de corte. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.60, n.4, p.970-978, 2008. LÓPEZ, C.A.A; BAIÃO, N.C. Efeitos do tamanho da partícula e da forma física da ração sobre o desempenho, rendimento de carcaça e peso dos órgãos digestivos de frangos de corte. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.56, n.2, p.214-221, 2004. MAIORKA, A.; DAHLKE, F. ; PENZ Jr., A. M. ; KESSLER, A. M. Diets formulated on total or digestible amino acid basis with different energy levels and physical form on broiler performance. Revista Brasileira de Ciência Avícola, v. 7, n. 1, p. 47-50, 2005. McKINNEY, L.; TEETER, R. Caloric value of pelleting. Publication of Cobb-Vantress, Inc, 2002. P. 1-5. (Comunicado técnico). 2002. View publication stats View publication stats