SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 2
Trabalhava na agricultura/ pastorícia.




             Ia à guerra.

             Ajudava o senhor nas caçadas, na construção e obras do castelo…

             Tinham uma vida difícil:

                          - Trabalhavam 6 dias por semana e de sol a sol.

                         - Tinham de prestar muitos serviços e pagar pesadas rendas e
                         impostos ao nobre a quem o senhorio pertencia.

                        A VIDA QUOTIDIANA DO CAMPONÊS

 A maioria dos camponeses vivia nos senhorios. Trabalhava muitas horas, de
sol a sol, e de forma muito dura. Do que produzia, uma grande parte era
entregue ao senhor, como renda. Devia ainda prestar ao senhor outros
serviços, como a reparação das muralhas do castelo, e outros impostos, como
os que devia pela utilização do moinho, do forno ou do lagar.
 Vivia em aldeias próximo do castelo do senhor. Morava em casas pequenas,
de madeira ou pedra, com chão de terra batida e telhados de colmo. Estas
casas tinham apenas uma divisão.
 A base da alimentação do povo era o pão e o vinho, legumes, ovos, toucinho,
queijo... Peixe e carne só muito raramente, geralmente em dias de festa. O seu
vestuário era simples, em tecidos grosseiros (linho, lã), fiados e tecidos em
casa.

                                         O vestuário do povo

       Este grupo social fazia as suas próprias roupas, fiando e tecendo em casa. Os camponeses usavam
um vestuário simples, feito com tecidos de linho ou de lã.
       Os Homens usavam um saio de burel (tecido grosseiro), meias ou calças a proteger as pernas; na
cabeça, um chapéu de palha ou de pano; no Inverno usavam um manto com capuz que lhes caía sobre os
ombros e terminava numa ponta.
       Andavam descalços ou calçavam uma espécie de sandálias (abarcas) ou então botas de couro,
untadas de sebo.
       As mulheres usavam um vestido (cota) de mangas justas sobre a roupa interior de linho. Cobria os
cabelos com uma espécie de touca (coifa).

As refeições do povo

A alimentação dos pobres era escassa e pouco variada.
As suas principais refeições eram compostas por sopas de legumes (couves, cebolas, favas...), papas
de cereais e pão escuro.
       A base da alimentação era o pão feito de trigo, cevada, centeio e milho miúdo e o vinho. Quando
os cereais escasseavam, eram substituídos pela castanha e até pela bolota.
       Comiam-se também ovos, toucinho, queijo, peixe (no litoral) e raramente carne. O porco era raro,
sendo mais frequente a carne de ovelha ou cabra e de animais de capoeira.
       Os bosques também forneciam alguns alimentos como frutos silvestres e pequenos animais.


                                          Os divertimentos do povo




     As ceifas, os casamentos e os nascimentos constituíam motivos de alegria e de convívio.
     Enquanto trabalhava, também cantava. Havia, porém, dias feriados, geralmente festas religiosas, que
se assemelhavam às de hoje. Celebravam-se em todo o País as grandes festas religiosas que incluíam o
repicar dos sinos, as procissões, as feiras, as refeições colectivas e os bailes.
     Depois da missa, ou da procissão, dançava-se e cantava-se nos terreiros das igrejas onde também se
realizavam vendas.
     Por vezes o povo podia assistir a alguns espectáculos que os nobres organizavam. Os mais frequentes
eram as competições militares.



                                               A Casa do povo

    Os camponeses viviam em habitações muito pobres, eram casas pequenas, com cerca de oito a dez
metros de comprimento por três ou quatro metros de largura. Eram pobres, feitas de madeira ou de
argamassa, com o tecto de canas, de palha ou de colmo.
     No interior da casa do camponês só existiam dois espaços: um para os animais e outro para as
pessoas.
       O espaço das pessoas servia de sala de jantar, de sala de estar e de quarto. Tinham assim só uma
divisão, onde todo o movimento se concentrava à volta da lareira acesa com lenha do mato, onde o
camponês cozinhava os alimentos e se aquecia do frio. Aí se comia, convivia, e à noite, num recanto
coberto de molhos de palha, dormia toda a família. A mobília era pouca.
       A iluminação também era pouca. Em certas casas só existia a iluminação da lareira. Noutras havia
candeias de azeite, velas de vários tamanhos e archotes. Por isso muita gente se deitava ao pôr-do-sol.




O povo era o grupo mais numeroso da população, mas o que menos direitos tinha. Muitos “vilãos”
trabalhavam nas terras da nobreza ou dos mosteiros, onde pagavam várias rendas ou impostos. Raramente
tinham terras suas. Alguns, por terem sucesso em algum negócio, ganhavam algum dinheiro e
estabeleciam-se por conta própria nas cidades. Eram os burgueses.

Mais conteúdo relacionado

Destaque (20)

curriculum
curriculumcurriculum
curriculum
 
Bolet im04torneio
Bolet im04torneioBolet im04torneio
Bolet im04torneio
 
Informatika 5
Informatika 5Informatika 5
Informatika 5
 
Linha de impressoras MACH
Linha de impressoras MACHLinha de impressoras MACH
Linha de impressoras MACH
 
certificação
certificaçãocertificação
certificação
 
Portfolio cover
Portfolio coverPortfolio cover
Portfolio cover
 
Acta evaluación inicial
Acta evaluación inicialActa evaluación inicial
Acta evaluación inicial
 
Fabricante de Snacks melhora a qualidade final do produto
Fabricante de Snacks melhora a qualidade final do produtoFabricante de Snacks melhora a qualidade final do produto
Fabricante de Snacks melhora a qualidade final do produto
 
Fernando feijoó
Fernando feijoóFernando feijoó
Fernando feijoó
 
Caminhada lions
Caminhada lionsCaminhada lions
Caminhada lions
 
Anatomia expo
Anatomia expoAnatomia expo
Anatomia expo
 
46
4646
46
 
Cinetica
CineticaCinetica
Cinetica
 
1 das horas extras
1 das horas extras1 das horas extras
1 das horas extras
 
Oraciones subordinadas adverbiales comparativas
Oraciones subordinadas adverbiales comparativasOraciones subordinadas adverbiales comparativas
Oraciones subordinadas adverbiales comparativas
 
Sustantivo
SustantivoSustantivo
Sustantivo
 
Guia aprendizaje excel (4)
Guia aprendizaje excel (4)Guia aprendizaje excel (4)
Guia aprendizaje excel (4)
 
Curricula petroquimica
Curricula petroquimicaCurricula petroquimica
Curricula petroquimica
 
Festa da década- pj
Festa da década- pjFesta da década- pj
Festa da década- pj
 
Resultados da prova
Resultados da provaResultados da prova
Resultados da prova
 

Semelhante a A vida cotidiana dos camponeses

Joana teixeira a vida quotidiana na segunda metade do século
Joana teixeira a vida quotidiana na segunda metade do séculoJoana teixeira a vida quotidiana na segunda metade do século
Joana teixeira a vida quotidiana na segunda metade do séculoAna
 
Joana teixeira a vida quotidiana na segunda metade do século
Joana teixeira a vida quotidiana na segunda metade do séculoJoana teixeira a vida quotidiana na segunda metade do século
Joana teixeira a vida quotidiana na segunda metade do séculoAna
 
Primeiros povos
Primeiros povosPrimeiros povos
Primeiros povoscapell18
 
A vida quotidiana
A vida quotidianaA vida quotidiana
A vida quotidianajon098
 
A vida quotidiana na 2º metade do sec xix
A vida quotidiana na 2º metade do sec xixA vida quotidiana na 2º metade do sec xix
A vida quotidiana na 2º metade do sec xixMariana Monteiro
 
A vida quotidiana no campo no século XIX
A vida quotidiana no campo no século XIXA vida quotidiana no campo no século XIX
A vida quotidiana no campo no século XIXAlexandre Martins
 
Vidaquotidiana Campo
Vidaquotidiana CampoVidaquotidiana Campo
Vidaquotidiana CampoAna Batista
 
A vida no campo em portugal do século xix
A vida no campo em portugal do século xixA vida no campo em portugal do século xix
A vida no campo em portugal do século xixAnabela Sobral
 
A vida no campo em Portugal no século XIX
A vida no campo  em Portugal no século XIXA vida no campo  em Portugal no século XIX
A vida no campo em Portugal no século XIXanabelasilvasobral
 
5 portugalnoséculo xiii
5 portugalnoséculo xiii5 portugalnoséculo xiii
5 portugalnoséculo xiiiR C
 
Portugal no século XIII
Portugal no século XIIIPortugal no século XIII
Portugal no século XIIIlourdesingles
 
História sociedade sec xiii
História sociedade sec xiiiHistória sociedade sec xiii
História sociedade sec xiiiINED
 
As comunidades agropastoris- 5ºano- Prof .Alice
As comunidades agropastoris- 5ºano- Prof .AliceAs comunidades agropastoris- 5ºano- Prof .Alice
As comunidades agropastoris- 5ºano- Prof .Alicealicebernardo
 
A vida quotidiana de um camponês rural
A vida quotidiana de um camponês ruralA vida quotidiana de um camponês rural
A vida quotidiana de um camponês ruralDiogo Guerreiro
 
A vida quotidiana
A vida quotidianaA vida quotidiana
A vida quotidianaRoferro1964
 
A alimentação na Idade Média - Inácia Pratas
A alimentação na Idade Média - Inácia PratasA alimentação na Idade Média - Inácia Pratas
A alimentação na Idade Média - Inácia Pratasefaparaiso
 
indígenas da América do Norte e da América Central.
indígenas da América do Norte e da América Central.indígenas da América do Norte e da América Central.
indígenas da América do Norte e da América Central.felipesavariz
 

Semelhante a A vida cotidiana dos camponeses (20)

Joana teixeira a vida quotidiana na segunda metade do século
Joana teixeira a vida quotidiana na segunda metade do séculoJoana teixeira a vida quotidiana na segunda metade do século
Joana teixeira a vida quotidiana na segunda metade do século
 
A Vida No Campo
A Vida No CampoA Vida No Campo
A Vida No Campo
 
Joana teixeira a vida quotidiana na segunda metade do século
Joana teixeira a vida quotidiana na segunda metade do séculoJoana teixeira a vida quotidiana na segunda metade do século
Joana teixeira a vida quotidiana na segunda metade do século
 
Primeiros povos
Primeiros povosPrimeiros povos
Primeiros povos
 
A vida quotidiana
A vida quotidianaA vida quotidiana
A vida quotidiana
 
A vida quotidiana na 2º metade do sec xix
A vida quotidiana na 2º metade do sec xixA vida quotidiana na 2º metade do sec xix
A vida quotidiana na 2º metade do sec xix
 
A vida quotidiana no campo no século XIX
A vida quotidiana no campo no século XIXA vida quotidiana no campo no século XIX
A vida quotidiana no campo no século XIX
 
Vidaquotidiana Campo
Vidaquotidiana CampoVidaquotidiana Campo
Vidaquotidiana Campo
 
A vida no campo em portugal do século xix
A vida no campo em portugal do século xixA vida no campo em portugal do século xix
A vida no campo em portugal do século xix
 
A vida no campo em Portugal no século XIX
A vida no campo  em Portugal no século XIXA vida no campo  em Portugal no século XIX
A vida no campo em Portugal no século XIX
 
Benavente
BenaventeBenavente
Benavente
 
5 portugalnoséculo xiii
5 portugalnoséculo xiii5 portugalnoséculo xiii
5 portugalnoséculo xiii
 
Portugal no século XIII
Portugal no século XIIIPortugal no século XIII
Portugal no século XIII
 
História sociedade sec xiii
História sociedade sec xiiiHistória sociedade sec xiii
História sociedade sec xiii
 
As comunidades agropastoris- 5ºano- Prof .Alice
As comunidades agropastoris- 5ºano- Prof .AliceAs comunidades agropastoris- 5ºano- Prof .Alice
As comunidades agropastoris- 5ºano- Prof .Alice
 
A vida quotidiana de um camponês rural
A vida quotidiana de um camponês ruralA vida quotidiana de um camponês rural
A vida quotidiana de um camponês rural
 
A vida quotidiana
A vida quotidianaA vida quotidiana
A vida quotidiana
 
17 sociedade feudal
17   sociedade feudal17   sociedade feudal
17 sociedade feudal
 
A alimentação na Idade Média - Inácia Pratas
A alimentação na Idade Média - Inácia PratasA alimentação na Idade Média - Inácia Pratas
A alimentação na Idade Média - Inácia Pratas
 
indígenas da América do Norte e da América Central.
indígenas da América do Norte e da América Central.indígenas da América do Norte e da América Central.
indígenas da América do Norte e da América Central.
 

A vida cotidiana dos camponeses

  • 1. Trabalhava na agricultura/ pastorícia. Ia à guerra. Ajudava o senhor nas caçadas, na construção e obras do castelo… Tinham uma vida difícil: - Trabalhavam 6 dias por semana e de sol a sol. - Tinham de prestar muitos serviços e pagar pesadas rendas e impostos ao nobre a quem o senhorio pertencia. A VIDA QUOTIDIANA DO CAMPONÊS A maioria dos camponeses vivia nos senhorios. Trabalhava muitas horas, de sol a sol, e de forma muito dura. Do que produzia, uma grande parte era entregue ao senhor, como renda. Devia ainda prestar ao senhor outros serviços, como a reparação das muralhas do castelo, e outros impostos, como os que devia pela utilização do moinho, do forno ou do lagar. Vivia em aldeias próximo do castelo do senhor. Morava em casas pequenas, de madeira ou pedra, com chão de terra batida e telhados de colmo. Estas casas tinham apenas uma divisão. A base da alimentação do povo era o pão e o vinho, legumes, ovos, toucinho, queijo... Peixe e carne só muito raramente, geralmente em dias de festa. O seu vestuário era simples, em tecidos grosseiros (linho, lã), fiados e tecidos em casa. O vestuário do povo Este grupo social fazia as suas próprias roupas, fiando e tecendo em casa. Os camponeses usavam um vestuário simples, feito com tecidos de linho ou de lã. Os Homens usavam um saio de burel (tecido grosseiro), meias ou calças a proteger as pernas; na cabeça, um chapéu de palha ou de pano; no Inverno usavam um manto com capuz que lhes caía sobre os ombros e terminava numa ponta. Andavam descalços ou calçavam uma espécie de sandálias (abarcas) ou então botas de couro, untadas de sebo. As mulheres usavam um vestido (cota) de mangas justas sobre a roupa interior de linho. Cobria os cabelos com uma espécie de touca (coifa). As refeições do povo A alimentação dos pobres era escassa e pouco variada.
  • 2. As suas principais refeições eram compostas por sopas de legumes (couves, cebolas, favas...), papas de cereais e pão escuro. A base da alimentação era o pão feito de trigo, cevada, centeio e milho miúdo e o vinho. Quando os cereais escasseavam, eram substituídos pela castanha e até pela bolota. Comiam-se também ovos, toucinho, queijo, peixe (no litoral) e raramente carne. O porco era raro, sendo mais frequente a carne de ovelha ou cabra e de animais de capoeira. Os bosques também forneciam alguns alimentos como frutos silvestres e pequenos animais. Os divertimentos do povo As ceifas, os casamentos e os nascimentos constituíam motivos de alegria e de convívio. Enquanto trabalhava, também cantava. Havia, porém, dias feriados, geralmente festas religiosas, que se assemelhavam às de hoje. Celebravam-se em todo o País as grandes festas religiosas que incluíam o repicar dos sinos, as procissões, as feiras, as refeições colectivas e os bailes. Depois da missa, ou da procissão, dançava-se e cantava-se nos terreiros das igrejas onde também se realizavam vendas. Por vezes o povo podia assistir a alguns espectáculos que os nobres organizavam. Os mais frequentes eram as competições militares. A Casa do povo Os camponeses viviam em habitações muito pobres, eram casas pequenas, com cerca de oito a dez metros de comprimento por três ou quatro metros de largura. Eram pobres, feitas de madeira ou de argamassa, com o tecto de canas, de palha ou de colmo. No interior da casa do camponês só existiam dois espaços: um para os animais e outro para as pessoas. O espaço das pessoas servia de sala de jantar, de sala de estar e de quarto. Tinham assim só uma divisão, onde todo o movimento se concentrava à volta da lareira acesa com lenha do mato, onde o camponês cozinhava os alimentos e se aquecia do frio. Aí se comia, convivia, e à noite, num recanto coberto de molhos de palha, dormia toda a família. A mobília era pouca. A iluminação também era pouca. Em certas casas só existia a iluminação da lareira. Noutras havia candeias de azeite, velas de vários tamanhos e archotes. Por isso muita gente se deitava ao pôr-do-sol. O povo era o grupo mais numeroso da população, mas o que menos direitos tinha. Muitos “vilãos” trabalhavam nas terras da nobreza ou dos mosteiros, onde pagavam várias rendas ou impostos. Raramente tinham terras suas. Alguns, por terem sucesso em algum negócio, ganhavam algum dinheiro e estabeleciam-se por conta própria nas cidades. Eram os burgueses.