O documento discute como o capitalismo e a globalização transformaram o mundo em uma aldeia global onde eventos em um lugar podem ter impacto quase imediato em outros lugares distantes. Ele também traça a história do desenvolvimento do capitalismo desde a Idade Média e discute como as forças do mercado globalizado afetam aspectos da vida como cultura, política e economia em todo o mundo.
3. "A notícia do assassinato do presidente
norte-americano Abrahan Lincoln, em
1865, levou 13 dias para cruzar o Atlântico
e chegar à Europa. A queda da bolsa de
valores de Hong Kong (outubro de 1997)
levou 13 segundos para cair como um raio
sobre São Paulo, Nova York, Buenos Aires
e Frankfurt. Eis, ao vivo e à cores, a
Globalização."
(Clóvis Rossi - do Conselho Editorial - Folha de São Paulo)
4.
5. PENSE:
Quem é o dono da Coca-Cola?
Posso comer um Big Mac em Moscou?
Que idioma falaremos daqui a 100 anos?
Ainda haverá diferentes moedas ou pagaremos
tudo em dólares?
Por que o Bill Gates não pode incorporar novas
tecnologias a seus programas?
Afinal, podemos mesmo tomar uma Brahma da
Antárctica?
Por que o tênis Reebok que comprei em Miami é
“made in Taiwan”?
Como é que da sala da minha casa posso
conversar de verdade (imagem e som!) com um
sujeito que está no Japão, pagando uma simples
ligação telefônica local?
6. Um pouco de história
Na Europa, encontramos os primeiros sinais
do capitalismo no período conhecido como
Baixa Idade Média – séculos XI ao XV – com
o início da decadência do feudalismo e a
transferência do centro da vida
econômica, social e política para as
cidades. Começam a aparecer os primeiros
estabelecimentos bancários, com suas letras
de câmbio, nas regiões mais
desenvolvidas, como Itália e Flandres. A
atividade comercial é intensa e ocorre a
divisão do trabalho, com cada trabalhador
passando a executar apenas uma parte da
produção.
7. A partir do século XV até o XVIII, já na
Idade Moderna, a economia é
controlada pelo Estado, nos regimes
absolutistas. Os reis expandem o
comércio por meio do mercantilismo e
buscam colônias com o intuito de
enriquecer as metrópoles. A
burguesia, favorecida, entra em
conflito com o poder absoluto dos
reis, o que leva à crise dos regimes
absolutistas.
8. A Revolução Industrial é um marco
decisivo para o capitalismo. A
burguesia, que inicialmente desenvolvia
atividade apenas comercial, a partir da
segunda metade do século XVIII, na
Europa Ocidental, com a
industrialização, assume o controle
econômico e político. Os tradicionais
privilégios da aristocracia hereditária são
rejeitados. Os donos do capital passam
a ser os donos do poder. Os bens de
consumo são fabricados em grandes
quantidades.
9. As teorias econômicas da época
defendem a idéia de que o Estado não
deve se meter nas relações entre
empregadores e empregados –
fisiocracia, liberalismo – pois acreditam
que o mercado se autoregulará com o
tempo. Marx acredita que o capitalismo
não sobreviverá a longo prazo, devendo
chegar a um ponto em que o lucro cairá
a tal ponto que inviabilizará o sistema.
A livre concorrência entre as empresas
caracteriza esse período. O mercado se
amplia, atingindo todas as partes do
mundo. Ocorre um grande
desenvolvimento das forças produtivas.
10. Sem leis trabalhistas, a jornada de trabalho se
extendia por 16, 18 horas. Crianças de 3 anos
de idade podiam ser encontradas nas linhas de
produção. Velhos, doentes e acidentados eram
simplesmente colocados na rua sem qualquer
assistência. O índice de acidentes de trabalho
era alarmante e inaceitável, os
salários, irrisórios.
A idéia inicial que a industrialização traria
benefícios para todos – ricos e pobres – e que
melhoraria as condições de vida da
população, com a autorregulação do
mercado, mostrou-se inconsistente.
Associações de grandes empresas, que dividem
o mercado entre si, levam ao aparecimento de
monopólios e cartéis, a partir do final do século
XIX. As pequenas empresas tendem a
desaparecer e surgem as Sociedades
Anônimas, substituindo o capital individual pelo
grupal.
11. O século XX veio mostrar que era preciso
haver alguma interferência do Estado em
certos setores da economia. Na virada do
século encontramos as primeiras leis de
proteção ao trabalhador na Inglaterra, que
pouco a pouco foram se estendendo a outros
países.
A crise de 1929 fez com que
inúmeros países tomassem medidas no
sentido de controlar a economia. Na década
de 60 começou a prevalecer a idéia da
mínima atuação do Estado no campo
social, ou seja, provendo saúde, educação e
previdência social e não interferindo nos
processos econômicos, conforme
preconizava o neoliberalismo.
12. O fim da Guerra Fria, nos anos 80, traz as
nações comunistas para a economia de
mercado, marcando uma nova fase da
globalização. A expansão do comércio
supera o aumento da produção mundial.
Nas décadas 80 e 90 os Estados
abrem mão do controle dos meios de
produção, privatizando grandes empresas
estatais, como vem acontecendo no
Brasil, inclusive. Formam-se blocos
econômicos, numa forte tendência à
globalização da economia. Os países se
abrem a investimentos estrangeiros, levando
à expansão dos fluxos de capital.
13.
14. Morte da princesa Diana/Globalização
Uma princesa inglesa com um namorado egípcio, tem
um acidente de carro dentro de um túnel francês, num
carro alemão com motor holandês, conduzido por um
belga, bêbado de whisky escocês, que era seguido por
paparazzis italianos, em motos japonesas; a princesa
foi tratada por um médico americano, que usou
medicamentos brasileiros.
E isto foi enviado para você por um Português, usando
tecnologia americana (Bill Gates), e, provavelmente,
está lendo isto num computador genérico que usa chips
feitos em Taiwan, e num monitor coreano montado por
trabalhadores de Bangladesh, numa fábrica de
Cingapura, transportado em navios conduzidos por
indianos, roubados por indonésios, descarregados por
pescadores sicilianos, reempacotados por mexicanos
e, finalmente, vendido a si por judeus, através de uma
conexão paraguaia. Isto é, caros amigos,
GLOBALIZAÇÃO!
15. Bibliografia:
A Nova Ordem Mundial, José William Vesentini, 80 págs., Ed.
Ática,
Pluralismo Cultural, Identidade e Globalização, Candido
Mendes e Luiz Eduardo Soares, 528 págs., Ed. Record,
http://opafuncio.blogspot.com/2007/07/morte-da-princesa-
dianaglobalizao.html
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/atualidade/globalizacao.ht
m
http://revistaescola.abril.com.br/geografia/fundamentos/globaliza
cao-426816.shtml