O documento discute a exposição a desreguladores endócrinos ambientais e os riscos à saúde no Brasil. Aborda a presença de agrotóxicos, fitoestrógenos, micoestrógenos e outros contaminantes em alimentos, solo e água e seus efeitos no sistema endócrino e doenças. Também apresenta estratégias para reduzir a exposição como evitar embalagens plásticas e alimentos muito processados.

1. CONTAMINANTESCONTAMINANTES
AMBIENTAIS E ORISCOAMBIENTAIS E ORISCO
DE DOENÇASDE DOENÇAS
A REALIDADE BRASILEIRAA REALIDADE BRASILEIRA
Dra. Helena Ximenes
2013
A Visão de umaA Visão de uma
NutricionistaNutricionista
Dra. Helena Ximenes

2. Desreguladores Endócrinos naDesreguladores Endócrinos na
AlimentaçãoAlimentação
Dra. Helena Ximenes

3. Grande preocupaçãoGrande preocupação
Dra. Helena Ximenes

4. FontesFontes
Dra. Helena Ximenes

5. Exposição aos DEsExposição aos DEs
Os efeitos da exposição aos DE pode se manifestar em qualquer momento da vida.
Dra. Helena Ximenes

6. Riscos da exposição ao DE emdiferentesRiscos da exposição ao DE emdiferentes
etapas da vidaetapas da vida
Dra. Helena Ximenes

7. Na práticaNa prática
Vegetais
Solo
Água
Carnes
Peixes
Embalagens
Depósitos
plásticos
Latas
Fitoestrógenos
Flavonoides
Outros?
(resveratrol)
Baldi & Mantovani, Ann Ist Super Sanitá, 44, 2008.
Dra. Helena Ximenes

8. Contaminação por
Agrotóxicos
Dra. Helena Ximenes

9. Uso de Agrotóxicos no Brasil
Muitos dos produtos agrotóxicos utilizados no
Brasil foram banidos dos EUA e da Europa.
As vendas de agrotóxicos aumentaram
44,6% desde 2004 até 2009
ANVISA, 2009
Carneiro e Soares, 2010
Dra. Helena Ximenes

10. Dra. Helena Ximenes

11. Agrotóxicos no Brasil
 A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou
que no levantamento feito, um grupo de compostos
químicos conhecido como "organofosforados" está presente
em mais da metade das amostras irregulares detectadas.
 Essas substâncias podem destruir células musculares e
comprometer o sistema nervoso, provocando problemas
cardiorrespiratórios.
 O levantamento foi feito pelo Programa de Análise de
Resíduos de Agrotóxicos de Alimentos (Para).
G1, 2011Dra. Helena Ximenes

12. Casals-Casa e Desvergner, 2011
Efeitos de DE dos agrotóxicos
Dra. Helena Ximenes

13. Casals-Casa e Desvergner, 2011
Efeitos de DE dos agrotóxicos
Dra. Helena Ximenes

14. Frye et al, 2012
Efeitos de DE dos agrotóxicos
Dra. Helena Ximenes

15. Diferenças Epidemiológicas
 Diferentes perfis epidemiológicos de doenças
podem ser consequência da exposição a
diferentes agrotóxicos.
Dra. Helena Ximenes

16. Dra. Helena Ximenes

17. Observações do estudo:
Dra. Helena Ximenes

18. Monitorização da exposição aos
DEs
 Uma forma não invasiva é o estudo da
composição do leite materno.
Dra. Helena Ximenes

19. Pesticidas no Leite materno
Dra. Helena Ximenes

20. DE no Leite Materno
Dra. Helena Ximenes

21. DE no Leite Materno
Dra. Helena Ximenes

22. DE no Leite Materno
MESQUITA e MOREIRA. Dissertação, FIOCRUZ, 2001.
Total de 50
amostras de todas
as regiões da
cidade.
Dra. Helena Ximenes

23. DE no Leite Materno
MESQUITA e MOREIRA. Dissertação, FIOCRUZ, 2001.
*IDA = ingestão diária aceitável
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24. Dra. Helena Ximenes

25. O que fazer?
Dra. Helena Ximenes

26. G1 07/01/2013 07h55 - Atualizado em 07/01/2013 07h56
Governo publica novas regras para pulverização
aérea de agrotóxicos
Aplicação de agrotóxicos nas lavouras de soja agora têmnovas
normas. Objetivo é protegeras abelhas e insetos na época da
floração.
Nas grandes propriedades agrícolas de Mato Grosso, vem
aumentando nos últimos anos o uso de aviões para fazer a aplicação
de agrotóxicos contra pragas e doenças.
Em dezembro, o Ministério da Agricultura anunciou novas normas
para pulverização aérea, alguns ingredientes ativos tiveram restrições
na aplicação: imidacloprido, clotianidina, fipronil e tiametoxan.
Dra. Helena Ximenes

27. Fitoestrógenos e outros
compostos
Dra. Helena Ximenes

28. Estrógenos naturais
 Presentes nos alimentos de origem animal
(constituintes naturais) – leite, carne e derivados
 Alimentos animais – contaminantes (tratamento
veterinário)
Dra. Helena Ximenes

29. Estrógenos naturais
Pesquisa Constata que 80% da carne brasileira não é
inspecionada (12/04/2013)
Segundo relatório, feito por ONG (A Oscip -Organização da
Sociedade Civil de Interesse Público- Amigos da Terra – Amazônia
Brasileira)
Um terço da carne que chega à mesa do brasileiro é abatido de
forma incorreta. A própria infraestrutura dos abatedouros não tem
condições de higiene mínimas.
Estima-se que, aproximadamente, 80% dos produtos que saem
dos frigoríficos com suposta inspeção estadual e municipal, na
realidade, não são inspecionados.
ESPN, FIOCRUZ, 2013
Dra. Helena Ximenes

30. Anabolizantes na carne brasileira
 Não são permitidos no Brasil, mas podem ser
contrabandeados (e o são) de países vizinhos.
 No entanto, devido à ausência de inspeção, não
se sabe o que acontece em nossas criações.
 Produtos anabólicos podem permanecer na sua
forma ativa após o abate e exercer efeito
endócrino nos indivíduos que consomem estes
alimentos
Cad. Saúde Pública vol.23 n.5, 2007
Dra. Helena Ximenes

31. Níveis de Andrógenos em Leite
Courantetal,
(ng/L)
Dra. Helena Ximenes

32. Níveis de Estrógenos em Leite
Courantetal,
(ng/L)
Dra. Helena Ximenes

33. Níveis de Estrógenos emOvos
Courant et al,
Dra. Helena Ximenes

34. Níveis de Estrógenos emCarne tratada e
não tratada comanabolizantes
Courant et al, Dra. Helena Ximenes

35. Presença de DE na água potável
 Comprovação de contaminação
de alimentos por componentes
de embalagens, comprovado
por estudo com água potável.
Dra. Helena Ximenes

36. Presença de DEs em água em diferentes tipos
de embalagens
Wagner & Oehlmann, Environ.Sci.Pollut.Res., 2009.
Dra. Helena Ximenes

37. Fitoestrógenos
 Fitoestrógenos são compostos derivados de plantas
com estrutura química e atividade hormonal
semelhante ao estradiol.
 Estas substâncias, principalmente as isoflavonas,
podem afetar o sistema reprodutivo, glândulas
mamárias, hipotálamo e hipófise.
 A abundância de fitoestrógenos com ação
estrogênica é balanceada pela sua baixa afinidade
para os receptores de estrógeno
Teilmann et al, 2002
Zung et al, 2001Dra. Helena Ximenes

38. Fitoestrógenos
 Os principais fitoestrógenos são: isoflavona
(genisteína, daidzeína), lignanos e
coumestanos.
 Na alimentação ocidental os alimentos com
maior quantidade são:
 Castanhas, sementes, soja, cereais, uva, vinho
tinto, pães e legumes
Bergman et al., WHO, 2013.
Dra. Helena Ximenes

39. Micoestrógenos
 Micotoxina estrogênica produzida por fungos:
zeranol e zearalenona (ZEA)
 Presente em grãos integrais e outros vegetais
devido à contaminação por fungos
 Também em carnes, ovos e lácteos por
contaminação ou adição intencional de ZEA
como anabolizante.
 Aprovado pela FDA e proibido na Europa.
Midio e Martins, 2000.
Meuci et al, 2008.Dra. Helena Ximenes

40. Micoestrógenos
 Estudo americano (New Jersey Girls) mediu
micoestrógenos na urina de 163 garotas (9-10 anos)
Bandera et al.,Dra. Helena Ximenes

41. Fitoestrógenos - Situação da Soja
Sobre a
Soja
 Muito utilizado como substituto aos
produtos lácteos (alergias, intolerâncias)
 Brasil maior produtor mundial
 Principal fonte de fitoestrógenos
(isoflavonas)
BRASIL, 2010Dra. Helena Ximenes

42. Isoflavonas na Soja
 A soja e seus derivados contêm quantidades
variadas de flavonas (fitoestrógenos).
 A variação na quantidade de isoflavonas
depende do processamento do grão e do solo
e forma de cultivo.
 O consumo é abundante nas populações
asiáticas (7-8g/dia na China), enquanto na
Europa o consumo é bem menor (menos que
1g/dia)
HO et al, 2000; NAGATA et al, 2000; BARBOSA et al, 2006Dra. Helena Ximenes

43. Isoflavonas na Soja
BARBOSA et al, 2006Dra. Helena Ximenes

44. Isoflavonas na Soja
BARBOSA et al, 2006Dra. Helena Ximenes

45. Flavonóides na Soja
CEPPA, 2002
Dra. Helena Ximenes

46. Isoflavonas da Soja
 Isoflavonas da soja são
compostos com fraca ação
estrogênica, como genisteína e
daidzeína.
 Sua ação biológica tem sido
demonstrada em vários estudos
(in vitro , experimental e
humanos).
 Ações envolvidas com
receptores estrogênicos como
alterações em funções sexuais e
autoimunidade.
SANTELL et al, 1997; HWANG et al, 2006; WAGNER et al, 2008;
DANG et al, 2009; JEFFERSON et al, 2009; ADGENT et al, 2012.Dra. Helena Ximenes

47. Isoflavonas e Aparelho Reprodutor
Feminino
 A oferta pós-natal de genisteína e genistina (genisteína
glicosilada) a camundongos
 promoveu alterações no útero neonatal, diferenciação ovariana,
atraso na abertura vaginal, anormalidade do ciclo estral,
diminuição da fertilidade e demora da liberação no parto.
JEFFERSON et al, 2009
Dra. Helena Ximenes

48. Isoflavonas da Soja e Menarca
 Estudo americano ALSPAC (Avo n Lo ng itudinalStudy o f
Pare nts and Childre n)
ADGENT et al, 2012Dra. Helena Ximenes

49. PATISAUL e JEFFERSON, 2010
Dra. Helena Ximenes

50. Pontos importantes
 Efeitos adicionais de contaminantes químicos
com compostos naturais dos alimento
(fitoestrógenos, flavonoides, outros compostos
bioativos)?
 Efeitos concorrentes com os compostos naturais
que também podem interferir no sistema
endócrino?
 Autores defendem que, na verdade, não existe
segurança em nenhuma dose (???)
Dra. Helena Ximenes

51. Dra. Helena Ximenes

52. Mecanismos de ação dos DEs
CASALS, Ann Rev Physiol, 2011Dra. Helena Ximenes

53. O que fazerentão?
Dra. Helena Ximenes

54. Alguma chance de proteção?
1. Reduzir a exposição
2. Descobrir fatores alimentares que possam
proteger?
Dra. Helena Ximenes

55. Dra. Helena Ximenes

56. Effects of chitosan intake on fecal excretion of
bisphenol A and di(2-ethyl)phthalate in rats.
Kohda N, Inoue S, Noda T, Saito T.
Biosci Biotechnol Biochem. 2012;76(4):732-6
Dra. Helena Ximenes

57. Enquanto isso...
A OMS recomenda algumas
medidas na tentativa de
diminuir o consumo
alimentar de DE
Dra. Helena Ximenes

58. Recomendações
 Evitar excesso de gordura já que
muitos DE são lipofílicos
 Evitar cozinhar em recipientes de
plástico no microondas
 Evitar armazenar comida em
recipientes de plástico
 Tentar evitar alimentos contaminados
com pesticidas
 Evitar uso de películas anti-aderentes
em panelas
 Evitar excesso consumir água sem controle de qualidade
 Consumir carnes e peixes de fontes confiáveis
 Fazer uso de recipientes de cerêmica, vidro, aço.
Dra. Helena Ximenes

59. Estratégias
 Diminuir consumo de alimentos contaminados – como
saber quais são?
 Legislação: declaração em rótulos de todos os
componentes, inclusive de embalagens
 Ações eficientes de segurança alimentar
 Cuidado com os exageros em adoção de condutas
com Nutrição funcional (componentes bioativos com
efeito endócrino)
 Disseminação de métodos de análise desses
compostos (facilitar, baratear, obrigar, fiscalizar)Dra. Helena Ximenes

60. Desreguladores Endócrinos (DE)
na Alimentação
Dra. Helena Ximenes

61. Unexpected results in a randomized dietary trial to
reduce phthalate and bisphenol A exposures.
Sathyanarayana S, Alcedo G, Saelens BE, Zhou C, Dills RL, Yu J, Lanphear B.
J Expo Sci Environ Epidemiol. 2013 Jul;23(4):378-84.
5 famílias receberamalimentos
orgânicos, frescos, sem
armazenamento e semcontato
comrecipientes plásticos por5
dias
5 famílias receberamsomente
orientações sobre como evitar
alimentos que poderiamestar
contaminados com Ftalatos e
BPA.
Dra. Helena Ximenes

62. RESULTADOS
 Ftalato unrinário aumentou
de 283.7nmol/g para 7027.5
nmol/g após intervenção
(P<0.0001)
 Concentrações maiores em
crianças
 Quantidade de Ftalato21,400
ng/g no coentro orgânico e
673ng/g no leite orgânico
 Nessas famílias não houve
alteração das variáveis
investigadas
Crianças de 3-6 foram expostas a
cerca de 183mg/Kg de peso (seguro
20mg/Kg peso)
Dra. Helena Ximenes

63. NUTRICIONISTANUTRICIONISTA
Dra. Helena Ximenes

64. Dra. Helena Ximenes

65. hm.ximenes@gmail.comDra. Helena Ximenes