O documento descreve a tabela cronostratigráfica, que organiza as rochas de acordo com sua idade geológica. A tabela inclui unidades como andares, séries, sistemas e eratemas, e ajuda a entender os principais eventos da história da Terra e da vida. O registro estratigráfico no Parque Nacional de Bryce fornece uma visão quase completa da tabela cronostratigráfica, desde o Paleoproterozóico até o Quaternário.
2. A tabela cronostratigráfica permite condensar os principais acontecimentos da
História da Terra, que assim ganham um maior significado, pois são colocados
numa perspetiva de tempo geológico
A cronostratigrafia é um ramo da estratigrafia que procura ordenar as rochas
no tempo
Com o desenvolvimento dos métodos de datação radiométrica e da
magnetostratigrafia, no século XX, foi possível datar com maior precisão a
formação de muitas das rochas e atribuir uma idade absoluta às divisões da
tabela cronostratigráfica. Esta encontra-se em permanente atualização tendo a
sua versão completa sido apresentada em 2008
3. O tempo geológico pode ser delimitado quer através de unidades
cronostratigráficas, quer através de unidades geocronológicas
são unidades de tempo
Conjunto de materiais
geológico abstratas e de
estratificados que se
âmbito global puramente
diferenciam pela sua
temporais, abarcando a
idade.
totalidade do planeta no
São concretas e objetivas
intervalo de tempo definido.
Unidades de tempo
geológico durante a qual as
unidades cronostratigráficas
se formaram
4. As unidades cronostratigráficas estão separadas entre si por superfícies de
estratificação que podemos designar como horizontes cronostratigráficos que são
superfícies que, mesmo a grandes distâncias, apresentam sempre a mesma idade.
Da ordenação temporal de todas as unidades
cronostratigráficas, desde a mais antiga à mais
recente obtemos uma escala
Escala Cronostratigráfica
6. Andar é a unidade cronostratigráfica mais importante, pois sendo a unidade
de menor amplitude, corresponde a materiais geológicos originados
num intervalo de tempo curto.
Inclui todas as rochas formadas numa idade específica
Para cada unidade cronostratigráfica existe uma unidade geocronológica
equivalente com a mesma designação correspondendo esta ao tempo que foi
necessário para, por exemplo, a sedimentação de um conjunto de materiais
rochosos.
Quando num determinado local podemos estabelecer o limite inferior de um
andar, define-se o estratotipo de limite dessa unidade cronostratigráfica.
7. Cada andar, cuja designação termina em “ano” ou “iano”, é definido
numa dada região a partir de um perfil representativo, sem hiatos,
lacunas ou discordâncias significativas
A designação de Andar deriva, normalmente, da localização geográfica do
estratotipo
Andar Idade
8. correspondem a unidades cronostratigráficas superiores ao
Séries
andar e inferiores ao sistema.
O intervalo de tempo numa série oscila entre os 13 e os 15 M.a
Série Época
Época
Durante o Jurássico Superior ocorreu uma transgressão Jurássico
marinha Superior
As rochas do Jurássico Superior depositaram-se em Série do
ambiente marinho de plataforma. Jurássico
Superior
9. Sistemas são unidades cronostratigráficas localizadas entre as séries
e o eratema
Sistema Período
Durante o Jurássico os dinossáurios dominaram a Período
Terra Jurássico
Os terrenos jurássicos do Cabo Mondego atingem Sistema
centenas de metros de espessura Jurássico
de
Portugal
10. Eratema é um grupo de sistemas
A designação reflete variações significativas nas formas de vida presentes no
registo fóssil: paleozóico – corresponde às formas de vida mais antigas
(paleo=antigo e zóico=vida); mesozóico – formas de vida intermédias
(meso=meio) e o cenozóico – formas de vida mais recentes (ceno=recente)
Eratema Eras
A divisão entre os sistemas e os eratema é definida com base em
modificações profundas das comunidades biológicas, em resultado de
extinções
11. Eonotema
é a unidade cronostratigráfica de maior hierarquia, e estão
definidos formalmente três: arcaico, proterozóico e
fanerozóico
Eonotema Éon
“ A história da Terra encontra-se dividida em dois Éon, o primeiro, que
decorre desde a formação da Terra até ao início do Paleozóico, é
denominado Pré-câmbrico. O segundo, que vai desde o início do Paleozóico
até aos nossos dias, é denominado Fanerozóico. Esta divisão baseou-se no
contraste entre rochas aparentemente desprovidas de fósseis - rochas do
Pré-câmbrico - e rochas claramente fossilíferas - rochas do Fanerozóico.”
12. As extinções em
massa provocam
modificações
profundas nas
espécies que
habitavam o nosso
planeta e são usadas
pelos cientistas para
definir alguns dos
limites entre as
diferentes divisões
da tabela
cronostratigráfica.
13. Em algumas regiões do planeta é possível
estudar grandes secções da tabela
cronostratigráfica:
em nenhum dos locais do planalto do
Colorado é possível encontrar uma
sequência estratigráfica completa. No
entanto, os geólogos foram capazes de
correlacionar estratos de diferentes
localizações e construir uma sequência
muito completa. Para tal, necessitaram de
estudar com detalhe os diferentes
estratos e procuraram datá-los,
permitindo assim a sua correlação.
14. Embora não esteja completo, o registo
estratigráfico nesta região é dos mais
contínuos, iniciando-se no
paleoproterozóico, cuja base está exposta
no Grand Canyon escavado pelo rio
Colorado. As datações indicam que as
rochas mais antigas podem ter sido
formadas há, aproximadamente, 1800-
1600M.a.
No topo da sequência encontram-se rochas
do paleogénico e neogénico, do Parque
Nacional de Bryce. Em algumas secções
podem mesmo ser encontrados depósitos
de sedimentos do quaternário em resultado
da intensa meteorização e erosão. Estratigrafia do Parque Nacional de Bryce