SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 17
Electrónica Analógica em
12 aulas
AULA 7:
TRANSÍSTORES UNI-JUNÇÃO E DE EFEITO
DE CAMPO (FET)
Prof. Doutor Rogério José Uthui
adaptado das aulas do Professor Newton C. Braga, a partir das aulas na Internet do CBNB
AULA 7: TRANSÍSTORES UNI-JUNÇÃO E DE EFEITO DE
CAMPO
CONTEÚDO:
7.1. Estrutura do transístor uni-junção
7.2. O transístor de efeito de campo de junção (JFET): estrutura,
família de curvas, configurações de JFET e circuitos de polarização
7.3. Transístor de efeito de campo MOS-FET (metal oxide
semiconductor field effect transistor)
7.4. Cuidados com as descargas electroestáticas (ESD –
electrostatic discharges)
7.5. Polarização de MOS-FET´ s e circuitos com MOS-FET´s.
7.1. ESTRUTURA DO TRANSÍSTOR UNI-JUNÇÃO
Num pedaço de material semicondutor do tipo N
são ligados dois elementos de conexão externa
(eléctrodos) que recebem a denominação de
base 1 (B1) e base 2 (B2).
Entre os dois pontos de conexão não existem
junções para a corrente atravessar logo, entre
estes dois pontos temos uma resistência pura, ou
seja, uma resistência ôhmica (tipicamente entre 4
kΩ e 15 kΩ;
No meio do material é difundida uma região de material semicondutor do tipo P, de modo
que entre elas se forma uma junção que é a única junção do transistor, na qual é ligado o
terceiro eletrodo do transistor unijunção que recebe o nome de emissor (E).
Para fazer funcionar o UJT aplicamos uma tensão positiva a base 2 e ligamos a base 1 à
terra, de modo que entre elas circule uma pequena corrente, determinada apenas pela
resistência ôhmica entre os dois pontos.
7.1. ESTRUTURA DO TRANSÍSTOR UNI-JUNÇÃO
A região de emissor, entretanto, fica numa posição
tal em relação ao material, que temos do lado do
material N certa tensão intermediária entre o
positivo aplicado e zero volt. A própria junção se
comporta como se tivéssemos um diodo ligado a
um divisor de tensão, conforme mostra a figura a
seguir.
Circuito equivalente ao transistor unijunção
As correntes no transistor unijunção A junção entre RB1 e RB2, onde está ligado o diodo,
representa a posição da junção semicondutora em
relação ao material N.
A divisão de valores entre estas duas resistências
RB1 e RB2 fixa uma importante característica do
transistor, que é a chamada Relação Intrínseca,
abreviada por η. Assim, se a divisão de resistências
do material for exatamente ao meio, ou seja, RB1 for
igual a RB2, a relação intrínseca será de 0,5.
7.1. ESTRUTURA DO TRANSÍSTOR UNI-JUNÇÃO
Se aplicarmos uma tensão positiva no emissor do transistor
unijunção, de modo a fazer com que ocorra a condução de
corrente por este elemento, teremos de vencer dois obstáculos.
O primeiro é a própria junção do diodo que existe no local, que
nada mais é do que a junção entre o emissor e o elemento onde
estão ligadas as bases. Para vencer esta junção precisamos de
0,6 V, aproximadamente, já que o material é o silício.
O segundo obstáculo é a tensão que existe no ponto em que está
ligado o diodo, ou seja, a união entre RB2 e RB1. A tensão neste
ponto está justamente determinada pela relação intrínseca.
Assim, se aplicarmos 10 V ao transistor, e sua relação intrínseca
for de 0,6, isso significa que precisaremos de 0,6 x 10 = 6 V da
relação intrínseca, e mais 0,6 V da junção, para vencer os
obstáculos e tornar o transistor condutor. Precisamos então 6,6 V
para que isso ocorra, conforme mostra a figura ao lado.
Disparando o transistor unijunção
7.1. ESTRUTURA DO TRANSÍSTOR UNI-JUNÇÃO
Apliquemos uma tensão crescente no emissor.
Neste caso, o que ocorre é que a condução não se faz de
maneira suave, mas sim abrupta; o transistor repentinamente tem
sua resistência reduzida entre o emissor e a base 1, podendo
conduzir assim uma corrente muito intensa. Esta resistência que,
conforme vimos, pode ter valores entre 4 000 ohms até 15 000
ohms ou mais, repentinamente cai para um valor que pode ser
tão baixo de alguns ohms apenas. Um valor típico para esta
resistência, é de apenas 20 ohms.
Podemos dizer que, em função do que foi visto, o transistor
unijunção se comporta como um interruptor acionado por tensão.
No ponto de disparo, sua resistência cai acentuadamente
caracterizando assim uma curva em que temos uma resistência
negativa, conforme o leitor constatará na figura abaixo
Característica do transistor unijunção
7.2. O TRANSÍSTOR DE EFEITO DE CAMPO DE JUNÇÃO (JFET):
estrutura, família de curvas, configurações e circuitos de polarização
Estrutura do JFET e seus símbolos
No material que forma o canal são ligados dois
eletrodos denominados fonte (abreviado por s de
“source” em inglês) e dreno (abreviado por d de
“drain”). No meio deste material é implantada uma
segunda região semicondutora de material de carga
oposta (P nos de material N e N nos de material P) que
forma uma estreita passagem para a corrente, que vai
da fonte ao dreno. Esta região é a da comporta,
abreviada por g (de “gate” em inglês).
O fluxo de cargas entre a fonte e o dreno pode ser
controlado pela tensão aplicada à comporta,
responsável por cargas estáticas capazes de atuar com
um campo nesta região.
7.2. O TRANSÍSTOR DE EFEITO DE CAMPO DE JUNÇÃO (JFET):
estrutura, família de curvas, configurações e circuitos de polarização
Tomando então um FET de canal N,
conforme mostra a figura, a corrente entre o
dreno e a fonte é máxima quando a tensão
entre a comporta e a fonte é zero. Aplicando-
se, a partir deste ponto, uma tensão inversa
àquela que polariza a junção do transistor, o
canal para a passagem da corrente entre o
dreno e a fonte vai estreitando-se pela
presença de cargas elétricas, o que significa
a redução da intensidade da corrente.
.
Veja que não podemos aplicar uma tensão que polarize a junção directamente, pois aí temos
a simples condução desta corrente, e não o controle da corrente entre o dreno e a fonte.
Uma tensão em g controla a corrente entre D e S.
7.2. O TRANSÍSTOR DE EFEITO DE CAMPO DE JUNÇÃO (JFET):
estrutura, família de curvas, configurações e circuitos de polarização
Para certa faixa de tensões entre o dreno e a
fonte, a proporcionalidade entre a corrente de
dreno e a tensão de comporta é quase linear, o
que possibilita usar este dispositivo como
amplificador de sinais como o transistor. Na
figura ao lado, pode-se ver uma “família” de
curvas de um transistor de efeito de campo.
Família de curvas de um JFET
O ganho de um FET é expresso por uma grandeza
chamada transcondutância (abreviada por gm),
correspondendo à relação que existe entre a variação
da corrente de dreno em relação a variação da tensão
de comporta e expressa-se em Siemens.
7.2. O TRANSÍSTOR DE EFEITO DE CAMPO DE JUNÇÃO (JFET):
estrutura, família de curvas, configurações e circuitos de polarização
Configurações dos JFETs
7.2. O TRANSÍSTOR DE EFEITO DE CAMPO DE JUNÇÃO (JFET):
estrutura, família de curvas, configurações e circuitos de polarização
Circuitos de Polarização dos JFETs
7.3. TRANSÍSTOR DE EFEITO DE CAMPO MOS-FET (metal
oxide semiconductor field effect transistor)
• MOSFET significa transistor de efeito
de campo de óxido de metal
semicondutor.
• Este transístor em sua estrutura e
funcionamento básicos, ele se
diferencia bastante em alguns
pontos dos transistores de efeito de
campo de junção, exigindo assim
uma explicação separada.
• Na figura ao lado está a estrutura de
trasístores MOSFET
7.3. TRANSÍSTOR DE EFEITO DE CAMPO MOS-FET (metal
oxide semiconductor field effect transistor)
• A base de montagem do semicondutor é um substracto que, conforme o nome
sugere, serve apenas de suporte físico para a montagem dos demais elementos.
Neste substracto são difundidas duas regiões de material semicondutor do tipo N
que são interligadas por um pedaço de material condutor, formando o “canal”.
• Sobre o canal é colocada uma placa de filme metálico e, isolando-a do material
condutor do canal, existe uma finíssima camada de óxido de silício. Os eléctrodos
ligados ao material N recebem os nomes de fonte (abreviada por s de “source” do
inglês), e dreno (abreviada por d de “drain”). No material condutor isolado pela
capa de óxido de silício temos um eléctrodo que recebe o nome de comporta
(gate ou abreviadamente g do termo em inglês).
• Da mesma forma que num transistor de efeito de campo de junção, podemos
controlar a passagem da corrente entre a fonte e o dreno, a partir de uma tensão
aplicada à comporta.
7.3. TRANSÍSTOR DE EFEITO DE CAMPO MOS-FET (metal
oxide semiconductor field effect transistor)
• O facto de a comporta, que é o eletrodo de controle, estar praticamente
isolada do canal por onde flui esta corrente, faz com que este dispositivo
apresente uma elevadíssima impedância de entrada. A única corrente que
flui no eletrodo de comporta é a de fuga, da ordem de bilionésimos de
ampère, que não é significativa numa aplicação prática comum.
• Mas, se a finíssima capa de óxido garante esta importante propriedade que é
a impedância de entrada alta, ela também é responsável pela extrema
sensibilidade que o dispositivo apresenta a tensões elevadas.
• A simples carga acumulada no corpo de uma pessoa que caminha num tapete,
ou que simplesmente trabalha num local seco, o simples toque de uma
ferramenta que esteja ligada a uma fonte de tensão mais alta, pode provocar
uma faísca entre a comporta e o canal, destruindo a capa de óxido e assim o
componente.
7.4. CUIDADOS COM AS DESCARGAS (ESD – electrostatic
discharges)
Protegendo o MOSFET contra descargas estáticas Usando diodos de proteção
• Os MOSFETs, além de sua elevadíssima resistência de entrada, que pode chegar em alguns casos a
mais de 100 000 000 000 000 ohms (100 teraohms!), também são dispositivos de velocidade de
operação muito alta.
• Estes transistores facilmente podem amplificar ou gerar sinais de até 500 MHz.
7.5. POLARIZAÇÃO DE MOSFET’s e circuitos com MOSFET’s
Família de curvas de um MOSFET Polarização de comporta de um MOSFET
FIM DA AULA 7

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Transistores uni-junção e FET em 12 aulas

APRESNETACAO DE DSDSslides-2015-cap2.ppt
APRESNETACAO DE DSDSslides-2015-cap2.pptAPRESNETACAO DE DSDSslides-2015-cap2.ppt
APRESNETACAO DE DSDSslides-2015-cap2.pptsmxpnzclientes
 
Relatório do projeto de um conversor cc cc do tipo forward
Relatório do projeto de um conversor cc cc do tipo forwardRelatório do projeto de um conversor cc cc do tipo forward
Relatório do projeto de um conversor cc cc do tipo forwardLuiz Guilherme Riva Tonini
 
Curso básico de eletrônica digital parte 4
Curso básico de eletrônica digital parte 4Curso básico de eletrônica digital parte 4
Curso básico de eletrônica digital parte 4Renan Boccia
 
apostila-eletronica-basica-II-UFES.pdf
apostila-eletronica-basica-II-UFES.pdfapostila-eletronica-basica-II-UFES.pdf
apostila-eletronica-basica-II-UFES.pdfjosiel_monteiro
 
Apostila eletronica-basica-ii-ufes
Apostila eletronica-basica-ii-ufesApostila eletronica-basica-ii-ufes
Apostila eletronica-basica-ii-ufesJoão Marques
 
Contacto entre metal e semicondutor. determinação experimental da diferença d...
Contacto entre metal e semicondutor. determinação experimental da diferença d...Contacto entre metal e semicondutor. determinação experimental da diferença d...
Contacto entre metal e semicondutor. determinação experimental da diferença d...Adilson Andrade
 
11 propriedades eletricas-oticas_termicas_magneticas
11  propriedades eletricas-oticas_termicas_magneticas11  propriedades eletricas-oticas_termicas_magneticas
11 propriedades eletricas-oticas_termicas_magneticasManuel Bouzas
 
Curso de eletrônica completo
Curso de eletrônica completoCurso de eletrônica completo
Curso de eletrônica completoLuiz Avelar
 
Aula_1_Transistores_de_efeito_de_campo_J.pdf
Aula_1_Transistores_de_efeito_de_campo_J.pdfAula_1_Transistores_de_efeito_de_campo_J.pdf
Aula_1_Transistores_de_efeito_de_campo_J.pdffleonor1
 
Eletronica basica 2,1
Eletronica basica 2,1Eletronica basica 2,1
Eletronica basica 2,1andydurdem
 
mosfet_de_potencia.ppt
mosfet_de_potencia.pptmosfet_de_potencia.ppt
mosfet_de_potencia.pptLzarodeAlmeida
 
Retificadores monofásicos
Retificadores monofásicosRetificadores monofásicos
Retificadores monofásicosJoão Félix
 

Semelhante a Transistores uni-junção e FET em 12 aulas (20)

APRESNETACAO DE DSDSslides-2015-cap2.ppt
APRESNETACAO DE DSDSslides-2015-cap2.pptAPRESNETACAO DE DSDSslides-2015-cap2.ppt
APRESNETACAO DE DSDSslides-2015-cap2.ppt
 
Relatório do projeto de um conversor cc cc do tipo forward
Relatório do projeto de um conversor cc cc do tipo forwardRelatório do projeto de um conversor cc cc do tipo forward
Relatório do projeto de um conversor cc cc do tipo forward
 
Eletrônica industrial transformadores
Eletrônica industrial transformadoresEletrônica industrial transformadores
Eletrônica industrial transformadores
 
Diodo
DiodoDiodo
Diodo
 
Curso básico de eletrônica digital parte 4
Curso básico de eletrônica digital parte 4Curso básico de eletrônica digital parte 4
Curso básico de eletrônica digital parte 4
 
apostila-eletronica-basica-II-UFES.pdf
apostila-eletronica-basica-II-UFES.pdfapostila-eletronica-basica-II-UFES.pdf
apostila-eletronica-basica-II-UFES.pdf
 
Apostila eletronica-basica-ii-ufes
Apostila eletronica-basica-ii-ufesApostila eletronica-basica-ii-ufes
Apostila eletronica-basica-ii-ufes
 
Apostila eletronica-basica-ii-ufes
Apostila eletronica-basica-ii-ufesApostila eletronica-basica-ii-ufes
Apostila eletronica-basica-ii-ufes
 
Apostila eletronica-basica-ii-ufes
Apostila eletronica-basica-ii-ufesApostila eletronica-basica-ii-ufes
Apostila eletronica-basica-ii-ufes
 
Apostila
ApostilaApostila
Apostila
 
Contacto entre metal e semicondutor. determinação experimental da diferença d...
Contacto entre metal e semicondutor. determinação experimental da diferença d...Contacto entre metal e semicondutor. determinação experimental da diferença d...
Contacto entre metal e semicondutor. determinação experimental da diferença d...
 
11 propriedades eletricas-oticas_termicas_magneticas
11  propriedades eletricas-oticas_termicas_magneticas11  propriedades eletricas-oticas_termicas_magneticas
11 propriedades eletricas-oticas_termicas_magneticas
 
Circuitos com Diodos
Circuitos com DiodosCircuitos com Diodos
Circuitos com Diodos
 
Curso de eletrônica completo
Curso de eletrônica completoCurso de eletrônica completo
Curso de eletrônica completo
 
Transporte na interface metal
Transporte na interface metalTransporte na interface metal
Transporte na interface metal
 
Aula_1_Transistores_de_efeito_de_campo_J.pdf
Aula_1_Transistores_de_efeito_de_campo_J.pdfAula_1_Transistores_de_efeito_de_campo_J.pdf
Aula_1_Transistores_de_efeito_de_campo_J.pdf
 
Eletronica basica 2,1
Eletronica basica 2,1Eletronica basica 2,1
Eletronica basica 2,1
 
mosfet_de_potencia.ppt
mosfet_de_potencia.pptmosfet_de_potencia.ppt
mosfet_de_potencia.ppt
 
Analogica7
Analogica7Analogica7
Analogica7
 
Retificadores monofásicos
Retificadores monofásicosRetificadores monofásicos
Retificadores monofásicos
 

Mais de Benedito32

Apresentacao dos astros-1 astrofísica.pptx
Apresentacao dos astros-1 astrofísica.pptxApresentacao dos astros-1 astrofísica.pptx
Apresentacao dos astros-1 astrofísica.pptxBenedito32
 
aula 2 díodos.pptx
aula 2 díodos.pptxaula 2 díodos.pptx
aula 2 díodos.pptxBenedito32
 
Apresentacao dos astros.pptx
Apresentacao dos astros.pptxApresentacao dos astros.pptx
Apresentacao dos astros.pptxBenedito32
 
Andragogia.pptx
Andragogia.pptxAndragogia.pptx
Andragogia.pptxBenedito32
 
ACTIVAÇÃO NEUTRÓNICA.pptx
ACTIVAÇÃO NEUTRÓNICA.pptxACTIVAÇÃO NEUTRÓNICA.pptx
ACTIVAÇÃO NEUTRÓNICA.pptxBenedito32
 
ACTIVAÇÃO NEUTRÓNICA2.pptx
ACTIVAÇÃO NEUTRÓNICA2.pptxACTIVAÇÃO NEUTRÓNICA2.pptx
ACTIVAÇÃO NEUTRÓNICA2.pptxBenedito32
 

Mais de Benedito32 (6)

Apresentacao dos astros-1 astrofísica.pptx
Apresentacao dos astros-1 astrofísica.pptxApresentacao dos astros-1 astrofísica.pptx
Apresentacao dos astros-1 astrofísica.pptx
 
aula 2 díodos.pptx
aula 2 díodos.pptxaula 2 díodos.pptx
aula 2 díodos.pptx
 
Apresentacao dos astros.pptx
Apresentacao dos astros.pptxApresentacao dos astros.pptx
Apresentacao dos astros.pptx
 
Andragogia.pptx
Andragogia.pptxAndragogia.pptx
Andragogia.pptx
 
ACTIVAÇÃO NEUTRÓNICA.pptx
ACTIVAÇÃO NEUTRÓNICA.pptxACTIVAÇÃO NEUTRÓNICA.pptx
ACTIVAÇÃO NEUTRÓNICA.pptx
 
ACTIVAÇÃO NEUTRÓNICA2.pptx
ACTIVAÇÃO NEUTRÓNICA2.pptxACTIVAÇÃO NEUTRÓNICA2.pptx
ACTIVAÇÃO NEUTRÓNICA2.pptx
 

Transistores uni-junção e FET em 12 aulas

  • 1. Electrónica Analógica em 12 aulas AULA 7: TRANSÍSTORES UNI-JUNÇÃO E DE EFEITO DE CAMPO (FET) Prof. Doutor Rogério José Uthui adaptado das aulas do Professor Newton C. Braga, a partir das aulas na Internet do CBNB
  • 2. AULA 7: TRANSÍSTORES UNI-JUNÇÃO E DE EFEITO DE CAMPO CONTEÚDO: 7.1. Estrutura do transístor uni-junção 7.2. O transístor de efeito de campo de junção (JFET): estrutura, família de curvas, configurações de JFET e circuitos de polarização 7.3. Transístor de efeito de campo MOS-FET (metal oxide semiconductor field effect transistor) 7.4. Cuidados com as descargas electroestáticas (ESD – electrostatic discharges) 7.5. Polarização de MOS-FET´ s e circuitos com MOS-FET´s.
  • 3. 7.1. ESTRUTURA DO TRANSÍSTOR UNI-JUNÇÃO Num pedaço de material semicondutor do tipo N são ligados dois elementos de conexão externa (eléctrodos) que recebem a denominação de base 1 (B1) e base 2 (B2). Entre os dois pontos de conexão não existem junções para a corrente atravessar logo, entre estes dois pontos temos uma resistência pura, ou seja, uma resistência ôhmica (tipicamente entre 4 kΩ e 15 kΩ; No meio do material é difundida uma região de material semicondutor do tipo P, de modo que entre elas se forma uma junção que é a única junção do transistor, na qual é ligado o terceiro eletrodo do transistor unijunção que recebe o nome de emissor (E). Para fazer funcionar o UJT aplicamos uma tensão positiva a base 2 e ligamos a base 1 à terra, de modo que entre elas circule uma pequena corrente, determinada apenas pela resistência ôhmica entre os dois pontos.
  • 4. 7.1. ESTRUTURA DO TRANSÍSTOR UNI-JUNÇÃO A região de emissor, entretanto, fica numa posição tal em relação ao material, que temos do lado do material N certa tensão intermediária entre o positivo aplicado e zero volt. A própria junção se comporta como se tivéssemos um diodo ligado a um divisor de tensão, conforme mostra a figura a seguir. Circuito equivalente ao transistor unijunção As correntes no transistor unijunção A junção entre RB1 e RB2, onde está ligado o diodo, representa a posição da junção semicondutora em relação ao material N. A divisão de valores entre estas duas resistências RB1 e RB2 fixa uma importante característica do transistor, que é a chamada Relação Intrínseca, abreviada por η. Assim, se a divisão de resistências do material for exatamente ao meio, ou seja, RB1 for igual a RB2, a relação intrínseca será de 0,5.
  • 5. 7.1. ESTRUTURA DO TRANSÍSTOR UNI-JUNÇÃO Se aplicarmos uma tensão positiva no emissor do transistor unijunção, de modo a fazer com que ocorra a condução de corrente por este elemento, teremos de vencer dois obstáculos. O primeiro é a própria junção do diodo que existe no local, que nada mais é do que a junção entre o emissor e o elemento onde estão ligadas as bases. Para vencer esta junção precisamos de 0,6 V, aproximadamente, já que o material é o silício. O segundo obstáculo é a tensão que existe no ponto em que está ligado o diodo, ou seja, a união entre RB2 e RB1. A tensão neste ponto está justamente determinada pela relação intrínseca. Assim, se aplicarmos 10 V ao transistor, e sua relação intrínseca for de 0,6, isso significa que precisaremos de 0,6 x 10 = 6 V da relação intrínseca, e mais 0,6 V da junção, para vencer os obstáculos e tornar o transistor condutor. Precisamos então 6,6 V para que isso ocorra, conforme mostra a figura ao lado. Disparando o transistor unijunção
  • 6. 7.1. ESTRUTURA DO TRANSÍSTOR UNI-JUNÇÃO Apliquemos uma tensão crescente no emissor. Neste caso, o que ocorre é que a condução não se faz de maneira suave, mas sim abrupta; o transistor repentinamente tem sua resistência reduzida entre o emissor e a base 1, podendo conduzir assim uma corrente muito intensa. Esta resistência que, conforme vimos, pode ter valores entre 4 000 ohms até 15 000 ohms ou mais, repentinamente cai para um valor que pode ser tão baixo de alguns ohms apenas. Um valor típico para esta resistência, é de apenas 20 ohms. Podemos dizer que, em função do que foi visto, o transistor unijunção se comporta como um interruptor acionado por tensão. No ponto de disparo, sua resistência cai acentuadamente caracterizando assim uma curva em que temos uma resistência negativa, conforme o leitor constatará na figura abaixo Característica do transistor unijunção
  • 7. 7.2. O TRANSÍSTOR DE EFEITO DE CAMPO DE JUNÇÃO (JFET): estrutura, família de curvas, configurações e circuitos de polarização Estrutura do JFET e seus símbolos No material que forma o canal são ligados dois eletrodos denominados fonte (abreviado por s de “source” em inglês) e dreno (abreviado por d de “drain”). No meio deste material é implantada uma segunda região semicondutora de material de carga oposta (P nos de material N e N nos de material P) que forma uma estreita passagem para a corrente, que vai da fonte ao dreno. Esta região é a da comporta, abreviada por g (de “gate” em inglês). O fluxo de cargas entre a fonte e o dreno pode ser controlado pela tensão aplicada à comporta, responsável por cargas estáticas capazes de atuar com um campo nesta região.
  • 8. 7.2. O TRANSÍSTOR DE EFEITO DE CAMPO DE JUNÇÃO (JFET): estrutura, família de curvas, configurações e circuitos de polarização Tomando então um FET de canal N, conforme mostra a figura, a corrente entre o dreno e a fonte é máxima quando a tensão entre a comporta e a fonte é zero. Aplicando- se, a partir deste ponto, uma tensão inversa àquela que polariza a junção do transistor, o canal para a passagem da corrente entre o dreno e a fonte vai estreitando-se pela presença de cargas elétricas, o que significa a redução da intensidade da corrente. . Veja que não podemos aplicar uma tensão que polarize a junção directamente, pois aí temos a simples condução desta corrente, e não o controle da corrente entre o dreno e a fonte. Uma tensão em g controla a corrente entre D e S.
  • 9. 7.2. O TRANSÍSTOR DE EFEITO DE CAMPO DE JUNÇÃO (JFET): estrutura, família de curvas, configurações e circuitos de polarização Para certa faixa de tensões entre o dreno e a fonte, a proporcionalidade entre a corrente de dreno e a tensão de comporta é quase linear, o que possibilita usar este dispositivo como amplificador de sinais como o transistor. Na figura ao lado, pode-se ver uma “família” de curvas de um transistor de efeito de campo. Família de curvas de um JFET O ganho de um FET é expresso por uma grandeza chamada transcondutância (abreviada por gm), correspondendo à relação que existe entre a variação da corrente de dreno em relação a variação da tensão de comporta e expressa-se em Siemens.
  • 10. 7.2. O TRANSÍSTOR DE EFEITO DE CAMPO DE JUNÇÃO (JFET): estrutura, família de curvas, configurações e circuitos de polarização Configurações dos JFETs
  • 11. 7.2. O TRANSÍSTOR DE EFEITO DE CAMPO DE JUNÇÃO (JFET): estrutura, família de curvas, configurações e circuitos de polarização Circuitos de Polarização dos JFETs
  • 12. 7.3. TRANSÍSTOR DE EFEITO DE CAMPO MOS-FET (metal oxide semiconductor field effect transistor) • MOSFET significa transistor de efeito de campo de óxido de metal semicondutor. • Este transístor em sua estrutura e funcionamento básicos, ele se diferencia bastante em alguns pontos dos transistores de efeito de campo de junção, exigindo assim uma explicação separada. • Na figura ao lado está a estrutura de trasístores MOSFET
  • 13. 7.3. TRANSÍSTOR DE EFEITO DE CAMPO MOS-FET (metal oxide semiconductor field effect transistor) • A base de montagem do semicondutor é um substracto que, conforme o nome sugere, serve apenas de suporte físico para a montagem dos demais elementos. Neste substracto são difundidas duas regiões de material semicondutor do tipo N que são interligadas por um pedaço de material condutor, formando o “canal”. • Sobre o canal é colocada uma placa de filme metálico e, isolando-a do material condutor do canal, existe uma finíssima camada de óxido de silício. Os eléctrodos ligados ao material N recebem os nomes de fonte (abreviada por s de “source” do inglês), e dreno (abreviada por d de “drain”). No material condutor isolado pela capa de óxido de silício temos um eléctrodo que recebe o nome de comporta (gate ou abreviadamente g do termo em inglês). • Da mesma forma que num transistor de efeito de campo de junção, podemos controlar a passagem da corrente entre a fonte e o dreno, a partir de uma tensão aplicada à comporta.
  • 14. 7.3. TRANSÍSTOR DE EFEITO DE CAMPO MOS-FET (metal oxide semiconductor field effect transistor) • O facto de a comporta, que é o eletrodo de controle, estar praticamente isolada do canal por onde flui esta corrente, faz com que este dispositivo apresente uma elevadíssima impedância de entrada. A única corrente que flui no eletrodo de comporta é a de fuga, da ordem de bilionésimos de ampère, que não é significativa numa aplicação prática comum. • Mas, se a finíssima capa de óxido garante esta importante propriedade que é a impedância de entrada alta, ela também é responsável pela extrema sensibilidade que o dispositivo apresenta a tensões elevadas. • A simples carga acumulada no corpo de uma pessoa que caminha num tapete, ou que simplesmente trabalha num local seco, o simples toque de uma ferramenta que esteja ligada a uma fonte de tensão mais alta, pode provocar uma faísca entre a comporta e o canal, destruindo a capa de óxido e assim o componente.
  • 15. 7.4. CUIDADOS COM AS DESCARGAS (ESD – electrostatic discharges) Protegendo o MOSFET contra descargas estáticas Usando diodos de proteção • Os MOSFETs, além de sua elevadíssima resistência de entrada, que pode chegar em alguns casos a mais de 100 000 000 000 000 ohms (100 teraohms!), também são dispositivos de velocidade de operação muito alta. • Estes transistores facilmente podem amplificar ou gerar sinais de até 500 MHz.
  • 16. 7.5. POLARIZAÇÃO DE MOSFET’s e circuitos com MOSFET’s Família de curvas de um MOSFET Polarização de comporta de um MOSFET