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PRODUÇÃO DE BIODIESEL VIA TRANSESTERIFICAÇÃO ETÍLICA HOMOGÊNEA, 1 UTILIZANDO ÓLEO DE MACAÚBA (Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. ex Mart.), POR 2 AQUECIMENTO CONVENCIONAL VERSUS IRRADIAÇÃO POR MICRO-ONDAS. 3 
MARCOS ROBERTO DO NASCIMENTO PEREIRA ¹, PEDRO PRATES VALÉRIO ², 4 SALVADOR CARLOS GRANDE ³, MARIA HELENA CAÑO DE ANDRADE 4 5 
INTRODUÇÃO 6 
O biodiesel é um combustível renovável composto de ésteres alquílicos de ácidos graxos de 7 cadeia longa, derivados de óleos vegetais ou de gorduras animais com características físico-8 químicas específicas (REZENDE, 2011). Diversas matérias-primas vegetais estão sendo objeto de 9 estudo visando à produção deste biocombustível, sendo que este trabalho tem como foco o emprego 10 dos frutos oleaginosos da palmeira Macaúba, cujo teor de óleo se situa na faixa de 50-60% em base 11 seca e 20-25% em base úmida (frutos frescos), com potencial de produtividade de até 6000 kg de 12 óleo por hectare (RETTORE & MARTINS, 1983; PIMENTA, 2010). Esse fruto é constituído por 13 quatro partes: casca externa, polpa, endocarpo e amêndoa, sendo que das partes polpa e amêndoa se 14 obtém dois tipos diferenciados de óleo, o óleo da polpa com perfil graxo insaturado e o óleo da 15 amêndoa com perfil graxo saturado. Em função da existência de maciços naturais em três 16 importantes regiões mineiras (grande Belo Horizonte, Norte de Minas e Alto Paranaíba), o governo 17 do Estado de Minas Gerais, instituiu a política estadual de incentivo ao cultivo, à extração, à 18 comercialização, ao consumo e à transformação da Macaúba e das demais palmeiras oleaginosas - 19 Pró-Macaúba, através da lei nº 19.485, de 13 de Janeiro de 2011 (MINAS GERAIS, 2011). Um dos 20 principais objetivos foi o de incrementar o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel 21 (PNPB), baseado na sustentabilidade e no desenvolvimento econômico e social. O objetivo deste 22 trabalho é verificar a viabilidade técnica de produção de biodiesel a partir de óleo extraído da polpa 23 do fruto da macaúba por processo de transesterificação via catálise etílica homogênea, com 24 comparação de desempenho entre o processo convencional de aquecimento e o aquecimento por 25 irradiação com micro-ondas. 26 
MATERIAL E MÉTODOS 27 
A reação de transesterificação homogênea via catálise básica foi realizada utilizando como 28 matéria-prima o óleo do mesocarpo (polpa) da macaúba produzido no Laboratório da Macaúba do 29 Departamento de Engenharia Química da Universidade Federal de Minas Gerais. Esse óleo foi 30 1 Universidade Federal de Minas Gerais - Departamento de Engenharia Química - marcos.karajuca@ig.com.br 
2 Universidade Federal de Minas Gerais - Departamento de Engenharia Química - pedropratesvalerio@gmail.com 
3 Universidade Federal de Minas Gerais - Departamento de Engenharia Química - salvador.cgrande@gmail.com 
4 Universidade Federal de Minas Gerais - Departamento de Engenharia Química - cano@deq.ufmg.br 1
primeiramente caracterizado nos seguintes parâmetros físico-químicos: índice de acidez (método 31 oficial Cd 3d-63 da AOCS), teor de umidade (método oficial Ca 2e-84 da AOCS) e viscosidade 32 cinemática a 40°C (ASTM D 2515), parâmetros fundamentais para determinar a viabilidade da 33 produção do biodiesel e a definição da melhor rota a ser utilizada. 34 
A produção de biodiesel utilizando o processo convencional de catálise etílica homogênea, 35 neste trabalho denominado aquecimento convencional, foi realizada em um banho termostático 36 Dubnoff. Os parâmetros analisados foram razão molar etanol/óleo (etanol com 99,8% de pureza) de 37 12:1, concentração de catalisador (KOH com 85% de pureza) de 0,5 – 1,0 e 1,5 % m/m em relação 38 ao óleo, temperatura constante de 30°C, tempo de 45 minutos e aproximadamente 200 rpm. Todas 39 as reações ocorreram em erlenmeyers de 125 mL contendo a massa de 20 g de óleo. Após a reação 40 o biodiesel foi purificado através de 3 lavagens: 1ª com solução de HCl 0,1 mol/L, 2ª e 3ª com água 41 destilada até o pH 7,0; verificado através do uso da fita de pH. Em seguida o biodiesel foi seco em 42 estufa microprocessada (capacidade de 42 L) com circulação forçada de ar a 105°C por 150 min 43 para remoção do excesso de etanol, água e outras substâncias voláteis. 44 
A obtenção de biodiesel através do aquecimento não convencional, neste trabalho realizado 45 por irradiação com micro-ondas, foi realizada em forno doméstico (sem adaptação) de micro-ondas 46 Electrolux, modelo NEF 28, 18 L, 1020 W, com frequência de 2450 MHz. Os parâmetros 47 analisados foram razão molar etanol/óleo (etanol com 99,8% de pureza) de 12:1, concentração de 48 catalisador (KOH com 85% de pureza) de 0,5 – 1,0 e 1,5 % m/m em relação ao óleo, potência 49 máxima do aparelho de micro-ondas e tempo reacional de 20, 40, 60, 80 e 100 s. Todas as reações 50 ocorreram em erlenmeyers de 125 mL contendo a massa de 20 g de óleo, que foi homogeneizada 51 por 3 minutos a aproximadamente 200 rpm em agitador magnético MS 300 Magnetic Stirrer, antes 52 de ser submetida à irradiação de micro-ondas. O procedimento de purificação foi realizado da 53 mesma forma do procedimento utilizando o aquecimento convencional. 54 
O teor de ésteres etílicos foi realizado empregando o método analítico de viscosimetria, 55 consistindo em uma técnica no qual se correlaciona matematicamente a variação do teor de ésteres 56 alquílicos com a variação da viscosidade (PASA et al., 2013; KNOTHE et al., 2005). A viscosidade 57 foi determinada utilizando o viscosímetro automático AVS 250 Schott. 58 
59 
RESULTADOS E DISCUSSÕES 60 
Na Tabela 01 são apresentados os resultados das análises de caracterização da matéria-prima, 61 incluindo índice de acidez, umidade e viscosidade. 62 2
Tabela 01 – Propriedades físico-químicas do óleo da polpa de macaúba. 
Parâmetro 
Valor 
Índice de acidez (mg KOH/g) 
4,03 
Índice de acidez em ácido oléico (%) 
2,02 
Teor de umidade (%) 
0,27 
Viscosidade cinemática a 40°C (mm2/s) 
40,04 
O índice de acidez encontrado na análise do óleo da polpa de macaúba foi de 2,02% e 63 segundo Meher et al. (2006), este índice é apropriado para a reação de transesterificação homogênea 64 via catálise básica. É essencial que o valor da umidade da matéria-prima seja o menor possível, 65 evitando reações paralelas que possam dificultar a reação e reduzir o teor da conversão. Assim, o 66 valor encontrado experimentalmente neste trabalho de 0,27% sugere que o uso da polpa do óleo da 67 macaúba torna-se viável para esta metodologia. Outro parâmetro essencial analisado é a 68 viscosidade, pois pode limitar a escolha da matéria-prima que originará o biodiesel. 69 
Em todo o trabalho foram realizados 03 ensaios de produção de biodiesel por aquecimento 70 convencional e 15 por aquecimento por micro-ondas. Os resultados dos ensaios do aquecimento 71 convencional (C) resultaram em % de conversão na faixa de 13,20% a 90,18%, sendo que os 72 melhores resultados estão associados com o uso de uma maior quantidade de catalisador. Os 73 resultados dos ensaios do aquecimento por micro-ondas (M) resultaram em faixa de conversão de 74 10,15% a 96,61%. Na Tabela 02 são apresentados os melhores resultados dos ensaios comparativos 75 entre as duas formas de aquecimento visando à produção de biodiesel por catálise etílica 76 homogênea. 77 
Tabela 02 – Resultados comparativos da eficiência de produção de ésteres etílicos pelos processos 78 de aquecimento convencional e por micro-ondas 79 
Ensaio 
Tempo (s) 
Catalisador (% m/m) 
Teor de ésteres etílicos (%) 
C 
2700 
1,5 
90,18 
M - A 
80 
0,5 
76,25 
M - B 
60 
1,0 
96,61 
M - C 
20 
1,5 
86,74 
C = amostra utilizando aquecimento convencional 80 
M = amostra utilizando aquecimento através de irradiação de micro-ondas 81 
O resultado do ensaio C, usando aquecimento convencional, proporcionou a conversão de 82 ésteres etílicos de 90,18%; indicando que o óleo da polpa da macaúba é promissor na obtenção de 83 biodiesel, utilizando condições amenas de processo. Os resultados dos ensaios M - A, M - B e M – 84 3
C, empregando irradiação por micro-ondas, demonstraram a viabilidade de se aplicar este método 85 nos processos de produção de biodiesel. Analisando a tabela 02, observa-se uma redução rigorosa 86 no tempo de reação quando da utilização do processo por irradiação com micro-ondas e ao mesmo 87 tempo a maior conversão de ésteres etílicos alcançado com o ensaio M – B. 88 
CONCLUSÕES 89 
Sabendo que o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) tem como 90 principal objetivo garantir a produção economicamente viável do biocombustível, proporcionando a 91 inclusão social e o desenvolvimento regional (COSTA et al., 2012), este trabalho demonstrou o 92 potencial de produção do biodiesel, empregando como matéria-prima o óleo da polpa da Macaúba, 93 utilizando o aquecimento convencional e, principalmente, apresenta a viabilidade técnica com 94 redução expressiva do tempo reacional da reação de transesterificação, usando uma metodologia de 95 indução de irradiação de micro-ondas, mesmo ao se empregar um aparelho de micro-ondas 96 convencional doméstico, sem qualquer adaptação. 97 
AGRADECIMENTOS 98 
Os autores agradecem a CAPES, CNPq e o Departamento de Engenharia Química da Escola 99 de Engenharia da UFMG pelas Bolsas concedidas e apoio prestado. 100 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 101 
COSTA, V. L.; et al. A introdução do biodiesel na matriz energética brasileira: contextualização 102 histórica, cadeia produtiva e processo produtivo. Revista ADMpg Gestão estratégica, v. 5, n. 1, p. 103 43 - 51, 2012 104 
KNOTHE, G.; GERPEN, J. V.; KRAHL, J. The Biodiesel Handbook. Illinois (USA), AOCS Press, 105 2005. 106 
Lei nº 19.485, de 13 de janeiro de 2011. Institui a política estadual de incentivo ao cultivo, à 107 extração, à comercialização, ao consumo e à transformação da macaúba e das demais palmeiras 108 oleaginosas - Pró-Macaúba, Minas Gerais, 2011. 109 
MEHER, L. C.; et al. Technical aspects of biodiesel production by transesterification—a review. 110 Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 10, p. 248 - 268, 2006. 111 
PASA, V. M. D.; et al. Thermogravimetry and Viscometry for Assessing the Ester Content (FAME 112 and FAEE). Fuel Processing Technology, v. 109, p. 133 - 140, 2013. 113 
PIMENTA, T. V. Metodologias de Obtenção e Caracterização dos Óleos do Fruto da Macaúba com 114 Qualidade Alimentícia: da Coleta à Utilização. 2010. 120f. Dissertação (Mestrado em Engenharia 115 Química) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2010. 116 
RETTORE, R. P.; MARTINS, H. (1983). “Produção de combustíveis líquidos a partir de óleos 117 vegetais: estudo das oleaginosas nativas de Minas Gerais”. Projeto da Fundação Centro 118 Tecnológico de Minas Gerais – CETEC, Belo Horizonte, v.1. 119 
REZENDE, D. B. Esterificação e Transesterificação de Óleos de Macaúba com Elevada e Baixa 120 Acidez Catalisadas por Resinas de Troca Iônica. 2011. 122f. Dissertação (Mestrado em Engenharia 121 Química) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2011. 122 4

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Produção de biodiesel via transesterificação etílica homogênea, utilizando óleo de macaúba por aquecimento convencional versus irradiação por micro ondas marcos pereia final

  • 1. PRODUÇÃO DE BIODIESEL VIA TRANSESTERIFICAÇÃO ETÍLICA HOMOGÊNEA, 1 UTILIZANDO ÓLEO DE MACAÚBA (Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. ex Mart.), POR 2 AQUECIMENTO CONVENCIONAL VERSUS IRRADIAÇÃO POR MICRO-ONDAS. 3 MARCOS ROBERTO DO NASCIMENTO PEREIRA ¹, PEDRO PRATES VALÉRIO ², 4 SALVADOR CARLOS GRANDE ³, MARIA HELENA CAÑO DE ANDRADE 4 5 INTRODUÇÃO 6 O biodiesel é um combustível renovável composto de ésteres alquílicos de ácidos graxos de 7 cadeia longa, derivados de óleos vegetais ou de gorduras animais com características físico-8 químicas específicas (REZENDE, 2011). Diversas matérias-primas vegetais estão sendo objeto de 9 estudo visando à produção deste biocombustível, sendo que este trabalho tem como foco o emprego 10 dos frutos oleaginosos da palmeira Macaúba, cujo teor de óleo se situa na faixa de 50-60% em base 11 seca e 20-25% em base úmida (frutos frescos), com potencial de produtividade de até 6000 kg de 12 óleo por hectare (RETTORE & MARTINS, 1983; PIMENTA, 2010). Esse fruto é constituído por 13 quatro partes: casca externa, polpa, endocarpo e amêndoa, sendo que das partes polpa e amêndoa se 14 obtém dois tipos diferenciados de óleo, o óleo da polpa com perfil graxo insaturado e o óleo da 15 amêndoa com perfil graxo saturado. Em função da existência de maciços naturais em três 16 importantes regiões mineiras (grande Belo Horizonte, Norte de Minas e Alto Paranaíba), o governo 17 do Estado de Minas Gerais, instituiu a política estadual de incentivo ao cultivo, à extração, à 18 comercialização, ao consumo e à transformação da Macaúba e das demais palmeiras oleaginosas - 19 Pró-Macaúba, através da lei nº 19.485, de 13 de Janeiro de 2011 (MINAS GERAIS, 2011). Um dos 20 principais objetivos foi o de incrementar o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel 21 (PNPB), baseado na sustentabilidade e no desenvolvimento econômico e social. O objetivo deste 22 trabalho é verificar a viabilidade técnica de produção de biodiesel a partir de óleo extraído da polpa 23 do fruto da macaúba por processo de transesterificação via catálise etílica homogênea, com 24 comparação de desempenho entre o processo convencional de aquecimento e o aquecimento por 25 irradiação com micro-ondas. 26 MATERIAL E MÉTODOS 27 A reação de transesterificação homogênea via catálise básica foi realizada utilizando como 28 matéria-prima o óleo do mesocarpo (polpa) da macaúba produzido no Laboratório da Macaúba do 29 Departamento de Engenharia Química da Universidade Federal de Minas Gerais. Esse óleo foi 30 1 Universidade Federal de Minas Gerais - Departamento de Engenharia Química - marcos.karajuca@ig.com.br 2 Universidade Federal de Minas Gerais - Departamento de Engenharia Química - pedropratesvalerio@gmail.com 3 Universidade Federal de Minas Gerais - Departamento de Engenharia Química - salvador.cgrande@gmail.com 4 Universidade Federal de Minas Gerais - Departamento de Engenharia Química - cano@deq.ufmg.br 1
  • 2. primeiramente caracterizado nos seguintes parâmetros físico-químicos: índice de acidez (método 31 oficial Cd 3d-63 da AOCS), teor de umidade (método oficial Ca 2e-84 da AOCS) e viscosidade 32 cinemática a 40°C (ASTM D 2515), parâmetros fundamentais para determinar a viabilidade da 33 produção do biodiesel e a definição da melhor rota a ser utilizada. 34 A produção de biodiesel utilizando o processo convencional de catálise etílica homogênea, 35 neste trabalho denominado aquecimento convencional, foi realizada em um banho termostático 36 Dubnoff. Os parâmetros analisados foram razão molar etanol/óleo (etanol com 99,8% de pureza) de 37 12:1, concentração de catalisador (KOH com 85% de pureza) de 0,5 – 1,0 e 1,5 % m/m em relação 38 ao óleo, temperatura constante de 30°C, tempo de 45 minutos e aproximadamente 200 rpm. Todas 39 as reações ocorreram em erlenmeyers de 125 mL contendo a massa de 20 g de óleo. Após a reação 40 o biodiesel foi purificado através de 3 lavagens: 1ª com solução de HCl 0,1 mol/L, 2ª e 3ª com água 41 destilada até o pH 7,0; verificado através do uso da fita de pH. Em seguida o biodiesel foi seco em 42 estufa microprocessada (capacidade de 42 L) com circulação forçada de ar a 105°C por 150 min 43 para remoção do excesso de etanol, água e outras substâncias voláteis. 44 A obtenção de biodiesel através do aquecimento não convencional, neste trabalho realizado 45 por irradiação com micro-ondas, foi realizada em forno doméstico (sem adaptação) de micro-ondas 46 Electrolux, modelo NEF 28, 18 L, 1020 W, com frequência de 2450 MHz. Os parâmetros 47 analisados foram razão molar etanol/óleo (etanol com 99,8% de pureza) de 12:1, concentração de 48 catalisador (KOH com 85% de pureza) de 0,5 – 1,0 e 1,5 % m/m em relação ao óleo, potência 49 máxima do aparelho de micro-ondas e tempo reacional de 20, 40, 60, 80 e 100 s. Todas as reações 50 ocorreram em erlenmeyers de 125 mL contendo a massa de 20 g de óleo, que foi homogeneizada 51 por 3 minutos a aproximadamente 200 rpm em agitador magnético MS 300 Magnetic Stirrer, antes 52 de ser submetida à irradiação de micro-ondas. O procedimento de purificação foi realizado da 53 mesma forma do procedimento utilizando o aquecimento convencional. 54 O teor de ésteres etílicos foi realizado empregando o método analítico de viscosimetria, 55 consistindo em uma técnica no qual se correlaciona matematicamente a variação do teor de ésteres 56 alquílicos com a variação da viscosidade (PASA et al., 2013; KNOTHE et al., 2005). A viscosidade 57 foi determinada utilizando o viscosímetro automático AVS 250 Schott. 58 59 RESULTADOS E DISCUSSÕES 60 Na Tabela 01 são apresentados os resultados das análises de caracterização da matéria-prima, 61 incluindo índice de acidez, umidade e viscosidade. 62 2
  • 3. Tabela 01 – Propriedades físico-químicas do óleo da polpa de macaúba. Parâmetro Valor Índice de acidez (mg KOH/g) 4,03 Índice de acidez em ácido oléico (%) 2,02 Teor de umidade (%) 0,27 Viscosidade cinemática a 40°C (mm2/s) 40,04 O índice de acidez encontrado na análise do óleo da polpa de macaúba foi de 2,02% e 63 segundo Meher et al. (2006), este índice é apropriado para a reação de transesterificação homogênea 64 via catálise básica. É essencial que o valor da umidade da matéria-prima seja o menor possível, 65 evitando reações paralelas que possam dificultar a reação e reduzir o teor da conversão. Assim, o 66 valor encontrado experimentalmente neste trabalho de 0,27% sugere que o uso da polpa do óleo da 67 macaúba torna-se viável para esta metodologia. Outro parâmetro essencial analisado é a 68 viscosidade, pois pode limitar a escolha da matéria-prima que originará o biodiesel. 69 Em todo o trabalho foram realizados 03 ensaios de produção de biodiesel por aquecimento 70 convencional e 15 por aquecimento por micro-ondas. Os resultados dos ensaios do aquecimento 71 convencional (C) resultaram em % de conversão na faixa de 13,20% a 90,18%, sendo que os 72 melhores resultados estão associados com o uso de uma maior quantidade de catalisador. Os 73 resultados dos ensaios do aquecimento por micro-ondas (M) resultaram em faixa de conversão de 74 10,15% a 96,61%. Na Tabela 02 são apresentados os melhores resultados dos ensaios comparativos 75 entre as duas formas de aquecimento visando à produção de biodiesel por catálise etílica 76 homogênea. 77 Tabela 02 – Resultados comparativos da eficiência de produção de ésteres etílicos pelos processos 78 de aquecimento convencional e por micro-ondas 79 Ensaio Tempo (s) Catalisador (% m/m) Teor de ésteres etílicos (%) C 2700 1,5 90,18 M - A 80 0,5 76,25 M - B 60 1,0 96,61 M - C 20 1,5 86,74 C = amostra utilizando aquecimento convencional 80 M = amostra utilizando aquecimento através de irradiação de micro-ondas 81 O resultado do ensaio C, usando aquecimento convencional, proporcionou a conversão de 82 ésteres etílicos de 90,18%; indicando que o óleo da polpa da macaúba é promissor na obtenção de 83 biodiesel, utilizando condições amenas de processo. Os resultados dos ensaios M - A, M - B e M – 84 3
  • 4. C, empregando irradiação por micro-ondas, demonstraram a viabilidade de se aplicar este método 85 nos processos de produção de biodiesel. Analisando a tabela 02, observa-se uma redução rigorosa 86 no tempo de reação quando da utilização do processo por irradiação com micro-ondas e ao mesmo 87 tempo a maior conversão de ésteres etílicos alcançado com o ensaio M – B. 88 CONCLUSÕES 89 Sabendo que o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) tem como 90 principal objetivo garantir a produção economicamente viável do biocombustível, proporcionando a 91 inclusão social e o desenvolvimento regional (COSTA et al., 2012), este trabalho demonstrou o 92 potencial de produção do biodiesel, empregando como matéria-prima o óleo da polpa da Macaúba, 93 utilizando o aquecimento convencional e, principalmente, apresenta a viabilidade técnica com 94 redução expressiva do tempo reacional da reação de transesterificação, usando uma metodologia de 95 indução de irradiação de micro-ondas, mesmo ao se empregar um aparelho de micro-ondas 96 convencional doméstico, sem qualquer adaptação. 97 AGRADECIMENTOS 98 Os autores agradecem a CAPES, CNPq e o Departamento de Engenharia Química da Escola 99 de Engenharia da UFMG pelas Bolsas concedidas e apoio prestado. 100 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 101 COSTA, V. L.; et al. A introdução do biodiesel na matriz energética brasileira: contextualização 102 histórica, cadeia produtiva e processo produtivo. Revista ADMpg Gestão estratégica, v. 5, n. 1, p. 103 43 - 51, 2012 104 KNOTHE, G.; GERPEN, J. V.; KRAHL, J. The Biodiesel Handbook. Illinois (USA), AOCS Press, 105 2005. 106 Lei nº 19.485, de 13 de janeiro de 2011. Institui a política estadual de incentivo ao cultivo, à 107 extração, à comercialização, ao consumo e à transformação da macaúba e das demais palmeiras 108 oleaginosas - Pró-Macaúba, Minas Gerais, 2011. 109 MEHER, L. C.; et al. Technical aspects of biodiesel production by transesterification—a review. 110 Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 10, p. 248 - 268, 2006. 111 PASA, V. M. D.; et al. Thermogravimetry and Viscometry for Assessing the Ester Content (FAME 112 and FAEE). Fuel Processing Technology, v. 109, p. 133 - 140, 2013. 113 PIMENTA, T. V. Metodologias de Obtenção e Caracterização dos Óleos do Fruto da Macaúba com 114 Qualidade Alimentícia: da Coleta à Utilização. 2010. 120f. Dissertação (Mestrado em Engenharia 115 Química) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2010. 116 RETTORE, R. P.; MARTINS, H. (1983). “Produção de combustíveis líquidos a partir de óleos 117 vegetais: estudo das oleaginosas nativas de Minas Gerais”. Projeto da Fundação Centro 118 Tecnológico de Minas Gerais – CETEC, Belo Horizonte, v.1. 119 REZENDE, D. B. Esterificação e Transesterificação de Óleos de Macaúba com Elevada e Baixa 120 Acidez Catalisadas por Resinas de Troca Iônica. 2011. 122f. Dissertação (Mestrado em Engenharia 121 Química) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2011. 122 4