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A Célula
Introdução

As células são os menores e mais simples componentes do corpo humano. A maioria das células são tão
pequenas, que é necessário juntar milhares para cobrir a área de um centímetro quadrado. As unidades
de medida são o macrômetro (µm), o nanômetro (nm) e o angstron (Å).
o        Células - rins, pele e fígado (30 µm em média); hemácias (entre 5 µm e 7µm).
o        Óvulo - 0,1 mm.

Citologia

O termo célula (do grego kytos = cela; do latim cella = espaço vazio), foi usado pela primeira vez por
Robert Hooke (em 1655) para descrever suas investigações sobre a constituição da cortiça analisada
através de lentes de aumento. A teoria celular, porém, só foi formulada em 1839 por Schleiden e
Schwann, onde concluíram que todo ser vivo é constituído por unidades fundamentais: as células. Assim,
desenvolveu-se a citologia (ciência que estuda as células), importante ramo da Biologia. As células
provêm de outras preexistentes. As reações metabólicas do organismo ocorrem nas células.

Componentes químicos da célula
o        Água - 70% do volume celular é composto por água, que dissolve e transporta materiais na
    célula e participa de inúmeras reações bioquímicas.
o        Sais minerais - São reguladores químicos.
o        Carboidratos - Compostos orgânicos formados por carbono, hidrogênio e oxigênio. Exemplos:
    monossacarídeos (glicose e frutose); dissacarídeos (sacarose, lactose e maltose); polissacarídeos
    (amido, glicogênio e celulose). Que tem a função de fornecer energia através das oxidações e
    participação em algumas estruturas celulares.
o         Lipídios - Compostos formados por carbono, hidrogênio e oxigênio; insolúveis em água e
    solúveis em éter, acetona e clorofórmio. Exemplos: lipídios simples (óleos, gorduras e cera) e lipídios
    complexos (fosfolipídios). Tem participação celular e fornecimento de energia através da oxidação.
o       Proteínas - Compostos formados por carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio, que constituem
    polipeptídios (cadeias de aminoácidos). Exemplo: Albumina, globulina, hemoglobina etc. Sua função é
    na participação da estrutura celular, na defesa (anticorpos), no transporte de íons e moléculas e na
    catalisação de reações químicas.
o         Ácidos Nucléicos - Compostos constituídos por cadeias de nucleotídeos; cada nucleotídeo é
    formado por uma base nitrogenada (adenina, guanina, citosina, timina e uracila), um açúcar (ribose e
    desoxirribose) e um ácido fosfórico.
o       Ácido Desoxirribonucléico (DNA) - Molécula em forma de hélice formada por duas cadeias
    complementares de nucleotídeos. O DNA é responsável pela transmissão hereditária das
    características.
o        Ácido Ribonucléico (RNA) - Molécula formada por cadeia simples de nucleotídeos. O RNA
    controla a síntese de proteínas.
o        Trifosfato de Adenosina (ATP) - Tipo especial de nucleotídeo, formado por adenina, ribose e
    três fosfatos. Tem a função de armazenar energia nas ligações fosfato.

Membrana Celular

A membrana celular é semipermeável e seletiva; transporta materiais passiva ou ativamente.
o        Transporte Passivo - Difusão no sentido dos gradientes de concentração, sem gasto de energia.
    Como no transporte de glicose.
o        Transporte Ativo - Movimentação contra gradientes de concentração, com gasto de energia.
    Exemplo: bomba de sódio, que concentra K+ mais dentro que fora da célula e Na+ mais fora que
    dentro.
o        Transporte Facilitado - Proteínas transportadoras ou permeases modificam a permeabilidade da
    membrana; ocorre tanto passiva quanto ativamente.

Célula Animal




Organização do Citoplasma Celular

Citoplasma Fundamental

Hialoplasma - colóide com 85% de água e proteínas solúveis e insolúveis (microfilamentos e
microtúbulos); reversão de gel para sol e vice-versa.

Retículo Endoplasmático (RE)

Sistema de endomembranas que delimitam canais e vesículas.
o        RE rugoso - retículo endoplasmático associado a ribossomos; local de síntese de proteínas;
    também denominado RE granular.
o       RE liso - retículo endoplasmático sem ribossomos; local de síntese de lipídios e de carboidratos
    complexos; também denominado RE agranular.

Ribossomos

Grânulos de 15 a 25 nm de diâmetro, formados por duas subunidades; associam-se ao RE ou encontram-
se livres no hialoplasma; são constituídos por proteínas e RNA ribossômico; ligam-se ao RNA mensageiro
formando polirribossomos. Tem a função de síntese de proteínas.

Complexo de Golgi

Sistema de bolsas achatadas e empilhadas, de onde destacam-se as vesículas; pequenos conjuntos que
são denominados dictiossomos. Armazenam substâncias produzidas pela célula.

Lisossomos

São pequenas vesículas que contêm enzimas digestivas; destacam-se do complexo de Golgi e juntam-se
aos vacúolos digestivos. Fazem a digestão intracelular; em alguns casos, extracelular.

Peroxissomos

São pequenas vesículas que contêm peroxidase. Tem a função de decomposição de peróxido de
hidrogênio (H2O2), subproduto de reações bioquímicas, altamente tóxico para a célula.

Vacúolos
São cavidades limitadas por membrana lipoprotéica. Os vacúolos podem ser digestivos, autofágicos ou
pulsáteis.
o          Vacúolo Digestivo - As partículas englobadas são atacadas pelas enzimas lisossômicas,
    formando um fagossomo.
o        Vacúolo Autofágico - Digere partes da própria célula.
o          Vacúolo Pulsátil - Controla o excesso de água da célula; comum nos protozoários de água doce.

Centríolos ou Diplossomos

Organelas constituídas por dois cilindros perpendiculares um ao outro; cada cilindro é formado por nove
trincas de microtúbulos; ausentes nas células dos vegetais superiores. Tem a função de orientação
do processo de divisão celular.

Cílios e Flagelos

São expansões filiformes da superfície da célula; os cílios são curtos e geralmente numerosos; os flagelos
são longos e em pequeno número. São formados por nove pares periféricos de microtúbulos e um par
central; o corpúsculo basal, inserido no citoplasma, é idêntico aos centríolos. Tem a função de
movimentação da célula ou do meio líquido.

Mitocôndrias

São organelas ovóides ou em bastonete, formadas por uma dupla membrana lipoprotéica e uma matriz. A
membrana externa é contínua e a interna forma as cristas mitocondriais. Nestas, prendem-se as
partículas mitocondriais, constituídas por enzimas respiratórias: NAD, FAD e citocromos. Possuem DNA,
sintetizam proteínas específicas e se auto-reproduzem. Produz energia na célula, sob forma de ATP.

Célula e Energia (Respiração Celular)

O que é a respiração celular?

A respiração celular é a obtenção de energia pela oxidação de moléculas orgânicas, principalmente
glicose.


Equação geral da respiração:


C6H12O6 + 6O2 » 6CO2 + 6H2O + energia
glicose + oxigênio -> gás carbônico + água + energia


Biologia Celular
AULA 001 - Histórico da Biologia Celular

A BIOLOGIA CELULAR é o ramo da biologia que estuda as organelas
celulares e seus comportamentos. Procura diferenciar as células tanto
animais quanto vegetais, observando também as diferenças.

AS DIMENSÕES DAS CÉLULAS variam de espécie; contudo, a maioria
tem tamanho inferior ao do poder de resolução do olho humano. As
células podem ser: Microscópicas (maioria absoluta) e Microscópicas
(algumas algas e células de urtiga).

                               LEIS CELULARES

        a) LEI DA CONSTÂNCIA DO VOLUME CELULAR (Driesch):

O volume é constante para todas as células de um mesmo tecido, em todos os
indivíduos da mesma espécie e mesmo grau de desenvolvimento (ou seja,
mesma idade).



De acordo com essa lei, o volume celular independe do tamanho do indivíduo.
De fato, analisando-se células hepáticas de um anão e de um gigante, pode-se
verificar que, nos dois casos, o volume das células é o mesmo. Isso significa
que a diferença no tamanho dos órgãos se deve ao número de células que, no
gigante, é muito maior. A Lei de Driesch não se aplica às células permanentes.

                             b) LEI DE SPENCER:

Segundo Spencer, a superfície de uma célula varia de acordo com o quadrado
da dimensão linear e o volume com o cubo da célula. Esse aumento
desproporcional do volume faz com que a célula tenha um excesso de
citoplasma, que a obriga a entrar em divisão celular. A Lei de Spencer é um fator
mitógeno (fator que leva a célula à divisão).

                    c) CLASSIFICAÇÃO DE BIZZOZERO:

 Conforme sua duração no organismo, as células podem ser classificadas em:



- CÉLULAS LÁBEIS = células dotadas de ciclo vital curto. Continuamente
produzidas pelo organismo, permitem o crescimento e a renovação constante
dos tecidos onde ocorrem. Exemplos: Glóbulos brancos (leucócitos), glóbulos
vermelhos (hemácias ou eritrólitos) e as células epiteliais (revestimento).



- CÉLULAS ESTÁVEIS = células dotadas de ciclo vital médio ou longo, podendo
durar meses ou anos. Produzidas durante o período de crescimento do
organismo, essas células só voltam a ser formadas em condições excepcionais,
como regeneração de tecidos (reparação de uma fratura óssea, por exemplo).
Entre as células estáveis, podemos citar: Osteócitos (células adultas),
hepatócitos (células do fígado), células pancreáticas, células musculares lisas,
entre outras.



- CÉLULAS PERMANENTES = células de ciclo vital muito longo, coincidindo,
geralmente, com o tempo de vida do indivíduo. São produzidas apenas durante o
período embrionário. Na eventual morte dessas células, não há reposição, uma
vez que o indivíduo nasce com um número completo e necessário de células
permanentes. Essas células, simplesmente, aumentam de volume (exceção à Lei
de Driesch), acompanhando o crescimento do indivíduo. Como permanentes,
podemos citar as células nervosas (neurônios) e as células musculares
estriadas.


Os instrumentos que permitem uma visualização da célula são denominados
microscópios. Podemos observar as células de diferentes maneiras



- IN VIVO = Observação de células em seu estado natural.



- SUPRAVITAL = Observação da célula após tratamento com substâncias
químicas que não a decomponha, deixando-a viva.



- POST-MORTEM = Observação de células fixadas, isto é, substâncias que
provocam a morte da célula, sem que haja perda de sua arquitetura original.
Geralmente, depois de fixadas, as células são coradas.



- CORANTES = Substâncias portadoras de grupos químicos coloridos, utilizados
somente em microscopia óptica, que identificam determinada estrutura celular.

Principais Corantes:

- DNA = Feulgem



- Verde Janus Beta = Mitocôndrias



- Hematoxilina = centríolos e retículos endoplasmáticos
- Sais de Ag+, Os, U = Complexo de Golgi



- Reativo de Schiff = Polissacarídeos (técnica de PAS)



- Sudam III = gorduras

                   NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO CELULAR

O surgimento da célula, tal como se a conhece, resulta de um processo de
transformação que durou milhões de anos. No início desse processo estão os
primeiros seres vivos que passaram a desenvolver mecanismos cada vez mais
eficientes de captação, armazenamento e liberação de energia para realizar suas
atividades. Existem seres unicelulares (bactérias) e partículas proteicas
associadas a um ácido nucleico (vírus).

a) VÍRUS:

São partículas e não células, embora dependam delas para sua multiplicação.
Não possuem enzimas e, portanto, não apresentam metabolismo próprio,
necessário à formação de novos vírus. Então, são parasitas intracelulares
obrigatórios, formados apenas por um dos ácidos nucleicos (DNA ou RNA),
envolvido por um revestimento proteico.



Os vírus que infectam os animais não invadem as células vegetais e vice-versa.
Os vírus que parasitam bactérias são chamados bacteriófagos ou,
simplesmente, fagos.



Os vírus (do latim = veneno) foram identificados em 1892 por Ivanovitch
(botânico russo), quando pesquisava folhas de fumo (vírus do mosaico do
tabaco).



Esse microorganismo somente sobrevive dentro de uma célula viva, portanto,
apresentam fora do organismo um tempo de vida limitado (minutos ou horas).

b) MICOPLASMA:

Microorganismos unicelulares patogênicos são as menores e mais simples
células conhecidas atualmente. Apresentam metabolismo próprio e são agentes
infecciosos de diversos animais, causando pleuropneumonites.

c) RICKETSIAS:
Microorganismos unicelulares patogênicos e agentes infecciosos intracelulares
muito pequenos. Semelhantes às bactérias, considerados como intermediários
entre os vírus e as próprias bactérias.

d) BACTÉRIAS:

Seres unicelulares microscópios, isolados ou coloniais, encontrados em todos
os ambientes: água, solo, ar, orgânico. A maioria de vida livre e heterotrófica,
muitas bactérias exercem importante papel no ciclo do nitrogênio na natureza.



Outras, no entanto, são agentes patogênicos, causando numerosas infecções no
homem, como a tuberculose, pneumonia, hanseníase, meningite, tétano, entre
outras.

          : AULA 001 - HISTÓRICO SOBRE BIOLOGIA CELULAR

  AULA 002 - A Estrutura Celular

A CÉLULA é a unidade básica dos tecidos. Constitui-se de membrana
plasmática, citoplasma e núcleo. A membrana plasmática atua como uma
parede protetora da célula e possui importante mecanismo de controle de
entrada e saída das diversas substâncias necessárias à atividade celular.
O citoplasma contém uma substância gelatinosa chamada hialoplasma,
por onde se encontram dissolvidas as diversas organelas celulares. O
núcleo é a região celular que contém as informações necessárias para a
divisão e reprodução da célula.

                          MEMBRANA PLASMÁTICA

A membrana plasmática é uma película composta, principalmente, de
fosfolipídeos e proteínas. Ela tem importantes funções na célula, como isolar a
célula do meio externo. Água e Oxigênio são capazes de entrar com facilidade
através da membrana, que permite a saída de gás carbônico e de resíduos
produzidos dentro da célula. A membrana é capaz de atrair substâncias úteis e
de dificultar a entrada de substâncias indesejáveis, exercendo, assim, um
rigoroso controle no trânsito através das fronteiras da célula. Apresenta um
caráter seletivo, ou seja, atua selecionando as substâncias que entram ou saem
da célula, de acordo com suas necessidades.



A Membrana Celular reveste as seguintes estruturas:

a) carioteca; b) lisossoma; c) complexo de Golgi; d) cloroplastos; e)
mitocôndrias; f) retículo endoplasmático.
Propriedades da Membrana:

- Decorrentes de proteínas = baixa tensão superficial; resistência mecânica;
elasticidade.

- Decorrentes de lipídeos = alta resistência elétrica e permeabilidade a
substâncias lipossolúveis.



Especializações da Membrana:

- Microvilosidades = dobras da membrana plasmática na superfície da célula.

- Desmossomas = aparecem nas superfícies de contato das células bem unidas.

- Interdigitações = conjuntos de saliências e reentrâncias que fazem o encaixe
entre elas.



Parede Celular:

A parede celular não existe nas células dos animais, mas existe um
envoltório chamado de glicocálix. Nos fungos, a parede celular é formada
por quitina. Nas células vegetais, existe externamente a membrana
plasmática.

- Endocitoses = processos através dos quais a célula adquire macromoléculas
que não seriam absorvidas através do processo de permeabilidade seletiva.

- Fagocitose = processo importante para a nutrição e defesa da célula.



- Pinocitose = processo de ingestão de substâncias líquidas.



- Cromopexia = processo de englobamento de células coloridas.



- Exocitose = processo de eliminação de toxinas da célula.



- Transporte por Permeabilidade = processo de constante troca de substâncias
da célula.
OBS: O transporte não permite a passagem de proteínas, polissacarídeos,
lipídeos complexos, mas permite o transporte de água, sais minerais, álcool,
glicose, aminoácidos, oxigênio e gás carbônico.



                     TIPOS DE TRANSPORTE CELULAR

TRANSPORTE PASSIVO:



Há dois tipos de transporte passivo: Difusão Passiva e Osmose.



- Difusão Passiva = processo no qual 2 substâncias de diferentes
concentrações, separadas por membrana plasmática, onde se observa a
passagem de substância mais concentrada para o ambiente de substância
menos concentrada.



- Osmose = processo de fluxo espontâneo, no qual o soluto vai do meio menos
concentrado para o mais concentrado. Uma vez estabelecido o equilíbrio entre
os dois meios, o processo cessa.



Classificação das Soluções

Isotônicas = soluções de concentração igual.

Hipotônica = A solução interna é menos concentrada do que a outra.

Hipertônica = A solução interna é mais concentrada do que a outra.

TRANSPORTE ATIVO: É o processo pelo qual uma substância desloca-se
contra um gradiente, gastando energia da célula. O sódio e o potássio
sofrem esse tipo de transporte.

Bomba de Sódio = A célula desloca o sódio do líquido intracelular para o
líquido extracelular no intuito de manter sua integridade. Se faltar energia,
a célula acumula sódio em seu líquido intracelular.

Bomba de Potássio = A célula precisa de potássio parado no meio
extracelular para o intracelular e, nesse processo, gasta energia contra o
gradiente de concentração.
CITOPLASMA

Todo material compreendido entre a membrana plasmática e a carioteca.
O citoplasma contém o hialoplasma ou matriz citoplasmática, que é um
material viscoso, amorfo, onde estão mergulhados os orgânulos.
Quimicamente, o hialoplasma é constituído por água e moléculas de
proteínas, formando um colóide.

Componentes do Hialoplasma:

- Estruturas Filamentosas (filamentos constituídos de queratina)

- Estruturas Granulares (grânulos de glicogênio e gordura)

- Microtúbulos (estrutura proteica, que desloca os cromossomos para os
pólos celulares).

Propriedades do Hialoplasma:

- Consistência variável para muito denso ou muito fluídico.

- Tixotropismo = mudança de plasmagel para plasmossol e vice versa.
(essa mudança se dá porque na parte mais periférica do citoplasma -
ectoplasma - o colóide fica em estado mais gel; e na parte mais interna do
citoplasma - endoplasma - o colóide fica em estado mais fluídico ou
estado sol).

Cílios e Flagelos:

São estruturas móveis, encontradas nas células, sendo. geralmente
curtos e numerosos, são formações vibráteis, que têm o papel de permitir
a locomoção da célula em meio líquido. Na base do cílio ou flagelo,
encontra-se a organela que lhes dá origem, chamada de corpo basal ou
cinetossomo.

Citoesqueleto:

É a complexa rede de finos tubos interligados. Estes tubos, que são
formados por uma proteína chamada tubolina, estão continuamente se
formando e se desfazendo. Outros componentes, como a queratina, forma
filamentos intermediários. Finalmente, existem, ainda, os
microfilamentos, formados por actina. Suas funções são: organização
interna e realização dos movimentos da célula.

                     ORGANELAS CITOPLASMÁTICAS

- RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO = Sistema de tubos e canais que variam
em liso e rugoso. Mesmo diferentes, eles estão interligados e são
semelhantes a um complexo sistema de encanamentos, por onde
circulam as substâncias fabricadas pela célula.
- COMPLEXO DE GOLGI = É um conjunto de saquinhos membranosos,
achatados e empilhados como pratos (dictiossomos), que se encontram
no citoplasma, perto do núcleo. Esta estrutura é responsável pelo
armazenamento, transformação, empacotamento e envio de substâncias
produzidas na célula. Este processo de eliminação chama-se secreção
celular.

- LISOSSOMOS = São dezenas de pequenos saquinhos, cheios de
enzimas, capazes de digerir diversas substâncias orgânicas. São
organelas responsáveis pela digestão da célula e têm a função de ajudar
no processo de autofagia. Têm também uma função de reciclagem, pois
digerem partes celulares envelhecidas ou desgastadas, de modo a
reaproveitar as substâncias que as compõem.

- RIBOSSOMOS = São pequenos grânulos que aparecem livres no
hialoplasma ou aderidos ao retículo endoplasmático, cuja a função é a
síntese de proteínas.

- MITOCÔNDRIAS = São estruturas energéticas, responsáveis pelo
fornecimento de energia e respiração da célula. São pequenos bastonetes
membranosos (lipoproteicos), que flutuam dentro do citoplasma. A
energia é produzida em forma de ATP (trifosfato de adenosina = adenina +
ribose + 3 radicais fosfatos.

                                NÚCLEO

É o cérebro da célula. É ele quem tem todas as informações genéticas,
comandando e gerenciando toda a célula. Dentro dele, existe um ácido
chamado DNA (ácido desoxirribonucleico), que é formado por duas
hélices de nucleotídeos (uma molécula de açúcar + uma molécula de
ácido fosfórico + uma base hidrogenada). O DNA é responsável por toda e
qualquer característica do ser vivo. É ele que manda fazer as proteínas,
determina a forma da célula e etc. No ser humano, ele determina a cor dos
olhos, o tamanho dos pés e das mãos e demais características.

O núcleo é composto por uma carioteca, cromatina e nucléolos. A
carioteca é um tipo de membrana plasmática composta por duas
membranas lipoproteicas, com vários poros em sua superfície e que
funcionam como uma válvula que escolhe as substâncias que entram e
que saem da célula. A cromatina é um conjunto de fios formados por uma
longa molécula de DNA associada a moléculas de histonas chamadas de
cromossomos. O nucléolo é redondo, denso, formado por proteínas, RNA
e pouco DNA. É dentro dele que se formam os ribossomos presentes em
toda a célula.

Marcadores: AULA 002 - A ESTRUTURA CELULAR

  AULA 003 - Atividade Celular

                        RESPIRAÇÃO CELULAR
É um conjunto de reações de oxirredução para a obtenção de energia a
partir de uma fonte energética orgânica e que ocorre obrigatoriamente em
todas as células. As reações de oxirredução consistem na transferência
de H+ de um composto orgânico para outro com desprendimento de
energia. A fonte de energia mais utilizada é a glicose, os aminoácidos e
os ácidos graxos fornecem mais energia, mas são menos utilizados. C6 +
H12 + O6 + 6O2 == 6CO2 + 6H2O DG = 38 ATP.

Glicólise = Fase que ocorre ainda no citoplasma. A glicose que penetra na
célula na forma de glicose 6-fosfato, sofre a degradação, originando 2
ácidos pirúvicos + NADH + H +.

NAD = Nicotinamida é a substância que transfere o H de um composto
para outro.

ATP = Trifosfato de adenosina é formado por adenina + ribose + 3 radicais
fosfato. É a molécula que irá armazenar energia, que não será utilizada
imediatamente pela célula. Se toda a energia produzida fosse liberada de
forma imediata, a célula literalmente "queimaria".

                           DIVISÃO CELULAR

Ciclo Celular = As células se reproduzem através da duplicação de seus
conteúdos e posterior divisão em duas células filhas idênticas. O ciclo
celular compreende os processos de uma célula que ocorrem desde a sua
formação até sua própria divisão. A principal característica é sua natureza
cíclica. A divisão celular estabelece duas etapas, onde uma delas é
caracterizada pela divisão do núcleo (mitose) e a outra, pela divisão do
citoplasma (citocinese). A etapa na qual a célula não apresenta
modificações morfológicas, que é compreendida no intervalo entre duas
divisões celulares, é denominada interfase.

Controle do Ciclo Celular = Este ciclo é regulado pela interação de
proteínas. Essas proteínas compõem o sistema de controle que conduz e
coordena o desenvolvimento do ciclo celular. Nos organismos
pluricelulares, este ciclo é controlado por proteínas altamente
específicas, denominadas de fatores de crescimento. Os fatores de
crescimento regulam a proliferação celular através de uma complexa rede
de cascatas bioquímicas que, por sua vez, regulam a transcrição gênica e
a montagem e desmontagem de um sistema de controle. A proliferação
celular depende de uma combinação específica de fatores de crescimento
(PDGF - fator de crescimento derivado das plaquetas / EGF - fator de
crescimento epidérmico).

MITOSE = É um processo de divisão celular, característico de todas as
células somáticas vegetais e animais. É um processo contínuo, dividido
em 5 fases: Prófase, metáfase, anáfase, telófase e citocinese, nas quais
ocorrem grandes modificações no núcleo e no citoplasma.. O
desenvolvimento das sucessivas fases da mitose são dependentes dos
componentes do aparelho mitótico, que é constituído pelos fusos,
centríolos, ásteres e cromossomos. O áster é um grupo de microtúbulos
irradiados que converge em direção ao centríolo.

FASES DA MITOSE:

- PRÓFASE = Nessa fase, cada cromossomo é composto por duas
cromátides, resultantes da duplicação do DNA, que estão unidas pelos
filamentos do centrômero. A prófase caracteriza-se pela contração dos
cromossomos, que se tornam mais curtos e grossos devido ao processo
de enrolamento ou helicoidização. Os nucléolos se desorganizam e os
centríolos migram um par para cada polo celular.

- METÁFASE = Nessa fase, os cromssomos duplos ocupam o plano
equatorial do aparelho mitótico. Os cromossomos adotam uma orientação
radial. Os cinetócoros das duas cromátides estão voltados para os pólos
opostos. Ocorre um equilíbrio de forças.

- ANÁFASE = Inicia-se quando os centômeros tornam-se funcionalmente
duplos. Com a separação dos centrômeros, as cromátides separam-se e
iniciam sua migração em direção aos polos. O centrômero precede o
resto da cromátide. Os cromossomos são puxados pelas fibras do fuso e
assumem um formato característico em V ou L, dependendo do tipo de
cromossomo. Caracteriza-se pela migração polar dos cromossomos, que
se movem na mesmoa velocidade.

- TELÓFASE = Inicia-se quando os cromossomos-filhos alcançam os
pólos. Os MT cinetocóricos desaparecem e os MT polares alongam-se. Os
cromossomos começam a se desenrolar, num processo inverso à
prófase. Esses cromossomos agrupam-se em massas de cromatina que
são circundadas por cisternas de RE, os quais se fundem para formar um
novo envoltório nuclear.

- CITOCINESE = É o processo de clivagem e separação do citoplasma. A
citocinese tem início na anáfase e termina após a telófase, com a
formação das células-filhas.

Atividade de síntese no ciclo celular: O conteúdo de proteínas total de
uma célula típica aumenta mais ou menos continuamente durante o ciclo.
Da mesma maneira, a síntese de RNA continua constante. Com exceção
da Fase M, a maioria das proteínas é sintetizada durante as diferentes
fases do ciclo. O período mitótico caracteriza-se pela baixa atividade
bioquímica; durante esse período, a maior parte das atividades
metabólicas.

MEIOSE = Organismos simples pode se reproduzir através de divvisões
simples. Esse tipo de reprodução assexuada é simples e direta,
produzindo organismos geneticamente iguais. A reprodução sexual, por
sua vez, envolve uma mistura de genomas de dois indivíduos, que
diferem geneticamente de seus parentais. O ciclo reprodutivo sexual
envolve a alternância de gerações de células haplóides, com gerações
diplóides. A mistura de genomas é realizada pela fusão de células
haplóides, que formam as células diplóides. Posteriormente, novas
células diplóides são geradas quando os descendentes de células
diplóides se dividem pelo processo de meiose. A meiose ocorre nas
células reprodutoras de gametas. A meiose é precedida por um período
de interfase (G1 S G2) com eventos semelhantes aos observados na
mitose. Na meiose, o cromossomo produzido tem apenas a metade da
cadeia que forma o DNA. A meiose é um processo que envolve duas
divisões celulares, com somente uma duplicação de cromossomos.

Marcadores: AULA 003 - ATIVIDADE CELULAR

  AULA 004 - Microbiologia Médica

A MICROBIOLOGIA MÉDICA é o ramo da microbiologia que estuda os
principais microorganismos causadores de infecções em seres humanos
e é ferramenta básica para o médico. Os principais microorganismos
responsáveis pelo desenvolvimento de doenças infecciosas são os vírus,
as bactérias, os fungos e os vermes.

OS VÍRUS = Os vírus são partículas formadas de um capsídeo (invólucro)
proteico que possui no seu interior um filamento de ácido nucleico (DNA
ou RNA). São parasitas intracelulares obrigatórios, ou seja, invadem e
assumem o controle da célula-alvo que vai hospedá-lo e permitir que
sejam criadas cópias (réplicas) do vírus original. Após a formação das
cópias (replicação viral), a célula é destruída e os vírus são lançados na
corrente sanguínea (viremia), causando alterações (sinais e sintomas),
tais como febre, dor muscular (mialgia) e cefaléia. Os vírus só podem se
duplicar no interior de organismos hospedeiros. O mecanismo de
duplicação envolve 4 etapas: absorção, penetração, eclipse e liberação.

Mecanismo de Replicação de Vírus Bacteriófagos

- Absorção = os vírus cercam a bactéria hospedeira

- Penetração = Os vírus se prendem à bactéria e liberam seu DNA no
citoplasma na célula hospedeira

- Eclipse = Novas moléculas de DNA do vírus são sintetizadas pela
bactéria

- Liberação = Com a destruição enzimática da célula hospedeira, ocorre a
liberação de novos vírus potencialmente capazes de novas infecções

No caso das viroses, o tratamento é sintomático, ou seja, são oferecidos
cuidados para abaixar a febre e restabelecer as condições de sáude
através da dieta e do repouso; porém, em viroses graves, como a AIDS e
as Hepatites B e C, são utilizadas drogas antivirais que impedem a
replicação dos vírus. A exemplo dessas drogas, tem-se Aciclovir,
Interferon-alfa e AZT (zidovudina).
AS BACTÉRIAS = São organismos procarióticos que possuem estruturas
que permitem a elas sobreviver e se multiplicar nos tecidos vivos

No caso de infecções bacterianas, o tratamento é feito através de
antibióticos que atuam sobre as diversas estruturas, impedindo a
reprodução ou destruindo-as de forma rápida. A Exemplo dos antibióticos
usados no combate às infecções por bactérias, tem-se a Penicilina,
Vancomicina, Cefalexina, Amoxilina e Ampicilina.

OS FUNGOS = São células eucarióticas que apresentam dimorfismo (duas
formas), ou seja, no ambiente, crescem na forma de bolor, e no corpo
humano, na forma de levedura. Os bolores podem ser observados em
superfícies de alimentos, paredes úmidas e livros (quando não
manuseados), e as leveduras crescem na pele (área das dobras) e
mucosas, tais como boca e vagina. Assim como as algas e os
protozoários, os fungos apresentam uma organização celular eucariótica,
com seu material genético resguardado por um núcleo. Eles não
sintetizam seu próprio alimento, porém apresentam organização celular
complexa, com a presença de vérias organelas.

No casos das micoses, o tratamento é feito com drogas antifúngicas ou
antimicóticas. Entretanto, esse processo é lento e pode causar
intoxicações graves no paciente. A exemplo de antimicóticos, tem-se a
Nistatina, Cetoconazol e Fluconazol.

         DOENÇAS CAUSADAS POR AGENTES PATOGÊNICOS

a) OSTEOMIELITE - (Staphylococcus aureus) = A bactéria está presente
na pele e invade o tecido ósseo após uma fratura exposta, causando uma
infecção grave com a destruição do tecido do osso e o comprometimento
da medula óssea.

b) FEBRE REUMÁTICA - (Streptococcus pyogenes) = A bactéria está
presente nas tonsilas palatinas (amígdalas) e por via sanguínea, migra e
se instala no músculo cardíaco.

c) URETRITE GONOCÓCICA - (Gonorréia - Neisseria gonorrhoeae) = DST,
a bactéria se instala e adere na uretra após o ato sexual, causando
irritação no tecido e formação de pus amarelo cremoso, podendo migrar
para a próstata e outros órgãos.

d) MENINGITE MENINGOCÓCICA - (Neisseria meningitidis) = A bactéria é
transmitida por gotícula de saliva (perdigotos) quando o doente tosse ou
espirra sobre a outra pessoa. Inicialmente, há uma otite e, posteriormente,
a bactéria se implanta nas meninges, causando aumento da pressão intra-
craniana e danos ao sistema nervoso central. É normal o vômito em jato
como reflexo desses danos.

e) PNEUMONIA PNEUMOCÓCICA (Streptococcus Pneumoniae) = A
bactéria é transmitida por perdigotos ou pelo uso comum de
nebulizadores. Após quadros gripais (virose), o paciente fica vulnerável
ao desenvolvimento desse tipo de infecção, que se caracteriza pela
expectoração (catarro) e dores nas costas e febre.

f) INFECÇÕES POR PSEUDOMONAS (Pseudomonas Aeruginosa) = A
bactéria está presente no ambiente hospitalar e se implanta com
facilidade na pele exposta após queimaduras ou lesões. A evolução da
infecção é rápida com a presença de pus azul-esverdeado com brilho
metálico e odor fétido-adocicado.

g) LEGIONELOSE (Legionela Pneumophyla) = A bactéria sobrevive em
ductos de equipamentos condicionadores de ar, amplamente utilizados
em unidades de radiodiagnóstico e é liberada no ar onde, inalada, se
adere à mucosa respiratória, causando pneumonia grave, com dor nas
costas, insuficiência respiratória e óbito.

h) HEPATITE - (VHA, VHB, VHC) = Inflamação do fígado causada por
vários tipos de vírus e, mais raramente, por agentes tóxicos, como
medicamentos e o álcool. Em geral, a doença tem a fase aguda (logo após
o contato com o vírus) e pode evoluir para uma fase crônica (persistência
da infecção 6 meses após a fase aguda), podendo causar complicações
graves como cirrose hepática e câncer.

i) DENGUE - (Aedes Aegypti) = É uma virose transmitida por um tipo de
mosquito, que pica apenas durante o dia, ao contrário do mosquito
comum (Culex), que pica à noite. A infecção pode ser causada por
qualquer um dos quatro tipos do vírus da dengue, que produzem as
mesmas manifestações. Em geral, o início é súbito, com febre alta, dor de
cabeça e muita dor no corpo, acompanhados de intenso cansaço, falta de
apetite, náuseas e vômitos. Podem ocorrer manchas vermelhas na pele,
parecidas com rubéola e sarampo, e prurido (coceira). Em casos
específicos, pode haver sangramento gengival.

j) DENGUE HEMORRÁGICO = É o tipo de dengue mais grave. Apesar do
nome, o principal perigo do dengue hemorrágico não são os
sangramentos e sim a pressão arterial muito baixa (choque). O período
mais perigoso está nos 3 primeiros dias. Depois, a febre começa a
desaparecer. Podem aparecer qualquer dessas alterações: dor no fígado,
tonteiras, desmaios, pele fria e pegajosa, suor frio, sangramentos, fezes
escuras.

k) AIDS - (HIV I) = A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida foi
reconhecida a partir do aparecimento do sarcoma de Kaposi cutâneo,
pneumonia por Pneumocysyis carinii (fungo) e comprometimento do
sistema imunológico. Trata-se de um retrovítus humano HIV-I. Este vírus
tem a capacidade de infectar os linfócitos através do receptor CD4,
enfraquecendo e destruindo o sistema imune do corpo.

l) TUBERCULOSE - (Bacilo de Koch) = É uma doença causada por uma
bactéria (germe) que se espalha pelo ar, em geral, quando alguém que
sofre dessa patologia espirra ou tosse. Qualquer pessoa pode ser
infectada pelos bacilos de Koch (BK), porém as soropositivas correm um
risco muito maior de contrair a doença. Os sintomas gerais são febre,
suores noturnos, perda de peso, fadiga e anorexia. A tuberculose
provoca, ainda, tosse persistente, sangue na expectoração.

m) CANDIDÍASE - (Candida Albicans) = É uma das causas mais frequentes
de infecção genital. Causada por um fungo saprófita, caracteriza-se por
prurido, ardor, dispareunia (dor no coito) e pela eliminação de um
corrimento vaginal em grumos, semelhante à nata do leite. Com
frequência, a vulva e a vagina apresentam edemas e inchaços. As lesões
podem se estender para o períneo, virilha e ânus. Os fatores que
predispõem a doença são: diabetes melito, gravidez, uso de
anticoncepcionais, uso de antibióticos e medicamentos
imunossupressores.

n) SÍFILIS - (Treponema Pallidum) = DST causada por uma bactéria que é
capaz de infectar qualquer órgão ou tecido. O agente causador da sífilis
entra no organismo através de pequenas lesões na pele ou mucosas ou
corrente sanguínea. Cancro duro é a primeira fase da sífilis. É a ferida que
aparece nos órgãos genitais.

o) TÉTANO - (Clostridium Tetani) = É causada pela bactéria e transmitida
pelo contato de ferimentos superficiais ou profundos com terra, ferrugem
ou fezes, onde vive a bactéria. Ao se instalar na lesão, o microorganismo
começa a produzir uma toxina que atinge as terminações nervosas,
migrando até a medula e desorganizando os impulsos nervosos. Com
isso, os músculos ficam em contração permanente. Os sintomas são:
rigidez muscular, convulsões, dor nas costas e rigidez na nuca e parede
abdominal, secreção e tosse. A doença pode levar a morte por asfixia.

p) SARAMPO = Doença infecciosa altamente contagiosa que faz parte do
grupo das doenças que se manifestam por alterações marcantes da pele e
com comprometimento de vários órgãos. Esta patologia é causada por
um vírus chamado morbilivírus. A transmissão se dá através de gotículas
da respiração (pertigotos) e mesmo o ar com o vírus ainda vivo são
responsáveis pela disseminação da doença. Os sintomas são: febre alta,
tosse intensa, coriza, conjuntivite e exantema papular.

q) LEPTOSPIROSE - (Leptospira Interrogans) = Doença infecciosa aguda,
transmitida pela urina dos ratos. Os surtos ocorrem, principalmente, na
época das enchentes, quando a bactéria penetra no organismo através de
pequenos ferimentos ou pelas mucosas do nariz e da boca, provocando
insuficiência renal e hepática. A maior parte dos casos ocorre através do
contato com águas contaminadas.

r) GRIPE AVIÁRIA - (Influenza H5 e H7) = É resultado da infecção das aves
pelo vírus da influenza, cujas cepas são classificadas de baixa ou de alta
patogenicidade, de acordo com a capacidade de provocarem doença leve
ou grave nesses animais. As aves e as pessoas se infectam por inalação
ou ingestão do vírus, presente nas fezes e secreções. O vírus é sensível
ao calor e a desinfectantes comuns.

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A célula

  • 1. A Célula Introdução As células são os menores e mais simples componentes do corpo humano. A maioria das células são tão pequenas, que é necessário juntar milhares para cobrir a área de um centímetro quadrado. As unidades de medida são o macrômetro (µm), o nanômetro (nm) e o angstron (Å). o Células - rins, pele e fígado (30 µm em média); hemácias (entre 5 µm e 7µm). o Óvulo - 0,1 mm. Citologia O termo célula (do grego kytos = cela; do latim cella = espaço vazio), foi usado pela primeira vez por Robert Hooke (em 1655) para descrever suas investigações sobre a constituição da cortiça analisada através de lentes de aumento. A teoria celular, porém, só foi formulada em 1839 por Schleiden e Schwann, onde concluíram que todo ser vivo é constituído por unidades fundamentais: as células. Assim, desenvolveu-se a citologia (ciência que estuda as células), importante ramo da Biologia. As células provêm de outras preexistentes. As reações metabólicas do organismo ocorrem nas células. Componentes químicos da célula o Água - 70% do volume celular é composto por água, que dissolve e transporta materiais na célula e participa de inúmeras reações bioquímicas. o Sais minerais - São reguladores químicos. o Carboidratos - Compostos orgânicos formados por carbono, hidrogênio e oxigênio. Exemplos: monossacarídeos (glicose e frutose); dissacarídeos (sacarose, lactose e maltose); polissacarídeos (amido, glicogênio e celulose). Que tem a função de fornecer energia através das oxidações e participação em algumas estruturas celulares. o Lipídios - Compostos formados por carbono, hidrogênio e oxigênio; insolúveis em água e solúveis em éter, acetona e clorofórmio. Exemplos: lipídios simples (óleos, gorduras e cera) e lipídios complexos (fosfolipídios). Tem participação celular e fornecimento de energia através da oxidação. o Proteínas - Compostos formados por carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio, que constituem polipeptídios (cadeias de aminoácidos). Exemplo: Albumina, globulina, hemoglobina etc. Sua função é na participação da estrutura celular, na defesa (anticorpos), no transporte de íons e moléculas e na catalisação de reações químicas. o Ácidos Nucléicos - Compostos constituídos por cadeias de nucleotídeos; cada nucleotídeo é formado por uma base nitrogenada (adenina, guanina, citosina, timina e uracila), um açúcar (ribose e desoxirribose) e um ácido fosfórico. o Ácido Desoxirribonucléico (DNA) - Molécula em forma de hélice formada por duas cadeias complementares de nucleotídeos. O DNA é responsável pela transmissão hereditária das características. o Ácido Ribonucléico (RNA) - Molécula formada por cadeia simples de nucleotídeos. O RNA controla a síntese de proteínas. o Trifosfato de Adenosina (ATP) - Tipo especial de nucleotídeo, formado por adenina, ribose e três fosfatos. Tem a função de armazenar energia nas ligações fosfato. Membrana Celular A membrana celular é semipermeável e seletiva; transporta materiais passiva ou ativamente. o Transporte Passivo - Difusão no sentido dos gradientes de concentração, sem gasto de energia. Como no transporte de glicose.
  • 2. o Transporte Ativo - Movimentação contra gradientes de concentração, com gasto de energia. Exemplo: bomba de sódio, que concentra K+ mais dentro que fora da célula e Na+ mais fora que dentro. o Transporte Facilitado - Proteínas transportadoras ou permeases modificam a permeabilidade da membrana; ocorre tanto passiva quanto ativamente. Célula Animal Organização do Citoplasma Celular Citoplasma Fundamental Hialoplasma - colóide com 85% de água e proteínas solúveis e insolúveis (microfilamentos e microtúbulos); reversão de gel para sol e vice-versa. Retículo Endoplasmático (RE) Sistema de endomembranas que delimitam canais e vesículas. o RE rugoso - retículo endoplasmático associado a ribossomos; local de síntese de proteínas; também denominado RE granular. o RE liso - retículo endoplasmático sem ribossomos; local de síntese de lipídios e de carboidratos complexos; também denominado RE agranular. Ribossomos Grânulos de 15 a 25 nm de diâmetro, formados por duas subunidades; associam-se ao RE ou encontram- se livres no hialoplasma; são constituídos por proteínas e RNA ribossômico; ligam-se ao RNA mensageiro formando polirribossomos. Tem a função de síntese de proteínas. Complexo de Golgi Sistema de bolsas achatadas e empilhadas, de onde destacam-se as vesículas; pequenos conjuntos que são denominados dictiossomos. Armazenam substâncias produzidas pela célula. Lisossomos São pequenas vesículas que contêm enzimas digestivas; destacam-se do complexo de Golgi e juntam-se aos vacúolos digestivos. Fazem a digestão intracelular; em alguns casos, extracelular. Peroxissomos São pequenas vesículas que contêm peroxidase. Tem a função de decomposição de peróxido de hidrogênio (H2O2), subproduto de reações bioquímicas, altamente tóxico para a célula. Vacúolos
  • 3. São cavidades limitadas por membrana lipoprotéica. Os vacúolos podem ser digestivos, autofágicos ou pulsáteis. o Vacúolo Digestivo - As partículas englobadas são atacadas pelas enzimas lisossômicas, formando um fagossomo. o Vacúolo Autofágico - Digere partes da própria célula. o Vacúolo Pulsátil - Controla o excesso de água da célula; comum nos protozoários de água doce. Centríolos ou Diplossomos Organelas constituídas por dois cilindros perpendiculares um ao outro; cada cilindro é formado por nove trincas de microtúbulos; ausentes nas células dos vegetais superiores. Tem a função de orientação do processo de divisão celular. Cílios e Flagelos São expansões filiformes da superfície da célula; os cílios são curtos e geralmente numerosos; os flagelos são longos e em pequeno número. São formados por nove pares periféricos de microtúbulos e um par central; o corpúsculo basal, inserido no citoplasma, é idêntico aos centríolos. Tem a função de movimentação da célula ou do meio líquido. Mitocôndrias São organelas ovóides ou em bastonete, formadas por uma dupla membrana lipoprotéica e uma matriz. A membrana externa é contínua e a interna forma as cristas mitocondriais. Nestas, prendem-se as partículas mitocondriais, constituídas por enzimas respiratórias: NAD, FAD e citocromos. Possuem DNA, sintetizam proteínas específicas e se auto-reproduzem. Produz energia na célula, sob forma de ATP. Célula e Energia (Respiração Celular) O que é a respiração celular? A respiração celular é a obtenção de energia pela oxidação de moléculas orgânicas, principalmente glicose. Equação geral da respiração: C6H12O6 + 6O2 » 6CO2 + 6H2O + energia glicose + oxigênio -> gás carbônico + água + energia Biologia Celular
  • 4. AULA 001 - Histórico da Biologia Celular A BIOLOGIA CELULAR é o ramo da biologia que estuda as organelas celulares e seus comportamentos. Procura diferenciar as células tanto animais quanto vegetais, observando também as diferenças. AS DIMENSÕES DAS CÉLULAS variam de espécie; contudo, a maioria tem tamanho inferior ao do poder de resolução do olho humano. As células podem ser: Microscópicas (maioria absoluta) e Microscópicas (algumas algas e células de urtiga). LEIS CELULARES a) LEI DA CONSTÂNCIA DO VOLUME CELULAR (Driesch): O volume é constante para todas as células de um mesmo tecido, em todos os indivíduos da mesma espécie e mesmo grau de desenvolvimento (ou seja, mesma idade). De acordo com essa lei, o volume celular independe do tamanho do indivíduo. De fato, analisando-se células hepáticas de um anão e de um gigante, pode-se verificar que, nos dois casos, o volume das células é o mesmo. Isso significa que a diferença no tamanho dos órgãos se deve ao número de células que, no gigante, é muito maior. A Lei de Driesch não se aplica às células permanentes. b) LEI DE SPENCER: Segundo Spencer, a superfície de uma célula varia de acordo com o quadrado da dimensão linear e o volume com o cubo da célula. Esse aumento desproporcional do volume faz com que a célula tenha um excesso de citoplasma, que a obriga a entrar em divisão celular. A Lei de Spencer é um fator mitógeno (fator que leva a célula à divisão). c) CLASSIFICAÇÃO DE BIZZOZERO: Conforme sua duração no organismo, as células podem ser classificadas em: - CÉLULAS LÁBEIS = células dotadas de ciclo vital curto. Continuamente produzidas pelo organismo, permitem o crescimento e a renovação constante dos tecidos onde ocorrem. Exemplos: Glóbulos brancos (leucócitos), glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrólitos) e as células epiteliais (revestimento). - CÉLULAS ESTÁVEIS = células dotadas de ciclo vital médio ou longo, podendo durar meses ou anos. Produzidas durante o período de crescimento do organismo, essas células só voltam a ser formadas em condições excepcionais,
  • 5. como regeneração de tecidos (reparação de uma fratura óssea, por exemplo). Entre as células estáveis, podemos citar: Osteócitos (células adultas), hepatócitos (células do fígado), células pancreáticas, células musculares lisas, entre outras. - CÉLULAS PERMANENTES = células de ciclo vital muito longo, coincidindo, geralmente, com o tempo de vida do indivíduo. São produzidas apenas durante o período embrionário. Na eventual morte dessas células, não há reposição, uma vez que o indivíduo nasce com um número completo e necessário de células permanentes. Essas células, simplesmente, aumentam de volume (exceção à Lei de Driesch), acompanhando o crescimento do indivíduo. Como permanentes, podemos citar as células nervosas (neurônios) e as células musculares estriadas. Os instrumentos que permitem uma visualização da célula são denominados microscópios. Podemos observar as células de diferentes maneiras - IN VIVO = Observação de células em seu estado natural. - SUPRAVITAL = Observação da célula após tratamento com substâncias químicas que não a decomponha, deixando-a viva. - POST-MORTEM = Observação de células fixadas, isto é, substâncias que provocam a morte da célula, sem que haja perda de sua arquitetura original. Geralmente, depois de fixadas, as células são coradas. - CORANTES = Substâncias portadoras de grupos químicos coloridos, utilizados somente em microscopia óptica, que identificam determinada estrutura celular. Principais Corantes: - DNA = Feulgem - Verde Janus Beta = Mitocôndrias - Hematoxilina = centríolos e retículos endoplasmáticos
  • 6. - Sais de Ag+, Os, U = Complexo de Golgi - Reativo de Schiff = Polissacarídeos (técnica de PAS) - Sudam III = gorduras NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO CELULAR O surgimento da célula, tal como se a conhece, resulta de um processo de transformação que durou milhões de anos. No início desse processo estão os primeiros seres vivos que passaram a desenvolver mecanismos cada vez mais eficientes de captação, armazenamento e liberação de energia para realizar suas atividades. Existem seres unicelulares (bactérias) e partículas proteicas associadas a um ácido nucleico (vírus). a) VÍRUS: São partículas e não células, embora dependam delas para sua multiplicação. Não possuem enzimas e, portanto, não apresentam metabolismo próprio, necessário à formação de novos vírus. Então, são parasitas intracelulares obrigatórios, formados apenas por um dos ácidos nucleicos (DNA ou RNA), envolvido por um revestimento proteico. Os vírus que infectam os animais não invadem as células vegetais e vice-versa. Os vírus que parasitam bactérias são chamados bacteriófagos ou, simplesmente, fagos. Os vírus (do latim = veneno) foram identificados em 1892 por Ivanovitch (botânico russo), quando pesquisava folhas de fumo (vírus do mosaico do tabaco). Esse microorganismo somente sobrevive dentro de uma célula viva, portanto, apresentam fora do organismo um tempo de vida limitado (minutos ou horas). b) MICOPLASMA: Microorganismos unicelulares patogênicos são as menores e mais simples células conhecidas atualmente. Apresentam metabolismo próprio e são agentes infecciosos de diversos animais, causando pleuropneumonites. c) RICKETSIAS:
  • 7. Microorganismos unicelulares patogênicos e agentes infecciosos intracelulares muito pequenos. Semelhantes às bactérias, considerados como intermediários entre os vírus e as próprias bactérias. d) BACTÉRIAS: Seres unicelulares microscópios, isolados ou coloniais, encontrados em todos os ambientes: água, solo, ar, orgânico. A maioria de vida livre e heterotrófica, muitas bactérias exercem importante papel no ciclo do nitrogênio na natureza. Outras, no entanto, são agentes patogênicos, causando numerosas infecções no homem, como a tuberculose, pneumonia, hanseníase, meningite, tétano, entre outras. : AULA 001 - HISTÓRICO SOBRE BIOLOGIA CELULAR AULA 002 - A Estrutura Celular A CÉLULA é a unidade básica dos tecidos. Constitui-se de membrana plasmática, citoplasma e núcleo. A membrana plasmática atua como uma parede protetora da célula e possui importante mecanismo de controle de entrada e saída das diversas substâncias necessárias à atividade celular. O citoplasma contém uma substância gelatinosa chamada hialoplasma, por onde se encontram dissolvidas as diversas organelas celulares. O núcleo é a região celular que contém as informações necessárias para a divisão e reprodução da célula. MEMBRANA PLASMÁTICA A membrana plasmática é uma película composta, principalmente, de fosfolipídeos e proteínas. Ela tem importantes funções na célula, como isolar a célula do meio externo. Água e Oxigênio são capazes de entrar com facilidade através da membrana, que permite a saída de gás carbônico e de resíduos produzidos dentro da célula. A membrana é capaz de atrair substâncias úteis e de dificultar a entrada de substâncias indesejáveis, exercendo, assim, um rigoroso controle no trânsito através das fronteiras da célula. Apresenta um caráter seletivo, ou seja, atua selecionando as substâncias que entram ou saem da célula, de acordo com suas necessidades. A Membrana Celular reveste as seguintes estruturas: a) carioteca; b) lisossoma; c) complexo de Golgi; d) cloroplastos; e) mitocôndrias; f) retículo endoplasmático.
  • 8. Propriedades da Membrana: - Decorrentes de proteínas = baixa tensão superficial; resistência mecânica; elasticidade. - Decorrentes de lipídeos = alta resistência elétrica e permeabilidade a substâncias lipossolúveis. Especializações da Membrana: - Microvilosidades = dobras da membrana plasmática na superfície da célula. - Desmossomas = aparecem nas superfícies de contato das células bem unidas. - Interdigitações = conjuntos de saliências e reentrâncias que fazem o encaixe entre elas. Parede Celular: A parede celular não existe nas células dos animais, mas existe um envoltório chamado de glicocálix. Nos fungos, a parede celular é formada por quitina. Nas células vegetais, existe externamente a membrana plasmática. - Endocitoses = processos através dos quais a célula adquire macromoléculas que não seriam absorvidas através do processo de permeabilidade seletiva. - Fagocitose = processo importante para a nutrição e defesa da célula. - Pinocitose = processo de ingestão de substâncias líquidas. - Cromopexia = processo de englobamento de células coloridas. - Exocitose = processo de eliminação de toxinas da célula. - Transporte por Permeabilidade = processo de constante troca de substâncias da célula.
  • 9. OBS: O transporte não permite a passagem de proteínas, polissacarídeos, lipídeos complexos, mas permite o transporte de água, sais minerais, álcool, glicose, aminoácidos, oxigênio e gás carbônico. TIPOS DE TRANSPORTE CELULAR TRANSPORTE PASSIVO: Há dois tipos de transporte passivo: Difusão Passiva e Osmose. - Difusão Passiva = processo no qual 2 substâncias de diferentes concentrações, separadas por membrana plasmática, onde se observa a passagem de substância mais concentrada para o ambiente de substância menos concentrada. - Osmose = processo de fluxo espontâneo, no qual o soluto vai do meio menos concentrado para o mais concentrado. Uma vez estabelecido o equilíbrio entre os dois meios, o processo cessa. Classificação das Soluções Isotônicas = soluções de concentração igual. Hipotônica = A solução interna é menos concentrada do que a outra. Hipertônica = A solução interna é mais concentrada do que a outra. TRANSPORTE ATIVO: É o processo pelo qual uma substância desloca-se contra um gradiente, gastando energia da célula. O sódio e o potássio sofrem esse tipo de transporte. Bomba de Sódio = A célula desloca o sódio do líquido intracelular para o líquido extracelular no intuito de manter sua integridade. Se faltar energia, a célula acumula sódio em seu líquido intracelular. Bomba de Potássio = A célula precisa de potássio parado no meio extracelular para o intracelular e, nesse processo, gasta energia contra o gradiente de concentração.
  • 10. CITOPLASMA Todo material compreendido entre a membrana plasmática e a carioteca. O citoplasma contém o hialoplasma ou matriz citoplasmática, que é um material viscoso, amorfo, onde estão mergulhados os orgânulos. Quimicamente, o hialoplasma é constituído por água e moléculas de proteínas, formando um colóide. Componentes do Hialoplasma: - Estruturas Filamentosas (filamentos constituídos de queratina) - Estruturas Granulares (grânulos de glicogênio e gordura) - Microtúbulos (estrutura proteica, que desloca os cromossomos para os pólos celulares). Propriedades do Hialoplasma: - Consistência variável para muito denso ou muito fluídico. - Tixotropismo = mudança de plasmagel para plasmossol e vice versa. (essa mudança se dá porque na parte mais periférica do citoplasma - ectoplasma - o colóide fica em estado mais gel; e na parte mais interna do citoplasma - endoplasma - o colóide fica em estado mais fluídico ou estado sol). Cílios e Flagelos: São estruturas móveis, encontradas nas células, sendo. geralmente curtos e numerosos, são formações vibráteis, que têm o papel de permitir a locomoção da célula em meio líquido. Na base do cílio ou flagelo, encontra-se a organela que lhes dá origem, chamada de corpo basal ou cinetossomo. Citoesqueleto: É a complexa rede de finos tubos interligados. Estes tubos, que são formados por uma proteína chamada tubolina, estão continuamente se formando e se desfazendo. Outros componentes, como a queratina, forma filamentos intermediários. Finalmente, existem, ainda, os microfilamentos, formados por actina. Suas funções são: organização interna e realização dos movimentos da célula. ORGANELAS CITOPLASMÁTICAS - RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO = Sistema de tubos e canais que variam em liso e rugoso. Mesmo diferentes, eles estão interligados e são semelhantes a um complexo sistema de encanamentos, por onde circulam as substâncias fabricadas pela célula.
  • 11. - COMPLEXO DE GOLGI = É um conjunto de saquinhos membranosos, achatados e empilhados como pratos (dictiossomos), que se encontram no citoplasma, perto do núcleo. Esta estrutura é responsável pelo armazenamento, transformação, empacotamento e envio de substâncias produzidas na célula. Este processo de eliminação chama-se secreção celular. - LISOSSOMOS = São dezenas de pequenos saquinhos, cheios de enzimas, capazes de digerir diversas substâncias orgânicas. São organelas responsáveis pela digestão da célula e têm a função de ajudar no processo de autofagia. Têm também uma função de reciclagem, pois digerem partes celulares envelhecidas ou desgastadas, de modo a reaproveitar as substâncias que as compõem. - RIBOSSOMOS = São pequenos grânulos que aparecem livres no hialoplasma ou aderidos ao retículo endoplasmático, cuja a função é a síntese de proteínas. - MITOCÔNDRIAS = São estruturas energéticas, responsáveis pelo fornecimento de energia e respiração da célula. São pequenos bastonetes membranosos (lipoproteicos), que flutuam dentro do citoplasma. A energia é produzida em forma de ATP (trifosfato de adenosina = adenina + ribose + 3 radicais fosfatos. NÚCLEO É o cérebro da célula. É ele quem tem todas as informações genéticas, comandando e gerenciando toda a célula. Dentro dele, existe um ácido chamado DNA (ácido desoxirribonucleico), que é formado por duas hélices de nucleotídeos (uma molécula de açúcar + uma molécula de ácido fosfórico + uma base hidrogenada). O DNA é responsável por toda e qualquer característica do ser vivo. É ele que manda fazer as proteínas, determina a forma da célula e etc. No ser humano, ele determina a cor dos olhos, o tamanho dos pés e das mãos e demais características. O núcleo é composto por uma carioteca, cromatina e nucléolos. A carioteca é um tipo de membrana plasmática composta por duas membranas lipoproteicas, com vários poros em sua superfície e que funcionam como uma válvula que escolhe as substâncias que entram e que saem da célula. A cromatina é um conjunto de fios formados por uma longa molécula de DNA associada a moléculas de histonas chamadas de cromossomos. O nucléolo é redondo, denso, formado por proteínas, RNA e pouco DNA. É dentro dele que se formam os ribossomos presentes em toda a célula. Marcadores: AULA 002 - A ESTRUTURA CELULAR AULA 003 - Atividade Celular RESPIRAÇÃO CELULAR
  • 12. É um conjunto de reações de oxirredução para a obtenção de energia a partir de uma fonte energética orgânica e que ocorre obrigatoriamente em todas as células. As reações de oxirredução consistem na transferência de H+ de um composto orgânico para outro com desprendimento de energia. A fonte de energia mais utilizada é a glicose, os aminoácidos e os ácidos graxos fornecem mais energia, mas são menos utilizados. C6 + H12 + O6 + 6O2 == 6CO2 + 6H2O DG = 38 ATP. Glicólise = Fase que ocorre ainda no citoplasma. A glicose que penetra na célula na forma de glicose 6-fosfato, sofre a degradação, originando 2 ácidos pirúvicos + NADH + H +. NAD = Nicotinamida é a substância que transfere o H de um composto para outro. ATP = Trifosfato de adenosina é formado por adenina + ribose + 3 radicais fosfato. É a molécula que irá armazenar energia, que não será utilizada imediatamente pela célula. Se toda a energia produzida fosse liberada de forma imediata, a célula literalmente "queimaria". DIVISÃO CELULAR Ciclo Celular = As células se reproduzem através da duplicação de seus conteúdos e posterior divisão em duas células filhas idênticas. O ciclo celular compreende os processos de uma célula que ocorrem desde a sua formação até sua própria divisão. A principal característica é sua natureza cíclica. A divisão celular estabelece duas etapas, onde uma delas é caracterizada pela divisão do núcleo (mitose) e a outra, pela divisão do citoplasma (citocinese). A etapa na qual a célula não apresenta modificações morfológicas, que é compreendida no intervalo entre duas divisões celulares, é denominada interfase. Controle do Ciclo Celular = Este ciclo é regulado pela interação de proteínas. Essas proteínas compõem o sistema de controle que conduz e coordena o desenvolvimento do ciclo celular. Nos organismos pluricelulares, este ciclo é controlado por proteínas altamente específicas, denominadas de fatores de crescimento. Os fatores de crescimento regulam a proliferação celular através de uma complexa rede de cascatas bioquímicas que, por sua vez, regulam a transcrição gênica e a montagem e desmontagem de um sistema de controle. A proliferação celular depende de uma combinação específica de fatores de crescimento (PDGF - fator de crescimento derivado das plaquetas / EGF - fator de crescimento epidérmico). MITOSE = É um processo de divisão celular, característico de todas as células somáticas vegetais e animais. É um processo contínuo, dividido em 5 fases: Prófase, metáfase, anáfase, telófase e citocinese, nas quais ocorrem grandes modificações no núcleo e no citoplasma.. O desenvolvimento das sucessivas fases da mitose são dependentes dos componentes do aparelho mitótico, que é constituído pelos fusos,
  • 13. centríolos, ásteres e cromossomos. O áster é um grupo de microtúbulos irradiados que converge em direção ao centríolo. FASES DA MITOSE: - PRÓFASE = Nessa fase, cada cromossomo é composto por duas cromátides, resultantes da duplicação do DNA, que estão unidas pelos filamentos do centrômero. A prófase caracteriza-se pela contração dos cromossomos, que se tornam mais curtos e grossos devido ao processo de enrolamento ou helicoidização. Os nucléolos se desorganizam e os centríolos migram um par para cada polo celular. - METÁFASE = Nessa fase, os cromssomos duplos ocupam o plano equatorial do aparelho mitótico. Os cromossomos adotam uma orientação radial. Os cinetócoros das duas cromátides estão voltados para os pólos opostos. Ocorre um equilíbrio de forças. - ANÁFASE = Inicia-se quando os centômeros tornam-se funcionalmente duplos. Com a separação dos centrômeros, as cromátides separam-se e iniciam sua migração em direção aos polos. O centrômero precede o resto da cromátide. Os cromossomos são puxados pelas fibras do fuso e assumem um formato característico em V ou L, dependendo do tipo de cromossomo. Caracteriza-se pela migração polar dos cromossomos, que se movem na mesmoa velocidade. - TELÓFASE = Inicia-se quando os cromossomos-filhos alcançam os pólos. Os MT cinetocóricos desaparecem e os MT polares alongam-se. Os cromossomos começam a se desenrolar, num processo inverso à prófase. Esses cromossomos agrupam-se em massas de cromatina que são circundadas por cisternas de RE, os quais se fundem para formar um novo envoltório nuclear. - CITOCINESE = É o processo de clivagem e separação do citoplasma. A citocinese tem início na anáfase e termina após a telófase, com a formação das células-filhas. Atividade de síntese no ciclo celular: O conteúdo de proteínas total de uma célula típica aumenta mais ou menos continuamente durante o ciclo. Da mesma maneira, a síntese de RNA continua constante. Com exceção da Fase M, a maioria das proteínas é sintetizada durante as diferentes fases do ciclo. O período mitótico caracteriza-se pela baixa atividade bioquímica; durante esse período, a maior parte das atividades metabólicas. MEIOSE = Organismos simples pode se reproduzir através de divvisões simples. Esse tipo de reprodução assexuada é simples e direta, produzindo organismos geneticamente iguais. A reprodução sexual, por sua vez, envolve uma mistura de genomas de dois indivíduos, que diferem geneticamente de seus parentais. O ciclo reprodutivo sexual envolve a alternância de gerações de células haplóides, com gerações
  • 14. diplóides. A mistura de genomas é realizada pela fusão de células haplóides, que formam as células diplóides. Posteriormente, novas células diplóides são geradas quando os descendentes de células diplóides se dividem pelo processo de meiose. A meiose ocorre nas células reprodutoras de gametas. A meiose é precedida por um período de interfase (G1 S G2) com eventos semelhantes aos observados na mitose. Na meiose, o cromossomo produzido tem apenas a metade da cadeia que forma o DNA. A meiose é um processo que envolve duas divisões celulares, com somente uma duplicação de cromossomos. Marcadores: AULA 003 - ATIVIDADE CELULAR AULA 004 - Microbiologia Médica A MICROBIOLOGIA MÉDICA é o ramo da microbiologia que estuda os principais microorganismos causadores de infecções em seres humanos e é ferramenta básica para o médico. Os principais microorganismos responsáveis pelo desenvolvimento de doenças infecciosas são os vírus, as bactérias, os fungos e os vermes. OS VÍRUS = Os vírus são partículas formadas de um capsídeo (invólucro) proteico que possui no seu interior um filamento de ácido nucleico (DNA ou RNA). São parasitas intracelulares obrigatórios, ou seja, invadem e assumem o controle da célula-alvo que vai hospedá-lo e permitir que sejam criadas cópias (réplicas) do vírus original. Após a formação das cópias (replicação viral), a célula é destruída e os vírus são lançados na corrente sanguínea (viremia), causando alterações (sinais e sintomas), tais como febre, dor muscular (mialgia) e cefaléia. Os vírus só podem se duplicar no interior de organismos hospedeiros. O mecanismo de duplicação envolve 4 etapas: absorção, penetração, eclipse e liberação. Mecanismo de Replicação de Vírus Bacteriófagos - Absorção = os vírus cercam a bactéria hospedeira - Penetração = Os vírus se prendem à bactéria e liberam seu DNA no citoplasma na célula hospedeira - Eclipse = Novas moléculas de DNA do vírus são sintetizadas pela bactéria - Liberação = Com a destruição enzimática da célula hospedeira, ocorre a liberação de novos vírus potencialmente capazes de novas infecções No caso das viroses, o tratamento é sintomático, ou seja, são oferecidos cuidados para abaixar a febre e restabelecer as condições de sáude através da dieta e do repouso; porém, em viroses graves, como a AIDS e as Hepatites B e C, são utilizadas drogas antivirais que impedem a replicação dos vírus. A exemplo dessas drogas, tem-se Aciclovir, Interferon-alfa e AZT (zidovudina).
  • 15. AS BACTÉRIAS = São organismos procarióticos que possuem estruturas que permitem a elas sobreviver e se multiplicar nos tecidos vivos No caso de infecções bacterianas, o tratamento é feito através de antibióticos que atuam sobre as diversas estruturas, impedindo a reprodução ou destruindo-as de forma rápida. A Exemplo dos antibióticos usados no combate às infecções por bactérias, tem-se a Penicilina, Vancomicina, Cefalexina, Amoxilina e Ampicilina. OS FUNGOS = São células eucarióticas que apresentam dimorfismo (duas formas), ou seja, no ambiente, crescem na forma de bolor, e no corpo humano, na forma de levedura. Os bolores podem ser observados em superfícies de alimentos, paredes úmidas e livros (quando não manuseados), e as leveduras crescem na pele (área das dobras) e mucosas, tais como boca e vagina. Assim como as algas e os protozoários, os fungos apresentam uma organização celular eucariótica, com seu material genético resguardado por um núcleo. Eles não sintetizam seu próprio alimento, porém apresentam organização celular complexa, com a presença de vérias organelas. No casos das micoses, o tratamento é feito com drogas antifúngicas ou antimicóticas. Entretanto, esse processo é lento e pode causar intoxicações graves no paciente. A exemplo de antimicóticos, tem-se a Nistatina, Cetoconazol e Fluconazol. DOENÇAS CAUSADAS POR AGENTES PATOGÊNICOS a) OSTEOMIELITE - (Staphylococcus aureus) = A bactéria está presente na pele e invade o tecido ósseo após uma fratura exposta, causando uma infecção grave com a destruição do tecido do osso e o comprometimento da medula óssea. b) FEBRE REUMÁTICA - (Streptococcus pyogenes) = A bactéria está presente nas tonsilas palatinas (amígdalas) e por via sanguínea, migra e se instala no músculo cardíaco. c) URETRITE GONOCÓCICA - (Gonorréia - Neisseria gonorrhoeae) = DST, a bactéria se instala e adere na uretra após o ato sexual, causando irritação no tecido e formação de pus amarelo cremoso, podendo migrar para a próstata e outros órgãos. d) MENINGITE MENINGOCÓCICA - (Neisseria meningitidis) = A bactéria é transmitida por gotícula de saliva (perdigotos) quando o doente tosse ou espirra sobre a outra pessoa. Inicialmente, há uma otite e, posteriormente, a bactéria se implanta nas meninges, causando aumento da pressão intra- craniana e danos ao sistema nervoso central. É normal o vômito em jato como reflexo desses danos. e) PNEUMONIA PNEUMOCÓCICA (Streptococcus Pneumoniae) = A bactéria é transmitida por perdigotos ou pelo uso comum de
  • 16. nebulizadores. Após quadros gripais (virose), o paciente fica vulnerável ao desenvolvimento desse tipo de infecção, que se caracteriza pela expectoração (catarro) e dores nas costas e febre. f) INFECÇÕES POR PSEUDOMONAS (Pseudomonas Aeruginosa) = A bactéria está presente no ambiente hospitalar e se implanta com facilidade na pele exposta após queimaduras ou lesões. A evolução da infecção é rápida com a presença de pus azul-esverdeado com brilho metálico e odor fétido-adocicado. g) LEGIONELOSE (Legionela Pneumophyla) = A bactéria sobrevive em ductos de equipamentos condicionadores de ar, amplamente utilizados em unidades de radiodiagnóstico e é liberada no ar onde, inalada, se adere à mucosa respiratória, causando pneumonia grave, com dor nas costas, insuficiência respiratória e óbito. h) HEPATITE - (VHA, VHB, VHC) = Inflamação do fígado causada por vários tipos de vírus e, mais raramente, por agentes tóxicos, como medicamentos e o álcool. Em geral, a doença tem a fase aguda (logo após o contato com o vírus) e pode evoluir para uma fase crônica (persistência da infecção 6 meses após a fase aguda), podendo causar complicações graves como cirrose hepática e câncer. i) DENGUE - (Aedes Aegypti) = É uma virose transmitida por um tipo de mosquito, que pica apenas durante o dia, ao contrário do mosquito comum (Culex), que pica à noite. A infecção pode ser causada por qualquer um dos quatro tipos do vírus da dengue, que produzem as mesmas manifestações. Em geral, o início é súbito, com febre alta, dor de cabeça e muita dor no corpo, acompanhados de intenso cansaço, falta de apetite, náuseas e vômitos. Podem ocorrer manchas vermelhas na pele, parecidas com rubéola e sarampo, e prurido (coceira). Em casos específicos, pode haver sangramento gengival. j) DENGUE HEMORRÁGICO = É o tipo de dengue mais grave. Apesar do nome, o principal perigo do dengue hemorrágico não são os sangramentos e sim a pressão arterial muito baixa (choque). O período mais perigoso está nos 3 primeiros dias. Depois, a febre começa a desaparecer. Podem aparecer qualquer dessas alterações: dor no fígado, tonteiras, desmaios, pele fria e pegajosa, suor frio, sangramentos, fezes escuras. k) AIDS - (HIV I) = A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida foi reconhecida a partir do aparecimento do sarcoma de Kaposi cutâneo, pneumonia por Pneumocysyis carinii (fungo) e comprometimento do sistema imunológico. Trata-se de um retrovítus humano HIV-I. Este vírus tem a capacidade de infectar os linfócitos através do receptor CD4, enfraquecendo e destruindo o sistema imune do corpo. l) TUBERCULOSE - (Bacilo de Koch) = É uma doença causada por uma bactéria (germe) que se espalha pelo ar, em geral, quando alguém que
  • 17. sofre dessa patologia espirra ou tosse. Qualquer pessoa pode ser infectada pelos bacilos de Koch (BK), porém as soropositivas correm um risco muito maior de contrair a doença. Os sintomas gerais são febre, suores noturnos, perda de peso, fadiga e anorexia. A tuberculose provoca, ainda, tosse persistente, sangue na expectoração. m) CANDIDÍASE - (Candida Albicans) = É uma das causas mais frequentes de infecção genital. Causada por um fungo saprófita, caracteriza-se por prurido, ardor, dispareunia (dor no coito) e pela eliminação de um corrimento vaginal em grumos, semelhante à nata do leite. Com frequência, a vulva e a vagina apresentam edemas e inchaços. As lesões podem se estender para o períneo, virilha e ânus. Os fatores que predispõem a doença são: diabetes melito, gravidez, uso de anticoncepcionais, uso de antibióticos e medicamentos imunossupressores. n) SÍFILIS - (Treponema Pallidum) = DST causada por uma bactéria que é capaz de infectar qualquer órgão ou tecido. O agente causador da sífilis entra no organismo através de pequenas lesões na pele ou mucosas ou corrente sanguínea. Cancro duro é a primeira fase da sífilis. É a ferida que aparece nos órgãos genitais. o) TÉTANO - (Clostridium Tetani) = É causada pela bactéria e transmitida pelo contato de ferimentos superficiais ou profundos com terra, ferrugem ou fezes, onde vive a bactéria. Ao se instalar na lesão, o microorganismo começa a produzir uma toxina que atinge as terminações nervosas, migrando até a medula e desorganizando os impulsos nervosos. Com isso, os músculos ficam em contração permanente. Os sintomas são: rigidez muscular, convulsões, dor nas costas e rigidez na nuca e parede abdominal, secreção e tosse. A doença pode levar a morte por asfixia. p) SARAMPO = Doença infecciosa altamente contagiosa que faz parte do grupo das doenças que se manifestam por alterações marcantes da pele e com comprometimento de vários órgãos. Esta patologia é causada por um vírus chamado morbilivírus. A transmissão se dá através de gotículas da respiração (pertigotos) e mesmo o ar com o vírus ainda vivo são responsáveis pela disseminação da doença. Os sintomas são: febre alta, tosse intensa, coriza, conjuntivite e exantema papular. q) LEPTOSPIROSE - (Leptospira Interrogans) = Doença infecciosa aguda, transmitida pela urina dos ratos. Os surtos ocorrem, principalmente, na época das enchentes, quando a bactéria penetra no organismo através de pequenos ferimentos ou pelas mucosas do nariz e da boca, provocando insuficiência renal e hepática. A maior parte dos casos ocorre através do contato com águas contaminadas. r) GRIPE AVIÁRIA - (Influenza H5 e H7) = É resultado da infecção das aves pelo vírus da influenza, cujas cepas são classificadas de baixa ou de alta patogenicidade, de acordo com a capacidade de provocarem doença leve ou grave nesses animais. As aves e as pessoas se infectam por inalação
  • 18. ou ingestão do vírus, presente nas fezes e secreções. O vírus é sensível ao calor e a desinfectantes comuns.