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Prólogo
                                     No início

  Castelo de Leeds, Inglaterra, Dezembro de 1501

  O relógio soou lentamente, o som do mesmo ecoou pelo belo e nobre salão do
castelo, fazendo um som agudo, que dava para ouvir ao alguns quilômetros de distância
dali. O vento daquele momento fazia com que as folhas das árvores próximas do
castelo, esvoaçassem sem rumo. O labirinto do castelo havia sido cortado há poucos
dias. O clima do mês de dezembro estava como outro qualquer naquela região da
Inglaterra: nevando. A neve caía com leveza e chegava ao chão fazendo cada vez mais
um monte de neve.

  No centro do labirinto havia um rapaz sentado, com as costas encostadas naquelas
plantas. Ele estava com um livro de capa vermelha de veludo e com letras douradas. Sua
mente vagava naquelas páginas, imaginando-as como seria. O jovem rapaz parou de ler
por um instante e levou a sua mão até o bolso da sua roupa nobre, e puxou dentro dela
um relógio de bolso, o relógio cada vez que o rapaz iria puxando, uma corrente dourada
e fina saia junto com o relógio. O rapaz observou bem o relógio e colocou-o no bolso
novamente. Ele levantou-se ainda com o livro aberto e olhou ao seu redor a paisagem
bela do castelo coberta de neve. Ele começou a caminhar, seus passos eram quase
longos e rápidos. Sua roupa atrás estava melada com neve. O rapaz levou sua mão até a
traseira da roupa e a limpou. A neve caia sobre ele naquele momento.

  DUM, DUM, DUM.

  Ele ouvia o relógio do castelo soar novamente. Então, ele começou a correr, seus
passos agora eram rápidos, e a cada vez que ele pisava no chão aquela neve espalhava-
se para os lados. Sua respiração enquanto ele corria estava ofegante. O rapaz pôde
captar que havia uma sombra ao seu lado – também correndo. Ele parou de correr, e
então, ele derrapou na neve. Ele caiu de costas na neve e se levantou rápido com as
mãos na coluna.

  – Quem está ai? – perguntou ele.
O vulto agora estava mais visível, o vulto preto lhe cercou por todos os lados, a
velocidade que o mesmo corria era quase paranormal.

   – RESPONDA! EU EXIJO!

   O vulto ainda estava correndo ao redor do rapaz, e então, ele tomou forma de
humano. Um sério homem de seus vinte e tantos anos agora se se aproximava
lentamente do rapaz. Seus passos eram lentos, a cada vez mais que o homem iria se
aproximando, o belo rapaz ia se afastando, até que ele encostou-se a uma árvore e
suspirou. O homem se aproximou mais ainda e abriu a boca lentamente e começou a
falar:

   – Apresentações, primeiro. – o homem fez reverencia, e pôs as suas duas mãos
esticadas, tocando aquela capa preta.

   – Quem sois vós? – perguntou o rapaz.

   O homem fez sua apresentação formal e ajeitou sua roupa preta.

   – Sou o enviado. – falou ele. – Vim aqui a mando do meu mestre. Vim aqui para esta
terra atrás do descente de Kairus.

   – O... o... o que? – gaguejou o rapaz.

   – Eu estava lhe procurando há muito tempo, vaguei por estas terras atrás de vós.

   – Como é seu nome? – perguntou o rapaz, puxando da sua cintura uma espada. Ele a
colocou na sua frente, se armando contra o homem.

   – Sou da prole do demônio. E você Henrique – pausou-se o homem. –, é o
descendente de Kairus.

   Henrique estremeceu-se por inteiro. Ele não sabia de nada, de nada mesmo. Ele
nunca tivera antes ouvido falar em ‘Kairus’, ou algo parecido. Seus pais haviam
morrido quando ele ainda era recém-nascido. Henrique era criado por seus tios que
eram parentes do original dono do castelo. A vida do mesmo não podia dizer-se que
fosse muito boa, já que sua tia o maltratava. Suas tardes eram no labirinto, sempre com
um livro.

   – Como vós sabeis meu nome? – perguntou Henrique.
– Isto não vem ao caso. Seu bastardo nojento. – falou o homem ferozmente.

   – Retiras o que dissestes.

   – Retirar? Ti não sabes de nada mesmo. Seus tios não lhe contaram?! – ele agora
falava com ar de deboche, a neve continuava a cair sobre os dois. – Você foi pego para
criar pelos seus pais adotivos. Sabes por que os seus pais morreram? Hã? Para proteger
o descendente de nefilim dentro de sua própria casa. Você fez com que ele morresse. A
morte deles é sua culpa.

   – Não é. – as lágrimas caiam dos olhos de Henrique lentamente até chegarem a dobra
de seu maxilar.

   – Foi sim. – alegava um dos da prole do demônio. – Seus pais verdadeiros também
estão mortos. Agora chegou a sua hora. Depois de tanto tempo chegou a sua vez.

   Henrique atirou contra o corpo do homem a espada que carregava consigo mesmo. A
espada atravessou o corpo do homem e nada aconteceu.

   – Pobre criatura. – ele avançou contra Henrique, e colocou suas mãos gélidas no
pescoço de Henrique. – Morrerás agora. E todos aqueles que vierem com ao que seja
herdado de Kairus será morto. Que os nefilins sejam morto um por um. E que nesta
terra não reste um.

   Henrique virou seu rosto para o lado desesperado, em busca de ar. Ele se sacolejo e
em um vacilo do Homem ele se libertou. Henrique fez o que deveria fazer. Correu, ele
saiu da parte das árvores e chegou a um espaço que não havia nada, só o castelo no
fundo. Ele parou no centro do espaço e colou suas mãos na cabeça. Ao longe ele avistou
os guardas do castelo, ele levantou suas mãos e gritou:

   – SOCOOOOOOORRO. – seu grito era de desespero. Ele sabia que a hora dele
poderia ter chegado, ou não. Henrique havia acabado de completar dezessete anos a três
dias atrás.

   Ele virou-se para ver se o homem da prole do demônio se estava vindo atrás dele,
Henrique observou bem o seu entorno coberto de neve, ele não vira nada. Um alívio
avassalador percorreu o instinto de Henrique naquele momento. Para ele, o que acabara
de acontecer, deveria ter sido apenas uma miragem, ou algo do tipo. Ele passou as mãos
em volta do seu pescoço, já que estava doendo muito (isto era uma prova de que tudo
aquilo havia sido verdade). Ele ajoelhou-se na neve e respirou fundo, o mais fundo que
ele já tivera respirado, seus pulmões encheram-se de ar, e depois o ar por completo
havia saído. Henrique levantou-se novamente agora com mais leveza, pois, ele sabia
que o homem tivera ido embora. Ele se virou em direção ao castelo e viu um par de
sapatos pretos na sua frente, e então, ele levantou sua cabeça e viu o homem a sua
frente.

   – Pensava que iria se livrar de mim assim? – O homem agora pegou Henrique pelo
seu pescoço e o atirou pelo ar. A velocidade era tanta que Henrique não tinha noção de
onde iria bater, ou cair.

   Um barulho ensurdecedor explodiu na atmosfera quando Henrique bateu contra uma
arvore.

   O homem chegou rapidamente ao local onde Henrique estava de braços abertos. Ele
confiscou como ele havia deixado aquele rapaz, de pele clara, de cabelos lisos e pretos,
e de olhos verdes.

   – Morto. – confirmou o homem da prole do demônio, chutando o corpo.

   Aqueles cabelos lisos e pretos de Henrique agora estavam sujos de sangue, não só
ele, mais uma pequena parte de onde ele estava caído. As roupas nobres e materiais
refinados agora estavam melados de sangue. Os olhos de Henrique estavam fechados, e
ele estava com a boca aberta.

   – Assim acontecerá com todos os descendentes de Kairus. Não restará um. Sempre
estaremos postos para matar um deles. E assim será para sempre. – ele estendeu a mão e
passou por cima de Henrique e o sangue desapareceu devagar do corpo dele.

   O homem desapareceu com um vento gélido, como se ele nunca estivesse ali antes. E
Henrique, continuou ali morto, ele não parecia como se ele estivesse morto, mas sim
dormindo, um sono eterno. Um sono eterno que poderia custar só não para ele, mais
para todos os outros descendentes.

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O Descendente de Kairus

  • 1. Prólogo No início Castelo de Leeds, Inglaterra, Dezembro de 1501 O relógio soou lentamente, o som do mesmo ecoou pelo belo e nobre salão do castelo, fazendo um som agudo, que dava para ouvir ao alguns quilômetros de distância dali. O vento daquele momento fazia com que as folhas das árvores próximas do castelo, esvoaçassem sem rumo. O labirinto do castelo havia sido cortado há poucos dias. O clima do mês de dezembro estava como outro qualquer naquela região da Inglaterra: nevando. A neve caía com leveza e chegava ao chão fazendo cada vez mais um monte de neve. No centro do labirinto havia um rapaz sentado, com as costas encostadas naquelas plantas. Ele estava com um livro de capa vermelha de veludo e com letras douradas. Sua mente vagava naquelas páginas, imaginando-as como seria. O jovem rapaz parou de ler por um instante e levou a sua mão até o bolso da sua roupa nobre, e puxou dentro dela um relógio de bolso, o relógio cada vez que o rapaz iria puxando, uma corrente dourada e fina saia junto com o relógio. O rapaz observou bem o relógio e colocou-o no bolso novamente. Ele levantou-se ainda com o livro aberto e olhou ao seu redor a paisagem bela do castelo coberta de neve. Ele começou a caminhar, seus passos eram quase longos e rápidos. Sua roupa atrás estava melada com neve. O rapaz levou sua mão até a traseira da roupa e a limpou. A neve caia sobre ele naquele momento. DUM, DUM, DUM. Ele ouvia o relógio do castelo soar novamente. Então, ele começou a correr, seus passos agora eram rápidos, e a cada vez que ele pisava no chão aquela neve espalhava- se para os lados. Sua respiração enquanto ele corria estava ofegante. O rapaz pôde captar que havia uma sombra ao seu lado – também correndo. Ele parou de correr, e então, ele derrapou na neve. Ele caiu de costas na neve e se levantou rápido com as mãos na coluna. – Quem está ai? – perguntou ele.
  • 2. O vulto agora estava mais visível, o vulto preto lhe cercou por todos os lados, a velocidade que o mesmo corria era quase paranormal. – RESPONDA! EU EXIJO! O vulto ainda estava correndo ao redor do rapaz, e então, ele tomou forma de humano. Um sério homem de seus vinte e tantos anos agora se se aproximava lentamente do rapaz. Seus passos eram lentos, a cada vez mais que o homem iria se aproximando, o belo rapaz ia se afastando, até que ele encostou-se a uma árvore e suspirou. O homem se aproximou mais ainda e abriu a boca lentamente e começou a falar: – Apresentações, primeiro. – o homem fez reverencia, e pôs as suas duas mãos esticadas, tocando aquela capa preta. – Quem sois vós? – perguntou o rapaz. O homem fez sua apresentação formal e ajeitou sua roupa preta. – Sou o enviado. – falou ele. – Vim aqui a mando do meu mestre. Vim aqui para esta terra atrás do descente de Kairus. – O... o... o que? – gaguejou o rapaz. – Eu estava lhe procurando há muito tempo, vaguei por estas terras atrás de vós. – Como é seu nome? – perguntou o rapaz, puxando da sua cintura uma espada. Ele a colocou na sua frente, se armando contra o homem. – Sou da prole do demônio. E você Henrique – pausou-se o homem. –, é o descendente de Kairus. Henrique estremeceu-se por inteiro. Ele não sabia de nada, de nada mesmo. Ele nunca tivera antes ouvido falar em ‘Kairus’, ou algo parecido. Seus pais haviam morrido quando ele ainda era recém-nascido. Henrique era criado por seus tios que eram parentes do original dono do castelo. A vida do mesmo não podia dizer-se que fosse muito boa, já que sua tia o maltratava. Suas tardes eram no labirinto, sempre com um livro. – Como vós sabeis meu nome? – perguntou Henrique.
  • 3. – Isto não vem ao caso. Seu bastardo nojento. – falou o homem ferozmente. – Retiras o que dissestes. – Retirar? Ti não sabes de nada mesmo. Seus tios não lhe contaram?! – ele agora falava com ar de deboche, a neve continuava a cair sobre os dois. – Você foi pego para criar pelos seus pais adotivos. Sabes por que os seus pais morreram? Hã? Para proteger o descendente de nefilim dentro de sua própria casa. Você fez com que ele morresse. A morte deles é sua culpa. – Não é. – as lágrimas caiam dos olhos de Henrique lentamente até chegarem a dobra de seu maxilar. – Foi sim. – alegava um dos da prole do demônio. – Seus pais verdadeiros também estão mortos. Agora chegou a sua hora. Depois de tanto tempo chegou a sua vez. Henrique atirou contra o corpo do homem a espada que carregava consigo mesmo. A espada atravessou o corpo do homem e nada aconteceu. – Pobre criatura. – ele avançou contra Henrique, e colocou suas mãos gélidas no pescoço de Henrique. – Morrerás agora. E todos aqueles que vierem com ao que seja herdado de Kairus será morto. Que os nefilins sejam morto um por um. E que nesta terra não reste um. Henrique virou seu rosto para o lado desesperado, em busca de ar. Ele se sacolejo e em um vacilo do Homem ele se libertou. Henrique fez o que deveria fazer. Correu, ele saiu da parte das árvores e chegou a um espaço que não havia nada, só o castelo no fundo. Ele parou no centro do espaço e colou suas mãos na cabeça. Ao longe ele avistou os guardas do castelo, ele levantou suas mãos e gritou: – SOCOOOOOOORRO. – seu grito era de desespero. Ele sabia que a hora dele poderia ter chegado, ou não. Henrique havia acabado de completar dezessete anos a três dias atrás. Ele virou-se para ver se o homem da prole do demônio se estava vindo atrás dele, Henrique observou bem o seu entorno coberto de neve, ele não vira nada. Um alívio avassalador percorreu o instinto de Henrique naquele momento. Para ele, o que acabara de acontecer, deveria ter sido apenas uma miragem, ou algo do tipo. Ele passou as mãos
  • 4. em volta do seu pescoço, já que estava doendo muito (isto era uma prova de que tudo aquilo havia sido verdade). Ele ajoelhou-se na neve e respirou fundo, o mais fundo que ele já tivera respirado, seus pulmões encheram-se de ar, e depois o ar por completo havia saído. Henrique levantou-se novamente agora com mais leveza, pois, ele sabia que o homem tivera ido embora. Ele se virou em direção ao castelo e viu um par de sapatos pretos na sua frente, e então, ele levantou sua cabeça e viu o homem a sua frente. – Pensava que iria se livrar de mim assim? – O homem agora pegou Henrique pelo seu pescoço e o atirou pelo ar. A velocidade era tanta que Henrique não tinha noção de onde iria bater, ou cair. Um barulho ensurdecedor explodiu na atmosfera quando Henrique bateu contra uma arvore. O homem chegou rapidamente ao local onde Henrique estava de braços abertos. Ele confiscou como ele havia deixado aquele rapaz, de pele clara, de cabelos lisos e pretos, e de olhos verdes. – Morto. – confirmou o homem da prole do demônio, chutando o corpo. Aqueles cabelos lisos e pretos de Henrique agora estavam sujos de sangue, não só ele, mais uma pequena parte de onde ele estava caído. As roupas nobres e materiais refinados agora estavam melados de sangue. Os olhos de Henrique estavam fechados, e ele estava com a boca aberta. – Assim acontecerá com todos os descendentes de Kairus. Não restará um. Sempre estaremos postos para matar um deles. E assim será para sempre. – ele estendeu a mão e passou por cima de Henrique e o sangue desapareceu devagar do corpo dele. O homem desapareceu com um vento gélido, como se ele nunca estivesse ali antes. E Henrique, continuou ali morto, ele não parecia como se ele estivesse morto, mas sim dormindo, um sono eterno. Um sono eterno que poderia custar só não para ele, mais para todos os outros descendentes.