A pesquisa mostra que 40% dos micro e pequenos empresários estão pessimistas com a economia brasileira nos próximos meses, enquanto 44% expressam confiança em seus próprios negócios e apenas 29% estão confiantes na economia. Embora o indicador de confiança tenha melhorado ligeiramente, a maioria dos empresários acredita que a economia e o desempenho de seus negócios pioraram nos últimos meses devido à recessão, inflação e crise política.
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Pesquisa mostra pessimismo de MPEs com economia
1. 40% dos micro e pequenos empresários
estão pessimistas com o futuro da
economia, mostra SPC Brasil
44% dos MPEs expressam confiança em relação aos seus negócios.
Já para a economia brasileira, proporção diminui para 29%
O ano de 2015 terminou com a economia brasileira em recessão e uma
percepção de piora no ambiente de negócios cada vez maior que têm afetado a
confiança dos prestadores de serviços. O Indicador de Confiança do Micro e
Pequeno Empresário (ICMPE) calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito
(SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL)
registrou apenas 40,03 pontos em dezembro. Embora o resultado tenha sido
ligeiramente melhor que os 38,27 pontos observados em novembro, o indicador
segue abaixo do nível neutro de 50 pontos e significa que a maior parte dos
MPEs continua pessimista com o ambiente econômico do país. 40,38% dos
empresários se dizem pessimistas em relação a expectativa da economia
brasileira nos próximos seis meses.
Ainda que em dezembro o indicador tenha alcançado o maior resultado desde o
início da série histórica em maio de 2015, o pessimismo é generalizado entre os
empresários. Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o
cenário econômico e político não inspira otimismo. “Mesmo na época das festas
de fim de ano, que costuma ser favorável para os resultados de vendas, as
expectativas não são as melhores”, diz. “A inflação reduz o poder de compra do
consumidor, impactando diretamente o consumo das famílias e,
consequentemente, o faturamento das empresas.”
Também foi avaliado no Indicador de Confiança que, para os empresários
entrevistados, a avaliação da evolução da economia é mais pessimista do que a
avaliação de seus negócios. Esse resultado é recorrente, evidenciado em todas
as sondagens ao longo do ano passado.
2. Para 83% dos MPEs, economia brasileira piorou nos últimos meses
Uma das aberturas do Indicador de Confiança, chamada de Indicador de
Condições Gerais e que mensura a percepção do empresariado tanto em
relação à trajetória da economia como de seus negócios nos últimos seis
meses, registrou 26,34 pontos em dezembro. Isso representa uma melhora
em relação ao mês de novembro, quando o número estava em 21,53 pontos.
O Indicador é composto por dois subindicadores: o primeiro, Condições Gerais
da Economia, registrou 21,11 pontos em dezembro, frente aos 16,50 pontos no
mês anterior. “O diagnóstico de que a economia piorou nos últimos meses foi
compartilhado por 83,0% dos empresários e apenas 6,75% tiveram a
percepção de que a economia melhorou”, explica Kawauti. Para a economista,
essa avaliação reflete o quadro recessivo da economia brasileira, que se
agravou nos últimos meses, com aumento da inflação, dos juros, as quedas no
volume de vendas do varejo e também do setor de serviços.
O segundo subindicador é o de Condições Gerais dos Negócios, que alcançou
31,56 pontos. O resultado ficou acima do observado no mês anterior (26,56),
mas abaixo do nível neutro, de 50 pontos. O resultado mostra que, apesar da
melhora, para a maior parte dos empresários o desempenho de seu negócio
piorou nos últimos seis meses – em dezembro, esse diagnóstico era
compartilhado por 63,13%.
Expectativas para os negócios superam as percepções para economia
Em dezembro de 2015, o Indicador de Expectativas – apurado em duas
dimensões, a da economia e a dos negócios – registrou 50,29 pontos,
ligeiramente abaixo do valor observado no mês anterior (50,82).
3. Como nos meses anteriores, as expectativas com os negócios superam as
expectativas com a economia. No primeiro caso, foram registrados 54,97
pontos; já no segundo caso, 45,61 pontos. “A maioria relativa dos empresários,
43,88%, expressa confiança com relação aos negócios. Essa proporção diminui
quando se considera a economia: 29,25% se dizem confiantes para os
próximos seis meses, contra 40,38% que se dizem pessimistas”, analisa o
presidente da CNDL, Honório Pinheiro.
Para 33,6% dos entrevistados que manifestaram confiança em relação ao
futuro de seus negócio, o principal motivo mencionado é que a economia irá se
recuperar, com queda da inflação, aumento das vagas de emprego e também
das vendas. Outros 24,5% não sabem exatamente o porquê estão confiantes,
mas dizem ter “um sentimento de que as coisas vão melhorar”.
Já entre os que têm confiança em relação à economia, as principais razões são
a crença de que a crise política será resolvida, citada por 37,6% dos MPEs, e a
percepção de que o país tem um forte mercado consumidor, citada por 30,3%
dos entrevistados.
“Ainda que os prognósticos de especialistas sugiram mais um ano de
crescimento negativo do PIB em 2016 e um ambiente econômico adverso, uma
quantidade considerável de micro e pequenos empresários está relativamente
confiante com relação aos seus negócios”, afirma Pinheiro. “Isso pode ser
explicado pelo fato de que muitos acreditam que uma gestão eficiente de seu
próprio negócio pode ajudá-los a enfrentar as dificuldades impostas pela crise",
explica.
Metodologia
O Indicador de Confiança do Micro e Pequeno Empresário (ICMPE) calculado
pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional
de Dirigentes Lojistas (CNDL) leva em consideração 800 empreendimentos do
setor comércio varejista e serviços, com até 49 funcionários, nas 27 unidades
da federação, incluindo capitais e interior. Quando o indicador vier abaixo de
50, indica que houve percepção de piora por parte dos empresários. A escala
do indicador varia de zero a 100. Zero indica a situação limite em que todos os
entrevistados consideram que as condições gerais da economia e dos negócios
"pioraram muito"; 100 indica a situação limite em que todos os entrevistados
consideram que as condições gerais "melhoraram muito".
Baixe a análise do Indicador de Confiança MPE clicando em "baixar arquivos" no
link:
https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/indices-economicos