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A quilômetros de Londres, uma frota de cinco bombardeiros do
exército Igualista cortava as nuvens, portando toneladas de bom-
bas. Nos rádios de comunicação não paravam de chiar vozes an-
siosas e irritadas. A estratégia, em âmbito geral, parecia à prova
de falhas. Naquela manhã, a Nação Igualista se consolidaria como
a nação mais poderosa do mundo.
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A Batalha de Londres
parte 3
Os chefes de estado seguem o soldado que interrompera a reuni-
ão – uma fila apressada para a saída de emergência, estabelecida
de antemão no Salão de Baile, onde um veículo militar blindado
está preparado para a extração.
– Precisamos ser mais rápidos! – exorta o soldado.
– O comandante que executou o protocolo nos encontrará?
– pergunta Heidi.
– Sim, senhora, ele e seu esquadrão estão a caminho.
– Primeira ministra, acho que não adianta chorar o leite
derramado – Alek faz chacota da preocupação dela.
– Por favor, senhor Volkof, guarde-se – Heidi o refuta.
O rádio do soldado chia e em meio à estática é possível ouvir um
“tudo pronto”. Os passos se apressam, mas Viorica, uma das últi-
mas da fila, para ao perceber um estalo.
– Viorica? Está tudo bem?
– Acho que ouvi algo – ela responde a Alek. – Pareceu um
tiro.
– Vamos! Não parem! – grita o soldado para os dois, que
acabaram ficando alguns metros para trás.
Assim que chegam à Sala de Jantar de Estado, Viorica coloca a
mão sobre o ombro de Alek, fazendo-o diminuir a velocidade
http://www.trilogiaosrenegados.blogspot.com.br/
sem que os outros percebam.
– Senhor Volkof, tem alguma coisa errada. Estou ouvindo
passos, parece que estamos sendo seguidos – ela cochicha.
– Também não estou gostando, sei muito bem como é o ba-
rulho de um tiro e já ouvi dois depois que você disse.
Acho que nossos companheiros estão velhos demais, ou
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Assim que Alek fecha a boca, o soldado levanta a mão, sinalizan-
do para que o grupo pare. Todos ficam em silêncio, apreensivos.
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ga tirar sua arma do coldre, três tiros atingem seu corpo, abaten-
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trás. Alek e Viorica se entreolham. Um soldado aparece, com uma
marca de sangue no braço esquerdo – evidência de um tiro que o
pegou de raspão.
– Excelências, vou tirar vocês daqui. Esse soldado era um
igualista infiltrado, assim como outros que ainda devem
estar por aí. Não podemos confiar em ninguém.
– E como podemos confiar em você? – Alek pergunta.
O soldado se abaixa e puxa do pescoço do homem morto uma
medalha igualista. “Eu não tenho uma dessa”, ele exibe o pescoço
afastando a gola de sua farda.
– Certo, o que devemos fazer? – Alek pergunta novamente.
– O blindado é nossa melhor chance. Não sei o que pode ter
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acontecido com o esquadrão de apoio ou em Kensington,
mas podemos encontrar algum jeito quando sairmos da-
qui. Vamos!
– – – – –
“O que podemos fazer? Somos só nove!”, Lince resmunga.
– Victor está brincando conosco. Não nos metralhou aqui,
mas vai nos metralhar se formos para Buckingham – diz
Ethan.
– Quanto tempo temos até o bombardeio? – pergunta o co-
mandante.
Ethan meneia a cabeça:
– Meia hora, talvez menos.
– Não vamos precisar de tudo isso. Somos poucos e isso faz
de nós imperceptíveis. Precisaremos chegar em Kensin-
gton e em Buckingham ao mesmo tempo, vamos nos divi-
dir. Raven, como está sua mira?
A soldado está agacha na beira da rua, lavando o braço queimado
com a água do cantil de Lince, que ele havia lhe dado.
– Nunca esteve melhor, senhor – ela ensopa a mão com
água e neve e aperta a massa contra as queimaduras do
pescoço por poucos instantes. – Será uma prazer disparar
contra aqueles traidores – ela apanha sua metralhadora e
se põe de pé.
– Ótimo. Vamos fazer assim...
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“Perdão, comandante”, Ethan o interrompe. “Mas antes de tomar
alguma decisão, gostaria que soubesse que sou mais inteligente do
que as marionetes de Victor.” Ele desamarra os cadarços da bota,
tirando-a do pé; de dentro da meia ele tira um embrulho de papel.
– Podemos ser mais que nove – diz ele ao exibir um peque-
no aparelho de rádio.
O comandante sorri e dá as novas ordens:
– Tente contatar Kensington e veja se algum aliado sobre-
viveu, você e os outros saldados devem ir para lá recupe-
rar e proteger o avião. Eu, Lince e Raven vamos para
Buckingham encontrar os chefes de estado.
– Só vocês três, senhor?
– Estou contando com a chance de ter sobrado alguém que
ainda esteja do nosso lado.
– E se não tiver? – pergunta Lince.
– Nós daremos conta.
– – – – –
Os políticos já haviam chegado no Salão de Baile, cuja grande
parte da parede dos fundos havia desmoronado em um bombar-
deio de alguns meses antes – aquela grande fresta era a saída de
emergência e há metros dali estava o blindado.
– Ei, soldado... – Diedrik lê o nome bordado na farda do
homem – ... James. Só nós sairemos daqui? Não restou
nenhum outro militar que possamos salvar?
“Parece que Diedrik quer mais guarda-costas”, Alek cochicha
http://www.trilogiaosrenegados.blogspot.com.br/
para Viorica.
– Eu não sei, senhor – James responde. – Se sobrou alguém,
darão a vida para que eu consiga tirar vocês daqui. Pres-
tem atenção, nós iremos correr por uns dez metros a céu
aberto, serão alvos fáceis, precisarão correr o mais rápido
possível, e talvez mais do que isso – ele olha para os mem-
bros mais velhos do grupo. – Eu vou sair primeiro para
chegar ao veículo, destravar as portas e descer a rampa
traseira para vocês poderem subir.
Eles se aproximam da parede, se escondendo nas bordas que fica-
ram de pé. James pede para Alek contar até dez a partir do mo-
mento que o militar sair correndo e quando a contagem zerar
será a vez dos chefes de estado correrem para o blindado.
– Pronto?
– Sim – Alek responde.
James olha uma última vez para o enorme salão e sai correndo
em direção ao blindado.
“Um, dois, três,quatro, cinco”, Alek para a contagem quando
ouve o ruído de motores nas redondezas. Há menos de três me-
tros de James alcançar o veículo, os cinco caminhões roubados
por Victor chegam no pátio. Assim que pula da carroceria, a pri-
mei coisa que o Igualista faz é conferir se há alguma medalha no
pescoço de James.
– Agradeço por trazer os líderes para mim – Victor ergue
sua arma e metralha o peito do soldado. – Sei que estão
aqui, na sua saída de emergência. Nós somos a saída, se-
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nhores. Apareçam!
Em passos calmos, Alek esmaga com as botas pequenos pedaços
de tijolos e concreto enquanto se expõe em frente ao buraco aber-
to na parede.
– Victor Yiurievich, um dos nossos melhores soldados, co-
mandante de tropas. Quanto te ofereceram para virar um
deles?
– “Quanto?” não é a pergunta certa. A pergunta certa é “o
quê?” . Eles me ofereceram um futuro, me mostraram que
são capazes de reorganizar nosso mundo, fazê-lo melhor
do que já foi em qualquer momento da História. Eu não
poderia ficar fora ou ser contra o grupo de heróis que nos
salvará. O que estamos fazendo é muito superior a qual-
quer coisa que sua política retrógrada e falida poderá con-
seguir, Alek Volkof. Me diz onde estão seus amigos.
– Se você soubesse o que passamos numa reunião de três
dias, não diria que são meus amigos.
Victor levanta a arma e brada:
– Posso adiantar a conquista da Russo-Ásia,Volkof.
– Mesmo que me mate, nosso povo não se renderá a vocês.
– Não é uma questão de rendição, é uma questão de con-
versão.
Victor dá três passos à frente, com a determinação de liquidar
Alek naquele momento, mas uma variável é adicionada: Viorica
sai das sombras e se coloca na frente do presidente russo-asiático.
– A jovem prodígio da Romênia... prazer em te conhecer,
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posso dizer que estava ansioso para ver a governante mais
jovem do mundo.
– Pelo que me lembro, tem uma bomba nuclear mirada bem
aqui onde estamos, devemos ter menos de meia hora se
levarmos em conta o aviso de Belfast. Acredito que não
seja hora de formalidades.
– Está certa! – ele se exalta. – Vamos ser rápidos com isso!
Há um avião em Kensington nos esperando, voaremos
direto para a Nação Igualista para que possamos mostrar
a todo o mundo suas cabeças rolando nas escadarias do
Templo de Execução. Mas antes vou resolver um proble-
ma que, com certeza, está me seguindo.

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  • 3. http://www.trilogiaosrenegados.blogspot.com.br/ A quilômetros de Londres, uma frota de cinco bombardeiros do exército Igualista cortava as nuvens, portando toneladas de bom- bas. Nos rádios de comunicação não paravam de chiar vozes an- siosas e irritadas. A estratégia, em âmbito geral, parecia à prova de falhas. Naquela manhã, a Nação Igualista se consolidaria como a nação mais poderosa do mundo.
  • 5. http://www.trilogiaosrenegados.blogspot.com.br/ A Batalha de Londres parte 3 Os chefes de estado seguem o soldado que interrompera a reuni- ão – uma fila apressada para a saída de emergência, estabelecida de antemão no Salão de Baile, onde um veículo militar blindado está preparado para a extração. – Precisamos ser mais rápidos! – exorta o soldado. – O comandante que executou o protocolo nos encontrará? – pergunta Heidi. – Sim, senhora, ele e seu esquadrão estão a caminho. – Primeira ministra, acho que não adianta chorar o leite derramado – Alek faz chacota da preocupação dela. – Por favor, senhor Volkof, guarde-se – Heidi o refuta. O rádio do soldado chia e em meio à estática é possível ouvir um “tudo pronto”. Os passos se apressam, mas Viorica, uma das últi- mas da fila, para ao perceber um estalo. – Viorica? Está tudo bem? – Acho que ouvi algo – ela responde a Alek. – Pareceu um tiro. – Vamos! Não parem! – grita o soldado para os dois, que acabaram ficando alguns metros para trás. Assim que chegam à Sala de Jantar de Estado, Viorica coloca a mão sobre o ombro de Alek, fazendo-o diminuir a velocidade
  • 6. http://www.trilogiaosrenegados.blogspot.com.br/ sem que os outros percebam. – Senhor Volkof, tem alguma coisa errada. Estou ouvindo passos, parece que estamos sendo seguidos – ela cochicha. – Também não estou gostando, sei muito bem como é o ba- rulho de um tiro e já ouvi dois depois que você disse. Acho que nossos companheiros estão velhos demais, ou com medo demais para perceber. Assim que Alek fecha a boca, o soldado levanta a mão, sinalizan- do para que o grupo pare. Todos ficam em silêncio, apreensivos. Assim que percebe que Heidi falaria alguma coisa, o oficial a sina- liza para ficar calada. Passos se aproximam, mas antes que o soldado que os guia consi- ga tirar sua arma do coldre, três tiros atingem seu corpo, abaten- do-o instantaneamente. Os líderes começam a dar passos para trás. Alek e Viorica se entreolham. Um soldado aparece, com uma marca de sangue no braço esquerdo – evidência de um tiro que o pegou de raspão. – Excelências, vou tirar vocês daqui. Esse soldado era um igualista infiltrado, assim como outros que ainda devem estar por aí. Não podemos confiar em ninguém. – E como podemos confiar em você? – Alek pergunta. O soldado se abaixa e puxa do pescoço do homem morto uma medalha igualista. “Eu não tenho uma dessa”, ele exibe o pescoço afastando a gola de sua farda. – Certo, o que devemos fazer? – Alek pergunta novamente. – O blindado é nossa melhor chance. Não sei o que pode ter
  • 7. http://www.trilogiaosrenegados.blogspot.com.br/ acontecido com o esquadrão de apoio ou em Kensington, mas podemos encontrar algum jeito quando sairmos da- qui. Vamos! – – – – – “O que podemos fazer? Somos só nove!”, Lince resmunga. – Victor está brincando conosco. Não nos metralhou aqui, mas vai nos metralhar se formos para Buckingham – diz Ethan. – Quanto tempo temos até o bombardeio? – pergunta o co- mandante. Ethan meneia a cabeça: – Meia hora, talvez menos. – Não vamos precisar de tudo isso. Somos poucos e isso faz de nós imperceptíveis. Precisaremos chegar em Kensin- gton e em Buckingham ao mesmo tempo, vamos nos divi- dir. Raven, como está sua mira? A soldado está agacha na beira da rua, lavando o braço queimado com a água do cantil de Lince, que ele havia lhe dado. – Nunca esteve melhor, senhor – ela ensopa a mão com água e neve e aperta a massa contra as queimaduras do pescoço por poucos instantes. – Será uma prazer disparar contra aqueles traidores – ela apanha sua metralhadora e se põe de pé. – Ótimo. Vamos fazer assim...
  • 8. http://www.trilogiaosrenegados.blogspot.com.br/ “Perdão, comandante”, Ethan o interrompe. “Mas antes de tomar alguma decisão, gostaria que soubesse que sou mais inteligente do que as marionetes de Victor.” Ele desamarra os cadarços da bota, tirando-a do pé; de dentro da meia ele tira um embrulho de papel. – Podemos ser mais que nove – diz ele ao exibir um peque- no aparelho de rádio. O comandante sorri e dá as novas ordens: – Tente contatar Kensington e veja se algum aliado sobre- viveu, você e os outros saldados devem ir para lá recupe- rar e proteger o avião. Eu, Lince e Raven vamos para Buckingham encontrar os chefes de estado. – Só vocês três, senhor? – Estou contando com a chance de ter sobrado alguém que ainda esteja do nosso lado. – E se não tiver? – pergunta Lince. – Nós daremos conta. – – – – – Os políticos já haviam chegado no Salão de Baile, cuja grande parte da parede dos fundos havia desmoronado em um bombar- deio de alguns meses antes – aquela grande fresta era a saída de emergência e há metros dali estava o blindado. – Ei, soldado... – Diedrik lê o nome bordado na farda do homem – ... James. Só nós sairemos daqui? Não restou nenhum outro militar que possamos salvar? “Parece que Diedrik quer mais guarda-costas”, Alek cochicha
  • 9. http://www.trilogiaosrenegados.blogspot.com.br/ para Viorica. – Eu não sei, senhor – James responde. – Se sobrou alguém, darão a vida para que eu consiga tirar vocês daqui. Pres- tem atenção, nós iremos correr por uns dez metros a céu aberto, serão alvos fáceis, precisarão correr o mais rápido possível, e talvez mais do que isso – ele olha para os mem- bros mais velhos do grupo. – Eu vou sair primeiro para chegar ao veículo, destravar as portas e descer a rampa traseira para vocês poderem subir. Eles se aproximam da parede, se escondendo nas bordas que fica- ram de pé. James pede para Alek contar até dez a partir do mo- mento que o militar sair correndo e quando a contagem zerar será a vez dos chefes de estado correrem para o blindado. – Pronto? – Sim – Alek responde. James olha uma última vez para o enorme salão e sai correndo em direção ao blindado. “Um, dois, três,quatro, cinco”, Alek para a contagem quando ouve o ruído de motores nas redondezas. Há menos de três me- tros de James alcançar o veículo, os cinco caminhões roubados por Victor chegam no pátio. Assim que pula da carroceria, a pri- mei coisa que o Igualista faz é conferir se há alguma medalha no pescoço de James. – Agradeço por trazer os líderes para mim – Victor ergue sua arma e metralha o peito do soldado. – Sei que estão aqui, na sua saída de emergência. Nós somos a saída, se-
  • 10. http://www.trilogiaosrenegados.blogspot.com.br/ nhores. Apareçam! Em passos calmos, Alek esmaga com as botas pequenos pedaços de tijolos e concreto enquanto se expõe em frente ao buraco aber- to na parede. – Victor Yiurievich, um dos nossos melhores soldados, co- mandante de tropas. Quanto te ofereceram para virar um deles? – “Quanto?” não é a pergunta certa. A pergunta certa é “o quê?” . Eles me ofereceram um futuro, me mostraram que são capazes de reorganizar nosso mundo, fazê-lo melhor do que já foi em qualquer momento da História. Eu não poderia ficar fora ou ser contra o grupo de heróis que nos salvará. O que estamos fazendo é muito superior a qual- quer coisa que sua política retrógrada e falida poderá con- seguir, Alek Volkof. Me diz onde estão seus amigos. – Se você soubesse o que passamos numa reunião de três dias, não diria que são meus amigos. Victor levanta a arma e brada: – Posso adiantar a conquista da Russo-Ásia,Volkof. – Mesmo que me mate, nosso povo não se renderá a vocês. – Não é uma questão de rendição, é uma questão de con- versão. Victor dá três passos à frente, com a determinação de liquidar Alek naquele momento, mas uma variável é adicionada: Viorica sai das sombras e se coloca na frente do presidente russo-asiático. – A jovem prodígio da Romênia... prazer em te conhecer,
  • 11. http://www.trilogiaosrenegados.blogspot.com.br/ posso dizer que estava ansioso para ver a governante mais jovem do mundo. – Pelo que me lembro, tem uma bomba nuclear mirada bem aqui onde estamos, devemos ter menos de meia hora se levarmos em conta o aviso de Belfast. Acredito que não seja hora de formalidades. – Está certa! – ele se exalta. – Vamos ser rápidos com isso! Há um avião em Kensington nos esperando, voaremos direto para a Nação Igualista para que possamos mostrar a todo o mundo suas cabeças rolando nas escadarias do Templo de Execução. Mas antes vou resolver um proble- ma que, com certeza, está me seguindo.