2. Conteúdos
• Breve Historial do SANTOLIC
• Princípio do SANTOLIC
• Etapas de Implementação
• Diferentes respostas do despertar
• Elaboração do plano de actividades
• Criação do Comité de Saneamento
• Monitoria
• Desafios
• Conclusão
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3. Breve Historial do SANTOLIC
O SANTOLIC foi introduzido entre 1999-2000 no Bangladesh
por Kamal Kar.
Dada rapidêz de obtenção de resultados imprimido por esta
metodologia, ela está a ter muita aderência e actualmente para
além de Moçambique está a ser implementado em vários
países da América do Sul, Ásia e África, incluindo Moçambique.
O SANTOLIC permite a comunidade apreciar e analisar as suas
práticas, cria choque, nojo e vergonha nas pessoas e resigna
quaisquer subsídios para as infra-estruturas de saneamento.
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4. Princípios do SANTOLIC
Nenhum ser humano gostaria de comer cocó;
Todo ser humano tem o poder e capacidade de resolver os
seus problemas;
Não há subsídio para a construção de latrinas mesmo
para os mais pobres;
Não há tecnologia pré definida, isto é, não se define o
modelo de latrina por construir na comunidade;
Facilita a análise colectiva de comportamento e não ensina
as pessoas.
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5. Líderes Naturais (LNs) ou
Espontâneos
Designam-se Líderes Naturais ou Espontâneos os
membros da comunidade que se revelam durante o
despertar e tomam o protagonismo e liderança dos
processos de SANTOLIC. Podem ser:
homens, mulheres ou mesmo crianças.
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6. Equipa de facilitação
Facilitador chefe – é a pessoa que toma a dianteira do processo
despertar
Co-Facilitador – apoia o facilitador chefe, e nos casos em que o
facilitador chefe não fala a língua local recomenda-se que os co-
facilitadores estejam em número de dois;
Ambientadores – são reguladores do ambiente, responsáveis
por assegurar um ambiente facilitador, garantir que não haja
confusão, não se usem telemóveis, assegurar que não se esteja
lá para dar lições, organizar as pessoas;
Relator/Secretário – toma nota de todo processo incluindo
registo de imagens.
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7. Etapas de implementação do SANTOLIC
A implementação do SANTOLIC comporta 3
etapas:
Pré – despertar: preparação;
Despertar: aplicação das técnicas do SANTOLIC;
Pós despertar: Monitoria e/ acompanhamento
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8. Pré – despertar
Esta etapa é de reconhecimento e
levantamento da situação geral da
aldeia, nomeadamente, as práticas
sociais, culturais, condições físicas do
solo, dimensão da comunidade, situação
de saneamento e higiene na
comunidade, entre outras.
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9. Despertar
A fase do despertar reserva-se a aplicação de
todas técnicas, nomeadamente:
i) Mapeamento comunitário;
ii) Caminhada transversal – ou da vergonha;
iii) Cálculo de cocó;
iv) Contaminação feco-oral (comida-cocó e água-cocó);
v) Elaboração do plano de actividades e;
vi) Criação do Comité de Saneamento.
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10. Mapeamento comunitário
A população desenha o
mapa da sua
povoação/aldeia/comunida
de com recurso a pós
coloridos.
Nesse mapa cada família
coloca-se na posição da sua
casa e com uma cor
aproximadamente amarela
indica os locais de
fecalismo.
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11. Caminhada transversal – ou da vergonha
Esta é a mais importante
ferramenta individualizada de
motivação. Depois do
mapeamento identifica-se a zona
de maior foco de fecalismo a céu
aberto e todos membros da
comunidade junto a equipa de
facilitação dirigem-se àquele
ponto.
O objectivo da caminhada é ver
in-loco o cocó, criar nojo nas
pessoas e tirar parte deste para a
aplicação da técnica
contaminação feco-oral.
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12. Cálculo do cocó e das despesas médicas
O cálculo de cocó ilustra a comunidade a dimensão do
problema de saneamento e a quantidade de
excrementos humanos que está a ser produzida por cada
membro da comunidade ou agregado familiar por
dia, semana, mês e até ano. As quantidades
determinadas podem perfazer toneladas, o que pode
surpreender a comunidade.
A quantidade de cocó produzida por cada família é
calculada assumindo como base 0,5 kg de cocó por
defecação. Geralmente, depois do cálculo pergunta-se
qual é a família que mais produz cocó. Essa família deve
merecer aplausos e felicitação por contribuir para mais
cocó na aldeia.
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13. Contaminação feco-oral
Antes: os facilitadores abrem a
tigela de comida e convidam um
membros da comunidade para
juntos comerem parte da comida.
Em seguida o facilitador abre a água
selada, bebe um pouco e convida
um membro da comunidade para
beber;
Depois: a tigela que contém a comida é aberta completamente e
é introduzido na água um pauzinho depois de tocar no cocó cruo
recolhido na caminhada transversal.
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14. Momento de ignição
É o momento em que os membros da comunidade se
apercebem de que devido ao fecalismo a céu aberto todos
estão a COMER COCÓ uns dos outros e que isso prevalecerá
enquanto a prática continuar.
Após a ignição a comunidade começa a discutir como acabar
com o fecalismo a céu aberto. A equipa de facilitação não
deve interromper a discussão nem sugerir, muito menos
prescrever o tipo de latrina a ser adoptada pela comunidade.
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15. Diferentes respostas do despertar
O despertar
produz diferentes
respostas
Caixa de fósforo Caixa de fósforo
Chamas Faíscas Dispersas Húmido
em bomba de
Promissoras
gasolina
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16. Forma de manifestação de cada resposta
Caixa de fósforo em bomba de gasolina: a comunidade toda
sente-se revoltada com as suas práticas e toma atitude
imediata de acabar com o fecalismo a céu aberto na sua
aldeia/bairro;
Chamas Promissoras: quando a maioria tiver despertado mas
haver parte da comunidade ainda indecisa;
Faíscas Dispersas: Quando há muita gente indecisa e apenas
parte da comunidade toma atitude de acabar com o fecalismo
a céu aberto;
Caixa de fósforo Húmido: Quando toda comunidade não
está, nem pouco, interessada para acabar com o fecalismo a
céu aberto.
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17. Monitoria
Esta é a fase em que a equipa de facilitação passa pela
aldeia/Bairro para verificar o cumprimento do plano
elaborado pela comunidade para a eliminação do fecalismo a
céu aberto. Dependendo do tipo de ignição da comunidade
durante o despertar, o trabalho pode ser
rápido, demorado, ou mesmo não ser realizado.
A equipa de verificação deve ser constituída por
Activista, membros do Comité de Saneamento e Líder
Comunitário.
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18. Elaboração do plano de actividades
Após o despertar a comunidade elabora um plano comunitário
de construção de infra-estruturas
sanitárias, nomeadamente, latrinas, copas, aterros
sanitário, etc...
O plano é feito imediatamente depois do momento sublime do
despertar, a contaminação feco-oral. Nessa altura a comunidade
fica com nojo e extremamente revoltada com suas más práticas
de higiene. Geralmente, a comunidade adere a elaboração do
plano comunitário. Nesse plano, por sua iniciativa, a comunidade
esboça o modelo de infra-estruturas por construir, elabora o
cronograma de actividades indicando claramente os prazos das
actividades.
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19. 5. Desafios
a) Replicar as experiências positivas do Programa noutros distritos; esta
acção já estão em curso nos distritos em que está sendo implementado o
PAARSS III;
b) Transferência de responsabilidades das ONGs para as estruturas locais;
c) Ascensão das coberturas de abastecimento de água, saneamento e
boas práticas higiénicas traduzida em diminuição das distâncias para busca
de água e práticas higiénicas e de saneamento;
d) Subida na escada de saneamento comunitário;
e) Enquadramento dos activistas de água no âmbito do OGE (orçamento
geral do Estado).
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